Hoje Macau China / ÁsiaSobe para 12 número de mortos em inundações no centro da China O número de mortos devido às enchentes que atingiram uma das maiores cidades do centro da China subiu para 12, com pessoas encurraladas no metro subterrâneo, autocarros, escolas e edifícios. Zhengzhou, a capital da província de Henan, foi atingida por chuva torrencial na terça-feira, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. A torrente de chuva transformou as ruas em canais, com rápido fluxo de água, e inundou estações de metro e bairros inteiros. Segundo o jornal oficial em língua inglesa China Daily, mais de 144.000 pessoas foram afetadas pela chuva, que atingiu uns históricos 457,5 milímetros em 24 horas, um número sem precedentes nos últimos 60 anos, desde que há registos. Vídeos difundidos nas redes sociais mostram veículos cobertos de lama e pessoas encurraladas em carruagens de metro. Ao norte de Zhengzhou, o famoso Templo Shaolin, conhecido pelo domínio das artes marciais dos seus monges budistas, foi também atingido. A província de Henan abriga muitos locais culturais e é uma importante base para a indústria e a agricultura do país. A Xinhua disse que 12 pessoas morreram e 100.000 foram transferidas para locais mais seguros. Pessoas encurraladas passaram a noite nos seus locais de trabalho ou hospedaram-se em hotéis. A electricidade foi cortada no centro da cidade por causa da chuva. A China vive habitualmente inundações durante o verão, mas o crescimento das cidades e a conversão de terras agrícolas em subdivisões aumentaram o impacto destes eventos. No ano passado, os níveis das cheias no sudoeste do país bateram recordes, destruindo estradas e obrigando dezenas de milhares de habitantes a abandonarem as suas casas. Numa nota difundida pela agência Xinhua, o Presidente Xi Jinping referiu que a garantia da segurança e das propriedades dos cidadãos constitui “uma prioridade máxima”, tendo exigido às autoridades de protecção civil que “implementem, de forma rigorosa, as medidas de prevenção de inundações e desastres”. Xi Jinping “ordenou as autoridades para que, a todos os níveis, prontamente organizarem as forças de prevenção de inundações e alívio de desastres”, a fim de “providenciar acomodação a todos os afectados” e garantir “a prevenção de desastres secundários”, sem esquecer a minimização de outras perdas. Além disso, Xi Jinping defendeu que os departamentos estatais devem melhorar o sistema de previsão de queda de chuvas, tufões ou deslizamento de terras, bem como “realizar esforços na gestão do trânsito” e adoptar “medidas práticas e detalhadas na prevenção de cheias e alívio de desastres”.
Jorge Rodrigues Simão Perspectivas VozesO sucesso do Partido Comunista Chinês “In accordance with the principle of Marxism, the economy is the foundation of all kinds of development. Therefore, as long as economic development is achieved, society will be relatively stable and the legitimacy of CCP governance will be strengthened.” Mu Chunshan Desde o início da civilização humana, a humanidade tem procurado a melhor forma de governo. Durante milhares de anos, os nossos sistemas políticos evoluíram constantemente com a mudança dos valores políticos e o progresso das civilizações humanas, até ao final dos anos de 1980 quando se afirmou que esta evolução tinha chegado ao fim. O colapso dos regimes comunistas na Europa de Leste e na União Soviética parecia marcar o golpe de misericórdia do comunismo e sugerir a superioridade da democracia liberal ocidental. Desde então, a democracia liberal ocidental tem sido reivindicada como “o ponto final da evolução ideológica da humanidade” e “a forma final do governo humano”. Parecia que, mais cedo ou mais tarde, a democracia liberal ocidental, o chamado “melhor” sistema político e a “última” conquista da humanidade iria derrotar todas as outras formas de sistemas políticos (de qualidade inferior) e tornar-se a única forma de governo no mundo. Pelo contrário, a sua resiliência tem colocado desafios sem precedentes ao domínio esmagador da democracia ocidental. Agora, mais de trinta anos após a queda do comunismo na Europa Oriental e na União Soviética, o partido comunista na China tem colocado um forte desafio à democracia liberal ocidental. Em vez de cair, como muitos esperavam durante décadas, o Partido Comunista Chinês (PCC) realizou um milagre económico notável além de um controlo inimaginável sobre a COVID-19. Em 2011, a China ultrapassou oficialmente o Japão para se tornar a segunda maior economia do mundo. Com uma taxa de crescimento anual do PIB superior a 7 por cento, espera-se que a China se torne a maior economia mundial dentro de uma década. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a China tinha, em 2014, substituído os Estados Unidos para se tornar a maior economia do mundo. Agora, mais do que nunca, o mundo tem-se interrogado se ou mesmo quando é que a China irá liderar o mundo. A 1 de Julho de 2021, o PCC celebrou 100 anos desde a sua fundação com uma série de eventos públicos destinados a legitimar o domínio do partido sobre a China e a autoridade absoluta do seu líder, o Presidente Xi Jinping. O regime comunista da China atribui grande valor simbólico aos aniversários, pelo que o centenário é considerado uma data extremamente importante, e uma ocasião cuidadosamente preparada para recordar ao país e ao mundo as realizações do regime e durante uma cerimónia maciça diante de mais de setenta mil pessoas em Pequim, o Presidente Xi disse que nada podia deter a ascensão da China e que “só o socialismo pode salvar” o país. Sendo a única força política que governa com autoridade a segunda maior potência mundial, o PCC é sem dúvida o partido político mais poderoso do mundo, e a sua permanência no poder desde 1949 até ao presente tem desmentido e surpreendido muitos peritos ocidentais que ao longo das décadas previram o seu colapso. Hoje, todos acreditam que o poder do partido é sólido, graças a uma mistura de adaptabilidade, preparação e legitimidade por parte da liderança comunista, que aprendeu a equilibrar a autoridade com os benefícios derivados do crescimento económico excepcional. O sucesso do Partido Comunista também foi reconhecido no estrangeiro. Para os Estados Unidos e o Ocidente, por exemplo, a China tornou-se não só um adversário estratégico, mas também um adversário ideológico, pois o modelo de governo apresentado pelo partido apareceu tão eficiente nos últimos anos que Joe Biden, o presidente americano, disse recentemente que o sucesso da China levou o mundo a perguntar “se as democracias são capazes de competir”. De muitas maneiras, então, os membros do PCC poderiam celebrar o aniversário com satisfação. Mas apesar disso, o Partido nunca deixou de governar a China, com uma mistura de optimismo, preocupação e ansiedade. O Presidente Xi Jinping, desde que chegou ao poder, forçou o aparelho do Partido a estudar o colapso da União Soviética, nos anos de 1990, para evitar cometer os mesmos erros. O PCC não foi realmente fundado a 1 de Julho de há cem anos. Esta data convencional foi escolhida nos anos de 1940 do século XX, mas a maioria dos historiadores concorda que a reunião secreta em que o Partido foi fundado teve lugar a 23 de Julho desse ano, numa casa da Concessão Francesa em Xangai, a área da cidade dominada pelos colonialistas franceses (nessa altura várias potências ocidentais tinham dividido a cidade, ocupando grandes áreas). O encontro contou com a participação de menos de quinze pessoas, incluindo o jovem Mao Tse Tung, que em poucos anos se tornou o líder indiscutível do Partido. Em 1921 o Partido Comunista tinha apenas cerca de cinquenta membros, mas rapidamente cresceu e tornou-se uma ameaça para o Kuomintang, o partido nacionalista presidido por Chiang Kai-shek, que então governava a China. A rivalidade entre os dois partidos transformou-se numa guerra civil em 1927, durante a qual o Partido Comunista se viu à beira de poder ser destruido. Em 1934 veio a Longa Marcha, uma retirada maciça das forças comunistas lideradas por Mao, que ao longo de vários meses viajou nove mil quilómetros a pé para retirar-se ao exército do Kuomintang. A Longa Marcha é considerada como um acto de coragem excepcional. A guerra civil foi interrompida pela invasão da China pelo Japão em 1937, e pelo início da II Guerra Mundial em 1939, quando o Partido Comunista e o Kuomintang se aliaram para contrariar a invasão japonesa. Os conflitos civis recomeçaram após o fim da II Guerra Mundial em 1945, e as forças do Kuomintang, enfraquecidas pela guerra com os japoneses e desencorajadas pelo regime corrupto e ineficiente de Chiang Kai-shek, foram incapazes de responder ao avanço comunista, embora fossem apoiadas pelos Estados Unidos. Em 1949 os comunistas entraram em Pequim, e a 1 de Outubro Mao anunciou a fundação da República Popular da China, enquanto Chiang Kai-shek e o que restava das forças nacionalistas fugiram para Taiwan. O período entre 1949 e a morte de Mao em 1976 foi marcado por uma enorme mudança. O Partido Comunista consolidou o seu poder sobre toda a China excepto Taiwan, mas sob a liderança de Mao existiram dois funestos períodos que foi o Grande Salto em Frente de 1958, tendo-se registado uma das maiores fomes da história e a Revolução Cultural de 1966. Após a morte de Mao, o líder mais importante do Partido Comunista (e da China como a conhecemos) foi Deng Xiaoping, que alcançou dois resultados importantes no espaço de poucos anos pois a partir de 1979, reformou gradualmente a economia chinesa para a abrir ao mercado e ao livre empreendimento, lançando as bases para o crescimento económico excepcional das décadas seguintes, que tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza e também reformou o Partido para evitar desastres e instabilidade. Pôs fim ao governo absoluto de Mao, tornando a gestão do Partido mais colegial; impôs um limite de dois mandatos e cinco anos aos cargos de presidente da China e secretário-geral do Partido (tradicionalmente ocupado pela mesma pessoa, indicando a identificação entre o Partido e o Estado); e eliminou o culto à personalidade que Mao tinha cultivado até à sua morte. O principal sucesso de Deng foi ter conseguido criar um novo pacto social entre o Partido Comunista e o povo chinês, segundo o qual o Partido garantiria o crescimento económico e a prosperidade, bem como um grau crescente de liberdade pessoal, em troca de um controlo absoluto sobre a vida política do país. Os dois sucessores de Deng, Jiang Zemin e Hu Jintao, respeitaram largamente a abordagem dada ao Partido e a estrutura política do país desenvolveu-se a partir de 1979, e inicialmente parecia que Xi Jinping, filho de um proeminente líder comunista que tinha feito a revolução com Mao também iria manter o status quo. Nomeado Secretário-Geral do Partido em 2012 e Presidente da China em 2013, Xi provou ser o líder mais ambicioso e inovador desde Mao e Deng. No início do seu mandato, lançou uma grande campanha anticorrupção que colocou centenas de milhares de pessoas, incluindo muitos membros de alto nível do Partido, sob investigação, e nos anos seguintes limpou algumas das estratégias maoístas que tinham sido abandonadas por Deng. Apertou a disciplina ideológica, forçando os funcionários a sessões contínuas para estudar a teoria comunista, que entre outras coisas tem um forte elemento de revisionismo histórico, enquanto até há poucos anos atrás o debate sobre o legado de Mao era relativamente vivo mesmo dentro da China, e actualmente aqueles que questionam as primeiras três décadas de domínio comunista sobre o país são acusados de “niilismo histórico”. O Presidente Xi reavivou o culto da personalidade e limitou a gestão colegial do Partido, que está em grande parte nas suas mãos. Mais importante ainda, em 2018, fez avançar a remoção do limite de dois mandatos para a presidência, sugerindo que permanecerá no poder depois de 2023, quando o seu mandato estiver prestes a terminar. Tendo concentrado o poder dentro do Partido, o Presidente Xi Jinping estendeu a sua influência a numerosos estratos da sociedade como disse num discurso em 2017, “a leste, oeste, sul e norte, o Partido comanda tudo”. As empresas públicas voltaram a tornar-se centrais para a economia, e o governo criou gabinetes de controlo político geridos pelo partido na maioria das grandes empresas privadas. Muitos empresários famosos, como o fundador da Alibaba, Jack Ma, só recentemente revelaram que são membros do Partido. O poder do Partido estendeu-se a toda a sociedade sob a vigilância do Presidente Xi Jinping. Sob o domínio do Presidente Xi Jinping, o PCC chega aos 100 anos desde a sua fundação, aparentemente em excelentes condições. Governou a China durante 72 anos, e em dois anos, em 2023, ultrapassará o Partido Comunista da União Soviética como o Partido Comunista com o mais longo mandato no poder. Tem mais de noventa e cinco milhões de membros e não faltam novos recrutas, porque a filiação no Partido é necessária para obter os empregos seguros e bem pagos na função pública e em empresas estatais. O Presidente Xi Jinping ordenou nos últimos anos que a taxa de novas admissões fosse reduzida, para diminuir o número de especuladores. Além disso, várias pesquisas independentes realizadas ao longo dos anos demonstraram que o nível de satisfação das pessoas com a administração pública é bastante elevado, e as grandes celebrações do centenário que começaram há meses com um enorme esforço levou à publicação de filmes patrióticos, à exibição de cartazes, à organização de inúmeras cerimónias públicas e de grandiosos eventos comemorativos transmitidos ao vivo na televisão que deveriam reforçar entre os chineses o sentimento de patriotismo e nacionalismo que o Presidente Xi Jinping cultiva há anos. O segredo da longevidade do partido reside também numa mistura de “resiliência”, “adaptabilidade ideológica”, e a capacidade de redistribuir os lucros do crescimento económico ao contrário dos partidos dominadores que governaram outros países no passado, o PCC conseguiu conter pelo menos parte da corrupção e não se transformar numa cleptocracia. Apesar disso, o Partido foi capaz de resolver várias contradições perigosas. O Financial Times escreveu que o PCC dirige uma economia sofisticada, de alta tecnologia, animada por energias que teriam sido familiares a Milton Friedman (economista americano considerado um dos maiores campeões do mercado livre). Segundo muitos estudiosos, o Presidente Xi Jinping e funcionários do Partido estão convencidos de que o apoio da população não está a mudar e que o contrato social estipulado no tempo de Deng e renovado até hoje é duradouro, porque a adesão do povo chinês ao domínio do Partido Comunista não é ditada pela ideologia ou convicção, mas pelas boas condições de oportunidade económica, prosperidade e autonomia pessoal que o Partido tem conseguido assegurar nas últimas décadas. Só se estas condições falhassem o que não é minimamente previsível, o Partido poderia entrar em colapso. Esta é também a razão pela qual desde que chegou ao poder o Presidente Xi Jinping citou repetidamente a União Soviética. O Presidente Xi despreza Nikita Khrushchev, o líder soviético que iniciou algumas tímidas reformas políticas nos anos de 1960, e especialmente Mikhail Gorbachev, que no final dos anos de 1980 e início dos anos de 1990 introduziu reformas que levaram ao “súbito e retumbante” colapso do Partido Comunista Soviético. O colapso aconteceu porque “ninguém era homem suficiente para se levantar e resistir”, disse o Presidente Xi num discurso interno do Partido no início do seu mandato, e é bastante claro que pretende ser esse homem. Da varanda acima da Porta de Tiananmen, onde Mao declarou o início do regime comunista em 1949, o Presidente Xi Jinping abriu as celebrações para assinalar o centésimo aniversário do nascimento do PCC com o sorriso confiante de quem está consciente de que é o líder vitalício do único poder capaz de assustar os Estados Unidos e de ser o secretário do partido mais poderoso do mundo. O Presidente Xi espancou os “inimigos do povo”, tanto internos como externos. Vestido com um fato cinzento “maoísta” e mantendo a sua habitual atitude seráfica, o “Tio Xi”, como gosta de ser chamado pelo povo que realmente o teme por causa do seu superpoder e do seu punho de ferro contra a mais pequena forma de dissidência, fez um discurso apologético para com os fundadores do PCC e exaltou o desempenho do “Dragão”, que num século deixou de ser uma criatura pobre e atrasada para passar a ser uma muito rica e moderna. No que diz respeito ao resto do mundo, o Presidente Xi reservou palavras de desprezo como nunca antes o tinha feito. Esta é uma reacção previsível, especialmente após a recente digressão do Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, com o objectivo de reunir a Europa e todo o Ocidente contra o “Dragão”, mas o Secretário-Presidente acrescentou uma não pequena agressão por esta oportunidade. O líder advertiu que quem tentar intimidar a China “verá derramamento de sangue”. No seu discurso de tomada de posse foi o Presidente Xi quem apresentou uma agenda mais arrojada, para o dizer de forma suave, na esfera estrangeira, mas a selecta multidão aplaudida não parecia lembrar-se disso. Afinal de contas, aqueles que participaram na cerimónia fazem parte do estabelecimento e concordam com a linha de pensamento do Presidente Xi. E se não estivessem de acordo, não o mostrariam. Durante uma hora, numa linguagem invulgarmente enérgica, o presidente também afirmou que a nação deve respeitar a regra do partido único, enfatizando o papel dos comunistas em trazer a China para a proeminência global. O Presidente Xi, que está a considerar um terceiro mandato como secretário do PCC a partir do próximo ano, recebeu os mais altos aplausos quando disse que o partido tinha restaurado a dignidade da China após décadas de subjugação às potências ocidentais e ao Japão nos séculos XIX e XX. O Presidente Xi afirmaria que “O povo chinês não permitirá absolutamente que qualquer força estrangeira nos oprima ou nos escravize, e quem tentar fazê-lo enfrentará cabeças partidas perante a Grande Muralha de Ferro de 1,4 mil milhões de chineses”. O Presidente Xi também garantiu que o partido manterá o controlo absoluto sobre os militares, que agora tem o segundo maior orçamento anual do mundo, depois dos Estados Unidos. “Transformaremos o Exército Popular num exército de classe mundial, com capacidades ainda mais fortes e meios ainda mais fiáveis para salvaguardar a soberania, a segurança e os interesses do desenvolvimento da nação”. Uma promessa aos chineses, uma ameaça para os povos do resto do mundo. É importante de realçar outras passagens do seu discurso como a de que “O renascimento da China é um processo histórico irreversível assim como o povo chinês acordou e os tempos em que poderiam ser pisados, ou sofrer e ser oprimidos nunca mais voltarão”. “Nunca aviltámos povos de outros países e nunca o faremos, e não permitiremos que forças estrangeiras nos abusem, oprimem ou subjugam”. Aqueles que o tentarem fazer “encontrar-se-ão em rota de colisão” com Pequim. A China acolherá sugestões de outras culturas, mas não aceitará “pregações fanáticas” no seu caminho de desenvolvimento. “Vamos assegurar que o desenvolvimento da China permaneça firmemente nas nossas mãos”, acrescentou o Presidente XI. Qualquer tentativa de dividir o Partido do povo, advertiu, está condenada ao fracasso pois o PCC está enraizado no povo e representa os interesses fundamentais do povo chinês. O presidente Xi prosseguiu dizendo que resolver a questão de Taiwan e conseguir a reunificação completa da ilha com a China é uma “missão histórica” do PCC. “Ninguém deve subestimar a determinação do povo chinês em defender a sua soberania nacional e integridade territorial”, e que “só o socialismo pode salvar a China, e só o socialismo com características chinesas pode desenvolver a China”. “O povo chinês, não só tem sido bom a destruir o velho mundo, mas também a construir um novo”; a China conseguiu a construção de uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos.
Hoje Macau China / ÁsiaCooperação | Pequim apela a consenso com a Europa O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu uma “expansão do consenso e cooperação” com os países europeus, para “enfrentar desafios globais em conjunto”, noticiou ontem a televisão estatal chinesa. Xi Jinping fez o apelo durante uma videoconferência, realizada na segunda-feira com a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, na qual foram abordadas as relações bilaterais entre a China e a União Europeia (UE). Citado ontem pela televisão estatal CCTV, o líder chinês apelou ao “respeito mútuo” e “busca por interesses comuns”, e a uma “gestão adequada” das diferenças, visando desenvolver os laços entre a China e a Europa. “Esperamos que a Europa desempenhe um papel mais activo nos assuntos internacionais, reflectindo verdadeiramente a sua autonomia estratégica”, exortou Xi. O apelo surge após uma visita do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à Europa, que visou formar uma frente comum para desafiar a China em questões económicas e de Direitos Humanos. A cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) apontou também, pela primeira vez, a China como um adversário. Xi ressaltou o seu compromisso com um “verdadeiro multilateralismo”, que permita resolver os problemas internacionais “através de consultas”. Outras matérias Apesar de a União Europeia reclamar há vários anos reciprocidade no acesso ao mercado, apontando que as suas empresas enfrentam regulamentos discriminatórios no país asiático, Xi pediu aos países europeus que “proporcionem um ambiente de negócios transparente e não discriminatório para as empresas chinesas”. O Presidente chinês pediu também às nações europeias para apoiarem a celebração dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em 2022, numa altura em que existe a possibilidade de alguns países boicotarem o evento. A conferência entre os três líderes, que não foi anunciada antecipadamente, serviu também para abordar o comércio internacional, o combate às mudanças climáticas, a protecção da biodiversidade e a cooperação internacional no contexto da pandemia da covid-19. Merkel e Macron apoiam investimento A chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, apoiaram a ratificação do acordo para a protecção de investimentos entre a China e a União Europeia, numa videoconferência com o homólogo chinês, Xi Jinping. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China garantiu que Macron expressou o seu “apoio à conclusão do acordo de investimentos China-UE” e que Merkel mostrou esperança de que “seja aprovado o mais brevemente possível”. “A Alemanha apoia que a cimeira entre a UE e a China seja antecipada e espera que o acordo de investimento seja aprovado o mais brevemente possível”, disse a chanceler alemã, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua.
Hoje Macau VozesDiscurso de Xi Jinping na cerimónia de celebração dos 100 anos do PCC Camaradas e amigos, Hoje, 1 de Julho, é um grande e solene dia na história tanto do Partido Comunista da China (PCC) como da nação chinesa. Reunimo-nos aqui para nos juntarmos a todos os membros do Partido e ao povo chinês de todos os grupos étnicos, de todo o país, na celebração do centenário do Partido, olhando para trás na gloriosa viagem que o Partido percorreu ao longo de 100 anos de luta, e olhando em frente para as brilhantes perspectivas de rejuvenescimento da nação chinesa. Para começar, permitam-me que felicite calorosamente todos os membros do Partido em nome do Comité Central do PCC Nesta ocasião especial, tenho a honra de declarar, em nome do Partido e do povo, que através dos esforços contínuos de todo o Partido e de toda a nação, realizámos o primeiro objectivo centenário de construir uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos. Isto significa que conseguimos uma resolução histórica para o problema da pobreza absoluta na China, e estamos agora a marchar confiantes em direcção ao segundo objectivo centenário de construir um grande país socialista moderno em todos os aspectos. Este é um grande e glorioso feito para a nação chinesa, para o povo chinês, e para o Partido Comunista da China! Camaradas e amigos, A nação chinesa é uma grande nação. Com uma história de mais de 5.000 anos, a China tem feito contribuições indeléveis para o progresso da civilização humana. Após a Guerra do Ópio de 1840, no entanto, a China foi gradualmente reduzida a uma sociedade semi-colonial, semi-feudal e sofreu estragos como que nunca antes. O país sofreu uma humilhação intensa, o povo foi sujeito a grandes dores, e a civilização chinesa mergulhou na escuridão. Desde essa altura, o rejuvenescimento nacional tem sido o maior sonho do povo chinês e da nação chinesa. Para salvar a nação do perigo, o povo chinês travou uma luta corajosa. Enquanto patriotas nobres procuravam juntar a nação, o Reino Celestial Taiping, Reforma dos Cem Dias, Movimento de Yihetuan, e a Revolução de 1911, ergueram-se um após o outro, e foram concebidos vários planos para assegurar a sobrevivência nacional, mas todos estes acabaram por fracassar. A China precisava urgentemente de novas ideias para liderar o movimento para salvar a nação e de uma nova organização para reunir forças revolucionárias. Com as salvas da Revolução Bolchevique russa em 1917, o marxismo-leninismo foi trazido para a China. Depois, em 1921, quando o povo chinês e a nação chinesa estavam a sofrer um grande despertar e o marxismo-leninismo se estava a integrar estreitamente no movimento dos trabalhadores chineses, nasceu o Partido Comunista da China. A fundação de um partido comunista foi um acontecimento marcante, que mudou profundamente o curso da história chinesa nos tempos modernos, transformou o futuro do povo e da nação chineses, e alterou a paisagem do desenvolvimento mundial. Desde o dia da sua fundação, o Partido procura a felicidade do povo chinês e o rejuvenescimento da nação chinesa é a sua aspiração e missão. Toda a luta, sacrifício e criação através da qual o Partido se uniu e conduziu o povo chinês ao longo dos últimos cem anos foi unida por um tema final – o grande rejuvenescimento da nação chinesa. Para realizar o rejuvenescimento nacional, o Partido uniu e liderou o povo chinês em batalhas sangrentas com determinação inabalável, alcançando grande sucesso na nova revolução democrática. Através da Expedição do Norte, da Guerra Revolucionária Agrária, a Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa, e a Guerra de Libertação, lutámos e derrubámos as três montanhas do imperialismo, do feudalismo, e do capitalismo burocrático, e estabelecemos a República Popular da China, que tornou o povo mestre do país. Assegurámos assim a independência da nossa nação e libertámos o nosso povo. A vitória da nova revolução democrática pôs fim à história da China como sociedade semi-colonial, semi-feudal, ao estado de total desunião que existia na velha China, a todos os tratados desiguais impostos ao nosso país por potências estrangeiras e a todos os privilégios de que as potências imperialistas gozavam na China. Foram criadas condições sociais fundamentais para a realização do rejuvenescimento nacional. Através de uma luta tenaz, o Partido e o povo chinês mostraram ao mundo que o povo chinês se tinha levantado, e que o tempo em que a nação chinesa podia ser intimidada e abusada por outros tinha desaparecido para sempre. Para realizar o rejuvenescimento nacional, o Partido uniu e conduziu o povo chinês no esforço de construir uma China mais forte com um espírito de auto-suficiência, alcançando grande sucesso na revolução e construção socialista. Ao realizar a revolução socialista, eliminámos o sistema feudal explorador e repressivo que persistia na China durante milhares de anos, e estabelecemos o socialismo como o nosso sistema básico. No processo de construção socialista, superámos a subversão, sabotagem e provocação armada das potências imperialistas e hegemónicas, e fizemos as mais extensas e profundas mudanças sociais na história da nação chinesa. Esta grande transformação da China de um país pobre e atrasado no Oriente numa grande população num país socialista estabeleceu as condições políticas fundamentais e as fundações institucionais necessárias para a realização do rejuvenescimento nacional. Através de uma luta tenaz, o Partido e o povo chinês mostraram ao mundo que o povo chinês era capaz não só de desmantelar o velho mundo, mas também de construir um novo, que só o socialismo poderia salvar a China, e que só o socialismo poderia desenvolver a China. Para realizar o rejuvenescimento nacional, o Partido uniu e conduziu o povo chinês a libertar a mente e a avançar, alcançando grande sucesso na reforma, na abertura e na modernização socialista. Estabelecemos a linha básica do Partido para a fase primária do socialismo, avançámos resolutamente na reforma e na abertura, superámos riscos e desafios de todas as direcções, e fundámos, defendemos, salvaguardámos e desenvolvemos o socialismo com características chinesas, trazendo assim uma reviravolta importante com grande significado na história do Partido desde a fundação da República Popular da China. Isto permitiu que a China se transformasse de uma economia planificada altamente centralizada numa economia de mercado socialista cheia de vitalidade, e de um país largamente isolado para um país aberto ao mundo exterior em geral. Permitiu também à China alcançar o salto histórico de um país com forças produtivas relativamente atrasadas para a segunda maior economia do mundo, e fazer a transformação histórica de elevar o nível de vida do seu povo de uma situação de fraca subsistência para um nível global de prosperidade moderada. Estas realizações alimentaram o impulso para o rejuvenescimento nacional, fornecendo garantias institucionais imbuídas de novas energias, bem como as condições materiais para um rápido desenvolvimento. Através de uma luta tenaz, o Partido e o povo chinês mostraram ao mundo que, ao prosseguir a reforma e a abertura, um passo crucial para fazer da China o que ela é hoje, a China tinha-se aproximado dos tempos em grandes passos. Para realizar o rejuvenescimento nacional, o Partido uniu e conduziu o povo chinês na prossecução de uma grande luta, um grande projecto, uma grande causa, e um grande sonho através de um espírito de auto-confiança e inovação, alcançando com grande sucesso o socialismo com características chinesas da nova Era. No seguimento do 18º Congresso Nacional do Partido, o socialismo com características chinesas entrou na nova Era. Neste novo período histórico, mantivemos e reforçámos a liderança global do Partido, assegurámos a implementação coordenada do plano integrado de cinco esferas e da estratégia abrangente de quatro esferas, mantivemos e melhorámos o sistema de socialismo com características chinesas, modernizámos o sistema chinês e a capacidade de governação, continuámos empenhados em exercer uma governação baseada em regras sobre o Partido, e desenvolvemos um sistema sólido de regulamentos intrapartidários. Superámos uma longa lista de grandes riscos e desafios, cumprimos o primeiro objectivo centenário e estabelecemos passos estratégicos para alcançar o segundo objectivo centenário. Todas as realizações e mudanças históricas no Partido e no país proporcionaram o rejuvenescimento nacional com instituições mais robustas, bases materiais mais fortes, e uma fonte de inspiração para tomar maior iniciativa. Através de uma luta tenaz, o Partido e o povo chinês mostraram ao mundo que a nação chinesa conseguiu a tremenda transformação de se erguer e prosperar para se tornar forte, e que o rejuvenescimento nacional da China se tornou uma inevitabilidade histórica. Ao longo dos últimos cem anos, o Partido uniu e liderou o povo chinês na escrita do capítulo mais magnífico da história milenar da nação chinesa, encarnando o espírito destemido que Mao Zedong expressou quando escreveu: “As nossas mentes tornam-se mais fortes para o sacrifício dos mártires, ousando fazer brilhar o sol e a lua no novo céu”. O grande caminho que temos sido pioneiros, a grande causa que empreendemos, e os grandes feitos que fizemos ao longo do século passado, irão descer nos anais do desenvolvimento da nação chinesa e da civilização humana. Camaradas e amigos, Há cem anos atrás, os pioneiros do comunismo chinês estabeleceram o Partido Comunista da China e desenvolveram o grande espírito fundador do Partido, que é composto pelos seguintes princípios: manter a verdade e os ideais, manter-se fiel à nossa aspiração original e missão fundadora, lutar corajosamente sem medo de sacrifícios, e permanecer leal ao Partido e fiel ao povo. Este espírito é a fonte da força do Partido. Ao longo dos últimos cem anos, o Partido tem levado avante este grande espírito fundador. Através das suas lutas prolongadas, desenvolveu uma longa linha de princípios inspiradores para os comunistas chineses e temperou um carácter político distinto. À medida que a história foi avançando, o espírito do Partido foi sendo transmitido de geração em geração. Continuaremos a promover as nossas gloriosas tradições e a sustentar o nosso legado revolucionário, para que o grande espírito fundador do Partido seja sempre mantido vivo e levado por diante. Camaradas e amigos, Devemos tudo o que alcançámos nos últimos cem anos aos esforços concertados dos comunistas chineses, do povo chinês, e da nação chinesa. Os comunistas chineses, com os camaradas Mao Zedong, Deng Xiaoping, Jiang Zemin, e Hu Jintao como seus principais representantes, deram enormes e históricas contribuições para o rejuvenescimento da nação chinesa. A eles, expressamos o nosso maior respeito. Aproveitemos este momento para acalentar a memória dos camaradas Mao Zedong, Zhou Enlai, Liu Shaoqi, Zhu De, Deng Xiaoping, Chen Yun, e outros revolucionários veteranos que contribuíram grandemente para a revolução, construção e reforma da China, e para a fundação, consolidação e desenvolvimento do Partido Comunista da China; acalentemos a memória dos mártires revolucionários que corajosamente deram a sua vida para estabelecer, defender e desenvolver a República Popular; acalentemos a memória daqueles que dedicaram as suas vidas à reforma, abertura e modernização socialista; e acalentemos a memória de todos os homens e mulheres que lutaram tenazmente pela independência nacional e pela libertação do povo nos tempos modernos. As suas grandes contribuições à nossa pátria e à nossa nação serão imortalizadas nos anais da história, e o seu nobre espírito viverá para sempre no coração do povo chinês. O povo é o verdadeiro herói, pois é ele que cria a história. Em nome do Comité Central do PCC, gostaria de prestar a minha mais elevada homenagem aos trabalhadores, agricultores e intelectuais de todo o país; a outros partidos políticos, figuras públicas sem filiação partidária, organizações populares, e figuras patrióticas de todos os sectores da sociedade; a todos os membros do Exército de Libertação do Povo, da Polícia Armada Popular, da polícia de segurança pública, e dos serviços de bombeiros e salvamento; a todos os trabalhadores socialistas; e a todos os membros da frente unida. Gostaria de estender as minhas sinceras saudações aos compatriotas nas regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau e em Taiwan, bem como aos chineses ultramarinos. E gostaria de expressar a minha sincera gratidão a pessoas e amigos de todo o mundo que demonstraram amizade pelo povo chinês e compreensão e apoio aos esforços da China na revolução, desenvolvimento e reforma. Camaradas e amigos, Embora a missão fundadora do nosso Partido seja fácil de definir, assegurar que nos mantemos fiéis a esta missão é a tarefa mais difícil. Ao aprendermos com a história, podemos compreender por que razão os poderes sobem e descem. Através do espelho da história, podemos encontrar o ponto em que nos encontramos actualmente e ganhar previsão para o futuro. Olhando para os 100 anos de história do Partido, podemos ver por que razão fomos bem-sucedidos no passado e como podemos continuar a ser bem-sucedidos no futuro. Isto garantirá que actuamos com maior determinação e propósito em mantermo-nos fiéis à nossa missão fundadora e em perseguir um futuro melhor na nova jornada que se nos depara. À medida que nos esforçamos conscientemente por aprender com a história para criar um futuro brilhante, devemos ter em mente o seguinte: Temos de manter a firme liderança do Partido. O sucesso da China depende do Partido. Os mais de 180 anos de história moderna da nação chinesa, os 100 anos de história do Partido, e os mais de 70 anos de história da República Popular da China, todos eles fornecem amplas provas de que sem o Partido Comunista da China, não haveria uma nova China e não haveria rejuvenescimento nacional. O Partido foi escolhido pela história e pelo povo. A liderança do Partido é a característica que define o socialismo com características chinesas e constitui a maior força deste sistema. É o fundamento e a força vital do Partido e do país, e o núcleo do qual dependem os interesses e o bem-estar de todo o povo chinês. No caminho a seguir, devemos manter a liderança global do Partido e continuar a reforçá-la. Temos de estar profundamente conscientes da necessidade de manter a integridade política, pensar em termos de grande imagem, seguir o núcleo de liderança, e manter-nos alinhados com a liderança central do partido. Temos de permanecer confiantes no caminho, teoria, sistema, e cultura do socialismo com características chinesas. Temos de manter a posição central do Secretário-Geral no Comité Central do Partido e no Partido como um todo, e manter a autoridade do Comité Central e a sua liderança centralizada e unificada. Tendo em mente os interesses mais fundamentais do país, devemos reforçar a capacidade do Partido para conduzir uma governação sólida, democrática e baseada na lei, e assegurar que este exerça plenamente o seu papel central de liderança global e de coordenação dos esforços de todas as partes. Temos de unir e liderar o povo chinês no trabalho incessante para uma vida melhor. Este país é o seu povo; o povo é o país. Temos lutado para estabelecer e consolidar a nossa liderança, mas também para ganhar e manter o apoio do povo. O Partido tem no povo as suas raízes, o seu sangue vital, e a sua fonte de força. O Partido sempre representou os interesses fundamentais de todo o povo chinês; está com ele até ao fim e partilha com eles um destino comum. O Partido não tem interesses especiais próprios – nunca representou qualquer grupo de interesses individuais, grupo de poder, ou estrato privilegiado. Qualquer tentativa de dividir o Partido do povo chinês ou de colocar o povo contra o Partido está condenado ao fracasso. Os mais de 95 milhões de membros do Partido e os mais de 1,4 mil milhões de chineses nunca permitirão que tal cenário se concretize. Na jornada que se avizinha, temos de confiar estreitamente no povo para criar a história. Defendendo o propósito fundamental do Partido de servir de todo o coração o povo, permaneceremos firmes com o povo, implementaremos a linha de massas do Partido, respeitaremos a criatividade do povo, e praticaremos uma filosofia de desenvolvimento centrada no povo. Desenvolveremos a democracia popular de processo integral, salvaguardaremos a justiça e equidade social, e resolveremos os desequilíbrios e insuficiências no desenvolvimento e as dificuldades e problemas mais prementes que são de grande preocupação para o povo. Ao fazê-lo, faremos progressos mais notáveis e substantivos no sentido de alcançar um desenvolvimento humano bem fundamentado e prosperidade comum para todos. Temos de continuar a adaptar o marxismo ao contexto chinês. O marxismo é a ideologia orientadora fundamental sobre a qual o nosso Partido e o nosso país estão fundados; é a própria alma do nosso Partido e a bandeira sob a qual se esforça. O Partido Comunista da China defende os princípios básicos do marxismo e o princípio de procurar a verdade a partir dos factos. Com base nas realidades da China, desenvolvemos uma visão apurada das tendências da época, tomámos a iniciativa na história, e fizemos explorações meticulosas. Conseguimos assim continuar a adaptar o marxismo ao contexto chinês e às necessidades do nosso tempo, e a orientar o povo chinês no avanço da nossa grande revolução social. A nível fundamental, a capacidade do nosso Partido e os pontos fortes do socialismo com características chinesas são atribuíveis ao facto de o Marxismo funcionar. No caminho que temos pela frente, devemos continuar a defender o Marxismo-Leninismo, o pensamento de Mao Zedong, a teoria de Deng Xiaoping, a Teoria das Três Representações, e a perspectiva científica sobre o desenvolvimento, e implementar plenamente o pensamento sobre o cocialismo com características chinesas para uma nova Era. Temos de continuar a adaptar os princípios básicos do marxismo às realidades específicas da China e à sua fina cultura tradicional. Utilizaremos o Marxismo para observar, compreender e orientar as tendências do nosso tempo, e continuar a desenvolver o Marxismo da China contemporânea e no século XXI. Temos de manter e desenvolver o socialismo com características chinesas. Devemos seguir o nosso próprio caminho – esta é a base que sustenta todas as teorias e práticas do nosso Partido. Mais do que isso, é a conclusão histórica que o nosso Partido tirou das suas lutas ao longo do século passado. O socialismo com características chinesas é uma conquista fundamental do Partido e do povo, forjada através de inúmeras dificuldades e grandes sacrifícios, e é o caminho certo para alcançarmos o rejuvenescimento nacional. Ao mantermos e desenvolvermos o socialismo com características chinesas e ao impulsionarmos o progresso coordenado em termos materiais, políticos, culturais-éticos, sociais e ecológicos, fomos pioneiros num novo e único caminho chinês para a modernização, e criámos um novo modelo para o progresso humano. No caminho a seguir, devemos aderir à teoria básica, linha e política do Partido, e implementar o plano integrado de cinco esferas e a estratégia abrangente de quatro esferas. Devemos aprofundar a reforma e a abertura generalizada, fundamentar o nosso trabalho nesta nova fase de desenvolvimento, aplicar plena e fielmente a nova filosofia de desenvolvimento, e fomentar um novo padrão de desenvolvimento. Temos de promover um desenvolvimento de alta qualidade e reforçar a força do nosso país em ciência e tecnologia. Temos de assegurar que é o nosso povo que dirige o país, continuar a governar com base no Estado de direito, e defender os valores socialistas fundamentais. Devemos assegurar e melhorar o bem-estar público no decurso do desenvolvimento, promover a harmonia entre a humanidade e a natureza, e tomar medidas bem coordenadas para tornar o nosso povo próspero, a nossa nação forte, e o nosso país bonito. A nação chinesa tem fomentado uma civilização esplêndida ao longo de mais de 5.000 anos de história. O Partido também adquiriu uma riqueza de experiência através dos seus esforços nos últimos 100 anos e durante mais de 70 anos de governação. Ao mesmo tempo, estamos também ansiosos por aprender as lições que podemos tirar das realizações de outras culturas, e acolhemos sugestões úteis e críticas construtivas. Não aceitaremos, contudo, pregações hipócritas daqueles que sentem que têm o direito de nos dar lições. O Partido e o povo chinês continuarão a avançar com confiança em largos passos no caminho que escolhemos para nós próprios, e garantiremos que o destino do desenvolvimento e progresso da China permaneça firmemente nas nossas próprias mãos. Temos de acelerar a modernização da defesa nacional e das forças armadas. Um país forte deve ter um exército forte, pois só assim poderá garantir a segurança da nação. No momento em que se envolveu numa luta violenta, o Partido veio a reconhecer a verdade irrefutável de que deve comandar a arma e construir um exército próprio do povo. Os militares do povo fizeram conquistas indeléveis em nome do Partido e do povo. É um pilar forte para salvaguardar o nosso país socialista e preservar a dignidade nacional, e uma força poderosa para proteger a paz na nossa região e para além dela. No caminho que temos pela frente, devemos implementar plenamente o pensamento do Partido sobre o reforço dos militares na nova era, bem como a nossa estratégia militar para a nova era, manter a liderança absoluta do Partido sobre as forças armadas do povo, e seguir um caminho chinês para o desenvolvimento militar. Tomaremos medidas abrangentes para aumentar a lealdade política das forças armadas, para as reforçar através de reformas e tecnologia e da formação de pessoal competente, e para as gerir de acordo com a lei. Elevaremos as forças armadas do nosso povo a padrões de classe mundial, para que estejamos equipados com maior capacidade e meios mais fiáveis para salvaguardar a nossa soberania nacional, segurança, e interesses de desenvolvimento. Temos de continuar a trabalhar para promover a construção de uma comunidade humana com um futuro comum. Paz, concórdia, e harmonia são ideias que a nação chinesa tem perseguido e levado por diante há mais de 5.000 anos. A nação chinesa não carrega traços agressivos ou hegemónicos nos seus genes. O Partido preocupa-se com o futuro da humanidade, e deseja avançar em conjunto com todas as forças progressistas em todo o mundo. A China sempre trabalhou para salvaguardar a paz mundial, contribuir para o desenvolvimento global, e preservar a ordem internacional. No caminho que nos espera, continuaremos empenhados na promoção da paz, desenvolvimento, cooperação e benefício mútuo, numa política externa independente de paz, e no caminho do desenvolvimento pacífico. Trabalharemos para construir um novo tipo de relações internacionais e uma comunidade humana com um futuro comum, promoveremos o desenvolvimento de alta qualidade do Cinturão e da Iniciativa Rodoviária através de esforços conjuntos, e utilizaremos as novas conquistas da China no desenvolvimento para proporcionar ao mundo novas oportunidades. O Partido continuará a trabalhar com todos os países e povos amantes da paz para promover os valores humanos partilhados de paz, desenvolvimento, justiça, justiça, democracia e liberdade. Continuaremos a defender a cooperação sobre o confronto, a abrir em vez de fechar as nossas portas, e a concentrar-nos nos benefícios mútuos em vez de jogos de soma zero. Vamos opor-nos à hegemonia e à política de poder, e esforçar-nos por manter as rodas da história a rolar em direcção a horizontes brilhantes. Nós, chineses, somos um povo que defende a justiça e não nos sentimos intimidados por ameaças de força. Como nação, temos um forte sentimento de orgulho e confiança. Nunca intimidámos, oprimimos, ou subjugámos o povo de qualquer outro país, e nunca o faremos. Da mesma forma, nunca permitiremos que qualquer força estrangeira nos intimide, oprima, ou nos subjugue. Qualquer pessoa que tente fazer isso, irá encontrar-se em rota de colisão com uma grande parede de aço forjada por mais de 1,4 mil milhões de chineses. Devemos levar a cabo uma grande luta com muitas características contemporâneas. Ter a coragem de lutar e a fortaleza de vencer foi o que tornou o nosso Partido invencível. A realização do nosso grande sonho exigirá trabalho árduo e persistência. Hoje, estamos mais próximos, mais confiantes e mais capazes do que nunca de tornar o objectivo do rejuvenescimento nacional uma realidade. Mas temos de estar preparados para trabalhar mais do que nunca para lá chegarmos. Na viagem que nos espera, devemos demonstrar uma vigilância mais forte e estar sempre preparados para um perigo potencial, mesmo em tempos de calma. Devemos adoptar uma abordagem holística da segurança nacional que equilibre os imperativos do desenvolvimento e da segurança, e implementar a estratégia nacional de rejuvenescimento dentro de um contexto mais amplo das mudanças que ocorrem no mundo, uma vez num século. Temos de adquirir uma compreensão plena das novas características e exigências decorrentes da mudança para a principal contradição na sociedade chinesa e das novas questões e desafios decorrentes de um ambiente internacional complicado. Temos de ser simultaneamente corajosos e competentes na realização da nossa luta, forjando novos caminhos e construindo novas pontes sempre que necessário para nos levar a ultrapassar todos os riscos e desafios. Temos de reforçar a grande unidade do povo chinês. No decurso das nossas lutas ao longo do século passado, o Partido sempre colocou a frente unida numa posição de importância. Consolidámos e desenvolvemos constantemente a frente unida mais ampla possível, unimos todas as forças que podem ser unidas, mobilizámos todos os factores positivos que podem ser mobilizados, e reunimos o máximo de força possível para os esforços colectivos. A frente unida patriótica é um meio importante para o Partido unir todos os filhos e filhas da nação chinesa, tanto no país como no estrangeiro, por detrás do objectivo de rejuvenescimento nacional. No caminho que se segue, devemos assegurar uma grande unidade e solidariedade e equilibrar a uniformidade e a diversidade. Devemos reforçar a orientação teórica e política, construir um amplo consenso, reunir as mentes mais brilhantes, e expandir o terreno comum e a convergência de interesses, para que todos os chineses, tanto no país como no estrangeiro, possam concentrar o seu engenho e energia no mesmo objectivo e reunir-se como uma força poderosa para a realização do rejuvenescimento nacional. Temos de continuar a fazer avançar o grande novo projecto de construção do Partido. Uma marca que distingue o Partido Comunista da China de outros partidos políticos é a sua coragem em empreender a auto-reforma. Uma razão importante pela qual o Partido continua tão vital e vibrante apesar de ter passado por tantas provações e tribulações é que pratica uma auto-supervisão eficaz e uma auto-governação plena e rigorosa. Assim, tem sido capaz de responder adequadamente aos riscos e testes de diferentes períodos históricos, de assegurar que permanece sempre na vanguarda dos tempos, mesmo com mudanças tão profundas a varrer a paisagem global, e de se manter firme como a espinha dorsal da nação ao longo do processo de enfrentar vários riscos e desafios a nível interno e externo. Na viagem que se avizinha, devemos ter bem presente o velho adágio de que é preciso um bom ferreiro para fazer bom aço. Devemos demonstrar uma maior consciência política do facto de que uma autogovernação plena e rigorosa é uma jornada sem fim. Com o reforço político do Partido como nosso princípio fundamental, temos de continuar a avançar o grande novo projecto de construção do Partido na nova era. Temos de apertar o sistema organizacional do Partido, trabalhar arduamente para formar funcionários de alto calibre que tenham integridade moral e competência profissional, continuar empenhados em melhorar a conduta do Partido, defender a integridade e combater a corrupção, e erradicar quaisquer elementos que possam prejudicar a natureza avançada e a pureza do Partido e quaisquer vírus que possam corroer a sua saúde. Temos de assegurar que o Partido preserva a sua essência, cor e carácter, e ver que serve sempre como o forte núcleo de liderança no curso da manutenção e desenvolvimento do socialismo com características chinesas na nova era. Camaradas e amigos, Manter-nos-emos fiéis à letra e ao espírito do princípio de Um País, Dois Sistemas, segundo o qual o povo de Hong Kong administra Hong Kong, e o povo de Macau administra Macau, ambos com um elevado grau de autonomia. Iremos assegurar que o Governo Central exerce jurisdição global sobre Hong Kong e Macau, e implementar os sistemas legais e os mecanismos de aplicação para as duas regiões administrativas especiais, a fim de salvaguardar a segurança nacional. Ao mesmo tempo que protegemos a soberania, segurança e interesses de desenvolvimento da China, iremos assegurar a estabilidade social em Hong Kong e Macau, e manter a prosperidade e estabilidade duradouras nas duas regiões administrativas especiais. Resolver a questão de Taiwan e realizar a reunificação completa da China é uma missão histórica e um compromisso inabalável do Partido Comunista da China. É também uma aspiração partilhada por todos os filhos e filhas da nação chinesa. Defenderemos o princípio de uma só China e o Consenso de 1992, e faremos avançar a reunificação nacional pacífica. Todos nós, compatriotas de ambos os lados do Estreito de Taiwan, devemos unir-nos e avançar em uníssono. Devemos tomar medidas resolutas para derrotar completamente qualquer tentativa de “independência de Taiwan”, e trabalhar juntos para criar um futuro brilhante para o rejuvenescimento nacional. Ninguém deve subestimar a determinação, a vontade e a capacidade do povo chinês de defender a sua soberania nacional e a sua integridade territorial. Camaradas e amigos, O futuro pertence aos jovens, e as nossas esperanças também recaem sobre eles. Há um século atrás, um grupo de jovens progressistas ergueu a tocha do marxismo e procurou assiduamente, nesses anos negros, formas de rejuvenescer a nação chinesa. Desde então, sob a bandeira do Partido Comunista da China, geração após geração de jovens chineses dedicaram a sua juventude à causa do Partido e do povo, e permaneceram na vanguarda do esforço de rejuvenescimento da nação. Na nova era, os nossos jovens devem fazer da sua missão contribuir para o rejuvenescimento nacional e aspirar a tornar-se mais orgulhosos, confiantes e seguros na sua identidade como povo chinês, para que possam estar à altura da promessa da sua juventude e das expectativas do nosso tempo, do nosso Partido e do nosso povo. Camaradas e amigos, Há um século atrás, na altura da sua fundação, o Partido Comunista da China tinha pouco mais de 50 membros. Hoje, com mais de 95 milhões de membros num país com mais de 1,4 mil milhões de pessoas, é o maior partido governante do mundo e goza de uma tremenda influência internacional. Há um século atrás, a China estava em declínio e a definhar aos olhos do mundo. Hoje, a imagem que apresenta ao mundo é a de uma nação próspera que avança com imparável impulso para o rejuvenescimento. Ao longo do século passado, o Partido Comunista da China assegurou realizações históricas extraordinárias em nome do povo. Hoje, está a reunir-se e a conduzir o povo chinês numa nova viagem em direcção à realização do segundo objectivo centenário. A todos os membros do Partido, O Comité Central apela a cada um de vós a manter-se fiel à missão fundadora do nosso Partido e a manter-se firme nos vossos ideais e convicções. Agindo de acordo com o propósito do Partido, devem sempre manter laços estreitos com o povo, criar empatia e trabalhar com ele, estar com ele nos bons e maus momentos, e continuar a trabalhar incansavelmente para realizar as suas aspirações por uma vida melhor e para trazer ainda mais glória ao Partido e ao povo. Camaradas e amigos, Hoje, cem anos após a sua fundação, o Partido Comunista da China continua no seu auge, e continua tão determinado como sempre em alcançar a grandeza duradoura para a nação chinesa. Olhando para o caminho que percorremos e para a viagem que nos espera, é certo que com a firme liderança do Partido e a grande unidade do povo chinês e de todos os grupos étnicos, alcançaremos o objectivo de construir um grande país socialista moderno em todos os aspectos e realizar o sonho chinês do rejuvenescimento nacional. Viva o nosso grande, glorioso, e correcto Partido! Viva o nosso grande, glorioso, e heroico povo!
Hoje Macau China / Ásia100 anos PCC | Xi Jinping diz que povo chinês nunca permitirá opressão ou domínio de forças estrangeiras O Presidente da China afirmou hoje que “o povo chinês nunca permitirá que qualquer força estrangeira abuse, oprima ou subjugue” o país, que “nunca o fez e nunca o fará”. “Vamos trabalhar para salvaguardar a paz mundial, contribuir para o desenvolvimento global e preservar a ordem internacional”, declarou Xi Jinping, ao discursar na icónica praça Tiananmen, no centro de Pequim, para comemorar os 100 anos da fundação do Partido Comunista da China (PCC). O também secretário-geral do partido acrescentou, perante cerca de 70 mil pessoas reunidas em Tiananmen, que “ninguém deve subestimar a determinação, forte vontade e extraordinária capacidade do povo chinês para defender a soberania”. “Quem tentar, vai esbarrar numa grande parede de aço forjada por mais de 1,4 mil milhões de chineses”, disse Xi, levando a praça a uma ovação. Num discurso que durou mais de uma hora, precedido por uma salva de cem tiros, Xi referiu-se também a Taiwan, uma ilha que é governada de forma autónoma, mas sobre a qual Pequim reclama soberania: “Resolver a questão de Taiwan e conseguir a reunificação completa da China é uma missão histórica e um compromisso inabalável do PCC”. “Devemos tomar medidas resolutas para derrotar completamente qualquer tentativa de ‘independência de Taiwan’ e trabalhar em conjunto para criar um futuro brilhante para o rejuvenescimento nacional”, disse o Presidente chinês. Xi adiantou que “a China vai fornecer às suas forças armadas uma maior capacidade e meios mais fiáveis”. “Temos de acelerar a modernização da defesa nacional. Um país forte deve ter um exército forte”, disse o também presidente da Comissão Militar Central chinesa, que domina as três forças do regime comunista (Estado, Partido e Exército). Xi salientou a causa do “rejuvenescimento da China”, com a qual os líderes do país justificam o exercício do poder: “Trata-se de um processo histórico irreversível. O PCC e o povo chinês mostraram ao mundo que a nação chinesa saúda o advento de um grande salto: de pé para uma prosperidade modesta e uma força nascente”. O PCC festeja o 100.º aniversário da fundação com grandes comemorações e medidas de segurança apertadas, alargadas a todo o país. A capital foi decorada com grandes instalações florais, bandeiras nacionais em frente às portas das casas e cartazes vermelhos a lembrar o evento. Outras cidades vão assistir a espetáculos de luzes, ao vivo e fogo-de-artifício a marcar o aniversário.
Andreia Sofia Silva Entrevista MancheteAntónio Caeiro, ex-delegado da agência Lusa em Pequim: “No PCC existem muitas sensibilidades” Faz hoje 100 anos que foi criado o Partido Comunista da China. Dos 53 militantes iniciais, o partido cresceu para cerca de 200 milhões de militantes e é uma peça fundamental em toda a sociedade chinesa. António Caeiro, ex-delegado da agência Lusa em Pequim, para onde foi viver em 1991, considera que o Ocidente encara o partido de uma forma simplista e com um certo “paternalismo” Comecemos pelo início da sua vida em Pequim. Quando foi a primeira vez que se deparou com a máquina partidária do Partido Comunista da China (PCC)? A presença do PCC sentia-se desde [o primeiro momento] da chegada a Pequim, embora, em 1991, os sinais exteriores não fossem muito evidentes. Não havia foices nem martelos, nem muita propaganda política. Não se poderia comparar a China com a Coreia do Norte, por exemplo, ou outros países. Em todos os discursos e instituições o papel do PCC está sempre presente, e a aspiração do partido é, precisamente, liderar toda a vida em sociedade e todas as instituições. Mas nunca tive contacto directo com o secretário-geral do PCC. Qual a figura do partido de que esteve mais próximo? O final do congresso do PCC é um momento especialmente importante. Na era pré-Xi Jinping, os líderes mudavam de dez em dez anos, e nessa altura o secretário-geral apresenta os membros do Politburo. Mas é um encontro sem direito a perguntas ou respostas. Como olha para o PCC de hoje? É dito que tudo tem de ser dirigido pelo partido e esse é um slogan do Presidente Xi Jinping. O PCC acha que o colapso da União Soviética e do partido comunista soviético aconteceu justamente por não ser suficientemente firme no papel dirigente, firmeza essa da qual o PCC não abdica. Mesmo com todas as reformas económicas que encorajou, e cujos resultados são um verdadeiro milagre económico, nunca o PCC abdicou do papel de dirigente. Hoje é defendido que a China nunca seguirá o caminho da democracia ocidental, nem advogará o regime de separação de poderes. Apesar da liberalização económica, a máquina partidária parece estar sempre presente no meio empresarial. Temos inclusivamente o exemplo do que aconteceu com Jack Ma e do grupo Alibaba. A sensação que se tem é que o Estado nunca anda muito longe. O próprio Jack Ma tinha uma frase que lhe era atribuída, em que aconselhava os quadros da sua empresa a namorarem com o Governo, mas a não namorarem com ele. Isso diz muito de uma relação que não é exclusiva da China. Muitos grupos privados na Coreia do Sul, por exemplo, cresceram à sombra ou estimulados pelo Estado. Na China, nas novas áreas da economia, onde antes o Estado não estava muito presente, como nos serviços ou tecnologias, o sector privado desenvolveu-se muito. E agora parece haver, por parte das autoridades, uma espécie de alerta. O partido quer lembrar que, acima de milionários ou de pessoas que emergem na sociedade civil, há um poder maior do que o dinheiro ou a riqueza, que é o poder político. Xi Jinping anunciou este ano novos códigos de conduta para funcionários do partido, reforçou a importância da lealdade. É uma nova mensagem? É um sinal no combate à corrupção, por exemplo? A desvantagem de já ter uma certa idade é que, muitas dessas coisas que parecem novas na realidade repetem-se. A campanha anti-corrupção é uma coisa cíclica. Já no tempo de Hu Jintao se falava disso. O presidente Xi Jinping emergiu e notabilizou-se por ter desencadeado a mais profunda e exaustiva campanha anti-corrupção de que há memória na história da China. Nunca houve nada semelhante com altos quadros políticos, mesmo os mais poderosos do Politburo. Temos o caso de Bo Xilai, por exemplo. Claro, os grandes tigres, como se dizia. No entanto, passaram quase 10 anos e a situação continua muito difícil, embora existam resultados históricos no combate à corrupção. Parece haver uma questão sistémica que, periodicamente, está em cima da mesa. É também uma forma de testar a lealdade política de todo o aparelho em relação ao secretário-geral e ao núcleo do partido, e é também uma forma de manter uma certa vigilância e impedir que a máquina se acomode. Não há nenhum sector que esteja imune à corrupção. Eu próprio ficava espantado com o número de generais, forças de segurança, forças estatais [afastados]. O problema parece nunca estar resolvido. Como acha que a pandemia influenciou a visão dos cidadãos chineses em relação ao partido? No início [da pandemia], a liderança do PCC esteve em causa, porque andaram duas ou três semanas sem reagir aos alertas de médicos do hospital central de Wuhan. Os líderes do partido em Wuhan e em Hubei, com categorias superiores a ministros, isso evidenciou alguns problemas. A popularidade do partido foi testada e o próprio Xi Jinping admitiu pouco tempo depois que a pandemia constituiu um sério teste à capacidade de governação. Mas as drásticas medidas que foram tomadas tiveram outro resultado, pois a China acabou por ter menos mortes que Portugal, por exemplo. Quando se olha para o caos que se passa nos países ocidentais, tem de se atribuir crédito ao Governo. Mas mesmo assim ficaram algumas lições. Quais foram? A legitimidade do PCC na China não advém de eleições, mas da sua performance económica e social. É por isso que ele é avaliado. E esses dois planos têm sido, nos últimos anos, espectaculares para a maioria dos chineses. Mas se houvesse um desastre sanitário a credibilidade das autoridades ficaria seriamente ameaçada. Um diplomata brasileiro disse uma vez que o povo chinês tem medo do PCC, mas o PCC também tem medo do povo. As autoridades sabem que um desvio pode influenciar o regime. Sim. Esse medo do caos é partilhado quer pela liderança do partido quer pelas pessoas, porque estas sabem o que é o caos. Qualquer alteração do país e do status quo passa sempre por uma alteração do próprio PCC, porque falamos no total de 200 milhões [de militantes], não é um partido, mas uma parte da sociedade. Interrogo-me se o investimento que o partido faz em novas tecnologias de leitura facial se não revela também uma certa inquietação e segurança. O grande dilema é como governar populações cada vez mais instruídas e evoluídas. O PCC nasceu em 1921. Eram 53 militantes e 13 delegados, hoje é aquilo que sabemos. Mas em 1949, quando tomaram o poder, 90 por cento da população vivia nos campos e o analfabetismo era enorme. A ciência política, como é ensinada nas sociedades europeias, indica que, à medida que a economia se desenvolve, e que as necessidades básicas da população estão satisfeitas e emerge uma classe média cada vez maior, mais instruída e viajada, isso pede mais pluralismo político e social. Penso que é também muito precipitado, e um bocado paternalista, muitos comentadores ocidentais dizerem que a democracia não se adapta à China. Se virmos bem a história chinesa deste século, muitas das chamadas ideias ocidentais tiveram impacto na China. Entre a queda da monarquia, em 1910, e 1949, todas as grandes ideias que agitavam o mundo passavam também pela China. Xangai era um centro intelectual com grande vivacidade. Nos meios académicos chineses há um debate muito actual sobre as questões da democracia e separação de poderes. A China é mais plural e aberta do que os discursos oficiais e também do que certas abordagens ocidentais tendem a fazer sobre a China. A simplificação, não só do papel do PCC, mas também da sociedade chinesa, desfoca a nossa visão da China. Mesmo no PCC sendo o que é, existem muitas sensibilidades. Acha que Xi Jinping tentou trazer uma maior união? A inovação introduzida por Xi Jinping foi de que, com os novos desafios, e no mundo actual, o país precisa de uma liderança mais forte e centralizada. Quando era vice-presidente do país houve vários clãs, o de Bo Xilai era dos mais conhecidos. Xi Jinping parece ter aparecido para arrumar a casa. Ele próprio não pertencia a nenhuma facção mas era como se tivesse ligações transversais a vários grupos e famílias políticas, algo que na China também é importante, e tentar unir o partido. A questão da corrupção tinha-se tornado um problema, a par da poluição. Ele aparece como alguém que diz que a China precisa de uma liderança forte e centralizada. Em 2018 houve uma mudança da Constituição a acabar a limitação de mandatos. Quase sem se conhecer o projecto [de lei] ele foi aprovado [por uma larga maioria], só uma pessoa é que votou contra, de entre mais de dois mil deputados. Eu assisti a votações com 30 por cento de votos contra ou abstenções.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC 100 anos | Xi Jinping apela à adesão ao marxismo O Presidente chinês, Xi Jinping, distribuiu ontem medalhas pelos membros leais do Partido Comunista (PCC), que celebra o centésimo aniversário, e apelou à adesão ao marxismo e ao movimento pelo “rejuvenescimento da nação chinesa”. Xi, que na segunda-feira presidiu a uma celebração no Estádio Olímpico de Pequim, enfatizou a ascensão da China à segunda maior economia do mundo, após as reformas promulgadas há mais de 40 anos. “Todos os camaradas do Partido devem ter fé no marxismo e no socialismo com características chinesas”, afirmou Xi, no seu discurso. O líder chinês disse que os membros do Partido devem liderar o movimento pelo “grande rejuvenescimento” da China, uma referência à sua agenda que visa retomar o papel secular da China como potência regional e internacional a nível cultural, económico e militar. “Na nova marcha para uma nação socialista moderna, totalmente estabelecida, continuaremos a avançar em direção às metas do segundo século”, disse Xi. As celebrações terminam com uma comemoração, na quinta-feira, na Praça Tiananmen, em Pequim. O Partido Comunista da China possui quase 92 milhões de membros, pouco mais de 6% da população chinesa, de 1,4 mil milhões de pessoas. A grande maioria dos funcionários do Governo e líderes da indústria estatal são membros do partido, fornecendo o que a liderança considera uma fonte de coesão social, em contraste com as divisões partidárias nos EUA e em outros países. O desenvolvimento económico ou o sucesso na luta contra a pandemia de covid-19 aumentaram a confiança dos líderes e funcionários chineses, que passaram a promover abertamente o seu modelo de governação como alternativa viável à democracia ao estilo ocidental. Crescer, crescer, crescer sempre Entretanto, o Banco Mundial elevou ontem a previsão de crescimento da economia chinesa este ano, de 8,1% para 8,5% e disse que uma recuperação total requer progresso na vacinação contra o novo coronavírus. O relatório constitui outro sinal positivo para a segunda maior economia do mundo e a primeira grande economia a recuperar da pandemia da covid-19. A actividade nas fábricas e o consumo interno voltaram a fixar-se acima dos níveis anteriores à pandemia da covid-19, embora as autoridades chinesas tenham voltado a restringir viagens em algumas áreas, para conter pequenos surtos de novas variantes do vírus. O crescimento económico deve cair para 5,4%, no próximo ano, à medida que a recuperação da histórica recessão global do ano passado abranda e a atividade económica regressa ao normal, disse o Banco Mundial. Em Abril, o Banco Mundial referiu que a China e o Vietname foram as únicas economias do Leste Asiático a alcançar uma recuperação “em forma de V”, em 2020, com resultados acima dos níveis pré-pandemia. A China está a caminho de vacinar 40% da população, até ao início do verão, mas “uma recuperação completa também exigirá progresso contínuo para alcançar uma imunização generalizada”, disse o Banco Mundial. O doce cheiro do sucesso A New China Research (NCR), think tank da Agência de Notícias Xinhua, divulgou nesta segunda-feira um relatório de pesquisa sobre o compromisso político do Partido Comunista da China (PCC) antes do centenário do Partido. Intitulado “Povo em Primeiro Lugar: Compromisso Político do Centenário Partido Comunista da China”, o relatório examina o desenvolvimento do PCC de um partido de mais de 50 membros para o maior partido político do mundo, com mais de 91 milhões de membros. Segundo o NCR, “quando as teorias académicas ocidentais não podem explicar o sucesso do PCC, novos paradigmas de pesquisa devem ser estabelecidos para procurar respostas das próprias teorias e práticas do Partido”. Assim, ao longo de três capítulos, o relatório explica que “o PCC desfruta do apoio sincero da maioria mais ampla possível do povo, o que não mudou com o passar do tempo”, “deixou claro o seu compromisso com a sua missão fundadora”, “construiu uma relação de confiança entre o Partido e o povo” e “formou um sistema de supervisão eficaz”. O relatório afirma que o segredo para o sucesso do PCC em tornar a China cada vez mais próspera e forte “pode fornecer a outros países uma referência útil para a construção partidária e a governação do Estado”, isto apesar de salientar que o PCC não procura exportar o modelo da China nem pede a outros países que sigam os seus passos”.
Hoje Macau China / ÁsiaPutin e Xi Jinping reafirmam parceria com tratado de boa vizinhança O Presidente chinês, Xi Jinping, e o homólogo russo, Vladimir Putin, enfatizaram ontem a sua aliança, durante uma videoconferência, na qual concordaram prolongar o tratado de boa vizinhança e cooperação amigável. “O tratado de boa vizinhança, amizade e cooperação [assinado há 20 anos] estabeleceu um conceito de amizade, transmitido de geração em geração, que responde aos interesses fundamentais de ambos os países”, apontou Xi. Segundo o chefe de Estado chinês, este acordo “está em linha com as tendências da época, visa a paz e o desenvolvimento e é também um exemplo prático e vivo de um novo tipo de relações internacionais”. Xi indicou na conversa que a “cooperação próxima” entre os dois países representa um “impulso positivo” para a comunidade internacional, num momento em que o “mundo passa por mudanças complexas” e quando “a humanidade enfrenta múltiplas crises”. Putin defendeu que, nas “actuais condições de crescente turbulência geopolítica, quebra de acordos sobre o controlo de armas, aumento do potencial de conflito em várias partes do planeta, a cooperação russo-chinesa desempenha um papel estabilizador a nível internacional”. Aliança forte A conversa ocorre um mês depois de os dois líderes inaugurarem um projecto para construir quatro unidades de geração de energia nuclear, com tecnologia russa, em solo chinês. As relações entre Pequim e Moscovo atravessam um bom momento, ilustrado pela visita à China, em Março deste ano, do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, para discutir estratégias, numa altura de crescentes tensões mútuas com os Estados Unidos. Segundo o jornal chinês Global Times, ambas as partes foram informadas sobre o estado das suas respectivas relações com Washington, pedindo aos Estados Unidos para “reflectirem sobre os danos que causaram à paz internacional”. O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, anunciou em Março que os laços sino-russos estão coesos “como uma montanha” e que as boas relações entre Pequim e Moscovo são “imperativas nas actuais circunstâncias” e constituem “um pilar para a paz mundial”.
Hoje Macau China / ÁsiaVietname | Xi Jinping espera uma comunidade estratégica com um futuro partilhado Uma nova era desponta nas relações entre Pequim e Hanói. É hora de aprofundar a cooperação, entendem os dois líderes. O presidente chinês, Xi Jinping, disse na segunda-feira que a China está pronta para fazer esforços activos com o Vietname para transformar os dois países “numa comunidade com um futuro partilhado de significado estratégico”. O presidente chinês fez estas declarações numa conversa telefónica com o presidente vietnamita, Nguyen Xuan Phuc, e pediu-lhe que transmita “as suas sinceras saudações” ao secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista do Vietname, Nguyen Phu Trong. “A China e o Vietname estão ligados por montanhas e rios”, afirmou Xi, apontando que a amizade tradicional de “camaradagem e fraternidade” é o tesouro comum dos dois partidos e países e que a boa vizinhança é o grande quadro do desenvolvimento das relações entre os dois partidos e países. “O Partido Comunista da China está prestes a celebrar o seu centenário. A China embarcou numa nova jornada de construção plena de um país socialista moderno e o Vietname também se está a esforçar para alcançar as suas duas metas centenárias”, observou Xi. “Os dois lados devem ver e compreender as relações entre os dois partidos e países de uma perspectiva estratégica e de longo prazo e definir a direcção certa para o avanço das relações China-Vietname”, sugeriu Xi. Segundo o presidente, o partido comunista e o governo chinês aderem firmemente a uma política amigável em relação ao Vietname e apreciam que a nova liderança continue a dar prioridade aos laços com a China na sua política externa. Fiéis à amizade tradicional “A China está disposta a trabalhar com o Vietname para permanecer fiel à aspiração original da sua amizade tradicional, ter em mente os ideais e as missões históricas partilhados pelos dois lados, e tornar continuamente sua cooperação estratégica abrangente mais relevante na nova era, de modo a injectar um novo impulso no desenvolvimento das relações entre os dois partidos e países, bem como suas causas socialistas”, acrescentou. Xi destacou que os dois lados devem continuar a aproveitar as vantagens especiais de suas trocas interpartidárias para aprofundar a partilha de experiências sobre governação estatal. Xi também instou esforços concertados para expandir continuamente o comércio bilateral, acelerar a conexão da infraestrutura e explorar plenamente o potencial de cooperação de novas formas de negócios e novas forças motrizes, a fim de servir melhor o desenvolvimento económico e social de ambos os países. Os dois lados devem fortalecer os intercâmbios pessoais, acelerar a implementação dos projectos apoiados pela China para o bem-estar público no Vietname e trazer mais resultados de sua cooperação de benefício mútuo para as pessoas em ambos os países. “Devemos prosseguir a boa tradição de unidade e apoio recíproco, dar as mãos para abordar e controlar efectivamente a pandemia de COVID-19, e proteger substancialmente a vida e a saúde das pessoas”, assinalou Xi. “A China está pronta para continuar a fornecer toda a assistência dentro de sua capacidade para a luta do Vietname contra a pandemia”, acrescentou. Vietname saúda riqueza chinesa Por sua vez, Phuc transmitiu as saudações cordiais de Trong a Xi e felicitou calorosamente o Partido Comunista da China (PCC) pelo seu próximo centenário. Phuc disse que “sob a forte liderança do PCC com Xi no centro, a China superou o impacto do surto da COVID-19 e alcançou a vitória nas três grandes batalhas de combate à pandemia, restauração da economia e redução da pobreza, e que a vida do povo chinês nunca foi tão feliz como hoje”. “O lado vietnamita felicita sinceramente a China pela sua grande transformação bem-sucedida de se levantar para ficar rica e se tornar mais forte”, disse, acrescentando que seu país acredita e deseja que “a China alcance conquistas ainda maiores na sua jornada em direção à meta do segundo centenário”. Observando que o Vietname e a China são “irmãos e vizinhos”, Phuc afirmou que o lado vietnamita apoia a China socialista, busca firmemente uma política externa independente e continuará a promover convictamente sua amizade com a China. “O Vietname está pronto para implementar seriamente consensos de alto nível entre os dois países, intensificar os intercâmbios políticos, fortalecer a solidariedade e a confiança mútua e aprofundar a cooperação de benefício mútuo em áreas como a economia, comércio, controle epidémico, e intercâmbios de jovens e de pessoas, bem como em nível local. Isso ajudará a elevar as relações entre os dois partidos e os dois países a novos patamares e contribuirá para a paz regional e o desenvolvimento da causa socialista”, concluiu.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | China suspende acordo económico com Austrália As relações entre a China e a Austrália continuam trajectória descendente. Em resposta à revogação de Camberra, em Abril, de um acordo sobre a “Nova rota da Seda”, Pequim anuncia agora a suspensão de todas as actividades relacionadas com o “Diálogo económico estratégico sino-australiano” firmado entre as duas nações A China anunciou ontem a suspensão um pacto de cooperação económica com a Austrália, depois de Camberra ter anunciado, no mês passado, a intenção de revogar um acordo relativo à iniciativa chinesa da “Nova rota da seda”. Esta atitude da Austrália “visa perturbar as trocas e a cooperação normais com a China, numa mentalidade de ‘guerra fria’ e de discriminação ideológica”, acusou a agência de planeamento chinesa, em comunicado. Pequim decidiu suspender indefinidamente o “Diálogo económico estratégico sino-australiano” e “todas as actividades” relacionadas, acrescentou. Desde 2018 que as tensões entre os dois países se têm agravado, devido a divergências sobre um crescente número de temas, da tecnologia das redes móveis de 5G a acusações de espionagem, Hong Kong ou ainda a origem do novo coronavírus SARS-CoV-2, responsável pela covid-19. Neste contexto de tensão, o Governo australiano anunciou, no mês passado, que ia rescindir um acordo assinado pelo estado de Victoria (sudeste da Austrália) para se juntar à “Nova rota da seda”. Lançado em 2013 por iniciativa do Presidente chinês, Xi Jinping, o projecto visa melhorar os laços comerciais entre Ásia, Europa e África, através da construção de portos, ferrovias, aeroportos ou parques industriais. Pequim tinha então denunciado uma “medida pouco razoável e provocatória” tomada por Camberra. Maus indícios As relações entre Pequim e Camberra têm sido particularmente tensas desde que o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison pediu, no ano passado, uma investigação internacional sobre as origens da covid-19. A China, o primeiro país afectado pela pandemia, considerou este pedido como hostil e politicamente motivado. Como resultado, Pequim tomou, no ano passado, uma série de medidas de retaliação económica contra mais de uma dúzia de produtos australianos, incluindo cevada, carne de vaca e vinho. Por seu lado, Camberra aprovou, também em 2020, novas leis que lhe permitem cancelar qualquer acordo entre representantes de um estado australiano e países terceiros que seja considerado como uma ameaça ao interesse nacional. De acordo com a Constituição australiana, o Governo federal é responsável pelos Negócios Estrangeiros e pela Defesa e os estados e territórios por áreas como Saúde e Educação.
Hoje Macau China / ÁsiaGuilin | Xi Jinping defende ecologia do rio Li Xi Jinping, secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC), inspecionou no domingo a Região Autónoma da etnia Zhuang de Guangxi, no sul da China. De manhã, Xi foi para Caiwan, uma aldeia no condado de Quanzhou, na cidade de Guilin e visitou um parque memorial dedicado à Batalha do rio Xiang durante a Longa Marcha na década de 1930. O presidente chinês foi em seguida para a aldeia de Maozhushan, onde inspeccionou o progresso na promoção da vitalização rural. À tarde, Xi visitou um trecho do rio Li, onde se inteirou dos esforços locais para a conservação ecológica do rio. Referindo o curso de água como um “tesouro único” desse tipo na China e no mundo, Xi disse que o seu ambiente ecológico “nunca deve ser danificado”. Numa doca no rio, em Guilin, Xi ouviu relatórios feitos por autoridades locais sobre a protecção do meio ambiente no vale do rio e os esforços contra pedreiras e mineração ilegal de areia. “A pior parte são as pedreiras”, disse Xi, acrescentando que, “se uma montanha for vítima de tais atividades, estará perdida para sempre”. “Se mais actividades de mineração ilegal de areia e pedreiras ocorrerem, as partes relevantes devem ser responsabilizadas e os perpetradores devem ser investigados por responsabilidade criminal de acordo com a lei”, destacou Xi.
Hoje Macau China / ÁsiaClima | Xi Jinping pede respeito por “responsabilidade diferenciada” O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu que o combate às alterações climáticas deve seguir os princípios do “multilateralismo e do direito internacional” e que os países devem assumir “responsabilidades diferenciadas” conforme a sua prosperidade económica. Intervindo na cimeira climática de líderes promovida pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, Xi Jinping afirmou que a China quer “trabalhar em conjunto com a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos”. Afirmou que o seu país está “comprometido com o multilateralismo” e defende que o trabalho de combate às alterações climáticas se deve basear “no direito internacional” e a colaboração entre os países ser feita no âmbito das Nações Unidas, seguindo a sua convenção-quadro para as alterações climáticas e o Acordo de Paris dela decorrente, bem como os objectivos de desenvolvimento sustentável definidos para 2030. Manifestou também o compromisso chinês com o princípio de “responsabilidade comum, mas diferenciada, com reconhecimento pleno da contribuição dos países em desenvolvimento, respeitando as suas dificuldades e preocupações específicas”. Os países desenvolvidos devem “aumentar as suas ambições climáticas e ajudar os países em desenvolvimento a acelerar as suas transições” para modelos económicos que não estejam assentes na exploração de combustíveis fósseis, acrescentou. Recordou que a China se comprometeu a começar a reduzir as suas emissões de gases de efeito de estufa ainda durante esta década e que pretende atingir a neutralidade carbónica antes de 2050, “num espaço de tempo muito mais reduzido do que conseguiria a maior parte dos países desenvolvidos”. Para isso, nos planos quinquenais que orientam a governação do país, estão previstas medidas como a limitação do consumo de carvão para produção de energia. Xi Jinping afirmou que “proteger o ambiente é proteger e aumentar a produtividade”.
Hoje Macau China / ÁsiaClima | Xi Jinping pede respeito por multilateralismo e “responsabilidade diferenciada” O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu ontem que o combate às alterações climáticas deve seguir os princípios do “multilateralismo e do direito internacional” e que os países devem assumir “responsabilidades diferenciadas” conforme a sua prosperidade económica. Intervindo na cimeira climática de líderes promovida pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, Xi Jinping afirmou que a China quer “trabalhar em conjunto com a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos”. O líder chinês afirmou que o seu país está “comprometido com o multilateralismo” e defende que o trabalho de combate às alterações climáticas se deve basear “no direito internacional” e a colaboração entre os países ser feita no âmbito das Nações Unidas, seguindo a sua convenção-quadro para as alterações climáticas e o Acordo de Paris dela decorrente, bem como os objectivos de desenvolvimento sustentável definidos para 2030. Manifestou também o compromisso chinês para com o princípio de “responsabilidade comum, mas diferenciada, com reconhecimento pleno da contribuição dos países em desenvolvimento, respeitando as suas dificuldades e preocupações específicas”. Os países desenvolvidos devem “aumentar as suas ambições climáticas e ajudar os países em desenvolvimento a acelerar as suas transições” para modelos económicos que não estejam assentes na exploração de combustíveis fósseis, acrescentou. Xi recordou que a China se comprometeu a começar a reduzir as emissões de gases de efeito de estufa ainda durante esta década e que pretende atingir a neutralidade carbónica antes de 2050, “num espaço de tempo muito mais reduzido do que conseguiria a maior parte dos países desenvolvidos”.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteClima | Xi Jinping participa hoje em cimeira organizada por Biden O Presidente chinês faz hoje um “discurso importante” numa cimeira global sobre o clima promovida pelo seu homólogo norte-americano, numa altura em que as relações entre os dois países são afectadas por um ambiente de tensão contínua. Dois académicos portugueses defendem que Joe Biden está a tentar recuperar a tradição norte-americana do liberalismo tradicionalista que Trump abandonou, bem como a estabelecer a “abertura de uma frente unida” com países aliados, em resposta ao crescente poder da China Xi Jinping participa hoje na cimeira virtual do clima organizada pelo seu homólogo norte-americano, Joe Biden, informou ontem o ministério dos Negócios Estrangeiros da China. O chefe de Estado chinês vai fazer um “discurso importante” via videoconferência, a partir de Pequim, revelou o ministério, poucos dias depois de os dois países se comprometerem a “cooperar” na questão das alterações climáticas. Joe Biden convidou cerca de 40 líderes mundiais para a cimeira que se estende até sexta-feira. A China e os Estados Unidos são os dois maiores emissores de gases de efeito estufa, a fonte do aquecimento global. O acordo entre os dois países é, portanto, considerado crucial para o sucesso dos esforços internacionais na redução das emissões. Os dois países comprometeram-se no sábado a “cooperar” na questão do clima, após uma visita a Xangai do enviado dos EUA para o clima, John Kerry, que se encontrou com o seu homólogo chinês, Xie Zhenhua. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou o país do Acordo de Paris para o clima. Após assumir o poder, em Janeiro, Joe Biden retrocedeu nessa decisão. Grande consumidor de carvão, a China é, em termos absolutos, o maior emissor mundial de gases de efeito estufa, mas também o país que mais investe em energias renováveis. “Não podemos resolver esta crise climática sem a China na mesa de negociações”, disse Kerry, na semana passada, durante a sua viagem a Xangai. Pequim prometeu começar a reduzir as suas emissões de CO2 “antes de 2030” e alcançar a “neutralidade nas emissões de carbono” até 2060, ou seja, absorver tanto quanto emite. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, disse numa conferência de imprensa esperar que esta cimeira “sirva como uma plataforma de comunicação em prol da cooperação global para enfrentar o desafio das alterações climáticas, promovendo uma implementação plena e efectiva do Acordo de Paris”. Segundo uma nota publicada pela agência Xinhua, as autoridades chinesas esperam que se possa promover, através desta cimeira, “uma promoção conjunta da governança global em prol do clima e do ambiente”. Contra o isolacionismo Este encontro, ainda que virtual, acontece poucos meses depois da tomada de posse de Joe Biden como Presidente dos EUA. O cenário de isolacionismo e proteccionismo decretado por Donald Trump parece ter-se alterado de forma significativa e Biden quer agora associar-se a aliados com uma filosofia diplomática comum, conforme defendeu ao HM Jorge Tavares da Silva, professor da Universidade de Aveiro (UA) e especialista nas questões da China-Taiwan. “Joe Biden mantém uma postura intransigente em relação à China, sobretudo nos assuntos comerciais, tecnológicos e de investimento, mudando a sua estratégia internacional. O novo Presidente americano, ao contrário do isolacionismo da era de Donald Trump, tem vindo a reforçar as ligações com os aliados.” Jorge Tavares da Silva é um dos oradores da palestra online “China, Ásia e Mundo”, que acontece hoje e que conta ainda com a participação da académica Diana Soller, da Universidade Nova de Lisboa (UNL), e Nuno Magalhães, do Instituto de Defesa Nacional. Para Tavares da Silva, “Joe Biden é, ao contrário do seu antecessor, politicamente muito experiente, tem um longo currículo de relações com a China, conhece pessoalmente Xi Jinping, conversaram os dois de forma informal tanto na China como nos Estados Unidos”. Joe Biden e Xi Jinping devem ter “posturas assertivas”, sendo que “não é de excluir que, de um momento para o outro, se encontrem soluções de cooperação”, adiantou o professor da UA. Isto porque “as hostilidades não trazem benefício para ninguém”. “Ambos os países estão interessados em cooperar, embora no futuro as relações económicas internacionais se tenham de basear em regras maior reciprocidade”, previu. Regresso ao passado Para Diana Soller, Joe Biden está, na relação com a China, a tentar recuperar o passado. “A grande inovação que a Administração Trump trouxe para os EUA foi romper com uma longa tradição de liberalismo internacionalista que vinha desde Woodrow Wilson e do início do século XX. Esta interrupção causou uma grande estranheza. Biden tenta retomar essa tradição de liberalismo internacionalista.” A académica defende que esta aposta da Administração Biden visa “a recuperação da ordem liberal internacional, mas mais globalizada, com a inclusão de mais países, e que não se centre no eixo atlântico como antigamente”. Há também a “renovação das alianças com as democracias, não apenas com os Estados europeus mas com as democracias asiáticas que fazem parte do quadro quadrilateral, como o Japão, Índia ou a Austrália”. Diana Soller recorda que o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, foi o primeiro a visitar a Casa Branca na última sexta-feira, antes do arranque do Fórum Boao para a Ásia, que terminou ontem. Biden está também, segundo a académica, a tentar apostar na “divisão do mundo entre democracias e autocracias, sendo que as autocracias pela sua natureza são os rivais naturais das democracias. Biden quer juntar o mundo livre para se opor a que as autocracias, especialmente a China e a Rússia (em segundo lugar) tenham um papel importante no sistema internacional futuro”. Quanto à guerra comercial, Diana Soller acredita que vai manter-se, até porque “não há novos contornos”. “Há um desacoplamento da economia americana face à economia chinesa que já vinha de Trump e transita para Biden. A segunda estratégia tem a ver com a reorganização e reforma das organizações internacionais que regulam a vida económica internacional, que os EUA estão a tentar transformar com o apoio dos aliados europeus e asiáticos, mas que está muito dependente dos aliados económicos que os EUA podem ter”, frisou. Guerra “pouco provável” O mundo vive hoje vários focos de tensão entre diversas potências, mas a académica da UNL não prevê que venhamos a assistir a uma guerra global. “Isso é altamente improvável. Podem acontecer conflitos que envolvam grandes potências, mas que sejam localizados e contidos, como por exemplo no Mar do Sul da China ou no Mar do Leste da China, onde a tensão tem aumentado bastante nos últimos meses.” Outra possibilidade de conflito, é na fronteira dos Himalaias, “onde a tensão entre China e Índia já foi bastante elevada”. No fundo, “pode haver aquilo que acontecia na Guerra Fria, uma espécie de guerras de procuração”, adiantou Diana Soller. De frisar que esta terça-feira, por ocasião do Fórum Boao para a Ásia, Xi Jinping deixou claro que a China não quer enveredar pelo caminho diplomático traçado por uma nova Guerra Fria. “A pandemia da covid-19 tornou mais claro para as pessoas em todo o mundo que devemos opor-nos a uma nova ‘Guerra Fria’ e a um confronto ideológico sob quaisquer formas.” E a Europa? No meio deste cenário, Diana Soller acredita que os aliados europeus “estão um bocadinho reticentes em apoiar os EUA na reforma das instituições económicas”, uma vez que “têm interesses económicos já relacionados com a China, especialmente a Alemanha”. “A Europa não vai poder dar-se bem com deus e o diabo, independentemente de quem for deus e o diabo nesta equação. Mais tarde ou mais cedo vai ter de escolher o aliado que quer ter, e espero que essa escolha sejam os EUA, por razões não de preferência pessoal, mas porque a Europa tem uma ligação muito importante com o país, relacionada com a manutenção da sua própria segurança através da NATO.” Relativamente à área da Defesa, Diana Soller acredita que a Europa, por si só, “não consegue defender-se num mundo competitivo como aquele em que estamos a entrar”. O continente não pode “dar-se ao luxo, por razões económicas ou outras, de perder o seu guarda-chuva de segurança”, até porque “não parece existir vontade política nem tempo por parte da Europa para criar forças armadas competitivas”. “A prioridade europeia deve ser garantir que não se coloca numa posição de fragilidade”, tendo em conta os polos de conflito que vão surgindo, concluiu Diana Soller. Perigos do Estreito Na palestra de hoje Jorge Tavares da Silva vai falar da relação entre a China e Taiwan. O docente da Universidade de Aveiro acredita que “não podemos hoje assegurar que um conflito armado não possa acontecer”. “Há um novo clima no Estreito de Taiwan, de uma China ferida pela história, desiludida pelo rumo político de Taiwan e fortalecida pelos resultados do seu crescimento, traduzido em poder. Depois do período de governação de Ma Ying-jeou, Taiwan volta a ter no governo o Partido Democrático Progressista, de tendências independentistas, o que desagrada fortemente a Pequim”, disse ao HM. Para o académico, “a reunificação de Taiwan pela via pacífica tornou-se muito difícil”. “As instituições democráticas taiwanesas estão fortalecidas. As manifestações em Hong Kong foi o pior que aconteceu a Xi Jinping na sua tentativa de recuperar Taiwan”, concluiu.
Andreia Sofia Silva Grande Plano MancheteFórum Boao | Xi Jinping alerta para perigos do unilateralismo e rejeita nova Guerra Fria Xi Jinping falou ontem por ocasião do Fórum Boao para a Ásia, que termina hoje em Hainão. Sem mencionar directamente os Estados Unidos, o Presidente chinês afirmou que o unilateralismo “levado a cabo por alguns países não deve determinar o ritmo de todo o mundo”. Sobre a vacinação contra a covid-19, Xi Jinping realça a importância de se evitar “uma nova ‘Guerra Fria’ e um confronto ideológico sob quaisquer formas” O multilateralismo foi a palavra de ordem no discurso de Xi Jinping proferido ontem no Fórum Boao para a Ásia, que este ano tem como tema “Um mundo em mudança: dar as mãos para fortalecer a governança global e avançar na cooperação da ‘Uma Faixa, Uma Rota’”. Sem nunca referir directamente os Estados Unidos, Xi Jinping deixou claro que a China se opõe a qualquer forma de unilateralismo e que a harmonia mundial deve ser o caminho a seguir. “Não devemos deixar que as regras implementadas por um ou alguns países sejam impostas aos outros, ou permitir que o unilateralismo seguido por certos países determine o ritmo de todo o mundo”, disse no seu discurso, divulgado pela agência Xinhua. “O que necessitamos hoje no mundo é de justiça, não hegemonia. Os grandes países devem comportar-se de maneira apropriada e com grande sentido de responsabilidade”, acrescentou. Xi Jinping destacou a importância de assegurar “o sistema internacional centrado nas Nações Unidas” e preservar “a ordem internacional sustentada pelo Direito internacional”, sempre mantendo sistema de comércio mundial com a Organização Mundial de Comércio como núcleo”. Apostando nas ideias de “partilha de benefícios mútuos” e igualdade, Xi Jinping destacou que a governança global deve ser feita “mantendo um verdadeiro multilateralismo” para que seja “mais justa e igualitária”. O Fórum Boao para a Ásia 2021 é a primeira conferência global a realizar-se de forma presencial, contando com cerca de dois mil participantes, apesar de estarem agendados eventos online. Apesar disso, o discurso de Xi Jinping foi transmitido por videoconferência. O Presidente chinês deixou também claro que uma nova Guerra Fria não é o caminho certo para a diplomacia mundial. “A pandemia da covid-19 tornou mais claro para as pessoas em todo o mundo que devemos opor-nos a uma nova ‘Guerra Fria’ e a um confronto ideológico sob quaisquer formas”, apontou. “Nas relações entre Estados os princípios de igualdade, respeito e confiança mútuos devem ser destacados. Devemos advogar pela paz, desenvolvimento, igualdade, justiça, democracia e liberdade, que são valores comuns da humanidade”, frisou Xi Jinping. O Presidente chinês deixou claro que a China “nunca vai procurar atingir a hegemonia, expansão ou uma esfera de influência”, nem mesmo “uma corrida ao armamento”. “A China vai assumir parte activa numa cooperação multilateral na área do comércio e do investimento, através da plena implementação da Lei do Investimento Estrangeiro”, disse, lembrando a aposta no porto franco de Hainão. A cooperação com a OMS No ano em que o Partido Comunista Chinês (PCC) celebra 100 anos, Xi Jinping recordou “a incansável busca pela felicidade do povo chinês” bem como “o rejuvenescimento da nação chinesa” graças ao partido. Na área da saúde, “a China vai continuar a manter a cooperação contra a covid-19 em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e outros países, para que as vacinas sejam um bem público a nível global”, frisou. Xi destacou o facto de algumas empresas chinesas terem iniciado a produção de vacinas contra a covid-19 em parceria com países participantes da política “Uma Faixa, Uma Rota” como a Indonésia, Brasil, Malásia, Emirados Árabes Unidos e Paquistão. “Vamos expandir a cooperação com as várias partes no controlo das doenças infecciosas, saúde pública, medicina tradicional e outras áreas, para proteger a vida e a saúde das populações de todos os países.” Sobre a política “Uma Faixa, Uma Rota”, Xi Jinping lembrou que “está aberta a todos”, não sendo “um caminho privado seguido por uma única parte”. “Todos os países interessados são bem-vindos a assumir parte na cooperação e a partilhar os seus benefícios. Vamos continuar a trabalhar com todas as partes para uma cooperação de alta qualidade ao nível de ‘Uma Faixa, Uma Rota’”, concluiu. Segundo a CGTN, que cita dados do Ministério do Comércio da China, um total de 126 países e 29 organizações internacionais assinaram acordos de cooperação com o país na área de “Uma Faixa, Uma Rota”, sendo que o comércio neste contexto cresceu de 1 por cento no ano passado, atingido 9.37 biliões de yuan. Recorde-se que antes do arranque oficial do Fórum Boao para a Ásia, no domingo, o Presidente norte-americano, Joe Biden, teve um encontro com o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, onde foram debatidas algumas “preocupações” sobre a política externa chinesa. A China reagiu a esse encontro bilateral, rejeitando as ideias expressas pelos dois governantes. Ho Iat Seng reuniu com membro do PCC de Hainão O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, reuniu na segunda-feira com o secretário do comité provincial de Hainão do Partido Comunista da China, Shen Xiaoming. Segundo um comunicado oficial, o encontro serviu para partilhar opiniões sobre as áreas do comércio, economia, turismo, alta tecnologia, sector financeiro, medicina tradicional chinesa e ainda “o significado da formação de quadros qualificados para o desenvolvimento”. Ho Iat Seng destacou a forma bem-sucedida como Macau lidou com a pandemia da covid-19, o que torna o território “uma cidade saudável para turismo”, sem casos há mais de um ano. O governante destacou o facto de o território registar “actualmente mais de 300 mil entradas e saídas diárias”, apesar de possuir “infra-estruturas e equipamentos turísticos com capacidade para receber 40 milhões de visitantes por ano”. Ho Iat Seng destacou o facto de “haver espaço para maior cooperação entre Hainão e Macau nas áreas do turismo e educação”, recordando que as duas regiões estão ligadas “por um voo curto”, e que pode ser feito “um maior reforço da colaboração no sector turístico”. No mesmo encontro, o Chefe do Executivo destacou o facto de no segundo semestre deste ano o Governo planear “o impulsionamento da diversificação adequada da economia em quatro áreas, designadamente na indústria da medicina tradicional chinesa, sector financeiro moderno, seguros e alta tecnologia”. Reforço da cooperação Shen Xiaoming realçou, por sua vez, “o desenvolvimento económico da província nos últimos anos e o andamento dos trabalhos relativos ao estabelecimento do porto franco” em Hainão. O responsável destacou as semelhanças entre os dois territórios na área do turismo e indicou que, “apesar do impacto da pandemia na ilha, trouxe também oportunidades para o mercado do consumo, ensino, cuidados de saúde, alta tecnologia, desenvolvimento de quadros qualificados”, além de tornar possível “alavancar projectos ecológicos e ambientais”. O secretário do comité provincial de Hainão indicou também que “o processo de desenvolvimento da província tem espaço para melhorar e, por isso, espera reforçar a cooperação com os países de língua portuguesa através da ponte que é Macau”. Nesse sentido, os governos e as associações devem reforçar a colaboração com base no modelo turístico “multi-destinos”. Há também “um espaço muito grande para a cooperação em alta e nova tecnologia”, frisou.
Hoje Macau China / ÁsiaClima | Xi Jinping contra projecto de taxa de carbono da UE O Presidente chinês, Xi Jinping, criticou sexta-feira perante Emmanuel Macron e Angela Merkel as “barreiras comerciais” criadas em nome das alterações climáticas, numa altura em que uma taxa de carbono está a ser estudada pela União Europeia. O chefe de Estado chinês, o seu homólogo francês e a chanceler alemã abordaram sexta-feira por videoconferência as alterações climáticas e a saúde, em preparação de várias reuniões internacionais importantes sobre estas questões. A primeira será a cimeira virtual sobre o clima prevista para 22 e 23 de Abril, uma iniciativa do Presidente norte-americano, Joe Biden. Xi Jinping ainda não confirmou a sua participação. “A resposta às alterações climáticas é a causa comum da humanidade”, declarou o Presidente chinês aos seus interlocutores, segundo a televisão pública CCTV. “Não deve tornar-se uma questão geopolítica, alvo de ataques de outros países ou um pretexto para criar barreiras comerciais”, adiantou. Os eurodeputados abriram caminho em Março para uma taxa de carbono que penalizaria certas importações (electricidade, cimento, aço, alumínio, vidro, etc.) de países fora da União Europeia (UE) com regras ambientais menos rigorosas. A Comissão Europeia proporá até Junho o seu texto antes de o submeter aos Estados membros. O mecanismo deverá entrar em vigor até 2023. Promessas e desejos Xi Jinping reiterou sexta-feira as grandes promessas da China sobre a questão: o primeiro emissor mundial de gás com efeito de estufa começará a reduzir as suas emissões de CO2 “antes de 2030” e atingirá até 2060 a “neutralidade carbónica”. “A China fará o que diz e com o que fizer atingirá os seus objectivos”, comprometeu-se o Presidente chinês. Xi apelou às economias desenvolvidas para “darem o exemplo sobre a redução de emissões” e “fornecerem apoio” financeiro e técnico aos países em desenvolvimento para fazerem face às alterações climáticas. O Eliseu limitou-se a indicar que os dois dirigentes europeus “exprimiram as suas expectativas em relação à China de um objectivo mais ambicioso” de redução dos gases com efeito de estufa e “insistiram na necessidade” de Pequim reduzir o seu financiamento de grandes projectos com impacto carbónico negativo. “Angela Merkel insistiu na relação económica euro-chinesa onde temos expectativas em termos de reciprocidade e de condições justas de concorrência”, referiu ainda a presidência francesa. No que se refere ao tratamento dos uigures, grupo étnico predominantemente muçulmano, e à situação em Hong Kong, Paris assegurou que a França “pede sistematicamente à China para avançar” na questão dos direitos humanos e na ratificação da Convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A videoconferência entres Xi, Merkel e Macron ocorreu numa altura em que o emissário norte-americano para a crise climática, John Kerry, visita a China. Outras reuniões importantes em termos ambientais previstas para este ano são a COP15 biodiversidade (em Outubro na China) e a COP26 clima (em Novembro em Glasgow).
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Presidente chinês recebe credenciais de 29 embaixadores O Presidente chinês, Xi Jinping, recebeu na quarta-feira as credenciais dos novos embaixadores de 29 países na China, no Grande Salão do Povo, em Beijing. Os embaixadores são do Afeganistão, Grécia, Bósnia e Herzegovina, Madagascar, Itália, Timor-Leste, Micronésia, Sudão, Maurício, Nepal, Paquistão, Moldávia, Dinamarca, Bélgica, Omã, Gâmbia, Tajiquistão, Reino Unido, Venezuela, Japão, África do Sul, Sri Lanka, Bielo-Rússia, Irlanda, Israel, Guiné-Bissau, República Popular Democrática da Coreia, Iraque e Argentina. O novo coordenador residente da ONU na China, Siddharth Chatterjee, também apresentou suas credenciais. Xi pediu aos embaixadores que transmitissem as suas saudações aos chefes de Estado dos respectivos países e elogiou a cooperação amigável entre o povo chinês e o povo de seus países na luta contra a Covid-19 durante o ano passado. A China seguirá uma nova filosofia de desenvolvimento e promoverá um novo paradigma de desenvolvimento, disse o Presidente chinês, acrescentando que o desenvolvimento da China irá beneficiar a comunidade internacional. A nova filosofia de desenvolvimento apresenta um desenvolvimento inovador, coordenado, verde, aberto e partilhado. O País decidiu também fomentar um novo paradigma de desenvolvimento de “dupla circulação”, em que os mercados interno e externo se complementam. Passado e futuro Xi Jinping salientou ainda que este ano se assinala o 50.º aniversário da restauração dos direitos legítimos da China nas Nações Unidas e o 20.º aniversário da adesão da China à Organização Mundial do Comércio e que China está disposta a fazer esforços conjuntos de seus países para defender firmemente o multilateralismo e salvaguardar o sistema internacional com a ONU no centro e a ordem internacional baseada nas leis internacionais. O líder chinês expressou ainda confiança de que no próximo ano Pequim sediará os Jogos Olímpicos de Inverno sob os princípios orientadores de “simplicidade, segurança e excelência”, superando os impactos causados pela Covid-19. “O povo chinês valoriza sempre a amizade e ama a paz, e está disposto a aprofundar a amizade, fortalecer a confiança mútua e expandir a cooperação com as pessoas nos seus países com base na igualdade e no benefício mútuo”, disse Xi, deixando o apelo à aposta na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota.”
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping | Crescimento da China é uma oportunidade para a UE O Presidente chinês e a chanceler alemã tiveram a primeira conversa telefónica deste ano. Angela Merkel garante que a estratégia europeia, em relação à China, é autónoma “O desenvolvimento da China é uma oportunidade para a União Europeia”, disse o presidente Xi Jinping na quarta-feira, exortando a União Europeia (UE) a “realizar julgamentos dignos de forma independente e alcançar de facto a autonomia estratégica”. Numa conversa telefónica com a chanceler alemã Angela Merkel, Xi disse que a China espera que a Alemanha e a UE realizem esforços conjuntos com a China para proteger e promover o desenvolvimento saudável e estável de sua cooperação, trazendo assim mais certeza e estabilidade a um mundo volátil. Foi a primeira vez que Xi conversou por telefone com Merkel neste ano. No ano passado, os dois líderes realizaram quatro conversas telefónicas para trocar impressões sobre as relações bilaterais e a cooperação entre a China e a União Europeia. Eliminar distrações Observando que a sua comunicação no ano passado desempenhou um papel importante para o desenvolvimento das relações China-Alemanha e China-UE, Xi afirmou que o aumento da cooperação China-Alemanha e China-UE deverá alcançar resultados importantes. Xi disse que “para encarar as novas oportunidades e desafios enfrentados pela relação China-UE, é essencial manter a direção geral das relações China-UE numa perspectiva estratégica, respeito uns pelos outros e eliminar distrações”. “A China está pronta para trabalhar com a UE para garantir o sucesso de uma série de agendas políticas significativas para a próxima etapa por meio de consultas, aprofundar e expandir a cooperação prática em toda a linha e fortalecer a comunicação sobre as mudanças climáticas e outras questões de governação global para praticar em conjunto o multilateralismo”. O presidente chinês disse ainda que a cooperação prática entre a China e a Alemanha tem alcançado progresso apesar da pandemia da Covid-19 e outros factores, e, por cinco anos consecutivos, a China tem sido o maior parceiro comercial da Alemanha. Partilhar, partilhar sempre Xi encorajou os dois países a promoverem a cooperação bilateral sob o princípio do respeito mútuo e benefício mútuo para injectar confiança e ímpeto para a cooperação China-UE e a recuperação econômica mundial. “A China está disposta a partilhar as oportunidades criadas pela nova ronda de abertura com empresas da Alemanha e de outros lugares”, disse Xi, acrescentando que “a China espera que a Alemanha permaneça aberta e ofereça mais conveniência para expandir a cooperação mutuamente benéfica entre suas empresas”. O presidente chinês também pediu que as duas nações promovam intercâmbios em áreas como ciência e tecnologia, educação, cultura e desporto, aproveitando as oportunidades apresentadas pelo 50º aniversário das relações diplomáticas entre a China e a Alemanha e os Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing no próximo ano. Merkel: Europa autónoma Por seu lado, Merkel disse que a UE aderiu a uma política externa autónoma. “A cooperação Alemanha-China e UE-China é cada vez mais necessária hoje para lidar com os desafios que o mundo enfrenta”, acrescentou. “Reforçar o diálogo e a cooperação entre a UE e a China não apenas está de acordo com os interesses de ambas as nações, mas irá também beneficiar o mundo”, afirmou a chanceler, reforçando que a Alemanha está disposta a desempenhar um papel activo. Merkel acrescentou ainda que “a Alemanha trabalhará com a China de modo a preparar a nova ronda de consultas intergovernamentais China-Alemanha e retomar o intercâmbio de pessoal o mais rápido possível”. Mais tarde, a porta-voz do governo alemão Ulrike Demmer disse que Merkel e Xi tinham discutido os esforços internacionais para produzir e distribuir vacinas COVID-19, aprofundar a cooperação económica e as medidas para proteger o clima e a biodiversidade. Demmer disse que os líderes concordaram em aprofundar os laços bilaterais nas consultas governamentais sino-alemãs planeadas para finais de Abril. “A Chanceler salientou a importância do diálogo sobre toda a gama de laços, incluindo questões sobre as quais existem opiniões diferentes”, disse Demmer, sem dar pormenores sobre as áreas em que a Alemanha e a China diferem.
Hoje Macau China / ÁsiaPenínsula da Coreia | Pequim diz a Pyongyang que quer trabalhar para a paz O Presidente chinês, Xi Jinping, comunicou ontem ao líder norte-coreano, Kim Jong-Un, que a China está disposta a trabalhar com a Coreia do Norte e “outras partes implicadas” para resolver o problema da Península da Coreia. De acordo com a Agência Nova China, Xi Jinping e Kim Jong-Un “trocaram mensagens verbais” na embaixada de Pyongyang em Pequim dois dias depois das conversações no Alasca entre as delegações dos Estados Unidos e da República Popular da China. “A China está disposta a fazer novas contribuições para a paz, estabilidade e desenvolvimento e prosperidade regionais”, disse Xi Jinping. Por outro lado, segundo o jornal Global Times, Kim Jung-Un assegurou que deseja fortalecer “os laços entre a China e a Coreia do Norte, numa postura inquebrável do país e do povo”. Nos contactos diplomáticos que decorreram no Alasca, reunião que começou de forma fria mas que terminou com a criação de um grupo de trabalho sobre alterações climáticas, os assuntos sobre a Coreia do Norte foram abordados pelas duas partes, informou no sábado a televisão chinesa CCTV. O Presidente da Coreia do Sul, Mon Jae-in, disse em Janeiro que o Governo de Seul continua disposto a reunir-se com representantes norte-coreanos “onde e quando seja” para reactivar os laços e o processo de desarmamento de Pyongyang, num momento em que o diálogo está praticamente congelado. O líder norte-coreano não fechou a porta ao restabelecimento do diálogo com Seul, mas instou a Coreia do Sul a abandonar as manobras militares conjuntas com os Estados Unidos como condição para voltar a retomar os contactos. Desde o fracasso da Cimeira de Hanói sobre o programa nuclear, em 2019, entre Kim Jong-Un e o ex-presidente norte-americano Donald Trump, Pyongyang endureceu posições face a Seul.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | Guterres elogia Xi Jinping pela luta contra a pobreza O secretário-geral da ONU, António Guterres, felicitou recentemente o presidente chinês Xi Jinping por ocasião do anúncio dos esforços bem-sucedidos da China na luta contra a pobreza extrema. “Quero expressar os meus sinceros parabéns ao seu governo e a si pessoalmente”, disse Guterres. Observando que este momento é uma realização notável e uma contribuição significativa para a realização de um mundo melhor e mais próspero, como previsto na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, o secretário-geral disse: “Eu elogio-o por sua visão e liderança”. “Este resultado extraordinário é uma razão de esperança e inspiração para toda a comunidade de nações”, disse Guterres. “Isso mostra a importância do compromisso político em todos os níveis do governo, e estabilidade em políticas para melhorar as condições dos mais pobres e mais vulneráveis”, disse o chefe da ONU. “Também sublinha a oportunidade de modelos de desenvolvimento que são orientados pela inovação, verdes, abertos e que funcionam para beneficiar todos”, acrescentou. Guterres expressou confiança de que “a China continuará a fazer progressos nos seus esforços para não deixar ninguém para trás”.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC | Xi pede aos jovens continuação de tradição gloriosa e boa conduta O presidente chinês, Xi Jinping, pediu nesta segunda-feira aos jovens funcionários que continuem as “tradições gloriosas e boa conduta do Partido Comunista Chinês” (PCC) e façam “contribuições para a construção plena de um país socialista moderno”, na abertura de uma sessão de cursos para funcionários jovens e de meia idade na Escola do Partido do Comité Central do PCC (Academia Nacional de Governação). “Seja no passado, presente ou futuro, as tradições gloriosas e a boa conduta do PCC são sempre um tesouro espiritual precioso, inspirando-nos a enfrentar adversidades e seguir em frente”, disse Xi. De acordo com o presidente, a China está num momento de realização da revitalização nacional, e ainda existem muitas dificuldades e desafios que o Partido enfrenta no caminho à frente, enfatizando que a conduta deve ser ainda melhorada. Por outro lado, Xi ressaltou a “lealdade ao Partido como o principal caráter político de um membro”, instando os jovens funcionários a aprenderem com as gerações mais velhas, reforçarem continuamente a sua fé e demonstrarem sua lealdade através de ações práticas. Para isso, considera fundamental um estudo assíduo dos princípios básicos do marxismo e das teorias desenvolvidas pelo Partido na nova era, o que “ajudará os jovens funcionários a superarem a confusão e adaptarem melhor a sua forma de pensar e o seu comportamento” às necessidades da causa do Partido. “Os jovens funcionários devem sempre procurar a verdade nos factos, serem realistas e permanecer honestos”, observou Xi. “Devem entender, desde o início e sempre ter em mente, que o povo vem antes de tudo”. Xi sublinhou ainda que “precisam detectar as suas próprias fraquezas e deficiências e ter a coragem de rectificá-las, e também devem ajudar seus companheiros nesse aspecto”. Segundo Xi, os jovens funcionários devem herdar o espírito de “trabalhar duro e conduzir uma vida simples, evitando o hedonismo e a extravagância com determinação firme”.
Hoje Macau China / ÁsiaMacron pede a Xi Jinping equilíbrio na relação económica O Presidente de França, Emmanuel Macron, pediu ao homólogo chinês, Xi Jinping, que equilibre a relação económica entre o país asiático e a União Europeia (UE), face a uma balança comercial muito favorável a Pequim. Macron e Xi falaram na quinta-feira, segundo nota divulgada sexta-feira pela presidência francesa. Os dois líderes abordaram ainda a distribuição de vacinas, testes e tratamentos médicos contra a covid-19 nos países pobres, e o combate às alterações climáticas. Macron sublinhou, na sequência do acordo de investimento entre a UE e a China, a importância de um “reequilíbrio” na cooperação económica bilateral, “visando criar condições para uma concorrência leal e melhorar a reciprocidade no acesso ao mercado”, lê-se no comunicado. Os dois líderes sinalizaram o apoio à iniciativa multilateral ACT-A, para apoiar os países africanos na pandemia, e Macron exortou a China a dar uma contribuição, especialmente com vacinas. O líder francês exortou Pequim a apoiar a moratória da dívida dos países africanos, no âmbito de uma iniciativa do G20, e antes da cimeira que se realiza em Maio, em Paris, sobre esta questão. Pequim foi alvo de críticas pela sua política de concessão de empréstimos a países em desenvolvimento, por meio de bancos chineses, para a realização de grandes projectos de infraestrutura, que também são construídos por empresas chinesas, mas que deixam os países beneficiários fortemente endividados. Macron parabenizou ainda Xi pelos novos objetivos que a China estabeleceu para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e descarbonizar a economia, segundo o comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente declara êxito da China na erradicação da pobreza extrema O Presidente da China, Xi Jinping, declarou ontem oficialmente que o país concluiu a “árdua tarefa” de erradicar a pobreza extrema, apontando que 98,99 milhões de pessoas saíram daquela condição nos últimos oito anos. “Hoje, declaramos solenemente o sucesso completo na luta contra a pobreza no país”, disse Xi, numa cerimónia no Grande Palácio do Povo, em Pequim, perante milhares de membros do Partido Comunista Chinês (PCC). O presidente destacou que os “problemas regionais da pobreza foram resolvidos”, pelo que a China encerrou a sua “árdua tarefa de erradicar a pobreza extrema, gerando outro milagre incrível”. O governante também indicou que 832 vilas e 128.000 cidades foram retiradas da lista de locais empobrecidos, segundo os “padrões actuais”. Xi ressaltou que a meta foi alcançada em 2021, o ano do centenário da fundação do PCC. Desde que a China lançou o programa de reforma e abertura, no final dos anos 1970, quase 800 milhões de pessoas saíram da pobreza, contribuindo assim para cerca de 70% na redução da pobreza extrema em todo o mundo, durante aquele período. Em 2012, a China estabeleceu como meta erradicar a pobreza extrema até 2020, dez anos antes da data estabelecida pelas Nações Unidas para os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. Residentes rurais idosos receberam doações em dinheiro e o Governo lançou esquemas para fomentar a criação de emprego para quem dependia da agricultura de subsistência, incluindo através da formação de cooperativas agrícolas ou da abertura de fábricas. O investimento em infra-estruturas e habitação permitiu também tirar do isolamento comunidades inteiras. Segundo Xi Jinping, a erradicação da pobreza extrema foi possível com uma “abordagem realista e pragmática” e graças às “vantagens políticas do sistema socialista, que pode reunir os recursos necessários para concretizar grandes tarefas”. A China investiu o equivalente a cerca de 202.000 milhões de euros, nos últimos oito anos, no combate à pobreza, disse Xi. Cerca de três milhões de funcionários do PCC foram enviados para as áreas rurais para trabalharem na campanha de erradicação da pobreza extrema. Em 2019, a China fixou o limiar de extrema pobreza em 4.000 yuans por ano, o que representa 1,3 dólares por dia. O Banco Mundial fixa o limiar em 1,5 euros.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Biden diz que vai haver “concorrência extrema” com China, mas não um conflito O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ontem que a rivalidade com a China vai traduzir-se numa “concorrência extrema”, mas assegurou que quer evitar qualquer conflito entre as duas potências mundiais. Numa entrevista à televisão norte-americana CBS, de que foram divulgados apenas excertos, Biden diz que ainda não falou com o homólogo chinês, Xi Jiping, mas frisou não ter “nenhuma razão para não lhe telefonar” e que “há muito para falar”. “Ele é muito inteligente, é muito duro. Ele não tem – e não digo isto como uma crítica, é apenas a realidade -, ele não tem um grama de democracia em si”, acrescentou o Presidente norte-americano na entrevista. “Sempre lhe disse que não precisamos de ter um conflito. Mas vai haver uma concorrência extrema. E não o vou fazer da maneira que ele sabe. E é por isso que ele também está a enviar sinais. Não o vou fazer da maneira que Trump o fez. Vamos concentrar-nos nas regras internacionais”, acrescentou. A China é considerada por Washington como o seu principal adversário estratégico. Apesar disso, no seu primeiro discurso sobre política externa, na semana passada, Joe Biden foi relativamente vago quanto ao assunto, prometendo apenas estar disposto a enfrentar “o avanço do autoritarismo, em particular as ambições crescentes da China”. Biden disse então também que se vai empenhar, sem precisar, em “contrariar os abusos económicos da China” e os seus “atos de agressão” e que vai defender os direitos humanos, embora esteja determinado a trabalhar com Pequim “quando isso for do interesse dos Estados Unidos”.