João Luz Manchete SociedadeTrânsito | Conselheiros sugerem retorno de plataformas como Uber A questão das plataformas online de táxis, como a Uber e a DiDi, voltou a ser discutida no Conselho Consultivo de Serviços Comunitários, com membros a pedir o seu regresso para colmatar a falta de táxis em Macau. Além do aumento da oferta de transportes, a conveniência foi outra vantagem enumerada pelos conselheiros O retorno das plataformas online de táxis, como a Uber e DiDi, voltou a estar em destaque na reunião de quarta-feira do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Norte. Cinco anos depois do fim da licença concedida pelo Governo que permitia a estas plataformas operar em Macau, após um historial cheio de avanços e recuos ao longo dos anos, o vogal Au Weng Hei argumentou pela legalização destes serviços online de táxis. O responsável afirmou que as dificuldades em apanhar um táxi em Macau tornaram-se insuportáveis, em especial durante feriados e fins-de-semana, com longas filas a formarem-se nos pontos para apanhar táxis, nos vários postos fronteiriços e nos locais de maior fluxo de turistas. “As plataformas online para reservar e chamar táxis são legais há muito tempo no estrangeiro e no Interior da China, gozando de grande popularidade. Em Macau, uma reputada plataforma online de táxis foi lançada há uns anos, mas as autoridades ilegalizaram as suas operações e baniram o serviço. Recomendo que o Governo promova a legalização das plataformas online de táxi para resolver as dificuldades em apanhar um táxi”, afirmou Au Weng Hei. Ponto de encontro Por sua vez, o membro do conselho Lei Chong In sugeriu que seja o Governo a desenvolver uma aplicação para telemóvel para gerir serviços de táxis. O responsável gostaria de ver disponível em Macau uma aplicação que reunisse informação sobre o número de táxis livres em circulação e a sua localização. A aplicação também poderia servir para os passageiros chamarem táxis, poupando tempo e combustível aos motoristas que conduzem aleatoriamente pelas ruas à procura de clientes, assim como a incerteza dos passageiros que esperam fora de paragens por um táxi. No Verão de 2016, a Uber deixou Macau, após ter acumulado o equivalente a mais de 8,8 milhões de patacas em multas desde que começou a operar no território em Outubro de 2015. A decisão do Governo levou a uma batalha legal nos tribunais e à reivindicação social. Após a recusa do Governo em atribuir licenças de táxis à empresa, os tribunais da RAEM rejeitaram um pedido de suspensão de quase mil multas, cujo valor total pode atingir mais de 23 milhões de patacas. A saída da Uber de Macau, depois de ter alegadamente contratado mais de 2.000 condutores a tempo inteiro e parcial, chegou a motivar uma manifestação de protestos na praça do Tap Seac que reuniu entre duas a três centenas de pessoas no dia 4 de Setembro de 2016. Além disso, foi criada uma petição online contra a saída da empresa do mercado de Macau.
André Namora Ai Portugal VozesEnxame de TVDE tem tráfico humano O que é TVDE? É o Transporte Individual e Remunerado de Passageiros em Veículos Descaracterizados a partir de Plataforma Electrónica. Em Portugal qualquer dia não existem táxis porque o enxame de TVDE é infindável. As plataformas principais que se instalaram no nosso país são a Uber, Bolt, Cabify e Taxify. Apresentamos hoje aos queridos leitores de Macau um dos casos mais graves existentes na sociedade portuguesa, especialmente em Lisboa. Para se poder ser motorista de um veículo TVDE tem de se possuir a carta de condução portuguesa há, pelo menos, três anos, realizar um curso totalmente em português e efectuar um exame final escrito em português. Acontece que os veículos TVDE de há uns meses a esta parte começaram a ser conduzidos por indivíduos do Paquistão, Bangladesh, Nepal e outros países, chegados a Portugal há dias ou há semanas, e de imediato começaram a guiar os TVDE. Como é isso possível? Não sabem falar português, a maioria fala mal o inglês, não têm carta de condução portuguesa, muito menos há três anos como exige a lei para ser-se motorista dos TVDE, não realizaram qualquer curso para obterem a licença de conduzir TVDE e muito menos conhecem a capital lisboeta, mesmo usando o GPS. Há veículos TVDE que chegam a ser conduzidos por 10 indivíduos numa semana, mudando a fotografia da licença TVDE que pertence a um indivíduo estrangeiro que obteve a referida licença para conduzir TVDE. As nossas fontes confirmaram que estamos perante diferentes mafias pertencentes aos referidos países que exercem tráfico humano desses motoristas TVDE que já são às centenas e que chegam a Portugal todos os meses. O crime de tráfico humano está à vista de todos. Estes “motoristas” de TVDE não recebem qualquer salário nos primeiros meses para que fique pago à mafia correspondente a sua vinda para Portugal. Esses motoristas têm causado a maior diversidade de problemas aos clientes das plataformas. O que esperam as autoridades portuguesas para terminar com esta situação assombrosa e perigosa? O que esperam a Uber, Bolt, Cadify e Taxify para terminarem imediatamente que estes indivíduos sem carta de condução portuguesa e sem licenciamento TVDE? Impõe-se uma tomada de posição imediata, porque os veículos TVDE estão a efectuar serviço durante a noite e as queixas de incompetência, abuso e inoperância sucedem-se todas as semanas. Outros, mal chegam a Portugal, começam a conduzir motos e trotinetas realizando o serviço de entregas ao domicílio oriundas dos mais diversos restaurantes, nomeadamente, de pizas e hamburgueres. Até hoje, nenhum órgão de comunicação social português abordou este assunto de gravidade extrema e de lucros incalculáveis para os gangues que controlam toda esta actividade exercida pelos novos imigrantes.
Hoje Macau China / ÁsiaChinesa Didi Global sobe 16% na sua estreia na bolsa dos EUA A chinesa Didi Global, plataforma de mobilidade concorrente da Uber, subiu quarta-feira 16% na sua estreia na bolsa norte-americana, arrecadando 4,4 mil milhões de dólares na oferta pública inicial (IPO). Do valor arrecadado, 30% destina-se a desenvolvimento de tecnologia e outros 30% para expandir o negócio fora da China e os restantes 20% em novos produtos. Este é o segundo maior IPO de uma empresa chinesa nos Estados Unidos, depois do grupo Alibaba, que fez a sua estreia em 2014, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A entrada da Didi no mercado bolsista norte-americano acontece um dia depois da tecnológica ter anunciado perdas de 5,5 mil milhões de dólares nos últimos três anos, embora tenha sublinhado o seu alcance global e os investimentos no desenvolvimento de veículos eléctricos e autónomos. A tecnológica chinesa opera em 16 países, embora 90% dos seus 493 milhões de clientes que usaram o seu serviço pelo menos uma vez no ano passado estejam na China. Fundada em 2012 por Will Wei Cheng, um veterano de gigante de comércio eletrónico Alibaba, a Didi pretende tornar-se a “maior plataforma de transporte do mundo” e operadora de redes de veículos. “Aspiramos em tornar verdadeiramente numa empresa de tecnologia global”, disse Cheng e a presidente Jean Qing Liu no prospecto. Liu é antiga diretora-geral da Goldman Sachs e filha de Liu Chuanzhi, fundador da fabricante de computadores Lenovo. A tecnológica Didi comprou a sua rival Kuaidi em 2016 e a operação na China da Uber Technologies no ano sentido, terminando uma batalha em que a empresa norte-americana disse que estava a perder mil milhões de dólares por ano.
Hoje Macau China / ÁsiaCrime | ‘Uber chinês’ inclui dispositivo para chamar polícia [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]empresa de transporte privado chinesa Didi, equivalente à Uber, incluirá um “botão de pânico” na aplicação para contactar directamente com a polícia, uma medida que surge após o assassínio de duas passageiras no espaço de três meses O Didi anunciou ainda, em comunicado, que vai suspender os seus serviços nocturnos, durante uma semana, entre 8 e 15 de Setembro, visando incorporar as novas medidas de segurança. Outra das novidades da actualização será a possibilidade de realizar gravações áudio durante o trajecto. A firma prometeu ainda reforçar a verificação do antecedente criminal dos condutores. A segurança da plataforma tem sido questionada pelas autoridades, depois da segunda morte, no espaço de três meses. Há duas semanas, uma mulher de 20 anos foi violada e assassinada pelo condutor, durante uma viagem num carro privado, solicitado através do Didi, no leste da China. Em Maio passado, um caso semelhante resultou no homicídio de uma hospedeira de bordo chinesa, de 21 anos, em Zhengzhou, centro do país. Caixa de Pandora Vários casos de agressões sexuais a passageiras, por parte de condutores da aplicação de transporte, e que resultaram em processos judiciais, foram entretanto revelados pela imprensa chinesa. O Governo chinês exigiu à empresa que entregue um plano aos reguladores, visando rectificar os lapsos de segurança da plataforma. Considerada uma das “start-ups” mais bem-sucedidas da China, a empresa adoptou uma estratégia de expansão internacional este ano, incluindo a aquisição de parte da brasileira 99Taxis, em Janeiro passado. No final de 2017, o Didi estava avaliado em 56 mil milhões de dólares (48.170 milhões de euros).
Hoje Macau China / ÁsiaCrime | Revelados casos de agressão sexual por condutores do Uber chinês [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m jornal de Hong Kong relatou ontem vários casos de agressões sexuais a passageiras por parte de condutores da aplicação de transporte privado chinesa Didi, depois de o assassinato de uma mulher de 20 anos. O South China Morning Post escreve que recolheu pelo menos uma dezena de casos de agressão sexual envolvendo motoristas, ocorridos nos últimos três anos e meio, e que resultaram em punições judiciais. A segurança do Didi, plataforma equivalente à Uber, tem sido questionada pelas autoridades, depois da segunda morte, no espaço de três meses. Na semana passada, uma mulher de 20 anos foi violada e assassinada pelo condutor, durante uma viagem num carro privado, solicitado através do Didi, na cidade de Wenzhou, leste da China. Em Maio passado, um caso semelhante resultou no assassinato de uma hospedeira de bordo chinesa, de 21 anos, em Zhengzhou, centro da China. Na rede social Weibo, o Twitter chinês, o fundador e director executivo do Didi, Liu Qing, assegurou na quarta-feira que a empresa dará prioridade à segurança dos passageiros, em detrimento dos lucros e expansão do grupo. As autoridades chinesas deram à empresa uma semana para apresentar um plano aos reguladores, que rectifique os lapsos segurança da plataforma, segundo um comunicado do ministério chinês dos Transportes.
Hoje Macau China / Ásia‘Uber chinesa’ | Pequim exige rectificação integral após assassinato de passageira O Governo chinês exigiu à aplicação de transporte privado Didi, equivalente à Uber, que rectifique os seus padrões de funcionamento para garantir a segurança, após mais uma passageira ter sido assassinada, informou ontem a agência Xinhua [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]ministério dos Transportes e o ministério da Segurança Pública reuniram, este domingo, com executivos da empresa, e exigiram uma “rectificação integral” da mesma, após o segundo homicídio num espaço de três meses. A polícia informou, na semana passada, que uma mulher de 20 anos desapareceu, durante uma viagem num carro privado, solicitado através do Didi, na cidade de Wenzhou, leste da China. A mulher ainda enviou uma mensagem a amigos a pedir ajuda, mas acabou por ser violada e assassinada pelo condutor do veículo, que foi depois detido pela polícia e confessou a autoria dos crimes. A empresa assegura que o condutor não tinha antecedentes penais, mas usava uma matrícula falsa quando cometeu o crime. Em Maio passado, um caso semelhante resultou no assassinato de uma hospedeira de bordo chinesa, de 21 anos, em Zhengzhou, centro da China. Já em 2016, uma mulher de 24 anos foi assaltada e morta por um motorista registado no Didi. Neste caso, o homem utilizou a sua carta de condução e bilhete de identidade para se registar na plataforma, mas utilizava também uma matrícula falsa no automóvel. Solidez dos milhões Os incidentes “revelam grandes lacunas administrativas e riscos para a segurança no Didi”, afirmou um funcionário do ministério chinês dos Transportes, apontando que a irresponsabilidade da empresa ameaça “seriamente” a segurança, direitos e interesses dos passageiros, e causa um impacto social negativo. A empresa, líder nos serviços de transporte privado na China, permite ainda chamar táxis convencionais, conseguindo acabar com os protestos dos taxistas chineses, face ao receio de concorrência desleal. Considerada uma das “start-ups” mais bem-sucedidas da China, a empresa adoptou uma estratégia de expansão internacional este ano, incluindo a aquisição de parte da brasileira 99Taxis, em Janeiro passado. No final de 2017, o Didi estava avaliado em 56.000 milhões de dólares.
Hoje Macau InternacionalUber | Lisboa vai ter Centro de Excelência para a Europa [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Uber escolheu a capital portuguesa para instalar o seu Centro de Excelência para a Europa, anunciou ontem a empresa, afirmando que o investimento vai criar cerca de 250 empregos até ao próximo ano. O Centro de Excelência vai ser “a principal fonte de conhecimento de utilizadores e motoristas em toda a região europeia”, o que vai permitir que a plataforma de transporte de passageiros continue a “melhorar os seus serviços, políticas e processos internos”, testando e lançando inovações, refere o comunicado da empresa. Em Lisboa, vai ser prestado “apoio multilingue às operações da Uber na Europa, em países como Espanha, França e Portugal”. A localização provisória do novo centro será nas Avenidas Novas, em Lisboa, e a sua abertura está prevista para “breve”, disse fonte oficial da empresa. Em 2018, o Centro de Excelência irá mudar-se para as suas instalações definitivas. Os novos 250 empregos que a empresa vai proporcionar são “nas áreas de toda a operação que a Uber pratica nos restantes países europeus”, tais como motoristas, inteligência de dados interface e utilizadores, para o negócio da empresa em geral e, também, para o novo centro referiu fonte oficial. O novo espaço vai servir utilizadores, motoristas e restaurantes parceiros no serviço de entrega de comida ‘UberEATS’, que está disponível em mais de 170 cidades em todo o mundo e vai chegar a Lisboa ainda este ano. “Portugal é um mercado em rápido crescimento para a Uber e Lisboa é cada vez mais um centro para a empresa no sul da Europa. Isto, juntamente com o acesso a um elevado número de profissionais qualificados, levou a que Lisboa fosse a cidade escolhida para acolher o novo centro de excelência da Uber para a Europa”, explicou, citado na nota, o director-geral da Uber na Península Ibérica, Rui Bento. A Uber é uma plataforma ‘online’ que permite pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros, com uma aplicação para ‘smartphones’ que liga quem se quer deslocar a operadores de transporte. Em Portugal, está disponível nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e no Algarve. A sua actividade – bem como a da Cabify, que se instalou no país mais recentemente – tem sido muito contestada pelos taxistas, uma vez que os operadores ligados a estas plataformas não têm de cumprir os mesmos requisitos formais do que os táxis para trabalhar.
Sofia Margarida Mota SociedadeUber | Serviços gratuitos disponibilizados para ajudar Macau [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]ão foi por ter sido expulsa de Macau que a UBER não esteve presente quando foi necessário. Com as carências em várias frentes impostas pela devastação do tufão Hato, a Uber esteve activa e os serviços foram todos gratuitos. Alguns taxistas locais tiveram a mesma atitude Há uns meses as multas venceram e conseguiram levar a Uber a optar por deixar de prestar serviço no território. Com o tufão Hato e o caos instalado na cidade, a companhia de transportes particular foi bem-vinda para dar ajuda. Os serviços, que duraram até ontem à noite, decorreram sem percalços e sem cobrança alguma. O objectivo foi simples: ajudar no que fosse preciso. Com os estragos que o Hato deixou, a ideia de colocar a Uber em Macau online foi imediata. “Mandámos um questionário aos nossos motoristas no território para perceber a sua disponibilidade em prestar serviço gratuito”, disse a directora de comunicação da companhia em Hong Kong, Katie Lee, ao HM. Com o elevado número de ex-motoristas da Uber dispostos a dar o seu contributo, a plataforma online foi activada para quem precisasse de se deslocar e com um serviço “totalmente grátis”, confirmou a responsável. Neste momento Katie Lee ainda não tem noção da quantidade de serviços prestados nos dias que sucederam ao Hato. “Ainda não tenho as actualizaões comigo e a operação ainda está a decorrer” disse ao HM, ontem, antes do fim da iniciativa que terminou ontem ao final do dia. “Estamos a pensar fechar o serviço no final do dia de domingo, sendo que, se for necessário e se os motoristas considerarem que o melhor é continuar a ajudar até que o território esteja em melhores condições, podem fazê-lo a título individual, sendo que iremos desligar o portal online de novo”, explicou. A tragédia aconteceu em Macau, mas Katie Lee não deixa de referir a importância do sentido de entreajuda. Com as notícias do estado do território, “foi bom ter tido uma oportunidade de dar apoio aos motoristas de Macau que estavam empenhados em contribuir para um melhor funcionamento nos dias de caos que se seguiram ao Hato”, referiu. Até porque, “as pessoas precisavam de transportes para se poderem deslocar numa cidade ainda com muitos obstáculos”. Também houve taxistas locais que desligaram o taxímetro e transportaram pessoas de forma gratuita. Regresso incerto No que respeita a uma retomada dos serviços da Uber no território, a responsável de Hong Kong ainda não dá uma resposta clara. Para já o mais importante é ajudar. “Neste momento o que queremos é ajudar a cidade a recuperar dos danos causados pelo tufão”, disse, sendo que, sublinha, a acção da empresa teve uma única intenção: “ajudar a comunidade”, apontou Katie Lee. No entanto, não descarta a hipótese de um regresso. “Relativamente ao serviço normal, e apesar e termos sido quase banidos, gostaríamos de conseguir entrar em diálogo com as autoridades”, remata a responsável. A empresa de transporte anunciou a suspensão da sua actividade em Macau no mês passado. A operar na ilegalidade e já com muitas multas acumuladas ao longo dos dois anos que esteve em funcionamento, a solução foi abandonar, pelo menos temporáriamente, o território. “Ao fazermos uma pausa, esperamos poder abrir portas a um diálogo construtivo com todos os accionistas em Macau e termos a capacidade de criar um ambiente de negócio que traga benefícios para todos”, apontou, na altura a empresa.
Hoje Macau PolíticaSegurança | Wong Sio Chak não comenta pausa da Uber [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para a Segurança prefere não comentar a decisão da Uber, que esta semana anunciou uma suspensão das operações em Macau. Questionado sobre a posição adoptada pela empresa norte-americana, Wong Sio Chak não deu uma resposta directa. “A minha satisfação é quando toda a gente cumpre as leis. Essa é a minha atitude”, respondeu, citado pelo canal chinês da Rádio Macau. O governante também não fez considerações sobre o eventual sucesso das forças policiais, que poderá ter estado na origem da marcha atrás feita pela Uber, atendendo ao elevado volume de multas que terão sido aplicadas aos condutores ao serviço da empresa. “Qualquer indivíduo que não cumpra a lei tem de sair”, limitou-se a dizer. Nas declarações aos jornalistas, Wong Sio Chak anunciou que vai rever os mecanismos para a obtenção de vídeos captados pelos sistemas de vigilância dos edifícios privados. O objectivo é ajudar a polícia nas investigações, com benefícios para a população em geral, defendeu o secretário. O governante admite que existem problemas nesta matéria e promete que vai estudar medidas para evitar incómodos aos residentes. O presidente da Associação de Administração de Propriedades de Macau, Paulo Tse, recordou que os vídeos em questão pertencem aos condomínios, pelo que a polícia só pode obter as gravações quando reunida a autorização dos proprietários das fracções em causa. Paulo Tse diz que os proprietários esperam que haja um mecanismo claro para a obtenção destes vídeos. O secretário para a Segurança admite que já aconteceram situações em que foram detectadas dificuldades na recolha das gravações, garantindo então que vai analisar o problema. Wong Sio Chak não deixou, contudo, de pedir aos residentes que apoiem os trabalhos da polícia, uma vez que se pretende apenas resolver os casos em questão.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeUber | Empresa de transporte termina operações temporariamente A Uber anunciou ontem a sua saída do mercado para pensar “num novo modelo de negócio”. Andrew Scott lembra que a Uber não teve a melhor estratégia quando chegou a Macau. Tong Ka Io exige ao Governo uma modernização do sistema, que permita novos meios de transporte [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]empre foi ilegal, já esteve para sair do mercado uma vez, mas não saiu. Agora é a sério, mas não para sempre. Este tem sido o percurso da Uber desde que começou a operar em Macau, sempre de forma irregular. Ontem, a empresa de transporte que funciona através de uma aplicação de telemóvel anunciou a saída temporária do mercado para pensar em novas maneiras de operar. “Ao fazermos uma pausa, esperamos poder abrir portas a um diálogo construtivo com todos os accionistas em Macau e termos a capacidade de criar um ambiente de negócio que traga benefícios para todos”, aponta um comunicado da empresa. “Estamos a explorar novas formas de servir a cidade novamente, e temos tido alguns contactos com parceiros de negócios, incluindo operadores de transportes e hotéis”, escreve ainda a Uber. Para a empresa, “a decisão de parar não foi fácil, e foi feita tendo em conta os melhores interesses para Macau”. O HM tentou saber junto da empresa quantas multas foram aplicadas aos condutores da Uber neste período de operações, mas a empresa recusou prestar mais informações além das que foram divulgadas no comunicado. Macau não é um mercado significativo para a empresa norte-americana, mas o território engrossa a lista de países onde os serviços da Uber se depararam com problemas de regulamentação, como a Coreia do Sul e o Japão. Também em Hong Kong os motoristas continuam a enfrentar uma batalha legal. Em Taiwan, a Uber suspendeu os serviços durante dois meses, mas retomou a actividade em Abril, depois de negociações com as autoridades. Um início complicado Andrew Scott, presidente da Associação de Passageiros de Táxi de Macau, lembra que a estratégia inicial da Uber de entrada no mercado local não foi a mais correcta. “É triste esta notícia e reconheço o facto de a Uber saber que tem espaço de melhoria em termos de regularização das suas operações em Macau”, apontou ao HM. Contudo, Andrew Scott lamenta que a empresa “tenha chegado a Macau com a mesma postura e confrontação com que chegam a todos os mercados”. “Macau nunca reagiu bem a empresas vindas do estrangeiro que pretendem dizer o que deve ser feito. É uma vergonha porque o conceito de ter acesso a um meio de transporte através de uma aplicação de telemóvel é uma tendência de futuro, e não tenho dúvidas de que veremos isso em Macau, de uma forma ou de outra”, acrescentou. Modernização precisa-se Quando a Uber anunciou, no ano passado, que ia sair do mercado, a associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário organizou um protesto de apoio que juntou cerca de 300 pessoas nas ruas. Hoje, Tong Ka Io, o seu presidente, diz que mantém a sua posição e pede que as operações da Uber sejam integradas na nova lei dos táxis, que o Executivo continua a preparar. “O Governo deveria rever a lei para introduzir novos meios de transportes em Macau. A preocupação não reside apenas numa só empresa, mas pedimos novos meios de transporte. Lamentamos a decisão da saída da Uber do mercado. São necessárias novas regulações que facilitem a entrada de novos serviços de transporte no mercado”, defende. “Gostaríamos de ver implementados novos tipos de meios de transporte público, para que Macau tenha uma melhoria no sistema de transportes. O serviço de táxis continua a não ser satisfatório e há muitos problemas”, referiu o responsável. Tong Ka Io considera que o sistema de transportes em Macau continua o mesmo de há décadas, sem que o Executivo mostre sinais de uma mudança profunda. “A sociedade mudou, mas o nosso Governo continua a ter o mesmo sistema de há décadas, e continua a querer manter as mesmas formas de funcionamento do sistema. Se a empresa quiser implementar um novo modelo, decerto não se incluirá no sistema tradicional que actualmente existe e na lei em vigor”, concluiu. DSAT diz que é necessário operar de acordo com a lei Lam Hin Sang, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, disse ontem à margem da conferência de actualização das tarifas dos táxis que todos os serviços de transporte semelhantes à Uber têm de respeitar a lei em vigor. “Este serviço online tem de ser regularizado. Por exemplo, o serviço de rádio táxis funciona através de uma aplicação de telemóvel. Desde que satisfaça os regulamentos em vigor, achamos bem [que existam]. Todos os serviços que não se encontrem numa situação regularizada iremos seguir a lei”, apontou.
Hoje Macau China / ÁsiaPolícia de Hong Kong detém 21 motoristas da Uber [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] polícia de Hong Kong lançou ontem uma nova operação contra a Uber, que resultou na detenção de 21 motoristas suspeitos de trabalharem no transporte de passageiros em veículos descaracterizados naquela cidade asiática. Os motoristas foram detidos sob suspeita de fazerem negócio sem terem licença e seguro contra terceiros. O inspector chefe Edwin Lau, da unidade de trânsito de West Kowloon, disse que 20 homens e uma mulher com idades entre 21 e 59 anos foram detidos e os seus veículos apreendidos. “Quero sublinhar que a polícia continua em acção e que não posso excluir a possibilidade de mais condutores serem detidos”, disse aos jornalistas, sem referir o nome da Uber. A polícia disse que os 21 detidos – que trabalhavam para a Uber há apenas dias ou há anos – cobravam entre 50 e 150 dólares de Hong Kong por trajecto. Lau disse que os suspeitos têm de fornecer documentos válidos à polícia no prazo de três dias para provar que são inocentes. Agentes agiram à paisana e depois de recolherem provas revelaram a operação. Lau disse que as forças de segurança tinham provas suficientes para sustentar que os motoristas estavam a usar os veículos sem terem licença adequada. Com história Em Março, um tribunal de West Kowloon multou cinco motoristas da Uber em 10.000 dólares de Hong Kong depois de terem sido considerados culpados por conduzirem veículos para alugar sem autorizações e seguro contra terceiros. Os cinco motoristas foram detidos numa série de operações da polícia em 2015. Dois outros motoristas da Uber, que se declararam culpados dos mesmos crimes, receberam uma multa de 7.000 dólares de Hong Kong cada. “Estamos extremamente decepcionados com a acção policial hoje (ontem), estamos [solidários] com os 21 parceiros condutores”, disse a Uber em comunicado, acrescentando que irá ajudá-los e dar apoio jurídico. A empresa, sediada em São Francisco, informou que tem uma apólice de seguro compartilhado, a qual está em conformidade com os requisitos legais de Hong Kong e cobre até 100 milhões de dólares de Hong Kong. “O transporte partilhado não devia ser crime. Hong Kong é uma cidade internacional conhecida pela sua aceitação das tendências económicas globais e novas tecnologias, mas os regulamentos de transporte actuais não conseguiram acompanhar a inovação”, disse a Uber. Em 2015, a polícia fez rusgas aos escritórios de Hong Kong da Uber e confiscou computadores e documentos.
Andreia Sofia Silva Manchete ReportagemUber e Airbnb | Os desafios e ilegalidades da economia partilhada Em Macau, à semelhança do que acontece noutras jurisdições, a Uber não assina contratos de trabalho, nem paga dias de férias ou folgas, porque o condutor é apenas um prestador de serviços. Já o website Airbnb tem dezenas de quartos para subarrendar a turistas, uma situação proibida por lei. A chamada economia partilhada existe no território, mas vive à margem da legalidade [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] conceito existe por todo o mundo e mostra-nos uma nova faceta da economia que visa a obtenção de ganhos com a partilha daquilo que não usamos. Na chamada economia partilhada recebemos dinheiro por disponibilizar a nossa casa, o nosso carro ou para cuidar do cão de alguém em troca de um dinheiro extra, existindo já várias aplicações de telemóvel ou websites criados para esse efeito. O problema é que os utilizadores abdicam, muitas vezes, dos seus direitos laborais, como a obtenção de um contrato de trabalho, pagamento de horas extra ou de impostos. Em Macau, a Uber e o Airbnb são os exemplos existentes dessa economia, mas ambos operam no mercado com diferentes perspectivas. Se a Uber já conseguiu penetrar no mercado de transportes e gerar protestos em prol da sua continuação, apesar de ser considerada ilegal, o Airbnb surge timidamente online, com umas dezenas de quartos e apartamentos para arrendar a turistas a preços, muitas vezes, semelhantes aos de um quarto de hotel. No caso da Uber, não há contratos de trabalho e, por consequência, não há dias de folgas e de férias pagos, nem existe um limite máximo de horas de trabalho por dia. Quantas mais horas o motorista trabalhar, mais recebe, mas não há um controlo. Katie Lee, directora de comunicação da empresa para os territórios de Macau, Hong Kong e Taiwan, explicou ao HM como tudo se processa. “A Uber é uma plataforma de serviços, então os condutores são nossos parceiros e não temos empregados, não estabelecemos qualquer salário fixo. Fazemos contactos com os veículos que estão disponíveis e que podem prestar este tipo de serviços. Não temos contratos de trabalho, o que fazemos é estabelecer acordos escritos com os motoristas, contratos de parceria.” Com 25 por cento dos colaboradores a trabalhar a tempo inteiro, a Uber não tem uma média salarial dos seus motoristas. “Os condutores têm o seu próprio horário e os valores podem variar, não temos números, não temos detalhes”, apontou Katie Lee. Cabe a cada pessoa decidir quantas horas trabalha e quanto quer ganhar. “Os motoristas não são nossos empregados, são nossos parceiros. Não podem por isso usufruir de benefícios, pois só são estabelecidos contratos de parceria. Trabalham numa empresa, mas com base em comissões. O condutor pode decidir quando quer pôr fim a essa parceria e ficar offline, não tem de contactar a Uber, o condutor tem todo o controlo quanto a isso”, referiu Katie Lee. Vindos do jogo No caso de Macau, muitos dos motoristas que trabalham para a Uber foram, um dia, trabalhadores no sector do jogo. “O panorama negativo do sector do jogo fez com que muita gente tenha perdido a oportunidade de encontrar um trabalho, ou ficar a trabalhar na indústria do jogo, e muitos deles são actualmente condutores da Uber. Vemos que mais pessoas em Macau estão interessadas neste tipo de trabalho”, explicou Katie Lee. Alex (nome fictício) é disso exemplo. O jovem decidiu tornar-se motorista ao abrigo desta plataforma porque sentiu que não tinha mais alternativas. “Trabalhava numa sala VIP de um casino que fechou”, contou ao HM. A Uber disponibiliza dois tipos de pacotes para os motoristas, a tempo integral ou parcial. Alex escolheu o primeiro. “Aderi ao programa a tempo inteiro, porque precisava. Trabalho 40 horas por semana”, o que, na prática, perfaz oito horas diárias a conduzir passageiros, se pegar no carro cinco dias por semana. Alex conta que chega a fazer cinco mil patacas semanais. “É bom a tempo parcial, mas não integral, porque não temos quaisquer benefícios. A longo prazo não é apropriado porque, com este trabalho, se não conduzirmos não ganhamos.” Os valores de que fala Alex são praticados um pouco por todo o mundo. Já em Portugal, onde a Uber é legal, os motoristas ganham cerca de 500 euros mensais (cerca de 4400 patacas), pagos a recibos verdes, trabalhando 12 a 16 horas diárias, segundo uma reportagem do jornal online Observador. Pagar a renda no Airbnb Quanto à Airbnb, o HM conseguiu confirmar que a plataforma já começa a ser amplamente utilizada em Macau para disponibilizar alojamento aos turistas, mas há um pequeno senão: muitos dos quartos ou apartamentos são arrendados, e quem os publicita no website espera apenas uma ajuda para pagar uma renda cara à revelia do senhorio. Apenas uma utilizadora, que não quis identificar-se, assumiu colocar um quarto no Airbnb para ajudar nas despesas. Vários utilizadores recusaram prestar esclarecimentos perante a evidência de, do outro lado, estar uma jornalista e não uma turista à procura de um quarto. À luz do regime do arrendamento urbano, é proibido subarrendar um apartamento, mas não há qualquer tipo de controlo sobre isso. Ao HM, Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, confirmou isso mesmo. “Não temos meios para implementar medidas contra a plataforma em si, mas estamos perante uma situação em que, se detectarmos pessoas a utilizar apartamentos em Macau para servir de alojamento ilegal a turistas, claro que vamos combater essas acções. Continuamente fazemos a nossa investigação e estamos atentos.” Se em Lisboa é cada vez mais difícil encontrar uma casa para morar, por estarem quase todas destinadas ao alojamento turístico, o mesmo não se passa em Macau, onde o alojamento de baixo custo demora a aparecer. Ainda assim, os sinais da economia partilhada já se fazem sentir. “Muitas áreas estão a surgir na ilegalidade” Economista alerta para inacção do Governo Albano Martins, economista Questionámos Albano Martins sobre o novo paradigma económico que determina que é possível ganhar uns trocos apenas com a instalação de uma aplicação no telemóvel. Para o economista, o Governo deveria começar a agir. “Em Macau são menos rápidas e quando entram, entram violando praticamente todas as regras que já estão estabelecidas noutros países. Muitas áreas estão a surgir na ilegalidade porque Macau é ilegal em muita coisa. O Governo deve sempre antecipar-se e deve ter sempre ter os seus fiscais, para garantir que devem antecipar-se os desenvolvimentos e impedir que ocorram de forma ilegal. Isso não está a acontecer.” Sobre a Uber, Albano Martins assume ter deixado de lado as maravilhas da famosa aplicação. “Os condutores trabalham muitas mais horas do que um trabalhador normal, mas o problema é que nem sempre isso significa ganharem mais. A Uber deveria ser permitida, mas com condições laborais e com regras perfeitamente definidas, de modo a que as pessoas que tenham esses acordos não sejam exploradas ao máximo.” “É uma forma de se tentar contornar as leis laborais e, ao mesmo tempo, de ganhar dinheiro. É mais uma forma de tentar tirar ao máximo o proveito do trabalho de outrem sem garantir o mínimo de dignidade, e neste momento sou contra”, acrescentou o economista. Para Albano Martins, os condutores que antes estavam no sector do jogo vão, mais tarde ou mais cedo, perceber os direitos aos quais não têm acesso. “Está tudo a funcionar numa zona de sombra e não me parece que qualquer sociedade deva trabalhar nestas circunstâncias. As coisas devem estar reguladas e as pessoas deveriam ter consciência de quais são as relações laborais que existem.” Para o futuro, o economista reconhece dificuldades na legalização. “É nessa relação [de prestação de serviços] que é preciso pensar e ver se, mais cedo ou mais tarde, não vai criar mais exploração desenfreada para com aqueles que estão mais desprotegidos. Penso que vão ter muitas dificuldades em serem legalizados num ambiente laboral como é o de Macau”, concluiu.
João Luz Manchete SociedadeUber | Balanço de um ano conturbado A certa altura de 2016, os condutores da Uber estavam com uma média semanal de multas no valor de um milhão de patacas. Com a entrada em 2017, as perspectivas são de crescimento e de manutenção de diálogo com o Executivo de forma a regularizar o serviço [dropcap style≠’circle’]“T[/dropcap]emos estado em contacto com o Governo local e esperamos continuar num diálogo construtivo.” As palavras são de Trasy Lou Walsh, directora da Uber de Macau, que acrescentou ainda que o crescimento da plataforma é uma tendência mundial que já implicou a alteração da legislação de mais de 100 países. Neste sentido, a Uber confia no poder da satisfação dos seus clientes e nos benefícios que podem trazer ao sector dos transportes da cidade. Em Setembro último, muito se falou sobre o fim da Uber na RAEM, tendo circulado uma petição a favor da plataforma. “Orgulhamo-nos das mais de 23 mil assinaturas que recolhemos em menos de uma semana, são um indicador de que Macau quer mais, exige transportes de qualidade”, comenta Walsh. A directora da Uber espera que a satisfação dos clientes, aliada à diversificação da economia, faça os decisores políticos compreender a importância da aplicação. A expansão do turismo a áreas fora do sector do jogo pode ser outra das vias para mostrar que o serviço é essencial à cidade. As intenções são boas, meter mais pessoas em menos carros. Uma meta que responderá a muitos dos mais urgentes problemas de trânsito de Macau. Do excesso de automóveis aos problemas de parqueamento, passando pelas preocupações dos automobilistas com o excesso de multas. Trasy Walsh recorda que, um pouco por todo o mundo civilizado, à medida que a Uber cresce, o número de automóveis comprados diminui. “Quando as pessoas se aperceberem que podem usar a Uber e começar as suas viagens em menos de cinco minutos, a tendência será para uma diminuição do uso do carro”, comenta. A directora crê que esta pode ser uma via para reduzir o número de veículos em Macau. Para tal, o serviço prestado terá de ser de confiança. Ano novo, novos serviços Este ano será lançado em Macau a Uber Assist, que permitirá aos passageiros com dificuldades motoras, e outros tipos de incapacidade, terem um meio de transporte à sua medida. Em parceria com a Caritas, está a ser dada formação a condutores para que estejam habilitados a transportar, por exemplo, pessoas em cadeira de rodas. Também tem sido dada formação básica de linguagem gestual a alguns condutores da Uber. A parceria com a Caritas não se fica por aqui e, no espírito do Ano Novo Chinês, está em curso uma campanha que pretende levar um pouco de calor às duas mil famílias apoiadas pela instituição de caridade. A app recolherá doações de clientes, e esses fundos serão usados para comprar roupa e brinquedos para as crianças destas famílias carenciadas. Os condutores de veículos da plataforma têm origem nas mais diversas ocupações. “Muitos colaboradores trabalham na indústria do jogo, desde antigos junkets, dealers, supervisores, ou pessoas cujo trabalho sofre com a sazonalidade”, esclarece Trasy Walsh. Mas não só de empregados ligados ao negócio dos casinos se fazem os condutores da Uber. Podem ser estudantes, agentes de imobiliário, vendedores de seguros, até donos de restaurantes de hot pot durante o Verão, uma iguaria mais apreciada no Inverno. No início de 2016, o tempo de espera médio por um carro da Uber ultrapassava ligeiramente os oito minutos. Até Dezembro, este período foi reduzido para menos de cinco minutos, e a meta para o ano que agora começa é baixar da barreira dos quatro minutos. Ainda no universo dos números, os carros ao serviço da plataforma percorreram três milhões de quilómetros, o suficiente para dar a volta ao mundo 38 vezes. Um dos objectos mais vezes perdidos dos tempos modernos é o telemóvel, o que também acontece, naturalmente, em veículos da Uber. Como tal, foram devolvidos 99 telefones esquecidos em carros da plataforma. No ano passado, o tempo de espera mais curto por um carro da aplicação foi de dois segundos, quase instantâneo, sendo que o utilizador que mais usou a Uber fez 768 viagens, quase duas viagens por dia. Governo contra-ataca Não foi preciso esperar pela chegada dos jornais à banca para que o Executivo respondesse à Uber. O Governo local lembrou, em nota de imprensa que, em Outubro, esteve reunido com os representantes da aplicação, reiterando que a Uber não preenche os requisitos legais para operar em Macau. Como tal, a posição do Executivo mantém-se rigorosa, alertando que não permite a exploração ilegal de actividades de transporte de passageiros no território. A posição é justificada como forma de garantir o direito e a segurança dos cidadãos e visitantes. A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego avisa ainda que as autoridades vão continuar “a combater rigorosamente as irregularidades”.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaTáxis | Governo volta a descartar legalização da Uber O Secretário para as Obras Públicas e Transportes voltou a descartar a possibilidade de legalizar a Uber, garantindo que os cem novos táxis vão começar a operar no segundo trimestre de 2017. Coutinho falou do exemplo de Portugal [dropcap style≠’circle’]“S[/dropcap]ou engenheiro, mas será que posso ser engenheiro na China? Não posso, tenho de respeitar primeiro os regulamentos, que são diferentes. Quem quer ser taxista tem de cumprir o regulamento, é simples.” Foi desta forma que Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas, defendeu a impossibilidade de legalização da Uber. O deputado Au Kam San voltou a interpelar o Governo sobre o assunto, mas o assunto Uber passou para segundo plano. Raimundo do Rosário garantiu apenas que os novos cem táxis, cujas licenças foram atribuídas recentemente, vão começar a operar no segundo trimestre do próximo ano. “A utilização desta plataforma é legal e os actuais taxistas podem usá-la. Mas actualmente temos a exigência de que os taxistas têm de ter uma carteira. Será que qualquer pessoa pode ser taxista e conduzir um táxi? Esse é o problema. Se em Macau qualquer veículo e motorista tiver um táxi não há garantias para com os passageiros. Temos de ter exigências para os motoristas”, adiantou o governante. Au Kam San acusou o Governo de ser “rígido e inflexível”, tendo falado da situação na China, onde a empresa local Didi adquiriu a Uber. “Entende que o Governo Central também é irresponsável ao permitir que isto aconteça na China? Isto não traz nenhuma inspiração ao Governo de Macau? Há um grande desconhecimento. Não existe possibilidade de abuso nas tarifas. Não acredito que a China tenha ignorado a segurança do povo. Porque é que em Macau são tão rígidos e inflexíveis? Macau é de facto diferente”, apontou o deputado. O exemplo português José Pereira Coutinho falou do caso de Portugal, onde a legalização da Uber ou de outras aplicações móveis semelhantes aconteceu recentemente, apesar dos protestos dos taxistas. “Países avançados como Portugal estão a trabalhar nesta matéria, porque não podemos seguir o exemplo? Vamos continuar a aplicar multas ou devemos ter uma solução eficaz, em vez de soluções pontuais? Da nossa parte esperamos que o senhor director [dos Serviços para os Assuntos de Tráfego] seja mais corajoso e possa avançar com soluções de curto e médio prazo. Cerca de 2500 pessoas já se registaram como motoristas e muitos jovens, que não conseguem encontrar um emprego, estão a trabalhar nesta área”, adiantou. O director substituto dos Serviços de Tráfego garantiu que o Governo “nunca contrariou a utilização de aplicações móveis”. Contudo, devem funcionar com “taxistas que tenham a devida licença emitida”. “O Governo vai continuar a combater o fenómeno se estiver em condições que não estão de acordo com a lei”, acrescentou. Se Song Pek Kei pediu uma adaptação da lei aos novos tempos, Ng Kuok Cheong até lembrou que Macau pretende ser uma cidade inteligente e ligada em rede. “Alguns países aceitaram [a Uber], outros não, e temos de ver que o Governo está a adoptar o conceito de cidade inteligente. Necessitamos que haja uma maior abertura por parte do Governo para estudar a matéria, dialogando com taxistas sobre o uso de novas tecnologias”, concluiu.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Da fábrica de aço a motorista da Uber [dropcap style≠’circle’]X[/dropcap]iao Yu tinha uma “tigela de ferro” (expressão em chinês para emprego vitalício), numa firma do Estado, que lhe valia 4.000 yuan (quase 550 euros) por mês. No início deste ano, a sua vida mudou. “A empresa acumulava prejuízos e deixou de pagar aos trabalhadores. Demiti-me e vim para Pequim”, contou à agência Lusa o jovem chinês de 29 anos, natural da província de Hebei. “Agora, sou motorista da Uber”. Antes de partir rumo à capital, Xiao trabalhou na indústria siderúrgica, um dos sectores mais afectados pelo excesso de capacidade de produção na China. O país asiático produz mais aço do que os outros quatro gigantes do sector – Japão, Índia, EUA e Rússia – combinados. Bruxelas e Washington culpam a produção chinesa, que dizem estar “completamente descoordenada” da procura do mercado, pela queda do preço do aço, o que coloca em risco milhares de emprego na Europa e EUA. Em Fevereiro passado, Pequim anunciou que reduzirá a capacidade de produção do sector até 150 milhões de toneladas, nos próximos anos. Na indústria do carvão, alumínio ou cimento, o panorama é idêntico, e o Ministério de Recursos Humanos e Segurança Social da China calcula que, até 2020, só nas indústrias do aço e carvão, o país extinguirá 1,8 milhão de postos de trabalho. Mas o Governo chinês prefere falar em “transição do modelo económico” e apela a uma “visão compreensiva” da economia chinesa. “Uma visita a uma unidade da indústria pesada talvez dê a impressão de que a economia está a enfraquecer, mas numa zona tecnológica sente-se pujança económica”, argumentou o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, em Março passado. Na prática Xiao Yu personifica esse cenário. “A trabalhar com a Uber ganho 13.000 yuan por mês. Deduzindo os gastos com gasolina, fico com 8.000 yuan “, contou. É um valor duas vezes superior ao que Xiao ganhava na fábrica de aço, justificado também pelas longas jornadas ao volante: “em média, trabalho 15 horas por dia”.”Mas é a vantagem da Uber: cria emprego para quem de outra forma não teria sustento”, explicou. A terra natal de Xiao, Handan, no interior de Hebei, foi durante décadas um importante marco da industrialização chinesa. “A cidade antiga de Handan deve rejuvenescer como a capital do aço”, proclamou o antigo líder comunista, Mao Zedong, em 1958, no início do “Grande Salto em Frente”, uma campanha que visou “acelerar a transição para o comunismo”, através da colectivização da agricultura e a mobilização da população para a produção de aço. Aquela campanha acabaria por se revelar um desastre, mas as estatais do sector siderúrgico fundadas na região ganhariam novo ímpeto décadas mais tarde, com a entrada da China na globalização. O país asiático absorveu então as indústrias “sujas” do ocidente, atraídas pela mão-de-obra barata e falta de regulamentos ambientais.Um exemplo emblemático desse processo é o alto-forno utilizado pela Handan Iron and Steel, a principal produtora de aço de Handan. Nos anos 1990, a estrutura foi desmantelada e enviada, peça por peça, desde o Vale do Ruhr, na Alemanha, onde durante o século XX foi utilizada pela ThyssenKrupp, a maior fabricante de aço germânica. Hoje, Handan é uma das cidades mais poluídas da China, com o seu céu quase sempre coberto por um espesso manto de poluição. As partículas tóxicas no ar, contudo, deixaram de ser o único problema em Handan: “Agora, é também muito difícil encontrar lá emprego”, disse Xiao. “Para quem trabalha nas indústrias do aço e mineração é cada vez mais difícil garantir sustento”, explicou. Da última vez que falou com a Lusa, Xiao tinha acabado de se mudar de Pequim para Qingdao, cidade balnear, na costa noroeste do país, que foi no passado uma concessão alemã e famosa pelo seu festival de cerveja anual. Através do Wechat (o Whatsapp chinês) o jovem enviou uma foto do mar. “Aqui, os salários não são altos, mas o céu está sempre azul. Em Pequim ou em Handan, o céu está quase sempre enegrecido”, observou.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeTransportes | Uber continua a operar. TaxiGo nega impacto negativo A Uber decidiu continuar a operar no mercado local, apesar do braço de ferro que tem feito com as autoridades. Andrew Scott, presidente da MTPA, alerta: “nada vai mudar” em termos da legalização da empresa [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]o dia em que todos esperavam o fim, a Uber, a empresa que opera a aplicação móvel para chamar carros privados, decidiu permanecer em Macau. Foi através de um comunicado que a empresa anunciou a decisão, tendo este sido de imediato partilhado por inúmeros residentes nas redes sociais. “Obrigado Macau. A quantidade sem precedentes de apoios que recebemos nas últimas semanas foi surpreendente. Recebemos mais de 23 mil assinaturas online, além dos que criaram petições online e que enviaram cartas ao Governo. Além disso, agradecemos aos condutores, passageiros, residentes, turistas e deputados que apoiaram a nossa causa. Depois de muita deliberação, a Uber vai continuar a servir condutores e passageiros de Macau”, aponta o comunicado. “Ouvimos cada um de vós e não poderíamos estar mais agradecidos. Ouvimos a mãe de dois filhos que chamou a Uber depois de esperar um táxi demasiadas vezes. Ouvimos o trabalhador do casino que não teve mais de sair de casa uma hora mais cedo para chegar a horas ao seu turno. Ouvimos muitos condutores que são nossos parceiros e que viram na Uber uma oportunidade importante, crucial para o sustento da sua família”, escreveu ainda. A empresa voltou a recordar os países, incluindo a China, onde o serviço já é legal. O HM quis perceber se a Uber vai continuar a trabalhar nos mesmos moldes e quais as razões que estiveram por detrás do recuo na decisão, mas Harold Li, porta-voz da empresa, garantiu que a Uber não daria mais justificações. Estratégia de marketing? Ao HM, Andrew Scott, presidente da Associação dos Passageiros de Táxi (MTPA, na sigla inglesa), garantiu que nada vai mudar com a continuação das operações. “Nada vai mudar e o Governo vai continuar a lidar com a Uber como uma empresa ilegal no mercado. Vão continuar a aplicar multas à Uber e penso que o Governo vai tornar-se mais agressivo contra a Uber mas era bom que também o fosse contra os maus taxistas.” Andrew Scott defendeu que a permanência no mercado vai causar pressão junto do Governo. Mas, em comunicado, a PSP garante que nada mudou: a Uber “presta um serviço de transporte ilegal” e é para continuar a ser combatida. Questionado sobre se a decisão da empresa de sair e voltar não passou de uma estratégia de marketing, o presidente da MTPA afirma apenas que “caso tenha sido, foi uma cínica estratégia de marketing”. Kyle Ho, responsável pelo lançamento da aplicação TaxiGo, que trabalha com táxis já licenciados pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), confirmou que a continuação da Uber em nada vai alterar os planos da empresa. “Isso não nos vai afectar, porque quando lançámos este projecto em Março a Uber já estava no mercado e isso não vai influenciar os objectivos da TaxiGo.” Do lado de quem fez protestos e petições, a luta continua. Tong Ka Io, presidente da Associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário, onde estão também os deputados Au Kam San e Ng Kuok Cheong, garantiu ao HM que vão continuar a exigir um novo sistema de transportes. “A questão não é apenas se a Uber fica no mercado ou não. Vamos continuar a exigir uma nova legislação e um novo sistema de transportes públicos. Não pedimos apenas a permanência da Uber, pedimos também ao Governo para melhorar as políticas de transportes e a legislação, por forma a incluir as novas tecnologias e também para minimizar os problemas dos táxis”, rematou. Com mais de dois mil condutores a trabalhar para si, a Uber acumulou em nove meses de operação cerca de dez milhões de patacas em multas.
Joana Freitas PolíticaTrabalhadores da Uber entregam mais de duas mil assinaturas ao Governo [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de duas mil assinaturas foram ontem entregues por condutores da Uber na Sede do Governo, para que o Executivo permita serviços de transporte privado semelhantes aos prestados pela empresa. A iniciativa foi levada a cargo pela Associação de Transporte por Conveniência dos Povos, composta exclusivamente por condutores da Uber, e que se fez representar por quatro jovens de máscara. Estes deram a conhecer o seu apoio “ao conceito de que qualquer condutor em Macau que queira prestar um serviço de transporte privado, possa estar autorizado a isso”, afirmou Lou Tyler, porta-voz na iniciativa, que defende que serviços como os da Uber em Macau “são muito necessários e o Governo deveria autorizar sempre estas iniciativas”. As assinaturas ontem entregues foram recolhidas aquando da manifestação de apoio à Uber, organizada pela Associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário, a dia 4 de Setembro. Na altura, a Uber demarcou-se da manifestação, mas indicou estar a reunir assinaturas “de forma conjunta, de uma forma pacífica e racional, para expressar os pedidos ao Governo”. Exemplos de fora O porta-voz argumentava ontem que “os autocarros não são suficientes para o transportes diário das pessoas e muitas têm que recorrer à utilização de carros privados”. Lou Tyler dá como exemplo a China continental, onde há variedade nos serviços de transporte privado e diz que “pode ser copiado o mesmo tipo de políticas para Macau”. No total, havia 2300 nomes que se manifestaram a favor desta forma de transporte. Hoje, a Uber deixa de funcionar, como tinha afirmado anteriormente num comunicado enviado aos deputados. O Governo não quer legalizar o transporte privado e a empresa foi multada em dez milhões de patacas em menos de um ano de operações. Na manifestação de apoio do início de Setembro, a Associação de Transporte por Conveniência dos Povos não colocou de parte de “tomar outras acções” de manifestação.
Sofia Margarida Mota PolíticaWong Sio Chak nega actos ilegais no combate à Uber [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Uber voltou a ser assunto, desta feita com as acções de inspecção que envolvem a consulta dos telemóveis dos motoristas suspeitos de transporte ilegal. As questões foram colocadas após a cerimónia de tomada de posse do novo director dos Serviços Correccionais (DSC), Cheng Fong Meng. A situação em causa tem a ver com a solicitação do telemóvel de um motorista em concreto pela polícia, que queria verificar se este desempenhava uma actividade ilegal. O Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, responde que “todos os actos levados a cabo pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública foram feitos conforme a lei” e que, “naturalmente, quando há indícios que o telemóvel do condutor contenha informações, depois do consentimento do motorista, [este se] inspecciona”. Apesar da justificação do modus operandi dos agentes fica a afirmação de que “caso o motorista não concorde pode fazer queixa junto das autoridades”. Em causa estão queixas efectuadas relativamente a este tipo de casos a um canal de rádio enquanto situações de abuso de poder. O caso particular em questão é também referente a uma situação em que o motorista já tinha, no passado, desempenhado funções na Uber, sendo assim “um suspeito”. Outra preocupação manifestada por Wong Sio Chak foi relativa à segurança dos agentes da polícia. “Este trabalho não é seguro porque os agentes inspeccionam os carros nas ruas e por isso preocupo-me com a sua segurança.” Por outro lado, “só correndo riscos é que as Forças de Segurança podem combater os transportes ilegais”, justifica o Secretário.
Angela Ka SociedadeUber | Centenas nas ruas a favor da aplicação móvel Pediram e gritaram pela permanência da Uber em Macau, que deixa o mercado no próximo dia 9. Polícia fala em 200 participantes, organizadores dizem que cerca de 600 pessoas estiveram nas ruas. No final foi entregue uma petição ao Governo [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi uma manifestação gerada pelo anúncio da saída da Uber do território, mas teve outros pedidos inerentes ao sistema de transporte local, tal como o de “quebrar o monopólio e introduzir a competitividade, responder às exigências dos cidadãos e melhorar o serviço de transporte”. A Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau, que organizou a iniciativa, estima que cerca de 600 pessoas protestaram ontem desde o Tap Seac até ao Governo pela permanência da Uber, mas a polícia fala em 200. Munidos com cartazes, os participantes seguiram o percurso até à sede do Governo gritando ideias como “legalização da Uber”, “mais opções para os residentes”, ou “os táxis não aceitam passageiros”. Não faltaram ainda algumas farpas lançadas a Raimundo do Rosário, Secretário para as Obras Públicas e Transportes. “O Secretário Raimundo não consegue fazer nada, abra o pensamento, aja de acordo com os novos tempos.” Primeiros passos Antes do arranque da manifestação, o deputado Au Kam San defendeu que a legalização da Uber seria apenas um começo para a mudança em todo o mercado. Ao HM, Chong, um jovem participante, questionou a opção do Governo de não legalizar a Uber. “É verdade que os cidadãos não conseguem apanhar táxis, e a própria Uber já referiu que está sempre sob constante supervisão.” Ng, outro jovem, disse ter usado a Uber muito poucas vezes, mas resolveu participar na manifestação por não estar satisfeito com o funcionamento dos táxis. “Não se conseguiu resolver o problema das constantes infracções cometidas pelos taxistas, mas investiram-se muitos recursos na detenção dos condutores da Uber, que é, de facto, um serviço benéfico para os cidadãos”, apontou. Para Glória Pang, os cidadãos “sentem realmente dificuldades em apanhar transporte”. Utilizadora da Uber, Gloria Pang nunca teve queixas do funcionamento da aplicação móvel. “Muitas vezes não consegui apanhar táxi, e mesmo que conseguisse, ele poderia recusar transportar-me”, apontou. Wong, com cerca de 40 anos, acusou os taxistas de serem “mesmo irresponsáveis”, alertando para o facto do abuso na cobrança das tarifas não ter diminuído. Em comunicado divulgado após o protesto, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) e Polícia de Segurança Pública (PSP) afirmaram ter “respeito pelo legítimo direito de expressão dos cidadãos”, reiterando que “o referido serviço de transporte de passageiros é ilegal, daí resultando que as petições das associações não têm suporte no modelo de serviço de transporte de passageiros legalmente estabelecido”. Ligeiras melhoras Os dois organismos “não se pronunciam sobre os rumores da saída” da Uber, mas dizem ter “uma atitude aberta perante a possibilidade de qualquer individuo ou companhia explorar em Macau uma actividade de serviço inovador para a prestação de serviço de transporte”. Quanto aos táxis, terão ocorrido um total de 2807 casos de autuação, uma redução de 25,8% face a 2015. Tanto a DSAT como a PSP confirmam que a cobrança abusiva de tarifas e a recusa no transporte de passageiros ocupam mais de 70% das ilegalidades, o que mostra “que o combate vem produzindo, gradualmente, os seus efeitos”. Quanto aos taxistas, “contribuíram com a melhoria constante da sua postura”. A PSP fez ainda 536 autuações no âmbito do “transporte ilegal de passageiros” nos primeiros seis meses do ano. Os casos “prejudicaram gravemente os interesses legítimos do sector, ao mesmo tempo que perturbaram o regime de operação legal do serviço de táxi”.
Angela Ka Manchete PolíticaUber | Au Kam San e Ng Kuok Cheong podem apresentar projecto de lei Au Kam San e Ng Kuok Cheong vão recolher opiniões no protesto para domingo, de forma a apresentarem um projecto que regulamente este tipo de serviços no território [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma lei que legalize os serviços como os prestados pela Uber pode ser uma realidade. É esse o objectivo de Au Kam San e Ng Kuok Cheong, que admitem poder vir a apresentar um projecto de lei. A ideia pode tornar-se real com a ajuda do protesto “Apoiar a Uber”, agendado para o próximo domingo. Os deputados pretendem proceder à recolha de opiniões dos residentes de forma a que venha a ser realizada “um projecto que integre este tipo de serviços de transporte”, afirmou Au Kam San, ontem em conferência de imprensa. Os deputados reconhecem que, apesar da existência de obstáculos jurídicos no que respeita à operação da Uber em Macau e da “zona legal cinzenta” em que habita a operação da empresa, é necessário que o Governo parta para uma “contribuição positiva ao bem estar dos residentes”. É assim necessário, defendem, “que o Executivo dê azo a iniciativas que desobstruam as dificuldades jurídicas e capazes de ajustar o regime, a fim de assegurar uma gestão padronizada deste tipo de serviços”, afirma Au Kam San. É preciso inovar A manifestação de domingo acontece após a operadora anunciar que iria deixar a RAEM por não ser sustentável o pagamento das multas a que tem sido sujeito e dada a inviabilidade anunciada da sua legalização. “Este é um protesto que deseja promover o desejo de todos os residentes e turistas em beneficiar de um melhor serviço de táxis e apoiar, ao mesmo tempo, a necessidade de um pensamento inovador em Macau”, explicou o deputado Au Kam San, também vice-presidente da Assembleia Geral da Associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário. O deputado aponta ainda para a necessidade de implementar uma “nova energia no sector ao invés do conformismo convencional”. Em causa estão também as dificuldades “sentidas por todos” em apanhar um táxi em Macau. A situação é ilustrada com os acontecimentos que englobam a recusa em aceitar clientes, negociações de preços com os passageiros e mesmo a exigência de mais dinheiro do que o apontado no contador. Para Au Kam San, na base deste tipo de situações está a insuficiência de táxis no território. “Se não se registar um progresso tecnológico e a introdução de novos produtos neste sector, os utentes permanecem limitados aos modelos de sempre, não havendo qualquer avanço ou opção”, defende Au Kam San, que acrescenta que é esta ideia que o Executivo deve tentar perceber: “se estas representam uma mais valia social e uma resolução de problemas já existentes”, explica. A Uber organizou uma petição que já conta com a assinatura de mais de 16 mil pessoas e a Associação Love Macau entrega hoje uma outra recolha de assinaturas ao Governo, na qual reuniu cerca de 20 mil nomes. Para a manifestação de domingo, Au Kam San espera a presença de cerca de 600 pessoas. O protesto tem lugar às 15h00 na Praça do Tap Seac.
Hoje Macau China / ÁsiaSócia da Uber fecha acordos com 50 empresas de táxis [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] aplicativo de transporte chinês Didi Chuxing, que este mês adquiriu as operações da Uber na China, assinou ontem acordos de cooperação com 50 companhias locais de táxis, prevendo ampliar as suas operações conjuntas. Os acordos prevêem que o Didi Chuxing disponibilize às empresas os pedidos dos utilizadores do seu aplicativo móvel e a informação recolhida pela sua unidade de ‘big data’ (processamento em massa de dados dos clientes), para melhorarem a sua eficiência. As 50 empresas que se aliaram ao Didi Chuxing, uma firma na qual a Apple investiu 1.000 milhões de dólares em Maio passado, operam numa dezena de cidades chinesas, entre as quais Pequim e Xangai. Com este modelo, a empresa chinesa inclui no seu aplicativo os serviços de 1,8 milhões de taxistas, em 380 cidades, e de condutores privados, em 400. A firma, que tem uma quota de quase 90% do mercado chinês, recebendo por dia cerca de 16 milhões de pedidos, garante que melhorou o sistema para solicitar um táxi, permitindo saber a distância entre os clientes e os condutores, estado do trânsito, e a oferta e procura.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeUber | Empresa lança petição ao Governo para pedir legalização A Uber está a promover online uma petição para entregar ao Governo em prol de uma legalização do serviço de transporte e indica que mais de cem mil pessoas usaram a plataforma [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]epois da organização de um protesto e da promoção de uma petição online, é a vez da própria Uber lançar uma petição a pedir o apoio da população e a clamar por uma solução que permita a sua continuação no mercado. Intitulada “Apoio à escolha e inovação no transporte”, o texto, já assinado por centenas de pessoas, e que tem gerado imensas reacções de apoio nas redes sociais, clama pela abertura do Executivo quanto à possibilidade de legalizar este tipo de plataformas móveis de transporte. “Estamos profundamente gratos com todo o apoio que obtivemos em Macau na última semana. Este é um momento crítico da Uber em Macau e precisamos que o Governo reconheça a importância de partilhar o fornecimento de transporte com plataformas como [a nossa]”, escreveu a empresa, que aponta o dedo ao apertado controlo policial dos últimos dez meses. “O ambiente regulatório de Macau colocou vários desafios ao nosso progresso. O reforço policial visou centenas de condutores até à data e interrompeu os percursos de muitos dos nossos clientes. E apesar das inúmeras cartas enviadas ao Governo, não tivemos a possibilidade de iniciar um diálogo compreensivo com o Governo quanto à regulação.” Com saída anunciada para o dia 9 de Setembro, a Uber prevê que sem a adopção de um caminho para o progresso da regulação e o impacto que as duras medidas policiais têm tido nos condutores e passageiros, terá “de enfrentar uma difícil decisão face às operações em Macau”. A petição já reunia mais de dez mil assinaturas até ao fecho desta edição e apenas horas depois de ter sido aberta. Dez meses difíceis Após ter enviado uma carta aos deputados da Assembleia Legislativa (AL) a dar conta da sua saída do mercado para a próxima semana, a Uber divulgou os dados que mostram a difícil relação que a empresa tem tido com a polícia. “Mais de 200 condutores trabalharam com a Uber a tempo inteiro ou parcial, trabalhando de forma flexível para garantir uma coordenação com os seus próprios horários. Estes condutores conseguiram acumular um total de 21 milhões de patacas em tarifas”, escreve a empresa, que destaca, contudo, os dez milhões em multas que tem de pagar. A Uber faz questão de relembrar o sucesso das operações desde o primeiro dia. “O número de percursos realizados com a plataforma da Uber aumentou diariamente deste o seu lançamento em Outubro de 2015. Mais de cem mil percursos realizados num mês, em todo o território.” A empresa diz que trabalhou também arduamente para garantir que os percursos se mantinham disponíveis para todos, para além de tentar que os períodos de espera fossem diminuindo. “Actualmente residentes e turistas tinham acesso a um carro em apenas cinco minutos. Sendo Macau um destino turístico, não é surpreendente que um terço dos percursos tenham sido feitos com turistas, incluindo turistas de mais de 150 cidades e 54 países”, apontou a empresa, em comunicado. A empresa destaca o facto da legalização da plataforma móvel de transporte ter sido feita em cerca de 70 países, incluindo na China, deixando ainda palavras de agradecimento às associações que mostraram apoio à Uber. No próximo dia 4 de Setembro decorrerá na praça do Tap Seac um protesto em prol da continuação do serviço, organizada pela Associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário, à qual pertencem os deputados Au Kam San e Ng Kuok Cheong. Conselho Consultivo do Trânsito em silêncio Decorreu ontem mais uma reunião do Conselho Consultivo do Trânsito, o qual versou sobre as inúmeras obras que estão a ser realizadas no território. De fora da agenda ficou a saída da Uber do mercado, sendo que o Governo mantém a mesma postura. “Não falámos da Uber na reunião, mas na minha perspectiva a Uber é uma plataforma para chamar os carros e podemos ver isso nos concursos feitos pelo Governo (rádio-táxis). A Uber entrou sozinha e saiu sozinha, foi uma decisão da [empresa]”, defendeu, à margem do encontro, Kuok Keng Man, porta-voz do Conselho Consultivo. Já António Ho, chefe de Departamento da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), comentou a petição lançada pela Uber, a qual já conta com mais de dez mil assinaturas. “Respeitamos a opinião apresentada pelos cidadãos mas em relação a esse aspecto tem de ser tudo de acordo com a lei.” Em relação às obras, que têm causado vários constrangimentos aos cidadãos, continuam a decorrer um total de 48, sendo que, dos 485 planos de obras apresentados ao Executivo, apenas 172 foram autorizadas. A DSAT confirma que cinco delas vão terminar nos próximos dois dias, sendo que 43 obras vão continuar em Setembro. Quanto às construções que ocorrem em três rotundas na Taipa, as quais têm afectado o trânsito, uma delas deverá ficar concluída já em Outubro, sendo que as restantes têm um prazo de 400 dias para a conclusão.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeUber | Saída da empresa gera manifestação e petição É oficial: a Uber vai deixar de operar no território a 9 de Setembro e a Associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau organiza um protesto dia 4. Além disso, o grupo “Support Uber in Macau” lançou uma petição online. Muitos defendem a legalização do serviço e garantem que Macau precisa de uma aplicação móvel semelhante [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]au que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. O tradicional ditado português serve para contar a história da Uber em Macau, que desde o início das operações viu-lhe ser negado o apoio do Executivo. A Uber tentou trabalhar, apesar das acusações de operar ilegalmente e das muitas multas que as autoridades policiais lhe atribuíram. Milhões de patacas depois, a empresa anunciou ontem oficialmente a saída do mercado para o dia 9 de Setembro, depois do HM ter revelado que a empresa estaria preparada para deixar o território. Um dia após o anúncio oficial já são muitas as vozes de apoio à Uber. A Associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau promove uma manifestação em prol da continuação do serviço já no dia 4 de Setembro, na praça do Tap Seac, com arranque às 15h00. O deputado Au Kam San, que é também vice-presidente da assembleia-geral da Associação, disse, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, que o protesto vai servir para mostrar ao Governo a necessidade que as pessoas têm de uma resolução para as dificuldades de transporte, sobretudo na hora de encontrar um táxi. Mas também fala de perseguições aos condutores da empresa. “Recebemos a denúncia de uma passageira grávida, que esteve detida pela polícia durante várias horas, só para que o motorista da Uber fosse acusado”, disse Au Kam San. O deputado pede, assim, a legalização deste tipo de aplicações. “No interior da China foram criados regulamentos que visam os veículos e motoristas ligados a estas plataformas móveis para o serviço de táxi, a fim de se legalizar o serviço. Acredito que em Macau também iríamos conseguir implementar estes regulamentos”, defendeu. Com existência na rede social Facebook, o grupo “Support Uber in Macau” (Apoio à Uber em Macau) também lançou uma petição online, intitulada “Macau people need Uber!” (A população de Macau necessita da Uber). A mensagem deixada é clara. “Em Macau os autocarros estão sempre cheios e os táxis nunca servem as nossas necessidades, para além de que há poucos lugares nos parques de estacionamento (não nos podemos esquecer do interminável metro ligeiro). Agora o nosso Governo quer retirar a Uber de Macau! Os problemas com o terrível sistema de transporte nunca foram resolvidos e agora o Governo está a expulsar a Uber com uma inesperada eficiência. Os nossos direitos estão a ser esquecidos e não podemos continuar sentados como ficamos no passado na hora de enfrentar injustiças!”, pode ler-se. O grupo pede que seja mantida uma alternativa aos táxis. “Independentemente de ser um habitual cliente da Uber ou não, por favor apoie esta plataforma enquanto cidadão que, como nós, quer outra forma de opção de transporte sem que haja apenas os vis táxis”, lê-se ainda. Perder terreno Uma das pessoas que assinou esta petição foi Sara Barrias. Em declarações ao HM, a residente de Macau lamenta que a Uber esteja a deixar o território. “Usava sempre que precisava e sabia que estava sempre lá. Era uma mais valia para os transportes, pessoalmente sentia-me mais segura a pedir um transporte na Uber do que andar de táxi em Macau. O serviço é mais fácil, eles estão sempre disponíveis, uma pessoa não tem de levar com motoristas mal dispostos que tentam roubar dinheiro”, referiu. O facto das associações locais estarem a ponderar a criação de uma aplicação móvel para os táxis não vai ajudar a fomentar mais meios de transporte. “Penso que essa aplicação não vai ajudar em nada, vamos voltar ao mesmo. Deveriam ter legalizado a Uber porque era mais um serviço para Macau e não ia interferir com os táxis porque eles iam continuar a ter o mesmo negócio”, acrescentou Sara Barrias. Também Marisa Costa, utilizadora habitual da Uber, lamenta que a empresa esteja a sair do território. “Se o problema era estarem ilegais, porque não se procedeu à legalização? Era muito mais cómodo usar sempre que não havia táxis. Em qualquer hora e lugar podíamos contar com o transporte, se não tivesse dinheiro podíamos pagar com o cartão de crédito. O serviço era muito melhor, tinha mais qualidade do que o táxi, era só vantagens.” Para Marisa Costa, Macau fica a perder em relação a Hong Kong, onde o serviço continua a operar, e até em relação à China, onde a Uber se legalizou, graças à compra da empresa pela chinesa Didi. “Temos o problema dos transportes e esta era mais uma oportunidade. O problema é mesmo o péssimo serviço prestado pelos táxis, com má educação e falta de profissionalismo.” Empresa certa? O presidente da Associação dos Passageiros de Táxi de Macau, Andrew Scott, disse ao HM que é “triste” o território estar a perder esta aplicação móvel, algo que faz falta. “Não sei se a Uber é a companhia ideal para isso, mas deveria existir uma app que funcionasse em Macau e que tivesse a bênção do Governo. A Uber talvez tenha chegado a Macau da forma errada, pois nunca teve o aval do Governo. Macau tomou a decisão de decretar a Uber como uma plataforma ilegal e isso gerou imensas multas, o que não é comportável para a empresa, que é uma plataforma lucrativa. Talvez a única forma de conseguir operar em Macau era de forma não lucrativa, com o apoio do Governo. Talvez aí estivesse a solução”, frisou. Andrew Scott defendeu ainda que “deveria existir um campo legal para que todas as empresas pudessem operar. O mercado terá de ditar quem terá esta aplicação”, rematou. Associação de condutores desmarca-se do protesto Os condutores da Uber afirmam nada ter a ver com a manifestação agendada para o próximo dia 4 de Setembro. Em carta enviada à publicação Macau Concelears, a Associação de Transporte por Conveniência dos Povos, composta exclusivamente por condutores da Uber, afirma nada ter a ver com a iniciativa. “A manifestação organizada pela Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário para mostrar o apoio à Uber não representa a perspectiva de todos os condutores nem da nossa associação. Informamos os cidadãos que somos um grupo de pessoas que oferecem serviços a Macau de forma sincera. Esperemos que todos sejam pacíficos e racionais quando exprimirem os seus apelos”, lê-se na declaração. “Somos experientes e ambiciosos e todos os dias oferecemos serviços aos cidadãos com todo o desempenho. Esperamos poder ajudar as pessoas com necessidades e que, ao mesmo tempo, possamos suportar as nossas famílias”, acrescenta a declaração. A associação explica ainda que os condutores apenas “reuniram assinaturas de forma conjunta, de uma forma pacífica e racional, para expressar os pedidos ao Governo”. Apesar de se demarcarem do protesto, não afastam a possibilidade de realizar outra acção do género. “A nossa associação ainda não organizou um comício ou uma manifestação, mas não excluímos a possibilidade de, a curto prazo, tomarmos acções. Mas garantimos que todas as acções vão ser feitas de forma pacífica e racional”, conclui.
Joana Freitas Manchete SociedadeUber avisou Governo que dia 9 de Setembro é último dia [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]final, a Uber já tem uma data certa para deixar Macau: 9 de Setembro. Apesar de ter rejeitado admitir directamente que iria abandonar Macau quando questionada pelo HM, na passada semana, a empresa tinha enviado já um documento ao Governo onde indicava claramente a decisão de deixar o território. “Pretendemos suspender o nosso serviço em Macau. O Governo não tem intenção de agendar a legislação para as empresas de transportes privados e, ao mesmo tempo, multa de forma elevada os nossos condutores, o que impede o funcionamento em Macau. Raimundo do Rosário não aceitou os nosso pedidos”, pode ler-se no início da carta assinada por Mike Brown e Damian Kassabgi, responsáveis da empresa. Esta parte já era do conhecimento público desde a semana passada, depois do HM e jornal Ponto Final ter publicado que a empresa foi multada em dez milhões de patacas. Mas a data certa não foi avançada pela empresa, que, questionada pelo HM, se limitou a dizer que “queria funcionar num ambiente livre de multas”. “Se o Governo ainda não avançou com a matéria, a Uber vai sair de Macau até dia 9 de Setembro, sendo este o último dia de funcionamento.” A empresa disse que não queria tomar esta decisão mas não tem outra solução. A carta foi enviada ao Chefe do Executivo a 16 de Agosto, e publicada dia 22, sem a Uber ter recebido qualquer resposta.