Sanções | Partido Comunista proíbe entradas de taiwaneses em Macau

Mais sete pessoas de Taiwan, e as respectivas famílias, estão impedidas de entrar em Macau, após uma directiva de Pequim. Os proscritos são acusados de serem “fanáticos” da causa separatista, classificação que agora foi também aplicada a vários titulares de altos cargos na Ilha Formosa

 

Mais sete governantes de Taiwan, e as respectivas famílias, estão proibidos pelo Partido Comunista de entrarem em Macau, Hong Kong e no Interior do país. As sanções foram anunciadas ontem por um porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Comité Central do Partido Comunista Chinês, em que os governantes são acusados de serem “fanáticos” da causa independentista.

Os visados são Hsiao Bi-khim, Wellington Koo Li-hsiung, Tsai Chi-chang, Ker Chien-ming, Lin Fei-fan, Chen Jiau-hua e Wang Ting-yu, figuras ligadas ao Partido Progressista Democrático da Ilha Formosa.

De acordo com as explicações do porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Comité Central do Partido Comunista Chinês, citadas pela Xinhua, as sanções são justificadas com a necessidade de “salvaguardar o desenvolvimento pacífico das relações no estreito de Taiwan e os interesses das pessoas de ambos os lados do Estreito”.

Segundo a mesma fonte, Su Tseng-chan, primeiro-ministro de Taiwan, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Joseph Wu, e Su Tseng-chan, presidente do Parlamento, que já tinham sido anteriormente colocados na lista negra, e estavam proibidos de entrar em Macau, passaram agora a ser classificados como “fanáticos” separatistas.

Ligações proibidas

O Partido declarou também que todas as instituições ligadas a estes políticos de Taiwan ficam impedidas de estabelecer qualquer tipo de relações com instituições e pessoas no Interior.

Além disso, foi também deixado o aviso de que qualquer empresa do Interior que estabeleça relações comerciais, ou outras, com as pessoas sancionadas ou instituições ligadas a estas pode ser chamada a assumir responsabilidades criminais.

Sobre qualquer acto visto como um passo em direcção “à independência de Taiwan”, o Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Comité Central do Partido Comunista Chinês avisa que são “o maior obstáculo à reunificação da China” e “um grande perigo para o rejuvenescimento nacional”.

Além disso, os sancionados são acusados de, “motivados por interesses pessoais”, actuarem em conluio com “com forças externas provocadoras”, que surgem associadas à visita de Nancy Pelosi a Taiwan.

“Avisamos seriamente os fanáticos da independência de Taiwan a evitarem entrar ainda mais no caminho errado. Quem deliberadamente desafiar a lei vai ser seriamente punido”, afirmou o porta-voz. “Ninguém deve subestimar a nossa determinação, vontade e capacidade para defender a soberania da China e a integridade territorial”, foi acrescentado.

17 Ago 2022

Taiwan | ELP vai patrulhar “regularmente” águas em torno da ilha

As forças militares chinesas vão continuar a supervisionar as áreas em redor da ilha, reforçando a soberania nacional sobre o território

 

O Exército de Libertação Popular (ELP) “vai organizar patrulhas regulares de combate” nas águas ao redor de Taiwan, anunciou um porta-voz do exército chinês, citado ontem pela imprensa estatal. Shi Yi, porta-voz do Comando do Teatro Leste, disse que os recentes exercícios militares chineses, que incluíram o uso de fogo real e lançamento de mísseis, “atingiram os seus objectivos” e “testaram efectivamente a capacidade de combate” das Forças Armadas chinesas.

Após a visita da líder do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, a Taiwan, Pequim anunciou manobras militares ao redor da ilha, que duraram quase uma semana. Os exercícios, de uma intensidade inédita em várias décadas, incluíram o bloqueio do espaço aéreo e marítimo em seis áreas da costa de Taiwan.

Sob controlo

Shi Yi explicou que as forças do Comando de Operações do Teatro Oeste “vão proteger resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial” da China.

O porta-voz do ministério da Defesa chinês, Tan Kefei, afirmou que as manobras constituem um “poderoso impedimento às forças separatistas de Taiwan e à interferência estrangeira”, e acrescentou que as acções militares chinesas são “necessárias e justificadas para proteger a soberania de Taiwan”.

Tan acrescentou que os exercícios militares foram realizados “de acordo com as leis e práticas nacionais e internacionais” e que o “processo de reunificação é imparável”. “Estamos dispostos a exercer máxima sinceridade e os melhores esforços para alcançar a reunificação pacífica, mas o ELP não vai dar espaço para que forças separatistas taiwanesas e potências estrangeiras alcancem os seus objectivos”, concluiu.

Na semana passada, Pequim anunciou várias sanções contra Pelosi e suspendeu mecanismos de cooperação com Washington em questões judiciais, alterações climáticas, repatriação de imigrantes ilegais, assistência judiciária criminal e luta contra crimes transnacionais.

12 Ago 2022

Taiwan | Embaixador chinês diz à Austrália para ter cautela

As tensões entre a Austrália e a China voltam a aumentar. Desta vez, em torno da questão de Taiwan

 

O embaixador chinês na Austrália avisou ontem que Camberra deve gerir “com cautela” a questão de Taiwan, defendendo que a recente mudança de governo na Austrália é uma oportunidade para redefinir o complexo relacionamento com a China.

Xiao Qian disse estar surpreendido por a Austrália ter assinado uma declaração com os Estados Unidos e o Japão a condenar o disparo de mísseis da China, que atravessaram Taiwan e caíram em águas japonesas, em resposta à visita da Presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taipé, na semana passada.

“Esperamos que o lado australiano possa abordar as relações China – Austrália com uma atitude séria, que respeite o princípio ‘Uma só China’ e que lide com a questão de Taiwan com cautela”, disse Xiao, citado pela imprensa australiana.

Xiao não disse quando é que os exercícios militares ao redor de Taiwan vão terminar, apontando que um anúncio será feito no “momento apropriado”.

Para o que der e vier

A China quer a reunificação pacífica com Taiwan, que Pequim considera uma província sua, mas Xiao não descartou o uso da força.

“Nunca podemos descartar a opção de usar outros meios. Quando for necessário e se obrigados, estaremos prontos para usar todos os meios necessários”, frisou. Questionado sobre o significado de todos os meios necessários, Xiao disse aos jornalistas para usarem a imaginação.

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, disse esta semana que a Austrália “criticou voluntariamente as medidas legítimas, justificadas e legais da China para salvaguardar a sua soberania e integridade territorial”.

Wang pediu à Austrália que “pare de interferir nos assuntos internos da China”. “Nos últimos anos, as relações China – Austrália atravessaram sérias dificuldades, por razões motivadas pelo lado australiano”, disse Wang.

Xiao defendeu as barreiras e apontou para os danos económicos que a Austrália causou à gigante chinesa de telecomunicações Huawei, proibindo-a de implantar a rede 5G no país, por motivos de segurança.

O primeiro-ministro interino Richard Marles, que está a preencher o cargo enquanto Albanese está de férias esta semana, não se intimidou com a reacção chinesa hostil às críticas da Austrália aos exercícios militares em torno de Taiwan.

“A China vai dizer o que disser. Nós tomamos a nossa posição. Vamos lidar com o mundo com respeito, profissionalismo, sobriedade, com fé na diplomacia”, disse Marles. “E vamos continuar a fazer isso. Embora o governo tenha mudado, o nosso interesse nacional não mudou”, acrescentou.

11 Ago 2022

Mísseis terão caído na zona económica exclusiva japonesa

O ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi, declarou que vários dos mísseis balísticos disparados ontem pela China terão caído pela primeira vez na Zona Económica Exclusiva do Japão

“Suspeitamos que cinco dos nove mísseis balísticos disparados pela China terão caído na Zona Económica Exclusiva (ZEE)  do Japão, afirmou o ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi, aos jornalistas, para falar sobre o início dos exercícios navais militares que Pequim iniciou ontem em torno de Taiwan, após a visita à ilha da líder do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi.

“O Japão já apresentou um protesto à China por via diplomática”, referiu Kishi, considerando o incidente como um “problema grave” que afeta a segurança nacional nipónica.

O Exército Popular de Libertação da República da China confirmou, entretanto, o lançamento de mísseis, explicando ter-se tratado de “um ataque com mísseis convencionais multirregionais e de vários modelos em águas predeterminadas da parte leste da ilha de Taiwan”.

Segundo adiantou um responsável chinês, “todos os mísseis atingiram o alvo com precisão”.

 

Fogo real

Por seu lado, o Ministério da Defesa taiwanês denunciou o disparo dos mísseis, condenando o que considerou as “acções irracionais que minam a paz regional”. “O Ministério da Defesa Nacional declara que o Partido Comunista Chinês disparou vários mísseis balísticos ‘Dongfeng’ nas águas circundantes do nordeste e sudoeste de Taiwan às 13h56”, anunciou o ministério, em comunicado, sem adiantar o local exato onde os mísseis caíram.

A televisão estatal chinesa, a CCTV, já tinha anunciado ontem de manhã, que a China ia dar início a exercícios militares, com fogo real, nas imediações de Taiwan, acrescentando que a operação irá durar até domingo.

As manobras militares surgem em resposta à visita a Taiwan da líder do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, vista pela China como uma grave provocação.

5 Ago 2022

Presidentes dos EUA e da China falam hoje ao telefone

A chamada telefónica planeada entre o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o da China, Xi Jinping, vai acontecer esta quinta-feira, avança a imprensa norte-americana.

A situação em Taiwan e a guerra na Ucrânia serão duas das questões que os líderes irão discutir, naquela que será a quinta conversa entre os dois desde que Biden chegou à Casa Branca, em janeiro de 2021, como lembrou, na terça-feira, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.

A ênfase será colocada, disse Kirby, nas questões de segurança e nas reivindicações territoriais da China.

Nesse sentido, além de Taiwan, os dois líderes vão falar também sobre o mar da China Meridional, região em que se estima que exista o equivalente a 11.000 milhões de barris de petróleo e que o gigante asiático disputa com Taiwan, Brunei, Indonésia, Filipinas, Malásia e Vietname.

A outra grande questão será a economia, embora Kirby tenha admitido que os Estados Unidos não deverão tomar, antes da chamada telefónica, uma decisão sobre a continuidade das taxas sobre produtos chineses impostas pelo ex-Presidente Donald Trump.

Biden “quer garantir que todas as linhas de comunicação com o Presidente Xi se mantêm abertas em todas as questões, mesmo nas problemáticas”, sublinhou Kirby, que defendeu a importância de os dois líderes poderem comunicar por telefone de forma “cândida e direta”.

A Casa Branca tem criado expectativas há semanas sobre o telefonema entre Biden e Xi. Entretanto, a possibilidade de a presidente do Congresso, a democrata Nancy Pelosi, visitar Taiwan em agosto, também começou a gerar tensão entre os dois países.

Pelosi ainda não anunciou oficialmente nenhuma viagem, mas o Governo chinês já alertou que responderá com “medidas fortes” se a visita se confirmar. Taiwan é um dos principais motivos do conflito entre a China e os Estados Unidos, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria seu maior aliado militar no caso de uma possível guerra com a China.

28 Jul 2022

Pequim | Washington terá de assumir “todas as consequências” se Pelosi for a Taiwan

Pequim volta a avisar Washington sobre possíveis retaliações se a programada visita da congressista norte-americana à Formosa em Agosto se concretizar

 

A China reiterou ontem a sua oposição a uma possível visita a Taiwan da líder do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, e alertou que Washington irá arcar com “todas as consequências” se se confirmar.
“Se os Estados Unidos persistirem” nesta visita […] terão de “assumir todas as consequências”, afirmou ontem o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian.

A China já tinha anunciado, há uma semana, que iria adoptar medidas “fortes e determinadas” caso Pelosi visitasse Taiwan.

A visita “minaria gravemente a soberania e a integridade territorial da China e teria grave impacto na base política da relação entre a China e os Estados Unidos, ao enviar um sinal muito errado às forças independentistas de Taiwan”, disse, na altura, Zhao Lijiang.

“Caso os EUA insistam em seguir o caminho errado, a China vai tomar medidas fortes e decididas, visando salvaguardar a sua soberania e integridade territoriais”, acrescentou.

O exército dos Estados Unidos avançou ontem que está a preparar um reforço da segurança caso a líder do Congresso norte-americano concretize a visita a Taiwan em Agosto. Fontes do Pentágono disseram à agência Associated Press que os militares norte-americanos aumentarão o movimento de forças e equipamento na região do Indo-Pacífico.

Caças, navios, equipamento de vigilância e outros sistemas militares poderiam ser usados para proteger tanto o voo de Pelosi para Taiwan como qualquer deslocação, já em terra, da segunda figura do Estado norte-americano.

As mesmas fontes sublinharam que os Estados Unidos já têm forças significativas espalhadas por toda a região, que terão que estar preparados para qualquer incidente, seja no ar ou no solo. A notícia da visita foi avançada pelo jornal britânico Financial Times, que adiantou que Pelosi está a preparar fazer a viagem no próximo mês.

A confirmar-se, será a primeira visita de um líder do Congresso norte-americano ao território de Taiwan nos últimos 25 anos. Pelosi tinha originalmente planeado a visita para Abril passado, mas acabou por adiar, depois de ter testado positivo para a covid-19.

Mau momento

A viagem decorre numa altura em que a relação entre Estados Unidos e China atravessa o pior momento desde que os países normalizaram as relações diplomáticas, em 1979, e Washington passou a reconhecer a liderança em Pequim como o único Governo legítimo de toda a China, rompendo os contactos oficiais com Taipé.

No entanto, os Estados Unidos continuam a ser o maior aliado e fornecedor de armas de Taiwan.
Nos últimos dias, Pequim também aumentou a retórica sobre as vendas de armas feitas pelos Estados Unidos a Taiwan e exigiu o cancelamento de um acordo no valor de cerca de 108 milhões de dólares.

A China tem o maior exército permanente do mundo, com uma Marinha cada vez mais sofisticada e milhares de mísseis apontados para os 180 quilómetros de largura do Estreito de Taiwan.

28 Jul 2022

China ameaça tomar “medidas fortes e determinadas” se Pelosi visitar Taiwan

A China afirmou ontem que vai tomar medidas “fortes e determinadas” caso a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, visite Taiwan.

A visita “minaria gravemente a soberania e a integridade territorial da China e teria grave impacto na base política da relação entre China e Estados Unidos, ao enviar um sinal muito errado às forças independentistas de Taiwan”, disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros Zhao Lijiang, em conferência de imprensa. “Caso os EUA insistam em seguir o caminho errado, a China vai tomar medidas fortes e decididas, visando salvaguardar a sua soberania e integridade territoriais”, acrescentou.

O jornal britânico Financial Times avançou ontem que Pelosi está a planear visitar Taiwan no próximo mês. A confirmar-se, seria a primeira visita de um líder do Congresso norte-americano ao território nos últimos 25 anos. Pelosi tinha originalmente planeado a visita para Abril passado, mas acabou por adiar, depois de ter testado positivo para a covid-19.

Questões bélicas

A viagem decorre numa altura em que a relação entre Estados Unidos e China atravessa o pior momento desde que os países normalizaram as relações diplomáticas, em 1979, e Washington passou a reconhecer a liderança em Pequim como o único Governo legítimo de toda a China, rompendo os contactos oficiais com Taipé.

No entanto, os Estados Unidos continuam a ser o maior aliado e fornecedor de armas de Taiwan.
Nos últimos dias, Pequim também aumentou a retórica sobre as vendas de armas feitas pelos Estados Unidos a Taiwan e exigiu o cancelamento de um acordo no valor de cerca de 108 milhões de dólares.

A China tem o maior exército permanente do mundo, com uma marinha cada vez mais sofisticada e milhares de mísseis apontados para os 180 quilómetros de largura do Estreito de Taiwan.

“O Exército de Libertação Popular [as Forças Armadas chinesas] impedirá resolutamente qualquer forma de interferência de forças externas e conspirações separatistas de Taiwan”, disse o ministério da Defesa, num comunicado divulgado ontem.

20 Jul 2022

Líder de Congresso dos Estados Unidos prepara visita a Taiwan, escreve Financial Times

A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, vai visitar Taiwan, em agosto, avançou hoje o jornal Financial Times.

A confirmar-se, seria a primeira visita de um líder do Congresso norte-americano a Taiwan nos últimos 25 anos. Pelosi tinha originalmente planeado a visita para abril passado, mas acabou por adiar, depois de ter testado positivo para a covid-19.

A viagem decorre numa altura em que a relação entre Estados Unidos e China atravessa o pior momento desde que os países normalizaram as relações diplomáticas, em 1979, e Washington passou a reconhecer a liderança em Pequim como o único governo legítimo de toda a China, rompendo os contactos oficiais com Taipé.

A informação sobre a viagem surge numa altura em que o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o homólogo chinês, Xi Jinping, se preparam para reunir, por videochamada, nas próximas semanas. Citadas pelo Financial Times, três pessoas familiarizadas com a situação disseram que a Casa Branca expressou preocupação com a viagem.

A questão também é delicada para Pequim, porque o Partido Comunista Chinês vai realizar o seu XX congresso ainda este ano – uma reunião na qual Xi deve garantir um terceiro mandato como secretário-geral, algo sem precedentes na história recente da República Popular da China.

Nos últimos anos, as incursões de aviões militares chineses na zona de defesa aérea da ilha intensificaram-se. No fórum de Defesa Shangri-La, que se realizou em Singapura, em junho, o ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, disse que os seus militares “esmagariam” qualquer tentativa de Taiwan de tornar-se independente, e advertiu os EUA para pararem de tentar conter a China.

“Se alguém forçar uma guerra contra a China, o Exército de Libertação Popular [as Forças Armadas chinesas] não recuará”, acrescentou Wei.

Pelosi e a sua delegação vão também visitar Japão, Singapura, Indonésia e Malásia. Ela vai ainda visitar o Havai, onde se encontra a sede do comando do Indo-Pacífico dos EUA.

A embaixada chinesa nos EUA disse que a China “opõe-se resolutamente a todas as formas de contacto oficial entre os EUA e Taiwan”.

O porta-voz Liu Pengyu disse que a visita de Pelosi a Taiwan “teria grave impacto na base política das relações China-EUA e enviaria um sinal muito errado às forças separatistas de Taiwan”.

19 Jul 2022

Sismo de magnitude 6 atinge Taiwan

Um sismo de magnitude 6 na escala de Richter atingiu hoje a região de Hualien, no leste de Taiwan, avançou o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês). Segundo a imprensa de Taiwan, não há até ao momento registo de nenhuma vítima ou danos significativos do terramoto, que foi sentido em toda a ilha.

O terramoto aconteceu a cerca de 10 quilómetros de profundidade às 9:05 locais, avançou o USGS. O serviço de metropolitano na capital Taipei foi brevemente interrompido, de acordo com um passageiro, citado pela agência France Presse.

Um abalo de menor intensidade foi registado cerca de meia hora depois, de acordo com o Serviço Meteorológico de Taiwan.

O USGS classificou como “verde” o risco representando pelo terramoto que atingiu Taiwan, prevendo poucas vítimas e danos.

Este é o quarto sismo de magnitude 6 ou superior na escala de Richter a atingir Taiwan desde o início de 2022. Em março, um sismo de magnitude 6,7, registado ao largo de Taiwan, a cerca de 70 quilómetros a sul de Hualien, causou um ferido e destruiu uma ponte em construção nessa região.

Taiwan é regularmente atingida por terramotos por se encontrar perto da junção de duas placas tectónicas. Sismos de magnitude 6 ou mais podem implicar um elevado número de vítimas mortais, mas os efeitos dependem da localização e da profundidade a que ocorrem.

Em 2018, um sismo de magnitude 6,4 causou 17 mortos e mais de 300 feridos em Hualien, um popular ponto turístico de Taiwan. A catástrofe natural mais mortífera da história da ilha ocorreu em setembro de 1999, quando um sismo de magnitude 7,6 matou cerca de 2.400 pessoas.

20 Jun 2022

Taiwan | China adverte EUA que “esmagará” qualquer tentativa de independência

O ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, alertou sexta-feira durante uma reunião em Singapura com o homólogo norte-americano, Lloyd Austin, que Taiwan é território da China, que “esmagará de forma determinada” qualquer tentativa de independência da ilha.

A China “não hesitará em iniciar uma guerra” se Taiwan declarar a independência, garantiu um porta-voz do Ministério da Defesa chinês. “Se alguém se atrever a separar Taiwan da China, os militares chineses não hesitarão por um momento em iniciar uma guerra, não importa o custo”, disse Wu Qian ao relatar os comentários do ministro da Defesa, Wei Fenghe durante a reunião com Lloyd Austin.

Wei proferiu as declarações durante o encontro com Austin à margem do Diálogo Shangri-La, um fórum anual de segurança realizado em Singapura, tendo este sido o primeiro encontro presencial entre os dois desde que o governante norte-americano assumiu o cargo, em Janeiro de 2021. Os dois governantes tinham tido um primeiro contacto via telefónica em Abril.

A reunião, que durou 30 minutos mais do que o previsto, de acordo com o jornal South China Morning Post (SCMP), ocorre depois de o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter alertado em Maio que uma anexação “à força” de Taiwan pela China implicaria uma intervenção militar dos EUA.

13 Jun 2022

Diplomatas avisam os EUA e o Japão sobre questão de Taiwan antes da cimeira da QUAD

Os EUA e os seus aliados, nomeadamente o agressor Japão, tudo fazem para demonizar a China e comparar a questão de Taiwan à Ucrânia. Mas, os diplomatas chineses, já os informaram que seguem por um caminho cheio de erros e armadilhas para a paz mundial

 

Diplomatas chineses sublinharam ontem, quarta-feira, a posição da China e enviaram avisos firmes sobre os movimentos dos EUA e do Japão contra a China, na sequência de relatos de que o Japão e os EUA estavam determinados a afirmar o reforço da cooperação sobre a questão de Taiwan e a compará-la com a crise da Ucrânia numa declaração conjunta de uma próxima cimeira bilateral.

O diplomata Yang Jiechi observou que os recentes actos dos EUA sobre a questão de Taiwan são contrários às suas palavras. Se os EUA continuarem a jogar a “carta de Taiwan” e continuarem no caminho errado, a China tomará medidas firmes para salvaguardar a sua soberania e interesses de segurança, e “faremos o que dizemos”, disse Yang, membro do Gabinete Político do Comité Central do Partido Comunista da China (CPC) e director do Gabinete da Comissão dos Negócios Estrangeiros do Comité Central do CPC advertiu, numa chamada telefónica com o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA Jake Sullivan, na quarta-feira.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros Wang Yi avisou o Japão numa conversa virtual com o Ministro dos Negócios Estrangeiros japonês Yoshimasa Hayashi na quarta-feira para não tirar as castanhas do fogo para os outros e seguir o caminho errado.

Tóquio e Washington estiveram recentemente activos num gesto de apoio na defesa da participação das autoridades de Taiwan na Assembleia Mundial da Saúde (AMS), que terá início a 22 de Maio. Os peritos chineses disseram que os movimentos que aceleram a internacionalização da questão de Taiwan, incluindo a ligação da questão de Taiwan com a crise da Ucrânia, expõem a trama sinistra da dupla: trazer perturbação para a Ásia-Pacífico, e ligá-la à turbulência na Europa para formar uma crise maior e procurar tirar partido dela.

Citando fontes do governo japonês, a Kyodo News noticiou na terça-feira que o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida e o Presidente dos EUA Joe Biden irão destacar “a paz e a estabilidade para Taiwan”, e “partilhar as preocupações de que a crise da Ucrânia possa ocorrer na Ásia Oriental” numa reunião em Tóquio, a 23 de Maio.

Espera-se que estas “preocupações” se reflictam numa declaração conjunta no que seria a primeira cimeira bilateral de Kishida em pessoa com Biden, disse Kyodo News. O Japão deverá acolher a cimeira de líderes QUAD de 2022, a 24 de Maio.

Os meios de comunicação japoneses disseram que o reforço da aliança Japão-EUA se baseia no conhecimento da dupla de que a China seria o maior desafio de segurança a longo prazo. Quanto ao “ponto de vista que o Japão e os EUA dão as mãos para enfrentar a China” divulgado mesmo antes de o líder dos EUA embarcar na sua viagem ao Japão, o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Yi descreveu-o como “desenfreado”, “criando uma atmosfera de sujidade”, e tornando as pessoas “vigilantes”.

“O Japão e os EUA são aliados, enquanto que a China e o Japão celebraram um tratado de paz e amizade. A cooperação bilateral entre o Japão e os EUA não deve provocar um confronto em bloco, quanto mais prejudicar a soberania, segurança e interesses de desenvolvimento da China”, disse Wang numa conversa virtual com o Ministro dos Negócios Estrangeiros japonês Yoshimasa Hayashi na quarta-feira. “A China espera que o Japão aprenda com as lições históricas, tenha em mente a paz e estabilidade regionais e aja com prudência”, observou Wang. Os meios de comunicação japoneses também mencionaram que se espera que Kishida anuncie a participação do Japão no Quadro Económico Indo-Pacífico liderado pelos EUA, o que ainda é vago em substância.

Da Zhigang, director do Instituto de Estudos do Nordeste Asiático da Academia Provincial de Ciências Sociais de Heilongjiang, disse na quarta-feira que a divulgação antecipada pelo governo japonês através dos meios de comunicação social é a opinião pública e a guerra de informação contra a China para tomar a iniciativa de internacionalizar a questão de Taiwan. A China nada fez, mas foi previamente definida pelos EUA e pelo Japão como “tendo intenções agressivas”, explicou o perito.

A teoria da ameaça da China serve de dissuasão e intimidação a outros países e organizações amigas da China, tais como a ASEAN, disse Da. “O subtexto é que se a ilha de Taiwan for tratada como a Ucrânia, qualquer pessoa que se atreva a apoiar o continente chinês enfrentará sanções”.

O mais alto oficial das Forças de Auto-Defesa do Japão participará pela primeira vez numa reunião de Chefes de Defesa Militares da OTAN na quinta-feira, informou Nikkei, citando a autoridade de defesa japonesa. Em Abril, o Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken anunciou que o Japão participará numa reunião cimeira da OTAN em Madrid, no final de Junho. A cimeira QUAD e a reunião Biden-Kishida promoveriam a orientação da OTAN para a Ásia-Pacífico, disse um perito em assuntos internacionais baseado em Pequim, sob condição de anonimato.

“Ao sublinhar a questão de Taiwan e compará-la com a crise da Ucrânia, o Japão e os EUA pretendem incitar os países europeus a mudar para a região da Ásia-Pacífico e utilizar a questão de Taiwan como uma questão para criar aversão na Europa contra a China”, disse o perito. “Este é um esquema insidioso e malicioso”. “O que o Japão e os EUA estão a fazer é muito destrutivo e conduzirá a mais caos regional, instabilidade e conflitos”, disse o perito. “Isto não será bem recebido pela maioria dos países da região da Ásia-Pacífico”.

Sonhar sonhos diferentes

Um dia antes da divulgação antecipada do Japão sobre a cimeira, Chen Ming-tong, o chefe da autoridade de segurança na ilha de Taiwan, disse que a reunificação da China não só inclui Taiwan, mas também as Ilhas Diaoyu disputadas entre a China e o Japão. “O Japão é uma parte interessada, não um espectador, em questões de segurança regional”.

Os observadores disseram que não é difícil ver a coordenação entre “aliados” das sucessivas reivindicações das autoridades do Japão e de Taiwan, mas há divergências no objectivo que tentam alcançar.

Da mesma forma, ao ligar Taiwan à Ucrânia, o Japão está a anunciar a ucranização das Ilhas Diaoyu: em caso de guerra com a China, o Japão está confiante que pode obter assistência dos EUA e provavelmente da OTAN, disse Da.

Quanto à relação EUA-Japão, Da disse que Washington quer demonstrar liderança ao reatar os laços com o Japão como uma relação que se estende para além da região Ásia-Pacífico. O Japão também quer usar a relação especial para reforçar a sua defesa nacional e impulsionar a influência global.

Mas o Japão está a actuar cada vez mais como um guia para a política Ásia-Pacífico dos EUA: a estratégia Indo-Pacífico foi inicialmente proposta pelo antigo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, e a ideia de introduzir a OTAN na Ásia-Pacífico foi também proposta pela primeira vez por Abe, disse Da. Em Janeiro de 2007, Abe visitou a sede da OTAN, a primeira visita de um chefe de governo japonês, e manifestou o interesse do Japão em aderir a uma parceria mais forte com a OTAN.

20 Mai 2022

Sismo em Taiwan de magnitude 6,7 causa um ferido e destrói ponte em construção

Um sismo de magnitude 6,7, registado hoje ao largo das costas de Taiwan, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), causou um ferido e destruiu uma ponte em construção no leste da ilha.

De acordo com o USGS, que estimou inicialmente a magnitude em 6,9, o hipocentro registou-se a uma profundidade de dez quilómetros e a cerca de 70 quilómetros a sul de Hualien, ao largo do litoral da ilha, onde foi sentido em grande parte do território.

O ferido foi levado para o hospital, indicou a agência de combate a incêndios de Taiwan, na página na rede social Facebook, dando conta do desmoronamento de uma ponte em construção em Hualien.

Os serviços meteorológicos da ilha constataram um primeiro abalo de magnitude 5,4 às 01:06, seguido à 01:41 por um sismo de magnitude 6,6. Dois minutos mais tarde, ocorreu uma réplica de magnitude 6,1.

O Governo enviou alertas para os telemóveis dos habitantes da ilha, situada na junção de duas placas tectónicas.

Sismos de magnitude 6 ou mais podem implicar um elevado número de vítimas mortais, mas os efeitos dependem da localização e da profundidade a que ocorrem.

Em janeiro, um sismo de magnitude 6,2 foi registado ao largo da ilha, sem causar vítimas ou danos materiais. Em 2018, um sismo de magnitude 6,4 causou 17 mortos e mais de 300 feridos em Hualien.

23 Mar 2022

Exército chinês promete “tolerância zero” com “actos separatistas” de Taiwan

O Exército de Libertação Popular (ELP) da China “nunca vai tolerar actos separatistas” de Taiwan, ou a “interferência de forças estrangeiras” no território, apontou hoje o seu porta-voz, Wu Qian, citado pela imprensa oficial.

Wu disse que os exercícios militares, que as Forças Armadas da China realizam frequentemente nas áreas próximas de Taiwan, “não visam de forma alguma os compatriotas de Taiwan”, mas sim combater “atividades separatistas” e a “interferência estrangeira”.

O porta-voz apontou o Partido Democrático Progressista (PPD), atualmente no poder em Taipé, como a causa da “tensão”, devido às suas “atividades separatistas”.

Wu, porta-voz da delegação do ELP na Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China, cuja sessão plenária anual está a decorrer em Pequim, destacou que a “questão de Taiwan é um assunto interno da China”.

O porta-voz alertou que, “quanto mais os Estados Unidos e o Japão agitarem a questão de Taiwan, mais duras serão as nossas ações para proteger a soberania e a integridade territorial”.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Taiwan é também uma das principais fontes de tensão entre a China e os Estados Unidos. Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar no caso de guerra.

10 Mar 2022

Taiwan | Reduzida quarentena para viajantes de 14 para 10 dias

Taiwan vai reduzir o período de quarentena obrigatória para quem chega à ilha oriundo do exterior, dos actuais 14 dias para 10, a partir de Março, anunciou hoje o Centro de Controlo de Epidemias do território, segundo a imprensa local.

Quem entrar em Taiwan, vai ter que passar 10 dias num hotel designado para quarentenas ou em casa, se morarem sozinhos. Actualmente, quem chega a Taiwan tem três opções de quarentena: estadia num hotel designado durante 14 dias, passar 10 dias num hotel e quatro em casa ou cumprir metade do período de quarentena no hotel e a outra metade em casa.

Da mesma forma, as autoridades de saúde declararam que, no futuro, vão relaxar as proibições de entrada para viagens de negócios. Tal como a China continental, Taiwan continua a ser um dos poucos territórios do mundo que adopta uma política de zero casos de covid-19, com extensas restrições fronteiriças. Desde o início da pandemia, o território registou 19.666 casos de covid-19 e 852 óbitos.

15 Fev 2022

Taiwan revela nova incursão de aviões militares chineses

Taiwan revelou hoje que 39 aviões militares da China entraram na sua Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) no domingo à noite, a maior incursão desde outubro.

De acordo com o comunicado do Ministério da Defesa de Taiwan, participaram na incursão, no sudoeste da ilha, 24 caças J-16, dez caças J-11 e um bombardeiro nuclear H-6, entre outras aeronaves.

A Força Aérea da ilha emitiu avisos e mobilizou unidades até que os aviões chineses abandonaram o espaço aéreo taiwanês, que não está definido ou regulado por nenhum tratado internacional.

Nos últimos dois anos, a China aumentou o assédio militar, através de exercícios nas águas em redor da ilha e do envio de aviões de guerra em direção ao território.

O número e frequência de aviões militares chineses que entraram na ADIZ de Taiwan aumentou no último ano meio, desde que Taipé começou a divulgar os dados.

A maior incursão, envolvendo 56 aviões de combate num único dia, aconteceu em outubro, semanas após a ilha ter submetido um pedido de adesão ao Acordo Progressivo e Abrangente para a Parceria Transpacífica (CPTPP), um dos maiores acordos comerciais do mundo.

Só em outubro, Taiwan registou 196 incursões, incluindo 149 em apenas quatro dias, o período do Dia Nacional da República Popular da China. O regime comunista reivindica Taiwan como uma província sua, apesar de o território funcionar como uma entidade política soberana.

Pequim admite o uso da força para assumir o controlo sobre a ilha e tem aumentando a pressão diplomática para a isolar no cenário internacional.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

As tensões aumentaram desde que os cidadãos de Taiwan elegeram Tsai Ing-wen como presidente em 2016, ao que Pequim respondeu cortando as comunicações previamente estabelecidas com o Governo da ilha.

24 Jan 2022

Taiwan | Macau repudia relatório sobre diminuição de liberdades

O Governo liderado por Ho Iat Seng acusa Taiwan de ter vários preconceitos e recusa que as liberdades legalmente estipuladas tenham sido beliscadas pelas proibições sobre o 4 de Junho e os acontecimentos dentro da TDM

 

O Governo demonstrou “repúdio e oposição” ao relatório das autoridades de Taiwan onde, entre outras situações, denunciam a diminuição das liberdades e garantias no território em 2021.

“O conselho da região de Taiwan para os assuntos do Interior da China divulgou recentemente um dito relatório de estudo e análise sobre a situação de Macau, que tece comentários irresponsáveis sobre o desenvolvimento social, político e económico de Macau, e não corresponde severamente à realidade local, estando repleto de preconceitos”, indicou o Governo, em comunicado divulgado no sábado.

“Por essa razão, o Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) manifesta o seu mais firme repúdio e oposição”, acrescentaram as autoridades.

No relatório referente ao 22.º ano da passagem de administração de Macau para a China, Taiwan indica que em 2021 o ponto de vista do Partido Comunista da China sobre a segurança nacional foi incorporado no sistema administrativo de Macau.

Taiwan recorda ainda que as “restrições do direito de reunião e da liberdade de imprensa foram frequentes”, frisando ainda que a opinião pública está preocupada que a voz pluralista da sociedade possa tornar-se ainda mais fraca. “Há preocupações de que o sistema de Macau esteja a tornar-se mais chinês”, denunciaram.

De acordo com a lei

No ano passado, o campo pró-democrata foi impedido de concorrer às eleições legislativas por terem sido considerados infiéis ao território, houve uma directiva para Teledifusão de Macau (TDM) que proibiu os jornalistas dos canais portugueses e ingleses de divulgarem informações e opiniões contrárias às políticas da China e o Tribunal de Última Instância (TUI) de Macau chumbou o recurso para uma vigília no Largo do Senado em memória das vítimas de Tiananmen por considerar que a liberdade de reunião não pode admitir “abusos e ofensas sem limites”.

O Governo de Macau, no comunicado, nega esta narrativa e contrapõe: “As eleições para a VII Assembleia Legislativa e o Chefe do Executivo do V Governo da RAEM, cujos processos decorreram de forma justa, imparcial, pública e íntegra. Os direitos políticos dos residentes, incluindo de manifestação e reunião, têm sido respeitados e garantidos de forma plena, os órgãos de comunicação social têm autonomia e possuem linhas editoriais independentes, e as diferentes vozes podem conviver e serem respeitadas na sociedade de Macau”.

O discurso sobre o reforço patriótico em Macau, assim como o aumento da defesa da segurança nacional tem estado patente em praticamente todos os sectores do poder no território nos últimos anos.

10 Jan 2022

Sismo de magnitude 6,0 atinge Taiwan sem relatos de vítimas ou danos

Um sismo forte de magnitude 6,0 atingiu hoje a costa leste de Taiwan e foi sentido em Taipé, mas sem registo imediato de vítimas ou danos, anunciou o Gabinete Meteorológico da ilha. O sismo ocorreu a uma profundidade de 19 quilómetros, de acordo com o gabinete, citado pela agência de notícias France-Presse.

O epicentro situou-se no mar, a 56 quilómetros da cidade de Hualien, na costa leste da ilha, localizada a cerca de 117 quilómetros a sudeste da capital Taipé. O abalo foi sentido pelas 17:46 locais.

“O tremor em Taipé durou quase um minuto e abanou os edifícios de um lado para o outro”, noticiou a agência de notícias de Taiwan CNA.

A ilha de Taiwan é regularmente atingida por terramotos por se encontrar perto da junção de duas placas tectónicas.

Em 2018, um sismo de magnitude 6,4 atingiu a zona turística de Hualien, matando 17 pessoas e ferindo quase 300. A catástrofe natural mais mortífera da história da ilha ocorreu em setembro de 1999, quando um sismo de magnitude 7,6 matou cerca de 2.400 pessoas.

3 Jan 2022

Taiwan e a Revolução Francesa

Na política internacional existe uma diferença considerável entre “adversários/competidores” e “inimigos”. Ora face ao extraordinário desenvolvimento que a China (RPC) tem conseguido nas últimas décadas é actualmente ambígua a posição dos EUA face ao gigante asiático.

O presidente Trump, a quem as questões económicas interessavam particularmente, abriu de forma grosseira as hostilidades criando múltiplas dificuldades às empresas chinesas de se expandirem no mercado global. O caso Huawei é o mais mediático, mas não é o único. Várias firmas chinesas viram erguerem-se barreiras aos seus produtos, quer alfandegárias, quer políticas. Ou seja, os EUA compreenderam que não podem deixar os chineses agir livremente no mercado global sob pena de serem ultrapassados no seu próprio jogo.

País que costuma defender a liberdade comercial, quando isso convém às suas empresas, já outro galo canta quando compreende não ter capacidade para jogar com essas mesmas regras. E quando é assim, mudam-se as regras do jogo. Foi o que fez Trump, aumentando radicalmente as taxas alfandegárias relativas a produtos chineses e invocando, cinicamente, questões relacionadas com os direitos humanos de modo a restringir o interesse por certos produtos feitos na China, como o caso do algodão produzido em Xingjiang.

Felizmente para a RPC o seu mercado interno é de tal modo vasto e a sua população conheceu um tal crescimento económico, solidificando uma extensa classe média, que as empresas chinesas conseguem sobreviver mesmo quando os mercados internacionais lhes levantam problemas, seguindo as ordens americanas.

Nos EUA o tema China é transversal aos dois maiores partidos e o actual presidente Joe Biden segue as pisadas do seu antecessor. Contudo, cada vez mais a retórica americana parece pretender transformar um adversário industrial e comercial, num inimigo global, fazendo da China um substituto da defunta URSS e criando o ambiente propício a uma nova Guerra Fria.

Para isso, a política externa dos EUA não se coíbe de tentar desestabilizar por vários meios a sociedade chinesa. Hong Kong é disso um exemplo (conseguido numa primeira fase e depois falhado, mas com graves consequências para a cidade), como a situação dos Uigures em Xingjiang (os EUA apoiam grupos no exterior sediados em Idlib, sede do Estado Islâmico) e, agora mais recentemente, Taiwan.

A questão de Taiwan é particularmente sensível para Pequim. De modo nenhum a RPC admitirá, no horizonte, outro desfecho que não seja a reunificação do país. No entanto, a RPC já deu mais que mostras da sua paciência e deixou, a partir de 1979, de empregar o termo “libertação de Taiwan”, que sugeria uma intervenção militar, preferindo “a promoção de uma reunificação pacífica, através do desenvolvimento dos laços económicos e humanos”. Sabe-se, contudo, e Pequim não se cansa de o reafirmar, que uma declaração de independência motivaria uma invasão, independentemente de pressões internacionais ou da presença militar dos EUA.

Nos últimos tempos, sentindo-se respaldada pelos EUA e pelas suas acções e discursos sinófobos, a actual administração da ilha tem-se mostrado cada vez mais reticente face à RPC. Se o Kuomitang havia enveredado por uma política de “dois gumes”, mantendo a aliança estratégica com os EUA, mas fortalecendo sobremaneira os laços económicos com Pequim e mantendo na gaveta quaisquer veleidades independentistas, já o partido agora no poder tem de tal modo hostilizado a RPC que os media internacionais, a soldo dos interesses americanos, fazem questão de proclamar, em manchetes atrás de manchetes, a iminência de uma guerra. The Economist, por exemplo, fez uma capa em que considerava o Estreito de Taiwan como “o lugar mais perigoso do planeta”. Regularmente assistimos, nos últimos meses, a notícias principais em órgãos de comunicação social que vão da direita radical e trauliteira (Fox News) à esquerda liberal e fofinha (The Guardian) em que Taiwan aparece em parangonas e a invasão da ilha é dada como algo adquirido, prestes a acontecer.

Declarações de responsáveis militares americanos reforçam esta propaganda belicista, algo que não é novo e faz parte da estratégia usual do império americano, em Taipé e noutras partes do mundo. Mais recentemente, os EUA têm procurado novos aliados na Ásia, além do subjugado Japão, como a Índia, o Vietname, as Filipinas, entre outros, sempre com o objectivo de minar os interesses chineses.

A administração de Taiwan, dirigida pelo Partido Democrata Progressista (DPP) da senhora Tsai, para agradar aos patrões americanos de forma radical, prestou-se em 2020 a envenenar o seu próprio povo, na medida em que levantou uma interdição de importação de carne de porco, alimentada com ractopamina, uma substância nociva que actua nos músculos dos animais, e que impede a sua comercialização, por exemplo, na União Europeia. Para o DPP, vale tudo, desde que isso garanta aos seus membros fartos negócios, nomeadamente de armas, com os EUA.

Se, num dia, Biden reafirma a política “uma só China”, no dia seguinte um grupo de congressistas americanos desloca-se a Taipé para “avaliar a situação”. Como se os EUA não dispusessem na capital da ilha de um chamado American Institute in Taiwan (AIT), com filiais noutras cidades da ilha. O AIT define-se como uma organização sem fins lucrativos financiada pelo governo dos EUA. Contudo, na prática, é uma das presenças mais caras dos americanos na Ásia e todos se lhe referem como sendo uma embaixada de facto, incluindo o próprio director da instituição. Ou seja, os EUA lançam mão de todos os meios para provocar Pequim e minar as relações com Taipé.

De tal modo o discurso subiu de tom que a própria senhora Tsai já veio dizer que não pretende declarar independência e assim dar sinal verde para a invasão. Mas as provocações continuam porque os EUA sabem que podem usar a carta Taiwan para denegrir a imagem internacional da China.

Muito boa gente teme a eclosão de uma guerra, que poderia ter consequências terríveis, para a região e para o mundo, mas não nos parece que as coisas cheguem a esse ponto de total irracionalidade. Cabe, principalmente, à própria ilha decidir se quer ser um peão no jogo global dos EUA ou se pretende manter o status quo e melhorar as relações com Pequim, no sentido de não excluir uma futura e inevitável reunificação.

Apesar do que vem quase diariamente esparramado na imprensa internacional, não acreditamos que a RPC prepare uma invasão, a não ser que a administração da ilha cruze a chamada “linha vermelha”. E também não acreditamos que Taipé embarque totalmente nas aventuras que lhe são postas na mesa pelos americanos.

A paz é fundamental para o desenvolvimento das condições de vida das populações e o actual status quo, reafirmado pelos dois lados do Estreito em 1992, permite uma coexistência pacífica cuja continuação fará com que a reunificação aconteça quando mudanças dos dois lados criarem a atmosfera ideal para isso. Mas isso é um assunto interno do País do Meio. A China parece nunca ter pressa e compreende de modo distinto do Ocidente o desenrolar da História, como se existissem duas diferentes velocidades. Zhou Enlai, quando perguntado sobre o que pensava da Revolução Francesa, respondeu que só tinham passado ainda 200 anos e por isso ainda era cedo para dessa revolução extrair conclusões, quanto mais exprimir uma opinião. Também por esta razão, acredito que a questão de Taiwan só poderá ter uma resolução pacífica e acabará por se atingir a reunificação.

 

PS: Porque referi o ex-primeiro-ministro Zhou Enlai, não resisto a partilhar um episódio dos anos 60. Num encontro com Nikita Kruschev, o presidente da URSS disse-lhe: “A diferença entre a União Soviética e a China é que eu tenho origens camponesas e populares, enquanto o senhor vem da classe privilegiada dos mandarins.” Ao que Zhou lhe respondeu: “Tem razão mas em comum temos o facto de ambos termos traído as nossas origens”.

25 Nov 2021

Xi e Biden baixam o tom agressivo dos últimos tempos

A cimeira China-EUA conseguiu trazer alguma “normalidade” à conversa entre os dois países

 

O Presidente chinês Xi Jinping apelou na terça-feira ao desenvolvimento de uma relação sólida e estável entre a China e os EUA durante uma reunião virtual com o Presidente dos EUA Joe Biden. “A China e os Estados Unidos deveriam respeitar-se mutuamente, coexistir em paz, prosseguir uma cooperação vantajosa para ambas as partes, e gerir bem os assuntos internos, assumindo simultaneamente responsabilidades internacionais”, disse Xi, que tratou o presidente americano por “velho amigo”, dando o tom a uma conversa mais afável que o esperado.

O presidente chinês salientou que tanto a China como os EUA se encontram em fases críticas de desenvolvimento, e que a “aldeia global” da humanidade enfrenta múltiplos desafios.

 

Assumir a responsabilidade de ser grande

Xi Jinping afirmou que ambos devem assumir as responsabilidades de grandes países e liderar a resposta global aos desafios pendentes. Para o presidente chinês, a China e os Estados Unidos precisam de apelar ao estabelecimento de um mecanismo de cooperação para a saúde pública global e a prevenção e controlo das doenças transmissíveis, e promover mais intercâmbios e cooperação internacional.

“A COVID-19 não será a última crise de saúde pública que a humanidade enfrenta”, salientou Xi. “A resposta a qualquer doença importante deve basear-se na ciência”, disse, acrescentando que politizar doenças não faz bem mas apenas mal.

Xi disse também que a prioridade premente na resposta global da COVID é abordar os défices de vacinas e colmatar as lacunas. A China está entre os primeiros a oferecer vacinas aos países em desenvolvimento carenciados, fornecendo mais de 1,7 mil milhões de doses de vacinas acabadas e a granel ao mundo e irá considerar fazer doações adicionais à luz das necessidades dos países em desenvolvimento, referiu Xi.

 

Igualdade e benefício mútuo

“A China e os EUA devem respeitar-se mutuamente, coexistir em paz, e prosseguir uma cooperação vantajosa para ambas as partes”, disse Xi, expressando a sua disponibilidade para trabalhar com o Presidente Biden para construir um consenso e tomar medidas activas para fazer avançar as relações entre a China e os EUA numa direcção positiva. “Se o fizermos, tal será no interesse dos dois povos e irá ao encontro das expectativas da comunidade internacional”, acrescentou Xi.

Xi Jinping descreveu as relações económicas e comerciais entre a China e os EUA como sendo de natureza mutuamente benéfica, e disse que as questões económicas e comerciais entre os dois países não devem ser politizadas. “Os dois lados precisam de tornar o bolo maior para a cooperação”, disse Xi.

O presidente chinês acrescentou que “a China leva a sério os desejos da comunidade empresarial dos EUA de viajar mais facilmente para a China”, e concordou em actualizar o acordo acelerado, o que irá melhorar ainda mais as trocas económicas e comerciais entre a China e os Estados Unidos e impulsionar a recuperação das duas economias. “Os Estados Unidos deveriam deixar de abusar ou de esticar demasiado o conceito de segurança nacional para reprimir as empresas chinesas”, concluiu.

 

Taiwan: sem descarrilar

“A China será obrigada a tomar medidas resolutas, caso as forças separatistas para a ‘independência de Taiwan’ nos provoquem, forcem a nossa mão ou mesmo atravessem a linha vermelha”. Xi atribuiu as actuais tensões às repetidas tentativas das autoridades de Taiwan de procurar o apoio dos EUA para a sua agenda para a independência, bem como à intenção de alguns americanos de utilizar Taiwan para conter a China. “Tais movimentos são extremamente perigosos, tal como brincar com o fogo”, disse Xi. “Quem brincar com o fogo, será queimado”.

“O princípio de uma só China e as três declarações conjuntas China-EUA são a base política das relações China-EUA”, disse Xi, observando que as anteriores administrações dos EUA assumiram todas compromissos claros sobre este assunto.

“O verdadeiro status quo da questão de Taiwan e o que está no coração de uma China”, salientou Xi, “são os seguintes: existe apenas uma China no mundo e Taiwan faz parte da China, e o Governo da República Popular da China é o único governo legal que representa a China”.

Chamando à realização da reunificação completa da China uma aspiração partilhada por todos os filhos e filhas da nação chinesa, Xi disse: “Temos paciência e lutaremos pela perspectiva de uma reunificação pacífica com a máxima sinceridade e esforço”. “Dito isto, se as forças separatistas para a ‘independência de Taiwan’ nos provocarem, forçarem as nossas mãos ou mesmo atravessarem a linha vermelha, seremos obrigados a tomar medidas resolutas”, disse Xi.

Por seu lado, o presidente dos EUA, Joe Biden, reafirmou a política de longa data do governo dos EUA de uma só China, e declarou que os EUA não apoiam a “independência de Taiwan” e expressou que a paz e a estabilidade devem ser mantidas no Estreito de Taiwan.

Xi Jinping acrescentou ainda que “a China não aprova a utilização dos direitos humanos para se imiscuir nos assuntos internos de outros países”, referindo-se a Hong Kong e Xinjiang. “A China não tem intenção de vender o seu próprio caminho de desenvolvimento em todo o mundo. Pelo contrário, a China encoraja todos os países a encontrar caminhos de desenvolvimento adaptados às suas respectivas condições nacionais”, disse Xi.

 

Cooperação em grandes questões

“Sendo as duas maiores economias mundiais e membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a China e os EUA precisam de aumentar a comunicação e a cooperação, cada uma delas gerir bem os seus assuntos internos e, ao mesmo tempo, assume a sua quota-parte de responsabilidades internacionais, e trabalha em conjunto para fazer avançar a nobre causa da paz e desenvolvimento mundiais”, disse Xi. “Este é o desejo partilhado pelos povos dos dois países e de todo o mundo, e a missão conjunta dos líderes chineses e americanos”, concluiu.

Xi salientou que uma relação sólida e estável entre a China e os EUA é necessária para fazer avançar o respectivo desenvolvimento dos dois países e para salvaguardar um ambiente internacional pacífico e estável, incluindo encontrar respostas eficazes aos desafios globais como as alterações climáticas e a pandemia da COVID-19.

Para Xi, “é imperativo que a China e os Estados Unidos mantenham a comunicação sobre políticas macroeconómicas, apoiem a recuperação económica mundial e se protejam contra riscos económicos e financeiros”.

“Os Estados Unidos deveriam estar atentos aos efeitos colaterais das suas políticas macroeconómicas internas, e adoptar políticas macroeconómicas responsáveis”, acrescentou Xi.

17 Nov 2021

Guerra entre Taiwan e China em 2022 é improvável, diz chefe de segurança taiwanês

As hipóteses de uma guerra entre a China continental e Taiwan em 2022 são “muito baixas”, defendeu hoje o diretor geral do Gabinete Nacional de Segurança taiwanês, Chen Ming-Tong, segundo a agência de notícias da ilha CNA.

Embora “haja vários eventos aos quais é preciso estar atento”, Chen previu que “não haverá problemas” durante o resto do mandato da Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, que decorre até 2024.

Como exemplo de “eventos inesperados” que podem surgir em qualquer momento, Chen mencionou a pandemia de covid-19.

Além disso, aproveitou a ocasião para acusar o Presidente chinês, Xi Jinping, de tomar um rumo cada vez mais “autoritário e totalitário” e de pôr em perigo a “liberdade e a democracia”.

As incursões de aviões chineses da Zona de Identificação de Defesa Aérea taiwanesa no início de outubro fizeram com que as relações entre Taipé e Pequim atravessassem o “seu pior momento em quatro décadas”, de acordo com o ministro da Defesa da ilha, Chiu Kuo-cheng.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.

Os Presidentes da China e Taiwan, Xi Jinping e Tsai Ing-wen, reiteraram este mês as posições opostas sobre a ambição de Pequim de “reunificar” a República Popular com a ilha, que considera uma província rebelde.

Xi Jinping que, ao contrário de outras ocasiões insistiu numa “reunificação pacífica”, disse que aqueles que “traem a pátria e procuram dividir o país serão desprezados pelo povo e condenados pela história”.

Por seu lado, Tsai rejeitou a ideia e afirmou que Pequim “não oferece, nem um estilo de vida livre e democrático para Taiwan, nem soberania para os seus 23 milhões de habitantes”.

20 Out 2021

Macau suspende funcionamento de delegação em Taiwan

O Executivo vai suspender temporariamente, a partir de sábado, o funcionamento da Delegação Económica e Cultural de Macau em Taiwan. A suspensão foi justificada com a não renovação dos documentos de funcionários do organismo. O Governo de Taiwan lamentou a posição “unilateral” de Macau. Entretanto, as autoridades da RAEM vão criar linhas abertas para apoiar os residentes que estão em Taiwan

 

O Governo anunciou ontem que vai suspender temporariamente, a partir de sábado, o funcionamento da Delegação Económica e Cultural de Macau em Taiwan, justificando a decisão com o facto de a “renovação dos documentos dos actuais e dos novos funcionários do organismo, até ao momento, não terem sido aprovados”.

No entanto, o Executivo garante que “tem procedido, de acordo com a lei, com as formalidades de apreciação dos pedidos de documentos dos funcionários da Delegação de Taiwan em Macau”, ou seja, as autoridades da RAEM argumentam a falta de reciprocidade no tratamento de documentação.

Além disso, o Executivo indica que desde que a RAEM foi estabelecida “tem promovido de forma pragmática o desenvolvimento estável da relação entre Macau e Taiwan”. “Em 2011, com o reconhecimento mútuo do «consenso 1992», como fundamento político, foi alcançado consenso quanto à instalação das respectivas delegações, marcando, a partir desse momento, o início do funcionamento de ambas as delegações”, contextualiza o Executivo.

A Delegação Económica e Cultural de Macau em Taiwan, criada pelo Governo da RAEM, iniciou oficialmente as suas funções em Dezembro de 2011.

Ainda no comunicado que explica a decisão, no que toca aos assuntos entre as duas regiões, o Governo da RAEM “agirá, como sempre, de acordo com a Lei Básica, o princípio de “uma única China”, assim como o princípio e política fundamental do Governo Central sobre os assuntos entre Macau e Taiwan”.

Em resposta ao anúncio da suspensão, o Conselho dos Assuntos do Continente do Governo de Taiwan lamentou em comunicado a decisão “unilateral” da RAEM. “Sempre mantivemos uma atitude de boa vontade e benefício mútuo e tentámos o nosso melhor para prestar assistência”, referiu o organismo da Formosa, acrescentando que Taiwan irá manter aberta a representação em Macau. Até ao fecho da edição, o Governo de Taiwan não comentou a justificação dada pela RAEM, divulgada cerca de oito horas após o anúncio da suspensão de actividade da delegação na Formosa.

Por arrasto

No passado dia 18 de Maio, Hong Kong emitiu um comunicado semelhante a dar conta da suspensão do funcionamento da sua delegação em Taiwan, também sem adiantar razões. Porém, passados três dias do anúncio, o Executivo de Carrie Lam veio a público justificar a retirada de Taiwan de pessoal da delegação acusando o Governo de Tsai Ing-wen de “interferência grosseira” nos assuntos da RAEHK.

Sem dar detalhes, ou exemplos concretos, o Executivo de Carrie Lam afirmou que as relações com Taiwan estavam “severamente danificadas”, o que terá colocado em perigo os funcionários da delegação.

Alunos pendurados

Enquanto a representação estiver encerrada, o Executivo “vai criar, através da Direcção dos Serviços de Turismo, uma linha aberta de 24 horas (+853 2833 3000) para lidar com pedidos de informação em geral e prestar, não apenas serviços de apoio aos residentes de Macau em Taiwan, mas também informações relacionadas com Macau aos residentes de Taiwan”.

Para pedir informações relacionadas com a pandemia, o Executivo sugere a linha aberta (+853) 2870 0800.
De acordo com a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) estudam em Taiwan entre 3.000 e 4.000 residentes de Macau. No final de Maio deste ano, a DSEDJ indicou que mais de 800 estudantes pretendiam regressar à RAEM até Agosto. Há pouco mais de três semanas, o Governo garantia que a DSEDJ iria manter contacto próximo com as autoridades de Taiwan para apoiar os alunos.

Na conferência de imprensa do Centro de Coordenação e Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, os representantes do Governo foram ontem questionados sobre o encerramento da delegação, e se estaria relacionada com o aumento de casos de covid-19 em Taiwan. No entanto, foi dito que não dispõem de mais informações.

Lau Fong Chi, representante da Direcção dos Serviços de Turismo, assegurou que, até à data, as autoridades de Macau receberam cerca de 37 pedidos de apoio ou informações por mês por parte de residentes em Taiwan. Relativamente ao fecho da delegação, ainda não foram feitos quaisquer pedidos.

O representante da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude frisou que um terço dos estudantes de Macau que frequentam o ensino superior em Macau já adquiriram bilhetes de avião para o regresso ao território, sendo que “alguns deles já regressaram a Macau”. “Queremos abrir mais linhas abertas e ter mais meios para apoiar os estudantes”, concluiu.

 

Paul Pun espera maior procura do serviço da Caritas em Taiwan

Um representante da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) referiu ontem que as autoridades de Macau têm contactado diversas associações que prestam apoio aos estudantes de Macau que estão em Taiwan, tendo em conta o encerramento da delegação. Uma delas é o Serviço da Caritas para Estudantes de Macau.

Ao HM, Paul Pun, secretário-geral da Caritas, diz que pode haver um aumento do número de pedidos de apoio após o fecho da delegação. “Para já vemos a necessidade de manter este serviço e poderemos ter uma maior procura no futuro, sobretudo da parte dos estudantes.”

Ainda assim, Paul Pun diz que esta entidade não tem capacidade para substituir a delegação na prestação de alguns serviços, nem pretende fazê-lo.

“A delegação é uma entidade governamental e não podemos substituir o Governo, porque somos apenas uma ONG. Não temos o objectivo de substituir nenhuma entidade porque temos uma pequena dimensão.”
Paul Pun lembrou que o serviço “pode preencher alguma lacuna se esta surgir”, lembrando que há estudantes de Macau em outros países e que esses também “enfrentam dificuldades”.

“Não sei como comentar [o fecho da delegação]. Mas, independentemente da mudança, há sempre várias reacções e necessidades. Se alguém que costumava deslocar-se à delegação e agora se depara com os escritórios fechados, pode contactar o Governo de Macau através das linhas abertas que criaram. Estamos dispostos a cooperar”, adiantou Paul Pun.

Pedidos em alta

Este serviço da Caritas funciona há vários anos, mas devido à pandemia da covid-19 o número de pedidos disparou. “Recebemos muitos pedidos de pessoas que queriam saber o que fazer, se regressavam a Macau ou se ficavam em Taiwan. Não temos estatísticas dos pedidos, mas o nosso foco principal são os estudantes.”

O serviço da Caritas presta apoio em diversas áreas, até a nível psicológico. “Recebemos os pais que viajam de Macau, tratamos de casos de falecimentos, problemas emocionais, e trabalhamos com diferentes organizações. É nosso objectivo a longo prazo ajudar os estudantes de Macau em Taiwan.”

17 Jun 2021

Taiwan | Governo alerta para situação dos estudantes de Macau

O Governo da RAEM indicou estar atento aos estudantes de Macau que estão em Taiwan. “A Delegação Económica e Cultural de Macau em Taiwan, enviou, ontem (17 de Maio), uma carta à Comissão para os Assuntos da China Continental, na qual menciona que o recente aumento de intensidade da epidemia na Ilha trouxe incerteza e ansiedade aos milhares de estudantes de Macau e aos encarregados de educação”, diz um comunicado do Gabinete de Comunicação Social.

A nota indica que a carta também foca a preocupação de alguns alunos com os estudos, condições de vida e assistência médica. É dada a indicação que os estudantes de Macau em Taiwan e os encarregados de educação podem contactar a Delegação Económica e Cultural de Macau em Taiwan ou a linha de informações do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus .

De acordo com o jornal Exmoo, o subdirector dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSDEJ), indicou que 807 alunos de Macau que estudam em Taiwan planeiam regressar à RAEM entre Maio e Agosto, 300 deles nos meses de Junho e Julho. Teng Sio Hong, confirmou com a Direcção dos Serviços de Turismo que há dois a três voos diários entre Macau e Taiwan, garantindo que a DSDEJ vai manter contacto próximo com as autoridades de Taiwan para dar apoio aos estudantes. Há cerca de 3.000 a 4.000 estudantes locais a estudar na Formosa.

20 Mai 2021

Taiwan vai permitir casamento de jovem homossexual de Macau

A exigência da legislação de Taiwan em que o casamento entre pessoas do mesmo sexo só possa ser efectuado se ambos forem residentes de jurisdições que reconhecem este direito levou Guzifer Leong, um jovem de Macau, a ver-se impedido de casar com o parceiro em 2019. O casal contestou a decisão de que não poderiam contrair matrimónio no território e a Macau Concealers avançou ontem que a deliberação do tribunal já foi conhecida: as autoridades são obrigadas a permitir o registo do casamento.

“Soubemos da decisão esta manhã (ontem) e estivemos a lutar pelo casamento durante cerca de dois anos”, respondeu Guzifer Leong ao HM. “Acho que a vitória não é apenas para nós, mas pertence também a todos os casais transnacionais do mesmo sexo. É um marco para os direitos LGBT na Ásia, e espero que não encoraje apenas a comunidade LGBT de Taiwan, mas também a de Macau. Pessoalmente, sinto-me muito feliz com esta decisão”, descreveu.

O jovem chegou a escrever uma carta aberta a Sónia Chan, que em 2019 ocupava o cargo de secretária para a Administração e Justiça, a contestar o argumento de que Macau não deve legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo por ser uma sociedade tradicional.

Incentivar a mudança

O casamento entre pessoas do mesmo sexo foi legalizado em Maio de 2019 em Taiwan, que se tornou a primeira região asiática a permitir a união legal entre pessoas homossexuais. No entanto, a legislação da RAEM não o reconhece. Num relatório enviado este ano às Nações Unidas, Macau indica não haver consenso na sociedade quanto ao reconhecimento do casamento de pessoas do mesmo sexo.

“Sabemos que a lei de Macau é quase uma cópia da lei portuguesa, e que o casamento para casais do mesmo sexo é legal em Portugal há muito tempo. Esperamos que o Governo de Macau mude a lei e traga mais humanidade a Macau. Vou tentar impulsionar a lei em Macau com organizações não governamentais e advogados”, afirmou Guzifer Leong.

7 Mai 2021

Taiwan | Pequim endurece discurso face a visita de comitiva dos EUA

A China alertou ontem que está determinada a usar a força para impedir que Taiwan se aproxime dos Estados Unidos, numa altura em que antigos funcionários do Governo norte-americano visitam a ilha.

Ma Xiaoguang, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan, do Conselho de Estado chinês, avisou que os recentes exercícios militares junto a Taiwan foram um aviso a Taipé, de que aproximar-se dos EUA para conseguir a independência será um fracasso.

“Os exercícios militares visam assinalar que estamos determinados a impedir a independência de Taiwan e impedir que Taiwan trabalhe com os EUA”, disse Ma, em conferência de imprensa.
“Não prometemos abandonar o uso da força e manteremos a opção de tomar todas as medidas necessárias”, avisou.

O aviso de Ma surge quando o antigo senador norte-americano Chris Dodd e os antigos vice-secretários de estado Richard Armitage e James Steinberg viajaram para Taiwan, a pedido do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A Casa Branca disse que a visita foi um “sinal pessoal” do compromisso de Biden com Taiwan.

15 Abr 2021