Hoje Macau China / ÁsiaRelações China-Reino Unido “envenenadas” por Hong Kong, diz embaixador chinês [dropcap]O[/dropcap] embaixador da China em Londres classificou como “tendenciosa” uma reportagem da BBC sobre os direitos humanos dos muçulmanos uigures, na província de Xinjiang, e afirmou que o dossiê de Hong Kong está a “envenenar” as relações bilaterais. Liu Xiaoming apresentou uma série de vídeos aos jornalistas com o objectivo de enfatizar que as acções da China nessa província são destinadas a combater o terrorismo e as imagens granuladas incluíam cenas sangrentas como consequência dos ataques. Os vídeos pretendiam contrariar uma recente entrevista da BBC, na qual o apresentador Andrew Marr desafiou o diplomata a explicar as imagens de ‘drones’ [aparelhos aéreos não tripulados] que aparentemente mostravam prisioneiros uigures sob custódia e transferidos por comboio pelas autoridades chinesas. Liu negou que os uigures estivessem maltratados e publicou capturas de ecrã que desafiavam, entre outras coisas, se os prisioneiros estavam ajoelhados ou sentados no chão. Ele descreveu as “chamadas vítimas” de violações de direitos humanos como separatistas ou “actores treinados por forças anti China nos Estados Unidos (EUA) e noutros países ocidentais”. Liu acrescentou que as disputas sobre direitos humanos, a imposição da nova lei de segurança nacional em Hong Kong e a decisão do Reino Unido de proibir a gigante chinesa de tecnologia Huawei de participar na construção da nova rede telefónica de alta velocidade “envenenaram seriamente a atmosfera” das relações entre a China e o Reino Unido. As tensões crescentes acontecem ao mesmo tempo em que o Presidente norte-americano, Donald Trump, e a sua administração empurram Washington e Pequim para uma nova era ascendente de confronto. “A China e o Reino Unido deveriam ter capacidade e sabedoria suficiente para lidar e gerir estas diferenças, em vez de permitir que forças anti China e os guerreiros da Guerra Fria sequestrem o relacionamento Reino Unido-China”, continuou o diplomata. Momento crítico Nas últimas semanas, a Grã-Bretanha suspendeu um tratado de extradição com Hong Kong e ofereceu refúgio a milhões de cidadãos elegíveis desse território que se sentem ameaçados pelo crescente aperto de Pequim. Liu reiterou que o Reino Unido devia parar de se intrometer em Hong Kong. “A China respeita a soberania do Reino Unido e nunca interferiu nos assuntos internos do Reino Unido. É importante que o Reino Unido faça o mesmo – ou seja, respeite a soberania da China e pare de interferir nos assuntos de Hong Kong, que são assuntos internos da China, para evitar mais danos no relacionamento entre o Reino Unido e a China”, sublinhou. Liu vincou ainda que o Reino Unido e os seus cidadãos precisavam de pensar independentemente dos sinais agressivos vindos do Governo de Trump e disse que a Grã-Bretanha estava num “momento histórico crítico” sobre como quer tratar a China. “É nossa esperança que o Reino Unido resista à pressão e à coerção de um certo país e forneça um ambiente aberto, transparente, justo e não discriminatório para o investimento chinês, de forma a recuperar a confiança das empresas chinesas no Reino Unido”, finalizou.
Pedro Arede SociedadeCovid-19 | Xinjiang e Liaoning fora do grupo de risco em Macau [dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde (SS) deixaram, para já, de fora, as províncias de Xinjiang e Liaoning da lista de regiões de alta incidência epidémica. Isto, apesar do surto de 61 novos casos de covid-19 assinalados ontem nos dois locais. No entanto, as autoridades dizem estar atentas e vão acompanhar o estado de saúde dos turistas provenientes das duas províncias, mesmo quando regressarem aos territórios, depois de visitar Macau. “Estamos a acompanhar e mantemos contacto próximo com a Comissão Nacional de Saúde. Por enquanto, ainda consideramos estas províncias como zonas de médio risco. Por isso as pessoas provenientes desses locais têm de apresentar um teste negativo de ácido nucleico e a cor do seu código de saúde será amarelo. [À chegada] Vamos ainda (…) perguntar de onde vêm, se tiveram contacto com casos confirmados, etc”, explicou ontem a médica Leong Iek Hou, por ocasião da conferência de imprensa de actualização do novo tipo de coronavírus A responsável acrescentou ainda que, à entrada em Macau, os turistas provenientes de Xinjiang e Liaoning vão receber instruções específicas para “respeitar as regras de higiene pessoal” e “evitar ajuntamentos” e serão obrigados a realizar um novo teste ácido nucleico após 72 horas Ao regressar a Xinjiang e Liaoning depois de visitar Macau, os turistas irão continuar a ser acompanhados pelos SS. “Quando voltarem para a sua terra de origem depois de estar em Macau, vamos manter o acompanhamento sobre a situação desses visitantes”, assegurou Leong Iek Hou. Questionada sobre o número de turistas das duas províncias que estão actualmente em Macau, Leong Iek Hou apontou não ter dados para fornecer aos jornalistas. Hong Kong em avaliação Na conferência de imprensa, Leong Iek Hou, reiterou que, por agora, continua tudo igual para quem vem de Hong Kong. Ou seja, para além da apresentação de um resultado negativo ao teste de ácido nucleico, quem entra em Macau proveniente do território vizinho, tem de fazer quarentena obrigatória de 14 dias. No entanto, admitiu que a situação pode ser ajustada caso a situação piore. “Se a situação ficar mais grave podemos ajustar as medidas mas, por enquanto, a medida em vigor é esta. No entanto, vamos continuar a avaliar a situação de acordo com a evolução da epidemia”, admitiu. Sobre os tripulantes das embarcações de mercadorias que viajam diariamente de Macau para Hong Kong, Hou recordou que estão isentos de quarentena e considera que existem condições de segurança, já que estes trabalhadores não podem sair dos barcos quando chegam a Hong Kong e têm de fazer um fazer um teste de ácido nucleico a cada sete dias.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China detecta mais nove casos de contágio local no noroeste do país [dropcap]A[/dropcap] China diagnosticou mais nove casos de contágio local de covid-19 na região de Xinjiang, no extremo noroeste do país, e cinco oriundos do exterior, indicaram hoje as autoridades chinesas. Urumqi, a capital de Xinjiang, com 3,5 milhões de habitantes, detectou um surto na semana passada, interrompendo um período de quase duas semanas sem novos casos na China. A cidade implementou medidas de prevenção, incluindo a suspensão do metropolitano local e o cancelamento de centenas de voos, e iniciou uma campanha maciça de testes para tentar conter o surto o mais rapidamente possível, noticiou a imprensa local. Pequim, onde um novo surto detetado no mês passado levou a medidas parciais de confinamento, está há mais de duas semanas sem novas infecções. As autoridades de saúde acrescentaram que, até à meia-noite, 23 pacientes tiveram alta, fixando o número total de casos activos no país asiático em 233. De acordo com os dados oficiais, desde o início da epidemia a China registou 83.707 infectados e 4.634 mortos devido à covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). A pandemia de covid-19 já provocou mais de 610 mil mortos e infectou mais de 14,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Surto no noroeste da China alastra para a segunda maior cidade de Xinjiang [dropcap]O[/dropcap] mais recente surto do novo coronavírus na China alastrou para a segunda maior cidade da região autónoma de Xinjiang, no extremo noroeste do país, revelaram hoje as autoridades. Um dos 17 novos casos anunciados hoje foi diagnosticado na cidade histórica de Kashgar, detalhou o governo regional. Os restantes casos foram diagnosticados em Urumqi, a capital da região, onde todos as outras infeções foram contabilizadas desde o início do surto, na semana passada. As autoridades de Urumqi aprovaram medidas de prevenção, como suspender o metropolitano local e cancelamento de centenas de voos. Xinjiang é uma região vasta, de montanhas e desertos, com baixa densidade populacional. A região não foi afectada durante o pico do surto na China, nos meses de fevereiro e março. A China também revelou hoje que 5.370 pessoas foram presas por crimes relacionados com o surto, entre Janeiro e Junho. Mais de 40% foram acusadas de fraude, anunciaram as autoridades. Outros 15% foram acusados de obstrução na aplicação da lei e outros de produzir e vender mercadorias falsas e de má qualidade, perturbar a ordem pública e transportar e vender espécies ameaçadas de extinção. A China aprovou nova legislação para proteger animais selvagens após o surto, que pode ter tido origem em morcegos antes de contagiar seres humanos, por meio de uma espécie intermediária, possivelmente o pangolim. De acordo com os dados oficiais, desde o início da epidemia, a China registou 83.682 infectados e 4.634 mortos devido à covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). A pandemia de covid-19 já provocou mais de 601 mil mortos e infetou mais de 14,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Hoje Macau China / ÁsiaVírus | Diáspora uigur alerta para riscos de contágio em campos na China [dropcap]A[/dropcap] diáspora uigur alertou ontem para os riscos de um “contágio massivo” pelo novo coronavírus nos campos no noroeste da China, onde centenas de milhares dos seus compatriotas estão detidos em condições deploráveis. “As pessoas estão a começar a entrar em pânico. As nossas famílias estão lá, retidas entre os campos de concentração e o vírus. Não sabemos o que acontece, se têm comida, se têm máscaras”, explicou a socióloga francesa de origem uigur, Dilnur Reyhan. Uma petição no portal de Internet Change.org e várias tomadas de posição nas redes sociais testemunham essa preocupação e apelam à comunidade internacional para abordar o assunto, começando pela Organização Mundial de Saúde (OMS, WHO na sigla em inglês). Entre as ‘hashtags’ ‘#VirusThreatInThecamps’ e ‘#CloseThecamps, a #WHO2Urumqi exige que a OMS envie uma delegação para a região autónoma de Xinjiang, cuja capital é Urumqi, conforme solicitado pela petição assinada por pouco mais de 3.000 pessoas. Especialistas e organizações de defesa de direitos humanos acusam Pequim de reter em centros de detenção pelo menos um milhão de muçulmanos em Xinjiang, principalmente uigures, uma minoria de língua turca. A China refuta e afirma que são “centros de formação profissional” destinados a prevenir o extremismo e a radicalização através do ensino de mandarim e de competências profissionais. Questionado pela agência de notícias France-Presse sobre eventuais medidas de prevenção tomadas nesses centros, o Governo de Xinjiang não respondeu. “Se a comunidade internacional não conseguir obter medidas adequadas da China para impedir a epidemia na região, a natureza da sua rede massiva de campos de concentração e de trabalho forçado acrescentará uma nova dimensão ao atual genocídio de uigures na China”, indica a petição, que pede “a libertação de três milhões de uigures antes da propagação da epidemia em campos de detenção”. Caso contrário, “as consequências serão catastróficas (…) dadas as informações sobre esses campos que relatam sobrelotação, fome, trabalho forçado, abuso sexual e tortura”, acrescenta a petição. A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço ontem divulgado.
admin China / ÁsiaVírus | Diáspora uigur alerta para riscos de contágio em campos na China [dropcap]A[/dropcap] diáspora uigur alertou ontem para os riscos de um “contágio massivo” pelo novo coronavírus nos campos no noroeste da China, onde centenas de milhares dos seus compatriotas estão detidos em condições deploráveis. “As pessoas estão a começar a entrar em pânico. As nossas famílias estão lá, retidas entre os campos de concentração e o vírus. Não sabemos o que acontece, se têm comida, se têm máscaras”, explicou a socióloga francesa de origem uigur, Dilnur Reyhan. Uma petição no portal de Internet Change.org e várias tomadas de posição nas redes sociais testemunham essa preocupação e apelam à comunidade internacional para abordar o assunto, começando pela Organização Mundial de Saúde (OMS, WHO na sigla em inglês). Entre as ‘hashtags’ ‘#VirusThreatInThecamps’ e ‘#CloseThecamps, a #WHO2Urumqi exige que a OMS envie uma delegação para a região autónoma de Xinjiang, cuja capital é Urumqi, conforme solicitado pela petição assinada por pouco mais de 3.000 pessoas. Especialistas e organizações de defesa de direitos humanos acusam Pequim de reter em centros de detenção pelo menos um milhão de muçulmanos em Xinjiang, principalmente uigures, uma minoria de língua turca. A China refuta e afirma que são “centros de formação profissional” destinados a prevenir o extremismo e a radicalização através do ensino de mandarim e de competências profissionais. Questionado pela agência de notícias France-Presse sobre eventuais medidas de prevenção tomadas nesses centros, o Governo de Xinjiang não respondeu. “Se a comunidade internacional não conseguir obter medidas adequadas da China para impedir a epidemia na região, a natureza da sua rede massiva de campos de concentração e de trabalho forçado acrescentará uma nova dimensão ao atual genocídio de uigures na China”, indica a petição, que pede “a libertação de três milhões de uigures antes da propagação da epidemia em campos de detenção”. Caso contrário, “as consequências serão catastróficas (…) dadas as informações sobre esses campos que relatam sobrelotação, fome, trabalho forçado, abuso sexual e tortura”, acrescenta a petição. A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infectados, segundo o balanço ontem divulgado.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping diz a Trump que interferência dos EUA feriram relações bilaterais [dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês disse ontem ao seu homólogo norte-americano que os comentários e as iniciativas dos Estados Unidos sobre Taiwan, Hong Kong, Xinjiang e o Tibete prejudicaram as relações entre os dois países, segundo a agência Nova China. Durante uma conversa telefónica com o Presidente dos EUA, Donald Trump, Xi Jinping afirmou que “a atitude dos Estados Unidos tinha interferido com assuntos internos chineses e prejudicou os interesses da China, em detrimento da confiança mútua e cooperação bilateral”, de acordo com a agência estatal chinesa. O Presidente chinês disse ainda esperar que os Estados Unidos dêem “grande importância às preocupações da China”, acrescentou. Donald Trump declarou, por sua vez, que teve uma “discussão muito boa” sobre comércio com o seu homólogo chinês. Uma semana após o anúncio de um acordo de princípio, sinónimo de trégua na guerra comercial entre os dois países, o Presidente norte-americano, citado pela agência France-Presse, adiantou que “teve uma conversa muito boa com o Presidente chinês sobre o gigantesco acordo comercial” entre os dois países.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Sugerido a Ozil que visite Xinjiang após comentários sobre abusos [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês sugeriu ontem que Mesut Ozil visite a região de Xinjiang, no extremo oeste da China, depois de o futebolista de origem turca ter criticado o tratamento de minorias étnicas muçulmanas por Pequim. “Se Ozil tiver a oportunidade, ficaremos felizes que ele visite Xinjiang para observar a situação”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, em conferência de imprensa. O porta-voz considerou que o julgamento do médio do Arsenal foi “influenciado por informações falsas”. Nas redes sociais Twitter e Instagram, Ozil criticou a China pela perseguição da minoria étnica de origem muçulmana uigur e os países muçulmanos por manterem o silêncio. “Alcorãos estão a ser queimados. Mesquitas estão a ser fechadas. Escolas muçulmanas estão a ser banidas. Estudiosos religiosos estão a ser mortos um a um”, descreveu o jogador do Arsenal, em mensagens escritas em turco. “Apesar de tudo isto, os muçulmanos ficam calados”, frisou. “O que será lembrado daqui a alguns anos não é a tortura pelos tiranos, mas o silêncio dos seus irmãos muçulmanos”, apontou. As autoridades chinesas mantêm mais de um milhão de uigures em campos de doutrinação na região de Xinjiang, no extremo oeste do país, numa campanha de assimilação cultural. Antigos detidos dizem ter sido obrigados a renunciar ao Islão, jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês e sujeitos a tortura e outros abusos. Outros dizem terem sido forçados a assinar contratos de trabalho com fábricas, onde são forçados a trabalhar longas jornadas por salários baixos, e proibidos de deixar as instalações durante os dias da semana. O Governo chinês, que inicialmente negou a existência destes campos, afirmou, entretanto, tratar-se de centros de formação vocacional que visam integrar os uigures na sociedade e erradicar o “extremismo” da região. Apesar da pressão internacional, os países muçulmanos têm-se mantido relutantes em criticar Pequim. Transmissão cortada Como retaliação pelos comentários do médio, a televisão estatal chinesa CCTV cancelou no domingo a emissão do jogo entre o Arsenal e o Manchester City. A imprensa e redes sociais na China foram inundadas de críticas a Ozil, enquanto a Associação Chinesa de Futebol disse estar “extremamente zangada e decepcionada” com os comentários “inapropriados” do jogador. “O que Ozil disse claramente magoou os seus fãs chineses e o povo chinês em geral”, apontou. O jornal oficial do Partido Comunista Chinês condenou ainda Ozil por se referir à região como ‘Turcomenistão Oriental’, um “termo separatista defendido pelo Movimento Islâmico do Turquistão Oriental (ETIM), uma organização que a ONU qualifica como terrorista” e fazer acusações “sem fundamento” e usar “falsas narrativas” sobre as políticas da China em Xinjiang.
admin China / ÁsiaMNE | Sugerido a Ozil que visite Xinjiang após comentários sobre abusos [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês sugeriu ontem que Mesut Ozil visite a região de Xinjiang, no extremo oeste da China, depois de o futebolista de origem turca ter criticado o tratamento de minorias étnicas muçulmanas por Pequim. “Se Ozil tiver a oportunidade, ficaremos felizes que ele visite Xinjiang para observar a situação”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, em conferência de imprensa. O porta-voz considerou que o julgamento do médio do Arsenal foi “influenciado por informações falsas”. Nas redes sociais Twitter e Instagram, Ozil criticou a China pela perseguição da minoria étnica de origem muçulmana uigur e os países muçulmanos por manterem o silêncio. “Alcorãos estão a ser queimados. Mesquitas estão a ser fechadas. Escolas muçulmanas estão a ser banidas. Estudiosos religiosos estão a ser mortos um a um”, descreveu o jogador do Arsenal, em mensagens escritas em turco. “Apesar de tudo isto, os muçulmanos ficam calados”, frisou. “O que será lembrado daqui a alguns anos não é a tortura pelos tiranos, mas o silêncio dos seus irmãos muçulmanos”, apontou. As autoridades chinesas mantêm mais de um milhão de uigures em campos de doutrinação na região de Xinjiang, no extremo oeste do país, numa campanha de assimilação cultural. Antigos detidos dizem ter sido obrigados a renunciar ao Islão, jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês e sujeitos a tortura e outros abusos. Outros dizem terem sido forçados a assinar contratos de trabalho com fábricas, onde são forçados a trabalhar longas jornadas por salários baixos, e proibidos de deixar as instalações durante os dias da semana. O Governo chinês, que inicialmente negou a existência destes campos, afirmou, entretanto, tratar-se de centros de formação vocacional que visam integrar os uigures na sociedade e erradicar o “extremismo” da região. Apesar da pressão internacional, os países muçulmanos têm-se mantido relutantes em criticar Pequim. Transmissão cortada Como retaliação pelos comentários do médio, a televisão estatal chinesa CCTV cancelou no domingo a emissão do jogo entre o Arsenal e o Manchester City. A imprensa e redes sociais na China foram inundadas de críticas a Ozil, enquanto a Associação Chinesa de Futebol disse estar “extremamente zangada e decepcionada” com os comentários “inapropriados” do jogador. “O que Ozil disse claramente magoou os seus fãs chineses e o povo chinês em geral”, apontou. O jornal oficial do Partido Comunista Chinês condenou ainda Ozil por se referir à região como ‘Turcomenistão Oriental’, um “termo separatista defendido pelo Movimento Islâmico do Turquistão Oriental (ETIM), uma organização que a ONU qualifica como terrorista” e fazer acusações “sem fundamento” e usar “falsas narrativas” sobre as políticas da China em Xinjiang.
Hoje Macau China / ÁsiaCondenado projecto de lei do Congresso que pune abusos em Xinjiang [dropcap]A[/dropcap] China condenou ontem a aprovação pelo Congresso norte-americano de um projecto de lei que visa punir abusos dos direitos humanos na região chinesa do Xinjiang, e alertou que retaliará “à medida que a situação se desenvolver”. O projecto de lei prevê sanções contra as autoridades chinesas pelo seu suposto envolvimento em “abusos” contra a minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur, na região de Xinjiang, extremo noroeste da China. “Esta lei deliberadamente difama a situação dos direitos humanos em Xinjiang e os esforços da China para combater o terrorismo”, considerou ontem a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, em comunicado. O texto “ataca maliciosamente as políticas do Governo chinês”, acrescentou. A porta-voz considerou que “as questões de Xinjiang não são sobre direitos humanos nem questões étnicas ou religiosas, mas sobre a luta contra o terrorismo e actividades secessionistas”. “Xinjiang sofreu terrorismo extremo e violento. O Governo daquela região tomou medidas fortes de acordo com a lei”, frisou. Documentos internos do Partido Comunista Chinês difundidos na semana passada por um consórcio de jornalistas de investigação revelaram os esforços para assimilar minorias étnicas chinesas de origem muçulmana em campos de doutrinação em Xinjiang. Antigos detidos afirmam que foram forçados a criticar o islão e a sua própria cultura e a jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês (PCC), numa reminiscência da Revolução Cultural (1966-1976) lançada pelo fundador da República Popular da China, Mao Zedong. O Governo chinês, que inicialmente negou a existência destes campos, afirmou, entretanto, tratarem-se de centros de formação vocacional que visam integrar os uigures na sociedade e erradicar o “extremismo” da região. Os detalhes sobre o funcionamento interno dos campos, onde cerca de um milhão de uigures e cazaques são mantidos em detenções extrajudiciais, constam em documentos “secretos” e que servem como manual de operações para a burocracia da região de Xinjiang. As informações foram obtidas pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, uma rede global com sede em Washington, e verificadas por especialistas independentes, incluindo ainda detalhes sobre o uso de inteligência artificial pelo Governo chinês nas práticas de policiamento, com algoritmos utilizados para estipular quem deve ser detido. Além de usar tecnologias de reconhecimento facial ou linguagem corporal, o Governo chinês começou recentemente a implementar sistemas de “reconhecimento de emoções”, que usam imagens de vídeo para analisar o que as autoridades locais descrevem como o “estado mental” das pessoas. Achas na fogueira As sanções previstas no projecto de lei dos EUA, que depende ainda da aprovação do Senado e ratificação pelo Presidente Donald Trump, podem ser aplicados a membros do Governo chinês, incluindo o secretário do Partido Comunista em Xinjiang, Chen Quanguo – e funcionários do Partido que se acredita serem responsáveis ou cúmplices. Hua Chunying disse que a lei visa “minar a prosperidade e a estabilidade de Xinjiang e restringir o desenvolvimento da China”. “Expõe os padrões duplos dos Estados Unidos na luta contra o terrorismo e só fará o povo chinês entender a sua hipocrisia e intenções sinistras ainda melhor”, acrescentou. A aprovação desta lei aumentaria ainda mais a tensão entre Pequim e Washington, depois de, na semana passada, Trump ter ratificado a Lei de Democracia e dos Direitos Humanos de Hong Kong, que visa também punir autoridades que violem as liberdades naquela região semi-autónoma chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaChina defende as suas políticas para Hong Kong e Xinjiang [dropcap]O[/dropcap] ministro da Defesa chinês defendeu esta terça-feira as políticas de Pequim nas questões controversas de Hong Kong e da região de Xinjiang, durante uma conversa por telefone com o seu homólogo dos Estados Unidos. Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, Wei Fenghe também referiu Taiwan e o mar do Sul da China, durante uma conversa por telefone, na terça-feira, com o secretário norte-americano da Defesa, Mark Esper. Embora seja comum a China reafirmar a soberania sobre aqueles dois territórios com as autoridades norte-americanas, a referência a Hong Kong e Xinjiang é menos comum. A região semi-autónoma de Hong Kong é há cinco meses palco de protestos anti-governamentais que Pequim acusa os EUA e outras forças estrangeiras de encorajar. O Governo chinês enfrenta uma crescente pressão diplomática devido às acusações de que mantém detidos cerca de um milhão de uigures em centros de doutrinação política em Xinjiang. Antigos detidos afirmam que foram forçados a criticar o islão e a sua própria cultura e a jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês (PCC), numa reminiscência da Revolução Cultural (1966-1976), lançada pelo fundador da República Popular da China, Mao Zedong. Predominantemente muçulmanos, os uigures são etnicamente distintos do grupo étnico maioritário do país, os chineses han, que constituem já a maioria da população em Xinjiang, região chinesa que faz fronteira com o Afeganistão e Paquistão. O Governo chinês, que inicialmente negou a existência destes campos, afirmou, entretanto, tratar-se de centros de formação vocacional que visam integrar os uigures na sociedade. A Xinhua informou que Wei fez várias declarações a renovar a determinação de Pequim em prosseguir com as suas reivindicações territoriais. Em Junho passado, durante uma conferência anual sobre Segurança em Singapura, Wei avisou que as forças armadas da China “tomarão medidas fortes” para defender a soberania sobre Taiwan, que age como um Estado soberano apesar das revindicações de Pequim, e o mar do Sul da China, reclamado quase na totalidade por Pequim, apesar dos protestos dos países vizinhos. Wei não ameaçou directamente os EUA, mas criticou as políticas de Washington, durante aquele discurso, incluindo o apoio prestado a Taiwan e designadas operações de liberdade de navegação em vias marítimas estratégicas que a China reclama. Wei advertiu que o Exército de Libertação Popular, as forças armadas chinesas, não “cederia uma única polegada da terra sagrada do país”. Pequim considera Taiwan uma província chinesa, e defende a “reunificação pacífica”, mas ameaça “usar a força” caso a ilha declare independência. Citado pela Xinhua, Wei disse na terça-feira que, apesar de as relações China-EUA terem atingido um “período crucial”, a cooperação mutuamente benéfica é a “única escolha certa”. “Os dois lados devem continuar a promover as relações militares para que se tornem um pilar de estabilidade nas relações bilaterais”, defendeu.
Hoje Macau China / ÁsiaPrémio Sakharov | Distinção de Ilham Tohti ilustra pressão internacional A questão dos abusos sobre a minoria ética uigur, em Xinjiang, volta a estar na ribalta após o professor de economia Ilham Tohti, condenado a prisão perpétua acusado de separatismo, ter sido distinguido pelo Parlamento Europeu com o Prémio Sakharov [dropcap]I[/dropcap]lham Tohti, que foi ontem distinguido pelo Parlamento Europeu com o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, denunciou nas últimas décadas os abusos sofridos pela minoria étnica chinesa uigur no extremo noroeste da China. Tohti, que era professor de Economia numa universidade de Pequim, até ter sido condenado à prisão perpétua por separatismo, em 2014, começou a escrever sobre as tensões e os abusos na região de Xinjiang nos anos 1990. Com uma área quase 18 vezes superior à de Portugal e situada na fronteira com o Paquistão, Afeganistão e várias ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, Xinjiang é uma região rica em petróleo e gás natural, mas com reduzida densidade populacional. Os uigures constituem mais de um terço dos seus 21 milhões de habitantes. “Em textos e palestras, Ilham destacava as políticas do Governo que limitam o uso da língua uigur, restringem a capacidade dos uigures de praticar a sua própria religião, bloqueiam as suas possibilidades de conseguir um emprego e encorajam a migração dos Han para a região”, descreveu a Amnistia Internacional. A República Popular da China – o país mais populoso do mundo, com cerca de 1.400 milhões de habitantes – define-se como “uma nação multiétnica”, formada por 56 etnias. Como os Han constituem cerca de 92% do conjunto, as outras são minorias étnicas. Impedido pela censura chinesa de difundir o seu trabalho, o escritor criou o portal em chinês uighurbiz.net, que denunciava abusos dos direitos humanos sofridos pelos uigures. O portal foi bloqueado pelas autoridades chinesas por várias vezes: primeiro antes dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, e depois entre Março e Abril do ano seguinte. Depois de, em 2009, a capital de Xinjiang, Urumqi, ter sido o palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e os han, predominantes em cargos de poder político e empresarial regional, Tohti denunciou casos de uigures que foram presos, mortos ou desapareceram. Na sequência daquele caso, o intelectual chinês ficou detido por várias semanas. “O principal conflito em Xinjiang não se deve ao terrorismo ou ao contraterrorismo, mas antes à desigualdade e abuso de poder”, acusou Tohti, na altura. “Trata-se antes de como poderosos interesses instalados monopolizam os recursos do desenvolvimento”, descreveu. Prisão perpétua Em 15 de Janeiro de 2014, Ilham Tohti foi levado da sua casa em Pequim pela polícia. Durante cinco meses, permaneceu incontactável e em local incerto, até que, em 23 de Setembro, foi condenado à prisão perpétua por “separatismo”. Acusações de separatismo na China são frequentemente usadas pelas autoridades para suprimir críticas às políticas do Governo. Pequim considera que qualquer crítica às suas políticas étnicas visa promover disfarçadamente ideias separatistas. “Embora Ilham se opusesse abertamente ao separatismo e quisesse apenas mostrar como as políticas de Pequim estavam a alimentar a polarização étnica, o governo concluiu que o seu trabalho estava a lançar muita luz sobre a terrível situação dos uigures”, descreveu a Amnistia Internacional. Campos de reeducação A distinção atribuída pelo Parlamento Europeu ilustra também a crescente pressão diplomática que Pequim enfrenta, devido às acusações de que mantém detidos cerca de um milhão de uigures em centros de doutrinação política em Xinjiang. Antigos detidos revelaram que foram forçados a criticar o islão e a sua própria cultura e a jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês (PCC), num reminiscente da Revolução Cultural (1966-1976), lançada pelo fundador da República Popular da China, Mao Zedong. O Governo chinês, que primeiro negou a existência destes campos, afirmou, entretanto, tratar-se de centros de formação vocacional que visam integrar os uigures na sociedade. Habitualmente, o presidente de cada governo regional pertence à mais importante minoria étnica da região, mas o líder da organização local do Partido Comunista – a verdadeira sede do poder político – costuma ser de etnia Han. O actual secretário em Xinjiang, Chen Quanguo, é conhecido pelas políticas duras que promulgou anteriormente, enquanto ocupou o mesmo cargo no Tibete, outra região chinesa vulnerável ao separatismo. Desde que, em 2016, foi transferido para o Xinjiang, a região converteu-se num Estado policial, com pontos de controlo policial e câmaras de circuito fechado, equipadas com reconhecimento facial, a tornarem-se omnipresentes.
Hoje Macau China / ÁsiaPrémio Sakharov | Distinção de Ilham Tohti ilustra pressão internacional A questão dos abusos sobre a minoria ética uigur, em Xinjiang, volta a estar na ribalta após o professor de economia Ilham Tohti, condenado a prisão perpétua acusado de separatismo, ter sido distinguido pelo Parlamento Europeu com o Prémio Sakharov [dropcap]I[/dropcap]lham Tohti, que foi ontem distinguido pelo Parlamento Europeu com o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, denunciou nas últimas décadas os abusos sofridos pela minoria étnica chinesa uigur no extremo noroeste da China. Tohti, que era professor de Economia numa universidade de Pequim, até ter sido condenado à prisão perpétua por separatismo, em 2014, começou a escrever sobre as tensões e os abusos na região de Xinjiang nos anos 1990. Com uma área quase 18 vezes superior à de Portugal e situada na fronteira com o Paquistão, Afeganistão e várias ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, Xinjiang é uma região rica em petróleo e gás natural, mas com reduzida densidade populacional. Os uigures constituem mais de um terço dos seus 21 milhões de habitantes. “Em textos e palestras, Ilham destacava as políticas do Governo que limitam o uso da língua uigur, restringem a capacidade dos uigures de praticar a sua própria religião, bloqueiam as suas possibilidades de conseguir um emprego e encorajam a migração dos Han para a região”, descreveu a Amnistia Internacional. A República Popular da China – o país mais populoso do mundo, com cerca de 1.400 milhões de habitantes – define-se como “uma nação multiétnica”, formada por 56 etnias. Como os Han constituem cerca de 92% do conjunto, as outras são minorias étnicas. Impedido pela censura chinesa de difundir o seu trabalho, o escritor criou o portal em chinês uighurbiz.net, que denunciava abusos dos direitos humanos sofridos pelos uigures. O portal foi bloqueado pelas autoridades chinesas por várias vezes: primeiro antes dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, e depois entre Março e Abril do ano seguinte. Depois de, em 2009, a capital de Xinjiang, Urumqi, ter sido o palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e os han, predominantes em cargos de poder político e empresarial regional, Tohti denunciou casos de uigures que foram presos, mortos ou desapareceram. Na sequência daquele caso, o intelectual chinês ficou detido por várias semanas. “O principal conflito em Xinjiang não se deve ao terrorismo ou ao contraterrorismo, mas antes à desigualdade e abuso de poder”, acusou Tohti, na altura. “Trata-se antes de como poderosos interesses instalados monopolizam os recursos do desenvolvimento”, descreveu. Prisão perpétua Em 15 de Janeiro de 2014, Ilham Tohti foi levado da sua casa em Pequim pela polícia. Durante cinco meses, permaneceu incontactável e em local incerto, até que, em 23 de Setembro, foi condenado à prisão perpétua por “separatismo”. Acusações de separatismo na China são frequentemente usadas pelas autoridades para suprimir críticas às políticas do Governo. Pequim considera que qualquer crítica às suas políticas étnicas visa promover disfarçadamente ideias separatistas. “Embora Ilham se opusesse abertamente ao separatismo e quisesse apenas mostrar como as políticas de Pequim estavam a alimentar a polarização étnica, o governo concluiu que o seu trabalho estava a lançar muita luz sobre a terrível situação dos uigures”, descreveu a Amnistia Internacional. Campos de reeducação A distinção atribuída pelo Parlamento Europeu ilustra também a crescente pressão diplomática que Pequim enfrenta, devido às acusações de que mantém detidos cerca de um milhão de uigures em centros de doutrinação política em Xinjiang. Antigos detidos revelaram que foram forçados a criticar o islão e a sua própria cultura e a jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês (PCC), num reminiscente da Revolução Cultural (1966-1976), lançada pelo fundador da República Popular da China, Mao Zedong. O Governo chinês, que primeiro negou a existência destes campos, afirmou, entretanto, tratar-se de centros de formação vocacional que visam integrar os uigures na sociedade. Habitualmente, o presidente de cada governo regional pertence à mais importante minoria étnica da região, mas o líder da organização local do Partido Comunista – a verdadeira sede do poder político – costuma ser de etnia Han. O actual secretário em Xinjiang, Chen Quanguo, é conhecido pelas políticas duras que promulgou anteriormente, enquanto ocupou o mesmo cargo no Tibete, outra região chinesa vulnerável ao separatismo. Desde que, em 2016, foi transferido para o Xinjiang, a região converteu-se num Estado policial, com pontos de controlo policial e câmaras de circuito fechado, equipadas com reconhecimento facial, a tornarem-se omnipresentes.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | Pequim pede a Washington que cancele reunião sobre Xinjiang [dropcap]A[/dropcap] China pediu ontem a Washington que cancele uma reunião planeada nas Nações Unidas para discutir a alegada repressão e detenções arbitrárias de membros de minorias étnicas de origem muçulmana no extremo noroeste do país. “Os Estados Unidos têm repetidamente difamado as políticas da China em Xinjiang e interferido nos assuntos internos da China sob as capas da religião e dos direitos humanos”, disse o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang. “E cometeram agora um erro ainda maior ao trazer a discussão sobre a questão de Xinjiang para a Assembleia Geral da ONU”, apontou. O secretário de Estado adjunto dos EUA, John Sullivan, deverá liderar um painel de discussão sobre a “crise dos direitos humanos em Xinjiang”, durante uma reunião marcada para esta semana na Assembleia-Geral da ONU. Organizações não-governamentais estimam que a China mantém detidos cerca de um milhão de membros da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigure e alguns cazaques, em campos de doutrinação política, na região de Xinjiang. Depois de, inicialmente, negar a existência dos campos, Pequim diz agora tratar-se de centros de “formação vocacional”, destinados a treinar uigures, como parte de um plano para trazer a minoria étnica para o mundo “moderno e civilizado”, e eliminar a pobreza no Xinjiang. “Pedimos aos Estados Unidos que cancelem a reunião em causa e que parem de fazer comentários irresponsáveis sobre a questão de Xinjiang e de interferir nos assuntos internos da China em nome dos direitos humanos”, afirmou Geng Shuang, em conferência de imprensa. A moral de Trump Na segunda-feira, Trump disse numa reunião sobre liberdade religiosa, durante uma sessão da ONU, que é um “dever moral urgente” que os líderes mundiais parem os crimes contra a fé. No domingo, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, acusou Pequim de tentar eliminar culturas muçulmanas, e pediu aos governos da Ásia Central que rejeitem as exigências chinesas de extradição de uigures. Pompeo fez aqueles comentários numa reunião com os ministros dos Negócios Estrangeiros do Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão. O painel de Xinjiang apresentará “histórias profundamente pessoais de vítimas da brutal campanha de repressão da China” contra uigures e outras minorias muçulmanas, segundo a anúncio do departamento de Estado norte-americano.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | Pequim pede a Washington que cancele reunião sobre Xinjiang [dropcap]A[/dropcap] China pediu ontem a Washington que cancele uma reunião planeada nas Nações Unidas para discutir a alegada repressão e detenções arbitrárias de membros de minorias étnicas de origem muçulmana no extremo noroeste do país. “Os Estados Unidos têm repetidamente difamado as políticas da China em Xinjiang e interferido nos assuntos internos da China sob as capas da religião e dos direitos humanos”, disse o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang. “E cometeram agora um erro ainda maior ao trazer a discussão sobre a questão de Xinjiang para a Assembleia Geral da ONU”, apontou. O secretário de Estado adjunto dos EUA, John Sullivan, deverá liderar um painel de discussão sobre a “crise dos direitos humanos em Xinjiang”, durante uma reunião marcada para esta semana na Assembleia-Geral da ONU. Organizações não-governamentais estimam que a China mantém detidos cerca de um milhão de membros da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigure e alguns cazaques, em campos de doutrinação política, na região de Xinjiang. Depois de, inicialmente, negar a existência dos campos, Pequim diz agora tratar-se de centros de “formação vocacional”, destinados a treinar uigures, como parte de um plano para trazer a minoria étnica para o mundo “moderno e civilizado”, e eliminar a pobreza no Xinjiang. “Pedimos aos Estados Unidos que cancelem a reunião em causa e que parem de fazer comentários irresponsáveis sobre a questão de Xinjiang e de interferir nos assuntos internos da China em nome dos direitos humanos”, afirmou Geng Shuang, em conferência de imprensa. A moral de Trump Na segunda-feira, Trump disse numa reunião sobre liberdade religiosa, durante uma sessão da ONU, que é um “dever moral urgente” que os líderes mundiais parem os crimes contra a fé. No domingo, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, acusou Pequim de tentar eliminar culturas muçulmanas, e pediu aos governos da Ásia Central que rejeitem as exigências chinesas de extradição de uigures. Pompeo fez aqueles comentários numa reunião com os ministros dos Negócios Estrangeiros do Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão. O painel de Xinjiang apresentará “histórias profundamente pessoais de vítimas da brutal campanha de repressão da China” contra uigures e outras minorias muçulmanas, segundo a anúncio do departamento de Estado norte-americano.
Hoje Macau China / ÁsiaHRW pede à China que devolva crianças uigures mantidas em internatos sem consentimento [dropcap]U[/dropcap]ma organização não-governamental de defesa dos direitos humanos apelou ontem à China que devolva as crianças da minoria étnica de origem muçulmana uigure, mantidas em internatos no extremo noroeste do país sem consentimento das famílias. Segundo a Human Rights Watch (HRW), as autoridades chinesas estão a abrigar em instituições e internatos estatais, sem o consentimento ou acesso das famílias, crianças uigures cujos pais estão detidos em campos de doutrinação política ou exilados. A China mantém detidos cerca de um milhão de uigures em campos de doutrinação política, na região de Xinjiang, extremo noroeste do país. Depois de, inicialmente, negar a existência dos campos, Pequim diz agora que se tratam de centros de “formação vocacional”, destinados a treinar uigures, como parte de um plano para trazer a minoria étnica para o mundo “moderno e civilizado”, e eliminar a pobreza em Xinjiang. Antigos detidos relataram maus tratos e violência, e afirmam terem sido forçados a criticar o islão e a sua própria cultura, e a jurar lealdade ao Partido Comunista. “A separação forçada de crianças pelo Governo chinês é talvez o elemento mais cruel da sua opressão em Xinjiang”, escreveu a diretora da HRW para a China, Sophie Richardson. “As crianças devem ser imediatamente devolvidos à custódia de parentes na China ou autorizados a juntarem-se aos pais fora do país”, apelou. A organização relata o caso de cinco famílias de Xinjiang, radicadas fora da China, que perderam o contacto com as suas crianças. A HRW aponta ainda que que o número de crianças em Xinjiang colocadas em instituições estatais e internatos sem consentimento é desconhecido, já que o controlo e vigilância exercidos pelas autoridades na região, incluindo punições severas para quem falar ou tiver contactos no exterior, impedem uma informação abrangente. Segundo reportagens difundidas pela imprensa estatal chinesa, as crianças uigures colocadas em internatos são ensinadas em chinês – levantando preocupações sobre o direito de aprenderem o seu próprio idioma. Os órgãos de Pequim têm ainda exaltado os benefícios para as crianças que vivem em instalações estatais, incluindo evitar que sejam influenciadas por “pensamentos extremos” e desenvolvam melhores hábitos e higiene pessoal. Desde que, em 2009, a capital do Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional, a China tem levado a cabo uma agressiva política de policiamento dos uigures. O Governo chinês considera que a repressão é necessária para combater o separatismo e o extremismo islâmico, enquanto activistas uigures afirmam que serve apenas para alimentar as tensões.
Hoje Macau China / ÁsiaAntigo governador de região chinesa de Xinjiang admite corrupção [dropcap]O[/dropcap] antigo governador de Xinjiang admitiu ontem em tribunal ter aceitado o equivalente a 10 milhões de euros em subornos, no âmbito da mais persistente campanha anti-corrupção na história da China comunista. Nur Bekri, que recentemente foi responsável pela agência de planeamento energético da China, e que é membro da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur, foi governador de Xinjiang, no extremo noroeste do país, entre 2008 e 2014. Nur Bekri, membro do Partido Comunista Chinês (PCC) desde os 21 anos, também liderou a Administração Nacional de Energia, entre 2014 e 2018, e foi vice-director da poderosa Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China. “Entre 1998 e 2018, ele aproveitou-se do seu poder e estatuto para ajudar empresas e indivíduos a ganhar contratos, promover produtos e beneficiar de medidas preferenciais”, disse o Tribunal Popular Intermédio de Shenyang, no nordeste da China. Nur Bekri aceitou subornos de empresas e indivíduos, num total de 79,1 milhões de yuans, lê-se na mesma nota. Uma estrela em ascensão no Partido Comunista Chinês, Nur Bekri foi um dos mais poderosos políticos oriundos de minorias étnicas. Entre 2012 e 2017 foi membro do Comité Central do PCC. Ontem, “reconheceu a sua culpa” e “arrependeu-se” pelas suas acções, disse o tribunal. O ex-governador terá ainda abusado do seu poder, ao ter organizado passeios em veículos de luxo, com motoristas privados, e outros serviços, para os seus familiares, enquanto levava uma “vida extravagante”, segundo a Comissão Central de Inspecção e Disciplina do PCC. A mais ampla e persistente campanha anticorrupção na história da China comunista, lançada pelo Presidente Xi Jinping após ascender ao poder, em 2013, puniu já mais de um milhão e meio de funcionários do Partido Comunista. Os dois casos mais mediáticos envolveram a prisão do antigo chefe da Segurança Zhou Yongkang e do ex-director do Comité Central do PCC e adjunto do antigo Presidente Hu Jintao, Ling Jihua. Antes de 2014, Bekri ocupou ao longo de três décadas vários cargos na região de Xinjiang. Não há indicações de que a investigação esteja relacionada com a campanha repressiva lançada pelas autoridades sobre os uigures, que resultou na detenção de mais de um milhão de pessoas em campos de doutrinamento político.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Pequim acusa EUA de minarem estabilidade global A China acusou ontem os Estados Unidos de minarem a estabilidade global com políticas unilaterais e de “poder”, no primeiro documento sobre a estratégia de Defesa de Pequim desde que o Presidente Xi Jinping chegou ao poder [dropcap]O[/dropcap]s EUA são o primeiro país mencionado no livro branco sobre a Defesa nacional, produzido pelo ministério chinês da Defesa, surgindo entre os “factores de desestabilização proeminentes” e “mudanças profundas” no ambiente de segurança internacional. “Os EUA ajustaram as suas estratégias nacionais de segurança e de defesa e adoptaram políticas unilaterais”, afirmou a China no documento. Washington “provocou e intensificou a competição entre os países, aumentou significativamente os seus gastos com a defesa (…) e minou a estabilidade estratégica global”, apontou. Trata-se do primeiro documento abrangente sobre a estratégia de defesa nacional da China desde o 18.º Congresso do Partido Comunista Chinês, em 2012, que elegeu o actual chefe de Estado, Xi Jinping. Lista a cumprir O Governo de Pequim apontou como prioridade conter a independência de Taiwan e combater o que considera “forças separatistas” no Tibete e na região do extremo oeste de Xinjiang. A polícia paramilitar da China ajudou as autoridades de Xinjiang a “eliminar 1.588 grupos violentos de terroristas e a capturar 12.995 terroristas”, destacou o relatório. Grupos de defesa dos Direitos Humanos estimam que a China mantém cerca de um milhão de muçulmanos detidos em campos de doutrinação política, como parte do que o Governo designa de campanha antiterrorista. Membros da minoria étnica de origem muçulmana uigur, anteriormente detidos, acusam a China de punir a expressão religiosa e separar as crianças dos pais. E dizem terem sido arbitrariamente detidos e sujeitos a doutrinação política. Na questão do Tibete, a China há muito que considera Dalai Lama um perigoso separatista, mas o líder espiritual do budismo tibetano no exílio afirma que deseja apenas um maior grau de autonomia para a região.
Hoje Macau China / ÁsiaXinjiang | Quase 40 países apoiam China sobre discriminação de minoria Trinta e sete países, incluindo Rússia e Síria, apoiaram a China junto da ONU, após 22 Estados, principalmente ocidentais, terem enviado uma carta à organização a condenar a actuação chinesa sobre as minorias na região de Xinjiang [dropcap]O[/dropcap] grupo de 37 países, em que também constam a Arábia Saudita, a Coreia do Norte, o Qatar, a Argélia, a Nigéria e as Filipinas, escreveu igualmente uma missiva às Nações Unidos, documento esse que foi divulgado na passada sexta-feira pela China no último dia da 41.ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra (Suíça). Na missiva, endereçada ao presidente do Conselho, Coly Seck, e à Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, os países signatários apoiantes de Pequim “congratulam a China pelas notáveis realizações em matéria de direitos humanos”. Segundo estes países, “o terrorismo, o separatismo e o extremismo religioso têm provocado enormes prejuízos para todos os grupos étnicos em Xinjiang (no noroeste da China)”. “Perante o grave desafio do terrorismo e do extremismo, a China tomou uma série de medidas contra o terrorismo e a radicalização em Xinjiang, nomeadamente a criação de centros de educação e de formação profissional”, prosseguiram os países signatários, realçando que “a segurança regressou” à região. O grupo de 37 países indicou ainda que a China convidou diplomatas e jornalistas a deslocarem-se a Xinjiang, defendendo que as recentes informações relativas à região “contradizem completamente aquilo que foi relatado nos ‘media’”. Em tom de conclusão, os países pedem à comunidade internacional para não avançar com acusações com base em “informações não confirmadas antes de visitar Xinjiang”. A outra carta Em Março, Michelle Bachelet disse que esperava ter “luz verde” de Pequim para ter “pleno acesso” a esta vasta região autónoma chinesa, que faz fronteira com o Paquistão e o Afeganistão. Após vários atentados atribuídos a membros da minoria muçulmana turcófona Uigures, o Governo chinês impôs fortes medidas de segurança neste território. A China é suspeita de ter colocado cerca de um milhão de pessoas em espaços conhecidos como campos de reeducação. Pequim nega tais números e prefere falar em “centros de formação profissional” destinados a ensinar conhecimentos e a impulsionar a luta contra a radicalização islâmica. Na quarta-feira, 21 países ocidentais (como Reino Unido, Canadá, França ou Alemanha) e o Japão enviaram uma carta à ONU para expressar a sua preocupação perante “relatos credíveis que dão conta de detenções arbitrárias (…), bem como de uma vigilância e restrições generalizadas, visando particularmente os Uigures e outras minorias em Xinjiang, na China”. Nessa carta, os países exortaram Pequim a permitir a liberdade de movimentos dos Uigures e de outras comunidades minoritárias.
Hoje Macau China / ÁsiaXinjiang | Pedido para acabar com violações a muçulmanos junta 22 países Um total de 22 países apresentou ontem ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU um pedido para que a China acabe com detenções arbitrárias e violações contra muçulmanos na região de Xinjiang, anunciou ontem a Human Rights Watch [dropcap]A[/dropcap] posição tomada perante o organismo da ONU para a defesa dos direitos humanos é classificada pela Human Rights Watch como “inédita” e apela também à cooperação da China com a Alto comissária das Nações Unidas Michelle Bachelet e outros especialistas da organização e à permissão de acesso à região em causa. “Vinte e dois países pediram à China que acabe com o horrível tratamento dado aos muçulmanos em Xinjiang”, afirmou o director da Human Rights Watch (HRW) em Genebra, John Fisher. “A declaração conjunta é importante não só para a população de Xinjiang, mas também para todas as pessoas do mundo que dependem do organismo da ONU para os direitos humanos para travar até o mais poderoso dos países”, explicou. Os países expressaram a sua preocupação face a relatórios de detenções arbitrárias em larga escala, vigilâncias generalizadas e outras violações contra uigures (povo de origem turcomana que habita principalmente a Ásia Central) e outros muçulmanos em Xinjiang. Os 22 Estados apelaram à China para que “permita acesso verdadeiro a Xinjiang” aos observadores independentes e das Nações Unidas e pediram à Alto comissária da ONU que informe com regularidade o Conselho dos Direitos Humanos sobre a situação. Nos últimos anos, organizações de direitos humanos, como por exemplo a HRW, e vários órgãos de comunicação social denunciaram a existência de campos de “educação política” em Xinjiang, onde cerca de um milhão de uigures e outros muçulmanos turcomanos são detidos sem passarem por qualquer processo legal. Uma vez detidas, estas pessoas são sujeitas a doutrinação política, maus tratos e, por vezes, a tortura. O Governo chinês ora nega a existência de abusos, ora procura justificar a sua conduta como parte de uma estratégia nacional contra o terrorismo. Mais do dobro Em Março, na sua Revisão Periódica Universal – um registo regular do estado dos direitos em cada país da ONU – a China solicitou que fossem retiradas do seu registo as críticas a abusos de direitos. “O país tentou manipular a avaliação, fornecendo descaradamente respostas falsas sobre questões críticas como liberdade de expressão e Estado de Direito, e pediu a delegações que não comparecessem a um painel sobre direitos humanos em Xinjiang ‘no interesse das relações bilaterais’”, adianta a organização. Para a HRW, o facto de muitos países estarem agora dispostos a pedir uma avaliação independente internacional mostra o cepticismo em relação às declarações da China sobre a situação em Xinjiang. A última posição conjunta tomada acerca da China no Conselho dos Direitos Humanos da ONU foi liderada pelos Estados Unidos, em Março de 2016, e juntou 12 signatários. A quase duplicação do número de signatários mostra um aumento das preocupações internacionais com a situação em Xinjinag, considerou a HRW. A posição conjunta ontem divulgada foi assinada pela Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Holanda, Islândia, Irlanda, Japão, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Nova Zelândia, Noruega, Reino Unido, Suécia e Suíça. “Os governos estão a reconhecer cada vez mais o sofrimento de milhões de pessoas em Xinjiang, com famílias separadas e a viver com medo e um Estado chinês que acredita que pode cometer violações em massa sem qualquer contestação”, disse o director da HRW em Genebra. “A posição conjunta demonstra que Pequim está errado em pensar que consegue escapar ao escrutínio internacional dos seus abusos em Xinjiang”, defendeu John Fisher, garantindo que “a pressão vai aumentar até que os aterradores abusos acabem”.
João Luz VozesOs outros valores [dropcap]Q[/dropcap]uando valem os valores? Não falo de capital, de cartas hidrográficas de rios de dinheiro, de ábacos de contas recheadas. Falo de princípios, das fundações, dos parâmetros éticos que balizam acção e consciência, coração moral que não deveria ter preço de mercado, mas que é vendido às peças. Hoje em dia assistimos à falência das entidades supra-estatais que nasceram da evolução dos nossos melhores instintos enquanto espécie que tenta ao máximo sacudir os ares de barbárie. As Nações Unidas atribuíram, há uns anos, um papel importante à Arábia Saudita no Conselho dos Direitos Humanos, um país que manda assassinar jornalistas em embaixadas e que tem nos seus quadros operacionais especializados em amputar corpos com motosserra. Erdogan, depois de assinar acordos comerciais com a China, mostrou-se agradado com a “abertura” de Pequim ao permitir a entrada de observadores turcos nos campos de concentração onde uma parte significativa dos uigures estão a ser “reeducados” a serem algo que nunca foram. A Europa deixa morrer às suas portas centenas de pessoas desesperadas por um porto seguro, enquanto o Parlamento Europeu discute quem odeia mais Bruxelas ao som do Hino da Alegria. É sabido que a moral social evolui com oscilações, a ética não ascende a um ritmo estável em direcção a um mundo mais decente. Pelo caminho, outros valores se levantam e as mais bem-intencionadas vozes são abafadas pelo ensurdecedor volume do dinheiro.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim diz ter chegado a “amplo consenso” com ONU após visita a Xinjiang [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês afirmou hoje ter chegado a um “amplo consenso” com a ONU em termos de cooperação antiterrorista, após a polémica viagem de um alto funcionário das Nações Unidas à região de Xinjiang. Uma breve nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros refere que “as duas partes trocaram pontos de vista sobre o combate ao terrorismo e a cooperação antiterrorista entre a China e a ONU, tendo chegado a um amplo consenso” nesta matéria. A visita a Xinjiang do chefe do gabinete da luta contra o terrorismo da ONU, Vladimir Voronkov, foi fortemente criticada pelos EUA e por organizações não-governamentais, por desviar a atenção para a violação dos direitos humanos naquela região. Pequim enfrenta crescente pressão diplomática devido às acusações de que mantém detidos, naquela região ocidental, cerca de um milhão de membros da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigure em centros de doutrinação política. O Governo chinês, que primeiro negou a existência destes campos, afirmou, entretanto, tratarem-se de centros de formação vocacional que visam integrar os uigures na sociedade. Voronkov visitou Pequim e Xinjiang de 13 a 15 de Junho e reuniu-se com diplomatas de topo da China, incluindo o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Le Yucheng. “A China e o mundo devem unir-se para combater o terrorismo e a China apoia o trabalho do gabinete anti-terrorismo da ONU”, lê-se ainda na nota de Pequim. Desde que, em 2009, a capital de Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional, a China tem levado a cabo uma agressiva política de policiamento dos uigures.</p
Hoje Macau China / ÁsiaONG denuncia uso de aplicação móvel para vigiar muçulmanos em Xinjiang [dropcap]U[/dropcap]ma organização não-governamental (ONG) denunciou hoje que as autoridades chinesas estão a usar uma aplicação móvel para vigilância maciça ilegal e detenções arbitrárias de muçulmanos na região ocidental de Xinjiang. No relatório “Os algoritmos da repressão da China: Engenharia reversa numa aplicação de vigilância maciça da polícia de Xinjiang”, a Human Rights Watch (HRW) apresenta novas provas sobre a vigilância de Estado em Xinjiang, onde o Governo chinês submeteu 13 milhões de muçulmanos turcófonos a crescentes medidas de repressão, no âmbito da “campanha ‘mão pesada’ contra o terrorismo violento”. Entre Janeiro de 2018 e Fevereiro de 2019, a HRW conseguiu estudar a aplicação para telemóveis que os responsáveis chineses usam para aceder à Plataforma de Operações Conjuntas Integradas (IJOP), o programa de policiamento em Xinjiang que agrega dados sobre pessoas e assinala quem é considerado potencialmente ameaçador. Ao examinar o ‘design’ da aplicação, disponível no período de estudo, a HRW conseguiu saber o tipo específico de comportamento e as pessoas visadas por este sistema de vigilância maciça, de acordo com o relatório da ONG de defesa dos direitos humanos, com sede em Washington. “A nossa pesquisa mostra, pela primeira vez, que a polícia de Xinjiang está a usar informação recolhida ilegalmente sobre comportamentos totalmente legais das pessoas e que são usados, depois, contra elas”, disse Maya Wang, investigadora sobre a China para a HRW. “O Governo chinês deve encerrar imediatamente a plataforma IJOP e apagar todos os dados reunidos de indivíduos em Xinjiang”, afirmou a HRW, apelando aos governos estrangeiros que imponham sanções a responsáveis chineses. No documento, a ONG alertou que as autoridades de Xinjiang estão a recolher uma enorme variedade de informações da população, desde o tipo sanguíneo à altura, da “atmosfera religiosa” de cada um à filiação política. A plataforma da polícia visa 36 tipos de pessoas para compilação de dados, incluindo quem deixou de usar smartphones, quem deixou de “interagir com os vizinhos” e quem “pede dinheiro ou materiais para mesquitas com entusiasmo”, indicou. A HRW acrescentou que a plataforma segue toda a população em Xinjiang, vigiando os movimentos das pessoas ao seguir os seus telefones, veículos e cartões de identificação. Ao mesmo tempo, mantém registos do consumo individual de electricidade e de combustíveis. A ONG disse ter descoberto que o sistema e alguns dos controlos rodoviários da região trabalham em conjunto para criar uma série de barreiras invisíveis ou virtuais, ao mesmo tempo que a liberdade de movimentos individual é restringida consoante o nível de ameaça que as autoridades atribuem a cada um, determinado por factores programados no sistema. Um antigo residente de Xinjiang disse à HRW, uma semana depois de ter sido libertado na sequência de uma detenção arbitrária: “Estava a entrar num centro comercial e um alarme cor de laranja disparou”. Apesar de ter sido libertado de um campo de detenção por estar inocente, a polícia aconselhou o residente a “ficar em casa”, acrescentou. As autoridades programaram a plataforma de maneira a tratar muitas actividades habituais e legais como indicadores de comportamentos suspeitos, como compra de combustível, viagens consideradas excessivamente longas ao estrangeiro, ou se deixou de conseguir seguir um telemóvel. Algumas das investigações verificam se os telemóveis foram usados para aceder a 51 aplicações móveis consideradas suspeitas, incluindo WhatsApp, Viber, Telegram e Redes Privadas Virtuais (VPN), disse a HRW. A plataforma foi desenvolvida pela China Electronics Technology Group Corporation (CETC), empresa estatal na área de serviços militares. Por sua vez, a aplicação foi desenvolvida pela Hebei Far East Communication System Engineering Company (HBFEC), companhia que, na altura do desenvolvimento da aplicação, pertencia à CETC. A HRW não obteve uma resposta à carta enviada à CETC e à HBFEC na qual pedia informação sobre a aplicação e o sistema IJOP. Em Março, o Conselho de Estado chinês publicou um livro branco intitulado “A luta contra o terrorismo e o extremismo e a protecção dos direitos humanos em Xinjiang”, no qual detalhou ter detido, desde 2014, deteve 12.995 terroristas na região de Xinjiang, desmantelou 1.588 grupos “violentos e terroristas” e apreendeu 2.052 “artefactos explosivos”. “Entre 1990 e o final de 2016, forças separatistas, terroristas e extremistas lançaram milhares de ataques terroristas no Xinjiang, matando um grande número de pessoas inocentes e centenas de policias, e causando prejuízos incalculáveis”, referiu. O Governo chinês garante que “protege e respeita plenamente os direitos civis, incluindo a liberdade religiosa” e que as suas acções têm como objectivo “evitar que o extremismo se propague e que se incite o ódio étnico (…) através da religião”. Desde que, em 2009, a capital de Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional, a China tem levado a cabo uma agressiva política de policiamento dos uigures.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim diz que campos no Xinjiang vão desaparecer quando deixarem de ser necessários [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] governador da região chinesa do Xinjiang, afirmou ontem que os campos de internamento de membros de uma minoria de origem muçulmana, que designou de centros de treino vocacional, vão “desaparecer gradualmente”, quando a sociedade deixar de precisar deles. Pequim enfrenta crescente pressão diplomática devido às acusações de que mantém detidos cerca de um milhão de membros da minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigure em centros de doutrinação política na região do Xinjiang, no extremo noroeste do país. Antigos detidos revelaram que foram forçados a criticar o islão e a sua própria cultura e a jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês (PCC), num reminiscente da Revolução Cultural (1966-1976), lançada pelo fundador da República Popular da China, Mao Zedong. O Governo chinês, que primeiro negou a existência destes campos, afirmou, entretanto, tratar-se de centros de formação vocacional que visam integrar os uigures na sociedade. Em conferência de imprensa, Shohrat Zakir recusou revelar o número do que designou como “estagiários”, mas disse serem bem menos do que um milhão. Zakir afirmou que os campos não visam nenhuma fé, mas confirmou que ali são proibidas actividades religiosas. Ex-detidos afirmam que a esmagadora maioria são muçulmanos. “Garantimos plenamente a liberdade religiosa”, incluindo o desejo de “estagiários” muçulmanos de comerem alimentos ‘halal’, disse. Mão de ferro Como os seus antecessores, Zakir é do grupo étnico uigure, credibilizando as reivindicações do Governo de que Xinjiang é uma região autónoma. No entanto, o verdadeiro poder de decisão é detido pelo secretário local do Partido Comunista. O actual secretário, Chen Quanguo, é conhecido pelas políticas duras que promulgou anteriormente, enquanto ocupou o mesmo cargo no Tibete, outra região chinesa vulnerável ao separatismo. Desde que, em 2016, foi transferido para o Xinjiang, a região converteu-se num estado policial, com pontos de controlo policial e câmaras de circuito fechado, equipadas com reconhecimento facial, a tornarem-se omnipresentes. Em 2009, a capital do Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria Han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional.