TDM | Ng Kuok Cheong pede reintegração de jornalistas demissionários

O deputado quer saber se o Governo sugeriu à TDM a revisão ou abandono das instruções editoriais “controversas” transmitidas aos jornalistas da estação. Ng Kuok Cheong pede ainda entendimento que torne possível a reintegração dos profissionais que se demitiram. Tudo isto para que o Executivo reconheça as responsabilidades que tem na garantia da liberdade imprensa para não passar uma imagem negativa para o exterior

 

Mostrando consternação com os recentes desenvolvimentos na Teledifusão de Macau (TDM) que terão levado à demissão de pelo menos cinco jornalistas, Ng Kuok Cheong quer saber se o Governo já deu instruções à TDM para rever ou retirar as orientações editoriais “controversas” transmitidas aos jornalistas e procurar colaborar “de boa-fé” com os jornalistas demissionários, procurando reintegrá-los na empresa.

“O Governo da RAEM pediu aos responsáveis da TDM para que procedam imediatamente à retirada ou revisão das orientações editoriais controversas e procurem colaborar de boa-fé, com os jornalistas que optaram por abandonar os seus postos de trabalho, para os reintegrar e salvaguardar os seus direitos?”, pode ler-se numa interpelação escrita enviada às redações.

Além disso, lembrando que os recentes acontecimentos tiveram também eco em associações internacionais de jornalistas, como os Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Ng Kuok Cheong quer que o Governo reconheça a responsabilidade que tem na garantia da liberdade de imprensa na estação pública do território e perante os direitos fundamentais da população. Isto, com o objectivo de evitar repercussões negativas na imagem de Macau a nível internacional.

“Será que o Governo da RAEM reconhece que tem a responsabilidade de proteger e garantir a liberdade de imprensa no funcionamento do serviço público de radiodifusão, a fim de salvaguardar os direitos fundamentais dos residentes e evitar influências negativas para a imagem da RAEM perante a comunidade internacional?”, questiona.

Fazendo referência às demissões na TDM e à tomada de posição do Governo português, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que afirmou esperar que a China cumpra a Lei Básica de Macau, Ng Kuok Cheong quer ainda confirmação oficial do Executivo sobre se, durante a reunião que terá acontecido entre jornalistas e a direcção de informação, foram ou não transmitidas novas directrizes editoriais.

“É verdade que a Comissão Executiva da TDM emitiu nove novas disposições no início de Março relacionadas com a liberdade de imprensa e que, por causa disso, alguns trabalhadores apresentaram a sua demissão?”, questionou o deputado.

Sem pressão

Recorde-se que na passada terça-feira, Ho Iat Seng garantiu que o Governo não pressionou a TDM e que os meios de comunicação social de Macau são patrióticos.

“O Governo não apertou o controlo dos meios de comunicação social. A TDM é uma empresa pública e um meio de comunicação local, acho que todos os meios de comunicação social amam a pátria e Macau, de certeza. Não foram dadas novas indicações”, disse Ho Iat Seng durante a recepção do novo comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China em Macau, Liu Xianfa.

Jorge Silva nomeado

Jorge Silva foi nomeado pela Comissão Executiva da TDM como Coordenador do Departamento de Informação Portuguesa da televisão. Contactado pelo HM, o jornalista declinou fazer comentários. João Pedro Marques cessou funções de chefe do Departamento de Informação Portuguesa da televisão, a seu pedido, regressando ao seu local de origem da carreira profissional.

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