Au Kam San defende doenças crónicas e gravidez no privado

Não é contra o investimento no privado, mas quer, sim, a divisão de gastos. Au Kam San esclarece as declarações que fez na AL

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Au Kam San esclareceu que não está contra o Governo investir mais no serviço público de saúde, mas diz que quer, isso sim, que cuidados de saúde ao nível das doenças crónicas, idosos e mulheres grávidas sejam transferidos para o privado, a fim de evitar uma “expansão ilimitada” das despesas nesta área.
Recorde-se que o deputado falou do excesso de apoios ao sector privado de saúde no debate sobre as Linhas de Acção Governativa (LAG) na área dos Assuntos Sociais e Cultura, onde disse que muito investimento no hospital público poderia prejudicar os serviços privados.
Ao HM, o deputado explicou melhor a ideia. “Não sou contra mais investimento no serviço público de saúde, mas as despesas não podem ser aumentadas sem limite. Como existe uma insuficiência dos serviços de saúde públicos e uma grande lista de espera nas consultas, concordo com a necessidade de investir de forma apropriada nos centros de saúde e Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas. No entanto, como esses serviços são gratuitos, e como há muita procura, a oferta pode aumentar e os cidadãos deixarão de ir aos serviços privados. Com isso os cofres públicos poderão ser gastos de forma ilimitada, até o sector público ocupar todo os serviços em Macau”, referiu o deputado.

Sem controlo

Questionado sobre se acha suficiente a implementação dos subsídios para as consultas externas, no valor de 110 patacas por doente, nos centros de saúde privados, incluindo os serviços de urgência do Hospital Kiang Wu e oito centros de saúde de instituições sem fins lucrativos, o pró-democrata diz que não é uma boa medida.
“Na realidade, os cidadãos podem ir às consultas de 48 em 48 horas, ou seja, uma vez em dois dias, e é difícil o Governo controlar esses recursos públicos”, explica.
Au Kam San acha que o Governo deve preocupar-se com a falta de supervisão da atribuição de subsídios para as consultas externas no privado, além de criticar a escolha das “associações amigas do Governo”.
O deputado acha ainda que a sugestão sobre a distribuição dos cuidados de saúde pode ser diferenciada dos actuais subsídios, argumentando que, no serviço público, os residentes só vão às consultas uma vez entre um a seis meses, sendo “mais claro” o controlo das despesas. Au Kam San acredita que os subsídios deveriam ser atribuídos directamente aos residentes em vez de serem concedidos às clínicas privadas, num formato semelhante aos actuais vales de saúde.

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