Hoje Macau SociedadeDemolição | DSPA atenta a possíveis resíduos de amianto em estaleiro [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) emitiu ontem um comunicado onde afirma estar atento a um possível caso de proliferação de amianto e outros resíduos numa demolição ilegal na avenida Padre Tomás Pereira, na Taipa. “A DSPA está muito atenta ao caso de suspeita de amianto e poeiras produzidas pelas obras de demolição realizadas num lote” na referida morada. A DSPA foi notificada do caso e enviou pessoal ao local, tendo “ordenado a cessação imediata das obras porque concluiu-se que a licença de obra para a mesma não havia sido solicitada”. Este trabalho de fiscalização foi feito pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes. “A DSPA vai continuar a acompanhar a fiscalização das obras posteriores e destacar pessoal para a inspecção em conjunto com os serviços competentes, bem como continua a monitorizar o estado atmosférico, mantendo contacto com as escolas e residentes das proximidades, de modo a fornecer as últimas notícias do acompanhamento.”
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeAcção social | Pedida alteração do modelo de financiamento de associações A deputada Chan Hong pede que o Executivo reveja o modelo de financiamento das associações de cariz social que foi adoptado em 2015. Chan Hong considera que uma grande parte das despesas que estas associações têm ainda não está incluída no plano implementado [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]han Hong, deputada à Assembleia Legislativa (AL), lança um alerta sobre o actual modelo de financiamento das associações privadas que providenciam serviços na área social. Numa interpelação oral, a deputada exige mudanças no plano de subsídios implementado em 2015. “Atendendo às transformações do ambiente social e do mercado laboral, e ao aumento contínuo dos custos operacionais, o Governo deve estudar e rever o novo regime de financiamento implementado há dois anos, elevar as garantias do pessoal e a qualidade dos serviços das associações cívicas de serviço social e reforçar o respectivo desenvolvimento. Vai fazê-lo?”, questionou. Chan Hong fala de uma segunda fase do apoio financeiro que deveria incluir mais despesas actualmente suportadas pelas associações deste sector, sem que, no entanto, tenha havido alterações desde 2015. “Quando as instituições sociais concretizaram este novo regime [de apoios financeiros] detectaram muitas insuficiências. No início referiu-se a parte da contabilidade, as regalias do pessoal, as acções de formação, as rendas das instalações de prestação de serviços e as despesas de administração seriam incluídas na segunda fase de apoio financeiro, só que até ao momento não há nenhuma notícia sobre isso.” Salários congelados A deputada frisa ainda a difícil situação vivida pelas associações do sector privado, que não conseguem aumentar os ordenados dos funcionários, o que faz com que estes optem por trabalhar na Função Pública. “Com o novo regime de apoio financeiro implementado em 2015, o âmbito de financiamento foi alargado, mas, na realidade, o salário dos trabalhadores da área dos serviços sociais não sofreu um aumento nem uma actualização. Basicamente, nos últimos dois anos, tem-se vivido uma situação de ‘congelamento’, e as instituições sociais cívicas dificilmente conseguem reter talentos profissionais.” Chan Hong diz mesmo que o Governo compete de forma desigual com estas associações. “O Governo tem vindo a competir com as instituições sociais cívicas na procura de talentos, o que não é benéfico para elevar a qualidade dos serviços sociais. Quanto ao futuro rumo de desenvolvimento dos serviços sociais de Macau, o Governo dispõe de uma nova política? Que papel desempenham as instituições cívicas e o Governo na área dos serviços sociais?”, inquiriu a deputada. Chan Hong lembra também que, apesar de ter sido criado um novo modelo de financiamento, tal não se traduziu num aumento de recursos humanos nestas associações. “Nos últimos anos, o Governo arrancou com novas modalidades de serviços sociais e os serviços aumentaram, sem, no entanto, se ter registado um aumento do número de profissionais desta área. Quanto ao futuro rumo de desenvolvimento dos serviços sociais de Macau, o Governo dispõe de uma nova política? Que papel desempenham as instituições cívicas e o Governo na área dos serviços sociais?”, apontou.
Sofia Margarida Mota SociedadeDSPA diz querer apostar nos veículos eléctricos [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo está a promover um plano de curto, médio e longo prazo para a introdução de eco veículos em Macau. A informação é dada pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental em resposta às preocupações do deputado Leong Sun Iok. Para provar a afirmação, a DSAT avança com números. “Existem em Macau, 26 parques de estacionamento públicos que disponibilizam no total, 121 lugares de carregamento para veículos e motocicletas eléctricos”, lê-se no documento. Quanto à instalação deste tipo de equipamentos em instalações privadas, o Governo aponta a sua viabilidade para meio do ano. A justificação prende-se com a entrada em vigor do regime jurídico da administração das partes comuns do condomínio, “que irá facilitar a instalação de equipamentos de carregamento elétrico em edifícios privados”, explica a DSPA. De acordo com o organismo, trata-se de uma iniciativa que conta com o apoio da Direcção para os Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). Entretanto os estudos continuam, desta feita com a colaboração do Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético, acerca das normas e instalação de equipamentos para os edifícios recém construídos. Eléctricos, mas para os outros Já nos serviços públicos os veículos eléctricos parecem estar esquecidos. A atenção vai antes para os chamados eco-veículos com emissões reduzidas de gazes tóxicos. São um total, a uso da administração, de 713 veículos. Em 2016 o Governo teve dois autocarros eléctricos em circulação durante o período de 30 dias para. O objectivo era recolher opiniões de modo a pensar na viabilidade de se implementar este tipo de transportes em Macau. Ainda sem resposta relativamente este tipo de transporte, a DSAT considera antes a quantidade de veículos de transporte público que circulam com emissões reduzidas de gazes e afirma que “60 por cento dos autocarros públicos “satisfazem as normas Euro IV, ou superior” . Paralelamente a DSAT garante estar a apoiar a introdução de veículos de energia ecológica pelas concessionárias de jogo. As vantagens do uso de autocarros eléctricos já eram defendidas em 2016 por quem trabalhava no projecto piloto. De acordo com o engenheiro Wong Hongwei, que estava encarregue da supervisão dos autocarros em experimentação, “os veículos a diesel, depois de circularem três mil a cinco mil quilómetros, já precisam de trocar o óleo de motor e outras pequenas peças”, dizia. “Os nossos autocarros eléctricos que já andaram cerca de seis mil quilómetros, ainda não têm essa necessidade. Ainda não trocámos nada”, acrescentava, sendo que “basta estarem a carregar durante uma hora que chega para fazer o percurso diário”, garantia Wong Hongwei. Por cada percurso completo, o autocarro eléctrico E02 gasta “quatro por cento de electricidade, naquilo que se calcula serem 17 quilómetros”.
Hoje Macau EventosBrasileiros celebram primeiro filme do Brasil nos cinemas chineses [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] exibição inédita de um filme brasileiro em circuito nacional na China – Nise, O Coração da Loucura – é um “feito extraordinário” e uma “conquista muito grande” para o Brasil, concordam brasileiros radicados no país asiático. José Medeiros da Silva, professor universitário na costa leste da China, emocionou-se ao ouvir falar português numa sala de cinema tão longe de casa. Rafael Lima, jornalista da agência noticiosa oficial Xinhua, conta que no final do filme aconteceu algo inesperado: “Os chineses bateram palmas”. Nise – O Coração da Loucura conta a história de uma psiquiatra que adopta a terapia pela arte no tratamento dos seus doentes, ao invés das práticas de lobotomia e de choques eléctricos introduzidas no Brasil no início dos anos 1940. A longa-metragem dirigida por Roberto Berliner estreou este mês na China, depois de em 2017 ter vencido o Festival de Cinema BRICS – o bloco de grandes economias emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O filme, que conta com Glória Pires como actriz principal, está em exibição em 600 salas de cinema distribuídas pela China, segundo confirmou à agência Lusa fonte da embaixada brasileira em Pequim. “Está a ser exibido em mais salas na China do que no próprio Brasil”, nota um diplomata brasileiro. José Medeiros da Silva concorda: “A entrada do filme no mercado cinematográfico chinês é um feito extraordinário”. “O Brasil poderia agora pensar não apenas em soja e minério de ferro nas trocas com a China, mas também na sua cultura e no seu cinema”, opina. A China é o maior parceiro comercial do Brasil. Nos primeiros seis meses de 2017, Pequim comprou 25% do conjunto das exportações brasileiras, numa balança comercial composta sobretudo por petróleo, soja e minério de ferro. A importação de filmes continua a ser monopólio do Estado chinês, que permite apenas a exibição de 34 obras estrangeiras por ano nas salas de cinema do país. Rafael lembra, por isso, que a longa-metragem brasileira “terá tirado lugar a um filme norte-americano que facturaria muito mais e deixou assim de facturar”. “Mostra que a China está aberta e não disposta a passar apenas filmes dos Estados Unidos”, diz. Numa sessão de sábado à tarde, num cinema no centro de Pequim, a audiência de Nise – O Coração da Loucura não preenchia nem metade da sala. Segundo o ‘site’ Box Office Mojo, que difunde as receitas de bilheteira em diferentes países do mundo, a longa-metragem brasileira arrecadou, na primeira metade do mês, 137.765 dólares na China. O resultado coloca a obra de Berliner quase no fundo de uma tabela dominada pelas produções norte-americanas Jumanji – Bem-Vindos À Selva e Star Wars: Os Últimos Jedi ou o chinês Ex-File 3, filmes que faturaram dezenas de milhões de dólares nos cinemas chineses. No Douban, a versão chinesa da base dados de cinema IMDB, um internauta designou Nise – O Coração da Loucura de “obra-prima sublime”, destacando a construção e a mensagem do filme. Outro internauta classificou o filme de aborrecido e admite até que adormeceu. José Medeiros da Silva lembra: “Não é um filme para diversão, a história é muito dura. É cinema reflexivo”. Rafael Lima fala da importância de mostrar ao público chinês “uma realidade muito diferente da China”. “O filme retrata um Brasil dos anos 1940” diz. “A diversidade de raças, cores e a própria língua são já uma experiência sensitiva diferente”.
Andreia Sofia Silva EventosCasa Garden | Exposição “A Rebours” reúne trabalhos de oito estudantes de arte A Casa Garden acolhe até 28 de Fevereiro a exposição “A Rebours”, que reúne trabalhos de oito alunos locais que fizeram os seus cursos na Academia Central de Belas-Artes de Pequim. A curadoria está a cabo de Lai Sio Kit [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m “A Rebours” a obra do curador é, ao mesmo tempo, um elo de ligação com todas as outras. Lai Sio Kit criou “Truck on the Rooftop”, peça central que se interliga a várias pequenas telas pintadas a acrílico e que remetem o visitante para os restantes trabalhos. Na mais recente exposição patente na Casa Garden, Lai Sio Kit escolheu as melhores peças de oito estudantes de Macau na Academia Central de Belas-Artes de Pequim, depois de uma passagem destes trabalhos pela capital chinesa. Lai Sio Kit contou que não consegue dizer qual a sua peça favorita, mas começou por mostrar a peça “Lying Woman”, da autoria de Lou Cheong Chan. São desenhos cuja forma pode ser alterada pelo visitante. Lai Sio Kit destacou também os trabalhos de Tam Chon Kit, intitulados “Wilderness the Wilds Bush” e “The Quiet Water Flows into the Depths” , onde o artista revela um novo estilo de pintura chinesa. “A primeira vez que esta exposição aconteceu foi em Pequim”, começou por explicar Lai Sio Kit em entrevista ao HM. “Não há muitos estudantes de Macau a estudar na Academia Central de Belas-Artes de Pequim, e achamos que era uma boa altura para começar a exposição e promover o nosso trabalho.” Lai Sio Kit, que terminou o seu curso na academia em 2006, destacou o trabalho de um artista de Taiwan actualmente radicado em Macau, de nome Cai Guo Jie. “Temos muitos materiais diferentes porque os alunos estão focados em diferentes áreas. Temos pintura chinesa, por exemplo. O meu trabalho é uma pintura e instalação. Não é um novo trabalho mas a instalação nunca foi exposta em Macau”, adiantou o curador. Adiantando que a reacção do público tem sido “muito boa”, Lai Sio Kit confessa que se sente melhor na pele de artista do que de curador. “Sou acima de tudo um artista, porque depois de participar na curadoria de algumas exposições percebo que não tenho tempo para fazer os meus próprios trabalhos. Espero ter mais tempo para fazer os meus próprios projectos, para pensar neles.” “Nunca fazemos trabalhos para uma só exposição, cada artista trabalha de forma independente. Então arranjámos uma forma de ligar todos os trabalhos numa só exposição. Tentei que a minha instalação fosse uma forma de ligação de todos os trabalhos”, frisou. À procura de um novo lugar Depois de Pequim e Macau, Lai Sio Kit confessou que deseja levar esta exposição para um outro lugar, apesar de ainda não existir uma decisão. “Depois da exposição ter tido lugar em Pequim e Macau, estamos a pensar levá-la a outro local, mas ainda não encontrámos o lugar ideal.” Isto porque existem sempre desafios, acrescentou. “A academia de artes de Pequim é muito famosa e conseguimos um bom lugar para mostrar estes trabalhos ao público. Estamos a tentar fazer essa ligação na área cultural entre Macau e a China, embora tenhamos sempre um orçamento limitado para fazer este tipo de iniciativas.”
Sofia Margarida Mota PolíticaAu Kam San quer saber de quem é a concessão do Vale das Borboletas São mais de uma dezena de terrenos que deveriam ter sido um parque industrial e que estão ocupados por vários ramos de actividade. Au Kam San não sabe o estado da concessão destas áreas no Vale das borboletas e teme que a utilizaçãoo que estão a ter sejam ilegais, pelo que pede ao Giverno explicaçãoo [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] deputado Au Kam San quer saber ao certo o que se passa com os terrenos que integram o Vale das Borboletas em Seac Pai Van. Para o tribuno pró-democrata existe mais de uma dezena de terrenos naquela zona cuja concessão por 25 anos tinha sido dada a uma empresa com o intuito de fazer dali um parque industrial. Au Kam san avança ainda que, apesar do parque prometido nunca ter sido materializado, os terrenos passaram a ser concedidos definitivamente, sendo que “até ao momento os serviços competentes ainda não declararam a caducidade da concessão”, aponta em interpelação. Para Au Kam San a situação é estranha e há que saber em que estado estão aquelas terras, até porque, depois de terem estado uns anos ao abandono, estão agora a ser ocupadas por vários ramos de actividade. “Os terrenos do Vale das Borboletas estão a ser utilizados”, refere na interpelação escrita dirigida ao Executivo. No entanto, não sabe se as utilidades que os terrenos estão a ter se inserem na concessão inicial ou se são espontâneas e mesmo ilegais. O deputado pró-democrata afirma que já não é a primeira vez que aqueles terrenos são ocupados ilegalmente. “No Vale das Borboletas surgiram diversas actividades, incluindo estabelecimentos para exploração de areia, produção de betão, e recolha de metais usados e até foi lá aberto o maior parque de Macau para corridas de carrinhos telecomandados”, esclarece o deputado. Legal ou ilegal? No entanto, não se sabendo se se tratam de actividades legais, no sentido de serem produto de uma ocupação, também não se sabe se conduzem o seu funcionamento dentro da lei, até porque “há fábricas que trabalham dia e noite, nos feriados e festividades, e acabam por perturbar bastante os residentes do Edíficio Ip Heng localizado nas proximidades, devido ao ruído que provocam”, diz Au Kam San. Tendo estas circunstâncias em conta e não se sabendo o que se passa com aqueles terrenos, o deputado quer saber qual a situação real daquela área e se as empresas que neste momento lá operam estão a cumprir a legislação, nomeadamente no que respeita ao ruído.
Sofia Margarida Mota Manchete PolíticaPereira Coutinho ameaça levar Ho Iat Seng a tribunal O Tribunal de Segunda Instância pediu documentos à Assembleia Legislativa que justificassem a continuidade da suspensão de Sulu Sou. A AL afirma ter entregue o que lhe foi pedido, mas há deputados que continuam sem saber o teor da documentação. Para Pereira Coutinho é um dever de Ho Iat Seng dar a conhecer todos os procedimentos deste processo ao hemiciclo e, afirma, se continuar a esconder estes conteúdos irá com a situação a tribunal [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] deputado José Pereira Coutinho ameaça levar o presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, a tribunal, caso não tenha acesso aos documentos relativos processo de suspensão de eficácia de Sulu Sou enviados ao Tribunal de Segunda Instância. Depois de ter solicitado, a 18 de Janeiro a entrega dos documentos relativos à primeira resposta enviada pelo órgão legislativo ao Tribunal de Segunda Instância (TSI), Pereira Coutinho, sem resposta, reiterou ontem o pedido e, caso Ho Iat Seng não dê a conhecer os documentos, “reserva-se o direito de recorrer à via judicial para fazer valer os seus direitos”, lê-se na carta dirigida ao presidente da AL. Em causa está o respeito pelos direitos de todos os deputados, considera. “Compete aos deputados o direito de acesso imediato a toda a informação respeitante a este processo judicial e a serem informados da direcção processual que a AL pretende seguir”, sendo que Ho Iat Seng deve agir em representação dos próprios deputados, refere. Mais, para Pereira Coutinho, o presidente da AL está a ultrapassar os limites das suas competências e a decidir quem tem e não tem acesso aos diplomas e documentos que dizem respeito às actividades da AL. Dito por não dito Trata-se de um conjunto de documentos que, de acordo com a versão da defesa do deputado suspenso, Sulu Sou, revelada durante a audiência abortada do julgamento que decorre no Tribunal Judicial de Base, revelam a resposta dada pela AL que invoca o interesse público para impedir o regresso imediato do deputado ao hemiciclo. Quando Pereira Coutinho fez o primeiro pedido de apresentação dos referidos documentos, ao HM afirmava que tinha recebido do presidente da AL a notificação do TSI pedindo os diários da AL relativamente à matéria em questão, as gravações de áudio e também os processos de instrução que pudessem existir. Na altura o deputado já duvidava da existência destes documentos. “Defendo que não existem – para serem apreciados”, referiu. De acordo com Pereira Coutinho, a AL, terá informado o TSI que não teria os documentos solicitados. “Sei que a AL já informou o TSI que não têm aquilo. Mas ainda estou à espera para receber a resposta”, revelou. “O presidente da Assembleia Legislativa não manda nos deputados e eu sou uma quota parte legítima da AL. Tenho o direito de saber e receber em tempo útil tudo aquilo que em nosso nome é enviado aos tribunais”, frisava. Também a deputada Agnes Lam confirmava, ao HM, não ter os documentos, mas não fez nenhum juízo de valor sobre uma possível demora. O HM tentou obter esclarecimentos junto do órgão legislativo, mas mas até ao fecho não recebeu nenhuma reposta.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaIC | Cecília Tse pede demissão. Alexis Tam sugere nome de Mok Ian Ian para a presidência Foi nomeada, esteve de baixa médica e acabou por abandonar mesmo o cargo. O Instituto Cultural volta a ficar sem presidente depois de Cecília Tse ter pedido a sua demissão ao secretário Alexis Tam por motivos de doença. Mok Ian Ian foi o nome sugerido ao Chefe do Executivo [dropcap style≠‘circle’]É[/dropcap] mais uma reviravolta na presidência do Instituto Cultural (IC). Cecília Tse foi nomeada pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, para assumir a liderança do IC depois da saída de Leung Hio Ming. Contudo, Cecília Tse pouco tempo ficou no cargo: semanas depois de tomar posse meteu baixa médica, tendo apresentado ontem a sua demissão por motivos de doença. O HM não conseguiu confirmar de que patologia sofre Cecília Tse, mas sabe que a ex-presidente do IC vai fazer os tratamentos médicos em Hong Kong. Horas depois do anúncio da sua saída, foi emitido um comunicado onde o secretário disse aceitar a demissão e esperar “rápidas melhoras” de Cecília Tse. No mesmo comunicado foi também adiantado que Alexis Tam sugeriu a Chui Sai On, Chefe do Executivo, o nome de Mok Ian Ian para ser a nova presidente do IC. Licenciada em jornalismo internacional pela Universidade de Jinan, Mok Ian Ian é mestre e doutorada em ciência do teatro chinês pela Universidade de Nanjing. Tendo começado por trabalhar no Gabinete de Comunicação Social (GCS) em 1994, Mok Ian Ian acabaria por ser transferida para o IC em 2000. Desde de Abril do ano passado que vinha exercendo funções de técnica especialista no GCS. “O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura considera que Mok Ian Ian possui a competência profissional e as aptidões necessárias para assumir o cargo de presidente do IC devido à sua experiência na Administração Pública e conhecimento sobre o desenvolvimento artístico e cultural local”, revela o mesmo comunicado. Gestão acima de tudo Confrontado com a notícia, o arquitecto Francisco Vizeu Pinheiro mostrou-se surpreendido com a demissão de Cecília Tse, pois, na sua opinião, a sua nomeação “tinha sido uma boa escolha” por parte do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. O arquitecto espera que a pessoa que venha a suceder a Cecília Tse tenha, sobretudo, boas capacidades de gestão. “Para já não estou a ver uma alternativa, pelo menos dentro do IC. Mas nos recursos humanos do Governo haverá certamente pessoas para essa posição”, adiantou ao HM. Francisco Vizeu Pinheiro não quis comentar a possível nomeação de Mok Ian Ian por não conhecer o seu trabalho. “É uma posição de gestão do que ser especialista na matéria. O IC precisa não tanto de um especialista em cultura mas de alguém que ponha alguma ordem no sistema de gestão do pessoal e nas suas funções, pelo menos por algum tempo.” Francisco Vizeu Pinheiro destaca como necessidades mais prementes a reorganização da estrutura orgânica, “que cresceu muito desde os seus princípios”. “O IC é muito diferente de outros departamentos do Governo”, referiu Francisco Vizeu Pinheiro, que defende uma aposta na resolução de problemas como a contratação de recursos humanos a tempo parcial, bem como a “falta de arqueólogos e a organização de arquivos e bibliotecas”. Olhar o centro histórico A arquitecta Maria José de Freitas deposita esperanças na vice-presidência do IC para lidar com o Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau, actualmente em consulta pública, bem como o processo de classificação dos estaleiros de Lai Chi Vun. “Espero que o novo presidente consiga levar a cabo as tarefas que o IC tem em mãos, designadamente as que estão relacionadas com a gestão do centro histórico e a classificação dos estaleiros de Lai Chi Vun. São tarefas complexas, que têm a ver com toda a história de Macau e do seu património para o futuro. Isso tem bastante relevância e o próximo presidente deve estar habilitado e com os consultores e assessores que lhe permitam tomar a decisão certa, na hora certa”, apontou. A arquitecta lembra que é importante que “não se demore mais tempo com a conclusão do plano de gestão, porque o centro histórico está classificado desde 2005”. “Tem havido uma grande pressão da UNESCO para que seja entregue o plano de gestão, e esta mudança [saída de Cecília Tse] agora vem introduzir algum atraso [no processo]. Mas também creio que há pessoas dentro do IC que estão capacitadas [para lidar com esse processo]”, rematou. Quando tomou posse, a 20 de Dezembro do ano passado, Cecília Tse prometeu controlar a contratação externa de pessoas, uma polémica que foi tornada pública depois do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) ter lançado um relatório sobre o assunto. “O IC já tem um número muito grande de trabalhadores em comparação com outros departamento, mais de 800 pessoas, salvo erro. Preciso de algum tempo para fazer um levantamento e saber exactamente o que faz falta e o que não faz”, revelou Cecília Tse na cerimónia de tomada de posse. Resta ver o que fará o novo nome apontado por Alexis Tam.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAngela Leong é a deputada com mais património A mulher de Stanley Ho declarou ser proprietária em nome individual de 11 prédios com fins comerciais, 100 casas ou apartamentos, 71 estacionamentos e 56 escritórios. Vong Hin Fai também é um dos principais proprietários, com 16 casas, 28 estacionamentos, 19 lojas e um escritório. [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]ngela Leong é a deputada que detém mais património a nível do imobiliário, de acordo com as 33 declarações de rendimentos apresentadas pelos deputados. A quarta mulher de Stanley Ho é proprietária de nada menos do que 11 prédios, com fins comerciais, 100 casas ou apartamentos, 71 estacionamentos e 56 escritórios, 26 lojas, sete lotes de terrenos, três fracções industriais e um campo de golfe. A directora executiva da Sociedade de Jogos de Macau não revelou onde estão localizados os imóveis em causa, mas a acreditar no seu historial de investimento, pelo menos no território, em Hong Kong e no Interior da China, parte dos bem devem estar situados. Angela Leong herda do título de Chan Meng Kam, que deixou a AL para se dedicar a tempo inteiro aos negócios do jogo, área onde tem estado a expandir o número de casinos que controla. Em 2013, Chan Meng Kam declarava ser proprietário de 239 lojas, 53 casos, 28 escritórios e 87 lugares de estacionamento. Face a 2013, altura em que tinha preenchido a última declaração de rendimentos para a AL, o património da deputada aumentou consideravelmente. Nesse ano, a mulher do magnata Stanley Ho possuía um prédio, 38 fracções habitacionais, 11 estacionamentos e duas lojas. No cômputo geral os membros da Assembleia Legislativa, juntos, são proprietários de 12 prédios, 220 casas ou apartamentos, 156 estacionamentos, 77 lojas e 65 escritórios. Apenas Au Kam Sam, Ella Lei, Sulu Sou e Lei Chan U declaram não ser proprietários de qualquer imóvel. O prédio de Vitor Cheung No que diz respeito ao controlo de edifícios inteiros, atrás de Angela Leong surge Vitor Cheung Lup Kwan, que declarou ser proprietário de um prédio. Mais nenhum deputado admitiu ter em ser detentor de um edifícios em nome individual. No prédio em causa o membro da Assembleia Legislativa de 79 anos tem 41 escritórios e uma loja. Além disso declarou possuir 7 casas ou apartamentos, 3 armazéns, 2 lojas e 1 estacionamento. No que diz respeito à habitação, logo atrás de Angela Leong, surge o deputado Vong Hin Fai, que esteve em destaque nas últimas semanas devido à polémica proposta de resolução, vista como muitos como um ataque à separação de poderes. O especialista em Direito declara ser o detentor de 16 casas, entre residências próprias e casas para investimento. Vong tem 12 residências em Macau, 3 no Interior da China e ainda 1 em Hong Kong. Ainda ao nível da habitação, no terceiro lugar surge o representante do clã Ma, Ma Chi Seng, que está na Assembleia Legislativa devido à nomeação do Chefe do Executivo, Chui Sai On. Apesar de ainda não ter 40 anos de idade, Ma Chi Seng é proprietário de 13 casas e apartamentos em Macau. Segundo as declarações de rendimentos, o único outro deputado com uma dezes de habitações em seu nome é o empresário Chan Chak Mo, um dos membros mais veteranos da Assembleia Legislativa. O deputado, que foi uma das vozes que mais se opuseram ao limite do aumento das rendas, declarou ser proprietário de uma casa em Macau, outra em Hong Kong e ainda de 8 casas do outro lado da fronteira, em Zhuhai. Vong Hin Fai em destaque Quando se analisam os números declarados pelos deputados, Vong Hin Fai consta sempre entre os principais proprietários. Além das 16 casas, o advogado é igualmente proprietário de 28 lugares de estacionamento. À excepção de Angela Leong, este é o número mais elevado. Em terceiro lugar surge o número dois de Mak Soi Kun, Zheng Anting. Também na lista dos deputados com um dezena de parques de estacionamento surge Ma Chi Seng, precisamente com 10 parques, em Macau. Quando se olha para os proprietários das lojas, o cenário não é muito diferente dos cenários anteriores, com Leong em primeiro lugar com 26 lojas. Depois, Vong Hin Fai surge em destaque como o segundo maior detentor de lojas. O advogado tem 19 lojas e é seguido pelo empresário e sucessor de Chan Meng Kam, Si Ka Lon, que tem 11 lojas. Finalmente no topo do quatro maiores proprietários surge outro deputado eleito pela via directa, Zheng Anting, com 10 unidades. Mito do crescimento económico para os mais novos Entre o discurso dos deputados da Assembleia Legislativa são constantes os elogios ao crescimento económico da RAEM desde o Retorno à Pátria. No entanto, um olhar mais atento aos bens declarados pelos deputados com menos de 40 anos mostra que as gerações mais novas estão a ficar de fora do crescimento. A excepção é mesmo Ma Chi Seng, membro da família Ma, que completa 40 anos ao longo de 2018. Foto D.R. Na corrente legislatura os deputados que ainda têm menos de 40 anos são: Ella Lei, Wong Kit Cheng, ambas com 36 anos, Song Pek Kei, com 32 anos, e Sulu Sou, com 26. Em relação a Ella Lei, ligada a Federação das Associações dos Operários de Macau, a deputado declarou não ser proprietária de qualquer imóvel. O mesmo aconteceu com o deputado Sulu Sou, que se encontra suspendo dos trabalhos. Por sua vez, Song Pek Kei é a deputada jovem que se encontra em melhor posição a nível das declarações de rendimentos. A legisladora da lista do empresário Chan Meng Kam tem nos bens declarados uma casa. Já Wong Kit Cheng, da Associação Geral das Mulheres também tem uma casa, mas é detida a meias com o marido. Quanto à excepção, Ma Chi Seng é proprietário de 13 casas e 10 estacionamentos no território. Clã Chui declara 11 casas No total, os membros da família Chui presentes na Assembleia Legislativa apenas declararam ter em seu nome, ao nível do imobiliário, 11 casas, cinco escritórios e quatro estacionamentos. Chui Sai Cheong, irmão do Chefe do Executivo, é o que apresenta um património maior com oito casas, cinco escritórios e quatro estacionamentos. Por sua vez, José Chui Sai Peng escreveu que só tem em seu nome três casas. Nas declarações apenas consta o património que é directamente detido pelos deputados. Ou seja, se o deputado tiver uma empresa que é detentora de 20 imóveis, esses não têm de ser declarados. O deputado apenas precisa de identificar as empresas que controla, o montante do capital social e a participação nas mesmas. No que diz respeito a Chui Sai Cheong, o deputado é proprietário de participações em 18 empresas, que segundo o capital social declarado, podem ser avaliadas em 2,4 milhões de patacas. Por sua vez, o deputado Chui Sai Peng, declarou ter participações em 12 empresas, cujo valor, segundo o capital social, é de 894 mil patacas.
Hoje Macau China / ÁsiaNo Ártico com novas rotas e exploração de recursos [dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap]m alto diplomata chinês desvalorizou ontem as preocupações face à crescente dinâmica da China no Ártico, referindo que Pequim quer gerar oportunidades na região e não vai interferir nos interesses de outros países. Kong Xuanyou, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, assumiu o interesse da China em participar em estudos científicos e na exploração de rotas marítimas que se abriram com o degelo das placas glaciares. O envolvimento do Governo e empresas da China “trará oportunidades para o Ártico”, afirmou Kong, numa conferência de imprensa que serviu para divulgar a política chinesa para o continente. O responsável apontou a possibilidade de explorar petróleo, gás, recursos minerais, a pesca e o turismo, em conjunto com outros países que têm a soberania da região, e com base “no respeito pelas tradições e culturas dos residentes, incluindo os povos indígenas, e a conservação do meio ambiente”. “Sobre o papel que a China vai desempenhar nos assuntos do Ártico, quero destacar dois pontos: primeiro, não vamos interferir; segundo, não vamos ausentar-nos”, afirmou Kong. “Não sendo um país do Ártico, a China não vai interferir em questões que são exclusivamente dos países do Ártico”, acrescentou. A presença da China no Ártico levou alguns países da região a temer que Pequim procure oportunidades para explorar recursos naturais face ao aquecimento global. A China beneficiou sobretudo do apoio da Islândia para conseguir o estatuto de observador, em 2013, no Conselho do Ártico, cujos principais membros são o Canadá, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Noruega, Rússia, Estados Unidos e Islândia. Reiquejavique autorizou a petrolífera estatal chinesa China National Offshore Oil Company a explorar as águas do país. Ambas as nações construíram um observatório conjunto para estudar o fenómeno da aurora polar. A China opera também uma estação de pesquisa na Noruega. Em 2011, contudo, o Governo islandês rejeitou a proposta de um empresário chinês para comprar 300 quilómetros quadrados do território do país, visando construir um ‘resort’ ecológico. O Ártico ocupa oito milhões de quilómetros quadrados de terra e 12 milhões de quilómetros quadrados de oceano, no qual muitos países partilham de interesses geridos segundo a lei internacional. Livro Branco Entretanto, a China sublinha a importância da protecção ambiental, a utilização racional, a governanção segundo a lei e a cooperação internacional quando participa dos assuntos árticos, destacou na sexta-feira num seu Livro Branco. A China comprometeu-se a manter uma ordem ártica pacífica, segura e estável, apontou o documento titulado “Política Ártica da China” publicado pelo Departamento de Comunicação do Conselho de Estado. “O Pólo Ártico tem um grande valor para a pesquisa científica”, indica o documento, que acrescenta que explorar e entender o Ártico é uma prioridade e um foco para a China. Mas o país respeitará “a jurisdição exclusiva dos Estados árticos sobre as actividades de pesquisa sob as suas jurisdições nacionais, e sublinha que todos os Estados têm a liberdade da pesquisa científica em alto mar no Oceano Ártico”, segundo o mesmo livro branco. “A China está comprometida na melhora de sua capacidade na expedição e pesquisa no Pólo Ártico, o fortalecimento da construção, manutenção e funções das estações de pesquisa, navios e outras plataformas de apoio no Pólo Ártico, e a promoção da construção de navios quebra-gelo com propósitos científicos”, acrescenta. Por outro lado, a China também está a trabalhar para reforçar a formação do pessoal e a consciência pública sobre o Ártico, promover a cooperação internacional na pesquisa ártica, e estimular o desenvolvimento de ecológicos equipamentos técnicos polares.
Hoje Macau Eventos“Nação valente”, novo álbum de Sérgio Godinho, saiu ontem [dropcap style≠‘circle’]”N[/dropcap]ação Valente”, o novo álbum de Sérgio Godinho, para o qual foram convocados músicos como David Fonseca, Márcia e José Mário Branco, foi editado ontem. Produzido por Nuno Rafael, “Nação Valente” surge sete anos depois de “Mútuo Consentimento”, e nele Sérgio Godinho volta a convidar alguns músicos para escrever canções para letras dele. Entre eles estão José Mário Branco, parceiro em “Mariana Pais, 21 anos”, Filipe Raposo que compôs “Noite e dia” ou David Fonseca, que escreveu a música de “Grão da mesma mó”. Os concertos de apresentação de “Nação Valente” estão marcados para 23 e 24 de Fevereiro no Capitólio, em Lisboa, e 03 e 04 de março na Casa da Música, no Porto. Hélder Gonçalves, Pedro da Silva Martins, Márcia e Filipe Melo são outros músicos convidados de “Nação Valente”. Apesar de ser conhecido sobretudo pelos discos que edita desde a década de 1970, Sérgio Godinho, de 72 anos, tem canalizado a escrita criativa por outros géneros, como teatro, argumento para cinema, ficção para crianças, poesia e contos. Em Fevereiro do ano passado, editou “Coração mais que perfeito”, o primeiro romance, e para este ano está agendado um segundo. Este livro trouxe o autor a Macau, onde esteve na qualidade de convidado do festival literário Rota das Letras.
Hoje Macau EventosRappers Jay-Z e Kendrick Lamar lideram corrida aos Grammy [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s ‘rappers’ norte-americanos Jay-Z e Kendrick Lamar lideram a corrida aos prémios Grammy, atribuídos pela indústria musical dos Estados Unidos e que foram ontem entregues em Nova Iorque. Jay-Z está nomeado em oito categorias da 60.ª edição dos Grammy e Kendrick Lamar em sete, incluindo Álbum do Ano e Gravação do Ano. “4:44”, de Jay-Z, e “Damn.”, de Kendrick Lamar, competem pelo prémio de Álbum do Ano com “Awaken, my love”, de Childish Gambino (alter ego do actor Donald Glover), “Melodrama”, de Lorde, e “24K Magic”, de Bruno Mars. O álbum “4:44”, de Jay-Z, inclui partes (‘samples’) do tema “Todo o mundo e ninguém” do grupo português Quarteto 1111, editado em 1970, no tema “Marcy Me”. O prémio de Gravação do Ano é disputado, além de “The story of O.J.”, de Jay-Z, e “Humble.”, de Kendrick Lamar, por “Redbone”, de Childish Gambino, “Despacito”, de Luis Fonsi e Daddy Yankee com Justin Bieber, e “24K Magic”, de Bruno Mars. Jay-Z e Kendrick Lamar estão ainda nomeados, entre outras, nas categorias de Melhor Performance Rap – com os temas “4:44” e “Humble.”, respetivamente, que inclui ainda Cardi B (“Bodak Yellow”) e Migos com Lil Uzi Vert (“Bad and Boujee”) – e Melhor Álbum de Rap – com “4:44” e “Damn.”, competindo com Migos (“Culture”), Laila’s Wisdom (“Rapsody”) e Tyler, The Creator (Flower Boy). Da longa lista de 84 categorias, que abrangem diferentes géneros musicais, do jazz à música clássica, do gospel aos audiolivros, sobressaem as nomeações de dois músicos que já morreram – Chris Cornell e Leonard Cohen -, ambos indicados para o Grammy de Melhor Atuação Rock. A cerimónia foi conduzida pelo apresentador James Corden, e teve actuações de diversos artistas e bandas, entre os quais Elton John, em dueto com Miley Cyrus, U2, Sting, Kendrick Lamar, Jon Batiste e Gary Clark Jr., que homenagearam as ‘lendas do rock’ Chuck Berry e Fats Domino, que morreram no ano passado, Childish Gambino, Sam Smith, Bruno Mars e Cardi B. #metoo na música Apesar de a indústria da música ainda não ter sido atingida pelas denúncias de abusos sexuais que têm vindo a público ao longo dos últimos meses nos Estados Unidos, a cerimónia dos Grammy não ficará de fora dos últimos acontecimentos. Os patrões da indústria fonográfica apelaram a artistas e outros trabalhadores para que usem uma rosa branca hoje à noite, em solidariedade com o movimento “Time’s Up” (“Acabou o Tempo” em tradução livre para português), criado para apoiar a luta contra o assédio sexual, por mais de 300 actrizes, argumentistas, directoras e outras personalidades ligadas ao cinema.
Hoje Macau PolíticaAngola e Macau discutem o reforço da cooperação [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] embaixador de Angola na China, Garcia Bires, recebeu garantias das autoridades da Região Administrativa Especial de Macau de reforço da parceria já existente entre os dois Estados para ajudar o processo de diversificação económica em curso no país. De acordo com o comunicado da representação diplomática angolana naquele país asiático, durante o encontro decorrido na RAEM, o diplomata angolano e o chefe do Executivo, Chui Sai On, discutiram o reforço da cooperação e intercâmbio, no âmbito do desenvolvimento de Macau como plataforma de negócios e cooperação entre a China e os países de língua portuguesa. Garcia Bires, acompanhado da cônsul-geral de Angola em Macau, Sofia Pegado, e do conselheiro da Embaixada de Angola em Beijing, Virgílio Zulumongo, agradeceu a disponibilidade do Executivo da Região Administrativa de Macau nesta altura em que o Executivo angolano está apostado em atrair investimentos estrangeiros para o país, com vista à diversificação da actividade económica. “É bom saber que Macau, como ponte intermediária da economia e comércio entre a China e os países de língua portuguesa esteja sempre comprometido com o caminho do desenvolvimento e estratégia de benefício comum com todos os países lusófonos”, afirmou o diplomata angolano. O chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau falou da importância de se melhorar a conectividade entre as partes e convidou Angola a junta-se à iniciativa “ Uma Faixa, uma Rota” proposta pelo presidente chinês, Xi Jinping, em 2013, que busca o fortalecimento dos laços económicos entre países da Ásia, África e Europa, com investimentos de biliões de dólares em estruturas e equipamentos.
Hoje Macau Eventos2ª edição de “Famílias Macaenses” apresentada em Lisboa A segunda edição do livro que espelha as origens de muitas famílias macaenses vai ser apresentada amanhã na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. O autor, Jorge Forjaz, faz-se acompanhar do arquitecto Carlos Marreiros, em representação do Albergue SCM, e do embaixador João de Deus Ramos [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Albergue SCM leva a Lisboa uma obra icónica para a comunidade macaense e que teve a sua primeira edição em 1996. Depois de um profundo trabalho de revisão e actualização dos apelidos das famílias macaenses da parte de Jorge Forjaz, a segunda edição do livro “Famílias Macaenses” é apresentada amanhã na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Esta segunda edição, que já teve a sua apresentação oficial em Macau, constitui “uma revisão geral da obra, actualizada em quase todos os capítulos e sub-capítulos, acrescentada com 80 novos capítulos e ilustrada com mais de três mil fotografias”. A história deste novo livro começou em 2011 e partiu da iniciativa do presidente do Albergue SCM, Carlos Marreiros. “Em 2011, consciente da importância de tal obra para a preservação da memória macaense, o Albergue SCM convidou o dr. Jorge Forjaz, na passagem do 15º aniversário da publicação das ‘Famílias Macaenses’, a vir a Macau partilhar uma reflexão sobre o seu trabalho e o impacto que teve na comunidade. Após a conferência, o arquitecto Carlos Marreiros desafiou o dr. Jorge Forjaz para uma nova etapa, ou seja, a revisão e actualização da 1ª edição. Após cinco árduos anos de trabalho, o resultado monumental está à vista, e ultrapassou largamente o que esperávamos do autor”, lê-se em comunicado. O Albergue SCM considera ainda que a apresentação da obra produzida pelo genealogista e historiador “pretende revisitar as circunstâncias da investigação que conduziu à publicação de ‘Famílias Macaenses’, o seu eco junto das comunidades estudadas, a interligação entre os diversos países ou territórios de língua portuguesa e a importância da preservação destas memórias familiares”. Aquando da sua primeira publicação, em 1996, as “Famílias Macaenses” acabou por dar início “sem que o autor tivesse consciência, a uma mais vasta investigação sobre as famílias que ao longo de séculos povoaram o então império ultramarino português”. A apresentação aconteceu durante o II Encontro das Comunidades Macaenses e, “pela primeira vez, era reunida toda a família macaense dispersa inicialmente pelo imenso território da China (Hong Kong, Cantão, Xangai, Harbin etc), Japão (Kobe, Nagasaki, Tóquio), Tailândia, Singapura e mais tarde Brasil, Canadá, Estados Unidos e Portugal”. O evento em Lisboa conta com o apoio da Delegação Económica e Comercial de Macau, a Fundação Macau e Bambu – Sociedade de Artes Limitada.
João Luz PolíticaAssociação de Cloee Chao exige bónus iguais para funcionários da MGM [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo entregou ontem uma carta à MGM China Holdings Limited a exigir a distribuição de bónus aos trabalhadores da subconcessionária. A associação de defesa dos interesses dos trabalhadores dos casinos refere em comunicado que “a MGM China Holding Limited teve uma performance impressionante em 2017”, algo que não seria possível sem a contribuição dos seus trabalhadores e que motivou a distribuição de bónus. Porém, a associação de Cloee Chao alega injustiças no ratio definido no ano passado para calcular os bónus. Em comunicado, a associação dá o exemplo de um gestor de turno, ou de alguém sénior superior hierarquicamente, que levou para casas como bónus o equivalente a três meses de salário. Em contrapartida, os funcionários da linha da frente, como oficiais de segurança, técnicos de engenharia, empregados de restauração e bebidas, funcionários administrativos, pit managers, supervisores e croupiers só receberam o equivalente a um mês de salário como bónus. De acordo com o comunicado, a associação chefiada por Cloee Chao entende que a MGM recorreu a uma política de remuneração que favorece injustamente os profissionais de topo, em detrimento dos restantes, algo que deixou a inteira equipa do MGM muito insatisfeita. Como tal, a Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo entregou uma carta à gestão da MGM a exigir que estes trabalhadores recebam o equivalente a dois salários, anualmente, como remuneração de bónus para todos os membros da equipa. Desta forma, esperam acalmar algum desconforto no ambiente de trabalho e corrigir aquilo que acham ser uma injustiça. Cloee Chao quer que os dois salários extra sejam entregues todos os anos, juntamente com os salários de Janeiro e Julho. A candidata que não conseguiu reunir os votos suficientes para ser eleita directamente como deputada da Assembleia Legislativa exige ainda aumento de salários para os profissionais da linha da frente. Por último, a Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo pretende o fim do Casino Chip Attribution System na mesas de baccarat por questões de saúde. O sistema assenta num dispositivo eléctrico situado por baixo das mesas de jogo. De acordo com a associação liderada por Cloee Chao, muitos trabalhadores da linha da frente alegam queimaduras na face e dificuldades de respiração sempre que trabalham nestas mesas. Em causa está, alegadamente, a exposição à radiação do dispositivo e o receio do impacto para a saúde, em especial para mulheres grávidas.
Victor Ng PolíticaIlha Verde | Ella Lei quer calendário para nova fronteira com Guangdong [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Ella Lei entregou uma interpelação escrita ao Governo onde questiona o calendário para a construção da nova fronteira com Guangdong, na zona da Ilha Verde. Na sua interpelação, Ella Lei recorda que o centro de inspecção de veículos e o mercado abastecedor já foram demolidos, além de que o Governo de Zhuhai já autorizou, no final do ano passado, a proposta de alteração do planeamento do novo posto fronteiriço. Na visão da deputada, o Executivo já tem condições para avançar com a segunda fase do projecto e iniciar as obras principais do acesso com Guangdong. Ella Lei, que representa a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) no hemiciclo, recorda que o projecto de uma nova fronteira começou a ser discutido em 2012, com o objectivo de atenuar a pressão na circulação de pessoas sentida nas Portas do Cerco. Neste contexto o Governo prometeu reestruturar toda a zona do Canal dos Patos, com vista a edificar um conjunto de infra-estruturas, composto pelo edifício fronteiriço, a estação do metro ligeiro, paragens de autocarros ou habitação pública. Além de exigir um calendário para o arranque das obras da segunda fase, Ella Lei quer que o Governo divulgue o planeamento das instalações complementares na zona circundante do edifício fronteiriço.
Valério Romão PolíticaAté chá! [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] desgraça acontece de formas muito distintas. Por vezes é apenas uma modificação subtil, aparentemente benéfica; um hábito abandonado ou adquirido, uma resolução de ano novo que sobrevive aos primeiros dias de Janeiro. Normalmente, é qualquer coisa que promete muito por muito pouco. O sujeito nem se esforça por escrutinar tamanha bondade. A única coisa de que se lamenta é de não ter sabido daquilo antes. É tão bom que parece nem fazer sombra mas, como em tudo, o diabo está nos detalhes. E é assim com o chá e as agruras que o acompanham. Nunca é tarde para se cair no vício. Nem a maturidade na sua forma mais entediante garante qualquer tipo de resistência aos hábitos malsãos. É uma regra elementar da vida, ao modo epicurista, que deveria estar gravada em baixo-relevo algures no cerebelo. Ainda assim, e mesmo sabendo de gingeirinha as múltiplas formas de cair na vertical, ver passar homens crescidos com termos de chá a caminho de um jantar de grupo aflige-me cardiacamente como poucas coisas o conseguem. Homens de barba pré-hipsteriana, homens com biografias tão distintas como intensas, homens que já viram pessoas sucumbir das mais diversas fomes só para não arregimentar as fileiras da maioria ruidosa. Homens que dão aulas, que escrevem livros, que acolhem filhos, sobrinhos e netos com uma inesperada docilidade, homens que traçam tangentes entre si na noite de Lisboa, movendo-se como grandes predadores imunes à maior parte dos ataques. Homens destes, que antes secavam adegas só pelo respiro, a beber chá. Começam normalmente porque amealharam uns quilos a mais para fazer face ao Inverno. Mas, regressando dos ginásios para casa com passagem pela tasca, dão conta de ser cada vez mais difícil deixar na elíptica ou nos ferros as cervejas que acumulam fora de horas. E a vaidade, esse subestimado aguilhão demoníaco, fala mais alto. Redefinem o percurso para casa para evitar as tascas e, com tanta ansiedade como orgulho, entram apressados em casa, fechando a porta com as costas, como se o mundo quisesse – ou pudesse – resgatá-los. À medida que o tempo passa e os quilos teimam em não desaparecer da agulha da balança, vão incorporando hábitos cada vez mais radicais. As costeletas à salsicheiro dão lugar a saladas de tomate cherry e mozarela, as natas do bacalhau passam a ser de soja e tudo quanto é doce é como se tivesse inscrito na embalagem um pentagrama. Depois, em desespero de causa e por indicação de um amigo, compram umas infusões de cidreira ou lúcia-lima para acompanhar o hambúrguer de Portobello que debicam, enjoadinhos, ao jantar. Nos primeiros tempos deste Alcatraz alimentar só se ouve “passa-me o sal”. Mas como a fúria adelgaçante não poupa nada, até o sal deixa de ter sabor. É quando se resignam. Na segunda fase desta condição, o sujeito já aceitou a morte do cozido à portuguesa como realidade inelutável. Investe toda a sua energia em pesquisar, Google afora, as zonas de produção de chá mais afamadas. Entretém-se como pode, naturalmente. Encomenda bugigangas que recebe com sorriso infantil: um filtro de água feito de um material futurista ou arqueológico; uma chaleira com controlo de temperatura ao décimo de grau; um coador numa réplica de marfim muito aceitável. Lenta mas inexoravelmente, o sujeito vai-se transformando num especialista e as suas conversas, dantes espraiadas de uma invulgar elasticidade mental, afunilam-se até serem monotemáticas. O sujeito só fala do chá. Este hábito mortal que gatinha sob pele de cordeiro transforma radicalmente o sujeito. A pele, dantes marcada pela vida como o papel que recebe a agulha do sismógrafo, aparece lavada pela lixivia da saúde: branca, lisa e desprovida de história. A cara, adornada com um sorriso tão imóvel como omnipresente, exprime um estranho vigor histriónico, como se diversas criaturas atoleimadas, dentro do sujeito, concorressem entre si pela cadeira de comando. É um espectáculo a que não se assiste sem um misto de pena e de repulsa. Falem aos vossos amigos e familiares sobre o chá e as desgraças que dele advêm. Ainda estamos a tempo de, pessoa a pessoa, reclamar de novo o mundo a cores.
Victor Ng Manchete PolíticaCCPPC | Susana Chou abandona a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês Susana Chou, antiga presidente da Assembleia Legislativa, está de saída da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. A decisão foi anunciada através de um comunicado publicado na conta da ex-deputada no Weibo, dando como justificação para o afastamento razões de saúde [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] antiga presidente da Assembleia Legislativa (AL), Susana Chou, declarou na sua conta em Weibo que a partir do início do ano passado lhe foi diagnosticada diabetes. Como tal, teve de optar por tomar conta da sua saúde em detrimento do tempo dedicado ao pensamento político. Como tal, a ex-presidente da AL anunciou que está de saída do cargo de membro da Conferência Consultiva Política da Povo Chinês (CCPPC). No comunicado, Susana Chou lembrou que há cinco anos que estava preparada para a saída do mesmo organismo, mas entretanto recebeu o convite para continuar por mais um mandato de cinco anos. A antiga presidente da AL admitiu que sabia que este seria o seu último mandato, facto que diz ter encarado com tranquilidade. No comunicado que publicou, Susana Chou mostrou-se satisfeita por nascer numa família comparativamente rica e por ter tido o privilégio de estudar até ao ensino superior sem qualquer preocupação. Porém, as dificuldades surgiram por volta de 1965, principalmente a nível profissional, quando se viu forçada a mudar-se para Hong Kong. Nessa altura, Susana Chou não dominava o cantonês, nem o inglês e as habilitações académicas dos estudos que havia feito no Interior da China não eram reconhecidas fora do continente chinês. Impossibilitada de regressar ao continente, a ex-presidente da AL arranjou forças para, num período de três anos, aprender a falar cantonês, inglês e francês. Travessia do rio Em 1968, Susana Chou mudou-se de Hong Kong para Macau algo contrariada por ter muito má impressão do território, na altura sob administração portuguesa. “Passado pouco tempo de ter chegado a Macau tive vontade de fugir por achar o território tão pouco desenvolvido e pobre”, disse a antiga presidente da AL. Olhando para trás, a ex-deputada confessa que nunca pensou que daí a 50 anos ainda viveria em Macau, e que passaria a gostar da cidade ao ponto de ser tornar a sua favorita. Após a chegada a Macau, Susana Chou percebeu que para organizar os seus negócios era fundamental aprender o português, ainda para mais porque a sua empresa estava em apuros e sentiu que precisava conseguir comunicar com os representantes do Governo em português. Começou a carreira de deputada em 1976, numa altura em que confessa não ter tido tempo para se dedicar de alma e coração à política devido à vida empresarial. Algo que viria a mudar, de acordo com a ex-deputada, aquando da elaboração dos trabalhos legislativos para a elaboração da Lei Básica. No final do texto, Susana Chou confessou a ligação emocional que tem à CCPPC e à AL, frisando que nunca lucrou dos seus cargos públicos.
Hoje Macau PolíticaEntradas ilegais | Song Pek Kei pede melhorias no sistema de segurança [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s recentes casos de entrada ilegal no território levaram a deputada Song Pek Kei a interpelar o Executivo sobre o assunto. Na visão de Song Pek Kei, a segurança da população pode estar em risco com estes casos, sendo que esta está atenta ao sistema de segurança nas fronteiras e à sua execução. A deputada considera que os trabalhos da Polícia de Segurança Pública (PSP) nas fronteiras tem espaço para melhorar, sobretudo se existirem falhas ao nível dos alertas e da prevenção. Song Pek Kei pede melhorias a nível técnico, questionando se o Executivo dispõe de um sistema de avaliação permanente de riscos, bem como um mecanismo de prevenção e alerta na área da segurança. Song Pek Kei, número dois de Si Ka Lon no hemiciclo, deseja também saber se o Governo vai levar a cabo mais acções de sensibilização junto do pessoal da segurança, para que haja uma melhoria nos serviços.
João Santos Filipe SociedadeMorte de criança levou 4 mil pessoas aos centros de saúde No dia seguinte à morte de uma criança devido a gripe, 4 mil pessoas apressaram-se a ir aos centros de saúde para serem vacinadas. Das 14 mil doses disponíveis, restam cinco mil. A partir de hoje a vacinação passa a ser feita por marcação [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] morte de uma criança de quatro anos por complicações relacionadas com gripe originou uma corrida aos centros de saúde e, na sexta-feira, cerca de 4.000 pessoas apresentaram-se para levar a vacina. Um número 10 vezes superior ao normal, que levou o Governo a tomar medidas e a tornar as consultas para vacinação por marcação. A nova situação foi apresentada ontem, durante uma conferência de imprensa no Centro Hospitalar Conde São Januário, que contou com a presença de Lei Chin Ion, director do Serviços de Saúde de Macau. “No dia 26 de Janeiro [após a morte da criança], 4.000 utentes deslocaram-se aos centros de saúde para levarem a vacinação. Nos dias anteriores, a média diária de utentes era de 400. Houve um aumento de dez vezes no número de utentes por dia, uma situação que coloca em causa o funcionamento dos centros de saúde”, disse Lei Chin Ion. “Vamos alterar a nossa estratégia e as pessoas vão passar a precisar de fazer marcações prévias para a vacinação. As pessoas com menos de cinco anos vão ter prioridade no acesso às vacinas, assim como as pessoas com doenças crónicas e idosas. Queremos garantir que os grupos de risco têm prioridade”, frisou. A vacinação é grátis para os residentes de Macau, todos os estudantes no território, assim como para não-residentes que trabalhem em lares de idosos. Os restantes não-residentes têm de pagar entre 50 e 80 patacas pela vacina, mais custos relacionados com a consulta. Por outro lado, o director dos Serviços de Saúde reconheceu que nos próximos dias, devido à descida das temperaturas, que pode haver um aumento no número de casos de gripe, em queda desde 21 de Janeiro, e apelou à prevenção. Quanto às doses de vacinas disponíveis, estão agora em stock cerca de 5 mil, quando na quinta-feira havia 14 mil doses disponíveis. No entanto, Lei Chin Ion garante que já estão fechados contratos com os fornecedores e que 40 mil doses vão chegar a Macau nos próximos dias. Novas medidas nas escolas Também o funcionamento das escolas vai sofrer alterações. O chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças dos Serviços de Saúde, Lam Chong, explicou que em certas condições em que sejam detectados casos de gripe, as aulas vão ser suspensas. Nos casos em que se registe morte de um aluno ou uma criança for internada com recurso a ventilação e a taxa de vacinação na turma em causa for inferior a 50 por cento, as aulas são suspensas durante sete dias. O mesmo acontece se nesta situação 30 por cento dos alunos do mesmo ano escolar apresentarem os sintomas de gripe. Quando houver morte ou internamento em estado crítico de dois alunos até então saudáveis no espaço de 15 dias, também as aulas vão ser suspensas durante sete dias. Segundo os dados apresentados, 48 por cento dos alunos com menos de 5 anos estão vacinados, número que sobe para 75 por cento nas escolas do ensino primário e que é de 60 por cento no ensino secundário. Recusa de vacinas Todos os anos, em Macau, são registados entre 10 e 20 casos de pais que recusam ter as crianças vacinadas de acordo com o programa de vacinação gratuito. No entanto, Lei Chin Ion alertou a população para a importância da vacinação e para o facto das pessoas que não estão vacinadas poderem ser impedidas de se inscreverem nas escolas ou serem aceites em certos postos de trabalho. Irmã da vítima de 4 anos recuperada A irmã da vítima de quatro anos que faleceu na quinta-feira devido a complicações relacionadas com gripe está a recuperar e teve, ontem, alta hospitalar. A irmã de dois anos da vítima chegou a apresentar pneumonia, mas a sua condição melhorou, o que fez com que pudesse ser enviada para casa. Alexis Tam visitou Centro de Saúde O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, e o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, visitaram ontem de manhã o Centro de Saúde da Areia Preta. Segundo o director dos SSM os utentes da Areia Preta elogiaram a capacidade de resposta do Governo perante a gripe. Por sua vez, Lei Chin Ion, na conferência de imprensa à tarde, admitiu estar na fase final de recuperação de uma gripe e comprometeu-se a ir levar a vacina quando estiver totalmente bom.
Andreia Sofia Silva PolíticaEducação | Revisão da lei sobre ensino técnico-profissional em consulta pública [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) adiantou, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lei Chan U, que vai rever a lei que regula o ensino técnico profissional. As primeiras sessões de consulta pública deverão arrancar até Março. “A DSEJ encontra-se a organizar as opiniões recolhidas para elaborar o texto da consulta públicas, de modo a realizar, no primeiro trimestre de 2018, diversas sessões públicas destinadas a diferentes sectores, no sentido de recolher opiniões e impulsionar o processo legislativo”, lê-se na resposta dada ao deputado. Leong Lai, directora do organismo, considera que o diploma tem de ser revisto pois “ao longo dos anos ocorreram muitas e grandes mudanças em vários aspectos da sociedade de Macau, especialmente ao nível do desenvolvimento económico acelerado”. A ideia é “aumentar a qualidade do ensino técnico-profissional, para que possa satisfazer realmente as necessidades do desenvolvimento da economia e da sociedade”. É também objectivo da DSEJ “criar um sistema do ensino técnico-profissional melhorado e adaptado às necessidades do desenvolvimento da sociedade e indivíduos de Macau”. A DSEJ espera, com a nova lei, “introduzir uma participação mais aprofundada dos respectivos sectores e reforçar a cooperação entre escolas e empresas”. Associações já foram ouvidas Antes de arrancar com o processo de consulta pública, a DSEJ já efectuou a recolha de opiniões junto de entidades ligadas ao sector do ensino técnico-profissional. “Os dirigentes e chefias da DSEJ visitaram, nos meses de Fevereiro e Março de 2017, 18 associações e instituições, incluindo empresas envolvidas no ensino técnico-profissional, associações e instituições de formação, para realizarem intercâmbios e recolher informações acerca da situação actual e das necessidades deste tipo de ensino”, explicou a directora da DSEJ, Leong Lai.
Hoje Macau PolíticaCCPPC | Membros de Macau reuniram nos últimos dias Os membros de Macau dos comités das províncias de Guangdong e Jiangsu da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês estiveram reunidos este fim-de-semana, tendo sido abordados vários assuntos relativos à cooperação com Macau [dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]ealizou-se no passado fim de semana a primeira reunião do Comité Provincial de Guangdong da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), tendo sido eleitos os 138 membros permanentes da CCPPC da província de Guangdong. No grupo estão três membros de Macau: Leong Su Sam, Ieong Tou Hong e Mok Chi Wai. A ex-deputada à Assembleia Legislativa (AL), Melinda Chan, também pertence a este comité, bem como o deputado Zheng Anting e Wong Ian Man. Em declarações ao jornal Ou Mun, Leong Su Sam, Ieong Tou Hong e Mok Chi Wai reconheceram que têm grandes responsabilidades por assumir, além de prometerem uma maior união entre os vários sectores de Macau para estarem integrados na cooperação com a província de Guangdong e na zona da Grande Baía. Leong Su Sam destacou o facto de existirem menos membros naturais de Guangdong e mais membros de Macau, algo que, na sua opinião, se deve à grande atenção que as autoridades desta província têm prestado à RAEM. Ieong Tou Hong declarou que, no futuro, precisa de investir mais tempo na sua participação da CCPPC, sendo necessário unir os membros de Macau para avançar com propostas ligadas a diversos assuntos, como a construção da Grande Baía e passagem nos postos fronteiriços. Na visão de Mok Chi Wai, o título de membro permanente traz-lhe uma nova responsabilidade, considerando que Guangdong será um bom ponto de partida para os residentes de Hong Kong e de Macau estarem mais integrados no desenvolvimento do país. Reforçar os talentos Este fim-de-semana realizou-se também uma reunião do comité da província de Jiangsu da CCPPC. Os membros de Macau opinaram sobre o parque de cooperação entre Jiangsu e Macau, tendo referido, segundo a imprensa chinesa, que esperam mais políticas sobre esse projecto. Os dirigentes da província de Fujian tiveram um encontro com os membros da CCPPC de Hong Kong e de Macau. Song Pek Kei, deputada à AL, referiu que as regiões de Fujian e de Macau têm uma base profunda de cooperação, sendo territórios importantes nos projectos de “Uma Faixa, Uma Rota”, existindo grandes oportunidades de desenvolvimento nesse contexto. Considerando as actuais tendências na criação de novos negócios, Song Pek Kei sugeriu o reforço da formação dos jovens, esperando que estes possam saber mais sobre a cultura chinesa através da realização de intercâmbios no continente.
João Santos Filipe DesportoLiga de Elite | Chao Pak Kei goleou Hang Sai por 14-0 [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]mbalada por Danilo a equipa do C.P.K. está a ter um início de temporada arrasador e à segunda jornada soma duas vitórias e 26 golos marcados. Só o goleador brasileiro já conta com 12 golos na conta pessoal O Chao Pak Kei está a ter um arranque de campeonato fulgurante e na sexta-feira bateu o recém-promovido Hang Sai por 14-0, no Estádio de Macau. No encontro para a segunda jornada, o ataque Danilo voltou a estar em destaque apontado sete golos, depois de já ter apontado outros cinco, na primeira jornada, diante do Lai Chi. Apesar do Hang Sai ter entrado na partida com a motivação extra de uma surpreendente vitória na primeira jornada, por 1-0, diante do Monte Carlo, as aspirações de repetirem um resultado que se pudessem considerar positivo terminaram rapidamente. O primeiro golo surgiu logo aos 4 minutos, num canto, batido por Diego Patriota. Após a marcação da bola parada, o brasileiro conseguiu tirar um segundo cruzamento, após o ressalto, sendo que a bola sofreu dois desvios de atacantes do C.P.K. antes de seguir em direcção à baliza do Hang Sai. Lok Ka On ainda conseguiu defender à primeira, mas Danilo chegou mais rápido do que a defesa contrária ao ressalto e encostou para o 1-0. Novamente aos 9 minutos chegou outro golo. O lateral Choi Chan In cruzou longo para a área, onde surgiu Ronald Cabrera que desviou para a baliza e fez o 2-0. O C.P.K. contou com a ajuda de Lok Ka On, que saiu fora do tempo e abriu o caminho para o golo. Antes do intervalo, o C.P.K. ainda marcou mais cinco tentos, desta feita por Danilo, que marcou mais três, aos 11’, 28’ e 33’, e Ho Ka Seng, que bisou com golos aos 38’ e 40’. Com 7-0, o encontro chegou ao intervalo resolvido, com o segundo tempo a servir para cumprir o calendário. Mesmo assim o C.P.K. não deixou de procurar dilatar a vantagem. Na segunda parte, os restantes 7 golos foram apontados por Bruno Nogueira, 47’, Diego Patriota, 63’ e 79’ e Adilson, 78’. Danilo também fez o gosto ao pé com nada menos do que três golos, aos 71’, 80’ e 82’. C.P.K. e águias na frente Com este resultado, águias e C.P.K. lideram a Liga de Elite com 6 pontos, cada, depois dos encarnados terem ganho ao Lai Chi por 5-0, com cinco golos de Nicholas Torrão. No terceiro lugar está o Ching Fung que empatou 0-0, no Sábado, no Canídromo, com o Ka I. A equipa de João Rosas soma quatro pontos. Já o Ka I, orientado por Josecler, tem um ponto em duas jornadas, após a derrotas com o Benfica. No restantes jogos, o Sporting goleou os Serviços de Alfândega por 5-0 e o Monte Carlo bateu a Polícia por 2-1. Na luta pelos dois lugares de descida estão o Lai Chi e os Serviços de Alfândega, com 0 pontos, cada.
Andreia Sofia Silva SociedadeCasal português necessita de 200 mil patacas para recuperar casa Um casal português sofreu um incêndio dentro da sua casa, localizada nos Ocean Gardens, provocado por uma tomada que começou a arder. O senhorio não se responsabiliza pelos estragos e o casal não tem possibilidade de custear as 200 mil patacas necessárias. Já há uma campanha de recolha de fundos [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Casa de Portugal em Macau (CPM) lançou uma campanha de recolha de fundos para apoiar um casal português que sofreu um incêndio dentro da sua própria casa, provocado por uma tomada eléctrica que começou a arder. São necessárias 200 mil patacas para reparar um apartamento e recuperar mobílias e electrodomésticos, valor que o senhorio não quer suportar. A viver em casa de amigos, o casal não tem capacidade financeira para pagar as despesas ou alugar um outro apartamento. O incêndio aconteceu na madrugada do dia 10 de Janeiro, sendo que o apartamento está localizado no edifício Cattleya, nos Ocean Gardens, Taipa. O casal, juntamente com a sua filha, acabaram por ser resgatados pelos bombeiros. Segundo um comunicado, “a família ficou retida à volta da janela do quarto do casal sem possibilidade de escapar ao fogo e fumos tóxicos provocados pelo derretimento de plásticos e demais aparelhos electrónicos até serem resgatados pelos bombeiros”. Helena Pereira contou ao HM que nenhum alarme de incêndio foi activado no edifício, o que levanta a questão da falta de segurança. “É grave que um apartamento esteja a arder e que o alarme do prédio não toque. Houve vizinhos que acordaram com o fumo na casa deles e que saíram, e houve outros que não acordaram. No corredor de acesso aos apartamentos há três detectores de fogo e nenhum deles foi activado.” Helena contou que esta não é a primeira vez que sofre um incidente deste género. “Já tive este problema num outro apartamento no mesmo edifício, onde vivi 12 anos, e aconteceu-me exactamente o mesmo, em que as tomadas começarem a arder. Foi durante o dia, estávamos em casa e sentimos o cheiro, e não houve nada. Um vizinho também lhe aconteceu o mesmo”, relatou. Na madrugada do passado dia 10, um vizinho do casal “ainda subiu as escadas de incêndio para agir, mas o fumo era tão espesso que um agente policial já no local o desiludiu”. Apesar da família estar, neste momento, bem de saúde, um dos animais domésticos acabou por perder a vida em consequência do incêndio. “A família encontra-se bem de saúde e a recuperar da odisseia. Contudo uma das três gatas de estimação, a que se encontrava na divisão que ardeu, faleceu sábado, no veterinário, vítima das complicações causadas pelos fumos tóxicos do incêndio que lhe destruíram os pulmões.” Senhorio não paga A campanha entretanto lançada com a ajuda de amigos através da CPM visa suportar as despesas que o casal tem agora de pagar, uma vez que o senhorio não quer accionar o seguro e assumir responsabilidades. “A família depara-se agora com o rescaldo do incêndio sem meios financeiros para fazer face às despesas que se somam: todos os têxteis, roupas, calçado, lençóis almofadas, colchões estão contaminados e inutilizáveis pelos fumos tóxicos, cinzas e fuligem, nem todas as mobílias serão recuperáveis, todos os produtos alimentares e variadíssimos electrodomésticos estão inutilizáveis, além da reparação da fracção.” Helena Pereira disse ao HM que todos os contactos até agora feitos junto do senhorio, no sentido deste pagar as contas, revelaram-se infrutíferas. “O que nos foi comunicado através da representante do senhorio foi que ele não assume qualquer responsabilidade e não paga qualquer despesa. Quando foi feita a limpeza foi necessário tirar os restos dos ares condicionados e as equipas de limpeza não podiam fazer isso. A agente disse que ia tratar do assunto, mas depois a conta foi-nos enviada.” As despesas relativas à primeira acção de limpeza foram pagas pela Congregação Anglicana em Macau, mas é preciso bastante mais. “Estamos um bocado assustados, porque não temos casa e o mais importante é termos acesso a bens essenciais e ver a situação resolvida. Ainda não temos a resposta do senhorio.” Helena Pereira assume desde já que não tenciona levar o caso a tribunal, mas alerta que a lei não é clara no que diz respeito ao apuramento de responsabilidades neste tipo de situações. “Temos de provar que não temos culpa do acidente, mas à partida a lei não é clara quanto à causa dos danos, porque não houve intenção nem negligência, foi um acidente com o sistema eléctrico da casa. Estamos à espera que o senhorio se responsabilize”, rematou. A campanha já está a decorrer e os fundos podem ser transferidos para a conta 9014444997 do Banco Nacional Ultramarino.