Restauração | Deputados querem esclarecer emissão de licenças

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Turismo (DST) quer que o licenciamento dos restaurantes e bares fora dos estabelecimentos hoteleiros seja assumido pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM). A ideia foi deixada ontem pelo presidente da 2ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, Chan Chak Mo, onde está a ser discutida na especialidade a proposta de lei que vai regulamentar o funcionamento dos estabelecimentos hoteleiros.

“Há estabelecimentos fora dos hotéis neste momento licenciados pela DST e a DST quer que esta atribuição seja do IAM especialmente para bares e salas de dança”, apontou. A comissão quer ver este assunto esclarecido. “Os restaurantes dos hotéis são da competência da DST e os de fora de quem são? O objectivo é ao longo da discussão ter uma decisão tomada pelos serviços”, referiu Chan.

Recorde-se que a partir da entrada em vigor do novo diploma, os restaurantes situados dentro de hotéis, independentemente da sua dimensão e características, passam a ser apenas licenciados pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST). No exterior, as licenças continuam a ser emitidas pelos dois organismos. No entanto, como o diploma tem como objectivo simplificar procedimentos, é necessário que se esclareça esta questão, consideram os deputados da 2ª Comissão Permanente.

O preço a pagar para a mudança de finalidade de estabelecimentos que queiram integrar a nova categoria de alojamento de baixo custo foi também colocada ao Governo na reunião de ontem. “Não existe, neste momento, alojamento de baixo custo e há que definir um prémio para este tipo de alojamento”, apontou Chan Chak Mo.

24 Abr 2019

Dois restaurantes de Macau entre os 50 melhores da Ásia

[dropcap]A[/dropcap] lista dos 50 melhores restaurantes da Ásia de 2019 inclui dois de Macau (Jade Dragon e Wing Lei Palace), ambos localizados em unidades hoteleiras, mais um do que na edição anterior. O ‘ranking’ foi desvendado ontem à noite em Macau que acolheu o evento do famoso galardão de restauração pelo segundo ano consecutivo.

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, foi um dos convidados de honra do evento que coroou Odette, em Singapura, a cargo do chefe Julien Royer, como o Melhor Restaurante da Ásia em 2019.

A lista dos 50 Melhores Restaurantes da Ásia é a versão regional da famosa lista dos 50 Melhores Restaurantes do Mundo, publicada pela William Reed Business Media desde 2002. A lista dos 50 Melhores Restaurantes de Ásia é votada por um comité de mais de 300 membros, que inclui especialistas de restauração, como escritores de comida, chefes, donos de restaurantes e gastrónomos de toda a região asiática. Os membros decidem a lista dos seus restaurantes favoritos em função das suas experiências gastronómicas nos últimos 18 meses.

Desde o lançamento da versão regional asiática dos 50 Melhores Restaurantes em 2013, Macau teve um restaurante na lista nos primeiros quatro anos (Robuchon au Dôme), ao qual se juntaram mais dois na lista de 2017 (Robuchon au Dôme, Jade Dragon e The Tasting Room), com um restaurante (Jade Dragon) a figurar na lista de 2018. Na edição 2019, o Jade Dragon, situado no City of Dreams, ficou na 27.ª posição, enquanto o Wing Lei Palace, no Wynn, se quedou pelo 36.º posto.

27 Mar 2019

Sanções diferentes para restaurantes dentro e fora de hotéis

A proposta de lei da actividade dos estabelecimentos hoteleiros estabelece multas diferentes para restaurantes consoante se situem dentro ou fora de hotéis. Os deputados que analisam o diploma na especialidade querem saber a razão

 

 

[dropcap]A[/dropcap]s multas a aplicar a restaurantes que estejam abertos sem licença para operar são maiores se estiverem localizados dentro de hotéis. De acordo com a proposta de lei da actividade dos estabelecimentos hoteleiros, as sanções para as restaurantes e bares situados em hotéis podem variar entre as 100 e as 150 mil patacas, enquanto os estabelecimentos fora destes empreendimentos continuam a ser regulamentadas pelo Decreto-Lei n.º 16/96/M, actualmente em vigor. Para estes casos, as multas estão fixadas entre 10 e 30 mil patacas.

Esta situação não é bem aceite pelos os deputados da 2ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa que analisam na especialidade a proposta de lei. “Temos de perguntar ao Governo porque é que há multas diferentes para os estabelecimentos dentro e fora dos hotéis”, apontou o presidente da comissão, Chan Chak Mo. “Acham que os que estão dentro dos hotéis são mais ricos?” questionou. É de salientar, que o deputado é também presidente da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau e proprietário de diversos restaurantes no território e fora dele.

 

Procedimentos simplificados

A partir da entrada em vigor do novo diploma, as unidades de restauração situadas dentro de hotéis, independentemente da sua dimensão e características, passam a ser apenas licenciadas pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST). Com a lei que está agora em vigor, “era muito confuso saber quem emitia as licenças, se a DST ou se o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM)”, aponta Chan. “Com esta classificação agora é simples. Se está dentro dos hotéis vai à DST”, disse.

No exterior, as licenças continuam a ser emitidas de acordo com o decreto lei de 1996 pelos dois organismos, tendo em conta as características dos estabelecimentos – por exemplo “a DST emite para restaurantes de luxo e o IAM para pequenos cafés”.

Outra questão abordada na reunião de ontem prende-se com a possibilidade de inspecções que permitam a entrada de agentes dos serviços de turismo nos quartos de hotel. Faz parte das competências da DST “aceder a todas as instalações para realizar inspecções e na lei que tem estado em vigor, os serviços só podem aceder “aos espaços públicos ou de serviço”, disse Chan Chak Mo. De acordo com a assessoria da comissão, os quartos de hotel passam a poder ser visitados pela DST, mas os deputados querem que o Governo esclareça esta questão.

8 Mar 2019

Forbes distingue 61 hotéis, spas e restaurantes de Macau

[dropcap]M[/dropcap]ais de 60 unidades hoteleiras, spas e restaurantes de Macau foram premiados pelo Guia de Viagens da Forbes 2019, que atribuiu a pontuação máxima de 5 estrelas a 35 destes espaços nos ‘resorts integrados’.

No total, a Forbes premiou 61 estabelecimentos no território, que no ano passado recebeu mais de 35 milhões de visitantes.

Em resposta à Lusa, o gabinete do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, destacou que a distinção “eleva o estatuto de Macau como centro mundial de turismo e lazer”. “É com satisfação que o Governo vê este reconhecimento, que é bem revelador da qualidade do investimento privado, do permanente esforço e procura da excelência que é colocada nos serviços prestados”, acrescentou.

Dos 22 hotéis galardoados, 12 receberam 5 estrelas, enquanto os restaurantes de Macau foram contemplados com 17 estabelecimentos de 5 estrelas, entre os 24 premiados.

As autoridades de Macau destacaram que este reconhecimento veio “na sequência da inclusão de Macau na rede de Cidades Criativas da UNESCO, no âmbito da gastronomia” que “contribui indiscutivelmente para aumentar a atractividade e a diversidade turística da cidade, sendo que o desígnio que nos foi confiado de nos afirmarmos como centro Mundial de Turismo e Lazer saiu assim reforçado”. Já na categoria de ‘spa’, a Fobres premiou 15 estabelecimentos.

Em comunicado, a Forbes destacou que “seis novos restaurantes [de Macau] conquistaram o cobiçado prémio de 5 estrelas pela primeira vez”.

O grupo hoteleiro e de jogo Wynn Resorts, que em Macau foi galardoado com 15 prémios, já reagiu afirmando estar “profundamente honrado pelo reconhecimento do Guia de Viagens da Forbes”.

O grupo liderado por Lawrence Ho, filho do magnata do jogo de Macau Stanley Ho, Melco Resorts, também com 15 prémios em Macau, destacou o facto do seu hotel Nüwa, no Resort integrado ‘City of Dreams’ ter recebido 5 estrelas em todas as categorias de prémios.

Em Dezembro do ano passado, 19 restaurantes de Macau foram galardoados com estrelas atribuídas pela edição de 2019 do Guia Michelin Hong Kong Macau, que apresentou a 11.ª edição no território.

Os restaurantes Robuchon au Dôme e The Eight, ambos no hotel-casino Grand Lisboa, mantêm as três estrelas Michelin, enquanto o restaurante Jade Dragon, que tinha duas estrelas em 2017, passa agora a apresentar três.

O novo restaurante Alain Ducasse at Morpheus, do ‘chef’ de renome internacional, com mais de 20 restaurantes espalhados pelo mundo arrecadou, na estreia em Macau, duas estrelas Michelin. Os restaurantes Feng Wei Ju, Golden Flower, Mizumi e The Tasting Room, continuam com duas estrelas.

Como em 2017, Macau tem ainda 11 restaurantes com uma estrela Michelin: King, Lei Heen, 8 1/2 Otto e Mezzo-Bombana, Pearl Dragon, Shinji by Kanesaka, The Golden Peacock, The Kitchen, Tim’s Kitchen, Wing Lei, Ying e Zi Yat Heen.

“A gastronomia destas regiões é das mais ricas do mundo”, com uma diversidade que vai desde os traços “britânicos, portugueses, indianos, italianos” e cantoneses, disse o director internacional dos Guias Michelin, Gwendal Poullennec, durante a conferência de apresentação do Guia Michelin Hong Kong Macau 2019.

22 Fev 2019

Macau tem 19 restaurantes com estrelas Michelin

[dropcap]M[/dropcap]acau tem a partir de hoje 19 restaurantes galardoados com estrelas atribuídas pelo Guia Michelin Hong Kong Macau, que apresentou a 11.ª edição no território. Ao todo, o Guia contempla 82 restaurantes com estrelas Michelin, 63 dos quais em Hong Kong. No ano passado, Macau tinha 18.

“A gastronomia destas regiões são das mais ricas do mundo”, com uma diversidade que vai desde os traços “britânicos, portugueses, indianos, italianos” e cantoneses, disse o director internacional dos Guias Michelin, Gwendal Poullennec, durante a conferência de apresentação do Guia Michelin Hong Kong Macau 2019.

Nesta nova selecção para Macau, os restaurantes Robuchon au Dôme e The Eight, ambos no hotel-casino Grand Lisboa, mantêm as três estrelas Michelin, já o restaurante Jade Dragon, que tinha duas estrelas no ano passado, passa agora a apresentar três.

O novo restaurante Alain Ducasse at Morpheus, do ‘chef’ de renome internacional, com mais de 20 restaurantes espalhados pelo mundo arrecadou, na estreia em Macau, duas estrelas Michelin. Os restaurantes Feng Wei Ju, Golden Flower, Mizumi e The Tasting Room, continuam com duas estrelas.

Como no ano passado, Macau tem ainda 11 restaurantes com uma estrela Michelin: King, Lei Heen, 8 1/2 Otto e Mezzo-Bombana, Pearl Dragon, Shinji by Kanesaka, The Golden Peacock, The Kitchen, Tim’s Kitchen, Wing Lei, Ying e Zi Yat Heen.

Na distinção “Bib Gourmand”, conferida aos restaurantes que oferecem menus de três pratos por menos de 400 patacas, surge um restaurante de comida portuguesa, O Castiço, entre os nove estabelecimentos indicados em Macau.

11 Dez 2018

Guia Michelin regressa a Macau em Dezembro para lançar 11.ª edição Hong Kong Macau

[dropcap]O[/dropcap] lançamento da 11.ª edição do Guia Michelin Hong Kong Macau vai realizar-se a 11 de Dezembro, em Macau, anunciou a organização. Depois da edição de 2017, também apresentada em Macau, o guia vai mostrar “mais uma vez a força e a qualidade da cena culinária local”, de acordo com um comunicado.

O Guia Michelin Hong Kong Macau foi lançado em 2009 e a edição passada atribuiu classificações a 18 dos 65 restaurantes referenciados em Macau. Em Hong Kong, o Guia incluiu 227 restaurantes.

Na apresentação da edição de 2017, o director internacional dos Guias Michelin, Michael Ellis, manifestou a sua satisfação pela vitalidade da actividade culinária.

“Dez anos após a primeira selecção para Hong Kong e Macau, estamos satisfeitos por verificar a vitalidade da actividade culinária: o número de restaurantes com estrelas triplicou”, disse. O responsável destacou a “identidade única de Macau, um cruzamento entre Ocidente e Oriente, especialmente reflectida na cozinha macaense”.

15 Nov 2018

Goa Nights | Restaurante de tapas e bar de cocktails

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“Goa Nights”, que abriu portas oficialmente em finais de Março, é um lugar para descontrair do rebuliço dos dias, entre tapas indianas e originais ‘cocktails’

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]ocalizado no coração da vila da Taipa, o “Goa Nights” é um dois em um: é um restaurante de tapas, que alia a cozinha clássica e moderna indiana ao toque peculiar da gastronomia de Goa, cheia de influências portuguesas, e um bar de ‘cocktails’. A originalidade figura como o denominador comum das valências que coabitam no edifício de três andares.

Inicialmente, a ideia era abrir um restaurante indiano na vila da Taipa, tirando vantagem da proximidade dos hotéis da ‘strip’ do Cotai, mas tudo mudou quando surgiu a ideia de ir mais além e oferecer também um bar com ‘cocktails’. “Todos os portugueses que vivem em Macau conhecem Goa como um lugar onde as pessoas podem relaxar, tomando uma bebida e apreciando comida indiana, enquanto desfrutam de boa vibração”, sublinhou o fundador Gagan Sethi, que veio para Macau em 2009.

À mesa servem-se tapas. Uma opção que não foi ao acaso. “Basicamente, o que fizemos foi pegar nos sabores indianos de uma forma mais moderna e condensada não só para ser mais fácil de comer, mas também para ser mais leve, dado que os pratos indianos normalmente são pesados”. Em paralelo, foi introduzida uma variante, dado que menu mistura elementos da cozinha do mais pequeno estado da Índia, caracterizado também pela influência portuguesa. “Pegamos em cinco ou seis elementos da gastronomia goesa”, explica Gagan Sethi, dando o exemplo de dois “pratos de assinatura” ao estilo de Goa: “amêijoas com recheado” e “porco vindaloo”.

Os cocktails de Vasco da Gama

O bar distingue-se pelos ‘cocktails’ originais criados pelo ‘bartender’ e mixologista Chetan Gangan, que conquistou vários prémios na Índia. “Ele concebeu um menu baseado na viagem de Vasco da Gama que teria nove paragens de Portugal até Goa, pelo que criamos nove ‘cocktails’ especiais e cada um deles tem influência desses sítios, como um determinado tipo de bebida alcoólica, fruta ou especiaria”, realçou.

Essa carta despertou ainda um fenómeno engraçado. “Naturalmente, é difícil terminar a viagem dos nove ‘cocktails’ numa noite, pelo que há pessoas que regressam para completar a jornada”, descreve o mesmo responsável.

Para Gagan Sethi, o “Goa Nights” vem preencher um espaço vazio pelo menos fora do universo dos hotéis e casinos: “Este conceito de restaurante e de bar não existe em Macau. Por outro lado, normalmente, quando vais a um bar é porque as bebidas te agradam; e quando vais a um restaurante é porque aprecias a comida. Contudo, para nós, ambos têm igual peso. A ideia é que as pessoas possam gostar de ambos e desfrutar de ambos num mesmo espaço”.

De portas abertas oficialmente desde finais de Março, o “Goa Nights” tem recebido principalmente membros da comunidade macaense e portuguesa, bem como expatriados. “Por enquanto, tudo bem. Tem sido muito bom para nós”, salienta Gagan Sethi, dando conta de que a comunidade goesa também tem aparecido para espreitar os sabores de casa.

Já turistas não há muitos. “Não somos ainda muito conhecidos, mas queremos atrai-los, porque, às vezes, não saem dos hotéis e perdem o outro lado de Macau”, sustentou.

O “Goa Nights” encontra-se aberto de terça a domingo, das 18h à 1h, oferecendo ao fim-de-semana um menu diferente exclusivamente para ‘brunch’, disponível entre as 12h e as 16h.

Morada: Rua Correia da Silva, 118, Taipa

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20 Jun 2018

Healthy Habits Superfood Café | Refeições de alto rendimento

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] briu ontem um novo espaço de refeições em Macau. O Healthy Habits Superfood Café pretende proporcionar aos seus clientes não só um menu cheio de alimentos saudáveis, como uma opção para quem pratica exercício físico.

A ideia para criar o Healthy Habits Superfood Café começou a ter forma para João Areias há cerca de um ano. O sócio-gerente do novo espaço, que tem as portas abertas desde ontem, viu-se confrontado com uma necessidade pessoal que o levou a pensar nas faltas de oferta do território. A trabalhar num casino e a frequentar um ginásio que lhe requeria uma dieta equilibrada, quando chegava a hora da refeição a única opção que tinha era cozinhar para ele. “Trabalhava num casino e comecei a ter interesse em frequentar o ginásio. Quem está interessado em manter a linha e frequenta os ginásios acaba, mais cedo ou mais tarde, por mudar os seus hábitos alimentares”, começa por contar João Areias ao HM.

“Fazia turnos de 10 horas e tinha de cozinhar para mim. Entretanto, comecei a procurar lugares onde pudesse comer de acordo com a dieta que o ginásio me exigia”, explica.

Foi também a treinar que conheceu o outro sócio do restaurante. Livio Kowalski, um personal trainer que para acompanhar melhor os seus instruendos optava por cozinhar para eles. “Falei-lhe que tinha interesse em abrir um restaurante deste género, ele achou que era uma boa ideia e avançámos”, disse.

Estudo cuidado

A pesquisa que fez para perceber o que comer e como elaborar o menu ocupou algum tempo aos sócios. “Demorei cerca de um ano a pesquisar para conseguir perceber como podia ter um estabelecimento que oferecesse às pessoas a possibilidade de terem uma dieta equilibrada, adequada para o público em geral como para as pessoas com prescrições específicas que frequentam os ginásios”, refere João Areias.

Apesar da ideia ter partido das necessidades específicas de quem faz desporto, é válida para todos. “As pessoas que vão ao ginásio querem comer mais, porque precisam de comida para terem energia para gastar nos treinos, mas aliado a um bom prato, as calorias têm de ser poucas”, aponta.

O sócio do Healthy Habits Superfood Café dá exemplos: Neste tipo de comida não podemos, por exemplo, utilizar muito óleo, mas temos de garantir uma refeição saborosa porque se o prato não tive sabor as pessoas não aderem”, refere João Areias.

O truque é tentar ter um prato grande, composto e com poucas calorias em que a ideia essencial é proporcionar uma “alimentação saudável e equilibrada que contenha hidratos, proteína e vegetais”.

Além do equilíbrio nutricional muitas das receitas incluem os designados superalimentos. “São alimentos que dão energia e concentram uma série de nutrientes essenciais a uma boa saúde”, diz. Exemplos que muita gente já conhece e que se podem encontrar no cardápio do novo espaço são receitas que incluem as sementes de chia ou o turmérico.

Leites especiais, batidos e sumos naturais que misturam ingredientes e sabores são o prato do dia.
Entretanto, o Healthy Habits Superfood Café vai ter confecção própria de pão e doces para garantir a total qualidade dos alimentos que vende ao público.

Público interessado

De acordo com João Areias, o interesse da população local por este tipo de alimentação é crescente por haver uma divulgação nas redes sociais cada vez maior dos seus benefícios. “Este tipo de conceito num café já é popular há muito tempo em vários países. Através dos media sociais a divulgação vai sendo cada vez maior e chegou a Macau. Aconteceu comigo e acontece com muitos dos nosso potenciais clientes”, aponta.

No entanto, nem tudo é um mar de rosas e as dificuldades para abrir portas têm sido algumas, nomeadamente no que respeita a encontrar um chefe de cozinha que saiba cozinhar comida saudável e, ao mesmo tempo, adequada para quem treina.

Para já o menu é relativamente curto, mas a ideia é aumentar a oferta com o desenvolvimento do negócio.
As expectativas quanto ao futuro não podiam ser melhores. Em breve, o Healthy Habits Superfood Café vai ter serviço de entregas. Para já, o horário de funcionamento é das 8h da manhã às 18h, mas deve, em breve, ser prolongado até às 21h.

Morada

Avenida Comercial de Macau, Edifício La Bahia, No 203, R/C Macau

23 Mai 2018

AL | Governo quer facilitar processos para abertura de estabelecimentos comerciais

 

A Assembleia Legislativa poderá receber ainda nesta legislatura a proposta de lei que revê o actual regime de actividade hoteleira e similar. O Governo espera atribuir licenças provisórias a estabelecimentos com o prazo de um ano, ao invés de seis meses, e criar uma plataforma digital de submissão de requerimentos

O Governo continua a tentar resolver a saga das licenças atribuídas a estabelecimentos comerciais que demoram anos a ser atribuídas e que criam constrangimentos aos pequenos empresários. O assunto foi ontem discutido na Assembleia Legislativa (AL), no seguimento de uma interpelação oral apresentada pelos deputados Si Ka Lon e Kou Hoi In.

Os membros do Executivo garantiram que o regime de actividade hoteleira e similar, em vigor desde 1996, deverá ser revisto este ano, estando prevista uma simplificação de processos para quem deseja abrir um estabelecimento comercial. As medidas passam pela atribuição de licenças provisórias de um ano, ao invés dos actuais seis meses, além da submissão de documentos pela via electrónica.

“Está na lista das propostas de lei para este ano, o texto está a ser ajustado”, frisou Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo. “Actualmente, cabe aos nossos serviços tratar dos processos dos restaurantes localizados em hotéis. Estamos a pensar simplificar os procedimentos, para que os empresários possam ter uma noção mais clara de quando terão a licença. Estamos a pensar se a licença terá a validade de um ano e se existirão regras mais flexíveis.”

“Não existe actualmente um regime de licença provisória. Com a revisão da lei, vamos introduzir uma nova norma para isso. Vai designar-se como licença para restaurantes e hotéis”, acrescentou Helena de Senna Fernandes.

A director dos Serviços de Turismo deixou ainda claro que será criado um website para a submissão de requerimentos online, para que os pequenos empresários não tenham de entregar documentação em mãos em vários serviços públicos.

“No que diz respeito à informatização do procedimento, estamos a trabalhar para isso, tendo em conta a promoção do Governo Electrónico. No futuro vamos disponibilizar uma plataforma uniformizada para a entrega de documentos e para acompanhamento dos procedimentos e evitar atrasos na emissão de licença”, frisou a responsável.

Kou Peng Kuan, director dos Serviços de Administração e Função Pública, frisou que, o ano passado, a maior parte dos pedidos de licenças ficaram resolvidos em dois meses. “Foram elaboradas instruções para a emissão de licenças. Em 2017, mais de 80 por cento das licenças foram emitidas no prazo de 60 dias”, acrescentou.

Papelada sem fim

A lentidão na obtenção de licenças, que obriga a um grande investimento por parte dos empresários enquanto esperam pela abertura do espaço, tem sido um dos temas mais debatidos pelos deputados, muitos deles ligados ao sector empresarial. Chan Chak Mo, director-executivo da Future Bright Holdings, empresa que detém vários espaços de restauração, foi um dos intervenientes.

“O problema não tem a ver com a licença provisória, mas com o tempo de espera para ter essa licença. Tem a ver com a capacidade de resposta dos serviços públicos. As Obras Públicas emitem uma licença de construção que demora um ano e meio. É este o problema, tudo leva tempo. Há hotéis que têm de cumprir vários requisitos, e os serviços de turismo, que emitem as licenças não vão analisar todas as questões técnicas”, frisou.

Kou Peng Kuan garantiu que já existe um grupo com representantes de vários serviços públicos a analisar as licenças, tendo prometido uma melhor utilização da licença provisória.

“Sabemos que as PME têm dificuldades de financiamento e estamos a levar a cabo a revisão do decreto-lei. Vamos aumentar a eficiência da comunicação entre serviços, para que as informações sejam transmitidas de forma precisa. Temos algumas restrições e, no futuro, vamos aproveitar melhor o meio da licença provisória”, adiantou. De frisar que, além dos serviços de turismo, que atribuem as licenças a espaços localizados em hotéis, cabe ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais a atribuição das licenças a espaços comerciais localizados fora dos pontos de interesse turístico.

23 Mar 2018

Ella Lei | Governo pouco atento às cozinhas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] falta de recursos humanos sente-se em diversas áreas e os restaurantes não escapam ao problema. A constatação é feita por Ella Lei, que quer o Governo a avançar com medidas para “impulsionar a formação de talentos no sector da restauração e bebidas”. O desejo é manifestado numa interpelação escrita ao Executivo, em que defende que só com um plano concreto sobre a matéria será possível “encontrar pessoal local de qualidade, capaz de fomentar o desenvolvimento do sector e a candidatura de Macau a cidade gastronómica da UNESCO”.

A deputada recorda que um dos factores para o reconhecimento internacional de Macau é a qualidade dos profissionais da área. No entanto, Ella Lei não detectou, nos últimos anos, esforços das autoridades para garantir que quem trabalha em restaurantes tem formação adequada.

Como é hábito no seu discurso político, a deputada ligada aos Operários lamenta que o facto de o Governo não ter investido no sector da restauração tenha resultado numa dependência “cada vez maior” em relação aos trabalhadores importados, o que “causa dificuldades aos residentes de Macau”. Ella Lei vinca que as remunerações nesta área são pouco atraentes, o que tem um efeito directo na qualidade dos serviços prestados.

Posto isto, a deputada pede ao Governo que avance com medidas concretas e que dê importância aos profissionais locais, perguntando ainda se é possível avançar com programa de formação com remuneração.

16 Mai 2017

Chan Meng Kam critica excessiva fiscalização dos restaurantes

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Chan Meng Kam interpelou o Governo sobre o que considera ser uma excessiva fiscalização dos restaurantes, além de considerar que existem diferentes padrões na aplicação da lei.

Na sua interpelação escrita, o deputado entende que o centro de segurança alimentar, sob alçada do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), acaba por levar a cabo acções de fiscalização excessivas.

Alguns profissionais do sector da restauração queixaram-se ao deputado que a forma de actuação do centro de segurança alimentar causa várias dúvidas aos proprietários dos estabelecimentos, que se vêem obrigados a cumprir diferentes requisitos para elementos que consideram de menor importância, tal como as formas dos aparelhos para matar mosquitos ou as cores a utilizar nas placas que indicam a saída dos restaurantes.

Para Chan Meng Kam, o IACM deve prestar mais atenção à segurança alimentar do que aos equipamentos dos restaurantes. O deputado relata ainda um caso em que os fiscais do IACM pediram todos os recibos sobre as encomendas do restaurante no período da manhã, mas os responsáveis do estabelecimento não conseguiram cumprir o pedido, pois a entrega das encomendas acabou por sofrer um atraso.

O deputado lembra que o Governo tem procurado simplificar os processos administrativos nesta área mas, na prática, continua a não existir regras unificadas. Chan Meng Kam questiona ainda porque é que só os restaurantes é que são alvo de uma fiscalização excessiva e exigente, ao invés de outros estabelecimentos de menor dimensão.

10 Mai 2017

Prevista tendência de encerramento de restaurantes em 2016  

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] Associação Comercial Geral de Pequenas e Médias Empresas de Macau prevê uma tendência de fecho dos pequenos restaurantes no próximo ano, caso a economia de Macau não melhore. Segundo o Jornal Ou Mun, o presidente da Associação, Fong Kin Fu, afirmou que os negócios de todos os estabelecimentos de comida e bebida estão já a cair, sobretudo os da ZAPE, que estão a sofrer um impacto maior, já que “nas horas de jantar os clientes diminuíram de forma larga”. Fong aponta ainda que o consumo diminui muito. “Antes as pessoas jantavam fora quatro a cinco noites por semana, agora apenas uma a duas vezes, têm mais cautela no consumo.” Além disso, o presidente referiu que muitos restaurantes foram frutos de investimento de salas VIP, pelo que não se importavam com a renda alta, mas o volume de negócios destas também retrocedeu. Fong regista uma queda de 40 a 50% nos restaurantes japoneses, por exemplo, quando a renda continua alta. Fong Kin Fu prevê que, caso a economia não melhore no final do ano ou no início do próximo ano, os negócios de restauração podem mesmo vir a encerrar, como já aconteceu esporadicamente.

16 Out 2015

‘Maquette’, restaurante | Maggie Chiang, proprietária e chef

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m Português, maquette é a construção, em miniatura, de uma estrutura arquitectónica. Foi exactamente essa a inspiração para Maggie Chiang, a proprietária de um dos poucos restaurantes originalmente franceses em Macau. Tudo começou em 2013, mas foi preciso algum tempo para que as pessoas realmente absorvessem este tipo de conceito: um local de um conforto intimista, que se quer sempre original e fiel aos princípios.
A ideia por trás de ‘Maquette’ tem um conceito básico que se descortina em dois: o sabor e o gosto estão na linha da frente, tanto ao nível da comida servida, como do ambiente que se quer sentido por quem ali entra.
“Primeiro, foi importante reproduzir bem o paladar das cozinhas francesa e italiana e depois fazer com que as pessoas se sintam confortáveis”, conta a proprietária. “É um local que se quer intimista”, destacou, quando questionada sobre aquilo que se quer transmitido naquele espaço.
É sabido que a aceitação de diferentes culturas não é fácil, seja aqui ou em qualquer outro lado do mundo. Exemplo disso foram os primeiros meses de ‘Maquette’, onde Maggie era frequentemente questionada acerca da rigidez das massas, aprimoradas ‘al dente’ para serem tipicamente italianas.
“Quando comecei, tive alguns problemas… As pessoas perguntavam-me porque é que as massas eram tão duras e eu tinha que lhes explicar o conceito por trás da cozedura e daquele tipo de gastronomia”, conta a chef. maquette
Também o tamanho das porções, servidas com menos volume do que o habitual, era estranho para a clientela. “Achavam que eram muito pequenos, mas fui-lhes explicando que eram pratos que em Itália eram entradas e não pratos principais”, justifica Maggie.
De origem asiática, Maggie cresceu em Macau, mas cedo percebeu que existe mundo para além de Hong Kong, tendo-se lançado nos estudos bastante cedo. Actualmente, encontra-se na casa dos 30 e com grande dos seus objectivos profissionais cumpridos: não só gere e prepara o cardápio do restaurante, como também tem oportunidade para continuar a ensinar às pessoas a cultura e paladar de outros povos.

Experiência comprovada

Pode dizer-se que a alma de Maggie vive na cozinha ou, melhor dizendo, na gastronomia ocidental. Em França e Itália estudou Culinária e Gestão Gastronómica, mas este amor não é recente, já que antes, ainda em Macau, tinha um estúdio onde dava aulas sobre estas matérias.
Maggie investiu em estudos no estrangeiro, acreditando que tudo lá fora seria melhor do que por estes lados, só para mais tarde perceber que o seu coração residia na terra-natal. “Dantes, não sentia que tinha raízes em Macau e não dava valor ao facto de ser daqui. Só quando estava lá fora é que me apercebi das saudades que tinha e do quão queria voltar”, confessou.
Geralmente, só quando se perde algo é que se lhe dá valor, mas Maggie foi a tempo de tirar o curso superior e realizar o seu sonho de criança: abrir um restaurante. A identidade de macaense cresceu, neste caso, lá fora. “A ideia de criar o meu próprio espaço surgiu quando ainda estava a acabar o curso e a fazer o estágio em Itália”, começa por dizer. Nessa altura, entre tachos, massas, pizzas e saladas frias, Maggie já se imaginava a gerir um pequeno espaço intimista, como sempre quis.

Ideias pré-cozinhadas

E assim foi. “Já fazia rascunhos de como queria que o restaurante fosse, incluindo o menu e a lista de produtos que lá ia vender”, destaca. Como uma ideia nunca vem só, a proprietária quis não só fazer um restaurante original, mas ensinar às pessoas o significado italiano de bem comer. A ideia principal não é a de saciar a fome da clientela, mas antes fazer com que esta se sinta em casa, confortável e a passar um momento que não teria em qualquer outro lugar. 11917757_847022388727603_2495879445653495904_n
“Julgo que outra das coisas importantes é a apresentação dos pratos e prezo por fazê-la bem”, destaca a proprietária. “Penso que as pessoas gostam disso”.
Naquele espaço perto do Hotel Regency, na Taipa, as mesas costumam estar cheias de clientes já habituais, não fosse Maggie uma boa anfitriã. “A maioria das pessoas é já da casa e acho que isso se deve ao facto de termos criado um espaço intimista e onde se criam relações pessoais”, argumenta.
O espaço está aberto de terça-feira a domingo para almoços e jantares, entre as 13h00 e as 21h30 horas, no 7ºE da Estrada Lou Lim Ieok. Uma refeição pode ir das 200 às 500 patacas, incluindo entrada, prato principal, sobremesa e bebida. A selecção de vinhos é bastante vasta, sejam eles brancos ou tintos. Muitos dos produtos vêm de fora e embora obriguem à subida do preço das refeições, vale a pena provar um pouco da Europa na Ásia profunda. É que aqui não há figos nem azeite como os de Portugal. A não ser no ‘Maquette’.

9 Set 2015

“Lemon Lemon”, restaurante | Jaime Lai, co-fundador e gerente

Foi com o irmão e três amigos que Jaime Lai decidiu abrir o “Lemon Lemon”, um restaurante mesmo no centro da cidade, num canto pacato e bem arranjado. A ideia é aproximar a clientela à cultura de Londres, sem esquecer o gosto da comunidade

lemon lemon[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi ali mesmo, ao virar da esquina do Cine Teatro, que Jaime Lai decidiu, juntamente com o irmão e três amigos, abrir o “Lemon Lemon”. A chegada ao local não é inteiramente fácil, uma vez que fica num beco escondido, mas os azulejos pretos e a emblemática sinalização do metro londrino que decora a entrada do restaurante aguçam o apetite e a vontade de experimentar algo diferente. O espaço está bem decorado, a branco e amarelo, e até uma imitação da conhecida Mona Lisa lá está.

O menu está perfilado de comes e bebes dos mais variados que por aí há, desde pão com parmesão que se assemelha aos típicos pães de queijo brasileiros, aos nachos espanhóis, omeletes, chás com leite e batidos de frutas.

À conversa com o HM, Jaime Lai explica que tudo começou devido à experiência do fundador em Londres. “Vivi em Londres durante oito anos e quando voltei, não sabia bem o que havia de fazer em Macau, até que nos lembrámos do tempo que passávamos na Regent Street, em Londres”, começou por contar. “A cultura é mais aberta e desenvolvida e sempre passei muito tempo sentado cá fora, nas ruas, com os meus amigos e a ver as pessoas passar”, continuou.

O proprietário juntou-se aos amigos por sentir que era a coisa certa para fazer agora que está em Macau. “Queríamos um espaço calmo num cidade atarefada”, resumiu ao HM.

E agora, o que fazer?

Voltou há cerca de um ano para o território que o viu nascer, mas não tinha uma ideia sólida do que quereria fazer com o seu futuro. Até que tudo aconteceu. A ideia nasceu, assim, do objectivo de tentar criar nesta cidade um espaço onde as pessoas pudessem relaxar, com um espaço exterior em condições. Por um lado, Jaime confessa que gostaria de ter uma espécie de esplanada, mas a lei não permite e o proprietário também preferiu que assim não fosse, por duas razões: a comunidade chinesa não é fã de espaços exteriores e o local, lamenta, “não é muito bonito”.

Em Londres, Jaime Lai estudou Contabilidade e Gestão, essa sendo uma ferramenta “adequada” para o funcionamento lógico que um espaço como o “Lemon Lemon” exige. O restaurante pertence a Jaime, ao irmão e outros três amigos, todos eles sendo já sócios de uma outra empresa, à excepção do recém-chegado residente. “Têm uma empresa de decoração de interiores e foram eles que decoraram o espaço”, acrescenta. Entre imagens de uma Regent Street estampada na parede e de um quadro da Mona Lisa, estão pinturas a amarelo e branco e um vidro decorado com desenhos abstractos de várias cores.

O primeiro é sempre o pior

IMG_0247O “Lemon Lemon” abriu em Outubro do ano passado e tem já uma vasta legião de fãs, ou pelo menos é isso mesmo que as fotografias da página oficial no Facebook transmitem. Questionado sobre as dificuldades que um novo negócio enfrenta em Macau, Jaime é claro e directo: “no primeiro mês e meio foi muito complicado, porque ninguém sabia onde isto ficava e estávamos sempre sem clientes, mas agora que sinalizámos melhor e temos mais visibilidade, estamos bem”, desabafou o jovem.

Hoje em dia, a ideia passa por proporcionar às pessoas um bom início de todos os dias, antes do trabalho ou mesmo a meio deste. “As sandes são a nossa especialidade e assim as pessoas podem vir cá comer refeições mais leves, relaxar e depois voltar para o trabalho”, diz Jaime Lai.

Para já, a ideia é manter apenas um “Lemon Lemon”, mas nada exclui a possibilidade de virem a ser mais daqui a uns tempos. Para expandir a marca, os quatros sócios decidiram fazer uma série de publicações com festas, eventos especiais e casa cheia à hora de almoço para mostrar que este é um dos restaurantes-sensação do momento. Isto, juntamente com o patrocínio que o “Lemon Lemon” dá aos concertos de uma banda de artistas locais faz com que cada vez mais pessoas se juntem ali para aproveitar o descanso que uma boa refeição deve proporcionar. O local pode ainda ser arrendado para festas privadas, mas está limitado a dez ou 15 pessoas, uma vez que o espaço não é muito grande. “Isto não se parece com Macau e é precisamente essa a imagem que queremos passar”, frisou.

Actualmente, o espaço encontra-se aberto das 10h00 às 21h00, tendo o horário sido esticado recentemente, para fazer a vontade aos fãs que lá queriam ir jantar. Entre sumos frescos, café quente que aconchega a alma e muita comida das mais variadas origens, este restaurante e coffeeshop vai agradando a gregos e troianos, locais e estrangeiros. A malta que atende a clientela fala relativamente bem Inglês e por isso mesmo a barreira da língua é facilmente quebrada. A eficiência é também dado adquirido, já que se espera pouco tempo e a conta ao final da barrigada não é extensa, mas sim justa.

12 Ago 2015

Ricardo Alves, Chef de cozinha: “Sinto-me bem aqui”

[dropcap type=”circle”]S[/dropcap]e lhe falarmos sobre os bifes tão famosos da cervejaria mais conhecida de Macau, a Portugália saberá identificar qual é a cara por trás do sabor? O HM esclarece. Chama-se Ricardo Alves e é o chef que guarda o segredo do molho que conquista apreciadores gastronómicos há 85 anos.

Engane-se quem acredita que para a cozinha só é bom quem nasceu com o gosto. Ricardo Alves é exemplo disso. Formado em Engenharia Mecânica, o engenheiro trocou os fios por panelas, abandonou a produção de máquina para se dedicar por inteiro à produção gastronómica. “Cheguei a um ponto enquanto estava a tirar o curso de Engenharia que me sentia completamente desiludido com a área, percebi que não era de todo aquilo que queria fazer”, começa por contar Ricardo Alves.

A cozinha não era uma paixão “mas tornou-se depois”. O que aconteceu é que o jovem chef abraçou uma “oportunidade que surgiu” na área da cozinha e, como é curioso, foi experimentando. “Gostei muito e já lá vão 15 anos de cozinha”, relembra.

Já fez um ano que o chef chegou ao território e não se arrepende nada do ‘sim’ que disse quando recebeu o convite para embarcar nesta aventura. Antes de chegar a Macau, Ricardo Alves já fazia parte da equipa da cervejaria há mais de cinco anos. “Trabalhava na Portugália no departamento de inovação e desenvolvimento, como cozinheiro criativo. Depois disso passei para a chefia da cervejaria da Almirante Reis [Lisboa] e foi aí que me foi apresentado o convite da empresa para vir para [Macau]”, conta o chef ao HM.

Degrau a degrau

Separar a figura de Ricardo Alves à cervejaria não faria sentido. Envoltos sobre o azulejo português que serviu como mote de decoração para o restaurante, acolhido numa das ruas mais típicas da Taipa, Ricardo Alves explica ao HM as dificuldades que sentiu com o projecto.

“O primeiro impacto foi o estranhar tudo, adaptar-me a um cenário completamente diferente, tanto profissional como pessoalmente. Foi preciso conhecer o mercado, que é muito diferente”, relembra Ricardo Alves.

Quando chegou, o chef pensou que seria mais fácil e rápido abrir a cervejaria. “Houve todo o tipo de imprevistos que podiam existir, desde burocráticos a técnicos de obra, tudo o que tinha que correr mal, correu”, recorda, sorrindo agora, enquanto relembra o verdadeiro desafio que foi.

Por todos esses obstáculos no caminho, a inauguração do espaço sofreu um atraso de seis meses, mas o dia e a casa cheia compensaram tudo. “O momento mais glorioso que tive desde que aqui estou, foi, obviamente, a abertura da Portugália”, conta com o sentimento de dever cumprido.

Mercado de duas faces

Completamente absorvido pelo trabalho, Ricardo Alves, aproveita o muito escasso tempo livre que tem para se passear por Macau. Não há um sítio preferido, até porque tudo se torna bom quando o tempo para aproveitar é pouco.

Mesmo com pequenas arestas a limar no que diz respeito às questões logísticas que um restaurante implica, Ricardo Alves não esconde a excelente oportunidade que Macau proporciona principalmente nesta área”, em que a oferta é tão vasta.

“A grande diferença aqui, neste lado do mundo, é como as coisas funcionam. A interligação com o fornecedor, os clientes… Mas o trabalho de chef é exactamente o mesmo”, explica Ricardo, destacando o contacto com os clientes que tem sido muito gratificante.

Aqui estamos bem

Deste chef, que se mostra adepto de qualquer gastronomia, pode esperar-se muito, principalmente criatividade. De espírito curioso, Ricardo Alves não esconde as surpresas que gosta de implementar nos seus menus e isso mesmo vai acontecer no restaurante onde trabalha.

“Apesar de estar preso a um conceito neste momento, gosto muito de experimentar coisas novas. Especialmente no início da carreira tentei experimentar gastronomia diferente, desde coreana, vietnamita, francesa, italiana… tentei beber de todas as fontes. Experimentar, conhecer outros trabalhos e tentar adaptar tudo”, enumera, admitindo que não há um tipo de prato que prefira fazer, mas a cozinha tradicional portuguesa é uma das suas escolhas. “O que eu gosto é de mostrar os vários pratos, das várias gastronomias”, brinca.

Por norma, Ricardo Alves é o tipo de pessoa que deixa a vida acontecer, sem excessivas preocupações, ciente que tudo pode mudar. Por isso, à pergunta sobre o futuro, o chef sorri e diz: neste momento é estabilizar este restaurante e depois logo se vê.

“Não sou pessoa de fazer planos a longo prazo e de ter uma meta traçada, estou tranquilo aqui”, afirma, rematando a conversa com um “estou bem neste lado do mundo. Sinto-me bem aqui”.

22 Jun 2015