João Santos Filipe Manchete SociedadeCanídromo | Angela Leong diz que é entregue hoje plano para o futuro dos galgos A Yat Yuen vai entregar hoje, pela terceira vez, um plano para o futuro dos galgos. Ontem, a directora-executiva não quis revelar o destino dos animais, mas garante que o Canídromo cumpriu sempre as suas responsabilidades perante os animais e os empregados [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Canídromo vai entregar hoje o plano sobre o futuro dos Galgos ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. A garantia foi deixada ontem por Angela Leong, directora-executiva da Companhia de Corridas de Galgos Macau (Yat Yuen), que considerou a possibilidade dos animais serem levados para um terreno no Interior da China especulação dos jornalistas. “Amanhã [hoje] o Governo vai ter o nosso plano. Mais tarde vamos divulgar as informações sobre a nossa resposta [ao Governo]. Também o Executivo vai divulgar as informações. Acredito que assim que as informações forem divulgadas que as pessoas terão o conhecimento sobre o futuro dos galgos e a vida que vão levar assim que deixarem de correr”, disse Angela Leong, quando questionada sobre a possibilidade dos cães serem levados para o outro lado da fronteira. Apesar da insistência face ao transporte dos galgos para um alegado terreno do Canídromo no Interior da China, a directora-executiva afirmou que não passa de especulação dos jornalistas. “Isso é especulação. Os galgos já vivem em Macau há muitos anos. Como é que lhes podemos oferecer um bom ambiente para a vida depois de se retirarem? A resposta vai ser dada amanhã [hoje], depois da entrega do plano e das informações serem divulgadas”, reiterou. No domingo, oito grupos de protecção dos animais realizaram uma conferência de imprensa conjunta a pedir que os galgos não sejam transportados para o Continente. Angela Leong optou por deixar as associações em causa sem qualquer tipo de resposta. “Quer sejam os grupos em defensa da protecção dos animais, o Canídromo, os indivíduos que amam cães, ou as pessoas do exterior… todos têm a sua opinião. Os jornalistas também têm uma opinião. Por isso, não vou responder às opiniões”, justificou. “As pessoas têm a sua liberdade e nós temos assumido as nossas responsabilidades pelos galgos e pelos funcionários”, garantiu. Adopções disponíveis A também deputada, que falou com os jornalistas à margem de um encontro de uma comissão na Assembleia Legislativa, aproveitou igualmente para negar que já não fosse possível entregar fichas de adopção de galgos junto do Canídromo. “Ouvi dizer que as adopções só estavam disponíveis durante os três dias que realizámos para esse efeito. Quero esclarecer que isso não é verdade. Continuamos a aceitar pedidos de adopção”, frisou. Com o plano que será entregue hoje, este vai ser o terceiro documento que a Yat Yuen entrega ao Governo relativo ao destino dos galgos. Os dois projectos anteriores foram recusados pelo IACM, que exigiu um novo plano. A Yat Yuen tem até dia 21 deste mês para deixar as instalações do Canídromo e, de acordo com os dados da ANIMA, a empresa deverá ter na sua posse cerca de 650 galgos.
Hoje Macau SociedadeIncêndio | Caso suspeito de fogo posto na Taipa [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m incêndio que deflagrou na madrugada de domingo num edifício na Taipa, mais propriamente na Avenida de Kwong Tung, levantou suspeitas de fogo posto, de acordo com a Polícia Judiciária (PJ). Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o incêndio aconteceu na madrugada do dia 8 de Julho. O Corpo de Bombeiros (CB) foi informado da existência de fumo e cheiro a queimado no edifício e quando chegaram ao local testemunharam o fumo que vinha dos 16º, 17º e 18º andares. O CB procedeu à evacuação de 40 residentes, sem que se tenham registados feridos. O caso está agora a ser investigado pelas autoridades policiais.
Hoje Macau SociedadeTáxis | 114 infracções registadas nos primeiros oito dias de Julho [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia de Segurança Pública (PSP) registou, até ao dia 8 de Julho, um total de 114 infracções cometidas por taxistas, das quais 75 são relativas a cobrança abusiva de tarifas e 19 à recusa de transporte de passageiros. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o Executivo recebeu, nos primeiro oito dias de Julho, um total de 36 queixas e pedidos de ajuda através da linha de atendimento do departamento de trânsito da PSP para denúncias telefónicas ligadas a infracções de taxistas.
Hoje Macau SociedadeExplosão na Areia Preta | IAS garante prestar apoio a família de vítima mortal [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] presidente substituta do Instituto de Acção Social (IAS), Hoi Va Pou, disse ao jornal Ou Mun que o organismo enviou um representante a casa da família da vítima mortal da explosão do restaurante na Areia Presta na semana passada. De acordo com a responsável, o enviado levou ainda uma carta de condolências do Chefe do Executivo, Chui Sai On. Segundo Hoi Va Pou, no momento da visita os familiares da vítima não informaram o IAS de que estão a precisar de ajuda económica de modo a garantir a sua subsistência. No entanto, o IAS garante que vai prestar os devidos cuidados à família caso necessitem de apoio. Em comunicado, o organismo refere ainda que tinha agendada mais uma visita a casa da família da vítima mortal, com o objectivo de agilizar o processo de apoio financeiro. As declarações surgem um dia depois das queixas relativas a falta de apoio expressadas pelo vice-presidente da Aliança de Povo de Instituição de Macau, Chan Tak Seng. O dirigente associativo apelava ao Executivo a mobilização dos meios necessários para a conclusão da investigação do incidente e para o apoio económico aos familiares da vítima. Chan explicou que se tratam de pessoas que perderam a capacidade de trabalho por motivos de doença e actualmente apenas contam com o filho para contribuir para a economia familiar.
Hoje Macau Manchete SociedadeBiblioteca Central | Nove propostas apresentadas no último dia [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oram entregues nove propostas para a nova Biblioteca Central, no Edifício do Antigo Tribunal e na antiga sede da Polícia Judiciária, segundo a informação avançada à TDM-Rádio Macau pelo Instituto Cultural. O prazo para a entrega das propostas era até ao meio-dia de ontem. A abertura das propostas tem lugar hoje de manhã. Recorde-se que em 2008 tinha sido realizado um concurso de arquitectura do projecto, que foi suspenso após investigação do Comissariado Contra a Corrupção.
Hoje Macau SociedadeEstatísticas | Preços da habitação sobem 8,7 por cento [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntre os meses de Março e Maio o índice de preços da habitação subiu 8,7 por cento, comparativamente ao mesmo período no ano passado. De acordo com informação dada ontem pelos Serviços de Estatística e Censos durante os meses entre Fevereiro e Abril os preços registam uma subida de 5,4 por cento. O aumento foi mais relevante na península de Macau em que a subida foi superior a seis por cento, enquanto na Taipa foi pouco mais de dois por cento.
Hoje Macau SociedadeONG | Firma de advogados “Rato, Ling, Lei & Cortés” integra TrustLaw [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] sociedade de advogados Rato, Ling, Lei & Cortés” integra o programa de assistência jurídica gratuita a organizações não governamentais (ONG) do programa TrustLaw, ligado à Fundação Thomson Reuters. Dentro da TrustLaw estão incluídas mais de três mil ONG de todo o mundo, bem como empresas sociais, que “trabalham com o objectivo de combater problemas como a desigualdade de género, tráfico humano e escravatura e a crise de refugiados, e para defender os direitos de comunidades minoritárias, a liberdade de expressão e os direitos ambientais dos cidadãos de todo o mundo”. De acordo com um comunicado, um dos sócios, Pedro Cortés, afirmou que “a colaboração com a plataforma representa a compreensão de uma realidade e de uma prática internacional a que os escritórios de advogados não podem estar alheios”.
Hoje Macau PolíticaEconomia | Macau quer Zhaoqing a apostar nos países de língua portuguesa [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] chefe do Governo de Macau esteve ontem na cidade chinesa de Zhaoqing e afirmou que as duas regiões devem apostar nos mercados dos países de língua portuguesa para atrair investimentos para a região da Grande Baía. De acordo com o comunicado divulgado pelas autoridades de Macau, Chui Sai On sugeriu aos líderes de Zhaoqing que devem “aproveitar as políticas favoráveis concedidas pelo Governo Central e apoiar as novas ações de cooperação económica com os países de língua portuguesa”. Macau ambiciona ser uma plataforma importante entre o interior da China e os países de língua portuguesa, com ainda mais preponderância após a transferência da sede do Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa para Macau. Pequim estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003. De acordo com o comunicado, o Chefe do Executivo pretende ainda que as duas regiões, incluídas no projecto chinês da construção da Grande Baía, apostem, em conjunto, em indústrias verdes e de baixo carbono com vista a uma “Baía Verde”. No dia 14 de Junho, uma delegação de Macau visitou as repartições de comércio de quatro cidades incluídas no projecto chinês da construção da Grande Baía, uma das quais Zhaoqing. Nesta ocasião, foram discutidas matérias como o comércio de mercadorias e de serviços, facilidades nas alfândegas e comércio electrónico transfronteiriço, muitos dos conteúdos que envolvem o projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. O porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, integrou o grupo, tal como os empresários Chan Meng Kam [ex-deputado à Assembleia Legislativa], Liu Chak Wan e ainda Ma Iao Lai, também presidente da Associação Comercial de Macau. O secretário do comité municipal, Lai Zehua, “elogiou a prosperidade económica, a estabilidade e a harmonia social da cidade desde o estabelecimento da RAEM, em especial desde que Chui Sai On tomou posse”.
Sofia Margarida Mota Manchete PolíticaSong Pek Kei pede revisão ao regime de imigração para quadros especializados [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Song Pek Kei quer uma revisão da política de imigração no que respeita à importação de quadros técnicos qualificados, no seguimento do polémico relatório do Comissariado contra a Corrupção, que aponta falhas ao processo de aprovação de pedidos de residência temporária por investimento por parte do Instituto de Promoção do Investimento e Comércio de Macau (IPIM). Para a deputada, o problema não está na contratação de especialistas estrangeiros, até porque, considera, são essenciais ao desenvolvimento do território. As reservas de Song Pek Kei prendem-se com a indefinição de áreas em que estes especialistas são necessários. Segundo a interpelação escrita que endereçou ao Executivo, a deputada eleita por via directa admite que o território precisa de profissionais qualificadas nas mais diversas o para quadros especializadosis bem comno de definiçtividade sejam promovidos. o acerca das necessidades locais. Para Sing, untáreas para que possa ser uma região competitiva dentro da situação actual, tendo em conta a integração no projecto da Grande Baía. No entanto, cabe às autoridades pesquisar de modo a que exista conhecimento concreto acerca das necessidades locais. Para Song, só com esta definição é que é possível investir numa política de emigração de talentos eficaz para o desenvolvimento de Macau. De acordo com a missiva dirigida ao Governo, a falta de talentos é óbvia no território, no entanto, continua a ser referida sem conteúdos” e sempre de forma demasiado vaga”, lê-se. Leis velhas “A política de imigração de Macau está em funcionamento desde 1995, já existe há mais de 20 anos e antes da transferência de administração, a conjuntura económica era relativamente pobre”, recorda a deputada. As circunstâncias fizeram com que, na altura, a política tivesse eficácia em promover, essencialmente, o investimento comercial. No entanto, nas últimas duas décadas, o desenvolvimento económico tem sido rápido e as indústrias precisam de se diversificar, no entender da deputada. Para o efeito, é necessária uma revisão legislativa que tenha em conta as necessidades de imigração actuais de modo a “absorver talentos de alto nível” nas áreas em que são precisos.
Hoje Macau PolíticaIao Hon | Wong Kit Cheng sugere aproveitamento de mercado [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Wong Kit Cheng quer saber qual é o aproveitamento que o Governo vai fazer do segundo e terceiro andares do mercado Iao Hon, na Zona Norte da cidade. De acordo com a legisladora, estes dois andares estão a ser subaproveitados há mais de seis anos, apesar de se encontrarem numa das zonas mais densamente habitadas de Macau. Ainda de acordo com Wong Kit Cheng um dos andares está a ser utilizado como armazém e o outro está simplesmente vazio. Por esta razão, a deputada quer saber o que o Governo vai fazer com os andares em causa e se há um calendário para a implementação de eventuais medidas.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAL | Ho Iat Seng dá prazo para analisar lei de bases da organização judiciária Diz o ditado que depressa e bem não há quem. No entanto, o presidente da Assembleia Legislativa quer a lei de bases da organização judiciária analisada na especialidade em pouco mais de um mês. A data limite é 15 de Agosto [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente da Assembleia Legislativa, Ho Iat Seng, deu até 15 de Agosto para os deputados da 3.º Comissão Permanente terminarem a análise da lei de bases da organização judiciária. A situação foi revelada ontem por Vong Hin Fai, presidente da comissão, após a primeira reunião para analisar o diploma. “O presidente da Assembleia Legislativa emitiu um despacho para concluir o parecer até 15 de Agosto. Vamos fazer todos os esforços para concluir o trabalho dentro desta data”, afirmou Vong Hin Fai, em conferência de imprensa. “Quando o presidente [da AL] emite um despacho normalmente temos dois meses para concluir os trabalhos. Mas agora há menos tempo porque esta sessão legislativa termina a 15 de Agosto [altura em que os deputados vão de férias]”, acrescentou. Porém, é o próprio presidente da comissão a reconhecer que o tempo é limitado. Em causa está o facto deste grupo de deputados ter outros quatro diplomas para analisar até à data limite. “A comissão também tem outros trabalhos. Vamos fazer um esforço para concluir o relatório, mas só esta semana temos reuniões todos os dias. Se até lá não for possível, podemos pedir uma prorrogação do prazo. Mas vamos fazer o esforço, hoje já analisámos quatro ou cinco artigos”, frisou. Caso o prazo de 15 de Agosto seja ultrapassado, o documento pode continuar a ser discutido na comissão, sem haver necessidade de voltar ao plenário para ser novamente votado na generalidade. Este cenário só se colocaria se depois das férias começasse uma nova Legislatura, ou seja depois da realização de eleições. Cascata de processos Também o deputado José Pereira Coutinho se mostrou preocupado com o prazo definido, devido à complexidade do documento e pelos impacto que pode implicar noutros diplomas. “É uma cascata de leis. É evidente que as comissões não vão ter tempo para se debruçarem com cuidado sobre todas as leis. Um dos exemplos mais caricatos é a lei de base da organização judiciária. Acho que não temos tempo para analisar o impacto das alterações. Pelo menos sete diplomas legais vão sofrer impactos com esta lei”, admitiu o deputado, ao HM. “Precisamos de mais tempo e espero que com tudo isto não se repita o caso da Lei de Terras. Na altura, os deputados votaram tudo à pressa, houve 28 deputados que votaram tudo a favor, se não me falha a memória só houve uma abstenção, mas agora dizem que a lei não presta”, recordou. Consulta pública Ontem, os deputados debruçaram-se sobre a acumulação de funções dos deputados e o sistema de remuneração para tarefas extra. Vong Hin Fai esclareceu que a comissão concorda com a proposta do Governo no que diz respeito ao sistema. Contudo, os legisladores mostraram-se preocupados com o facto da acumulação de funções pelos magistrados em diferentes juízos, que podem colocar em causa a especialização. Outro dos assuntos em questão foi o pagamento da acumulação de funções, que poderá variar entre o mínimo de 5 e o máximo de 30 por cento do ordenado base anual. Porém, o modelo adoptado não é claro para os deputados: “A acumulação de funções vai ser determinada pelo Conselho de Magistratura. São eles que vão escolher os juízes que acumulam mais funções. Assim vamos ter juízes a ganhar mais 5 por cento do salário anual base, outros 15 por cento e alguns 30 por cento. Isto cria uma certa situação de selecção de juízes. Também a forma como são escolhidas as percentagens não é clara. A lei não explica como é feito”, indicou José Pereira Coutinho. Além destes assuntos, a comissão da AL abriu ontem uma sessão de consulta pública para todos os cidadãos e pessoas do sector, que termina a 9 de Agosto. Foi igualmente pedido acesso aos documentos de consulta do Governo sobre a lei, nomeadamente os pareceres do Conselho dos Magistrados Judiciais, o Conselho dos Magistrados do Ministério Público e a Associação dos Advogados de Macau.
Hoje Macau China / Ásia MancheteTailândia | Resgatadas oito das doze crianças presas em gruta No domingo, as equipas de resgate conseguiram retirar quatro dos 12 elementos da equipa de futebol Wild Boars que ficaram presos na gruta Tham Luang, situada na província de Chiang Rai, no Norte da Tailândia. Ontem, até à hora do fecho da edição, foram resgatadas mais quatro crianças, antes das operações voltarem a ser suspensas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades tailandesas confirmaram ontem que foram retirados mais quatro rapazes da gruta na Tailândia, num momento em que foram suspensas as operações de resgate do grupo. Citado pela AP, um oficial da marinha tailandesa confirmou que são oito o total de crianças resgatadas com vida da gruta. As autoridades tailandesas têm recusado prestar informações aos jornalistas, mas várias testemunhas indicam que pelo menos quatro ambulâncias saíram hoje do perímetro de segurança em torno da zona de entrada na gruta. As oito crianças que foram resgatadas na Tailândia estão bem de saúde, disseram ontem as autoridades numa conferência de imprensa. Poucas horas depois de ter começado a segunda fase da operação de resgate, as autoridades tailandesas disseram que a chuva que caiu durante a noite não mudou o nível da água na gruta, onde quatro crianças e o treinador ainda permanecem. No total, ontem foram salvas quatro crianças. “A segunda operação começou pelas 11h locais [de ontem]”, disse à imprensa o chefe da unidade de crise. Narongsak Osottanakorn, líder da equipa de resgate que tentou ontem retirar o grupo preso na gruta inundada assegurou que anunciaria “boas notícias em poucas horas”. “Em poucas horas teremos boas notícias” para anunciar, garantiu. Os quatro primeiros rapazes a sair da gruta no domingo, numa operação urgente e perigosa, tiveram de mergulhar e atravessar diversas passagens apertadas e tortuosas da caverna. Os jovens estão ainda a ser submetidos a diversos exames médicos no hospital e ainda não estão autorizados a entrar em contacto directo com a família. Devido ao perigo de infecções, só puderam ver os familiares através de uma divisória de vidro. Manhã sem chuva Uma manhã sem chuvas fortes, depois de uma noite que fez justiça ao tempo das monções que se vive neste período no Sudeste Asiático, afastou os piores receios das autoridades tailandesas. Manteve-se o silêncio sobre a missão de resgate das crianças e do treinador que se encontram ainda aprisionados numa gruta em Mae Sai, bem como sobre o nível da água em algumas das passagens subterrâneas, mas nas declarações da manhã de ontem, o ministro do Interior da Tailândia disse haver expectativas quanto ao sucesso da missão. Anupong Paojinda não só informou que são os mesmos mergulhadores que estão a tentar executar a extracção, uma vez que conhecem já o caminho, as condições da gruta e o que fazer, mas também que as crianças estão saudáveis, embora estejam a ser realizados exames médicos mais detalhados. A cerca de dois quilómetros da gruta, cuja aproximação está proibida desde domingo a cerca de uma centena de jornalistas de uma dezena de países que estão ‘acampados’ num centro de imprensa improvisado pelas autoridades, é possível observar que pelo menos um helicóptero está a ser utilizado na missão e assiste-se a um corrupio de elementos que integram a operação de salvamento, que se dirigem ao espaço que fornece apoio logístico. O grupo encurralado é composto por jogadores, com idades entre os 11 e os 16 anos, e o treinador, de 25 anos. Os 12 rapazes e o treinador foram explorar a gruta depois de um jogo de futebol no dia 23 de Junho. Na altura, as inundações resultantes das monções bloquearam-lhes a saída e impediram que as equipas de resgate os encontrassem durante nove dias, uma vez que o acesso ao local só é possível via mergulho através de túneis escuros e estreitos, cheios de água turva e correntes fortes. Nas operações de socorro participam 90 mergulhadores, 40 tailandeses e 50 estrangeiros. O local onde os jovens ficaram presos situa-se a cerca de quatro quilómetros da entrada da gruta, num complexo de túneis com zonas muito estreitas e alagadas pelas chuvas da monção que afectam a zona, o que obriga a que parte do percurso tenha de ser feito debaixo de água e sem visibilidade. Grupos de quatro A ministra dos Negócios Estrangeiros australiana disse acreditar que os jovens retidos numa gruta na Tailândia vão ser retirados em grupos de quatro. Em declarações ao canal de televisão australiano Nine Network, Julie Bishop saudou o resgato de quatro das crianças, no domingo, referindo que quase 20 australianos estão a participar na complexa operação de resgate na gruta inundada de Tham Luang, no norte da Tailândia. “É altamente perigoso, é muito precário e os nossos pensamentos estão não apenas com os meninos, mas também com as equipes de mergulho e resgate que estão a ajudar”, disse Bishop. A ministra disse que as lições da operação inicial seriam aplicadas nas operações subsequentes. “É uma notícia maravilhosa e estamos muito aliviados que os quatro meninos tenham sido retirados. Mas o facto de ter levado tantas horas sublinha o quão precária é toda essa missão”, afirmou na governante antes do resgate de mais cinco crianças. Mergulhadores da Polícia Federal Australiana e da Força de Defesa, juntamente com o anestesista e mergulhador de cavernas Richard Harris, fazem parte da equipa australiana que está envolvida no resgate. Bishop disse que Harris estave envolvido na avaliação médica que determinou que os quatro primeiros meninos estavam aptos o suficiente para nadar para a liberdade. Déjà vu O drama do resgate dos mineiros na Tasmânia, Austrália, e no Chile está ‘vivo’ na mente dos povos daqueles países, tornando inevitável a comparação durante a cobertura dos ‘media’ que acompanham na Tailândia o dramático resgate das crianças presas numa gruta, sublinham jornalistas no local. Antes da conferência de imprensa das autoridades tailandesas para actualizar a informação sobre o estado das crianças e do treinador de futebol presos numa gruta em Mae Sai, na província a norte de Chiang Rai, a jornalista que faz a cobertura para o Canal 12, no Chile, faz questão de destacar, em directo, o que aproxima estes dois casos, apesar da distância geográfica. À agência Lusa, Flávia Cordella disse que “este caso na Tailândia tem muitas semelhanças com o que se passou no Chile em 2010 com os mineiros”. “No nosso país tivemos cerca de 70 dias com 33 pessoas debaixo de terra, e todos olharam para o norte do país para assistir à melhor forma de [executar] o resgate”, explicou, salientando que, então, “também se trabalhou arduamente para salvar e para encontrar o melhor caminho” para as operações de socorro. “Com estas crianças, a [história] é-nos muito próxima”, concluiu a jornalista daquele canal de televisão. Mesmo 12 anos depois, o repórter do Canal Dez australiano Daniel Sutton garantiu que o drama dos dois mineiros aprisionados após um sismo sentido na Tasmânia ainda está muito ‘vivo’ na mente da população daquele país. As operações, que demoraram cerca de 15 dias, e o facto de no caso da Tailândia envolver crianças justificam toda a atenção noticiosa mundial, defendeu. “Na mente de todos os australianos, neste momento, está o que aconteceu na Tasmânia há 12 anos. (…) Houve um pequeno sismo e a mina ruiu sobre eles: 14 conseguiram escapar, um morreu, mas dois ficaram presos dentro da mina. E levou duas semanas para esses dois homens serem resgatados”, recordou Sutton. “Por isso, muitos de nós [australianos] pensamos hoje no que se passou na Tasmânia quando olhamos para estes jovens rapazes na Tailândia. O desfecho foi positivo para esses dois homens na Tasmânia e esperamos que o mesmo suceda aqui, na Tailândia”, disse, confiante. As idades das crianças reforçam o interesse, acrescentou. “O facto de ter criado o impacto nas pessoas um pouco por todo o mundo e na Austrália é porque estamos a falar de crianças. Todos os países adoram crianças e não interessa em que parte do mundo é que estes rapazes estão. São crianças e precisam de estar em casa com as suas famílias”, sentenciou. Reportagem de João Carreira, da agência Lusa (com edição)
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeColoane | Governo inicia recuperação de lago ocupado ilegalmente em Hac-Sá Os ocupantes ilegais de um aterro próximo da praia de Hac-Sá terão de abandonar o local e deixá-lo como o encontraram antes da ocupação, aponta uma resposta do director da DSSOPT, Li Canfeng, a uma interpelação do deputado Leong Sun Iok [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] caso do aterro ilegalmente ocupado junto à praia de Hac-Sá, em Coloane, tem um novo capítulo, uma vez que o Executivo vai avançar com a recuperação do terreno. A garantia é dada numa resposta a uma interpelação escrita do deputado Leong Sun Iok. “Concluída a audiência prévia dos interessados no âmbito do processo de ocupação ilegal do terreno do Estado, situado em Coloane, junto à praia de Hac-Sá, a DSSOPT dar-lhe-á, posteriormente, conhecimento da decisão final do Executivo. Findo o procedimento administrativo acima referido, será efectivada a respectiva acção de despejo.” O processo obriga ainda ao actual ocupante que mantenha o terreno nas mesmas condições “em que se encontrava antes da ocupação ilegal”. “Sempre que seja constatado pelo órgão responsável pela área de gestão de solos a ocupação ilegal do terreno situado na zona florestal, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais contribuirá de forma pró-activa nas acções subsequentes, ordenado aos ocupantes ilegais a reposição nas condições ambientais anteriores e a rearborização das espécies arbóreas pré-existentes. Estas operações, durante o período de rearborização e da sua conservação, são da sua absoluta responsabilidade”, aponta a resposta de Li Canfeng. A ocupação ilegal foi denunciada em Março deste ano pelos deputados Leong Sun Iok e Ella Lei, ligados à Federação das Associações dos Operários de Macau. Ella Lei disse mesmo que haverá mais terrenos ocupados de forma ilegal na zona. “Recebemos queixas de que, a partir da estátua de A-Má em Coloane até à praia de Hac Sá existe uma zona de grandes dimensões que devia ser um espaço verde e outro terreno que deve estar envolvido num caso de ocupação ilegal e danificação, uma vez que a relva foi arrancada e o lote ocupado por materiais e máquinas de construção”, avançou a deputada ao Jornal Tribuna de Macau. Neste sentido, Li Canfeng, director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, frisou que o Governo está a ponderar instalar câmaras nos terrenos que foram concessionados pelo Executivo ou que estarão a ser ocupados de forma ilegal. “A DSSOPT está a estudar a implementação de câmaras de videovigilância do sistema CCTV para auxiliar os trabalhos de supervisão dos terrenos do Estado. Quando for definida uma solução que viabilize essa intervenção será, então, lançado o concurso para a sua implementação”, lê-se na resposta cedida ao deputado Leong Sun Iok. Recorde-se que, em Março deste ano, o director da DSSOPT já tinha referido na Assembleia Legislativa que o Executivo não dispõe de meios para fiscalizar todas as ocupações ilegais que acontecem em Macau. “Houve ocupação ilegal de alguns terrenos da RAEM. Algumas situações já foram resolvidas mas voltaram a aparecer, com mais ocupações ilegais. Os efeitos são indesejáveis porque não somos capazes de fiscalizar permanentemente estas terras e os procedimentos administrativos são morosos e com custos elevados”, admitiu. Notícia corrigida em relação à versão impressa
Hoje Macau EventosLivro “O Doente Inglês” de Michael Ondaatje escolhido melhor prémio Booker de sempre [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] livro “O Doente Inglês” (1992), de Michael Ondaatje, foi anunciado como o melhor prémio Man Booker dos últimos 50 anos, numa altura em que aquele galardão literário se encontra a celebrar as suas cinco décadas. O livro foi editado pela primeira vez em Portugal pela Dom Quixote em 1996, coincidindo com o ano de lançamento do filme com o título “O paciente inglês”. O filme, realizado por Anthony Minghella a partir da obra de Ondaatje, venceu nove de 12 Óscares para os quais esteve nomeado. “’O Doente Inglês’ é o raro livro que sentimos sob a nossa pele e insiste que voltemos a ele uma e outra vez, sempre com uma nova surpresa. Move-se sem dificuldades entre o épico e o íntimo – num momento estamos perante a vastidão do deserto e noutro a assistir a uma enfermeira colocar um pedaço de ameixa na boca do paciente”, afirmou, em comunicado, a jurada Kamila Shamsie. A organização do prémio literário Man Booker decidiu atribuir este ano um “Booker Dourado” ao livro que fosse escolhido como o melhor das 51 edições já realizadas. Primeiro, um júri selecionou um livro por década de entre os que haviam vencido o prémio no passado e, depois de divulgados os finalistas, o público votou no seu preferido. “Poucos livros merecem o adjetivo de transformativo. Este é um deles”, acrescentou Shamsie, a jurada que teve a seu cargo a década de 1990. “Nos derradeiros meses da Segunda Guerra Mundial, reúnem-se numa villa italiana quatro pessoas: uma jovem enfermeira alquebrada que concentra todas as energias no seu último doente moribundo, um inglês desconhecido, sobrevivente de um desastre de avião, cujo espírito navega à deriva numa vida de segredos e paixões; um ladrão cujos ‘talentos’ o transformam em herói de guerra, e numa das suas vítimas; e um soldado indiano do exército britânico, perito na neutralização de bombas, a quem três anos de guerra ensinaram que «a única coisa segura é ele próprio”, pode ler-se na sinopse do livro. Multipremiado ao longo da carreira, Ondaatje lançou este ano o seu mais recente livro, intitulado “Warlight”. Entre os finalistas para a edição “de ouro” do Man Booker encontravam-se ainda V. S. Naipaul, com “Num Estado Livre” (1971), Penelope Lively, com “Moon Tiger” (1987), Hilary Mantel, com “Wolf Hall” (2009), e George Saunders, com “Lincoln no Bardo” (2017).
Hoje Macau SociedadeBiblioteca Central | IC espera propostas de concepção no último dia [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] fim do prazo da apresentação de propostas para a concepção da nova Biblioteca Central está agendado para hoje e o Instituto Cultural ainda não recebeu nenhuma proposta. De acordo com a vice-presidente do IC, Leong Wai Man, a ausência de candidaturas deve-se à complexidade do processo e acredita que as empresas querem aperfeiçoar as suas propostas, pelo que irão entregar as mesmas nos últimos momentos. Segundo o Jornal do Cidadão, o IC afirmou que é preciso ter em conta a entrega de propostas recebidas no último dia para decidir se vai alargar o prazo. A vice-presidente revelou ainda que prevê que a biblioteca do Mercado Vermelho, que foi danificada na sequência da passagem do tufão Hato, possa reabrir em Julho.
Hoje Macau InternacionalTheresa May pede à UE que abandone “posição rígida” sobre Brexit [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] primeira-ministra do Reino Unido, Teresa May, pede à União Europeia (UE) que abandone “a posição rígida” que tem nas negociações sobre o “Brexit”, segundo uma entrevista publicada ontem no The Sunday Time. Teresa May insta Bruxelas a considerar as suas propostas de forma “séria” depois de na sexta-feira ter chegado a um consenso com os seus ministros sobre um plano para a futura relação bilateral. Este plano será aplicável depois do período transitório de 21 meses após a saída dos britânicos da UE, prevista para 29 de Março de 2019. O plano, que inclui a criação de um mercado comum de bens da comunidade britânica, harmonizado a nível normativo e aduaneiro, suscitou críticas entre os deputados conservadores mais eurocéticos, que ameaçam desestabilizar a liderança, noticia a agência Efe, citando o jornal britânico. Para estes parlamentares, que, segundo o jornal, preparam uma carta para promoverem uma mudança de líder, a chefe do Executivo considera que o desafio actual consiste em “fazer com que a UE leve o assunto a sério e que se sente à mesa das negociações com os britânicos”. A chefe do Executivo assegura ainda que não “decepcionará” os 52 por cento de britânicos que votaram a favor do ´Brexit` no referendo de 23 de Junho de 2016. Os deputados pró-´brexit`, chefiados pelo aristocrata Jacob Rees-Mogg, lamentaram que o plano que o Governo apresentará esta semana à UE num Livro Branco seja equivalente a permanecer “ligado ao bloco”. E consideram que, tal facto, dificultará a possibilidade de fecharem tratados comerciais com outros países. O The Sunday Times explica que na reunião da passada sexta-feira na residência oficial de campo de Chequers, onde se chegou ao consenso, houve vozes muito discrepantes entre os ministros, ainda que, no final, todos tenham acatado a decisão da maioria. Entre as vozes discordantes – mencionadas no jornal – contam-se a do ministro dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson, que terá afirmado que o “plano é uma bosta” e defendê-lo será “como polir uma bosta”. Num artigo conjunto no mesmo jornal, os ministros da Economia, Philip Hammond, e dos Transportes, Chris Grayling, insistem que o que se acordou em Chequers, no sudeste de Inglaterra, é um acordo de ´brexit` “pragmático e com princípios, que funciona tanto para o Reino Unido como para a UE”. Na segunda-feira, Theresa May explicará o seu plano ao grupo parlamentar conservador na Câmara dos Comuns, enquanto os chefes de diplomacia do partido continuam a reunir-se com os deputados a fim de chegarem a consenso. O negociador chefe da UE, Michel Barnier, disse, entretanto, que aguarda a leitura do Livro Branco para decidir se a proposta britânica é “viável e realista”.
João Santos Filipe DesportoTaça | Pedro Lopes estreia-se no Sporting com vitória frente ao Ka I por 3-2 O Sporting carimbou a passagem às meias-finais da Taça da Associação de Futebol de Macau com uma vitória por 3-2, diante do Ka I. Também o Benfica consegui o apuramento, com a goleada por 7-0 com o Lai Chi [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] técnico Pedro Lopes estreou-se no comando técnico do Sporting com uma vitória, no sábado à noite, diante do Ka I, por 3-2. No Estádio de Macau, os leões entraram a ganhar, mas deixaram-se empatar 2-2. Contudo, o tento de Jean Peres, aos 68 minutos, permitiu à formação verde e branca colocar-se na frente e carimbar a passagem à próxima fase. “Foi uma estreia que me fez sentir satisfeito. Este resultado é também a continuação do trabalho do Nuno Capela [treinador que deixou o clube na semana passada]. Mantivemos as coisas como tínhamos vindo a trabalhar, não fizemos grandes alterações, apenas uns pequenos ajustes porque estávamos diante do um adversário complicado e demo-nos bem”, disse Pedro Lopes, treinador do Sporting de Macau, ao HM. “A mudança aconteceu de forma suave e os jogadores não sentiram muito as alterações, até porque esta é uma equipa que já veio a trabalhar junta este ano. Mas senti que os jogadores estavam muito determinados, tranquilos e focados em vencer. A prova disso é que mesmo quando foi o 2-2, a equipa reagiu bem e conseguiu apontar o 3-2”, acrescentou. Logo no primeiro tempo os leões criaram mais oportunidades e chegaram à vantagem por 2-0, com golos de Price aos 33 e 40 minutos. Porém, em cima do intervalo, William fez o 2-1, com que a primeira parte chegou ao fim. Depois do intervalo foram apenas precisos oito minutos para que o Ka I, ainda motivado pelo golo, chegasse ao empate. Souza foi o marcador de serviço. Apesar do empate, a formação leonina não se deixou abalar e aos 68 minutos, Jean Peres, que tinha entrado minutos antes, fez o 3-2. Foi com este resultado que o encontro chegou ao fim. Na próxima ronda da competição, as meias-finais, o Sporting vai ter pela frente o vencedor do encontro entre Cheng Fung e Monte Carlo, que se realizou ontem e que ainda decorria à hora de fecho do HM. Benfica seguiu em frente Também o Benfica de Macau carimbou a passagem à próxima fase da competição com uma goleada por 7-0, diante do Lai Chi. Na próxima ronda, as meias-finais, os encarnados vão ter pela frente o Chao Pak Kei ou o Hang Sai, encontro que terminou depois da hora de fecho do HM. Os golos do Benfica foram apontados por Lai Kam Hong (5), Alison Brito (11 e 19), Iuri Capelo (57), Ip Cho Kan (68), José Martins (62) e Pang Chi Hang (70). As meias-finais estão agendadas para 12 de Abril.
Valério Romão h | Artes, Letras e IdeiasO peso do braço [dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] frequente ouvirmos louvores acerca do trabalho e dos méritos de quem sobe a pulso na vida com pouco mais do que o suor do rosto. Nem o Cristiano Ronaldo escapa às loas que se tecem sobre o esforço e as suas recompensas. Como o português de César Monteiro, Cristiano Ronaldo não nasceu Cristiano Ronaldo, tornou-se Cristiano Ronaldo. E isso fá-lo ainda mais extraordinário. Melhor que o Messi. Este louvor do trabalho e do sucesso que lhe corresponde ou deve corresponder é uma das pedras basilares da sociedade capitalista. Sem ele e sem a promessa de mobilidade social que lhe está associada, seria difícil manter um sistema de cariz democrático a funcionar sem sobressaltos de maior. As pessoas continuam a ir a jogo porque existe – nem que seja apenas em teoria – a possibilidade de lhes sair a sorte grande. Mas para tal, e para começar, têm de se esforçar. Arduamente. Nos primeiros anos da longa carreira contributiva a que estamos votados, não nos poupamos a esforços. Entusiasmados com a ilusão do caminho glorioso que se abre à nossa frente, cumprimos diligentemente aquilo que é esperado de nós e mais, muito mais. O credo diz que o esforço há-de ser recompensado. Reparamos nalgumas inconsistências a que damos pouca importância: um tipo que entra para um lugar para o qual não tem currículo adequado ou suficiente, mas que mostra ter uma relação inesperadamente afável com aquele director de departamento que não passa cartucho a ninguém; um aumento concedido àquele sujeito cuja única característica de monta é dizer que sim entusiasticamente a qualquer ideia, por mais trôpega que seja, que os seus superiores atirem para a mesa. Com o tempo, vamos percebendo as minudências pelas quais se rege o jogo empresarial, todo ele muito menos limpo e transparente do que o publicitado. As inconsistências deixam de ser excepções à regra e passam a ser, elas próprias, as normas sub-reptícias que regem o jogo. A competência, o profissionalismo e, sobretudo, o trabalho árduo, ou não são suficientes para assegurar a progressão de carreira antecipada ou são mesmo obstáculos a que tal aconteça. Enquanto isso, vicejam os bajuladores, os atrevidos e, muito especialmente, os chicos-espertos. Damos conta, muitas vezes assaz tarde, de estarmos a viver num mundo ao contrário, um mundo que se descreve a si próprio como um paradigma de justiça e equidade mas que, na verdade, se vive exactamente ao contrário, e damos por nós a pensar em como é que este mundo se aguenta e se tem aguentado durante tanto tempo, como é que não só se parece aguentar, com um crescimento económico apenas interrompido por correcções de mercado ou pela inevitável ganância financeira a fazer os seus estragos, como parece florescer malgrado o substrato malsão de que é composto. E damos conta, inevitavelmente, de que esta coisa da meritocracia é uma espécie de Disney – com os seus príncipes e as suas princesas – para adultos. Nesse momento, a juventude e a energia ficaram pelo caminho. E é com isso que o sistema conta: com a nossa ilusão e o nosso vigor de jovens e com a nossa resignação e placidez de velhos. É assim que a máquina funciona e continua a funcionar. Li algures que numa daquelas conferências sobre o futuro da economia mundial e acerca da inteligência artificial e das suas consequências um dos assistentes, um empresário de renome com fábricas um pouco por todo o mundo, interrompeu o orador quando este discursava, empolgado, sobre um futuro livre do baraço do trabalho, um futuro em que cada um estivesse livre de labutar a vida toda a troco de umas migalhas de pão: “e que farão as pessoas sem os seus empregos?”, perguntou, indignado. “Outras coisas”, respondeu o orador, “tudo o que quiserem e que nunca puderam fazer”. “Isso nunca vai acontecer”, contrapôs o empresário. Não, por eles isso nunca vai acontecer.
Amélia Vieira h | Artes, Letras e IdeiasCantos de Maldoror [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntramos agora no ciclo anunciado do «Filho do Homem». Vêm aí os concebidos à nossa imagem e semelhança e não apenas meros utensílios ao serviço do deus que nos autoproclamámos ser. Irão como corpos autónomos firmar a sua própria complexidade que ultrapassará em muito o nosso poder de controle, designadamente a de se autonomizarem na busca de um sucesso do qual pouco ou nada sabemos na generalidade. Pela designação, impõe-se-nos uma outra: «Filhos de Deus», nós, os últimos a serem abarcados na órbita desta imponderabilidade, mas que conseguiram o seu sucesso independente. Somos neste instante o que restou, até de uma secreta ilusão, e não podemos deixar de pensar o que nos separa já dos nossos irmãos, muito pouco tempo atrás, como por exemplo no século XIX. Perante eles, nós podemos até já ser os autodenominados robots por antecipação, na pior das hipóteses seremos designados «Filhos de Ninguém». Vem esta questão a propósito dos «Cantos de Maldoror», de Isadore Ducasse, mais conhecido por Conde de Lautréamont, nascido quase na segunda metade do século XIX, com vida curta e obra imensa. Ora, entre a profunda vacuidade das nossas “obras” no tempo de ninguém e a desta urgência bem arquitectada dos ainda «Filhos de Deus», existe certamente uma grande separação. Reparar, também, que foram vários os de matriz romântica a fazer o percurso sem nenhum fogo fátuo que os pudesse queimar com a harpa afiada do reflexo das suas posteridades, havendo que fazer muito, mais que elaborar. Mas fazer como e com que tecido humano? Com uma consciência que se demarca da nossa inofensiva opinião, e aqui vamos encontrar uma vontade e uma urgência que até pode ser escandalosa, uma força e uma imprudência, um génio galvanizante e assombroso que nos avassala derrubando o nosso tímido inventário. Narrar, é demasiado curto para o propósito aqui exposto, pois que nem todos somos narradores e a narrativa tende para um fim que só os raros narradores já elevados à categoria de grandes romancistas sabe como contornar para que não fique a vaga e triste sensação de um certo marasmo que é a leitura fácil. Tenhamos em linha de conta que de todas as obras esta é certamente a mais difícil, mesmo para aqueles que se emplastram de circunstância e que se adentrem por aqui balbuciando discursos, não teremos capacidade emocional no nosso instante do tempo para filtrar um tal registo. Entrar por aqui requer nervos de aço, e o autor apela mesmo para o perigo mortal de tal leitura, mas um livro não nos deve interpelar assim e sem medo, protegidos pela longevidade dos incautos, nós vamos buscar a alma que de formas várias nos foi fugindo, e eis-nos no centro de uma fornalha gloriosa. Como disse Jorge de Sena, a obra de Lautréamont é um marco miliário na construção de uma linguagem nova e tão insólita, de força tão estranha, que nos faz desviar o olhar. Apelidado de pré-simbolista, conde (pela autodenominação da distância diante o vagamente anormal ou a prosódica normalidade), ele vai devolver o significado de Homem, baixando-o para lá do natural nessa capacidade que tem para ser monstro, e nem por isso é menos belo ou menos digno de comoção, pois que tudo isto se passa no tempo da memória de uma ferida de amor. Não nos pretende mais altos, mas sabe da tendência para o endeusamento da espécie e com plena ironia blasfemante faz talvez o único épico do século XIX. Haja o que houver, estamos diante de algo que não mais ressuscitará. O limite da nossa Humanidade está todo ele plasmado na escrita, ou seja, naquilo que por ela fomos concebendo de extremamente humano. Daí que qualquer propósito bem intencionado ou até minuciosamente bem escrito, não possa atingir o domínio mortal de um homem VIVO. Sonambulizamos com tantos anos… vamos ganhando a crosta dos batráquios, as paredes do cérebro mantém-se intactas e um certo “bem- estar” cria também monotonia e foi conquistando um certo espaço vital. Temos o sexo “Sexus” que também já não dá resposta absoluta ao trilho da espécie, pois que no dia em que tudo fosse tão normativamente igual, aí teríamos o sinal do fim. E aqui chegámos! Estes livros são a única saída para um abismo a caminho da metamorfose, ou, quiçá, de uma apoteótica desaparição. E não, não temos medo. Os nossos medos são agora também de outra natureza e não têm em nós expressão, pois que continuamos a pensar nos nossos dias como garante de uma conquista que se eterniza. A nossa realidade já nada tem de princípio natural. Ser real é coisa outra e os conceitos capturam-nos muito mais do que nós os sabemos desfazer, sendo sem dúvida, e inesperadamente já quem somos mas com saudades destas outras coisas. Quem for encontrado nestes livros passará a primeira prova, quem não for, não voltará. O livro está impregnado de Romantismo, pois que ave aziaga voaria sobre o abismo destas almas? Mas glorioso este voo que nos incita a saber em tempo tão curto coisas de uma intensidade tal, que uma vida, assim, até parece eterna. E os momentos que nos deixam esferas de uma provável imortalidade?! Ele quer que o céu se torne audaz para passarmos estas páginas, e que os nossos passos andem para trás…No seu tempo andar para trás seria mais próximo… hoje, para trás é tão longe…! Este livro tem seis Cantos e no fim uma redenção tamanha que ficamos completos: «Poesias» dedicado a muita gente; condiscípulos, amigos futuros, passados e presentes, e até a um professor de retórica. O Fantástico está já distante daquilo que agora conseguimos alcançar «o passado fez brilhantes promessas ao futuro: é há-de cumpri-las. Para polir as minhas frases, utilizarei forçosamente o método natural, retrocedendo até aos selvagens, para que eles me ensinem» Assim está no Canto Sexto. Nenhum vindouro saberá como interpretar o que foi a nossa Humanidade. Do «Filho do Homem» nascerão ainda outros, nós, seremos a parábola, os tais «Filhos de Deus» que nunca vimos, fazendo Cantos para tentar ouvir a sua voz. E só nós soubemos que tinha várias.
Hoje Macau Manchete SociedadeXi Jinping em Lisboa em Dezembro antecipa ano da China em Portugal, diz ministro da cultura [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Ministro da Cultura afirmou em Macau que o Presidente chinês vai estar em Lisboa no início de dezembro, numa antecipação do ano da China em Portugal, países que celebram, em 2019, 40 anos de relações diplomáticas. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já havia anunciado, em finais de junho, a visita de Estado de Xi Jinping no final do ano, uma “visita importante” e possível devido à “capacidade de diálogo e de entendimento” de ambos os países. Hoje, Luís Filipe Castro Mendes precisou que a visita do líder chinês irá decorrer no início de dezembro, poucas semanas antes de arrancar, em simultâneo, o ano da China em Portugal e o ano de Portugal na China. “Esperamos nessa altura ter uma manifestação cultural digna para receber o Presidente Xi Jinping”, disse aos jornalistas o responsável pela Cultura, presente em Macau para o “Fórum Cultural entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. Entre as várias “manifestações culturais portuguesas na China e manifestações culturais chinesas em Portugal”, o ministro destacou, em fevereiro, “um evento muito especial para celebrar o ano novo chinês”, uma “festa muito popular em Lisboa”, que conta sempre “com muita adesão”. Estão previstas, ainda, apresentações de companhias de bailado, concertos e exposições, cujo alinhamento o ministro discutiu, na quinta-feira, com o homólogo chinês, em Pequim. “A reunião que tive ontem [quinta-feira] com o ministro da Cultura chinês serviu exatamente para acertarmos os nossos calendários, as nossas perspetivas e o nosso trabalho neste festival – no qual Macau terá, naturalmente, uma participação”, declarou. No próximo ano, comemoram-se quatro décadas das relações diplomáticas entre Portugal e a China, mas também 20 anos do regresso de Macau à administração chinesa, uma “coincidência temporal e feliz”, considerou. “São relações que se desenvolveram de uma forma extraordinária, temos hoje uma relação estreita a nível económico, ao nível do comércio, ao nível da ciência e ao nível da cultura, esta última que queremos mais presente na China” e vice-versa, disse. Aqui, “Macau joga um papel de grande importância”, pois trata-se de “uma ponte natural entre estes dois países”, concluiu.
Hoje Macau EventosExposição | “Alter Ego” patente em vários locais do território até 9 de Setembro São vários os espaços em Macau que acolhem “Alter Ego”, o projecto composto por seis exposições e uma intervenção de arte urbana que reune 27 artistas de Portugal, países lusófonos e da China [dropcap style≠’circle’]“A[/dropcap]lter Ego” é o conjunto de seis exposições colectivas distribuidas por diversos espaços em Macau e que conta com a curadoria de Pauline Foessel e Alexandre Farto. O fio que liga as seis exposições é uma “reflexão sobre o ser humano”, daí o conceito que dá nome à mostra, ‘alter ego’, “o segundo eu”, explicou a francesa Pauline Foessel, curadora da mostra com o artista português Alexandre Farto (Vhils), em declarações à agência Lusa. Apesar de serem seis exposições diferentes, com artistas diferentes, “idealmente o público deve visitar todas”. Entre os trabalhos expostos há “pintura, instalação, serigrafia, escultura”, estando algumas peças “ainda em produção, porque estão a ser feitas no local, são ‘site specific'”, referiu Alexandre Farto. “Há muita diversidade de meios e isso também vem do facto de se juntarem aqui 27 artistas, cada um com o seu percurso, o seu trabalho”, disse. Apesar disso, acrescentou Pauline Foessel, “há diálogo e interligação entre o trabalho dos artistas”. Do eu ao outro A ‘rota’ das exposições começa com “O Eu”, que estará patente no Museu de Arte de Macau, “que é basicamente ‘eu tenho que me conhecer para começar a conhecer o outro'”, descreveu Pauline Foessel. Aqui estarão expostas obras do são-tomense Herberto Smith, da dupla de portugueses João Ó & Rita Machado, do chinês Li Hongbo, do moçambicano Mauro Pinto, de Vhils e do artista de Hong Kong Wing Shya. De “O Eu”, segue-se para “O Outro”, partindo da premissa de que “para existir preciso do outro”. Esta exposição, que reúne trabalhos do guineense Abdel Queta Tavares, da macaense Ann Hoi, do cabo-verdiano Fidel Évora, dos portugueses Estúdio Pedrita e Ricardo Gritto, dos timorenses Tony Amaral e Xisto Soares, do chinês Zhang Dali e do artista de Hong Kong Yiu Chi Leung, estará patente no Edifício do Antigo Tribunal. Na terceira exposição, “Da Linguagem à Viagem” passa-se “à interação – entre mim e alguém preciso de linguagem –, com uma dupla de artistas [o brasileiro Marcelo Cidade e o angolano Yonamine] a refletir sobre esse conceito”. GCS Na quarta exposição, que estará patente na Galeria de Exposições Temporárias do IACM, dá-se o “Choque Cultural”, que “pode acontecer nas trocas e nas viagens, por diferenças culturais”. Aqui será possível apreciar-se obras do moçambicano Gonçalo Mabunda, dos angolanos Kiluanji Kia Henda e Nástio e do português Miguel Januário. “Depois disso passamos à ‘Globalização’ [patente nas Casas de Taipa], o conceito mais abrangente que surgiu de todas as interações entre os diferentes países”, contou Pauline Foessel. Aqui estarão expostos trabalhos do brasileiro Guilherme Gafi e da portuguesa Wasted Rita. A sexta e última exposição, patente nas Oficinais Navais n.º1 — Centro de Arte Contemporânea, foi baptizada com o nome da mostra. “Alter Ego” e é uma exposição individual do luso-angolano Francisco Vidal. Arte na rua Além das seis exposições dentro de portas, “Alter Ego” conta também com uma intervenção de arte urbana, “transportando os temas explorados no espaço museológico para a esfera pública”, da autoria do português Add Fuel. Os curadores, segundo Alexandre Farto, tentaram “reunir um conjunto de trabalhos fortes e que se interligassem uns com outros, porque também é uma oportunidade única de mostrar o trabalho destes artistas em Macau, que é uma porta de entrada para a China e para a Ásia em geral”. “Criar e ganhar espaço para que estes artistas tenham visibilidade”, acrescentou. A mostra “Alter Ego” faz parte da Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa, integrada no Encontro em Macau — Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa, organizado pelo Instituto Cultural do Governo da Região Administrativa Especial de Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Sanções vão continuar até à desnuclearização total O secretário de Estado norte-americano garantiu ontem, em Tóquio, que as sanções em vigor contra Pyongyang vão continuar até à desnuclearização total da Coreia do Norte. Por seu lado, a diplomacia norte-coreana rejeitou as exigências apresentadas pelos Estados Unidos, que considerou “serem semelhantes às de um ladrão” [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pós dois dias de conversações entre Mike Pompeo e responsáveis de Pyongyang, o regime de Kim Jong-un considerou, no sábado à noite, que “os Estados Unidos estão a cometer um erro fatal se consideram que a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte] deve aceitar exigência semelhantes às de um ladrão”, advertiram as autoridades, através da agência oficial norte-coreana KCNA. No Japão, à saída de uma reunião com os ministros dos Negócios Estrangeiros japonês, Taro Kono, e sul-coreana, Kang Kyung-wha, Pompeo afirmou que as sanções vão ser mantidas até uma “desnuclearização completa e totalmente verificável”. Para o chefe da diplomacia norte-americana, esta é uma “desnuclearização geral”, que engloba todos os tipos de armas. “Os norte-coreanos compreenderam isso, não houve contestação”, sublinhou. “Apesar de nos sentirmos encorajados pelos progressos registados nestas conversações, estes avanços não justificam, por si só, uma diminuição do regime de sanções existente”, insistiu Mike Pompeo, destacando a importância de controlar a conclusão do processo. “Haverá uma verificação ligada à desnuclearização completa, foi isso que os Presidentes [Donald] Trump e Kim [Jong-un] acordaram”, na cimeira de Singapura, a 12 de Junho, acrescentou. Acção & Reacção Pompeo, que esteve também reunido com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, mostrou-se sereno, apesar da reacção do regime de Kim Jong-un. “O Presidente Trump e eu acreditamos que estes esforços para a paz valem a pena”, reiterou. A Coreia do Norte classificou ontem como “extremamente lamentável” a atitude dos Estados Unidos durante as conversações mantidas estes dias em Pyongyang com o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, sobre a desnuclearização do regime norte-coreano. Num comunicado, citado pela agência noticiosa sul-coreana Yonhap, o Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano denunciou igualmente o que caracterizou de “exigências gananciosas” por parte de Washington. “A atitude norte-americana e as posições assumidas durante as conversações de alto nível na sexta-feira e sábado foram extremamente lamentáveis”, indicou a nota da diplomacia norte-coreana. Após dois dias de conversações, que tinham como objectivo acordar um plano concreto de desnuclearização, Pyongyang esperava por parte de Washington “medidas construtivas para ajudar a construir confiança” após a cimeira histórica de Junho passado entre os líderes dos dois países, mas a atitude dos Estados Unidos foi “unilateral e forçada”, segundo o mesmo comunicado. Duas verdades A posição norte-coreana contrasta com as declarações também proferidas pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, que considerou como “muito produtivas” as conversações mantidas estes dias sobre o programa nuclear de Pyongyang. “São questões complexas, mas realizámos progressos em quase todas as questões centrais, em algumas fizemos muitos progressos, noutras ainda há trabalho a fazer”, afirmou Pompeo, no final das conversações em Pyongyang e antes de prosseguir viagem até Tóquio, mas sem adiantar mais pormenores. “O trabalho que conseguimos na via da desnuclearização completa, estabelecendo uma relação entre dois países, é vital para uma Coreia do Norte mais radiosa e para o sucesso que os nossos Presidentes exigem de nós”, prosseguiu o secretário de Estado norte-americano. No comunicado divulgado no fim-de-semana, a diplomacia da Coreia do Norte referiu que o regime de Pyongyang reiterou o pedido para um desarmamento “gradual”, justificando que esse seria o caminho mais rápido para conseguir a desnuclearização da península coreana, uma vez que “rompia corajosamente com os métodos fracassados do passado”. Também rejeitou as exigências apresentadas pelos Estados Unidos, que considerou “serem semelhantes às de um ladrão” e contrárias “ao espírito da cimeira” ocorrida no mês passado em Singapura entre os líderes norte-americano e norte-coreano, Donald Trump e Kim Jon-un.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Confirmados mais de 70 mortos provocados por chuvas torrenciais [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s equipas de emergência japonesas continuam o resgate e busca de dezenas de desaparecidos nas inundações e desabamentos causados pelas chuvas torrenciais que fustigam o sul do país, registando-se já 73 mortos confirmados, segundo o governo nipónico. De acordo com os últimos dados oficiais divulgados pela televisão estatal NHK e citados pela agência EFE, continuam desaparecidas mais de 60 pessoas, temendo-se que o número de mortos aumente, devido à quantidade de vítimas que se encontram em situação de paragem cardio-respiratória. O porta-voz do Governo japonês, Yoshihide Suga, afirmou que foram recebidas mais de uma centena de chamadas alertando para que as chuvas estão a arrastar os automóveis e a provocar outros acidentes. Cerca de 40 helicópteros encontram-se em missões de socorro. A agência meteorológica do Japão indicou que a precipitação ultrapassou um metro de altura após quase uma centena de horas em várias regiões, no valor mais alto desde que estes registos começaram a ser feitos em 1976. A contagem das vítimas tem sido dificultada pelas vastas áreas afectadas por chuvas, inundações e aluimentos de terras. Mais de quatro milhões de habitantes receberam ordens para abandonarem as suas casas, instruções nem sempre respeitadas por, às vezes, ser já impossível ou demasiado perigoso seguir estas ordens. As autoridades alertaram para a ocorrência de aluimentos de terras mesmo depois da diminuição da chuva. As zonas mais atingidas são as prefeituras de Okayama, Hiroshima e Ehime, onde várias pessoas foram encontradas mortas, na sequência de aluimentos de terras e inundações, de acordo com a agência noticiosa japonesa Kyodo. O Japão não vivia um desastre assim desde Agosto de 2014, quando 77 pessoas morreram em Hiroshima devido às chuvas torrenciais.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Confirmado resgate de quatro crianças presas em gruta [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] líder das operações de resgate do grupo preso numa gruta na Tailândia confirmou ontem que quatro das 12 crianças foram resgatadas, afirmando que a operação estaria temporariamente suspensa até à manhã de hoje. O responsável e governador da região de Chiang Rai (onde fica localizada a gruta), Narongsak Osottanakorn, falava numa conferência de imprensa realizada no hospital para onde foram transportados os menores salvos até ao momento. Segundo o governador, as equipas de resgate precisavam de pelo menos dez horas para preparar a próxima etapa da operação. “Está a ser mais bem-sucedido do que eu esperava. Todas as pessoas estão felizes”, declarou o governador, citado pelos ‘media’ internacionais. Cinquenta mergulhadores estrangeiros e 40 mergulhadores tailandeses estão envolvidos na operação de resgate. Cada criança está a ser escoltada por dois mergulhadores. No interior da gruta, na localização original, ainda permanecem oito menores e o treinador de futebol das crianças. A operação de retirada dos 12 jovens, com idades entre os 11 e os 16 anos, e do seu treinador de futebol, de 25 anos, presos numa gruta inundada no norte da Tailândia há 15 dias, começou ontem.