João Santos Filipe PerfilAnita Yu, relações públicas, “A vida dos animais é tão importante quanto a dos humanos” [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m novo desafio. Foi com esta mentalidade que Anita Yu, residente em Hong Kong, se mudou em Janeiro de 2010 para Macau. Na altura, a decisão foi motivada pela vontade de provar que era capaz de viver sozinha, sem estar dependente da família. O facto do seu contrato de trabalho também estar a chegar ao fim, ajudou a tomar a decisão. Hoje, passados quase oito anos, a relações públicas mostra-se muito feliz com a experiência. “Ainda me recordo que quando anunciei aos meus amigos que me ia mudar para Macau de forma permanente, que algumas das resposta que ouvi foram: ‘Não acredito’, ‘Não consegues viver sozinha’ ou ‘Vais regressar muito depressa’”, recordou Anita Yu, ao HM. “Como odeio que coloquem em causa as minhas decisões, prometi logo que ia adaptar-me e que iria mostrar às pessoas que me provocaram que seria bem sucedida. Sou o tipo de pessoa que assim que toma uma decisão, se mantem fiel ao plano. Bem… nesse aspecto acho que me podem considerar teimosa,” considerou. A resolução de se mudar para o território foi bem ponderada, isto porque embora tenha nascido em Hong Kong, os pais de Anita são emigrantes de Macau. Por essa razão, a relações públicas sabia bem o que ia encontrar. “Estava acostumada a viajar duas vezes por ano para Macau, na altura do Versão e do Natal para encontros familiares. Estava familiarizada com a cidade desde pequena”, admitiu. Enquanto residente em Macau, o espaço de um ano foi suficiente para que a Anita decidisse que queria ficar mesmo no território: “Depois de ter passado um ano no meu trabalho, apercebi-me que a cidade é um bom local para viver. Macau não é só jogo e casinos, é uma cidade muito rica nas áreas das artes e cultura, com uma herança patrimonial muito significativa e com comida deliciosa”, defendeu. Em relação às pessoas da RAEM, Anita considera que são muito afáveis e calorosas. “Gosto muito da forma como as pessoas aqui resolvem os problemas e como são capazes de se dedicar a uma missão com um sentido colectivo. O melhor exemplo, e o mais óbvio, foi a forma como nos ajudámos após a passagem do tufão Hato”, considerou. O melhor dos dois mundos Se por um lado, Anita reside em Macau, por outro, sempre que pode aproveita para regressar às origens. Um ambiente que lhe permite mais facilmente relaxar. “Eu gosto muito de Macau, mas Hong Kong é o lugar onde estão as minhas raízes. O amor da família é essencial. Acho que para todos nós é necessário sabermos onde procurar este amor incondicional, principalmente quando nos sentimos perdidos e cansados. Tenho a sorte de ter uma família grande e muitos amigos à minha volta em Hong Kong”, explicou, a residente de 35 anos. Ainda sobre a ocupação dos tempos livres, quando não vai para Hong Kong, Anita gosta de ir a festas, nadar e fazer caminhada. “O stress faz parte da nossa vida profissional, acho que é uma coisa inevitável. Felizmente existem soluções simples que nos podem ajudar: ir a festas, nadar ou fazer caminhada. Nesse aspecto, Coloane é o pulmão da cidade e tem os melhores trilhos. Acaba por ser o melhor local da cidade para mim”, considerou. Em relação a viagens, a relações públicas adora viajar para a Tailândia, porque considera que o país dos sorrisos “é um verdadeiro retiro que permite estar em contacto com a verdadeira natureza”. Outra das grandes paixões de Yu são os animais e a sua cadela Daw Daw, que em cantonês significa pequeno feijão. Um amor que nem sempre foi correspondido. “Para ser sincera, eu tinha muito medo de cães, depois de quase ter sido mordida, em pequena, por um cão enorme. Só que depois conheci esta cadela da raça golden retriever, que é muito meiga e paciente. Só com ela é que consegui tocar, pela primeira vez, num cão”, confessa. “Adoro animais. E desde Janeiro deste ano que deixei de comer carne. É a minha forma de amar e proteger os animais. Mas gosto especialmente de cães porque dedicam o seu afecto sem reservas e sem expectativas. Os cães têm personalidades muito semelhantes à minha”, sustentou. É por isso que num futuro próximo, Anita Yu tem intenções de se dedicar durante mais tempo a realizar trabalho voluntário para ajudar animais: “Acho que todos nascemos com uma missão. A minha é ajudar as pessoas a compreender que a vida dos animais é tão importante quanto a dos humanos”, concluiu.
Hoje Macau China / ÁsiaDireitos humanos | Dois activistas assassinados nas Filipinas [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois activistas que investigavam presumíveis violações dos direitos humanos foram mortos nas Filipinas, informaram ontem as autoridades, agravando o “clima de impunidade” denunciado por diversas ONG. Os dois militantes, que promoviam um inquérito sobre as acusações de expropriação de terras de camponeses por um responsável municipal da ilha de Negros (centro), circulavam de moto quando homens armados, em duas outras motos, os atingiram a tiro, anunciou a polícia. Elisa Badayos, responsável da organização nacional de defesa dos direitos humanos Karatapan, e Eleuterio Moisés, membro de uma organização camponesa local, foram mortos e um outro membro da equipa ferido, acrescentou a polícia. Foi anunciada a abertura de um inquérito. A secretária-geral da Karapatan, Cristina Palabay, considerou, em declaração à agência noticiosa France-Presse (AFP), que este duplo assassinato agrava o “clima de impunidade” nas Filipinas. “Os homens de mão dos proprietários e dos políticos são encorajados e cometer violações dos direitos humanos, sobretudo após as declarações de Duterte [referência ao actual Presidente Rodrigo Duterte] que protege os violadores dos direitos humanos que integram a sua polícia e o seu exército”, declarou Palabay. As organizações de defesa dos direitos humanos afirmam que as Filipinas se baseiam numa cultura na qual as pessoas poderosas pensam que podem promover assassinatos com total impunidade, incluindo de militantes ou de jornalistas. Para os observadores, a situação agravou-se desde a chegada ao poder de Duterte em 2016. O Presidente filipino tem multiplicado as críticas dirigidas aos ativistas de direitos humanos, que têm criticado a sua guerra contra a droga que provocou milhares de vítimas.
Hoje Macau InternacionalLíderes democratas dão “banhada” a Trump [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s dois líderes da oposição democrata no Congresso norte-americano decidiram não comparecer ontem a uma reunião com o Presidente Donald Trump para debater questões orçamentais, depois do governante ter declarado que não esperava quaisquer progressos deste encontro. “Uma vez que o Presidente não acredita que seja possível um acordo entre os democratas e a Casa Branca, pensamos que é melhor continuar a negociar com os nossos homólogos republicanos no Congresso”, referiram Nancy Pelosi e Chuck Schumer, líderes da minoria democrata na Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso) e no Senado (câmara alta), respectivamente, num comunicado. A reunião estava prevista para ontem na Casa Branca e também contaria com a presença de Paul Ryan e Mitch McConnell, líderes das maiorias republicanas na Câmara dos Representantes e no Senado, respectivamente. Na agenda do encontro estavam algumas das questões orçamentais mais quentes do momento, nomeadamente um acordo para evitar o “shutdown” (paralisação) do governo federal norte-americano e garantir o financiamento dos órgãos federais além do próximo dia 8 de dezembro (data-limite). A regularização de centenas de milhares de jovens ilegais ou a reforma fiscal eram outros dos assuntos em cima da mesa. Hoje de manhã, numa mensagem divulgada na rede social Twitter, o Presidente dos Estados Unidos afirmou que não esperava quaisquer progressos deste encontro com os líderes democratas. “Vou encontrar-me hoje com Chuck e Nancy para que o governo continue a trabalhar. O problema é que eles querem que clandestinos continuem a inundar o nosso país sem controlo, são fracos em relação ao crime e querem aumentar significativamente os impostos”, escreveu o chefe de Estado. “Não vejo nenhum acordo!”, reforçou Trump. Estas declarações de Donald Trump foram muito mal recebidas pelos democratas. “Em vez de ir à Casa Branca para às câmaras [de televisão], para uma reunião que não irá produzir nenhum acordo, pedimos um encontro com Paul Ryan e Mitch McConnell para hoje à tarde. Não temos tempo a perder”, acrescentaram os líderes democratas, na mesma nota informativa.
Hoje Macau EventosFernando Pessoa no Museu Rainha Sofia, em Madrid [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]ernando Pessoa e os seus contemporâneos protagonizam a exposição “Pessoa. Toda a arte é uma forma de literatura”, que o Museu Nacional Rainha Sofia, em Madrid, vai inaugurar em Fevereiro, segundo o calendário publicado no seu sítio na internet. Com curadoria de João Fernandes, subdirector do museu, e da historiadora de arte Ana Ara, a mostra vai buscar o título a um verso de Álvaro de Campos, “um dos heterónimos mais vanguardistas de Fernando Pessoa”, e reúne os nomes de Almada Negreiros, Amadeo de Souza Cardoso, Eduardo Viana, Sarah Afonso ou Júlio (Saul Dias), entre outros. O objectivo da mostra, de acordo com o texto de apresentação do museu, é o de estabelecer uma perspectiva das principais correntes estéticas portuguesas das primeiras décadas do século XX, até 1935, ano da morte de Pessoa, e do modo como a obra do escritor foi determinante para a particularização das expressões portuguesas da época. “Através da prolífica produção escrita dos seus mais de cem heterónimos, Pessoa criou uma vanguarda própria e converteu-se num intérprete de excepção da crise do sujeito moderno e das duas certezas, transpondo para a sua obra uma ideia múltipla do ‘outro'”, escreve o museu espanhol. Os movimentos de vanguarda criados por Pessoa – “Paulismo”, a partir da abertura (“Pauis”) das “Impressões de Crepúsculo”, “Interseccionismo” ou “Sensacionismo” – são recordados pelo museu madrileno como elementos de uma estrutura que sustenta “a especificidade da modernidade portuguesa”. “Esta exposição recorre a esses ‘ismos’ para articular um relato visual” do modernismo português, “reunindo uma seleção de obras de José de Almada Negreiros, Amadeo de Souza Cardoso, Eduardo Viana, Sarah Afonso ou Júlio, entre outros”, numa abordagem das principais correntes estéticas do século XX, até 1935. “Estas correntes acusaram uma inevitável influência das tendências europeias dominantes, embora tenham tratado também de se distanciarem delas. Diferentes textos de Pessoa dão conta de um lugar específico para estes ‘ismos’ de sua colheita, assim como do seu carácter distintivo, no contexto europeu, com alusões explícitas, por exemplo, às diferenças entre o Futurismo e o Interseccionismo”, escreve o museu, na apresentação da mostra. Ao mesmo tempo – prossegue o comunicado da instituição – várias obras seleccionadas refletem “um gosto pelo popular” e traduzem “a idiossincrasia portuguesa”, que aparecem “tanto no trabalho dos artistas portugueses que passaram por Paris”, caso de Amadeo de Souza Cardoso, como no trabalho de estrangeiros que passaram por Portugal, como Sonia e Robert Delaunay. A mostra anunciada pelo museu de arte contemporânea da capital espanhola – que somou mais de 3,6 milhões de visitantes em 2016 – dedica também uma “especial atenção” às publicações desse período, como a pioneira Orpheu, Águia, K4 Quadrado Azul, Portugal Futurista ou Presença, nas quais apareceram textos de Pessoa, e que “funcionaram como caixa-de-ressonância dessas ideias de vanguarda, exercendo uma grande influência estética e ideológica no meio intelectual português, na primeira metade do século XX”. A exposição “Pessoa. Toda a arte é uma forma de literatura” abre ao público a 7 de Fevereiro de 2018 e encerra a 7 de Maio. Deverá ser acompanhada por iniciativas paralelas, a anunciar pela Embaixada de Portugal, na capital espanhola.
Leocardo VozesCannabis Sodomis [dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]i ontem num desses sítios nas redes sociais de notícias “a la minuta” que o Canadá se prepara para legalizar o uso da “cannabis” (vulgo “erva”) para fins recreativos. O gémeo bonzinho dos Estados Unidos da América já tinha passado uma lei que permitia o uso da “cannabis” para fins medicinais e terapêuticos, mas agora prepara-se para dar um passo que, do ponto de vista neutral, se pode considerar “progressista”. E digo neutral porque já abordei aqui este assunto, e dependendo das opiniões mais ou menos conservadoras, podia-se tornar numa discussão interminável. Contudo, na secção de comentários desta notícia exercia-se o contraditório a todo o vapor e, entre os argumentos de “progressistas” e “conservadores”, não pude deixar de reparar na entrada de um cavalheiro, onde se lia: “quem não consome droga e leva no traseiro é do tempo das cavernas… vocês é que são os evoluídos” (não era “traseiro” que estava lá escrito, mas entendem a ideia). Desde quando é que dar na passa se tornou sinónimo de homossexualidade? Será que o autor deste fabuloso raciocínio mete-se nos copos e dá porrada na mulher, como um tipo “às direitas”? Desconheço se o faz, mas por esta ordem de ideias, suponho que sim. Vem com o “pacote” completo. É um facto que hoje em dia as redes sociais estão ao alcance de qualquer um, incluindo – e sem querer estar aqui a estratificar ninguém – pessoas que nunca pegaram num livro em toda a sua vida, ou que concluíram o ensino básico há mais de 30 anos, e nunca tiveram muitas oportunidade de se expressar pela escrita. Daí as centenas de usuários que escrevem “passas-te na prova?”, “hades ver”, ou “muinto jiro”, ou ainda os que debitam aquilo que antes só ouvíamos de alguns motoristas de táxi, daqueles que gostam de paleio. Não é grave, nem sequer justifica o chorrilho de inanidades que se lêem um pouco pela rede. Para mim isto faz parte de um problema muito maior, a que eu chamo “politização das coisas” ou “politização de tudo”. Explicando isto resumidamente, existem comportamentos considerados “liberais”, ou ainda “de esquerda”, que são rejeitados por quem acha que talvez o mundo se torne muito melhor se ficar parado ou até se voltar um bocadinho para trás. Assim suponho que coisas como a dialéctica cannabis/sodomia, apresentada ali em cima, se incluam no mesmo grupos de outras como o aborto, a eutanásia, a ideologia de género, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o aquecimento global, a imigração, o acolhimento de refugiados ou o orgulho negro. A bipolaridade que existe nesta “politização de tudo” faz com que a alternativa a isto esteja pejada de conceitos abstractos, como o patriotismo, a etnia, a cultura (?), mas acima de tudo uma forte rejeição de todos os outros mencionados anteriormente. Montado o circo e com os gladiadores de um e outro e lado, muito se vai agredindo verbalmente, esta gente. Estes compatriotas, vá lá. Mas as redes sociais são o que são – e ainda bem. Felizmente existe uma maioria silenciosa que pensa pela própria cabeça, vota mais e barafusta menos e, no máximo, vamos apanhando uns ataques de azia, provocados por quem acha no direito de afirmar que quem gosta de fumar “cannabis” é necessariamente um sodomita passivo. Tempos difíceis estes pelos que estamos a passar agora, com tanto conflito, tanta injustiça, tanta incerteza quanto ao futuro, enfim, o mesmo caminho de sempre que a humanidade vem a tomar, a caminho do inevitável abismo. A solução não é simples e por cada buraco que se tapa abrem-se outros dois, mas existem sempre paliativos que nos ajudam a suportar melhor o tempo que nos resta neste mundo. É tudo uma questão de como encarar este fatalismo; ou aceitar a mudança, e que atrás de tempos vêm tempos e outros tempos hão-de vir, ou estrebuchar, agarrado ao que já passou, e a ficar cada vez mais velho. De idade, e de espírito, também.
Hoje Macau DesportoAtletas de Cabo Verde querem ouro na Maratona de Macau [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] delegação desportiva cabo-verdiana que vai à 36ª edição da Meia Maratona Internacional de Macau, Galaxy Entertainment 2017, deixa Lisboa esta quinta-feira a fim de poder participar na prova que se realiza no domingo, 3 de Dezembro. A chefe da comitiva, Glenga Aguilar, deixou a Cidade da Praia esta quarta-feira para se juntar aos atletas Sandra Teixeira e Nelson Cruz na capital portuguesa, de onde partirão para Macau, com escala em Dubai e Pequim. A federação nacional da modalidade traçou como meta desta competição a conquista de “uma medalha de ouro”, o que seria feito inédito para Cabo Verde em mais de sete participações. Sandra Teixeira é vencedora das edições 2015 e 2016 da prova de São Silvestre da Praia e Nelson Cruz vice-campeão de São Silvestre no último ano, ganhou o campeonato de Portugal de corta mato no ano transacto. Na Meia Maratona Internacional de 2016, Cabo Verde conquistou duas medalhas de prata, êxitos alcançados pelos atletas Ruben Sança (cabo-verdiano residente nos EUA) e Crisolita Rodrigues (São Vicente). A Maratona Internacional de Macau é uma prova reconhecida pela Federação Internacional de Atletismo, IAAF, e conta anualmente com o concurso de alguns dos melhores atletas do mundo, sobretudo representantes do Quénia e da Etiópia, países que tradicionalmente dominam as provas de resistência. O evento é organizado conjuntamente pelo Instituto do Desporto do Governo da Região Administrativa Especial de Macau e pela Associação de Atletismo de Macau, China. O convite para Cabo Verde participar com dois atletas partiu directamente do presidente do Comité Olímpico e Desportivo de Macau, China, Charles Keng Chi Lo, ao Comité Olímpico Cabo-verdiano.
João Santos Filipe DesportoÁguias vencem Ka I por 3-0 e conquistam Torneio de Futebol de Sete Uma defesa fantástica de Batista e um golo, de Nikki Torrão, no contra-ataque seguinte abriram as portas para o triunfo do Benfica de Macau, por 3-0 diante o Ka I [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Benfica de Macau conquistou ontem o Torneio de Futebol de Sete, após ter derrotado o Ka I, por 3-0. No Canídromo, o jogo teve um início electrizante, mas o lance que acabaria por definir o rumo da partida, surgiu logo aos três minutos, com dois homens em destaque: Batista e Nikki Torrão. O Ka I não entrou mal na partida e aos três minutos, depois de já ter permitido um ataque perigoso à equipa adversária, o avançado Samuel Ramosoeu teve uma clara oportunidade de golo nos pés. O atacante surgiu à entrada da área do Benfica com espaço e rematou com o pé direito, de primeira. A bola tomou a direcção da baliza, e seguiu a meia altura com o golo a parecer certo. Porém, foi nesse momento que surgiu a mão do guarda-redes Batista, a fazer a defesa da noite. O Benfica aproveitou imediatamente para sair em contra-ataque, com o esférico a ser bombeado para o ataque, onde surgiu Nikki Torrão. O internacional de Macau isolou-se e, diante Domingos Chan, fez a bola passar por entre as pernas do guardião e o 1-0. Se até esta altura, os atletas do Ka I aparentavam estar em condições de discutir o jogo de igual para igual, o golo mudou o rumo do jogo. No pólo oposto o Benfica mostrava-se cada vez mais perigoso no ataque, principalmente devido às combinações dos atacantes Carlos Leonel e Nikki Torrão. Apesar do forte pendor atacante, só a um minuto do intervalo é que Carlos Leonel apontou o segundo golo. Após uma bola bombeada para a área do Ka I, por Edgar Teixeira, o avançado ganhou a bola nas alturas, após uma luta intensa na área, e mesmo sem ter a clara intenção de cabecear à baliza, fez o 2-0. Durante o intervalo, Josecler, treinador do Ka I, pediu aos jogadores que atacassem mais e os comandados entraram em campo com uma postura mais agressiva. Contudo, a defesa das águias não facilitou, e, quando foi preciso, Batista mostrou-se sempre muito seguro. Sem conseguir dar a volta o jogo, o Ka I acabou por sofrer o 3-0, aos 28 minutos, num golo apontado num lance de contra-ataque por Edgar Teixeira. Após este tento, os adeptos afectos às águias, entre os 40 presentes na bancada, cantavam: “E ninguém pára o Benfica!”. Vitória do plantel Após a conquista, o treinador-jogador das águias para esta competição, Cuco, justificou a vitória com a coesão do plantel: “O facto do Benfica manter o plantel junto há cinco anos facilitou-me o trabalho. Foi um grupo que soube fazer a diferença entre o Cuco colega e o Cuco treinador e o resultado foi fantástico”, afirmou, ao HM. “Sabíamos que o jogo ia ser difícil porque na fase de grupo tínhamos ganho por apenas 2-0. Fomos a equipa que procurou ser mais eficaz no ataque, e quando atacámos foi para marcar. Também na defesa estivemos muito coesos e merecemos a vitória”, defendeu. Por sua vez, Nikki Torrão falou de um jogo difícil: “Esta vitória mostra porque merecemos vencer o troféu. Voltámos a não sofrer golos e ao longo da competição só sofremos um golo. Foi um resultado justo”, considerou. Já Josecler, treinador do Ka I, admitiu que o Benfica foi um justo vencedor e atribuiu o prémio de melhor jogador ao guarda-redes Batista: “Foi o homem do jogo. Para mim quem esteve em maior destaque não foi quem marcou os golos, mas antes o Batista porque fez três defesas muito boas”, disse, ao HM. Finalmente, Samuel Ramosoeu reconheceu a superioridade do Benfica: “Eles foram melhores e preparam-se melhor. Tivemos algumas oportunidades, mas faltou-nos a calma para fazer a diferença”, considerou. Com este triunfo, o Benfica de Macau termina a época de 2017 a vencer todas as competições: Liga de Elite, Taça de Macau e Torneio de Futebol de Sete.
Amélia Vieira h | Artes, Letras e IdeiasO dom das lágrimas Ele voltou um olhar de amor Para que Pedro o bem- aventurado apóstolo Dissolvesse com lágrimas amaríssimas o pecado da tríplice negação. [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]ofrer é um nobre mistério se interpretarmos a vida como uma manifestação onde a dor é presença constante – os antigos textos litúrgicos cristãos tinham as Oblatas, aqueles belos poemas que davam o dom das lágrimas para amaciar a tormenta das dores secas e mudas que no peito se tornam pedras duras e insuportáveis. Os códices medievais foram também eles invocações para os males, afastar maus pensamentos, pedir chuva, afastar as tempestades e, por fim, também e sempre, consagrados ao efeito benéfico de melhorar a condição da vida. Há nestes poemas litúrgicos o desejo de que o pranto acorde a consciência à sua ligação divina, mas talvez que a nossa forma de viver nos remeta mais para Ulisses que preferiu cobrir a face com o seu largo manto púrpura quando, ao escutar um canto, se envergonha que lágrimas lhe caíssem na face. A temperatura do sofrimento porém não esmorece com ou sem elas, mas são elas, essa compunção, que nos aproximam de um estranho amor que não sabemos revelar e na quente abundância do seu dom nos libertam e nos fazem talvez sentir uma inegável saudade de Deus. No tempo do riso e da abundância, de fluxo para a felicidade simples, como o de agora, talvez haja estranheza nestas coisas. Afinal, tão naturalmente combatidas como quedas ou frágeis manifestações, mas na realidade estamos a perder grandes dons que eram libertadores e a entregarmo-nos a todo o género de recursos que nos desvinculam da nossa natureza sagrada. Daí uma certa rudeza nos afectos, uma legião maciça de caritativos, uma domesticação indevida para um bem que não sente mais que uma politicamente correcta adesão; se o coração é esse órgão de fogo há que restar de nós alguma água para um húmido silêncio e uma fresca acalmia: corremos o risco de carbonizar sem o dom das lágrimas: « Junto dos canais de Babilónia/ nos sentamos a chorar/ com saudades de Sião». Saudades da terra, saudades de um rio… Esta importância do pranto era então visto como efeito libertador, como um signo de salvação. Por vezes estamos dolorosamente cansados, tendencialmente nervosos e fartos de tudo – convalescemos – estamos prostrados sem saber como acudir a tanto desanimo parecendo não aguentar alguns ciclos da vida e damo-nos conta que já não choramos, que nos fomos tornando um lume qualquer que se esgota, vimos o mundo secar, arder, os efeitos atmosféricos tão aflitos quanto a nossa alma esquecida e lembramo-nos de coisas simples e redentoras, despojados então de efeitos queremos um chão para regar com algumas lágrimas e que dele possa nascer uma planta que seja a salvação. Mas não só a liturgia cristã original está prenhe destes bens, o pungente grito da lamentação têm-no os judeus em farta abundância naquele Muro onde todo o choro é visto como um elo que une um povo inteiro. «Vacilas por ternura Deus omnipotente/ da pedra fonte de água viva rompeste/ a um povo sedento/ retira da nossa dureza a compunção das lágrimas/ longo pranto por nossos pecados concede/ pois vendo-nos assim te compadeces/ e obtemos remissão». Houve efectivamente uma era muito líquida, que não será certamente parecida com a de hoje, aquele tempo do sangue, suores e lágrimas, havendo um domínio claro de um tal elemento como esfera transbordante. Vamos até às águas de Noé e depois já em terra vêmo-lo a plantar uma vinha, que de líquido forte passa a ser um poder manifestado. Estamos inundados de um estranho amor e nem por isso sorrimos ainda, aqui. Na tradição bíblica, o riso não é desperto pois que dele advém um princípio modelador, só a gravidade acorda a lembrança divina. Na maior parte são textos do latim litúrgico-cristão o que os torna de uma grande plasticidade na composição através dos séculos e nas sociedades onde se inserem, mas creio que não perderão jamais a primeira essência pois quem os transcreve está em sintonia com a função original. Há matérias que se habituam a ser esquecidas ao ponto de quase desaparecerem, mas quando isso acontecer de nós não sobrará grande coisa que também valha ainda a pena lembrar.
António Cabrita Diários de Próspero h | Artes, Letras e IdeiasPino com contorção & ventosa 25/11/2017 [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]onvidaram-me para participar de um dossier em torno de Clarice Lispector, que em 10 de dezembro conhecerá uma data redonda. É impossível recusar o desafio, ainda que tenha de fazer um pino com contorção & ventosa, dada a proximidade do prazo e a obra imensa da brasileira. Ninguém escreve como a Clarice. Veja-se o retrato de uma velha senhora ao espelho: «Por fora – viu no espelho – ela era uma coisa seca como um figo seco. Mas por dentro não era esturricada. Pelo contrário. Parecia por dentro uma gengiva húmida, mole assim como gengiva desdentada.» E como todos os grandes escritores que prefiro as suas frases estão pejadas de saltos quânticos, de uma lógica que só pelo isomorfismo se explica: «Ah Ulisses, pensou ela para o cão, não te abandonei por querer, é que precisava fugir de Eduardo, antes que ele me arruinasse totalmente com sua lucidez: lucidez que iluminava de mais e crestava tudo. Ângela sabia que os tios tinham remédio contra picada de cobra: pretendia entrar em cheio na floresta espessa e verdejante, com botas altas e besuntada de remédio contra picada de mosquito. (sublinhado meu)» Da lucidez decapitadora de Eduardo passamos sem preparação para o veneno da cobra, afinal o mesmo mas noutro reino, noutro nível de realidade. Enfim, suspeito que a Clarice que nasceu ucraniana e se considerava brasileira de gema afinal era chinesa e por isso «sua escrita se faz pelo avesso — sendo a escuta do que se cala ou a visão do que se oculta (Yudith Rosenbaum)». Numa coisa coincidimos. Ambos achamos que o mundo é uma coisa vasta demais e sem síntese possível, e somos (no possível) felizes nisso e na ideia de que se encontrássemos a verdade não conseguiríamos pensá-la, pois esta seria impronunciável – sem que tal visão nos atemorize. Recordo uma discussão que tive com uma namorada, instrutora de ioga, a partir da surpresa que lhe chegou ao ter-lhe dito que tinha muitos momentos em que não pensava. Ela considerava improvável, eu, pelo contrário, estava atónito com a insistência dela de que seria impossível não pensar. E às tantas perguntei-lhe, Ouve lá, tu quando fodes pensas no quê? Não me respondeu. Nunca desejei para mim esse tipo de insónia branca. Muitas vezes basta-me ser e esvazio o pensamento como o comboio nos carris. Talvez eu seja aquele cavalo de que fala a Clarice: «A forma do cavalo representa o que há de melhor no ser humano. Tenho um cavalo dentro de mim que raramente se exprime. Mas quando vejo outro cavalo então o meu se expressa. Sua forma fala.» 26/11/2017 Escreveu Valéry, em carta a um amigo: “Sonho com uma poesia curta – um soneto – escrita por um visionário requintado que seria ao mesmo tempo um agradável arquitecto, um algebrista sagaz, um calculador infinito do efeito a produzir”. Parece-me profundamente entediante esta festa da inteligência. Creio que um algebrista deste calibre – e Valéry não desmereceu sê-lo, tal como Pessoa – só escreve e escreve e escreve – ambos deixaram demasiados quilos de papel grafado – porque deseja desesperadamente que uma página o surpreenda com o que nunca antes havia imaginado e agora brote como um alimento nunca mastigado, algo desaustinado que o transporta ao medo, ao furor ou à paixão. 28/11/2017 Está confirmado, vou reeditar o meu livro de poesia Arte Negra (Fenda, 2000), um volume de mais de duzentas páginas. Do ciclo Cemitério dos Prazeres, o 1, o 2 e o 5: «Não sei que sucesso/ obterás. Depenas uma pedra,/ obstinas-te, lavas o ar/ com um pano húmido.// Em redor a morte ceva/ as letras mudas, carcome/ um mapa de seda/ na nascente do teu rosto.// Não sei que sucesso,/ assim solícito e crédulo,/ obterás, pois a anda das imagens/ já sentou a mixórdia/ no lugar de Deus.», «Uma infância perfurada/ por zepelins. Hoje, de comando/na mão, zappas. Melancolia/ que te sufoca o amor e as veias,/ uma a uma, esvaziadas de Deus.// Mas a que outra luz/ acederia o coração se o lugar/ não foi capinado, se a treva amarinha no interior das gavinhas/ sem tu a teres capinado –/ e os anjos e os rinos/ quase extintos? Vinte unhas/ são a energia que ultima/ o escuro mate da morte.»; «Cem anos depois do cinema/ bombeias ainda o branco em páginas/ sem consolo: candelabro/ exposto ao vento e que só encheu/ de mistérios areias movediças.// És o canhoto de um anjo/ ainda que o bico, o adunco da rapina/ que nenhuma entranha desperdiça/ queira lá saber de ícones/ e esburaque o ar que nos resta!// O mal não se decompôs em frames,/ é, como o infinito, cesta que não decora/ o fortuito nome dos seus ovos./ Que importa! Escreve e respira fundo!» 29/11/2017 Com o espírito boçal e traquinas de quem roça a insanidade mental, Trump gabou os novos aviões invisíveis do exército. Os aviões invisíveis têm sobre os pepinos invisíveis o defeito da algazarra, de resto transformam igualmente a morte numa salada. Mais felizes os dias em que o combate não era anónimo e quem morria conhecia o nome de quem o matava. Sinto-me um monge do século XXI a compor inúteis hexâmetros latinos.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong : Chow Tai Fook compra anel por 270 milhões [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Christie’s vendeu, em Hong Kong, um anel com um diamante rosa incrustado de 14,93 quilates por 32 milhões de dólares (cerca de 270 milhões de patacas), tornando-o numa das mais caras jóias arrematadas em leilão na Ásia. A pedra, de formato oval, colocada num anel de platina e rodeada de diamantes rosados mais pequenos, foi vendida na terça-feira durante uma licitação de pouco mais de três minutos, de acordo com a leiloeira. A peça não alcançou o valor máximo de 42 milhões de dólares norte-americanos (35,4 milhões de euros) estimado inicialmente pela Christie’s. Com os diamantes rosados a figurarem como as mais exclusivas e valiosas do mundo entre as pedras preciosas da sua classe, a Ásia converteu-se, nos últimos anos, um ponto-chave para o leilão de peças de grande valor, onde é elevada a procura por diamantes de qualidade. Em Abril, a leiloeira londrina Sotheby’s estabeleceu um recorde, em termos de valor, ao vender um diamante rosa de 59,6 quilates, denominado de “Estrela Rosa”, por 71,2 milhões de dólares (60 milhões de euros). A pedra preciosa foi arrematada em leilão pela Chow Tai Fook Enterprises, consórcio de empresas de Hong Kong presente nos sectores da hotelaria, casinos e imobiliário, que detém uma extensa rede de joalharias sob o mesmo nome com mais de 2.000 lojas em Hong Kong, em Macau, e na China. A empresa adquiriu, em 2010, um diamante de 507 quilates por 35,3 milhões de dólares norte-americanos (29,8 milhões de euros), batendo o recorde do preço mais elevado alguma vez pago por um diamante em bruto, superado este ano pela “Estrela Rosa”. Esta pedra bateu o recorde que pertencia anteriormente ao diamante “Oppenheimer Blue”, vendido por 57,5 milhões de dólares (48,5 milhões de euros) pela leiloeira Christie’s, em Genebra, em maio de 2016. Um mês antes, a Sotheby’s Hong Kong estabeleceu um recorde na Ásia, ao vender por 32 milhões de dólares norte-americanos (27 milhões de euros) o maior diamante oval azul alguma vez visto num leilão.
Hoje Macau China / ÁsiaJulgamento de taiwanês é usado para “propaganda política” [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m porta-voz da parte continental da China disse que qualquer tentativa de usar o julgamento e a sentença do taiwanês Lee Ming-che para “propaganda política” fracassará. Ma Xiaoguang, porta-voz do Departamento dos Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, enfatizou quarta-feira que a condenação e a sentença de Lee têm base em factos claros e provas evidentes. “Os ataques infundados contra a parte continental por algumas pessoas de Taiwan prejudicaram seriamente as relações através do Estreito”, disse Ma em conferência de imprensa, ao comentar as críticas de Taiwan de que a condenação de Lee “prejudicou os laços”. Ma observou que “respeito mútuo às vias de desenvolvimento e sistemas sociais de cada lado é a linha final para as relações através do Estreito”. “Respeitamos o actual sistema e estilo de vida dos compatriotas de Taiwan, mas isso não significa que o lado de Taiwan possa impor suas ideias políticas na parte continental”, comentou. “Isso também não significa que certas pessoas em Taiwan possam violar arbitrariamente a lei da parte continental sob o pretexto de ‘democracia e liberdade'”, disse. Lee foi condenado a cinco anos na prisão por “subverter o poder do Estado”. A sentença foi aplicada na terça-feira pelo Tribunal Popular Intermediário da cidade de Yueyang, na Província de Hunan. Um cidadão da parte continental, Peng Yuhua, foi condenado a sete anos de prisão no mesmo caso. Os dois homens foram destituídos de seus direitos políticos por dois anos. Eles disseram que não apelarão. Ma disse que o processo seguiu as regras e que os direitos e interesses dos dois foram totalmente assegurados durante a investigação e processo de julgamento. A família de Lee, acompanhada por algumas pessoas da ilha, esteve presente na decisão do tribunal em Yueyang, garantiu.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim expressa “profunda preocupação” com míssil norte-coreano [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês ontem expressou a sua “profunda preocupação” com o último míssil balístico intercontinental lançado na terça-feira pela Coreia do Norte, capaz de transportar uma grande ogiva nuclear e chegar a todo o território dos Estados Unidos. “A China expressa profunda preocupação e oposição ao lançamento (…) e urgentemente exorta a Coreia do Norte a atender as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e parar as acções que levam tensões na península”, afirmou Geng Shuang, porta-voz dos Negócios Estrangeiros chinês. “Continuaremos a defender a desnuclearização da península, bem como uma solução pacífica para a questão através do diálogo e da negociação”, acrescentou. Geng sublinhou que Pequim sempre cumpriu as suas obrigações internacionais rigorosamente e que a via militar “não é a melhor alternativa” para a resolução da crise norte-coreana. A televisão estatal da Coreia do Norte anunciou o lançamento “bem sucedido” – o primeiro em Pyongyang após dois meses e meio sem realizar testes balísticos -, que foi autorizado e testemunhado pessoalmente pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un. Trata-se de um novo modelo de míssil balístico intercontinental, batizado de Hwasong-15, capaz de atingir o maior alcance alguma vez conseguido por um projéctil norte-coreano, o que representa um avanço perigoso no programa de armamento deste país. Alguns especialistas acreditam que o míssil teria capacidade para ter viajado num voo normal com mais de 13.000 quilómetros, o suficiente para chegar a Washington ou a qualquer parte continental dos Estados Unidos. A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, anunciou que o seu governo defende novas sanções contra a Coreia do Norte, a quem pediu para abandonar os ensaios e respeitar a legalidade. Além disso, Nauert leu uma declaração da secretária de Estado, Rex Tillerson, na qual anunciou que irá propor, juntamente com o Canadá, avançar na próxima reunião do Comando das Nações Unidas (UNC) com o contingente que controla a Zona Conjunta de Segurança (JSA) que separa as duas Coreias. Por seu lado, o primeiro-ministro sul-coreano, Lee Nak-yon, disse hoje que o novo lançamento não foi completado com total sucesso, já que o projéctil perdeu o contacto com o centro de controlo a meio da sua trajectória.
Hoje Macau EventosAlbergue SCM | Mercado de Natal com mais animação e solidariedade [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]rtesanato, gastronomia, espírito natalício e o ambiente único do bairro de São Lázaro são alguns dos ingredientes para a concretização de um evento especial próprio da época: o Mercado de Natal. Cerca de 15 expositores estarão presentes na 2ª edição do Mercado de Natal, apresentando os seus produtos personalizados, feitos à mão, em áreas bastante distintas, desde bijutaria, cerâmica, decoração, doçaria, entre outras, proporcionando, aos visitantes, ideias originais para prendas de natal. Para esta segunda edição que há maior qualidade no trabalho dos artesãos, “esperando por isso que esta iniciativa seja também uma forma de agraciar o esforço dos nossos artesãos em elevarem o seu nível de qualidade de ano para ano” realça Cátia Silva, manager do Bad Bad Maria, responsável pelo Mercado de Natal. “Os vendedores nossos parceiros têm vindo a preparar as suas criações para surpreender neste natal e não faltarão presentes para todos os gostos”, garante Cátia Silva. Está prevista animação musical pela Banda da Escola Portuguesa de Macau; pintura de uma estrela de natal por meninos do 1º ciclo que depois será colocada numa árvore do mercado; apresentação de um espetáculo de dança pelo Grupo de Artes Performatvas ArtFusion e também workshops que tornarão este dia numa autêntica festa para toda a família O evento assume, desde a sua génese, iniciativas de responsabilidade social, e este ano vai ser promovida a recolha de bens alimentares para doar a uma instituição de solidariedade social de Macau: Casa das Irmãs Missionárias da Caridade. “A época natalícia é um ótimo momento para apelar mais à solidariedade entre as pessoas”, justifica Cátia Silva. Com mais novidades, animação e maior qualidade a organização do Mercado de Natal espera superar o marco dos 2000 visitantes da primeira edição nesta iniciativa organizada por Bad Bad Maria e que irá decorrer no sábado, 9 de Dezembro, das 11h às 18h. O apoio institucional é do Albergue SCM, em São Lázaro, Macau.
Andreia Sofia Silva EventosLivro | Obra completa de Manuel da Silva Mendes com dois volumes em 2018 Os escritos de Manuel da Silva Mendes já conheceram várias edições desde os anos 40, mas nunca com esta envergadura. O projecto, coordenado por Rogério Beltrão Coelho, teve a colaboração de Amadeu Gonçalves, António Aresta e Tiago Quadros [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m jeito de celebração dos 150 anos do nascimento de Manuel da Silva Mendes, um dos grandes intelectuais portugueses de Macau, é reeditada a sua obra completa, estando prevista a publicação de mais dois volumes durante o próximo ano. “Têm existido reedições de Silva Mendes, desde os anos quarenta, pela mão de Luís Gonzaga Gomes, seu antigo aluno e emérito historiador de Macau, também nos anos sessenta, oitenta e noventa se reeditou o autor”, contextualiza António Aresta, um dos colaboradores da reedição. Essas edições tiveram uma tiragem reduzida e que ficou circunscrita a Macau, mas à medida que se multiplicam artigos e teses sobre Manual da Silva Mendes, “a ambição é torna-lo global e acessível ao estudo e à investigação”, projecta António Aresta. O projecto teve a coordenação de Rogério Beltrão Coelho e colaboração de Amadeu Gonçalves, Tiago Quadros e António Aresta. Manuel da Silva Mendes viveu em Macau entre 1901 e 1931, ano em que morreu. Um dos espaços que definiu o autor foi a sua casa, a Vila Primavera, situada no sopé da Colina da Guia. Tiago Quadros participa num dos volumes com um pequeno texto sobre a importância do local e “o que representa para alguém que veio de Portugal no início do século XX e que inicia um percurso de numa geografia distante, num sítio com referências culturais diferentes”. Eclectismo total Para Tiago Quadros, foi na Vila Primavera que o intelectual se tentou construir, ao mesmo tempo que edificava a casa cercada por vegetação num lugar ameno e longe das suas origens, estando, em simultâneo, “em Macau e afastado de Macau”. Essa casa viria a ser “o útero original onde a sua colecção de arte teve início”, explica Tiago Quadros. A Vila Primavera era marcada pelo “eclectismo arquitectónico português com expressão neo-romântica muito ténue que dava a ideia de uma paisagem não real, quase como uma ideia de paraíso para ele próprio”. A reedição da obra de Silva Mendes procura reunir todos os escritos do autor, alguns deles inéditos, em temas tão díspares como a filosofia, arte, política, religião, ética e educação. “Temos a noção de que existe uma parcela quase perdida, que são os artigos não assinados, mas que saíram da sua pena. Essa constatação já tinha sido notada por Luís Gonzaga Gomes”, conta António Aresta. Com uma forte consciência social e política, Manuel da Silva Mendes, como muitos pensadores do seu tempo, era um republicano e anarquista. Inclusive, defendeu na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra uma tese sobre o socialismo libertário, documento que se tornou de referência e que foi reeditado há poucos anos. Com a chegada a Macau, um mundo filosófico abriu-se para o intelectual. “A sua adesão ao taoísmo filosófico entendo-a como natural porque o taoísmo filosófico parece assentar numa metafísica da perplexidade e num anarquismo espiritual”, teoriza António Aresta. No Oriente, Manuel da Silva Mendes era a personificação da “arte de ser português em Macau, com alheamento da politiquice, mas não da política”, conta o académico. Um militante de uma governação justa e ética, ao mesmo tempo que estudava a pluridimensionalidade da cultura chinesa. A marcar os 150 anos do seu aniversário é reeditada a sua obra completa, com alguns inéditos que nunca conheceram a edição em livro.
João Luz Manchete SociedadeConsulta pública para Procriação Medicamente Assistida começa segunda-feira O período de consulta pública da primeira versão da proposta de lei que vai regular a procriação medicamente assistida começa na segunda-feira e decorre até 12 de Janeiro. Para já, apenas o Hospital São Januário está habilitado a fazer estas intervenções. O Hospital Kiang Wu também poderá, em breve, ajudar casais a serem pais [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau vai passar a ter uma lei que regula a procriação medicamente assistida. Hoje em dia, apenas o Centro Hospitalar Conde de São Januário está habilitado a realizar intervenções como a inseminação artificial e transferência de embriões e gametas. De resto, outros estabelecimentos que pretendam fornecer estes serviço precisam obter a licença dos Serviços de Saúde (SS). Até agora, apenas o Hospital Kiang Wu se candidatou à licença para realizar intervenções de procriação medicamente assistida. De acordo com Leong Pui San, responsável pelo licenciamento de actividades e profissões privadas de prestação de cuidados de saúde, “em meados de Dezembro será feita uma inspecção ao Hospital Kiang Wu para ver se têm condições para emitirmos a licença”. Um dos requisitos essenciais é a unidade médica ter um bloco operatório. Para já, a nova lei irá regulamentar quem pode fornecer o serviço e quem o pode receber. Além disso acrescenta dimensão penal às sanções que, pelo enquadramento legal actual, tinham apenas um regime sancionatório administrativo. Na primeira versão, ainda antes da consulta pública, propõe-se uma pena máxima de oito anos para os casais que recorram a este serviço em circunstâncias irregulares. É de salientar que já existe uma moldura penal para os médicos que pratiquem este tipo de intervenções sem licença. Para os operacionais das clínicas infractoras, a pena de multa vai até às 80 mil patacas, enquanto para as pessoas colectivas, ou seja, os estabelecimentos, a multa vai até às 120 mil patacas. Além das responsabilidades criminais e sanções administrativas são aplicáveis penas como interdição do exercício da actividade ou proibição e encerramento do estabelecimento. Solteiras de fora A ideia da legislação é trazer segurança a este ramo da medicina. Na primeira versão da proposta, apenas estão consagradas como aptas para a procriação medicamente assistida mulheres casadas. Rui Amaral, do departamento jurídico dos SS, explica que para esta determinação foram tidos em consideração os ordenamentos jurídicos vizinhos. Por exemplo, em Hong Kong uma mulher só pode recorrer a estas técnicas se já tiver determinado tempo de casamento. Neste domínio, Leong Pui San, acrescentou ainda que “a orientação da proposta se baseia nos valores éticos e morais da população”. Este ano foram suspensas sete clínicas, onde se inclui a Taivex-Malo, por suspeitas de terem realizado técnicas de procriação medicamente assistidas sem terem a devida licença dos SS. Foram mesmo detectados anúncios de clínicas que publicitavam a possibilidade de escolha do sexo do bebé, algo que é considerado ilegal na actual proposta de lei, excepto em caso de risco de vida do feto. Alguns destes anúncios pediam preços na ordem das 170 mil patacas. A proposta poderá abrir lugar à própria dissolução das empresas que pratiquem técnicas de procriação medicamente assistida. Vão igualmente feito um controlo aos fornecedores de gases usados nestes procedimentos, azoto e dióxido de carbono, que têm de informar os SS quando adquirem este tipo de material. Entre 2002 e 2016 o São Januário realizou 576 ciclos de injecção para promover a fecundação, num universo total de 328 casais. Com a interrupção da prática da fertilização in vitro no centro hospitalar, as filas de espera baixaram de oito meses para três ou quatro meses.
Victor Ng SociedadeAliança do Povo de Instituição de Macau debate salário mínimo universal [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] implementação do salário mínimo universal foi ontem tema de debate num seminário organizado pela Aliança do Povo de Instituição de Macau. Lei Leong Wong, presidente da entidade, defendeu que a proposta apresentada pelo Governo deve ter em conta os interesses gerais da sociedade. O responsável concorda com a opção do Executivo em retirar as empregadas domésticas desta proposta de legislação, uma vez que a sua inserção na política do salário mínimo iria trazer muita pressão às famílias. Já o vice-presidente da Associação de Pequenas e Médias Empresas (PME) de Macau, Kuan Ka Peng, chamou a atenção para as potenciais consequências negativas do salário mínimo universal, tendo lembrado o caso de um segurança que foi despedido porque os proprietários do prédio onde trabalhava não sabiam calcular o seu novo ordenado após a implementação do salário mínimo para trabalhadores de segurança e limpeza. No dia seguinte o edifício passaria a ser gerido por uma nova empresa, sendo que os seguranças viram-se obrigados a dividir o trabalho por três turnos e com despesas mais elevadas, a suportar pela companhia. Nesse sentido, Kuan Ka Peng referiu que algumas sugestões contidas na proposta sujeita a consulta pública não se adequam à sociedade. Na sua visão, o salário mínimo universal serve apenas para definir regras sem que haja efeitos práticos. Leung Kai Yin, analista, disse que o salário mínimo para todas as profissões já existe em vários países, existindo, por isso, várias vantagens nesta medida. Leung Kai Yin defendeu que é razoável que este diploma seja implementado, para evitar que os residentes tenham dificuldades económicas mesmo com emprego. Num território onde a média salarial é de 15 mil patacas, Leung Kai Yin frisou que quem ganha menos de 7,5 mil patacas por mês passa dificuldades financeiras, apesar de ter trabalho, existindo muitas pessoas nesta situação. “Macau tornou-se uma sociedade rica, mas como é que é possível que se permita a existência de trabalhadores em situação de pobreza?”, questionou. Para Leung Kai Yin, o Governo deve ter em conta o valor médio dos rendimentos dos locais para definir o futuro valor do salário mínimo universal.
Andreia Sofia Silva SociedadeDSSOPT | Li Canfeng promete mais terrenos para infra-estruturas públicas O Conselho do Planeamento Urbanístico aprovou ontem a construção de um posto de transformação de electricidade junto ao Pac On. Li Canfeng, director das Obras Públicas, disse serem necessários mais terrenos para a instalação de infra-estruturas públicas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo admitiu ontem que vai procurar terrenos onde possa instalar, nos próximos anos, as infra-estruturas públicas necessárias para o abastecimento de água e electricidade às populações. A garantia foi dada por Li Canfeng, director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), após a aprovação, no Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU), de um projecto de instalação de um posto de transformação de electricidade junto à zona do Pac On. “Temos um plano, mas a questão é se temos terrenos suficientes. Actualmente a Macau Water está à procura de zonas onde possa colocar postos para instalar infra-estruturas públicas. Nas novas zonas vamos reservar alguns espaços para colocar instalações de energia, água e outras finalidades públicas.” Este posto de transformação “tem como objectivo colocar um cabo eléctrico entre a Ilha de Hengqin e Macau, passando pelo Pac On”. “Já fizemos uma análise técnica e consideramos que este é o projecto mais viável. [Nesta zona] vai ser a quarta via entre Macau e a Taipa e será um túnel”, acrescentou Li Canfeng. Um dos membros do CPU lembrou que não há sequer um plano pormenor para a zona do Pac On e que, de facto, há falta de terrenos para esta questão. “Não sei se o Governo tem a ideia de avançar com um plano para a construção de todas estas infra-estruturas. Temos dificuldade de encontrar terrenos e não sei se é possível ceder um terreno para estas instalações públicas. Mesmo que construamos habitações públicas não é bom termos cabos de um lado para o outro.” A pequena escola A reunião de ontem do CPU serviu também para aprovar o projecto de reconstrução da escola Xin Hua, localizada perto do bairro do Iao Hon. Contudo, a planta de condições urbanísticas (PCU) aprovada contempla um edifício que não deve ter mais do que 50 metros de altura. “Cabe ao próprio proprietário ponderar, porque parece-me que as opiniões referentes a uma altura de 80 a 95 metros não são viáveis. Penso que teremos de manter a altura de 50 metros, e cabe à escola contratar um arquitecto que projecte de acordo com as necessidades da escola. Só depois é que a escola verá se tem ou não condições para construir”, apontou Li Canfeng. O director da DSSOPT acrescentou ainda que “os casos aprovados de escolas renovadas com uma altura de 50 metros são mais adequados”. “Se a altura máxima for alargada para 90 metros não será fácil elaborar a PCU”, frisou. Os membros do CPU lembraram que a escola fica situada numa rua estreita, pelo que é necessário calcular a área da sombra projectada, conforme dita a lei. Wu Chou Kit, membro, engenheiro civil e deputado nomeado à Assembleia Legislativa, também falou desta questão. “O facto de esta escola ter alunos do ensino primário ao secundário vai causar grandes engarrafamentos e uma sobrecarga para aquela zona. Há ou não um plano de mudança desta escola? Ou será que temos uma flexibilidade para o cálculo da sombra projectada naquela zona?”, questionou. O membro do CPU lembrou que o Governo deveria “concentrar as escolas nas novas zonas para que haja mais espaço, fornecendo campus para os estudantes e para que haja a garantia de uma melhor qualidade de vida dos moradores”. Novas casas no Lilau O CPU aprovou ontem um outro projecto de renovação de um antigo prédio localizado no Largo do Lilau. Uma vez que se trata de uma zona protegida, coube ao Instituto Cultural emitir um parecer vinculativo, que obriga à manutenção das fachadas, materiais e altura já existente. “Não se pode reconstruir e sim preservar tudo sem aumentar a altura. Esta zona é muito importante, pelo que temos de respeitar o parecer do IC”, frisou Li Canfeng. Foi também aprovado um projecto de renovação de um edifício de dois andares no mesmo local, mas 63 metros quadrados. Na reunião de ontem foram também aprovados vários projectos de construção em zonas antigas da cidade, inseridos no plano da Almeida Ribeiro, nomeadamente na zona da Barra e Porto Interior.
Sofia Margarida Mota Manchete PolíticaVeículos ligeiros de passageiros podem circular entre Hong Kong, Zhuhai e Macau Com a entrada em funcionamento da ponte Hong Kong–Zhuhai–Macau, é autorizada a circulação de veículos de passageiros entre as três regiões. Para o efeito, os interessados têm de pedir autorização prévia às autoridades. Quanto aos autocarros, já existem quatro licenças emitidas no território para que façam o transporte inter-regional de passageiros [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Concelho Executivo (CE) aprovou a proposta de lei relativa à alteração ao regulamento dos transportes rodoviários interurbanos de passageiros. O diploma vai permitir o transporte de passageiros em veículos ligeiros a nível inter-regional e a decisão foi pensada tendo em conta as novas condições de circulação com a abertura da ponte Hong Kong–Zhuhai–Macau. De acordo com o porta-voz do CE, Leong Heng Teng, em conferência de imprensa ontem, com este diploma vão existir dois tipos de serviços: os regulares, assegurados por autocarros e os não regulares, realizados por veículos ligeiros de passageiros e submetidos a marcação prévia. A permissão de veículos ligeiros para transporte de passageiros tem como finalidade “coordenar as necessidades e exigências do trânsito interurbano, com a abertura da ponte Hong Kong-Zhuhai–Macau, e as necessidades vindouras”, disse Leong Heng Teng. Via pouco aberta Já para o director da Direção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), Lam Hin San, a ideia é “facilitar a mobilidade da população interurbana intrafronteiras”. No entanto, esta circulação não pode ser ilimitada, afirmou. “Com a entrada em funcionamento da ponte Hong Kong–Zhuhai–Macau, temos de fixar limitações através da restrição da circulação dos veículos de passageiros”, referiu o responsável. É por isso que este tipo de serviço fica sujeito a autorização prévia dada pelas autoridades competentes. Para Lam Hin San, permitir uma circulação ilimitada seria “um bocado complicado”. No que respeita aos transportes colectivos, as operadoras também estão sujeitas, para circular, a uma licença emitida pela DSAT. Actualmente já existem quatro licenças emitidas para as operadoras de autocarros. Para os veículos ligeiros, e tratando-se de uma medida nova, ainda não existem autorizações dadas nem requeridas. Complementos à previdência O CE aprovou ainda o regulamento administrativo relativo às disposições complementares do regime de previdência central não obrigatório. As directrizes entram em vigor a 1 de Janeiro e definem a obrigatoriedade da autorização do Fundo de Segurança Social na constituição e alteração dos planos de previdência feitos por empregadores e titulares das contas. O mesmo regulamento administrativo prevê ainda que as entidades gestoras de fundos devem disponibilizar a mudança de fundos de pensões e de percentagem de aplicação das contribuições, num mínimo de quatro vezes ao ano. Já o pedido de ajustamento do montante das contribuições pode ser efectuado pelo trabalhador uma vez por ano. No que respeita à transferências de verbas entre subcontas, a operação passa a ser possível, mas apenas uma vez por ano. O regulamento administrativo que define apresentação da lista de produtos de tabaco para os lacais de venda no território recebeu também luz verde do CE. A medida insere-se na alteração do regime de prevenção e controlo do tabagismo que entra em vigor mo início do próximo ano.
João Santos Filipe PolíticaDeputados temem que atrasos tornem Hospital das Ilhas na nova prisão [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pós a apresentação das Linhas de Acção Governativa, Chui Sai On expressou o desejo de que em 2019 o Hospital das Ilhas esteja “preliminarmente pronto”. No entanto, segundo os dados apresentados, ontem, pelo Governo à Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas, o único edifício que vai estar pronto dentro de dois anos é o Instituto de Enfermagem. O cenário foi abordado pelo secretário Raimundo do Rosário: “As fundações do Complexo Hospitalar estão todas concluídas, excepto o edifícios de reabilitação. A superestrutura do Instituto de Enfermagem está em construção neste momento e ficará concluídas no quarto trimestre de 2019”, afirmou. Em relação aos restantes seis edifícios, incluindo o próprio hospital, ainda não há prazos. O secretário explicou que a responsabilidade sobre o projecto é dos Serviços de Saúde. Devido ao facto de não haver projecto, o Raimundo do Rosário frisou que não é possível fazer um orçamento total da obra. Contudo, revelou que já foram gastos 2 mil milhões de patacas. Mais camas A situação do Hospital das Ilhas também foi comentada pela presidente da comissão, Ella Lei. A deputada criticou o facto de não haver uma calendarização e previu que o Plano Quinquenal do Governo, em vigor até 2020, não vai ser cumprido neste ponto. À comissão, o Executivo explicou que o Instituto de Enfermagem vai ser o primeiro edifício a ser concluído, visto que o projecto do principal complexo foi revisto quatro vezes. Os atrasos e o facto do hospital arrancar primeiro como Instituto de Enfermagem constituem uma preocupação para os deputados. Ella Lei falou mesmo na hipótese do hospital ser a nova prisão de Coloane, com atrasos crónicos. “Os deputados estão preocupados, até porque depois de estarem feitas as obras, ainda é necessário instalar os aparelhos e equipamentos para o funcionamento do hospital”, afirmou Ella Lei. “Estamos preocupados que o hospital se transforme num segundo estabelecimento prisional”, apontou. No entanto, com as revisões do projecto, o hospital vai passar a receber 1100 camas, quando inicialmente tinha sido previsto que só receberia cerca de 630. Este número significa que Macau ficará com uma média de 3,4 camas por cada 1000 residentes.
João Santos Filipe Manchete PolíticaFuncionamento do Metro vai gerar despesas avultadas O alerta foi deixado pela deputada Ella Lei: o funcionamento do metro vai gerar despesas avultadas, e não foram planeadas soluções para gerar receitas, como a instalação de lojas ou esplanadas nas diferentes estações [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] funcionamento do metro ligeiro vai gerar grandes despesas devido às operações de manutenção e ao pagamento da mão-de-obra, mas as fontes de receitas vão ser limitadas. O cenário foi traçado por Ella Lei, presidente da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões, após uma reunião da comissão, que contou com a presença do secretário para os Transportes e Obras Públicas. “A despesa do metro vai ser avultada. Vai ter de se fazer sobreviver um grupo alargado de trabalhadores e suportar os elevados custos de operação. Já sabemos que a empresa não vai ter receitas com lojas, esplanadas e cafés. É uma dificuldade que se vai ter de enfrentar”, revelou Ella Lei. “Não há soluções para gerar mais receitas. As estações não têm espaços para cafés, esplanadas ou lojas, além das áreas para a instalação de bilheteiras e vias de passagem”, acrescentou. Depois de ter sido identificado o problema, Ella Lei revelou que houve a intenção de construir na Estação Intermodal da Barra um centro comercial com dois andares. No entanto, as limitações de altura, fizeram com que o plano fosse abandonado. “O secretário explicou que queriam construir um centro comercial na Barra com dois pisos para gerar outras fontes de receita. Mas devido aos constrangimentos de altura não foi possível construir esses pisos”, apontou a deputada. Metro em Macau sem prioridade Momentos antes, Raimundo Rosário tinha feito um ponto de situação das obras do metro. Até ao momento foram gastos 9,5 mil milhões de patacas com o troço da Taipa. Esta parte tem um orçamento de 11 mil milhões que, segundo o secretário para os Transportes e Obras Públicas, está a ser cumprido. No próximo ano, o Governo vai dar início às obras do ramal de ligação da Linha da Taipa com a secção de Seac Pai Vai. Este é um segmento que tem de ficar concluído antes de 2019, para que depois o funcionamento da Linha da Taipa. Raimundo do Rosário garantiu que os segmento do metro da Península de Macau não vai ser abandonado, mesmo que não seja uma prioridade. Neste momento o foco do Governo passa por aprovar a legislação para a empresa que vai gerir o metro e a nova lei do metro. “O metro em Macau nunca foi abandonado. Pode é haver diferentes pontos de vistas. Mas foi definido como prioridade ligar a Linha da Taipa à Barra. Mantemos essa intenção e a prova disso é que a obras da Estação da Barra já começaram. Vamos fazendo isto por partes e por troços”, afirmou Raimundo do Rosário. O secretário admitiu que o traçado de Macau só deverá ficar definido no próximo mandato: “Acho que não vamos ter tempo para fazer muito mais neste mandato”, apontou, sobre a possibilidade de ficar escolhido o traçado de Macau.
Hoje Macau PolíticaHo Ion Sang | Mais poder, menos infiltrações [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Ho Ion Sang entende que a situação de envelhecimento nos prédios com mais de 30 anos é cada vez mais grave, e que problemas, que causam incómodos a vários moradores, como bloqueios nas instalações de drenagem e infiltrações são cada vez mais frequentes. Numa interpelação escrita, o deputado dos Kaifong lamenta que, apesar do Executivo ter criado em 2009 o Centro de Interserviços para Tratamento de Infiltrações de Água nos Edifícios, os funcionários estão sem poderes para entrar nos domicílios com vista à investigação e à obtenção de provas, que permitam encontrar soluções para os casos. Em causa, para o deputado, está a insuficiência legislativa no que diz respeito aos poderes dos funcionários. “Caso não se aperfeiçoem as leis vigentes e o mecanismo de tratamento de infiltrações de água, estima-se que os problemas de infiltrações de água, assim como as suas consequências possam ficar mais complicados e será cada vez mais difícil resolver essas questões”, lê-se no documento. Tendo em conta os cidadãos que se queixam da dificuldade em encontrar entidades adequadas para verificação de infiltração de água, Ho Ion Sang quer aprofundar a cooperação entre o Governo e os organismos profissionais, assim como colocar informação em páginas electrónicas sobre os técnicos capazes de proceder à verificação deste problema. O objectivo de disponibilizar a informação passa por permitir aos cidadãos que procurem por sua conta as fontes das infiltrações. Além disso, o deputado quer uma revisão da lei para garantir aos funcionários o poder de entrada nos domicílios a fim de resolver as questões de infiltrações de água.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaSegurança | Política de mega-dados gera preocupações O secretário para a Segurança Wong Sio Chak disse na Assembleia Legislativa que pretende combater o crime através de um sistema de investigação com recurso a mega-dados. Contudo, o analista Larry So e os deputados José Pereira Coutinho e Sulu Sou temem uma perda da privacidade dos cidadãos [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]al o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, anunciou no debate sobre as Linhas de Acção Governativa (LAG) para a sua tutela que pretende criar um sistema de investigação com recurso aos mega-dados, os alertas soaram na cabeça de muitos. A ideia deixada pelo secretário é que esse sistema passe a ser legislado, para que se faça um melhor combate à prática de crimes como o consumo e tráfico de drogas ou as pensões ilegais. Larry So, analista político, teme que se viole a privacidade das pessoas. “Tenho reservas em relação a essa forma de pensamento”, disse ao HM. “A privacidade das pessoas tem de ser respeitada e se é para reduzir ou parar o crime há outras formas de o fazer. Por exemplo, com mais polícias nas ruas ou mais formação sobre determinados crimes.” Larry So lembrou que os “grandes olhos” “vão custar muito dinheiro” aos cofres públicos. “Esta não pode ser uma medida para parar ou reduzir o crime, pois não se consegue eliminar a criminalidade por completo. O secretário não deu respostas em relação à protecção da privacidade das pessoas, mas quando falamos deste sistema isso pode ser um pouco sacrificado”, lembrou. Laivos orwellianos Sulu Sou foi um dos deputados que interveio no debate de ontem sobre as LAG para 2018 e não ficou satisfeito com as respostas dadas por Wong Sio Chak. “Não apenas eu, mas muitos dos cidadãos mostram-se preocupados com a perda de liberdade de expressão. Ele não respondeu directamente às minhas questões e disse que a liberdade de expressão está garantida na lei, mas queria que me explicasse melhor a relação entre a lei e este tipo de liberdade”, apontou. O deputado receia que em Macau venha a ser implementado um sistema semelhante ao que existe na China, em que plataformas como o Facebook, Instagram ou Whatsapp estão bloqueados. “Os cidadãos têm receio de que as aplicações de telemóvel passem a não ter autorização de utilização em momentos sensíveis, e que tenhamos de recorrer ao sistema VPN”, acrescentou. Também o deputado José Pereira Coutinho se revelou preocupado com a implementação de um “Big Brother” no território. “Estamos a caminhar para que haja um Big Brother, um controlo da vida pessoal das pessoas a todos os níveis. Tendo em conta os baixos níveis de criminalidade e o facto do território ser diminuto não há necessidade de fazer isso”, reiterou. Para Pereira Coutinho, Wong Sio Chak quer “controlar tudo e todos, sobretudo as vozes dissentes na sociedade”. “É a minha percepção quando o vejo a querer implementar a política de mega-dados à força”, rematou.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeFong Fong Guerra: “A vida é para ser recomeçada em Portugal” A macaense Fong Fong Guerra chegou no passado dia 25 a Lisboa, com o marido Tiago Guerra, depois da fuga de Timor-Leste. O casal, que foi condenado por peculato em Díli, espera agora conseguir que o processo seja transferido para Portugal. Para, acima de tudo, limpar a imagem e reorganizar a vida Como é que está a ser este regresso a Portugal? Ainda estamos muito emocionados com o facto de, finalmente, estarmos em casa. Voltar a reencontrar a nossa família está a ser muito bom, mas também muito intenso, dadas as circunstâncias que temos vivido. Mas não quero deixar de prestar o nosso agradecimento a quem nos acompanhou nos últimos três anos. Não teríamos sobrevivido sem a amor das pessoas que nos rodeiam. Estamos muito agradecidos ao apoio que recebemos sempre dos nossos familiares e amigos. Pessoalmente, agradeço, em particular, à presença da minha família e amigos de Macau, que, apesar de longe, estiveram sempre ao meu lado, e não posso esquecer a ajuda dos nossos advogados. A equipa que nos tem acompanhado em nossa defesa tem sido incansável e estão a fazer tudo o que podem para que possamos continuar a lutar pela nossa inocência, dentro de um sistema judicial injusto e que tem dado mostras de que não funciona. Tem sido um problema da justiça de Timor-Leste? A inoperância e ineficácia do sistema judicial de Timor não é nova. A situação é conhecida pelos próprios líderes do país que reconhecem as suas limitações. Mas, desejamos que esta situação possa vir a melhorar, até porque o nosso caso é apenas um no meio de muitos que estão a ser injustamente tratados. Nós tivemos sorte por termos uma forma de expressar o que nos aconteceu e de dar voz às experiências inacreditáveis por que passámos. Mas, quem lá está, quem é de Timor, não pode fazer o mesmo. A população local, muito provavelmente nem conhece os seus direitos básicos. O processo continua em Timor. O que pretendem fazer? Estamos muito agradecidos ao governo português, especialmente pelo que tem feito por nós no último ano. Neste momento, ainda estamos a explorar as possibilidades de conseguir transferir o caso judicial para Portugal para que possamos limpar os nossos nomes. Mas é uma situação que não depende de nós. Para já, a nossa maior prioridade é a de reestabelecer novamente as nossas vidas em Portugal e aproveitar o tempo para podermos estar perto dos nossos filhos e parentes que já sofreram o suficiente. Como foi a viagem e a estadia na fuga para a Austrália? Estivemos sempre muito ansiosos e quando ficámos no centro de detenção dos serviços de emigração, em Darwin, a tensão foi sempre muita. Mas as autoridades australianas foram muito simpáticas e contámos com o apoio do cônsul-geral que estava em Sidney e que se deslocou a Darwin para monitorizar a situação. A Austrália é completamente diferente de Timor-Leste em tudo e nos centros de detenção também. As instalações que tínhamos eram eram melhores do que aquelas que tínhamos no apartamento em que estávamos em Díli: tinham camas e ares condicionados melhores, por exemplo. Também fomos o primeiro caso na Austrália de detenção pelas autoridades fronteiriças de alguém que entrou no país para de lá sair o mais rápido possível. Como está a ser a reacção, em Portugal, ao vosso regresso? Os nossos filhos não podiam estar mais felizes. Desde que chegámos que pulam de alegria. Estão extasiados. Agora, temos de, calmamente retomar as nossas rotinas pessoais e familiares em que todos estamos a reaprender a viver, outra vez, juntos. Quais as vossas expectativas para um futuro próximo? O que mais queremos neste momento é limpar os nossos nomes e a nossa reputação. Mas, no que diz respeito ao processo legal, trata-se de uma situação que não depende de nós. Temos também, dentro da reorganização das nossas vidas, de encontrar emprego e começar a pagar as nossas dívidas. Relativamente a um regresso a Macau, equaciona essa possibilidade? Esse era o nosso grande desejo em 2014 e era o plano que tínhamos para a nossa família quando decidimos ir para Macau. Mas, infelizmente, já não o é agora. Os nossos filhos já se adaptaram a Portugal e seria muito injusto para eles voltar a tirar as crianças de um ambiente a que já se habituaram. Já têm aqui amigos e precisam, acima de tudo, de estabilidade. Nestes últimos anos também se afeiçoaram muito aos avós paternos e no que respeita à língua, já praticamente não falam cantonês. Seria muito cruel para eles. Agora a nossa vida é para ser recomeçada em Portugal. Mas não sente a falta de Macau? Sim, sinto muito a falta de Macau. Tenho muitas saudades dos meus pais e espero que os possa visitar o mais cedo possível. Relativamente à empresa que tinham, pensam voltar a ela? Quando criámos a empresa, a ideia era que fosse um projecto para nos acompanhar na mudança de vida que estávamos a efectuar com a ida para o território. Mas, com tudo o que se passou em Timor, todos os nossos planos foram mudados e foi tudo muito confuso. O que se passou afectou-nos muito enquanto família, e prejudicou a nossa vida toda, no geral. Tudo mudou. É uma pena, mas agora a empresa não é uma prioridade e não faço ideia do que vamos fazer relativamente a isso. É um assunto que para já está parado e que representa mais uma consequência muito negativa de toda a situação. Saga internacional Tiago e Fong Fong Guerra são o casal português que, desde 2014, está a braços com um processo judicial em Timor. Acusados de peculato, branqueamento de capitais e falsificação de documentos, o casal acabou por ser condenado pelo colectivo de juízes do Tribunal Distrital de Díli, a oito anos de prisão e ao pagamento de 859 mil dólares no passado mês de Agosto. Foram acusados de “prejudicar as finanças e a economia do Estado” de Timor-Leste, por alegadamente se terem apropriado de fundos oriundos da indústria petrolífera, que pertencem ao país. A condenação foi apenas pelo crime de peculato, tendo sido absolvidos das restantes acusações. Os portugueses recorreram da sentença. O argumento utilizado tinha que ver com lacunas no próprio processo. Na altura, Tiago Guerra defendia que o caso padecia “de nulidades insanáveis” comuns em “regimes não democráticos”. Para o português, as provas que sustinham as acusações eram mesmo manipuladas e até proibidas. Apesar de em Díli terem os passaportes confiscados e estarem sujeitos ao termo de identidade e residência, na semana passada, recuperaram os documentos de viagem. De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros português a embaixada em Díli respeitou a legislação portuguesa ao atribuir passaportes ao casal. A caminho da Austrália De passaportes na mão, Tiago e Fong Fong Guerra fugiram de barco para Darwin, na Austrália, onde foram novamente detidos por não terem autorização de entrada no país. De acordo com Fong Fong Guerra, a ideia era mesmo a de conseguir, a partir da Austrália, regressar a Portugal. Na sequência da fuga para a Austrália, o chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, ordenou a realização de um inquérito urgente à Inspeção Geral Diplomática e Consular, cuja conclusão foi entregue quinta-feira da semana passada. Independentemente da situação jurídica, Tiago e Fong Fong Guerra, “enquanto cidadãos portugueses têm direito a documentos de identificação como cidadãos portugueses, desde que não violem certas disposições legais”, referiu Santos Silva relativamente ao facto de terem sido renovados também os respectivos cartões de cidadão do casal. Entretanto, e durante a detenção na Austrália, foi enviado um “pedido internacional de extradição para Portugal com detenção provisória” à Procuradora-Geral da República portuguesa, Joana Marques Vidal, com conhecimento para a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, e para o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. O casal chegou a Lisboa no passado dia 25 e, até agora, de acordo com a ministra da justiça portuguesa, não foi apresentado “qualquer pedido de intervenção”.
Hoje Macau InternacionalCosta : Sines como “nova porta” do gás natural na Europa [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro desejou ontem que Sines se torne a “nova porta” de entrada do gás natural na Europa, melhorando assim a “segurança energética” do continente, ao invés da atual sujeição à Rússia ou à Argélia. “Por exemplo, a segurança da Europa em matéria energética tem tudo a ganhar com a criação e desenvolvimento de um novo terminal que nos permita receber gás natural na fachada atlântica, no Porto de Sines, e diversificar as fontes de abastecimento da Europa, hoje dependentes da Rússia ou da Argélia. Podemos ser a nova porta para melhorar a segurança energética da Europa”, disse António Costa. O líder do executivo socialista discursava num evento sobre a estratégia portuguesa para a próxima década, em Lisboa. “A defesa da Europa não se faz só com maior investimento em capacidade militar. Faz-se também investindo na ciência e desenvolvimento, novas competências e capacidades”, declarou. França : Greenpeace “ataca” central nuclear [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m grupo de membros da Greenpeace entrou ontem na central nuclear de Cruas-Meysse, no sul de França, para denunciar a insegurança deste tipo de instalações e o seu fácil acesso. A organização não-governamental indicou que cerca de 20 activistas entraram na central pelas 6:20 para alertar contra a “extrema vulnerabilidade” das piscinas de combustível nuclear usado. Os activistas quiseram “denunciar a inacção” da energética EDF, operadora dos 58 reactores nucleares em solo francês, face aos alertas sobre o “risco nuclear”. Alguns dos activistas subiram a uma dessas piscinas, enquanto outros deixaram a marca da sua mão, para “demonstrar a sua acessibilidade”. A Greenpeace recordou que no passado dia 12 de Outubro outro grupo entrou na central de Cattenom, no noroeste do país, para evidenciar também a sua fragilidade. “Desde então, a EDF não fez nada”, acrescentou a ONG, que indicou que os seus activistas conseguiram entrar hoje no local “em menos de dez minutos” e alertou que as piscinas de combustível são as que mais radioactividade contêm e não estão suficientemente protegidas de ataques exteriores.