Iniciativa para apresentação de Lei Sindical pelo Governo continua a ser “estudada”

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo continua a não revelar uma posição clara quanto à possibilidade de apresentar uma proposta de Lei Sindical. Em resposta ao HM, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) afirma que o Executivo “tem vindo a manter uma atitude aberta sobre a elaboração da Lei Sindical”, mas não avança nada de concreto. O Governo acrescenta apenas que “irá auscultar, através de diferentes meios, as opiniões e sugestões dos sectores sociais sobre a elaboração da mesma”.
É esta a posição oficial numa altura em que a Assembleia Legislativa (AL) se prepara para votar, pela sétima vez, um projecto de Lei Sindical apresentado pelos deputados. Ella Lei, Kwan Tsui Hang e Lam Heong Sang, todos ligados à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), tiveram a iniciativa de apresentar o diploma. Anteriormente, a Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM), através de Jorge Fão, quando deputado, e José Pereira Coutinho teve a mesma iniciativa, que registou sucessivos chumbos do hemiciclo.
Aqueles que há muito esperam pela legislação de um dos direitos dos cidadãos consagrado na Lei Básica têm esperança que, desta vez, possam obter o apoio de todos os membros da AL. Numa recente entrevista ao HM, a deputada Kwan Tsui Hang admitiu já ter contactado os deputados para obter votos a favor e disse que cerca de metade dos membros admitiram apoiar o projecto de lei.
“Não tenho muita certeza, mas estamos a tentar ganhar apoio. Mas alguns já mostraram que não vão votar a favor”, alertou, contudo, a deputada.
Kwan Tsui Hang frisou ainda que o Executivo não deverá apresentar o seu projecto de lei a curto prazo. “Creio que o Governo não vai apresentar [a lei] num futuro próximo, porque o Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS) ainda não discutiu sobre esse assunto, apesar dos constantes pedidos dos representantes dos trabalhadores”, rematou.
José Pereira Coutinho garantiu ao HM que espera que os deputados nomeados possam votar a favor da lei no plenário de amanhã. “Vejo com grande esperança o facto de haver colegas que finalmente decidiram apresentar o projecto. Espero que reúna o consenso e os votos necessários para a sua apreciação na generalidade. Não vai ser fácil [obter o apoio], mas acredito que se houver da parte do Chefe do Executivo uma boa vontade, e se der indicações positivas para que os deputados nomeados tenham abertura em relação a este diploma, então não vejo razão para que continuemos a aceitar lacunas desta natureza”, frisou o deputado directo.

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