Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping estimula investimento em encontro com empreendedores estrangeiros Na manhã de sexta-feira, 28 de março, Xi Jinping reuniu-se com “representantes da comunidade empresarial internacional” no Grande Salão do Povo em Pequim. “A razão pela qual convidei todos os presentes é para ouvir as vossas ideias, responder às vossas preocupações e apoiar o desenvolvimento das empresas estrangeiras na China”, explicou o presidente nas palavras iniciais da sua intervenção, passando a prestar homenagem aos inúmeros benefícios que as empresas estrangeiras trouxeram ao país. “As impressionantes conquistas da China não se devem apenas ao Partido Comunista e ao povo chinês, mas também ao apoio e à ajuda da comunidade internacional, incluindo a contribuição das empresas estrangeiras que operam na China”, afirmou Xi. “As empresas estrangeiras representam um terço do total das importações e exportações da China, um quarto do seu valor acrescentado industrial e um sétimo das suas receitas fiscais, criando mais de 30 milhões de postos de trabalho”, explicou. Para Xi, as empresas estrangeiras são “participantes importantes na modernização chinesa, na reforma, abertura e inovação do país, e na sua interconectividade com o mundo e integração na globalização económica”. Por isso, “aqui gostaria de expressar a minha sincera gratidão a todas as empresas estrangeiras que participaram e apoiaram o desenvolvimento da China!”, concluiu. Muitos dirão que o Presidente chinês está, no fundo, a responder ao crescente pessimismo das empresas multinacionais em relação ao mercado chinês, evidenciado pela queda do investimento directo estrangeiro. Xi reconheceu, ainda que diplomaticamente, que “nos últimos anos, as empresas estrangeiras encontraram de facto algumas dificuldades no seu desenvolvimento na China”. Enfrentar o problema directamente é, sem dúvida, melhor do que fingir que ele não existe. Mas foi mais pormenorizado do que nunca, por exemplo, ao reconhecer que as multinacionais muitas vezes não conseguem aceder a oportunidades de negócio apesar das aberturas de mercado no papel. “Vamos trabalhar para resolver a questão das ‘grandes portas abertas, mas as pequenas portas fechadas’ no acesso ao mercado, assegurando que as empresas com investimento estrangeiro não só consigam entrar em sectores abertos, mas também desfrutem de um acesso total e justo nas operações.” O presidente reconheceu que as multinacionais se sentem frequentemente discriminadas, sublinhando que há muito que “defende que as empresas estrangeiras na China devem beneficiar de tratamento nacional, com igual aplicação das leis, igual estatuto e igual tratamento. Garantiremos que as empresas estrangeiras tenham um acesso justo e legal aos factores de produção”, admitindo tacitamente que as multinacionais não podem, muitas vezes, beneficiar dos contratos públicos na China, prometendo: “Garantiremostambém que os produtos fabricados na China por empresas estrangeiras possam participar nos contratos públicos em pé de igualdade, de acordo com a lei”. Trump a e a OMC Muitos dirão que Xi está a tirar partido do choque de Trump. Os seus comentários são normais para os padrões chineses, incluindo “Muitas empresas estrangeiras, especialmente empresas multinacionais, têm uma influência global substancial. Esperamos que falem com razão, ajam com pragmatismo, se oponham firmemente a movimentos retrógrados que fazem recuar o relógio da história, rejeitem o pensamento de soma zero e promovam activamente a cooperação e o benefício mútuo”. Enquanto Trump suspende o financiamento dos EUA para a Organização Mundial do Comércio (OMC), Xi reforça a OMC: “O sistema multilateral de comércio, com a Organização Mundial do Comércio no seu núcleo, é a pedra angular do comércio internacional… Devemos defender os princípios e regras da OMC, continuar avançando na liberalização e facilitação do comércio e do investimento e encorajar todos os países a expandir o ‘bolo’ do desenvolvimento compartilhado por meio de uma maior abertura.” Xi prometeu também maior abertura interna: “A redução do limiar de acesso ao mercado será uma prioridade fundamental na próxima fase de abertura. Sublinhei especificamente que as medidas de abertura devem ser concretizadas mais cedo do que mais tarde. Este ano, vamos alargar os programas-piloto de abertura em áreas selecionadas e acelerar a abertura em sectores como a cultura e a educação.” Xi prometeu que a China não está interessada em qualquer conflito militar, afirmando que “seguirá inabalavelmente uma via de desenvolvimento pacífico, promoverá activamente a resolução de questões internacionais e regionais importantes e esforçar-se-á por criar um ambiente favorável às empresas estrangeiras”. Na sexta-feira à noite, Pequim divulgou prontamente os comentários completos de Xi, para além da sua habitual leitura. Este é um sinal da ênfase dada aos encontros com empresas estrangeiras. Os comentários completos também ajudam, uma vez que servem de referência, de forma mais oficial e conveniente, para operadores políticos astutos, incluindo, esperemos, os especialistas em assuntos governamentais e relações públicas das multinacionais, que devem utilizá-los como uma ferramenta valiosa nas suas transacções na China. Dos participantes estrangeiros na reunião com Xi, 14 dos 38 eram americanos, 10 alemães, 6 britânicos, 3 franceses, 2 japoneses, 2 coreanos e um da Suíça, Dinamarca, Suécia, Brasil e Arábia Saudita. Apesar dos BRICS e do Sul Global, quando se trata de investimento estrangeiro e de multinacionais, o Ocidente continua a desempenhar um papel central. Os estrangeiros reunidos são oficialmente descritos pela China como “Representantes da Comunidade Empresarial Internacional”. “Oásis de segurança” O presidente da FedEx Corporation, Raj Subramaniam, o presidente do Conselho de Administração da Mercedes-Benz Group AG, Ola Källenius, o Diretor Executivo da Sanofi SA, Paul Hudson, o Diretor Executivo do Grupo HSBC Holdings Plc, Georges Elhedery, o Presidente Executivo da Hitachi Ltd. Toshiaki Higashihara, presidente da SK Hynix Inc. Kwak Noh-jung, e o presidente da Saudi Aramco Amin Nasser foram alguns dos presentes que intervieram na reunião. Os representantes das empresas estrangeiras “elogiaram a China por ter alcançado um crescimento económico estável através de uma reforma profunda e abrangente e de uma abertura de alto nível sob a liderança do Presidente Xi”, refere a Xinhua. Desde o “Made in China” até às “forças produtivas de nova qualidade”, a China tem potenciado a transformação industrial e a modernização através da inovação, estando preparada para realizar um desenvolvimento de maior qualidade e mais sustentável. As perspectivas da economia chinesa são fortes, afirmaram, porque no meio de um protecionismo crescente, a China tem vindo a expandir continuamente a sua abertura, injectando estabilidade na economia global, e tornou-se um “oásis de certeza” para o investimento e o empreendedorismo.“O desenvolvimento da China é a principal força motriz da economia mundial e oferece oportunidades vastas e excitantes e potencial de crescimento”, foi referido. Ainda segundo a Xinhua, os representantes estrangeiros “aplaudiram os esforços do governo chinês para criar um ambiente justo e propício para as empresas estrangeiras e manifestaram a sua disponibilidade para expandir a cooperação em matéria de investimento com a China, cultivar o mercado chinês, participar ativamente na modernização da China e construir pontes para o intercâmbio e a cooperação da China com o mundo, e manifestaram igualmente a sua disponibilidade para apoiar um mercado mundial aberto, defender o comércio livre internacional e contribuir para o desenvolvimento da economia mundial.”
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Xi diz que Pequim e Moscovo devem reforçar a coordenação internacional O Presidente chinês reafirma a união entre os dois vizinhos face às alterações no panorama internacional O líder chinês, Xi Jinping, disse que a China e a Rússia devem continuar a reforçar a coordenação em assuntos internacionais e que os dois países são “verdadeiros amigos”, avançou no sábado a imprensa estatal chinesa. Xi falava num encontro com o secretário do Conselho de Segurança russo, Sergei Shoigu, em Pequim, na sexta-feira. O chefe de Estado chinês disse que Pequim e Moscovo vão implementar em 2025 “uma série de agendas importantes” e pediu ainda a manutenção de “uma comunicação estreita a todos os níveis”. Xi recordou que falou duas vezes este ano com o homólogo russo, Vladimir Putin, a última das quais esta semana. O líder chinês apelou ainda à maximização do papel do grupo BRICS de economias emergentes e da Organização de Cooperação de Xangai, dois blocos dos quais a China e a Rússia são membros. Shoigu disse que a Rússia “aprecia muito os esforços contínuos da China para promover uma resolução pacífica para a crise ucraniana”, mas a imprensa chinesa não indicou se Xi fez alguma menção ao processo de paz na Ucrânia. As declarações foram publicadas horas depois de um confronto verbal na Casa Branca entre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o homólogo norte-americano, Donald Trump. De acordo com a agência de notícias oficial Xinhua, o enviado russo disse que a aliança entre a China e a Rússia “desempenha um papel significativo no mundo e constitui um modelo para as relações entre potências”. Shoigu disse ainda que a relação entre os dois países “não visa terceiros”. Laços reforçados Antes de se encontrar com Xi, Shoigu manteve conversações com o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, referiu a agência oficial russa Tass. “Rússia e China têm abordagens coerentes para os principais problemas internacionais e regionais”, sublinhou Shoigu, de acordo com um vídeo publicado pela Tass. Shoigu afirmou que se deslocou a Pequim “a pedido do Presidente russo, Vladimir Putin, na sequência da sua conversa por telefone com o Presidente chinês, Xi Jinping”, sem dar mais pormenores. “O facto de termos conseguido organizar o nosso encontro num prazo tão curto demonstra a natureza especial do diálogo bilateral”, sublinhou Sergei. A visita do antigo ministro da Defesa russo surge após uma conversa entre Xi e Putin, na segunda-feira, durante o qual o líder chinês elogiou os “esforços positivos de Moscovo para desanuviar” a crise ucraniana. Moscovo e Pequim reforçaram os laços militares e comerciais desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, embora a China procure apresentar-se como neutra no conflito de três anos. De acordo com a imprensa russa, Shoigu “vai discutir questões de segurança bilaterais, bem como problemas internacionais e regionais, com altos dirigentes chineses”.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Xi Jinping pede calma face a escalada da guerra comercial O líder chinês alertou para a necessidade de responder com calma às alterações no quadro comercial internacional promovidas pela nova administração norte-americana O Presidente chinês apelou ontem aos quadros do Partido Comunista para responderem “com calma” aos “desafios trazidos pelas mudanças na situação doméstica e internacional”, num período de agravamento das tensões comerciais com os Estados Unidos. “Devemos reforçar as nossas capacidades políticas e responder com calma aos desafios trazidos por estas mudanças”, afirmou Xi, durante uma reunião de trabalho do partido, segundo a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. O líder chinês pediu aos quadros do regime que se esforcem para “aprofundar ainda mais a reforma, expandir a abertura de alto nível, promover a recuperação sustentada da economia, melhorar constantemente o nível de vida das pessoas e garantir a estabilidade social”. A reunião ocorre uma semana antes do início da sessão anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China. As declarações surgem também numa altura em que se intensifica a guerra comercial com os Estados Unidos. Xi Jinping pediu aos funcionários para aderirem ao “tom geral do trabalho do Partido” de “fazer progressos, mantendo a estabilidade”. “O nosso novo conceito de desenvolvimento de alta qualidade deve ser implementado na íntegra e sem falhas”, afirmou. Xi acrescentou que os funcionários devem melhorar a sua “consciência ideológica” e adoptar “uma visão correcta das realizações políticas”. “Vamos aplicar rigorosamente os regulamentos do nosso Comité Central, de modo a cumprir conscienciosamente a nossa responsabilidade política. Temos de agir, cumprir os nossos deveres e ultrapassar as dificuldades”, afirmou. Mãos nos bolsos Em Janeiro, Pequim respondeu às taxas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, – 10 por cento sobre as importações de todos os produtos chineses – com uma taxa de 10 por cento a 15 por cento sobre certos produtos dos EUA, além de novos controlos de exportação de minerais essenciais e uma investigação contra o gigante tecnológico norte-americano Google. A China também protestou contra as últimas taxas dos EUA de 25 por cento sobre importações de aço e alumínio, uma vez que exporta estes materiais para outros países, como o Canadá e o México, que, por sua vez, os vendem aos EUA.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Xi Jinping recebe líderes do sector privado O encontro de alto nível entre as autoridades centrais e representantes do sector privado, alguns ligados às novas tecnologias, dá um novo sinal de confiança à economia doméstica O Presidente chinês, Xi Jinping, organizou ontem um simpósio com empresários, em Pequim, visando recuperar a confiança do sector privado, que foi abalado nos últimos anos por uma dura campanha regulatória. Xi proferiu um “discurso importante”, depois de ouvir vários líderes empresariais, informou a agência de notícias oficial Xinhua. Os pormenores do discurso ainda não foram publicados. A lista de convidados também não foi ainda difundida. Na única fotografia do evento divulgada, os empresários surgem de costas, o que torna difícil identificar com precisão quem está presente. O jornal de Hong Kong South China Morning Post avançou que Lei Jun, fundador e director executivo da Xiaomi, Jack Ma, fundador do Alibaba Group, Wang Chuanfu, presidente e director executivo do fabricante de veículos eléctricos BYD, e Ren Zhengfei, fundador e director executivo do grupo Huawei Technologies, são alguns dos nomes que circulam como possíveis participantes. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e o chefe do principal órgão consultivo da China, Wang Huning, também estiveram presentes. No ano passado, a China avançou com várias medidas para repor a confiança junto dos investidores, à medida que o consumo interno permaneceu débil e o ambiente externo trouxe novos desafios, com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. A reunião é interpretada como uma reviravolta de Pequim, que nos últimos anos lançou uma dura campanha regulatória contra as grandes empresas de tecnologia. Reunião de topo Em Dezembro de 2020, as autoridades reguladoras anunciaram a abertura de uma investigação antimonopólio sobre a Alibaba e suspenderam a entrada em bolsa da Ant, a sua filial de ‘fintech’, que seria a maior da história. Essa campanha incluiu investigações a empresas como a Tencent e a Didi, a “Uber chinesa”, por alegados riscos para a segurança dos dados dos utilizadores. Durante anos, o sector digital floresceu na China, não só graças ao enorme mercado do país, mas também a uma regulação pouco rigorosa – ou à sua aplicação – a que Pequim queria pôr termo. Xi não realiza este tipo de reuniões com frequência. Embora funcionários de nível inferior se tenham reunido regularmente com empresários, a última vez que Xi participou numa reunião de nível tão alto foi em Setembro de 2018. O investimento privado da China caiu 0,1 por cento, em termos homólogos, em 2024. A rápida evolução do progresso tecnológico do país – representada pelo sucesso do modelo doméstico de inteligência artificial DeepSeek – proporcionou aos decisores políticos uma nova via para o crescimento económico sustentável e aos investidores um motivo para renovado entusiasmo.
Hoje Macau China / ÁsiaPaquistão | Xi pede a Zardari mais segurança para interesses chineses O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu ontem ao homólogo paquistanês, Asif Ali Zardari, que reforce as medidas de segurança para proteger os interesses da China no Paquistão, após vários ataques contra pessoal, projectos e instituições chinesas. Os dois líderes reuniram-se em Pequim, por ocasião de uma visita oficial do líder paquistanês, durante a qual Xi também o instou a “reforçar a cooperação bilateral e multilateral” contra o terrorismo, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Em Outubro de 2024, dois cidadãos chineses foram mortos e mais de uma dezena de pessoas ficaram feridas num atentado suicida no aeroporto da cidade de Carachi e, em Março do mesmo ano, outro bombista suicida matou pelo menos cinco chineses e um paquistanês, todos trabalhadores do projecto hidroeléctrico de Dasu, na província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do país. Durante o encontro, Xi destacou “a forte” amizade e cooperação bilateral, que completa 75 anos em 2025, bem como o desenvolvimento do Corredor Económico China – Paquistão, um projecto que disse estar empenhado em aprofundar. Pequim comprometeu-se a investir 64 mil milhões de dólares em projetos de infraestruturas no Paquistão no âmbito do Corredor Económico China – Paquistão (CPEC), parte da iniciativa chinesa Faixa e Rota, que visa criar novas vias comerciais ao longo da eurásia. “A China aprecia o apoio activo do Paquistão às suas três iniciativas globais e está pronta a (…) resistir ao unilateralismo e às práticas hegemónicas, reforçar a coordenação multilateral e defender os interesses comuns dos países em desenvolvimento”, acrescentou. Zardari sublinhou – de acordo com a declaração oficial chinesa – que o Paquistão se manterá incondicionalmente ao lado da China “independentemente da evolução da situação”.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Trump e Xi falaram ao telefone Antes da tomada de posse agendada para hoje, os líderes das maiores economias mundiais trocaram impressões por telefone O Presidente eleito dos EUA e o líder chinês, Xi Jinping, falaram na sexta-feira ao telefone, divulgou Pequim, com Donald Trump a garantir trabalho dos dois países para “tornar o mundo mais pacífico e seguro”. A agência noticiosa AP cita um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, enquanto a agência noticiosa Xinhua escreveu que “o Presidente chinês, Xi Jinping, manteve na sexta-feira uma conversa telefónica com o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump”. A conversa ocorreu três dias antes da tomada de posse de Trump, que confirmou na rede social ‘Truth Social’ ter falado com o líder chinês, referindo que “a chamada foi muito boa tanto para a China como para os EUA”. Trump revelou que entre os assuntos abordados estiveram o comércio, o opiáceo fentanil e a rede social TikTok, entre outros assuntos. “O Presidente Xi e eu faremos tudo o que for possível para tornar o mundo mais pacífico e seguro”, garantiu. Sorrisos frágeis A relação entre Estados Unidos e a China deverá ser um dos principais focos do regresso do republicano à Casa Branca, com tensões entre as duas superpotências em áreas como o comércio, tecnologia e a ilha de Taiwan. Trump já ameaçou impor tarifas de 60 por cento sobre todas as importações chinesas para os Estados Unidos, mas também elogiou no passado a sua relação com Xi, sugerindo ainda como Pequim poderia ajudar a mediar crises internacionais, como a guerra na Ucrânia. Em Dezembro, Trump afirmou ao programa “Meet the Press” que tem comunicado com Xi desde que ganhou as eleições. Nessa entrevista, Trump disse ter “uma relação muito boa” com o líder chinês, garantindo que Taiwan ficou fora dessas conversas. Na segunda-feira, a China será representada na tomada de posse não por Xi, mas pelo vice-presidente Han Zheng. Han Zheng na tomada de posse A China anunciou sexta-feira que o líder chinês, Xi Jinping, decidiu enviar o vice-presidente, Han Zheng, para assistir à tomada de posse de Donald Trump. O presidente eleito dos Estados Unidos, que vai cumprir um segundo mandato, vai tomar posse hoje em Washington. A equipa de transição de Donald Trump anunciou em Dezembro que o republicano quebrou a tradição ao convidar o Presidente do país asiático e outros líderes mundiais para a cerimónia. Han participa na investidura como “representante especial” de Xi Jinping, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “A China adopta os princípios do respeito mútuo, da coexistência pacífica e da cooperação vantajosa para todos ao rever e desenvolver as suas relações com os Estados Unidos”, afirmou, em comunicado, a diplomacia chinesa. “Estamos prontos a trabalhar com a nova administração norte-americana para melhorar o diálogo e a comunicação”, acrescentou. Pequim, lê-se ainda na nota, quer “prosseguir conjuntamente relações estáveis, saudáveis e sustentáveis entre a China e os Estados Unidos e encontrar o caminho certo para que os dois países se entendam”.
Hoje Macau PolíticaFunção pública | CE quer concretizar o espírito de Xi No primeiro mês de mandato, o Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, realizou sete palestras a apelar aos funcionários público que ponham em prática o espírito dos discursos do presidente Xi Jinping, aquando a passagem por Macau, e que concretizem “os pedidos e esperanças” definidos pelo líder da China. As palestras foram realizadas entre 8 e 17 de Janeiro e presididas pelo Chefe do Executivo. Durante a apresentação dos discursos, Sam Hou Fai destacou que o Presidente Xi pediu aos novos secretários para terem um perspectiva global sobre a governação, e assumirem uma maior responsabilidade, reforçarem a solidariedade e manterem a integridade. Sam Hou Fai apontou ainda que os serviços têm de promover uma melhor comunicação interdepartamental para aumentar a eficácia administrativa. Jiangmen | Associação pede cumprimento das ideias de Xi O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Tam Vai Man visitou no sábado a Associação dos Conterrâneos de Kong Mun de Macau (ou Jiangmen) para recolher opiniões para as linhas de acção governativa da área dos transportes e obras públicas. Segundo o gabinete do secretário, o presidente da associação Chan Sio Cheng apresentou aquilo que considera ser as “exigências da população, em resposta aos discursos importantes que o Presidente Xi Jinping proferiu durante a sua visita a Macau”. O presidente da associação, que tem como vices os deputados Zheng Anting e Lo Choi In, espera que o Executivo, as associações sociais e a população de Macau se unam na implementação pragmática do “princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, para responder às expectativas do Presidente para Macau”. Por sua vez, Lo Choi In salientou o apoio financeiro atribuído a edifícios antigos, que embeleza os bairros antigos, promovendo a renovação urbana.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Xi apela à “paz mundial” em mensagem de Ano Novo O Presidente chinês, Xi Jinping, comprometeu-se em promover a “paz mundial”, numa mensagem de Ano Novo dirigida ao homólogo russo, Vladimir Putin, informou a imprensa oficial chinesa “Independentemente da evolução da situação internacional, a China continuará firmemente empenhada em aprofundar de forma abrangente as suas reformas, promover a modernização ao estilo chinês e contribuir para a paz mundial”, afirmou Xi Jinping. Xi destacou ainda as relações “maduras e estáveis” entre a China e a Rússia. Apesar de vivermos num “século de mudanças aceleradas e de uma situação internacional volátil”, as relações entre Pequim e Moscovo “avançaram sempre de mãos dadas no caminho correcto do não alinhamento, não confrontação e sem atacar terceiros”, assegurou Xi, citado pela agência de notícias oficial Xinhua. O líder chinês recordou os três encontros presenciais que manteve com Putin este ano e os progressos realizados no sentido de reforçar a “confiança política mútua e a cooperação estratégica” entre Pequim e Moscovo. “O laço de amizade sincera entre os dois países foi ainda mais reforçado”, sublinhou Xi, acrescentando que as duas partes “alcançaram um amplo consenso” e “deram importantes contribuições para a promoção da solidariedade e da cooperação entre o ‘Sul Global’”. O Presidente chinês manifestou esperança de “continuar a manter contactos estreitos” com Putin em 2025 e indicou que “independentemente da mudança dos ventos internacionais e das nuvens de tempestade”, Pequim “promoverá a causa da paz e do desenvolvimento mundiais”. Direito de resposta Putin sublinhou a “cooperação entre as duas partes nos domínios do comércio e da economia, da energia, dos transportes, da ciência e da tecnologia”, num ano em que se assinalam os 75 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre Pequim e Moscovo. O líder russo transmitiu a Xi disponibilidade para “manter contactos”, para que os dois países “reforcem a sua cooperação e coordenação em plataformas multilaterais”, de acordo com a Xinhua. A coordenação entre a China e a Rússia “não só está em plena consonância com os interesses dos dois povos, como também contribui para a manutenção da segurança e estabilidade internacional e regional”, segundo o Presidente russo.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA/China | Xi diz que não haverá vencedores em guerra comercial Xi Jinping lança o alerta de que só haverá perdedores se o caminho anunciado por Donald Trump de confrontação comercial se tornar uma realidade O Presidente chinês advertiu ontem que “não haverá vencedores” numa guerra comercial entre Pequim e Washington, quando o regresso de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos faz antever um agravamento das tensões bilaterais. Pequim está a preparar-se para o regresso do magnata republicano à Casa Branca, em Janeiro. O seu primeiro mandato ficou marcado por uma guerra comercial com a China, que acusou de usurpação de propriedade intelectual e de outras práticas comerciais injustas. Trump prometeu durante a campanha impor taxas alfandegárias ainda mais elevadas sobre as importações chinesas, correndo o risco de paralisar um motor de crescimento crucial para a segunda maior economia do mundo. “As guerras tarifárias, as guerras comerciais e as guerras tecnológicas vão contra as tendências históricas e as regras económicas e não haverá vencedores”, afirmou Xi Jinping, durante uma reunião com os dirigentes de várias instituições financeiras, citado pela televisão estatal CCTV. A declaração do Presidente chinês surge pouco depois da publicação de dados oficiais que revelam um crescimento contínuo das exportações chinesas em Novembro (ver texto secundário). As vendas ao estrangeiro aumentaram 6,7 por cento, em termos homólogos, de acordo com os dados em dólares publicados pelas alfândegas chinesas – um aumento sólido, embora abaixo das previsões dos analistas consultados pela Bloomberg e muito abaixo do desempenho de Outubro. Esta resistência pode ser explicada, em parte, pelo facto de as empresas estrangeiras terem acumulado produtos chineses, face à perspectiva da entrada em vigor de novas taxas, após a tomada de posse de Trump. Zichun Huang, economista da Capital Economics, salientou que esta expectativa sugere “uma aceleração das exportações nos próximos meses”. O comércio externo tem sido um dos pontos positivos da economia chinesa este ano. É “uma das principais razões pelas quais a China deve atingir o seu objectivo de crescimento de cerca de 5 por cento”, argumentou Lynn Song, economista do banco ING. Sem dúvidas Xi afirmou ontem que o país tem “total confiança” na sua capacidade de atingir o objectivo de crescimento para 2024. A esperada intensificação das tensões comerciais com Washington está a preocupar Pequim, que recebeu esta semana os líderes das principais organizações económicas multilaterais. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, alertou na segunda-feira para o facto de a economia mundial estar a enfrentar desafios crescentes devido a uma tendência para a “desglobalização”. Em Novembro passado, o Governo chinês anunciou uma série de medidas para estimular o comércio, incluindo a extensão do seguro de crédito à exportação e a facilitação de acordos comerciais transfronteiriços. No entanto, desde o primeiro mandato de Trump, a China reduziu a percentagem das suas exportações para os EUA, aligeirando potencialmente o impacto de um novo confronto comercial. “A procura de outros destinos deve manter-se relativamente estável e pode ajudar a compensar parte do impacto”, confirmou Lynn Song. Mas o país asiático registou outra queda inesperada das importações em Novembro, um barómetro do consumo interno persistentemente fraco. As importações chinesas caíram 3,9 por cento em termos homólogos, acentuando a queda registada em Outubro (-2,3 por cento). Perante a débil situação económica, que pode ser agravada por uma guerra comercial com Washington, o Partido Comunista Chinês afirmou na segunda-feira que vai adoptar “uma flexibilização adequada da política monetária” e “uma política fiscal pró-activa”.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping pede esforços para atingir objectivos económicos O Presidente chinês, Xi Jinping, reconheceu ontem que a economia chinesa “enfrenta muitas incertezas e desafios”, mas apelou a “esforços incessantes” para atingir os objectivos oficiais fixados para 2025. Durante um simpósio económico com líderes de organizações patronais, Xi Jinping, que é também secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC), disse que os desafios “devem ser analisados com atenção e tratados de forma adequada”. “Todos os anos há dificuldades, mas sempre alcançámos o desenvolvimento apesar das provações e tribulações. Devemos fazer todos os preparativos para atingir os objectivos de desenvolvimento económico e social do próximo ano, através de esforços incessantes”, afirmou Xi, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. Com vista a “fazer um bom trabalho” nesta área em 2025, Xi apelou a uma “firme confiança na vitória” e reiterou que as bases da segunda maior economia do mundo “são estáveis, com muitas vantagens, forte resiliência e grande potencial”. “As condições favoráveis e as tendências globais a longo prazo não se alteraram. Temos de manter o nosso foco estratégico, moldar activamente um ambiente externo favorável […] e transformar os factores positivos em resultados de desenvolvimento”, afirmou o chefe de Estado chinês. “Todo o Partido e a sociedade terão de trabalhar arduamente em conjunto”, disse, sublinhando que a China enfrentou “um ambiente internacional e interno ainda mais complexo” em 2024, o que não impediu o país de alcançar “com sucesso” os objectivos definidos pelas autoridades para o ano. Este facto, continuou Xi, deve-se à capacidade do Partido e do povo de “resistir à pressão, ultrapassar as dificuldades, responder com calma e tomar medidas abrangentes”. Objectivos e desafios Embora o simpósio tenha tido lugar na passada sexta-feira, as declarações de Xi surgem no mesmo dia em que o próprio Presidente presidiu a uma reunião do Politburo – a cúpula do poder na China -, que apelou a uma posição flexível da política monetária pela primeira vez desde 2011, bem como a um maior apoio fiscal e a iniciativas para impulsionar novamente o consumo. Além disso, os líderes chineses deverão iniciar esta quarta-feira a Conferência Central de Trabalho Económico, uma cimeira anual onde discutirão, à porta fechada e durante dois dias, os objectivos económicos para o próximo ano, em que a China terá provavelmente também de enfrentar uma intensificação da guerra comercial com os Estados Unidos após o regresso de Donald Trump à Casa Branca. A economia chinesa permanece à beira da deflação há mais de um ano, indicando que a recuperação nos gastos não se materializou, depois de as autoridades terem abolido a política de ‘zero’ casos de covid-19, no início de 2023. A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.
Hoje Macau China / ÁsiaPeru | Xi diz que porto de Chancay é “caminho da prosperidade” O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu ontem que o porto de Chancay, construído pela China no Peru, vai servir como “caminho para a prosperidade”, num artigo publicado no jornal ‘El Peruano’, a propósito da inauguração da infraestrutura. Xi, está no Peru para participar na cimeira do fórum de Cooperação Económica Ásia -Pacífico (APEC), e inaugurar o porto, que foi construído e financiado pela China, no valor de 3,5 mil milhões de dólares. O Peru é, depois do Brasil, o país latino-americano onde a China investiu mais em 2023, segundo dados oficiais. Pequim e Lima vão também assinar um Acordo de Livre Comércio. Xi lembrou que com a conclusão da primeira fase do porto, a viagem marítima entre o Peru e a China poderá ser reduzida para 23 dias, cortando em mais de 20 por cento os custos com o transporte de bens. O líder chinês estimou os rendimentos anuais em 4,5 mil milhões de dólares e a criação de mais de 8000 empregos directos para o Peru. A tecnologia, uma abordagem ecológica e a ênfase na segurança caracterizam o porto, que, no entanto, também gerou críticas pela influência da China sobre uma infra-estrutura vital na região. Xi defendeu que o Peru pode “estabelecer um paradigma de ligação multidimensional, diversificado e eficiente que liga a costa e o interior do país”. “Devemos levar a bom termo a construção e a operação deste porto, para que possa ser um verdadeiro caminho para a prosperidade e promover o desenvolvimento comum entre a China e o Peru, e entre a China e a América Latina”, acrescentou. O porto está localizado 80 quilómetros a norte de Lima e é detido em 60 por cento pela empresa estatal chinesa Cosco Shiping e em 40 por cento pela empresa mineira peruana Volcan Compañía Minera, o quarto maior produtor de prata e zinco do mundo. A infra-estrutura permitirá ao Peru receber grandes navios com uma capacidade de carga de até 24.000 contentores. O objectivo é mobilizar entre 30 por cento e 40 por cento da carga nacional destinada à China e ao Sudeste Asiático nos primeiros anos de funcionamento. A infra-estrutura é também de interesse para o Brasil, que pode assim obter acesso ao Oceano Pacífico. Amizade frutífera O projecto Rotas de Integração da América do Sul, iniciativa do governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, para ligar o Brasil aos principais centros de comércio e desenvolvimento da região, inclui duas rotas com destino ao porto de Chancay. Xi Jinping recordou no artigo que o Peru foi um dos primeiros países latino-americanos a estabelecer relações diplomáticas com a China e que os laços bilaterais “têm vindo a avançar a um ritmo constante, especialmente após o estabelecimento da Parceria Estratégica Abrangente em 2013”. Xi sublinhou que a cooperação sino -peruana produziu “resultados frutíferos e benefícios tangíveis para ambos” e apelou ao Peru para “praticar o verdadeiro multilateralismo e promover um mundo multipolar igualitário e ordenado”, bem como uma “globalização económica benéfica e inclusiva”. Oficialmente, a China tem apenas um porto militar além-fronteiras, no Djibuti, no Corno de África. Mas alguns dos seus portos comerciais também são utilizados para reabastecer e carregar navios de guerra, como as instalações em Hambantota, no Sri Lanka. Na última década, o país asiático construiu de raiz ou comprou participações maioritárias numa vasta rede de portos fundamentais para o comércio mundial, desde o Pireu, na Grécia, a Gwadar, no Paquistão. Segundo o grupo de reflexão Council on Foreign Relations, as empresas estatais chinesas detêm já participações em cerca de 100 portos em 64 países, em todos os oceanos e continentes, excepto na Antártida. A própria China alberga oito dos dez maiores portos de contentores do mundo.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping inaugura megaporto no Peru Construído pela China, o porto de Chancay, a norte de Lima, vai ser inaugurado na quinta-feira pelo Presidente chinês, Xi Jinping, ilustrando a importância da infraestrutura nos planos de Pequim para a América Latina. Com o custo de construção estimado em 3,5 mil milhões de dólares, o porto visa servir como centro logístico fundamental na região e um ponto de ligação crucial entre a América do Sul e o Indo-Pacífico. A infraestrutura é de especial interesse para o Brasil, que pode assim obter acesso ao oceano Pacífico. O projecto Rotas de Integração da América do Sul, iniciativa do governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, para ligar o Brasil aos principais centros de comércio e desenvolvimento da região, inclui duas rotas com destino ao porto de Chancay. “Esta integração sul-americana que estamos a planear foi pensada tendo em conta mudanças económicas e estruturais dos últimos 24 anos. No passado, exportávamos mais para a Argentina, Estados Unidos e Europa. Isso mudou: a China é agora o nosso principal parceiro”, justificou o secretário de coordenação institucional do Ministério do Planeamento brasileiro, João Villaverde. Em 2023, as exportações do Brasil para a China superaram os 104 mil milhões de dólares (98 mil milhões de euros), o maior valor de sempre vendido pelo Brasil para um só país. O mercado chinês absorve já 30% das vendas brasileiras para o exterior. Para os Estados Unidos, que veem com apreensão a crescente influência da China na América Latina, o porto é visto como peça fundamental no tabuleiro económico e geopolítico da região. “Esperem até que o porto de Chancay, no Peru, seja ligado ao Brasil. Isso vai servir de alerta para todos”, disse Erik Bethel, antigo representante dos EUA no Banco Mundial, durante uma conferência em Miami sobre segurança no hemisfério ocidental. “Se não estão a acompanhar, procurem no Google. É um grande problema”, vincou. Na última década, o país asiático construiu de raiz ou comprou participações maioritárias numa vasta rede de portos fundamentais para o comércio mundial, desde o Pireu, na Grécia, a Gwadar, no Paquistão. Segundo o grupo de reflexão Council on Foreign Relations, as empresas estatais chinesas detêm participações em cerca de 100 portos em 64 países, em todos os oceanos e continentes, excepto na Antártida. A própria China alberga oito dos dez maiores portos de contentores do mundo. Durante o mesmo período, o país asiático modernizou as forças navais e tem agora a maior marinha do planeta. Com quase 18 metros de profundidade, o terminal de águas profundas do porto de Chancay pode acolher os maiores navios porta-contentores do mundo, capazes de transportar até 24.000 contentores. Segundo a Cosco Shipping Ports, a estatal chinesa que detém 60% do porto, a infraestrutura vai reduzir para já o custo do transporte de e para Peru, Chile, Colômbia e Equador, que vão deixar de ter de utilizar portos no México e nos EUA para o comércio com a Ásia. A instalação “vai permitir à China posicionar-se nesta parte do mundo”, explicou Oscar Vidarte, professor de relações internacionais na Universidade Católica do Peru, citado pela agência de notícias France-Presse. APEC | Xi Jinping no Peru O Presidente chinês, Xi Jinping, partiu ontem para o Peru para participar na cimeira do fórum de Cooperação Económica Ásia – Pacífico (APEC), embora antes faça uma visita às Canárias, onde tem previsto fazer escala. No Peru, Xi vai participar na cimeira da APEC, que representa mais de um terço da população mundial, quase 54% do produto interno bruto (PIB) mundial e 44% do comércio mundial. À margem da cimeira, Xi poderá encontrar-se com o Presidente cessante dos Estados Unidos, Joe Biden, e com os primeiros-ministros do Japão e da Coreia do Sul. Realiza também uma visita de Estado ao Peru, durante a qual vai assinar o protocolo para otimizar o Acordo de Comércio Livre com este país. Depois da APEC, Xi parte para o Rio de Janeiro para participar na 19.ª Cimeira de Líderes do G20, de 17 a 21 deste mês, e efetuar uma visita de Estado ao Brasil. A imprensa chinesa referiu esta semana que a digressão demonstra “a procura de solidariedade da China com o Sul Global” e “as certezas” e estabilidade que Pequim proporciona numa altura em que “o mundo enfrenta desafios complexos, incluindo conflitos geopolíticos, crises económicas e incertezas”.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente Xi Jinping apela à conservação da água O Presidente chinês Xi Jinping incentivou os voluntários ambientais a promoverem a conservação da água e a contribuírem para a modernização da harmonia entre a humanidade e a natureza. Antes do segundo Dia Nacional da Ecologia da China, que se assinala hoje, Xi, também secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China e presidente da Comissão Militar Central, fez as observações numa carta de resposta aos voluntários do reservatório de Danjiangkou, na cidade de Shiyan, Província de Hubei, no centro da China, indica o Diário do Povo. Danjiangkou é a fonte de água para a rota intermediária do Projecto de Transposição de Água Sul-Norte da China. Xi deu instruções importantes quando a primeira fase da rota começou a fornecer água em 2014. Na última década, mais esforços foram canalizados para a protecção da qualidade da água do reservatório, com a participação activa de funcionários e residentes, incluindo voluntários ambientais. Recentemente, os voluntários escreveram a Xi para destacar os seus serviços e expressar a sua firme determinação em proteger a qualidade da água no reservatório. Na carta de resposta, Xi elogiou o esforço dos voluntários, afirmando que a ampla participação pública ajudou a tornar “a água na área do reservatório mais clara, as montanhas mais verdes e o ambiente mais bonito”. Haja harmonia Observando que o projecto de desvio de água tem uma importância estratégica e é crucial para o desenvolvimento a longo prazo e para o bem-estar da população, Xi pediu esforços persistentes para proteger o ambiente ecológico das fontes de água. Xi incentivou os voluntários a motivar mais pessoas a conservarem conscientemente os recursos hídricos e a trabalharem juntos para construir uma China bonita, de modo a aumentar a contribuição para a modernização da harmonia entre a humanidade e a natureza, acrescenta o Diário do Povo. Na carta de resposta, Xi também estendeu também as suas sinceras saudações aos trabalhadores e voluntários da protecção ambiental de todo o país.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping pede ao PCC “fé inabalável” na sua estratégia económica O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu ao Partido Comunista que demonstre “fé e empenho inabaláveis” na sua estratégia, à medida que tenta reorientar o país para a inovação e produção de “alta qualidade” em setores emergentes. As afirmações de Xi foram publicadas pelo principal jornal teórico do Partido Comunista (PCC) numa altura em que decorre em Pequim o terceiro plenário do 20.º Comité Central, o órgão máximo dirigente do país, composto por líderes do governo, exército e de nível provincial. No artigo difundido pelo jornal Qiushi, sob o título “Manter a autoconfiança e a autossuficiência”, Xi apelou aos membros do PCC que demonstrem uma “fé inabalável e um empenhamento na via de desenvolvimento que a China traçou para si própria”. O líder chinês advertiu que não existe uma “solução pronta” ou um “manual de instruções estrangeiro” que possa ser seguido. “As perspectivas de desenvolvimento da China são brilhantes, e nós acreditamos e temos confiança”, vincou. Para os analistas chineses, o actual abrandamento da segunda maior economia mundial é consequência da determinação de Xi de abandonar um modelo de crescimento assente no endividamento. Na última década, a China construiu a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo, cerca de cem aeroportos ou dezenas de cidades de raiz, alargando a classe média em centenas de milhões de pessoas. Mas este modelo gerou um excesso de investimento em todo o tipo de projectos de construção sem capacidade de gerarem retorno. Na visão do líder chinês mais forte das últimas décadas, a China deve agora alcançar um crescimento “genuíno” e converter-se numa potência industrial e tecnológica de nível mundial, com uma economia assente na produção de bens com valor acrescentado e alocação eficiente de recursos. Xi pediu que o país se concentre em objectivos de longo prazo, “em vez de visar apenas riqueza material a curto prazo”. Um artigo difundido pela agência noticiosa oficial Xinhua descreveu Xi como “outro reformador extraordinário do país, depois de Deng Xiaoping”, referindo que os dois líderes “enfrentaram circunstâncias históricas surpreendentemente diferentes”. Alguns dos planos do líder chinês estão a ser cumpridos: a China ultrapassou, em 2023, o Japão como o maior exportador de automóveis do mundo e a transição energética a nível global depende dos painéis solares, turbinas eólicas e baterias produzidas no país.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Xi apela às potências mundiais para que ajudem Rússia e Ucrânia a retomar o diálogo A visita surpresa do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, a Pequim, depois de passagens por Moscovo e Kiev, levou o Presidente Xi Jinping a apelar mais uma vez ao diálogo que possa conduzir a uma solução de paz no conflito que opõe a Rússia à Ucrânia O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou ontem à “criação de condições” para um diálogo directo entre a Ucrânia e a Rússia, durante um encontro em Pequim com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, avançou a imprensa estatal. “Só quando as grandes potências mostrarem energia positiva, em vez de energia negativa, é que poderá surgir, o mais rapidamente possível, uma réstia de esperança para um cessar-fogo neste conflito”, afirmou Xi Jinping, citado pela televisão estatal CCTV. A China e a Hungria “partilham” fundamentalmente as mesmas ideias, acrescentou o líder chinês. Orbán fez ontem uma visita surpresa à China depois de viagens semelhantes na semana passada à Rússia e à Ucrânia para discutir as perspectivas de um acordo de paz na Ucrânia. O líder húngaro elogiou as “iniciativas construtivas e importantes” da China para alcançar a paz e descreveu Pequim como uma força estabilizadora num período de turbulência global, segundo a CCTV. Para além da Rússia e da Ucrânia, o fim da guerra “depende da decisão de três potências mundiais, os Estados Unidos, a União Europeia e a China”, escreveu Orbán numa publicação no Facebook que o mostra a apertar a mão a Xi. Orbán encontrou-se com o líder chinês há apenas dois meses, quando o recebeu na Hungria, no âmbito de uma visita a três países europeus que também incluiu paragens em França e na Sérvia. A Hungria estabeleceu importantes laços políticos e económicos com a China. A nação europeia acolhe uma série de instalações chinesas de baterias para veículos eléctricos e, em Dezembro, anunciou que o gigante chinês do sector automóvel BYD vai abrir a sua primeira fábrica europeia de produção de carros eléctricos no sul do país. “Missão de paz 3.0” é a legenda da fotografia de Orbán publicada ontem na rede social X, que o retracta depois de ter saído do avião em Pequim. Foi recebido pela vice-ministra chinesa dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, e por outros funcionários. A sua visita não anunciada vem na sequência de viagens semelhantes realizadas na semana passada a Moscovo e a Kiev, onde propôs que a Ucrânia considerasse a possibilidade de chegar a um cessar-fogo imediato com a Rússia. A sua visita a Moscovo suscitou a condenação de Kiev e dos líderes europeus. “O número de países que podem falar com os dois lados em conflito está a diminuir”, disse Orbán. “A Hungria está a tornar-se lentamente o único país da Europa que pode falar com todos”, argumentou. Amizade desaprovada A Hungria assumiu a presidência rotativa da União Europeia no início de Julho e o Presidente russo, Vladimir Putin, sugeriu que Orbán tinha ido a Moscovo como um dos principais representantes do Conselho Europeu. Vários altos funcionários europeus rejeitaram essa sugestão e disseram que Orbán não tinha mandato para nada para além de uma discussão sobre relações bilaterais. Orbán apelou a um “cessar-fogo”, contrariando as posições dos ucranianos e dos seus aliados europeus. O líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, rejeitou esta ideia, considerando que Moscovo a utilizaria para reforçar a sua posição. O plano ucraniano exige a retirada total das tropas russas do país, incluindo da península da Crimeia anexada por Moscovo em 2014, e o pagamento dos danos causados desde a invasão em Fevereiro de 2022. A Ucrânia precisa crucialmente da ajuda do Ocidente para resistir à Rússia. O primeiro-ministro húngaro destaca-se pela sua oposição a esta ajuda. No início do ano, vetou um pacote de 50 mil milhões de euros da UE, que acabou por ser aprovado com algum atraso.
Hoje Macau China / ÁsiaSegurança | Xi apela à unidade contra “interferência externa” O apelo de Xi Jinping surgiu durante a cimeira da 24.ª cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, que junta na capital do Cazaquistão líderes de países como a China, Índia, Irão, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão, e ainda a Bielorrússia que se juntou ontem ao grupo O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou ontem à unidade contra a “interferência externa” num discurso na 24.ª cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), na capital do Cazaquistão, Astana. Xi Jinping sublinhou a necessidade de “reforçar a unidade” entre os membros da SCO para “resistir à interferência externa, apoiarem-se mutuamente e resolverem as preocupações uns dos outros”, de acordo com a televisão estatal CCTV. Sublinhou a importância de “resolver pacificamente as diferenças internas e de trabalhar em conjunto para ultrapassar os desafios da cooperação”, apelando ao mesmo tempo a que se “mantenha firmemente o destino e o desenvolvimento pacífico da região” nas “próprias mãos”. Apelou também a uma “acção conjunta para proteger os interesses comuns” e a “uma abordagem de resolução de problemas baseada na convergência e na superação das diferenças”. O líder chinês considerou que a organização “está firmemente do lado certo da História e defende a equidade e a justiça”, o que é “crucial para o cenário internacional como um todo” numa altura em que o mundo se encontra numa “encruzilhada histórica”. Xi Jinping apelou à resolução dos “complexos desafios em matéria de segurança através do diálogo e da parceria” e à “resposta aos profundos ajustamentos na ordem internacional com uma mentalidade cooperativa”. Laços cultivados A SCO, um organismo criado para colaborar na segurança regional ou na luta contra o terrorismo, o separatismo étnico e o extremismo religioso, é composta pela China, Índia, Irão, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão, a que se juntou ontem a Bielorrússia. Após a cimeira, a China assumirá a presidência da SCO até 2025 com o objectivo de “contribuir para a paz duradoura e a prosperidade comum no mundo” e “beneficiar a região”, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. No âmbito deste evento, Xi teve uma reunião na passada quarta-feira com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, na qual apelou a “continuar a cultivar o valor único” dos laços entre Moscovo e Pequim “face à constante mudança da situação internacional e do ambiente externo”. Putin sublinhou que “as relações entre Rússia e China, de ampla parceria e interacção estratégica, estão a atravessar o melhor período da sua história”.
Hoje Macau China / ÁsiaCazaquistão | Presidente Xi e Putin voltam a reunir-se O fórum da Organização de Cooperação de Xangai, a decorrer esta semana em Astana, volta a juntar os dois presidentes. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, de visita à Ásia Central, também marcará presença na reunião Os Presidentes da China e da Rússia vão reunir-se na quinta-feira, pela segunda vez em poucos meses, no Cazaquistão, à margem de uma cimeira sobre segurança criada para contrariar as alianças ocidentais. Os dois líderes participam esta semana no fórum de líderes dos países-membros da Organização de Cooperação de Xangai, na capital do Cazaquistão, Astana. Xi Jinping e Vladimir Putin reuniram-se pela última vez em Maio, quando o líder do Kremlin visitou Pequim para sublinhar a estreita parceria, que se opõe à ordem democrática liderada pelos Estados Unidos e procura promover um mundo “multipolar”. “Os nossos líderes reunir-se-ão durante uma cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, em Astana, em Julho”, disse o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, em Maio, numa reunião com o homólogo chinês, Wang Yi. Wang disse então a Lavrov que China e Rússia devem reforçar o apoio mútuo e aumentar os esforços conjuntos para garantir a estabilidade na região que partilham. “As duas partes devem preparar-se para um compromisso bilateral ao longo do ano, continuar a aumentar o apoio mútuo, estabilizar os fundamentos da cooperação e manter a segurança e a estabilidade na vizinhança comum sino-russa”, afirmou Wang, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. A Organização de Cooperação de Xangai foi criada em 2001 pela China e pela Rússia para debater as questões de segurança na Ásia Central e em toda a região. Os outros países-membros são Irão, Índia, Paquistão, Cazaquistão, Quirguizistão, Tajiquistão e Uzbequistão. Os Estados observadores e parceiros de diálogo incluem a Turquia, a Arábia Saudita e o Egipto. O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, estará também presente porque o país está prestes a tornar-se membro. Também estará presente o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, que se encontra em visita à Ásia Central. Laços de ferro Putin quer mostrar que a Rússia não está isolada por causa das sanções ocidentais decorrentes da invasão da Ucrânia em 2022. O Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de captura contra Putin por crimes de guerra, acusando-o de responsabilidade pessoal pelo rapto de crianças da Ucrânia. O Cazaquistão não faz parte do Estatuto de Roma, pelo que não é obrigado a proceder à detenção. Para Putin, a reunião tem a ver com “prestígio e com a óptica simbólica de que não está sozinho”, disse Alexander Gabuev, director do Centro Carnegie Rússia-Eurásia. A reunião é mais uma oportunidade para Putin e Xi demonstrarem os fortes laços pessoais da “parceria estratégica”, numa altura em que ambos enfrentam tensões crescentes com o Ocidente. Os dois líderes já se encontraram mais de 40 vezes. A China é o principal aliado diplomático da Rússia e um dos principais mercados para o petróleo e gás russos. Moscovo depende de Pequim como principal fonte de importações de alta tecnologia para manter a máquina militar em funcionamento. A Organização de Cooperação de Xangai ajuda a China a projectar influência, especialmente na Ásia Central e no Sul Global. Na semana passada, Xi apelou para a criação de “pontes de comunicação” entre os países e pretende continuar a promover a China como uma alternativa aos EUA e aliados. A luta contra o terrorismo é uma das principais prioridades da organização. Este ano, a Rússia sofreu dois ataques terroristas, com mais de 145 pessoas mortas por homens armados numa sala de concertos em Moscovo, em Março, e pelo menos 21 pessoas mortas em ataques contra a polícia e casas de culto no Daguestão, em Junho.
Hoje Macau China / ÁsiaÁsia Central | Presidente chinês em visita oficial em Julho O Presidente chinês, Xi Jinping, faz visitas oficiais ao Cazaquistão e Tajiquistão no início de Julho, informou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Num comunicado citado pela agência de notícias EFE, o Ministério dos Negócios Estrangeiros refere que Xi Jinping realiza esta visita a convite de seu homólogo cazaque, Kassym-Jomart Tokayev. A viagem decorre entre os dias 2 e 6 de Julho e conta com a presença do líder chinês na 24.ª Cimeira do conselho de chefes de Estado da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), organismo criado em 2001 e composto por vários países asiáticos para a colaboração na segurança regional e na luta contra o terrorismo separatismo étnico e extremismo religioso. Como parte integrante desta viagem, o Presidente chinês também realiza uma visita de Estado ao Tajiquistão. Pequim intensificou recentemente os esforços diplomáticos na Ásia Central, com o Presidente chinês a apelar ao aprofundamento dos laços económicos numa cúpula organizada pela China em Maio do ano passado, com a presença de líderes de vários países da região. As visitas de Estado são a convite do Presidente cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, e do Presidente tadjique, Emomali Rakhmon, acrescenta o comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Xi enfatiza importância da China na construção da paz mundial Xi Jinping discursou por ocasião do 70.º aniversário dos chamados “Cinco Princípios da Coexistência Pacífica” O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou na passada sexta-feira que, “a cada minuto que o poder da China cresce, aumenta a esperança na paz mundial”, reafirmando o compromisso do país com o “desenvolvimento pacífico”. O líder chinês afirmou que a China “não seguirá o velho caminho da pilhagem colonial ou o caminho tortuoso da hegemonia quando o país é forte”, mas “seguirá o caminho correcto do desenvolvimento pacífico”. “Em matéria de paz e segurança, a China tem o melhor historial de todas as grandes potências”, afirmou Xi, acrescentando que o país “tem-se esforçado por explorar as suas próprias vias para resolver questões mais prementes”. Citando a crise na Ucrânia, o conflito israelo-palestiniano, as questões relacionadas com a península coreana, o Irão, o Myanmar e o Afeganistão, Xi assegurou que a China “tem desempenhado um papel construtivo”. O Presidente chinês sublinhou o “multilateralismo genuíno”, que consiste na “elaboração e salvaguarda das regras internacionais por todos os países” e defendeu que “os assuntos mundiais devem ser tratados por todos os países através de consultas”, sem permitir que “quem tem o braço mais forte” se imponha. “A China defende que todos os países, independentemente da sua dimensão, força ou fraqueza, ricos ou pobres, são membros iguais da comunidade internacional; que devem partilhar interesses, direitos e responsabilidades nos assuntos internacionais; e que devem dar as mãos para enfrentar os desafios e alcançar a prosperidade comum”, afirmou o Presidente chinês. Xi apelou também à “unidade e cooperação internacional para enfrentar os desafios globais” e reiterou “o empenho da China no desenvolvimento pacífico e na cooperação amigável com todas as nações”. Para tudo e todos O Presidente chinês fez as declarações durante um discurso em Pequim para assinalar o 70.º aniversário dos chamados “Cinco Princípios da Coexistência Pacífica”, os princípios oficiais da diplomacia chinesa, que incluem o respeito mútuo pela soberania e integridade territorial, a não agressão, a não ingerência nos assuntos internos, a cooperação e a coexistência pacífica. O objectivo destes princípios é “proteger os interesses e as aspirações dos países pequenos e fracos num ambiente de política de poder”, de acordo com Xi, que acrescentou que são “claramente anti-imperialistas, anti-coloniais e anti-hegemónicos, abandonando a lei da selva do militarismo e da intimidação dos fracos pelos fortes e estabelecendo uma base ideológica importante para a promoção da ordem internacional numa direcção mais justa”. Desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, Pequim tem mantido uma posição ambígua, apelando ao respeito pelo direito à integridade territorial de todas as partes, em referência à Ucrânia, e às “legítimas preocupações de segurança” de todos os países, em referência à Rússia. Pequim também reiterou o seu apoio à “solução dos dois Estados” na Palestina e a sua “consternação” pelos ataques israelitas a civis em Gaza. Funcionários chineses realizaram várias reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou para tentar fazer avançar as negociações de paz.
Hoje Macau China / ÁsiaELP | Xi Jinping pede “lealdade absoluta” e fim da corrupção O líder chinês discursou numa conferência em Yanan para lembrar aos comandantes do exército o dever de lealdade ao Partido e a missão de acabar com a corrupção O Presidente chinês, Xi Jinping, exigiu ontem ao Exército de Libertação Popular (ELP), as Forças Armadas da China, “lealdade absoluta” ao Partido Comunista e sublinhou que “não pode haver lugar para a corrupção”. Xi, também Presidente da poderosa Comissão Militar Central (CMC), dirigiu-se aos comandantes do exército durante uma conferência em Yanan, na província de Shaanxi, no noroeste do país, informou a imprensa local. “Temos de deixar claro que as armas devem estar sempre nas mãos daqueles que são leais ao Partido, em quem se pode confiar. E temos de deixar claro que não há lugar para quaisquer elementos corruptos no exército”, disse Xi, citado pela agência de notícias oficial Xinhua. As declarações surgem meses após a demissão de nove generais, na sequência do afastamento do ministro da defesa Li Shangfu, alegadamente envolvido num caso de corrupção em grande escala, e antes da terceira sessão plenária do Comité Central do PCC, em Julho, quando deverão ser reveladas as prioridades económicas do país para os próximos anos. Xi sublinhou no seu discurso, segundo a Xinhua, que o ELP “não deve esquecer o espírito revolucionário dos fundadores do Partido” e deve estar preparado para enfrentar “um mundo instável e em mudança”. “Estamos a enfrentar mudanças complexas e profundas no mundo, no nosso país, no Partido e no exército”, disse, acrescentando que o ELP tem de estar “preparado para lutar e vencer”, pelo que tem de fazer “um exame minucioso”. “Os quadros [do ELP] a todos os níveis, mas os quadros superiores em particular, devem dar um passo em frente, ousar enfrentar as suas próprias falhas e defeitos”, disse Xi. Isto inclui “eliminar quaisquer elementos que encorajem a corrupção”, acrescentou, apelando a mais “mecanismos de controlo e supervisão”. Limpeza do sistema O PCC puniu 610.000 funcionários no ano passado, um número recorde que sustenta a persistente campanha anticorrupção de Xi, que consolidou o seu poder à frente do país durante o 20.º Congresso do Partido Comunista, em 2022. No ano passado, Xi apelou a “um redobramento” da luta contra a corrupção, que disse ter obtido “uma vitória esmagadora”, embora tenha previsto mais punições porque “a situação ainda é grave”. A actual campanha visa sectores tão diversos como as finanças, o tabaco e os produtos farmacêuticos, enquanto críticos dizem que visa também afastar rivais políticos de Xi.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | Xi pede conferência de paz “credível e eficaz” O Presidente chinês discursou no Fórum de Cooperação China-Estados Árabes, que juntou em Pequim líderes do Egipto, dos EAU, do Bahrein, e da Tunísia O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu ontem uma conferência internacional de paz “credível e eficaz” para resolver o conflito israelo-palestiniano e reiterou o apoio à criação do Estado da Palestina. “A justiça não pode estar sempre ausente e a solução de dois Estados não pode ser arbitrariamente contornada”, disse Xi, que defende a coexistência pacífica de Israel e da Palestina. Num discurso no Fórum de Cooperação China-Estados Árabes, em Pequim, citado pela agência espanhola Europa Press, Xi prometeu 500 milhões de yuan de ajuda humanitária a Gaza. Prometeu também doar três milhões de dólares à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA). A agência, criticada pelas autoridades israelitas, presta assistência e socorro aos refugiados da guerra entre Israel e o Hamas. A China há muito que apoia os palestinianos e denuncia Israel pelos colonatos nos territórios ocupados, embora mantenha laços económicos crescentes com o Estado israelita. Xi defendeu o reforço das relações bilaterais com os países árabes, porque a guerra “não pode durar indefinidamente”. “O Médio Oriente tem grandes perspectivas de desenvolvimento”, afirmou o Presidente da República Popular China aos líderes da Tunísia, Egipto, Bahrein e Emirados Árabes Unidos (EAU) presentes no fórum. Xi disse também que a China vai impulsionar a cooperação estratégica com os países árabes em domínios como o da energia e apelou para a celebração de acordos regionais de comércio livre. “Estamos dispostos a construir estas relações de forma a manter a paz e a estabilidade a nível global”, afirmou, segundo a agência noticiosa chinesa Xinhua. Xi anunciou ainda que a China vai acolher a segunda cimeira China-Árabe, que descreveu como uma “pedra angular” das relações bilaterais, em 2026. Participam no fórum os líderes do Egipto, Abdel Fattah al-Sisi, dos EAU, Mohamed bin Zayed al Nahyan, do Bahrein, Hamad bin Salman Al Khalifa, e da Tunísia, Kais Saied. Posição elogiada O Presidente egípcio, que discursou na cerimónia de abertura, elogiou a China por apoiar um cessar-fogo imediato em Gaza e a criação de um Estado palestiniano independente. “Apelo a todos os actores activos da comunidade internacional para que assumam as suas responsabilidades morais e legais para pôr termo à ultrajante guerra israelita”, afirmou al-Sissi, citado pela agência norte-americana AP. Pediu também “medidas imediatas e decisivas” para a entrega de ajuda humanitária em Gaza, “a fim de romper o cerco israelita e contrariar quaisquer tentativas de deslocar à força os palestinianos das suas terras”. A ofensiva israelita em curso na Faixa de Gaza já causou mais de 36.000 mortos, segundo o governo do Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007.
Hoje Macau China / ÁsiaUganda-Tanzânia | Vinte ONG pedem a Pequim que retire apoio ao macro-pipeline Quase uma vintena de organizações não-governamentais (ONG) pediram no sábado ao Presidente chinês, Xi Jinping, que retire o apoio à polémica construção de um macrogasoduto entre o Uganda e Tanzânia, devido aos riscos ambientais e socioeconómicos do projecto. A construção do Oleoduto de Petróleo Bruto da África Oriental (EACOP), que será o oleoduto de petróleo bruto aquecido mais longo do mundo, obteve o apoio de Xi, disse o Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, em Abril passado. No entanto, num comunicado enviado à agência noticiosa espanhola EFE, as 19 ONG ugandesas e tanzanianas sustentam que o EACOP “ameaça a segurança e os meios de subsistência de milhões de pessoas e, através da sua inevitável exacerbação da crise climática, representa um risco significativo para a segurança e estabilidade de toda a região e do mundo”. As organizações denunciaram que muitas comunidades “foram deslocadas à força das suas terras ancestrais e receberam compensações injustas que não reflectem o valor real do que perderam”. “Por sua vez, as comunidades sofreram um aumento dos níveis de insegurança alimentar e não puderam aceder a serviços básicos como a educação e os cuidados de saúde”, afirmaram as ONG, que temem igualmente o risco de derrames de petróleo e de danos ambientais duradouros, incluindo em importantes fontes de água e zonas húmidas. “Apelamos respeitosamente ao Presidente Xi para que reconsidere o seu apoio ao projecto” e aos projectos de exploração petrolífera envolvendo empresas chinesas, sublinham as ONG.
Hoje Macau China / ÁsiaPutin agradece, Xi cita Carta da ONU O Presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu ontem a Xi Jinping as iniciativas da China para resolver o conflito na Ucrânia, num encontro em Pequim, no qual o líder chinês disse esperar que a Europa regresse à paz. Putin garantiu que vai informar Xi em pormenor sobre a “situação na Ucrânia” e afirmou que o seu país “está grato pela iniciativa dos colegas e amigos chineses para resolver a situação”. “A China espera que a Europa regresse rapidamente à paz e à estabilidade e vai continuar a desempenhar um papel construtivo nesse sentido”, apontou Xi. O primeiro ponto do plano chinês destacou a importância de “respeitar a soberania de todos os países”, numa referência à Ucrânia. “O Direito internacional, universalmente reconhecido, incluindo os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, deve ser rigorosamente observado”, lê-se na proposta. Mas o Governo chinês apelou ainda ao fim da “mentalidade da Guerra Fria” – um termo frequentemente usado por Pequim para criticar a política externa dos Estados Unidos. “A segurança de uma região não deve ser alcançada através do fortalecimento ou expansão de blocos militares”, lê-se, numa crítica implícita ao alargamento da NATO. “Os legítimos interesses e preocupações de segurança de todos os países devem ser levados a sério e tratados adequadamente”. Xi afirmou que os dois países estão a aprofundar as suas relações como “bons vizinhos, bons amigos, bons parceiros”, ecoando o seu compromisso com a amizade “sem limites” que proclamaram em 2022, pouco antes de a Rússia lançar a invasão. Pequim é agora o maior mercado para o petróleo e gás russos e uma importante fonte de importações, que incluem bens de dupla utilização civil e militar, que mantêm a máquina militar russa operacional, apesar de a China ter banido a venda de armamento ao país vizinho. Abertos a negociações Citado pela agência noticiosa estatal russa RIA-Novosti, Putin afirmou que as relações Rússia – China “não são dirigidas contra ninguém”. “A nossa cooperação nos assuntos mundiais é hoje um dos principais factores de estabilização do cenário internacional”, realçou. Na véspera da visita, Putin afirmou, numa entrevista à imprensa oficial chinesa, que o Kremlin quer negociar uma solução para o conflito na Ucrânia. “Estamos abertos a um diálogo sobre a Ucrânia, mas essas negociações devem ter em conta os interesses de todos os países envolvidos no conflito”, afirmou. A deslocação do líder russo ocorre numa altura em que as forças do seu país têm vindo a intensificar uma ofensiva na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, que teve início na semana passada, na incursão fronteiriça mais significativa desde o início da invasão em grande escala. Juntamente com os esforços de Moscovo para aproveitar os seus ganhos na região vizinha de Donetsk, a guerra de dois anos entrou numa fase crítica para as forças armadas ucranianas, que aguardam novos fornecimentos de mísseis antiaéreos e cartuchos de artilharia dos Estados Unidos. “Estamos a procurar uma solução abrangente, sustentável e justa para este conflito”, afirmou Putin, citado pela Xinhua.
Hoje Macau China / ÁsiaViagem | Xi Jinping deixa Budapeste e termina périplo de 5 dias pela Europa O périplo europeu de Xi que começou em Paris, onde se encontrou com Macron, terminou este fim-de-semana na capital da Hungria, após uma passagem pela Sérvia O Presidente chinês Xi Jinping deixou Budapeste na passada sexta-feira, onde completou a sua primeira viagem à Europa desde 2019 que durou cinco dias e que incluiu paragens em França e na Sérvia. O avião oficial do líder chinês descolou desde o aeroporto da capital húngara, segundo imagens transmitidas pela televisão estatal M1. Xi Jinping chegou a Paris no domingo, onde foi recebido com pompa e manteve um diálogo com o Presidente francês Emmanuel Macron sobre disputas comerciais e até sobre os laços Pequim-Moscovo, vistos com apreensão pelos ocidentais, num contexto de guerra na Ucrânia. Situação diferente foram as viagens a Belgrado e Budapeste, países amigos de Pequim e que permanecem próximos de Moscovo. Na Sérvia, candidata à União Europeia (UE), as duas nações assinaram um acordo para construir um “futuro partilhado”. Já na Hungria, a capital foi colocada sob alta segurança e os meios de comunicação social foram completamente mantidos afastados dos acontecimentos. O programa da visita nem sequer foi divulgado, noticiou a agência France-Presse (AFP). Xi Jinping manteve inúmeras conversas com o primeiro-ministro Viktor Orban, um nacionalista habituado a impasses com Bruxelas. Em referência às relações diplomáticas “no seu auge” em 75 anos de história, o líder chinês anunciou o reforço da já florescente “parceria estratégica” com o país da Europa Central. Negócios garantidos Xi Jinping apelou à Hungria, que presidirá a UE no segundo semestre do ano, a desempenhar “um papel mais importante” no desenvolvimento da cooperação entre a China e o bloco comunitário. No total, foram divulgados 18 acordos comerciais, desde ligações ferroviárias ao sector nuclear, além de fábricas de baterias e carros eléctricos que vão surgir por todo o solo húngaro. Xi Jinping e Viktor Orban visitaram no sábado a sede da petrolífera MOL, localizada num arranha-céus de 143 metros.