Os Corvos

Os Corvos

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]obre o canto negro, precipitam-se,

À tarde, os corvos com um forte grasnar.

As suas sombras tocam, ao de leve, nas corças,

E, às vezes, são vistos, de mau humor, a descansar.

Oh! como eles perturbam o castanho sossego,

No qual um campo se exalta,

Como uma mulher que um grave pressentimento enfeitiça,

E, às vezes, podem ouvir-se estrilar,

Por causa do cheiro de uma carcaça que algures sentiram.

E, de repente, dirigem o voo para norte

E desaparecem, como um cortejo fúnebre,

Na atmosfera que estremece de volúpia.

 

Die Raben

Über den schwarzen Winkel hasten

Am Mittag die Raben mit hartem Schrei.

Ihr Schatten streift an der Hirschkuh vorbei

Und manchmal sieht man sie mürrisch rasten.

O wie sie die braune Stille stören,

In der ein Acker sich verzückt,

Wie ein Weib, das schwere Ahnung berückt,

Und manchmal kann man si keifen hören

Um ein Aas, das sie irgendwo wittern,

Und plötzlich richten nach Nord sie den Flug

Und schwinden wie ein Leichenzug

In Lüften, die von Wollust zittern.

[1] TRAKL, GEORG. (2008). Das dichterische Werk: Auf Grund der historisch-kritischen Ausgabe. Editores: Walther Killy e Hans Szklenar. Munique. Deutscher Taschenbuch Verlag.

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