Taxa de desemprego em Macau mantém-se em 1,7%

[dropcap]A[/dropcap] taxa de desemprego em Macau, entre Dezembro de 2018 e Fevereiro deste ano, foi de 1,7 por cento, mantendo o mesmo nível registado entre Novembro de 2018 e Janeiro último, anunciaram ontem as autoridades.

Esta percentagem demonstra que Macau se encontra numa situação de pleno emprego, ou seja, o território está livre de desemprego cíclico e que quem procura um trabalho, em condições normais, não demora muito tempo a empregar-se.

No período em análise, 6.700 pessoas estavam desempregadas, menos de 200 do que as registadas entre Novembro e Janeiro passados, indicou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) de Macau, em comunicado.

A população activa totalizou 394.800 indivíduos e a taxa de actividade foi de 70,8 por cento. A DSEC destacou que o número de desempregados à procura do primeiro emprego constituiu 6,6 por cento do total da população desempregada, o que representa uma quebra de 7,1 pontos percentuais.

Entre Dezembro e Fevereiro, o número de empregados no sector do jogo desceu, registando-se um aumentou de trabalhadores nos hotéis e restaurantes, apontou a DSEC.

Em comparação com o período de Dezembro de 2017 a Fevereiro de 2018, a taxa de desemprego diminuiu 0,2 pontos percentuais.

28 Mar 2019

Acidentes de trabalho | Cinco de 12 mortes relacionadas com infracções às normas de segurança

[dropcap]A[/dropcap]s infracções às normas de segurança e saúde ocupacional estiveram na origem de cinco de 12 mortes resultantes de acidentes de trabalho no ano passado. A multa mais elevada aplicada aos empregadores foi de 10.500 patacas

Os acidentes de trabalho fizeram no ano passado 7.362 vítimas, incluindo 12 mortais. Do total de fatalidades, cinco resultaram de infracções às normas de segurança e saúde ocupacional. Os dados foram revelados ontem pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL).

Em conferência de imprensa, a chefe do Departamento de Segurança e Saúde Ocupacional, Lam Iok Cheong, indicou que os cinco trabalhadores que perderam a vida devido a infracções às normas de segurança e saúde ocupacional pertenciam ao sector da construção, dos quais dois eram ilegais. Dos cinco casos, quatro redundaram em multas para o empregador – o remanescente encontra-se ainda em fase de investigação – com a multa mais elevada a corresponder a 10.500 patacas.

No total, ao longo de 2018, a DSAL instaurou 144 processos por infracções às normas de segurança e saúde ocupacional, aplicando multas no valor de 652 mil patacas – a esmagadora maioria versando a construção civil. Ao longo do ano passado, a DSAL emitiu 41 ordens de suspensão de obras, das quais 39 versando estaleiros.

Conflitos laborais

A DSAL facultou ainda dados relativos aos processos instaurados devido a conflitos laborais: 1.673 contra 1.860 em 2017. Do total, foram tratados 1.688, dos quais apenas sensivelmente 4 por cento foram remetidos para os órgãos judiciais. Os 1.673 processos envolveram 2.914 trabalhadores, dos quais 1.284 eram não residentes.

28 Mar 2019

Sarampo | Serviços de Saúde estimam que 95% dos clínicos estejam imunes

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde estimam que 95 por cento dos profissionais de saúde de Macau estejam imunes ao sarampo. A estimativa tem como base os dados da população em geral. No entanto, está a ser feito o levantamento de informações detalhadas, esperando-se resultados para breve

Está a ser levado a cabo um levantamento para apurar quantos profissionais de saúde estão imunes ao sarampo, ou seja, quantos foram vacinados ou já contraíram a doença anteriormente.

Os resultados devem ser conhecidos em breve, com os Serviços de Saúde a admitirem a hipótese de os divulgarem já amanhã.

A recolha de dados sobre o ponto de situação da vacinação junto de todas as instituições médicas e de saúde está a ser efectuada por via de um inquérito a preencher até hoje. Só nos últimos dias, foram vacinados 933 profissionais, indicou o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, ao HM.

Após terem admitido anteriormente desconhecer a proporção de profissionais – como médicos e enfermeiros – que se encontram vacinados ou imunes ao sarampo (por terem contraído anteriormente a doença), os Serviços de Saúde facultaram ontem uma estimativa: 95 por cento do total. Essa percentagem, segundo explicou o coordenador do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças (CDC), é calculada com base num estudo sobre a imunização da população em geral. Em causa, um estudo levado a cabo anualmente, por aquela subunidade dos Serviços de Saúde, a partir de testes serológicos, ou seja, exames realizados com amostras de sangue, sobretudo para detectar a presença de anticorpos gerados pelo sistema imunitário contra antigénios pertencentes a agentes infecciosos, de modo a determinar a sua quantidade ou concentração.

“Acreditamos que o nível de cobertura das vacinas dos profissionais de saúde seja muito melhor” do que a dos residentes em geral, porque “têm, logicamente, mais conhecimentos em relação à saúde” do que a média normal da população, realçou Lam Chong.

Segundo estimativas oficiais, Macau conta com um universo aproximado de 9.500 profissionais de saúde, distribuídos pelos hospitais, centros de saúde, clínicas ou consultórios. Só para se ter uma ideia, no final do ano passado, existiam 1.633 médicos e 2.235 enfermeiros.

Tratamentos isentos

Entre os 23 casos de sarampo sinalizados desde o início do ano existem trabalhadores não residentes que, em situações normais, teriam de pagar os encargos relativos à prestação de cuidados de saúde, mas estão a receber tratamento gratuito, segundo confirmou Lei Chin Ion ao HM.

À luz da lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis, os não residentes infectados ou suspeitos de terem contraído doenças transmissíveis podem, tendo em conta o interesse público e a sua situação económica, ser isentos do pagamento total ou parcial pelo director dos Serviços de Saúde.

28 Mar 2019

CTM assina acordo com Universidade de Macau para desenvolver 5G no território

[dropcap]A[/dropcap] Companhia de Telecomunicações (CTM) anunciou ontem um lucro de 941 milhões de patacas em 2018 e assinou um protocolo com a Universidade de Macau para desenvolver a tecnologia 5G no território.

O responsável da CTM, Vandy Poon, e o reitor da Universidade de Macau, Song Yonghua, assinaram um acordo de colaboração na área da investigação e desenvolvimento da tecnologia 5G em Macau, a grande aposta da empresa no próximo ano. Em conferência de imprensa, a empresa salientou que “2019 vai ser um ano importante para o desenvolvimento do 5G” e garantiu estar preparada para a construção da rede em Macau, de forma a contribuir para a criação de uma cidade inteligente.

No que diz respeito ao 5G, Vandy Poon referiu que o Executivo e os CTT estão a ultimar o quadro legal para a implementação da tecnologia, e que nesse aspecto a CTM foi auscultada. Quanto ao número de licenças que espera serem emitidas, o director não se alongou muito, mas vincou que em termos de concorrência a empresa de telecomunicações iria “fazer ouvir a sua voz”, acrescentando que Macau é um mercado pequeno e que a Grande Baía surge como um espaço aliciante para expandir negócios.

Ainda no tópico do projecto regional, outros responsáveis da operadora de telecomunicações, como o seu director executivo, Vandy Poon, asseguraram que uma das prioridades da CTM passa pela participação na Grande Baía. Em causa está a possibilidade da CTM avançar para um ‘mercado’ de 70 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto que ronda os 1,3 biliões de dólares, maior que o PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20.

Com esta aposta, a CTM quer ajudar a “desenvolver Macau num centro mundial de turismo e lazer e numa plataforma de cooperação comercial entre a China e os países lusófonos”, de forma a promover uma economia diversificada, segundo a própria empresa.

Em 19 de Setembro do ano passado, a CTM tinha inaugurado em Hong Kong o primeiro centro de dados fora do território, um investimento focado na expansão da empresa e no reforço dos projectos da Grande Baía e Macau Digital. “O que torna especial este projecto é que somos os primeiros a ser aprovados pelo Governo” e pelo Gabinete de Protecção de Dados fora do território, sublinhou então Vandy Poon à Lusa.

O reforço da segurança no ‘backup’ de dados e na capacidade de recuperação dos mesmos, devido à redundância de uma rede que funciona em dois locais diferentes, em Macau e, agora, em Hong Kong foi apresentado com “uma grande vantagem para as pequenas e médias empresas”, algo que o risco associado a fenómenos como os tufões Hato e Mangkhuto veio salientar, enfatizou o responsável da CTM.

28 Mar 2019

SAAM | Lucros subiram 15 por cento em 2018

[dropcap]O[/dropcap]s lucros líquidos da Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (SAAM) cresceram 15 por cento no ano passado para os 89 milhões de patacas, em comparação com o período homólogo.

A informação foi avançada ontem pela empresa que explicou o aumento nos ganhos “essencialmente” com as “obras de colocação de redes e dos serviços de abastecimento de água”.

Também no ano passado o consumo total de água cresceu para os 90,94 milhões de metros cúbicos, um acréscimo de 2,8 por cento face ao ano transacto. A maior proporção do consumo foi na península de Macau, com 62,6 por cento, seguida pelas Ilhas com 36,4 por cento.

28 Mar 2019

Justiça | Revista WGM acusada do crime de publicidade e calúnia

[dropcap]A[/dropcap]ndrew Scott, director-executivo da empresa O Media, que detém a revista especializada em jogo World Gaming Magazine (WGM), e Ben Blaschkle, jornalista da publicação, estão a ser acusados da prática de um crime de publicidade e calúnia contra a empresa Ho Tram Project Company.

O caso, que se encontra em julgamento no Tribunal Judicial de Base (TJB), centra-se num artigo publicado a 28 de Janeiro de 2016 sobre um acidente de viação com trabalhadores da empresa, no Vietname, que resultou na morte de uma pessoa. Na altura, foi escrito no portal que tinham morrido três pessoas, entre elas uma grávida, mas a informação era errada.

Ontem, Andrew Scott foi ouvido, admitiu o erro publicado na primeira versão do artigo online, mas negou qualquer intenção em prejudicar a empresa. “Quando soubemos que houve um erro fizemos logo a correcção”, respondeu, depois da juíza do processo ter dito que poderia ter havido intenção de prejudicar a empresa. “Nós fazemos notícias deste género sobre todas as operadoras, mesmo de Macau. Não se pode dizer que foi o caso de uma revista de moda que, de repente, escreveu um artigo sobre jogo. Este tipo de artigos faz parte do nosso dia-a-dia”, acrescentou.

O responsável considerou também que a informação errada era de pormenor: “Claro que me arrependo de termos cometido um erro de detalhe”, sublinhou. Por outro lado, defendeu que os erros acontecem em publicações de todo o mundo e que o procedimento normal passa pela correcção.

Ainda segundo Andrew Scott, a revista contactou três vezes a empresa para obter esclarecimentos, mas sem sucesso.

A WGM é uma revista de Macau que cobre o sector do jogo na Ásia. Já a Ho Tram Project Company dedica-se ao desenvolvimento de casinos e opera principalmente no Vietname.

28 Mar 2019

Justiça | Rita Santos revela envio de explicações ao Governo Português

Rita Santos confessou ter tomado comprimidos para dormir após um artigo em que foi acusada, a par de José Pereira Coutinho, de vender passaportes portugueses. O Ministério Público (MP) pediu a condenação do director do jornal pela prática do crime de abuso de liberdade de imprensa

 

 

Rita Santos precisou de tomar comprimidos para conseguir dormir, logo após a publicação do artigo de opinião do jornal San Wa Ou que acusava os conselheiros das comunidades portuguesas de venderem passaportes.

A versão foi relatada ontem em tribunal, no processo em que o director do jornal, Lam Chong, responde pela prática do crime de abuso de liberdade de imprensa, na forma de difamação agravada. Além disso, os conselheiros das comunidades portuguesas, Rita Santos, José Pereira Coutinho e Armando de Jesus, exigem-lhe o pagamento de uma indemnização que ronda as 50 mil patacas, cada, num total 167.748 patacas.

“Não consegui dormir. Tomo comprimidos todos os dias para poder dormir. Pode perguntar ao meu médico. Não entendo as razões que levaram Lam Chong a fazer isto connosco. Ainda mandámos um esclarecimento por escrito para ser publicado no jornal, mas não publicou nada”, disse Rita Santos, no Tribunal Judicial de Base (TJB).

Contudo, apontou que Lam Chong mudou de comportamento face às pessoas com passaporte português, após a transição e o estabelecimento da RAEM. “Agora quando nos encontra no elevador nem nos fala. Antes do estabelecimento da RAEM ainda falava. Não sei porque mudou de atitude para com os portugueses”, revelou.

Durante o depoimento a conselheira emocionou-se algumas vezes, o que levou o representante do Ministério Público (MP) a pedir-lhe que se acalmasse.

Segundo a também presidente da Assembleia Geral da Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), o artigo publicado em 2017 colocou o Conselho das Comunidades Portuguesas em causa e motivou uma reunião com o então cônsul português, Vítor Sereno.

“Nenhum facto do artigo é verdadeiro. Foi dado a entender que na altura havia conluio com o cônsul. Por isso, reuni com o cônsul e tivemos de enviar uma carta imediatamente para o Ministério dos Negócios Estrangeiros [do Governo Português] e para o Gabinete de Ligação”, explicou.

Rita Santos relatou ainda que o conselho das comunidades, que funciona na sede da ATFPM, apenas se limita a ajudar idosos e não-falantes de portugueses a marcar deslocações ao consulado para renovar passaportes. A conselheira negou qualquer cobrança pelo serviço e disse desconhecer a origem do valor de 18.000, que o artigo indicava como custo de um passaporte.

MP pede condenação

Nas alegações finais, o MP pediu a condenação de Lam Chong com base em dois argumentos: a ausência de provas nos autos para o conteúdo do artigo e ainda porque o arguido optou por manter o silêncio, em vez de apresentar factos para substanciar o que tinha sido escrito.

No mesmo sentido, também o advogado de acusação, Bruno Nunes, pediu a condenação e sublinhou que Lam Chong havia enlameado o nome dos três conselheiros. “Acusou os conselheiros de cobrarem 18.000 renminbis e deu a entender que havia conluio com o Consulado [de Portugal], sabendo que ia atingir e enlamear o nome dos conselheiros perante a Assembleia Legislativa, Conselho das Comunidades, Governo Português, Assembleia da República e, não menos importante, perante as famílias”, realçou Bruno Nunes.

Por sua vez, o advogado de defesa, Vong Keng Hei, defendeu a absolvição, argumentando não haver provas dos alegados danos cometidos. Além disso, o advogado referiu que os nomes dos conselheiros nunca foram mencionados no artigo.

A decisão ficou agendada para o dia 26 de Abril. Em caso de condenação, Lam Chong arrisca uma pena de prisão até 2 anos ou uma multa de, pelo menos, 120 dias.

Consulado em causa

Uma das questões que levou os conselheiros a apresentar queixa deveu-se aos danos para o nome do Consulado de Portugal em Macau e Hong Kong. A situação foi reconhecida, ontem, por Rita Santos. “Ele [cônsul de Portugal] está ciente da gravidade do artigo, porque fala de conluio com funcionários do consulado. Foi por isso que decidimos avançar com o caso. Queríamos mostrar que era uma pura mentira e que afecta a nossa imagem”, apontou.

28 Mar 2019

AL | Director dos SAFP diz que Macau tem um Governo “íntegro”

[dropcap]A[/dropcap]pesar da ausência de Macau no Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional, o Governo local pode ser considerado como “íntegro”. A ideia foi deixada ontem pelo director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), Eddie Kou em resposta ao deputado Pereira Coutinho que questionava o Governo acerca das medidas a tomar para poder integrar o referido Índice.

Macau saiu do ranking da organização em 2012 por faltarem informações sobre o território. “O Governo não consegue facultar estes dados e também não é exigido que o faça. O Comissariado contra a Corrupção (CCAC) tem feito este trabalho e, como há esta restrição, vamos reforçar as outras vertentes referentes à criação de um Governo íntegro, como a formação e a fiscalização, para melhorar o nível de integridade de Macau”, indica Eddie Kou.

De acordo com o responsável, Macau tem-se mostrado empenhado “no desenvolvimento de um Governo íntegro” e tem mantido “uma atitude de abertura face à avaliação do nível de integridade realizada por entidades internacionais ou organizações não governamentais”. Apesar da posição do território ser pior do que a das regiões vizinhas, o valor de referência destas avaliações é, ainda assim, tido como “positivo”, apontou.

Críticas paralelas

A defesa da existência de um Governo íntegro por parte de Eddie Kou mereceu críticas de Sulu Sou que achou “piada” à classificação, tendo em conta que “o índice de integridade de Macau tem pouco mais pontos do que o das Filipinas tal como a existência dos casos em que os secretários contratam familiares para a função pública”, disse. O deputado pró- democrata fez ainda referência ao recente caso denunciado pelo Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) de abuso poder de um funcionário do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) e ao relatório apresentado ontem (ver Grande Plano) que denuncia condutas fraudulentas de funcionários públicos.

Song Pek Kei levantou também a questão da responsabilização dos infractores. “O relatório do CCAC apresentado ontem deixou a sociedade chocada porque revelou as deficiências do nosso sistema”, pelo que é necessário apurar responsabilidades, apontou.

Em resposta, o director dos Serviços de Administração e Função Pública revelou que “em 2019 serão objecto de revisão o regime disciplinar e o regime de aposentação e cessação e funções cujas matérias estão relacionadas com a responsabilidade administrativa”.

O responsável garantiu ainda que os Serviços têm estado empenhados na promoção de acções de formação de modo a alertar os funcionários para esta matéria.

Do lado do Executivo esteve o deputado Wi Chou Kit que elogiou o trabalho feito pelo Governo. “Os trabalhos anti-corrupção têm melhorado. Os crimes de corrupção estão a diminuir”, sublinhou.

Pereira Coutinho questionou também o Governo acerca do desenvolvimento de um sistema político mais democrático que eleja a maioria dos deputados da AL por sufrágio directo. Para Eddie Kou, Macau tem dado mostras de evolução no sentido da democracia na medida em que, “o número de deputados aumentou de 23 para 33 membros desde a primeira legislatura” e “o número de assentos para os eleitos por sufrágio directo e indirecto aumentou de 8 para 14 e 12 respectivamente”.

28 Mar 2019

AL | Faltam motoristas para os autocarros locais

Os serviços de transportes públicos de Macau estão melhores mas não há motoristas suficientes para acompanhar a crescente demanda. A ideia foi deixada ontem por Raimundo do Rosário na Assembleia Legislativa

 

[dropcap]O[/dropcap]s serviços de autocarros em Macau têm melhorado mas não há motoristas suficientes. “Há falta de condutores”, disse ontem o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, em resposta aos deputados Ella Lei e Au Kam San que questionavam o Governo acerca dos gastos do erário publico para subsidiar as concessionárias de autocarros e os atrasos nos contratos de concessão.

A falta de condutores leva à redução do número de veículos em circulação que, por sua vez, implica a diminuição das receitas vindas da cobrança de tarifas, acrescentou o responsável pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), Lam Hin San.

Raimundo do Rosário apontou exemplos para ilustrar a situação. “Só conseguimos contratar três condutores para a travessia da Ponte HKZM. Macau tem cota, dentro do sistema de autocarros tripartidos que ligam as fronteiras, mas ninguém quer ser condutor e as vagas destinadas aos motoristas de Macau, neste caso, estão a ser preenchidas com profissionais de Hong Kong e do continente”, afirmou.

No bom caminho

Apesar das dificuldades Lam Hin San admite que a qualidade dos transportes públicos de Macau tem sido melhorada. “Olhando para 2011, eram 370 mil passageiros por dia, em 2015 subiu até mais de 500 mil e este ano já foi de 620 mil. Há um aumento de cerca de 100 mil pessoas diariamente”, referiu. Para já o tempo de espera de autocarros é, em média, de 6,6 minutos “e nas paragens mais frequentadas de 3,9 minutos”, disse.

De acordo com o responsável, há ainda que ter em conta o aumento de despesas com este serviço. “Os autocarros ecológicos representam despesas mais elevadas. Os autocarros pequenos estão a ser substituídos por veículos maiores que dão mais despesas. Temos mais carreiras, nomeadamente para a ponte – O 101X funciona 24 h por dia. E é aqui que são gastas as verbas”, explica Lam Hin San.

Já Raimundo do Rosário admite que ainda há melhorias a fazer, mas sublinha que também há muitos avanços. “Ainda temos muitos problemas em relação aos autocarros mas já houve muitos progressos”, rematou o secretário.

 

Vagas por preencher

A falta de recursos humanos é um problema que abrange todos os serviços da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), de acordo com o secretário Raimundo do Rosário. “Desde a entrada em vigor do sistema de recrutamento centralizado que a DSSOPT abriu 39 concursos públicos para preencher 115 vagas”, disse.

Até agora foram preenchidos “cerca de metade dos lugares”. Segundo o secretário, esta situação não permite sequer preencher as vagas dos trabalhadores que se aposentam, e muito menos a aquisição de mais funcionários. Acresce ao problema as despesas tidas com estes processos. “O dinheiro envolvido teve em conta 55 mil candidatos, mas só 14 mil compareceram ao exame.

Foram desperdiçadas mais de 40 mil folhas porque os candidatos não compareceram e até à data não consegui pessoas para preencher as vagas deixadas livres”, disse. “Não consigo contratar mais”, concluiu o Raimundo do Rosário.

28 Mar 2019

AL | Parque de Medicina Tradicional Chinesa quer registar seis produtos até ao final do ano

[dropcap]O[/dropcap] Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa para a Cooperação Guangdong-Macau quer, até ao final do ano, ter um total de seis produtos registados. “Já registámos com sucesso dois produtos, e este ano ainda vamos conseguir registar quatro a seis produtos”, apontou ontem na Assembleia Legislativa a presidente do conselho de administração, Lu Hong.

Em resposta a uma interpelação de Angela Leong, a responsável revelou ainda que actualmente há 119 empresas instaladas na estrutura na Ilha da Montanha, e que 29 são de Macau. Destas, 19 são empresas novas e dez já exerciam actividade na área da medicina tradicional antes de se mudarem para a Ilha da Montanha.

Durante a sessão de ontem, a deputada Agnes Lam questionou o facto de apenas cinco por cento dos trabalhadores do Parque serem de Macau quando “mais de 600 estudantes estão a frequentar cursos de licenciatura e de mestrado nesta área”. Em resposta, Lu Hong afirmou que não conhecia esses dados. “Só sei que a Universidade de Ciência e Tecnologia (MUST) forma anualmente 20 a 30 mestres chineses”, apontou.

28 Mar 2019

AL | Incineradora pode vir a processar 200 toneladas de resíduos por dia

[dropcap]A[/dropcap] nova central de incineração de resíduos sólidos em Coloane pode vir a processar cerca de 200 toneladas por dia de resíduos alimentares produzidos no território.

A informação foi sublinhada ontem pelo responsável pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, Raymond Tam, na Assembleia Legislativa (AL) numa sessão plenária de respostas a interpelações. Este processamento representa a destruição de cerca de metade dos resíduos alimentares produzidos em Macau que se cifra, diariamente, entre as 300 e as 400 toneladas.

“O volume de resíduos alimentares é de facto bastante elevado para o seu tratamento, não podemos adoptar só uma solução: adoptamos o tratamento in loco e também centralizado. Promovemos a cultura da reciclagem junto da população para resolver este problema”, referiu ainda o responsável.

Para combater o excesso de resíduos alimentares e promover o seu processamento, o Governo vai ainda lançar um programa de subsídios dirigido aos restaurantes e hotéis e destinado à aquisição de equipamentos de processamento deste tipo de resíduos.

28 Mar 2019

DICJ: Mais de 550 pessoas impedidas de entrar em casinos desde 2017

Desde 2017, mais de 550 pessoas foram impedidas de entrar nos casinos, apontou o responsável pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) Paulo Martins Chan. A implementação do sistema de reconhecimento facial nas câmaras de videovigilância que estão a ser instaladas, representa uma ajuda às autoridades no combate à criminalidade associada ao sector

 

[dropcap]”D[/dropcap]esde 2017 e até ao presente, mais de 550 indivíduos foram interditos de entrar nos casinos, em virtude da violação das normas em vigor”, disse ontem Paulo Martins Chan, responsável pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), na sessão plenária de respostas a interpelações na Assembleia Legislativa (AL).

A informação foi dada ao deputado Leong Sun Iok numa questão relacionada com os crimes praticados no âmbito do jogo. Leong queria saber que medidas têm sido implementadas para prevenir a criminalidade associada ao sector.

Paulo Martins Chan recordou que o combate ao crime associado ao jogo conta com a actuação de patrulhas 24 horas por dia. “Temos patrulhas a actuar 24 h, compostas por quatro grupos de fiscais. Além destes grupos temos mobilizado pessoal de outros departamentos para um quinto grupo de patrulha para reforçar a nossa capacidade de resposta no Cotai”, apontou.

O responsável actualizou ainda os números dos crimes de burla por troca de moeda e de agiotagem. “Entre Janeiro e Fevereiro foram capturadas 87 pessoas e seis já foram encaminhadas para o Ministério Público”, disse. A DICJ procede ainda a uma média de 14 operações de combate a este crime por mês, acrescentou.

No que respeita à agiotagem, a politica definida vai no sentido da acção imediata em que “uma vez recebida a queixa, actua-se no primeiro minuto”. A medida faz parte de um plano que permite a identificação de agiotas “in loco” na medida em que muitos destes infractores actuam directamente nas mesas de jogo. “Nos primeiros dois meses, descobrimos 8 casos destes”, apontou.

Ajuda do céu

Também para ajudar no combate à criminalidade associada ao jogo, o representante das forças de segurança que acompanhou ontem Paulo Martins Chan à sessão plenária da AL, sublinhou a importância das câmaras de videovigilância e concretamente do sistema de reconhecimento facial.

A quarta fase da instalação de câmaras de videovigilância no território representa também a instalação do sistema de reconhecimento facial. “Com a conclusão da terceira fase de instalação de câmaras é possível estudar a questão do reconhecimento facial e a quarta fase vai ter em conta as câmaras com este efeito de reconhecimento”, disse. “Com este sistema conseguimos também fiscalizar os casinos de Macau e vamos também reforçar a nossa competência de investigação criminal”, rematou.

Recorde-se que na apresentação das Linhas de Acção Governativa para este ano, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, sublinhou a intenção de implementar o sistema de reconhecimento facial no território através das câmaras de videovigilância dentro da operação “Olhos no céu”. O projecto lançado há dois anos, tem quatro fases, englobando um total de 1620 câmaras de videovigilância a instalar até Março de 2020.

De acordo com dados dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), encontra-se actualmente em curso a quarta etapa relativa à colocação de 800 câmaras em lugares isolados e de risco. A primeira etapa versou sobre as zonas em torno das fronteiras (219), a segunda sobre as principais vias rodoviárias (263), enquanto a terceira fase de instalação de câmaras (338), concluída em Junho último, teve como alvo os pontos turísticos, infra-estruturas críticas e os denominados ‘pontos negros’ da segurança.

28 Mar 2019

Governo: Comissão da chefe da delegação da RAEM em Pequim não foi renovada

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, reagiu ontem ao relatório do CCAC em comunicado oficial referindo que a comissão de serviço da chefe da delegação da RAEM em Pequim não foi renovada, após a instauração de um processo disciplinar interno.

No mesmo comunicado, Chui Sai On defende que “os funcionários públicos devem ter como motivação o serviço à sociedade, exercendo as suas funções com integridade e no cumprimento da lei, devendo as chefias dar o exemplo”. “Conforme informações do CCAC, todos os casos de crime já entraram em processo judicial, havendo mesmo para alguns deles decisão dos tribunais.

Relativamente aos casos da Provedoria de Justiça, os respectivos serviços já foram informados e alguns já corrigiram as falhas ou melhoraram os procedimentos. Entretanto, os responsáveis máximos dos serviços ou secretários da tutela vão considerar, de acordo com a situação concreta, se existe matéria para a instrução de processos disciplinares às pessoas envolvidas”, lê-se ainda na resposta.

28 Mar 2019

Contratações ao exterior | CCAC contra “atitude conservadora”

[dropcap]O[/dropcap] relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) relativo a 2018 menciona a investigação às irregularidades com os processos de fixação de residência por investimento coordenados pelo Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM).

Neste sentido, o organismo liderado por André Cheong defende que o Executivo deve deixar de lado práticas mais conservadoras no que diz respeito à contratação de quadros qualificados no exterior.

“No desenvolvimento de Macau não se pode rejeitar a recepção de profissionais qualificados do exterior. Ter uma atitude conservadora ou optar por permanecer num mercado fechado relativamente à política de quadros qualificados corresponde a abdicar de competitividade por iniciativa própria”, lê-se no documento, que defende uma melhoria das leis vigentes nesta área.

Isto porque “não se pode pôr em causa o resultado do regime ou até negar o seu significado devido à existência actual de alguns problemas na apreciação dos processos”.

28 Mar 2019

Leal Senado | Antigo IACM pagou contas de um prédio que não era seu

[dropcap]O[/dropcap] relatório do CCAC contempla também um caso relativo a um prédio habitacional localizado ao lado do edifício que alberga o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM).

O organismo liderado por André Cheong concluiu que o antigo IACM pagou despesas relacionadas com a administração do prédio que não lhe competiam, na ordem das 300 mil patacas. Tal aconteceu pelo facto de nunca ter sido nomeada uma administração para o edifício.

“Devido ao facto de que o antigo Leal Senado possuía, antigamente, a maioria dos fogos habitacionais do prédio, o mesmo organismo foi encarregado pelos restantes moradores para a administração daquele parque de estacionamento. No entanto, com o decorrer do tempo, o IACM possui actualmente apenas uma pequena quantidade dos fogos habitacionais do prédio.”

Nesse contexto, e tendo em conta a ausência de administração, “o IACM continuou a prestar apoio na administração do parque de estacionamento, cobrando mensalmente aos utentes dos lugares de estacionamento um montante fixado para o pagamento de água e electricidade, bem para as despesas para manutenção dos equipamentos”.

O CCAC concluiu que o edifício nunca foi do IACM nem do Governo, “mas sim uma propriedade comum dos proprietários do prédio”. De acordo com o Código Civil em vigor, “as responsabilidades de administração, reparação e segurança devem ser assumidas conjuntamente pelos proprietários do prédio, não devendo o IACM ‘pagar a conta’ para o funcionamento do parque de estacionamento com dinheiro público”.

A situação ficou resolvida o ano passado, com o antigo IACM a pôr termo ao seu papel de administrador. Além disso, o organismo “prestou esclarecimentos aos restantes proprietários relativamente às despesas de reparação pagas para o parque de estacionamento ao longo dos anos, com vista a recuperação das respectivas verbas”.

28 Mar 2019

CCAC | Contratações no CPTTM revelam nepotismo

[dropcap]U[/dropcap]m dos casos investigados pelo CCAC, e revelado no relatório de 2018 ontem divulgado, diz respeito à política de contratações do Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau (CPTTM), tendo sido verificadas “situações de nepotismo e de gestão irregular”, que existiam “há vários anos”.

“A prática inicial de recrutamento do CPTTM era demasiado arbitrária, e a proporção dos trabalhadores que tinham, entre si, relações familiares era demasiado alta, tudo isto suscita inevitavelmente suspeitas por parte do público relativamente a actos de nepotismo”, lê-se no relatório ontem divulgado.

O CCAC chegou à conclusão que a maior parte dos funcionários contratados por este organismo eram familiares. “Até Abril de 2017, existiam 101 trabalhadores no CPTTM. Destes, 16 tinham relações familiares entre si, nomeadamente de pai-filho, pai-filha, cônjuge, irmãos e irmãs entre outras, sendo que três deles já se desvincularam do serviço.”

Além disso, havia falta de documentação sobre estas contratações, uma vez que o organismo “não conseguiu fornecer ao CCAC documentos relativos à contratação de alguns trabalhadores, nem mesmo as propostas de contratação e os respectivos despachos”.

O CCAC concluiu também que durante vários anos o CPTTM “não realizava concursos públicos nem divulgava ao público informações relativas ao recrutamento, e os procedimentos de recrutamento realizavam-se através de recomendações por parte do seu pessoal interno”.

Dessa forma, “os procedimentos de recrutamento eram bastante arbitrários”, uma vez que um gerente de gabinete “não só podia decidir quais os candidatos a emprego que poderiam participar nas avaliações de recrutamento, mas também podia decidir aproveitar-se apenas das entrevistas sem realizar provas escritas ou testes de aptidão profissional”.

Também não havia regras relativamente ao pagamento de salários dos trabalhadores. “A remuneração e regalias de trabalhadores eram decididas pela direcção do CPTTM após consideração global de vários factores. Tudo isto demonstra que o poder discricionário exercido é significativamente excessivo.”

Após a análise efectuada em 2017, o CCAC chegou à conclusão de que o CPTTM poderia ainda melhorar alguns aspectos do seu funcionamento, “nomeadamente o não estabelecimento de um regime de impedimentos no regulamento interno que regula as acções de recrutamento, e que este facto pode aumentar o risco de aparecimento de situações de conflito de interesse”.

28 Mar 2019

Partidos anti-governamentais anunciam coligação para formar governo na Tailândia

[dropcap]O[/dropcap]s principais partidos anti-governamentais da Tailândia anunciaram hoje a intenção de formar Governo, três dias depois das primeiras eleições legislativas realizadas desde o golpe de Estado de 2014 e antes da divulgação dos resultados oficiais.

Líderes e membros das comissões executivas de sete partidos que se opõem à junta militar, que governou o país asiático nos últimos cinco anos, anunciaram um Governo de coligação numa conferência de imprensa conjunta em Banguecoque.

Sudarat Keyuraphan, o líder da principal formação da oposição, o partido Pheu Thai (Para os Tailandeses), disse que a coligação conta com 255 assentos, o que representa a maior parte das 500 cadeiras da câmara baixa do Parlamento, mas tem poucas hipóteses de nomear o primeiro-ministro devido ao quadro legal concebido pelo regime militar.

“É evidente que os partidos pró-democracia têm o mandato do povo nestas eleições e tentaremos impedir a continuação do regime da junta” militar, acrescentou Sudarat Keyuraphan.

O Pheu Thai é um partido próximo do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto num golpe em 2006 e actualmente no exílio e cujos partidos políticos venceram todas as eleições realizadas desde 2001, graças às suas políticas sociais, mas que se opõe à elite de Banguecoque.

O Anakot Mai (Novo Futuro), a terceira força mais votada no domingo, e cinco outros partidos – incluindo duas outras formações próximas de Shinawatra – juntaram-se ao Pheu Thai .

Embora a coligação antigovernamental criada hoje possa ter uma maioria de assentos na câmara baixa, a eleição do primeiro-ministro também dependerá do voto dos 250 membros do Senado, escolhidos pela junta militar e que, em princípio, optarão pelo ex-general e primeiro-ministro Prayut Chan-ocha, autor do golpe de 2014 e candidato do partido Palang Pracharat.
Diante do anúncio da coligação, o Palang Pracharat declarou que era seu o dever formar o novo Governo, já que teria obtido mais votos no último domingo.

As tensões entre os dois lados ocorrem após a Comissão Eleitoral adiar na segunda-feira o anúncio dos resultados definitivos – depois de assegurar que o Pheu Thai é líder em número de assentos eleitos -, afirmando que pode anunciá-los até 9 de Maio.

27 Mar 2019

Fundador da Air Asia admite instalação de base em Macau

[dropcap]O[/dropcap] fundador da transportadora aérea Air Asia considerou hoje a possibilidade de criar uma base em Macau da maior companhia de baixo custo na região para servir clientes chineses.

Em entrevista ao jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP), Tony Fernandes afirmou que “entrar na China pode ser através de Macau”, o que torna a Air Asia a primeira companhia aérea a preparar-se para apostar no território após os 25 anos de monopólio da Air Macau, que terminam em 2020.

“Não temos que estar na China continental, mas estar em Macau é como estar na China”, afirmou o director executivo da Air Asia, de ascendência portuguesa, numa conferência sobre investimento realizada em Hong Kong.

Uma base em Macau, o primeiro apoio na China para a transportadora com sede em Kuala Lumpur desde o seu serviço inaugural em 2004, facilitará o acesso para os passageiros chineses.
Tal base serviria também para testar a adesão da Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, um projecto de criação de uma metrópole mundial que envolve as regiões administrativas especiais chinesas de Hong Kong e de Macau, e nove cidades [Cantão, Dongguan, Foshan, Huizhou, Jiangmen, Shenzhen, Zhaoqing, Zhongshan e Zhuhai] da província de Guangdong, no sul da China.

No total, nesta região habitam cerca de 70 milhões de habitantes e possui um Produto Interno Bruto que ronda os 1,3 biliões de dólares, maior que o PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20.

Actualmente, a Air Asia voa para quatro destinos da região da Grande Baía: Hong Kong, Macau, Shenzhen e Cantão, e está aberta à possibilidade de obter um certificado para operar uma companhia aérea em Macau, disse Fernandes.

“Se a possibilidade surgir [de ter uma base em Macau], sim, isso é outra forma” de chegar ao mercado chinês, acrescentou.

As operações da Air Asia atravessam toda a região e incluem Malásia, Tailândia, Indonésia, Filipinas, Índia e Japão. A companhia também concordou lançar uma unidade de baixo custo no Vietname.

A transportadora é a segunda maior utilizadora do aeroporto de Macau, onde ocupa 15% das faixas horárias, com voos provenientes da Malásia, da Tailândia e das Filipinas, com 102 partidas marcadas todas as semanas. Só a Air Macau tem presença maior, controlando dois quintos das faixas horárias.

“Macau tem um lugar muito especial no meu coração. Acreditaram em nós quando não éramos nada”, disse. A companhia voa para 18 destinos na China, “o que prova que a aviação na China é um mercado aberto”, acrescentou.

A Air Asia também se prepara para lançar, em Macau, serviços em terra: ‘check-in’, embarque e bagagens, o que permitirá uma redução de custos de operação.

A transportadora de baixo custo está ainda a preparar-se para vender viagens em transportes locais, como autocarros, ‘ferries’ e comboios, o que lhe permitirá aproveitar as vantagens da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, a maior travessia marítima do mundo, bem como do comboio de alta velocidade que deverá ligar toda a região, indicou o SCMP.

27 Mar 2019

Fórum Macau coloca formação e cultura nas prioridades da relação com a CPLP

[dropcap]O[/dropcap] Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau) colocou hoje a formação de recursos humanos e o intercâmbio cultural entre as prioridades para 2019.

Falando no final de uma reunião, a secretária-geral do secretariado permanente do Fórum Macau, Xu Yingzhen, explicou que o encontro visou realizar um balanço dos trabalhos efectuados em 2018 e aprovar o programa de actividades para este ano, tendo sido definidas cinco áreas prioritárias.

Em 2019, os principais objectivos do Fórum Macau vão centrar-se na promoção do comércio e do investimento, fomento da cooperação na capacidade produtiva, formação de recursos humanos, intercâmbio cultural entre a China e os países de língua portuguesa, bem como no apoio à construção de Macau enquanto plataforma entre a China e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Criado em 2003 por Pequim, o Fórum Macau tem um secretariado permanente, reúne-se a nível ministerial a cada três anos e integra, além da secretária-geral, Xu Yingzhen, e de três secretários-gerais adjuntos, oito delegados dos países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).

Os mais recentes dados publicados pelo Fórum Macau indicam, de acordo com as estatísticas dos serviços da alfândega chineses, que em 2018 as trocas comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa foram de 147.354 milhões de dólares americanos, um aumento de 25,31% em relação ao ano anterior.

27 Mar 2019

Manel Cruz quis reencontrar o fulgor da composição e descobriu uma “Vida Nova” em álbum

[dropcap]A[/dropcap] procura da sensação de “pica” de criar músicas guiou Manel Cruz até ao primeiro disco em nome próprio, “Vida Nova”, um “álbum de canções” que reflecte temas como criatividade e simplicidade, disse, em entrevista à Lusa.

Apesar de estar “habituado à pressão”, de que também chegou a “fugir”, apesar de ir mostrando ‘singles’ ao longo dos últimos meses, as questões logísticas de “planeamento do lançamento e dos concertos” levaram a alguns adiamentos do novo álbum, num “ajuste” que teve sempre em mente “o disco ficar o melhor possível”.

Com data de lançamento marcada para 5 de Abril, pela Turbina, “Vida Nova” surge, também, da “grande motivação para voltar a fazer alguma coisa” que lhe passou pelo “’manager’ e amigo Pedro Nascimento”.

A isso juntou-se, na produção, Manuel dos Reis, que gravou o disco no Estúdio do Pátio, antes de os dois o misturarem no estúdio Sá da Bandeira, mas também Nico Tricot, que, com Eduardo Silva e António Serginho, tratou dos arranjos do disco.

Com um título “banal”, mas nem por isso menos intencional, o álbum está carregado “de um sentimento de que está tudo a começar”, afirmou.

“Há sempre uma ideia associada à idade e ao envelhecimento, de apodrecimento, mas no fundo também todos esperamos que os frutos estejam maduros para os comer. (…) Nesse sentido, foi muito importante conseguir sentir que ainda estou aqui. Que tenho coisas para dizer, coisas para dar, e vontade de brincar, acima de tudo. O título é também uma declaração de intenções, porque não tem mal sermos simples”, disse à Lusa.

Ao nível instrumental, o longa duração tem um grande uso do ‘ukulele’, antes de outros músicos, e outros instrumentos, pontuarem as várias canções, numa “auto-proposta” que se prende com um interesse em “redescobrir a paixão e o encanto”, para permitir maior liberdade na descoberta.

Também a ordem das faixas, uma “feliz coincidência”, permite contar uma “narrativa que, de alguma maneira, ilustra todo o processo”.

“Foi quase como sorte, penso eu que foi sorte. A primeira música [‘Como um bom filho do vento’], por exemplo, foi a primeira que me aliciou no processo”, contou.

Por seu lado, as letras trazem desta vez “uma mensagem mais evidente e se calhar mais simplista”, com uma “aproximação à vida e ao processo” pessoal do músico, como em “Beija-flor”, uma faixa “que fala da inspiração e da naturalidade, ou não, desse processo, com o paralelo a um animal que vai à flor sem questionar nada”.

“Encaro este disco de forma mais clássica, de ser um disco de canções, sem o lado experimentalista na raiz, mas mais na forma como se fazem as coisas. Ser mais ou menos poético depende da maneira como vês as coisas. (…) Também eu estou agora a interpretar as razões pelas quais fiz como fiz. Estava tão dentro do processos que nem estava a pensar sobre isso”, comentou.

Apesar do título, a “Vida Nova” não é um renegar do que está para trás nem “a felicidade”, mas antes “o passado, presente e futuro tudo junto”, tendo “mais a ver com a paz do que propriamente sentimentos épicos de felicidade e ambição”, aproveitando antes “o tempo para a frente, que à partida será menos” do que já passou para o músico de 43 anos.

Se a “diversão” é muito “a realização artística” que pretende atingir, a nova vida é, então, “o ânimo de voltar à carga e enfrentar tudo isso, mais do que pensar no passado como mau e que agora é que vai ser”.

Várias das músicas do disco, como “Ainda não acabei” ou “Cães e Ossos”, passaram já pelos vários concertos que Manel Cruz foi dando, e essa presença “influencia, porque a vida é também um palco”.

“Tu és sempre actor de uma ideia de ti próprio, de um todo, quer sejas um actor convicto ou a fugir disso. O palco é um momento em que tens hipótese de representar de facto. (…) O palco é, depois, uma forma bruta e imediata de te colocar face à questão do poder, por exemplo. É um objecto muito delicado. As pessoas querem que estejas ali, são elas que querem, tu não questionas porque é que estás lá”, reflectiu.

“Vida Nova” é, assim, um “disco mais convencional face ao panorama”, mais “clássico numa certa perspectiva, em que o experimentalismo e a vontade de procurar alguma coisa nova tem mais a ver com determinados pormenores e aspectos”, e por isso o disco “poder-se-á dizer normal”.

“Num momento em que há tanta coisa, do mais simples ao mais sofisticado e revolucionário, continua a haver espaço para um disco de canções, e agradou-me essa ideia de fazer isso, só”, disse à Lusa.

Enquadrado no plano é a reorganização da vida “para ter mais espaço de liberdade”, assumindo os concertos “como forma de subsistir”, mas “com prazer”, e poder ter mais tempo para criar mas também “beber finos ao fim da tarde, estar com os filhos e os amigos”.

27 Mar 2019

CCAC revela abuso de poder cometidos por funcionários públicos

O relatório do Comissariado contra a Corrupção relativo ao ano passado é claro: não só há mais crimes de abuso de poder e burla cometidos por funcionários públicos, como aumentaram as burlas com pedidos de subsídios públicos. Foram detectadas situações de roubo de computadores ou pagamento de despesas ligadas a um caso extraconjungal de um funcionário público

 

[dropcap]A[/dropcap]pesar do discurso político apontar para a necessidade de uma melhor conduta por parte dos funcionários públicos, a verdade é que o número de casos relacionados com burlas ou abuso de poder dentro da Administração não pára de aumentar.

A conclusão é do relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), relativo ao ano de 2018, que foi ontem divulgado. No documento, lê-se que, apesar da diminuição do número de casos de corrupção passiva e de recepção de vantagens praticados pelos trabalhadores da Função Pública, “registou-se um aumento no número de casos de crimes de burla, de falsificação de documento, de abuso de poder, entre outros, praticados pelos mesmos, especialmente casos em que alguns dirigentes de determinados serviços públicos violaram a lei penal por terem abusado do seu poder para fins particulares através do aproveitamento de funções”.

Neste contexto, o organismo liderado por André Cheong defende que é necessário “reforçar as acções de sensibilização para elevar a consciência dos trabalhadores da Função Pública face à necessidade de observância da disciplina e cumprimento da lei, bem como de adopção de uma conduta ética”.

Outro dos pontos denunciados pelo relatório diz respeito ao aumento de infracções ligadas a subsídios públicos. “Relativamente aos casos de obtenção fraudulenta de subsídios atribuídos pelo Governo, deparamo-nos com uns primeiros sinais de um rápido crescimento”, defende o CCAC, que estabelece a correlação com o facto de o Executivo ter vindo a criar, nos últimos anos, cada vez mais apoios deste género, tendo em conta o desenvolvimento económico.

“Em 2018, o CCAC investigou vários casos relativos à obtenção fraudulenta de subsídios atribuídos pelo Governo, incluindo, nomeadamente, casos criminais de obtenção fraudulenta dos subsídios concedidos pelo Fundo para a Protecção Ambiental e a Conservação Energética, e pelo Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo, o que demonstra a necessidade de se adoptarem normas e mecanismos de fiscalização mais rigorosos, no âmbito da atribuição de subsídios pelos serviços públicos.”

Traição paga

Um dos últimos casos investigados pelo CCAC, em Dezembro, diz respeito a despesas pessoais pagas pelo Executivo a um funcionário da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), no âmbito de uma relação extraconjungal mantida pelo próprio.

Tudo partiu de uma denúncia. “Um ex-dirigente da DSPA tinha uma relação íntima com uma colega do mesmo serviço e arranjava sempre deslocações ao exterior em missão oficial de serviço em que ambos participavam.”

Nesse contexto, ambos realizaram uma viagem a Portugal, em 2013, que “não tinha qualquer relação com os trabalhos da responsabilidade da referida colega”, além de que “o ex-dirigente em causa prolongou propositadamente a agenda da referida deslocação dos envolvidos sem que se verificasse oficialmente qualquer necessidade”. “As respectivas despesas de hospedagem, alimentação e ajudas de custo foram pagas pelo Governo da RAEM”, concluiu o CCAC.

Outro caso diz respeito a um dirigente da Delegação da RAEM em Pequim suspeito de “praticar vários actos ilegais através do aproveitamento das suas competências funcionais”. O caso, que está a ser investigado pelo Ministério Público, centra-se no pedido de subsídio de deslocação por parte do suspeito “durante muitos anos”, quando vivia no edifício da delegação.

O dirigente aproveitou “dois escritórios da delegação para ali pernoitar, tirando igualmente partido de dinheiros públicos para ali instalar equipamentos para a sua vida diária e uso pessoal, nomeadamente chuveiro, aquecedor de água, máquina de lavar e secar roupa, entre outros”.

Além disso, “foi descoberto ainda que o referido dirigente deu instruções ao motorista oficial da delegação para levar familiares e amigos seus para visitar alguns lugares famosos, exigindo ao referido motorista que efectuasse o pagamento prévio das despesas de alimentação dos seus familiares e amigos durante as visitas, e aprovando, posteriormente, o reembolso daquelas despesas como se tratando de despesas efectuadas em missão oficial de serviço”.

O computador roubado

Outro exemplo de infração revelado pelo relatório do CCAC versa sobre o roubo de material informático por parte de um trabalhador da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau (DSFSM). “No decorrer da investigação, foi admitido que por não possuir nenhum computador em casa, o funcionário se aproveitou das suas funções para levar para casa os equipamentos informáticos pertencentes ao património do serviço, apropriando-se dos mesmos.”

De frisar que estes aparelhos continham documentos confidenciais de vários serviços públicos.
Numa resposta emitida ontem, a DSFSM adiantou que o referido funcionário foi suspenso de imediato, estando a ser alvo de um processo disciplinar. O computador roubado continua “alguns ‘execution files’ de programas de aplicação pertencentes aos diversos departamentos das forças de segurança, bem como alguns documentos reservados”. Contudo, o trabalhador “não tinha competências e palavras-passes para o acesso aos respectivos documentos”. A ocorrência levou ao reforço do sistema de vigilância.

Taxista nas horas vagas

Outro episódio fraudulento patente no relatório da entidade fiscalizadora incide sobre um funcionário dos Serviços de Alfândega (SA) que conduzia um táxi a tempo parcial. Em resposta, os SA afirmam que “abriram imediatamente o procedimento interno de investigação disciplinar e investigaram o caso de acordo com a lei, tendo sido proposta uma punibilidade pela prática do acto ilegal e infracção disciplinar”.

No mesmo comunicado dos SA, lê-se que “o caso se encontra, neste momento, em fase final de decisão”, e que “os resultados serão anunciados posteriormente”.

Um outro funcionário dos SA foi também suspeito de usar um documento falsificado para se candidatar a habitação social e obter o subsídio de residência. Os SA esclarecem que o trabalhador foi demitido em 2011 por faltas injustificadas, tendo, em 2016, apresentado “o requerimento de reabilitação para ser convertida em aposentação compulsiva a pena de demissão”. No comunicado, os SA esclarecem que, quando o verificador alfandegário cometeu os actos suspeitos, “já estava desligado do serviço”.

Melhorar a lei

Tendo em conta estes casos, o CCAC volta a repetir uma sugestão já feita no passado, que aponta para a necessidade de melhorar a aplicação das leis vigentes e procedimentos. O organismo considera que o conceito de “observância da disciplina e cumprimento da lei” dos trabalhadores da função pública “tem de ser intensificado, e a consciencialização relativa à ‘integridade e dedicação ao público’ do pessoal de direcção e de chefia deve também ser reforçada, não devendo os mesmos aproveitar-se, directa ou indirectamente, das suas funções e poder em prol dos seus interesses pessoais”.

As investigações mostraram que existem “problemas relacionados com a aplicação não rigorosa da lei e a falta de supervisão por parte de alguns serviços públicos se destacam, merecendo uma grande atenção pelo Governo”.

27 Mar 2019

Donald Tusk não concebe cimeira UE-China sem direitos humanos na agenda

[dropcap]O[/dropcap] presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse hoje perante o Parlamento Europeu que não concebe que a questão dos direitos humanos não seja incluída na agenda da próxima cimeira União Europeia-China, agendada para 9 de Abril em Bruxelas.

“Não posso imaginar não termos direitos humanos na agenda. Posso ser antiquado, mas ainda penso que direitos humanos são pelo menos tão importantes quando o comércio”, declarou Tusk, num debate no hemiciclo de Estrasburgo sobre o Conselho Europeu celebrado na semana passada em Bruxelas.

As relações com a China foram um dos principais pontos na agenda da cimeira de chefes de Estado e de Governo da UE, tendo hoje Tusk explicado que “era crucial acordar uma abordagem europeia coordenada”, pois, “além da cimeira UE-China do próximo mês, haverá outras reuniões e cimeiras com os líderes chineses”.

Segundo o presidente do Conselho Europeu, a UE vai propor à China uma “cooperação ambiciosa em questões bilaterais e globais, incluindo no comércio”.

27 Mar 2019

China afasta ex-chefe da Interpol de cargos públicos e do Partido Comunista

[dropcap]A[/dropcap] China anunciou hoje o afastamento do o ex-chefe da Interpol de cargos públicos e do Partido Comunista, depois de, em Novembro passado, ter confirmado que Meng Hongwei estava a ser investigado por suspeitas de corrupção.

Meng, que foi eleito presidente da maior organização policial do mundo em 2016, viu o seu mandato de quatro anos interrompido após ser detido sem aviso prévio pelas autoridades chinesas, em Setembro passado, durante uma viagem à China. Ele era também era um dos vice-ministros de Segurança Pública da China.

A Comissão Central de Inspecção e Disciplina do Partido Comunista Chinês (PCC) revelou que uma investigação concluiu que Meng cometeu “graves violações da lei” e falhou em cumprir princípios do partido e implementar decisões do partido.

A mais ampla e persistente campanha anti-corrupção na história da China comunista, lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após ascender ao poder, em 2013, puniu já mais de um milhão e meio de funcionários do PCC.

Além de combater a corrupção, a campanha tem tido como propósito reforçar o controlo ideológico e afastar rivais políticos, com as acusações a altos quadros do regime a incluírem frequentemente “excesso de ambição política” ou “conspiração”.

O comunicado do órgão anti-corrupção máximo do PCC detalha que Meng abusou do seu poder para satisfazer o “estilo de vida extravagante” da sua família.

Meng “aceitou subornos e é suspeito de infringir a lei”, anunciou o ministério chinês de Segurança Pública, em Outubro passado. A escolha de Meng para chefiar a Interpol foi na altura celebrada por Pequim, que tem vindo a reforçar a sua presença em organizações internacionais.

O anúncio de hoje surge depois de, na semana passada, a sua mulher, Grace Meng, ter apelado ao Presidente francês, Emmanuel Macron, que abordasse a detenção do marido com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, durante a visita de Estado a França, que terminou na terça-feira.
Meng perdeu o contacto com a família depois de embarcar num avião para a China em 25 de Setembro passado.

Depois de vários dias de silêncio sem que a família recebesse notícias de Meng e face à pressão internacional, a China confirmou a detenção. Em 21 de Novembro, a Assembleia Geral da Interpol decidiu substituir Meng pelo sul-coreano Kim Jong Yang.

A organização recebeu no dia 7 de Outubro uma carta de renúncia e uma comunicação de Pequim informando que Meng não seria o delegado da China naquele organismo.

27 Mar 2019

Cathay Pacific anuncia compra da HK Express

[dropcap]A[/dropcap] companhia aérea de Hong Kong Cathay Pacific anunciou hoje a compra da empresa de aviação de baixo custo HK Express, que pertence ao conglomerado chinês Hainan Airlines Group (HNA), no valor de 558 milhões de euros.

A maior companhia aérea da antiga colónia britânica vai adquirir 100% da HK Express, que se tornará uma subsidiária da Cathay Pacific, numa operação que deve ser concluída até 31 de Dezembro de 2019.

“A transacção representa uma maneira atraente e prática para o Cathay Pacific Group de apoiar o desenvolvimento e o crescimento de longo prazo dos seus negócios de aviação e melhorar a sua competitividade”, apontou a empresa em comunicado.

A HK Express faz parte do HNA, juntamente com cinco transportadoras de baixo custo da China continental: a Air Guilin, a Beijing Capital Airlines, a Lucky Air, a Urumqi Air e a West Air.

Este acordo surge numa altura em que o conglomerado chinês tem vindo a apresentar avultadas dívidas devido à alienação de activos, como a compra de imóveis em Nova Iorque e a o investimento em acções do Deutsche Bank, no ano passado.

De acordo com a imprensa local, o conglomerado também está tentar vender quase um terço da sua participação na Hong Kong Airlines, um plano que foi suspenso no ano passado após a morte súbita do co-presidente da HNA, Wang Jian.

A partir de agora, três das quatro companhias aéreas de Hong Kong serão controladas pela Cathay Pacific, deixando o grupo com o controlo de quase metade dos slots de pista no Aeroporto Internacional de Hong Kong.

No início do ano easyJet e Cathay Pacific estabeleceram uma parceria para voos de ligação. A 22 de Janeiro, a easyJet anunciou que chegou a acordo com a Cathay Pacific, passando esta companhia aérea a ser o novo parceiro da transportadora de baixo custo, no âmbito do seu serviço exclusivo de ligações ‘Worldwide by easyJet’.

27 Mar 2019