MNE britânico apela a “mais diplomacia” com a China

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lamy, apelou sábado ao relançamento do diálogo entre Londres e Pequim, instando ambos os países a mostrarem “mais diplomacia”.

O chefe da diplomacia britânica assumiu esta posição no final de uma visita de dois dias à China que visou melhorar os laços com Pequim, depois de as relações se terem deteriorado nos últimos anos devido a alegações de espionagem, à aproximação da China à Rússia, à alegada repressão das liberdades civis em Hong Kong e a preocupações com direitos humanos.

O novo governo trabalhista está sob pressão para levantar a questão da violação dos direitos humanos com a China, mas também para manter os laços com um importante parceiro comercial. Na sexta-feira, Lamy encontrou-se com o vice-primeiro-ministro Ding Xuexiang, antes de viajar para Xangai.

“Entendo que precisamos de mais diplomacia, não de menos. É por isso que é tão importante estar aqui na qualidade de ministro dos Negócios Estrangeiros britânico e é por isso que temos de continuar a regressar”, afirmou o governante, citado pela AFP.

“No passado, a política do Reino Unido, sob o anterior governo, não foi consistente e o que entendo é que precisamos de uma abordagem que o seja”, disse Lamy em declarações aos jornalistas.

Com valores

O chefe da diplomacia britânica disse ainda ter pressionado os seus anfitriões chineses sobre questões como Hong Kong e Xinjiang, onde vive uma minoria muçulmana que Pequim é acusada de perseguir, e Taiwan. O Reino Unido, disse, “está preocupado” com algumas tensões a que assiste no estreito de Taiwan “porque não são do interesse da comunidade global”.

“Há valores, há áreas em que o governo do Reino Unido e a nossa abordagem cultural será diferente da da China e há áreas relevantes, relacionadas com a segurança nacional em que colocaremos sempre os interesses nacionais do Reino Unido em primeiro lugar”, afirmou Peter Lamy. No entanto, acrescentou que existem também domínios “em que podemos cooperar e colaborar com os chineses”.

21 Out 2024

Reino Unido | Confirmada visita de MNE à China

A China confirmou ontem a visita do ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, entre amanhã e sábado, estando previsto um encontro com o homólogo chinês, Wang Yi.

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático, Mao Ning, disse em conferência de imprensa que esta é a primeira visita à China de um ministro do novo governo britânico e que as duas partes se vão concentrar em “aumentar a confiança mútua e reforçar o diálogo e a cooperação em vários domínios”.

“A China está disposta a trabalhar com o Reino Unido para promover benefícios mútuos e resultados benéficos, bem como laços estáveis e de longo prazo”, acrescentou. De acordo com a porta-voz, as relações estáveis são do interesse da “unidade da comunidade internacional para responder aos desafios globais e promover a paz e o desenvolvimento mundiais”.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou na quarta-feira, na sua comparência semanal no Parlamento, que vai apelar ao Governo chinês para que levante as sanções contra vários deputados britânicos, bem como para que liberte o empresário e activista britânico Jimmy Lai, detido em Hong Kong.

O primeiro-ministro confirmou também que o seu governo irá sancionar as empresas ou cidadãos chineses que ajudem a Rússia na guerra contra a Ucrânia.

18 Out 2024

Diplomacia | Pequim quer diálogo económico com Reino Unido

A China está disposta a retomar o diálogo económico com o Reino Unido, afirmou o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, segundo um meio de comunicação estatal, após um longo período de afastamento entre os dois países. Pequim e Londres renovaram os contactos de alto nível em Agosto, durante uma chamada telefónica entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

Foi a primeira vez que o chefe de Estado chinês conversou com um primeiro-ministro britânico desde 2022.
Numa nova chamada telefónica na quarta-feira, com a ministra das Finanças britânica, Rachel Reeves, He Lifeng disse-lhe que a China estava “disposta a trabalhar com o Reino Unido” para “relançar o diálogo económico e financeiro bilateral”, segundo a agência de notícias Xinhua. O vice-primeiro-ministro garantiu ainda que o gigante asiático pretende “ampliar a cooperação nos domínios das finanças, da economia verde, da biomedicina e da inteligência artificial”.

Depois da “era dourada” centrada nas relações comerciais, muito elogiada pelo primeiro-ministro britânico David Cameron no início da década de 2010, as tensões bilaterais aumentaram entre os dois países. Uma das principais áreas de atrito diz respeito ao reforço do controlo de Pequim sobre Hong Kong.

Londres acusou ainda Pequim de ataques informáticos contra autoridades eleitas, de espionagem tecnológica e de violação dos direitos humanos, especialmente os da minoria uigur na região de Xinjiang, para não falar das tensões comerciais.

Os dois países acusaram-se também mutuamente de espionagem. Além disso, Pequim critica regularmente Londres por seguir a política hostil de Washington em relação ao Governo chinês.

19 Set 2024

Diplomacia | Reino Unido e China esperam mais diálogo entre os dois países

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou na sexta-feirfa esperar “discussões abertas, francas e honestas” com a China, durante a primeira conversa telefónica com o Presidente chinês Xi Jinping, que pediu o “fortalecimento do diálogo e cooperação”.

O chefe do governo trabalhista afirmou “esperar que os líderes possam ter discussões abertas, francas e honestas para abordar e compreender as áreas de desacordo, quando necessário, como Hong Kong, a guerra da Rússia na Ucrânia e os direitos humanos”, segundo um comunicado divulgado.

Por seu lado, Xi Jinping afirmou que a China continua “empenhada” no “desenvolvimento pacífico”, manifestando-se esperançado numa “perspectiva estratégica e de longo prazo” e com “objectividade e racionalidade”, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

O líder chinês afirmou que a industrialização da China abrirá “novas oportunidades de cooperação” com o Reino Unido e outros países do mundo, apelando ainda a um “maior alinhamento” das estratégias de desenvolvimento dos dois países e à expansão da cooperação em áreas como as finanças, a economia verde e a inteligência artificial.

Citado pela mesma fonte, o primeiro-ministro britânico reafirmou que o seu governo continua a aderir à política de “uma só China” e garantiu que Londres está disposta a “manter a comunicação com a China sobre as principais questões internacionais e regionais e contribuir para a manutenção da segurança e estabilidade globais”.

26 Ago 2024

Londres | Pequim pede mais “comunicação estratégica” para “manter paz” mundial

As diplomacias chinesa e britânica tentam encontrar pontos de convergência em defesa da paz global

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês pediu ao homólogo britânico que fortaleça a “comunicação estratégica” bilateral para “promover a segurança e manter a paz” mundiais, noticiou no sábado a televisão estatal chinesa CGTN.

“Perante os actuais desafios globais, como a emergência de uma mentalidade de Guerra Fria, o proteccionismo desenfreado e a lenta recuperação económica, a China e o Reino Unido (…) devem reforçar a comunicação estratégica e desempenhar o devido papel na promoção da segurança e na manutenção da paz”, disse Wang Yi, de acordo com a CGTN.

Sobre as relações bilaterais, Wang defendeu que Pequim e Londres devem “trabalhar em conjunto para alargar a convergência de interesses, reforçar os intercâmbios e a cooperação e gerir adequadamente as diferenças e os conflitos”.

Para o responsável chinês, os dois países devem ir ao encontro “dos interesses fundamentais e a longo prazo” bilaterais, bem como “das expectativas da comunidade internacional”, tanto mais que ambos estão entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

No encontro, o chefe da diplomacia britânica, David Cameron, disse estar disposto a encarar as relações com a China “de uma perspectiva estratégica”, a desenvolver laços bilaterais “mais construtivos” e a gerir as diferenças e resolver os desacordos “de uma forma mutuamente respeitosa”.

A televisão estatal chinesa referiu ainda que Cameron manifestou vontade de reforçar o diálogo com Pequim sobre questões como as energias renováveis, a economia, o comércio e a educação, e apelou aos dois países para “protegerem a paz e a segurança”.

 

 

Inspiração oriental

Na sexta-feira, antes da abertura da Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, Cameron disse que existem “muitas coisas” que o Reino Unido e o Ocidente podem fazer com a China, como trabalhar para combater as alterações climáticas.

“O que eu diria é que é importante estabelecer contactos com a China. Há muitas coisas em que discordamos (…) não há dúvida de que a China se tornou mais assertiva do que quando eu era primeiro-ministro. Isso não significa que não devamos tentar envolver-nos”, disse Cameron que, como primeiro-ministro britânico (2010-2016), manteve uma aproximação a Pequim.

O actual chefe da diplomacia britânica acrescentou que o Reino Unido e os países ocidentais precisam de ter “conversas francas” com a China, quando esta representa um “grande desafio estratégico”.

O encontro entre Wang e Cameron ocorreu, depois de a embaixada chinesa em Londres ter protestado contra uma declaração do chanceler britânico na Câmara dos Lordes, na qual incluiu o estreito de Taiwan e o mar Vermelho nas zonas onde defenderia a liberdade de navegação em encontros com as autoridades chinesas.

“É completamente errado que o Reino Unido compare o mar Vermelho com o estreito de Taiwan. Opomo-nos firmemente a isso”, afirmou a representação diplomática, que reiterou a posição oficial de que “Taiwan é uma parte inalienável do território chinês” e “a China tem soberania, direitos legítimos e jurisdição sobre o estreito de Taiwan”.

19 Fev 2024

PM chinês pede que China e Reino Unido lidem adequadamente com divergências

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, disse no domingo que a China e Reino Unido devem lidar adequadamente com as divergências, respeitar os interesses centrais e as principais preocupações um do outro.

Tanto a China quanto o Reino Unido são grandes economias mundiais, intimamente ligadas economicamente, disse Li ao reunir com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, à margem da cimeira do G20, indica o Diário do Povo.

Ambos os lados devem esforçar-se para trazer mais benefícios um para o outro e para o mundo com laços estáveis e mutuamente benéficos China-Reino Unido, disse Li, acrescentando que a China está pronta para trabalhar com o Reino Unido para aderir ao respeito mútuo, tratarem-se como iguais, ver o desenvolvimento um do outro objectivamente, melhorar a compreensão mútua e a confiança e promover o desenvolvimento estável e de longo prazo das relações China-Reino Unido.

Os dois lados devem aderir à cooperação aberta, defender e expandir os interesses comuns, disse o primeiro-ministro chinês, observando que ambos os países são defensores, praticantes e beneficiários do livre comércio, e os dois lados devem opor-se conjuntamente à mistura de comércio e cooperação económica com política e segurança, promover a construção de uma economia mundial aberta, defender o sistema de comércio multilateral com a Organização Mundial do Comércio no seu núcleo e garantir a estabilidade e o fluxo suave das cadeias industriais e de suprimentos globais.

Os dois lados devem lidar adequadamente com as diferenças, manter o espírito de inclusão e aprendizado mútuo e respeitar os interesses centrais e as principais preocupações um do outro, disse Li, citado pelo Diário do Povo.

O responsável afirmou ainda que a China dá as boas-vindas ao Reino Unido para continuar a expandir a cooperação prática com a China e está disposta a aprofundar a cooperação com o país em áreas como comércio, investimento, desenvolvimento verde, intercâmbios culturais e interpessoais e ciência e tecnologia, de modo a apoiar e promover conjuntamente o desenvolvimento sustentável global.

Por outro lado

Sunak, por sua vez, disse que o Reino Unido respeita a história e a cultura da China e atribui importância ao papel significativo da China no sistema internacional.

O Reino Unido, disse, está disposto a conduzir diálogos construtivos e francos com a China, fortalecer a cooperação prática em áreas como economia e comércio e ciência e tecnologia, lidar adequadamente com as diferenças, enfrentar conjuntamente as mudanças climáticas e outros desafios globais e construir relações estáveis e mutuamente benéficas Reino Unido-China.

11 Set 2023

China espera que relação com o Reino Unido progrida com Rishi Sunak

A China espera que as suas relações com o Reino Unido progridam quando Rishi Sunak for nomeado primeiro-ministro, disse hoje o ministério dos Negócios Estrangeiros do país.

“A posição da China nas relações sino-britânicas sempre foi inequívoca. O desenvolvimento e proteção das relações dependem dos dois países”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa Wang Wenbin, em conferência de imprensa. Wang disse ter esperança de que as relações bilaterais entre Londres e Pequim “progridam no caminho certo”, com base no “respeito e benefício mútuos”.

Sunak foi eleito como novo líder do Partido Conservador Britânico e foi indigitado pelo Rei para ser o próximo primeiro-ministro do Reino Unido. O monarca encarregou o líder conservador de formar um novo governo.

As relações entre o Reino Unido e a China deterioraram-se nos últimos anos, com o governo de Londres a denunciar a campanha lançada por Pequim contra ativistas pró-democracia em Hong Kong. Londres impôs também sanções contra autoridades chinesas devido a violações dos Direitos Humanos na região de Xinjiang.

Em julho de 2020, o governo do primeiro-ministro Boris Johnson proibiu a compra de equipamentos da Huawei, a gigante chinesa de telecomunicações, para as infra-estruturas do país, por motivos de segurança nacional.

O Governo chinês alertou, em agosto, que é “irresponsável que certos políticos britânicos exagerem a ‘ameaça da China’ ou culpem a China por todos os males”, apontando que “não é assim que vão resolver os problemas do Reino Unido”.

25 Out 2022

Hong Kong | Pequim promete medidas contra a “interferência do Ocidente” na reforma eleitoral

Os dirigentes chineses disseram este fim de semana que não existe “espaço para recuar” em relação às medidas anunciadas para a reforma do sistema eleitoral de Hong Kong. Isto apesar das críticas e ameaças de sanções de países ocidentais. Para eles, as sanções são medalhas e prometem responder à letra

 

Altos funcionários chineses declararam “a sua determinação inabalável de reparar as brechas na cidade chinesa que foram exploradas pelas forças anti-China, e lutar resolutamente com contra-medidas, se esses países ocidentais continuarem a intrometer-se nos assuntos internos da China”. Na questão de Hong Kong, “o governo chinês não tem espaço para recuar, já que os problemas de Hong Kong não são uma questão de democracia, mas sim de subversão e tomada do poder”, disse Zhang Xiaoming, vice-director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau.

” Nos últimos anos, forças anti-China exploraram brechas e falhas no actual sistema eleitoral de Hong Kong para colocar em risco a soberania da China, a segurança nacional e os interesses do desenvolvimento, prejudicando gravemente a ordem constitucional e a governação efectiva. Portanto, o governo central deve tomar as medidas necessárias para melhorar o sistema. Tal não apenas cabe à Assembleia Nacional Popular (APN), como é a sua responsabilidade”, referiu Zhang Yong, vice-chefe da Comissão para Assuntos Legislativos do Comité Permanente da APN, em conferência de imprensa na sexta-feira.

Pelosi e as mãos negras

A China chega mesmo a nomear alguns políticos ocidentais que acusa de serem “mão negras” por detrás “da turbulência social” que agitou a cidade. Países como os Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, que têm criticado a China na questão de Hong Kong, apoiam abertamente algumas figuras políticas anti-China na instigação de um movimento antigovernamental e anti-China em Hong Kong, e fazem parte das “mãos negras” por trás da turbulência social que arrastou a cidade da prosperidade e estabilidade à beira do colapso.

“Algumas forças estrangeiras participaram da turbulência social e do tumulto que durou meses em Hong Kong em 2019, incluindo a política democrata Nancy Pelosi, que elogiou abertamente os distúrbios como uma “visão linda”, e o líder da maioria no Senado Mitch McConnell e o senador republicano Marco Rubio, que deu apoio aos desordeiros anti-China. Quando a violência no Capitólio estourou em Washington, esses políticos classificaram-na como ‘terrorismo’, o que mostrou a típica duplicidade dos seus padrões, e eu não entendo como têm moral para apontar o dedo aos assuntos de Hong Kong”, Zhang Xiaoming disse. O MNE britânico Dominic Raab e a australiana Marise Payne foram também criticados.

Também Rita Fan Hsu Lai-tai, ex-presidente do Conselho Legislativo de Hong Kong (LegCo), afirmou que “os países ocidentais, liderados pelos EUA, muitas vezes falam sobre a situação de Hong Kong fora do contexto”. “Por exemplo, quando a Lei de Segurança Nacional entrou em vigor no ano passado, alguns políticos britânicos disseram que violava a Declaração Conjunta. No entanto, está claramente afirmado na Declaração Conjunta que a defesa nacional e a diplomacia são direito e responsabilidade da China”, disse Fan, sublinhando que a defesa nacional inclui questões de segurança nacional. Para Rita Fan, “os países ocidentais e as forças independentistas de Taiwan são os beneficiários de minar a estabilidade de Hong Kong”.

As sanções aplicadas a alguns funcionários chineses pelos EUA parecem ser medalhas, nas palavras de Zhang Xiaoming. “Estamos profundamente orgulhosos de termos sido sancionados pelos EUA”, disse Zhang Xiaoming, ao mesmo tempo que prometia contra-sanções. O governo chinês está a preparar legislação para responder a estas sanções. Por exemplo, ” se Washington tomar mais medidas, a China pode exigir uma redução do Consulado Geral dos EUA em Hong Kong impondo restrições às suas actividades.”

Rita Fan vai mais longe e pergunta: “Para alguns grupos políticos de Hong Kong que não entendem isto e clamam por uma democracia definida pelo Ocidente, quero que se sentem e pensem, vale a pena sacrificarem-se pela hegemonia ocidental?”.

Londres condena “clara violação” da Declaração Conjunta

O Reino Unido disse que a decisão da China de impor “mudanças radicais” para restringir a participação no sistema eleitoral de Hong Kong é uma nova “clara violação” da Declaração Conjunta Sino-Britânica. O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, lamentou a decisão da China de impor “mudanças radicais” que reduzem o papel dos cidadãos na escolha dos seus líderes territoriais, em vez de dar a uma comissão pró-Pequim o poder de nomear mais legisladores.

Segundo o ministro britânico, a decisão da China é parte “de um padrão concebido para assediar e suprimir todas as vozes críticas das políticas da China”. Raab acrescentou que a posição chinesa “marca uma terceira violação, em menos de nove meses, da Declaração Conjunta juridicamente vinculativa”.

“A decisão de Pequim de impor mudanças radicais para restringir a participação no sistema eleitoral de Hong Kong é uma clara violação da Declaração Conjunta Sino-Britânica, juridicamente vinculativa”, disse o ministro.

“O Reino Unido continuará a defender a população de Hong Kong. A China deve agir de acordo com as suas obrigações legais e respeitar os direitos e liberdades fundamentais em Hong Kong”, acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico. Contudo, durante a época colonial, Londres nada fez para dar voz ao povo de Hong Kong, no sentido de escolherem os seus governantes.

15 Mar 2021

Reino Unido retira licença de transmissão a canal estatal chinês CGTN

O Reino Unido retirou esta quinta-feira a licença de transmissão ao canal de notícias estatal chinês CGTN, após apurar que o titular não tinha controlo editorial sobre a produção, controlada antes pelo Partido Comunista da China. A CGTN (China Global Television Network), que estava disponível na televisão gratuita e paga no Reino Unido, não comentou ainda a decisão.

O regulador da imprensa britânico Ofcom começou a investigar o canal depois de várias pessoas terem apresentado queixa, devido à exibição de confissões forçadas, que violam as regras de justiça e objectividade. Uma das confissões envolveu o antigo funcionário do Consulado Britânico em Hong Kong que afirma ter sido detido e torturado pela polícia chinesa à procura de informações sobre os manifestantes na antiga colónia britânica.

Outro caso envolveu um investigador corporativo britânico que disse ter sido forçado a confessar durante a sua detenção na China. O regulador disse ainda ter apurado que a entidade que detinha a licença do canal, a Star China Media Limited, não tinha responsabilidade editorial pela produção da CGTN, que é um requisito para obter licenciamento.

Um pedido de transferência da licença para a China Global Television Network Corporation (CGTNC) foi rejeitado porque faltavam “informações cruciais”, disse o Ofcom. “Consideramos que o CGTNC seria desqualificado de deter uma licença, já que é controlado por um órgão que é controlado pelo Partido Comunista Chinês”, justificou ainda.

O regulador disse que deu à CGTN “tempo significativo” para cumprir com os requisitos. “Após cuidadosa consideração, levando em consideração todos os factos e os direitos da emissora e do público à liberdade de expressão, decidimos que é apropriado revogar a licença da CGTN para transmitir no Reino Unido”, justificou.

5 Fev 2021

Pequim pede a Londres para parar de “interferir nos assuntos internos da China”

O embaixador chinês na Organização das Nações Unidas, Zhang Jun, pediu ontem ao Reino Unido para que “pare de interferir nos assuntos internos da China”, após Londres ter anunciado medidas sancionatórias por causa da perseguição aos uigures em Xinjiang.

O Reino Unido anunciou que vai proibir o comércio de mercadorias relacionadas com o trabalho forçado da minoria muçulmana dos uigures, em Xinjiang, no momento em que escalam as tensões entre o Londres e Pequim e semanas depois de um polémico acordo de princípio sobre investimentos entre a China e a União Europeia, de que os britânicos já não fazem parte.

O chefe da diplomacia britânica, Dominic Raab, disse que a atitude de Pequim face aos uigures é uma “barbárie” que está a ser cometida sob pretexto de combate ao terrorismo e ao radicalismo islâmico.

Em resposta, durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, Zhang Jun disse que esta medida de Londres é um ataque “puramente político” e “sem fundamento” e aconselhou a diplomacia britânica a não “interferir nos assuntos internos da China”.

Zhang referia-se ao facto de Raab ter criticado o que chamou de “violações inaceitáveis dos direitos humanos”, anunciando medidas para proibir as importações e exportações vinculadas ao trabalho forçado dos uigures.

Os uigures são o principal grupo étnico em Xinjiang, uma enorme região no noroeste da China que tem fronteiras comuns com o Afeganistão e com o Paquistão. De acordo com especialistas estrangeiros, um milhão de uigures foram detidos nos últimos anos em campos de reeducação política, apesar dos desmentidos de Pequim, que afirma tratarem-se de centros de treino vocacional, destinados a manter as pessoas longe da tentação do islamismo radical.

13 Jan 2021

China alerta Reino Unido para consequências da suspensão de tratado de extradição

[dropcap]A[/dropcap] China alertou hoje para as “consequências” da decisão do Reino Unido em suspender o tratado de extradição com Hong Kong, em protesto contra a lei de segurança nacional imposta por Pequim à região. Numa declaração difundida pela embaixada da China em Londres, o porta-voz da embaixada criticou a suspensão do tratado e advertiu que “o lado britânico está a ir ainda mais longe na direcção errada”.

“A China insta o lado britânico a parar imediatamente de interferir nos assuntos de Hong Kong, que são assuntos internos da China”, lê-se no comunicado, atribuído a um porta-voz da embaixada chinesa. O mesmo texto avisou que “o Reino Unido terá que acarretar as consequências se insistir em seguir o caminho errado”.

Estados Unidos, Canadá e Austrália também suspenderam os seus respectivos tratados de extradição com Hong Kong.

A lei de segurança nacional, que críticos acusam de visar a oposição pró-democracia da região e ameaçar as liberdades existentes na cidade, foi integrada à Lei Básica. O projecto de lei foi ratificado pelo Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional, órgão legislativo submetido ao Partido Comunista Chinês (PCC), ignorando o Conselho Legislativo de Hong Kong.

A lei visa punir com até prisão perpétua “actos de secessão, subversão, terrorismo e conspiração com forças estrangeiras para comprometer a segurança nacional”.

A medida do Reino Unido surge já depois de Londres ter banido o grupo chinês Huawei de participar na construção da sua infraestrutura de redes de quinta geração (5G) ou políticos britânicos criticarem publicamente a China por violações dos direitos humanos envolvendo membros de minorias étnicas na região de Xinjiang.

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Dominic Raab, confirmou a decisão no parlamento, na segunda-feira, apesar de Pequim ter classificado a decisão como um grave erro de política externa e advertido para o risco de retaliação.

“O Governo decidiu suspender o tratado de extradição imediatamente e por tempo indeterminado”, disse Raab, acrescentando que a lei de segurança nacional promulgada por Pequim – que permite julgar certos casos na China continental – viola princípios que, para os britânicos, estão subjacentes ao tratado de extradição.

21 Jul 2020

Reino Unido suspende tratado de extradição com Hong Kong

[dropcap]O[/dropcap] Reino Unido suspendeu hoje o tratado de extradição com Hong Kong em retaliação à nova lei de segurança imposta no antigo território britânico pela China, anunciou o ministro dos negócios Estrangeiros, Dominic Raab.

A medida, com efeito imediato, foi anunciada no parlamento, juntamente com a extensão do embargo à venda de armas existente contra a China desde 1989, e que vai incluir outro tipo de equipamento que possa ser usado na repressão da população, como correntes ou granadas de fumo.

“Não vamos considerar repor esta provisão [do tratado de extradição] a não ser que e até existirem salvaguardas claras e sólidas que evitem que a extradição do Reino Unido [para Hong Kong] seja usada indevidamente no âmbito da nova lei de segurança”, explicou.

Segundo o ministro, “a imposição desta nova lei de segurança alterou de forma significativa expectativas importantes que suportam o tratado de extradição com Hong Kong, em particular porque permite à China assumir jurisdição sobre certos casos e julgar esses casos nos tribunais da China continental”.

A Lei de Segurança Nacional de Hong Kong aprovada em Junho foi aprovada pela Assembleia Popular Nacional da China, sem passar pelo Conselho Legislativo da região semi-autónoma chinesa, e pune com prisão perpétua “atos de secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras”.

No entanto, advogados, activistas, jornalistas e grande parte da sociedade de Hong Kong manifestaram a sua oposição, por temer que a lei acabe com as liberdades desfrutadas pela antiga colónia britânica e inexistentes na China continental.

Raab reiterou também a preocupação com a violação dos direitos humanos contra os muçulmanos da minoria uigure em Xinjiang “Nós queremos uma relação positiva com a China. Pela nossa parte, o Reino Unido vai trabalhar arduamente e em boa fé”, disse.

Porém, acrescentou, as medidas anunciadas “são uma resposta razoável e proporcional ao fracasso da China em respeitar as obrigações internacionais com Hong Kong”. Raab acrescentou que as condições do novo visto de residência e acesso à cidadania para os habitantes de Hong Kong com passaporte britânico vão ser detalhadas esta semana pela ministra do Interior, Priti Patel.

21 Jul 2020

Hong Kong | Pequim lança ameaças face a decisão britânica de facilitar imigração

[dropcap]A[/dropcap] China ameaçou ontem retaliar perante a decisão do Reino Unido de expandir os direitos de imigração dos residentes de Hong Kong, na sequência da promulgação da lei de segurança nacional na antiga colónia britânica.

Vários países ocidentais condenaram a aprovação da lei, que visa punir “actos de secessão, subversão, terrorismo e conspiração com forças estrangeiras para comprometer a segurança nacional”.
O texto foi ratificado pelo Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional, um órgão submetido ao Partido Comunista Chinês (PCC).

A Ordem dos Advogados de Hong Kong manifestou “profunda preocupação” com a lei, advertindo que a formulação do diploma, muito vaga, compromete a independência do poder judicial na antiga colónia britânica.

Londres protestou contra o que considera uma violação do acordo sino-britânico, que permitiu a transferência da soberania do território para a China, em 1997, sob o princípio ‘um país, dois sistemas’, que deveria garantir até 2047 a autonomia do território e liberdades desconhecidas na China continental.

Em resposta, o Reino Unido anunciou a intenção de ampliar os direitos de imigração para residentes de Hong Kong, permitindo o acesso à cidadania britânica a milhões de titulares do “passaporte britânico no exterior”.

“Se o lado britânico mudar unilateralmente a regra actual, isto constituiria uma violação da sua própria posição e do direito internacional”, apontou a embaixada chinesa no Reino Unido, em comunicado.
“Nós opomo-nos veementemente e reservamo-nos ao direito de tomar as medidas apropriadas”, acrescentou.

Outras ofertas

Também o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, disse que o seu país está a considerar “muito activamente” oferecer-se para acolher residentes da região semiautónoma da China, considerando a situação “muito preocupante”.

Taiwan, que funciona como um Estado independente, apesar de Pequim considerar a ilha uma província sob a sua jurisdição, abriu um escritório para ajudar os habitantes de Hong Kong a fixarem residência no seu território.

O documento surgiu após repetidas advertências do regime comunista chinês contra a dissidência em Hong Kong, abalada em 2019 por sete meses de manifestações em defesa de reformas democráticas e quase sempre marcadas por confrontos com a polícia, que levaram à detenção de mais de nove mil pessoas.

Os críticos do texto estão convencidos de que se trata do prelúdio de uma vasta campanha de repressão na cidade.

Preocupações legais

Para a Ordem dos Advogados de Hong Kong, o texto dilui a separação entre o sistema judicial independente de Hong Kong e a justiça na China continental, onde os tribunais são controlados pelo Partido Comunista.

Numa análise de cinco páginas, os advogados observaram que os delitos são muito vagamente definidos, “podendo ser usados de forma arbitrária e de maneira que infrinja desproporcionalmente os direitos fundamentais, incluindo a liberdade de consciência, expressão e reunião”.

Denunciando “a total ausência de consultas dignas desse nome”, a Ordem diz-se “preocupada” com os poderes de vigilância estendidos à polícia, em particular em matéria de escutas telefónicas, sem supervisão judicial, da possibilidade de realizar julgamentos à porta fechada, ou por Pequim ter a palavra final na interpretação do texto.

Os críticos do novo texto denunciam, em particular, o facto de a China ter jurisdição sobre certos assuntos abrangidos pela lei, o que contraria a ideia de um território soberano do ponto de vista judicial.
Milhares de manifestantes protestaram contra a promulgação da lei na quarta-feira, dia que marcou o 23º aniversário da entrega da soberania do território à China.

A polícia respondeu usando canhões de água, gás lacrimogéneo e gás pimenta. Quase 400 manifestantes foram presos, incluindo dez sob a nova lei.

3 Jul 2020

Reino Unido promete passaporte britânico a milhões de residentes em Hong Kong

[dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro do Reino Unido propôs na terça-feira atribuir a milhões de habitantes em Hong Kong o passaporte britânico, com possibilidade de aceder à cidadania, se a China não reconsiderar a lei da segurança imposta ao território.

“Muitas pessoas em Hong Kong receiam que o seu modo de vida – que a China se comprometeu a manter – esteja ameaçado” por esta lei, escreveu Johnson num artigo para o The Times of London e para o South China Morning Post.

“Se a China avançar e justificar estes receios, o reino Unido não pode, em boa consciência, encolher os ombros e seguir em frente; em vez disso, honraremos as nossas obrigações e forneceremos uma alternativa”, afirmou Johnson, nas primeiras declarações dirigidas aos habitantes de Hong Kong desde que a China aprovou a lei da segurança nacional.

Cerca de 350 mil pessoas em Hong Kong possuem actualmente um passaporte que permite o acesso sem visto ao Reino Unido, para uma estadia até seis meses, explicou o primeiro-ministro. Além destas, mais 2,5 milhões seriam elegíveis para requerer o documento, segundo Johnson.

Quando Hong Kong passou para a administração da China em 1997, após 150 anos como colónia britânica, os seus residentes não obtiveram o direito de viver no Reino Unido, o que poderia mudar com a proposta do primeiro-ministro britânico.

“Se a China impuser a sua Lei de Segurança Nacional, o Governo britânico alterará a sua legislação em matéria de imigração e permitirá a qualquer titular destes passaportes residentes em Hong Kong vir para o Reino Unido por um período renovável de 12 meses e obter outros direitos, incluindo o direito ao trabalho, o que os colocaria no caminho da cidadania”, escreveu o primeiro-ministro britânico.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Grã-Bretanha, Dominic Raab, já tinha afirmado em 28 de maio que o país poderia alargar as condições de permanência no Reino Unido, de seis para 12 meses, para os cerca de 300 mil titulares de passaporte nacional britânico em Hong Kong, se a China não reconsiderasse o seu plano.

A lei de segurança nacional proposta pela China visa reforçar o controlo de Pequim sobre Hong Kong, numa tentativa de impedir o reacender de protestos violentos registados ao longo de vários meses no ano passado.

“Tenho dificuldade em perceber como é que a mais recente medida poderá aliviar as tensões em Hong Kong. Durante grande parte do ano passado, o território foi palco de grandes protestos, desencadeados por uma tentativa mal ponderada de aprovar uma lei que permitisse a extradição de Hong Kong para o continente”, recordou Johnson.

O primeiro-ministro britânico alertou ainda para o impacto económico da limitação de liberdades no território.

“A China tem mais interesse do que qualquer outra parte em preservar o sucesso de Hong Kong. Desde a transferência de soberania em 1997, a chave tem sido o precioso princípio de ‘um país, dois sistemas’, consagrado na Lei Básica de Hong Kong e sustentado pela Declaração Conjunta assinada pelo Reino Unido e pela China”, escreveu Boris Johnson.

A imposição da Lei da Segurança a Hong Kong “restringiria as suas liberdades e reduziria substancialmente a sua autonomia”, sublinhou o primeiro-ministro britânico.

A Assembleia Popular Nacional (APN), o órgão máximo legislativo da China, aprovou em 28 de Maio a controversa proposta de lei de segurança nacional de Hong Kong.

O diploma, ainda não finalizado, proíbe “qualquer ato de traição, separação, rebelião, subversão contra o Governo Popular Central, roubo de segredos de estado, a organização de atividades em Hong Kong por parte de organizações políticas estrangeiras e o estabelecimento de laços com organizações políticas estrangeiras por parte de organizações políticas de Hong Kong”.

Entre os sete artigos propostos por Pequim, está uma disposição para um mecanismo legal que permite ao Comité Permanente da APN articular legislação que vise prevenir e punir uma série de suposições, incluindo “subversão contra o poder do Estado”.

3 Jun 2020

Hong Kong | Londres oferece mais direitos a habitantes com passaporte britânico

[dropcap]O[/dropcap] governo britânico prometeu hoje oferecer a centenas de milhares de residentes de Hong Kong maiores direitos de residência no Reino Unido se a China não recuar com uma nova lei de segurança planeada para o território semi-autónomo.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, disse que cerca de 300.000 pessoas em Hong Kong que possuem passaporte nacional britânico enquanto residentes no estrangeiro poderão permanecer no Reino Unido por 12 meses, em vez dos seis atuais, se a China não reconsiderar o seu plano.

Raab disse que o tempo de permanência também seria extensível e forneceria “um caminho” para a cidadania do Reino Unido. Quando Hong Kong passou para a administração da China em 1997, após 150 anos como colónia britânica, os seus residentes não obtiveram o direito de viver no Reino Unido.

A lei de segurança nacional proposta pela China visa reforçar o controlo de Pequim sobre Hong Kong, numa tentativa de impedir o reacender de protestos violentos registados ao longo de vários meses no ano passado.

Raab e os ministros dos Negócios Estrangeiros dos EUA, Canadá e Austrália afirmaram em comunicado conjunto que a lei proposta “reduziria as liberdades da população de Hong Kong e, ao fazê-lo, desgastaria drasticamente a autonomia de Hong Kong e o sistema que a torna tão próspera”.

29 Mai 2020

Covid-19 | Governo britânico pede isolamento social e prevê grande aumento de casos

[dropcap]O[/dropcap] governo britânico apelou a todos os britânicos para que cessem todo o tipo de contacto social não essencial, prevendo um aumento muito grande de casos com o novo coronavírus nos próximos dias, em especial em Londres.
“Agora é a altura de todos pararem o contacto não essencial com outras pessoas e pararem todas as viagens desnecessárias. Precisamos que as pessoas comecem a trabalhar em casa, sempre que possível, e devem evitar bares, discotecas, teatros e outros locais sociais”, apelou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
Consciente de que este é um apelo difícil e que vai perturbar as vidas das pessoas, vincou considerar ser “o momento certo” e “mais eficaz” para diminuir a propagação da doença, reduzindo o número de vítimas e mortes, sobretudo em pessoas idosas ou com problemas de saúde.
“A razão para fazer isto agora, e não mais cedo ou mais tarde, é que esta medida será muito perturbadora para as pessoas que têm esses problemas. Mas acredito que agora é necessário. Queremos garantir que este período de proteção máxima coincide com o pico da doença”, acrescentou.
As autoridades britânicas estimam que vai registar-se um grande aumento de casos e que vai verificar-se mais rápido em algumas partes do país, com Londres “algumas semanas à frente”, pelo que esta limitação à circulação é mais urgente na capital britânica, acrescentou o primeiro-ministro.
O Reino Unido registou até agora 1.543 casos positivos e 36 mortes entre 44.105 pessoas testadas ao novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19.
As críticas ao governo britânico têm vindo a crescer de tom desde sexta-feira devido à abordagem menos severa para conter a pandemia de Covid-19 no Reino Unido, levando muitos especialistas a criticar a ideia de “imunidade em grupo”, alertando para a incerteza sobre se a imunidade pós-vírus é real e permanece a longo prazo.
O ministro da Saúde, Matt Hancock, deu várias entrevistas no domingo tentando desmistificar a ideia de que o governo não está a impor medidas de distanciamento social para deixar o novo coronavírus circular e imunizar a população.
“Temos um plano, baseado na experiência de cientistas líderes mundiais. A imunidade em grupo não faz parte disso. Esse é um conceito científico, não um objetivo ou uma estratégia”, garantiu, num texto publicado no Sunday Telegraph.

17 Mar 2020

Covid-19 | Governo britânico pede isolamento social e prevê grande aumento de casos

[dropcap]O[/dropcap] governo britânico apelou a todos os britânicos para que cessem todo o tipo de contacto social não essencial, prevendo um aumento muito grande de casos com o novo coronavírus nos próximos dias, em especial em Londres.

“Agora é a altura de todos pararem o contacto não essencial com outras pessoas e pararem todas as viagens desnecessárias. Precisamos que as pessoas comecem a trabalhar em casa, sempre que possível, e devem evitar bares, discotecas, teatros e outros locais sociais”, apelou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

Consciente de que este é um apelo difícil e que vai perturbar as vidas das pessoas, vincou considerar ser “o momento certo” e “mais eficaz” para diminuir a propagação da doença, reduzindo o número de vítimas e mortes, sobretudo em pessoas idosas ou com problemas de saúde.

“A razão para fazer isto agora, e não mais cedo ou mais tarde, é que esta medida será muito perturbadora para as pessoas que têm esses problemas. Mas acredito que agora é necessário. Queremos garantir que este período de proteção máxima coincide com o pico da doença”, acrescentou.

As autoridades britânicas estimam que vai registar-se um grande aumento de casos e que vai verificar-se mais rápido em algumas partes do país, com Londres “algumas semanas à frente”, pelo que esta limitação à circulação é mais urgente na capital britânica, acrescentou o primeiro-ministro.

O Reino Unido registou até agora 1.543 casos positivos e 36 mortes entre 44.105 pessoas testadas ao novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19.

As críticas ao governo britânico têm vindo a crescer de tom desde sexta-feira devido à abordagem menos severa para conter a pandemia de Covid-19 no Reino Unido, levando muitos especialistas a criticar a ideia de “imunidade em grupo”, alertando para a incerteza sobre se a imunidade pós-vírus é real e permanece a longo prazo.

O ministro da Saúde, Matt Hancock, deu várias entrevistas no domingo tentando desmistificar a ideia de que o governo não está a impor medidas de distanciamento social para deixar o novo coronavírus circular e imunizar a população.

“Temos um plano, baseado na experiência de cientistas líderes mundiais. A imunidade em grupo não faz parte disso. Esse é um conceito científico, não um objetivo ou uma estratégia”, garantiu, num texto publicado no Sunday Telegraph.

17 Mar 2020

Hong Kong | Polícia britânica anuncia inquérito a agressão de ministra em Londres

[dropcap]A[/dropcap] polícia britânica anunciou hoje que abriu um inquérito à agressão de uma ministra de Hong Kong em Londres, durante uma altercação com apoiantes do movimento pró-democracia da antiga colónia britânica.

O incidente, ocorrido na quinta-feira ao final do dia, suscitou duras críticas da China, que acusou o Reino Unido de “deitar achas na fogueira” em Hong Kong e exigiu uma investigação imediata dos factos.

“A polícia está a investigar uma suposta agressão ocorrida ontem [quinta-feira] por volta das 17:05”, anunciou a polícia de Londres num comunicado. O texto precisa que “uma mulher foi transportada ao hospital devido a ferimentos num braço”, mas não confirma a identidade da secretária da Justiça de Hong Kong, Teresa Cheng. “Até ao momento” não foi feita qualquer detenção, disse ainda a polícia.

Teresa Cheng dirigia-se para uma conferência no Chartered Institute of Arbitrators (CIAbr), uma instituição especializada na arbitragem de conflitos internacionais, quando foi cercada por manifestantes.

Vídeos mostram a ministra cair ao chão, sem se perceber se foi empurrada ou se desequilibrou, e pouco depois levantar-se e afastar-se escoltada por seguranças.

“A senhora Cheng foi agredida pela multidão quando se preparava para entrar no nosso edifício”, afirmou o CIAbr num comunicado, precisando que a ministra “sofreu um ferimento num braço”. A conferência foi cancelada devido ao incidente. A China denunciou “uma agressão bárbara” e exigiu que o Reino Unido garanta “a segurança e a dignidade de todos os funcionários chineses”.

Teresa Cheng é um dos membros mais impopulares do governo de Hong Kong e é nomeadamente considerada uma das principais impulsionadoras do projeto de lei sobre extradição para a China, na origem dos protestos que desde junho se realizam na antiga colónia britânica.

A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, condenou hoje a “agressão bárbara”, que “violou os princípios de uma sociedade civilizada”, e afirmou que a secretária ficou “gravemente ferida”, apelando à polícia britânica que investigue.

Em resposta, a diplomacia chinesa culpou as autoridades britânicas pelo incidente. “Há algum tempo que alguns políticos britânicos misturam o verdadeiro e o falso, obscurecendo atos violentos e ilegais em Hong Kong e mantendo contacto direto com manifestantes anti-China”, acusou Geng.

“Se o Reino Unido não mudar o seu comportamento e continuar a atirar gasolina para o fogo, semeando a discórdia e incitando (a desordem), vai pagar as consequências”, ameaçou o porta-voz de Pequim.

15 Nov 2019

Reino Unido | 39 mortos encontrados em camião eram de nacionalidade chinesa

Depois da detenção do camionista que conduziu o veículo onde foram encontrados 39 corpos, as autoridades investigam uma possível ligação a redes de crime organizado. Os imigrantes, que teriam nacionalidade chinesa, foram vítimas de um horripilante episódio revelador dos riscos que os imigrantes estão dispostos a correr para procurar uma vida melhor

 

[dropcap]C[/dropcap]omeçam a surgir detalhes que traçam mais definidamente a história de horror iniciada com a descoberta de um camião que continha no interior 39 pessoas mortas, em Dover, na Inglaterra.

Ontem, a BBC noticiou que as vítimas são de nacionalidade chinesa. Informação que foi confirmada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, de acordo com o jornal oficial Global Times. O Diário do Povo referiu que não serão adiantadas mais informações, mas que a Embaixada da China no Reino Unido irá publicar um comunicado depois de investigar o caso.

Esta foi a mais mortífera ocorrência do género no Reino Unido desde a bizarra descoberta de 58 mortos, também chineses, encontrados num contentor no porto de Dover, no condado de Kent, em 2000.

Uma das pistas que a polícia britânica está a seguir é o caminho que o camião fez. A polícia britânica informou que o camião entrou no Reino Unido na noite de terça-feira para quarta-feira pelo porto de Purfleet, no rio Tamisa, procedente de Zeebruges, na Bélgica.

“Pensamos agora que o camião viajou de Zeebruges para Purfleet”, onde chegou por volta das 00h30 hora local (07h30 em Macau), indicou um comunicado da polícia de Essex, que anteriormente tinha avançado que o veículo teria entrado no país pelo porto de Holyhead (País de Gales), na costa oeste, que serve a cidade de Dublin (Irlanda).

O camião, que transportava um contentor onde estavam os 39 cadáveres, foi encontrado na madrugada de quarta-feira na zona do Parque Industrial de Waterglade em Grays (condado de Essex), a leste de Londres.

Depois de buscas na noite de quarta-feira, as autoridades detiveram o camionista, Mo Robinson, residente de Portadown, que é agora suspeito de homicídio. Ao mesmo tempo que o suspeito de 25 anos é interrogado, a polícia está a investigar a possível ligação do macabro achado a redes de crime organizado. Ontem, até ao fecho da edição, a polícia tinha investigado três propriedades privadas na busca de indícios de associação criminosa.

Importa realçar que se têm multiplicado os casos de pessoas que tentam trazer imigrantes ilegalmente para o Reino Unido.

Findas as análises iniciais, o camião foi conduzido do local onde foi encontrado, passando por um cordão de pessoal das forças de segurança e bombeiros, que tiraram o chapéu e fizeram uma vénia à passagem do veículo.

O camião tinha uma unidade de refrigeração Carrier. Segundo alguns órgãos de comunicação social locais, a refrigeração poderia estar ligada, atingindo temperaturas de -25 graus, apontando para a possibilidade de os imigrantes terem morrido de frio.

Porém, ainda não existem informações forenses precisas sobre a causa e hora da morte dos imigrantes. De acordo com o Ministério Público belga, na passada terça-feira, às 14h29 locais, chegou um contentor a Zeebrugee que saiu do porto na mesma tarde. Até ao momento, não é claro se as vítimas já vinham no contentor, ou se entraram posteriormente já em solo belga.
Lucy Moreton, da União de Serviços de Imigração, disse à BBC que face ao número de contentores que entra diariamente no Reino Unido é impossível verificar o interior de todos. “Não temos infra-estruturas para fiscalizar a vasta maioria dos contentores que entram no Reino Unido. Mas uma coisa é certa, os contentores de mercadorias móveis e cisternas, que podem ser transportados separadamente, têm menos probabilidades de ser vistos. A não ser que haja informação que levante suspeitas”, referiu a responsável britânica.

Ondas de choque

A Agência Nacional de Crime tem alertado para o aumento de sofisticação e da crueldade dos métodos das associações criminosas que se dedicam ao tráfico humano.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, juntou-se ao tributo às vítimas revelando-se “chocado com a tragédia”. Citado pelo The Guardian, o capitão Andrew Mariner, da polícia de Essex referiu que as investigações estão em curso para apurar o que aconteceu. “Estamos a proceder à identificação das vítimas, algo que prevejo ser um processo moroso”, projectou.

O antigo director das autoridades de imigração, David Wood, revelou à BBC que a rota que o camião fez é pouco usual. “Fez um trajecto estranho, porque Zeebrugee é um porto de carga e contentores, portanto, não é um porto onde se dê prioridade a fiscalização de imigração. À primeira vista, diria que é uma rota apetecível para este tipo de organizações criminosas”, aponta David Wood.

À medida que as formas de entrar no Reino Unido legalmente diminuem, os métodos de transporte que colocam em perigo a vida dos imigrantes aumentam. Tais métodos incluem “empilhar” pessoas em pequenos compartimentos na parte refrigerada no fundo do camião, ou fazer travessias arriscadas por mares revoltos em pequenas embarcações.

Cúmulo do desespero

De acordo com dados oficiais, este ano até Junho, o Reino Unido concedeu asilo, protecção humanitária e outras formas de autorização de permanência a 18.519 pessoas. Porém, de acordo com o The Guardian, é difícil conseguir asilo no Reino Unido, que acolhe apenas 1 por cento de todos os refugiados do mundo.

Além disso, as políticas de imigração estão a seguir caminhos cada vez mais hostis para os que chegam às fronteiras britânicas, como a detenção sem tempo máximo, algo que pode afastar quem procura asilo das autoridades, por receio de serem detidos.

Sem papas na língua, o Conselho para o Bem-estar dos Imigrantes emitiu um comunicado a criticar as políticas públicas, ligando-as ao episódio macabro do camião. “Que ninguém duvide que a derradeira responsabilidade por estas mortes é das políticas do Governo, que deliberadamente decidiu fechar as rotas para se entrar legalmente e em segurança no Reino Unido. Precisamos de muito mais que do que expressões vazias de choque e pesar de Priti Patel e Boris Johnson. Precisamos de um compromisso para a abertura de vias legais e seguras de acesso, assim como de decisões rápidas para quem procura uma vida melhor no Reino Unido. As pessoas movem-se, sempre o fizeram, sempre o vão fazer e ninguém deveria ter de arriscar a vida por isso”.

No ano passado, mais de 35 mil tentativas de atravessar o Canal da Mancha ilegalmente foram travadas pelas autoridades. Durante o mesmo período de tempo, mais de 8 mil pessoas foram detectadas, já em solo britânico em portos de entrada, por terem passado a fronteira de automóvel sem cumprirem os requisitos legais para o fazer.

Em 2018, as 10 nacionalidades que mais frequentemente foram apanhadas em postos de controlo eram nacionais da Eritreia, Iraque, Afeganistão, Irão, Albânia, Sudão, Vietname, Paquistão, Síria e Etiópia.

25 Out 2019

Reino Unido | 39 mortos encontrados em camião eram de nacionalidade chinesa

Depois da detenção do camionista que conduziu o veículo onde foram encontrados 39 corpos, as autoridades investigam uma possível ligação a redes de crime organizado. Os imigrantes, que teriam nacionalidade chinesa, foram vítimas de um horripilante episódio revelador dos riscos que os imigrantes estão dispostos a correr para procurar uma vida melhor

 
[dropcap]C[/dropcap]omeçam a surgir detalhes que traçam mais definidamente a história de horror iniciada com a descoberta de um camião que continha no interior 39 pessoas mortas, em Dover, na Inglaterra.
Ontem, a BBC noticiou que as vítimas são de nacionalidade chinesa. Informação que foi confirmada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, de acordo com o jornal oficial Global Times. O Diário do Povo referiu que não serão adiantadas mais informações, mas que a Embaixada da China no Reino Unido irá publicar um comunicado depois de investigar o caso.
Esta foi a mais mortífera ocorrência do género no Reino Unido desde a bizarra descoberta de 58 mortos, também chineses, encontrados num contentor no porto de Dover, no condado de Kent, em 2000.
Uma das pistas que a polícia britânica está a seguir é o caminho que o camião fez. A polícia britânica informou que o camião entrou no Reino Unido na noite de terça-feira para quarta-feira pelo porto de Purfleet, no rio Tamisa, procedente de Zeebruges, na Bélgica.
“Pensamos agora que o camião viajou de Zeebruges para Purfleet”, onde chegou por volta das 00h30 hora local (07h30 em Macau), indicou um comunicado da polícia de Essex, que anteriormente tinha avançado que o veículo teria entrado no país pelo porto de Holyhead (País de Gales), na costa oeste, que serve a cidade de Dublin (Irlanda).
O camião, que transportava um contentor onde estavam os 39 cadáveres, foi encontrado na madrugada de quarta-feira na zona do Parque Industrial de Waterglade em Grays (condado de Essex), a leste de Londres.
Depois de buscas na noite de quarta-feira, as autoridades detiveram o camionista, Mo Robinson, residente de Portadown, que é agora suspeito de homicídio. Ao mesmo tempo que o suspeito de 25 anos é interrogado, a polícia está a investigar a possível ligação do macabro achado a redes de crime organizado. Ontem, até ao fecho da edição, a polícia tinha investigado três propriedades privadas na busca de indícios de associação criminosa.
Importa realçar que se têm multiplicado os casos de pessoas que tentam trazer imigrantes ilegalmente para o Reino Unido.
Findas as análises iniciais, o camião foi conduzido do local onde foi encontrado, passando por um cordão de pessoal das forças de segurança e bombeiros, que tiraram o chapéu e fizeram uma vénia à passagem do veículo.
O camião tinha uma unidade de refrigeração Carrier. Segundo alguns órgãos de comunicação social locais, a refrigeração poderia estar ligada, atingindo temperaturas de -25 graus, apontando para a possibilidade de os imigrantes terem morrido de frio.
Porém, ainda não existem informações forenses precisas sobre a causa e hora da morte dos imigrantes. De acordo com o Ministério Público belga, na passada terça-feira, às 14h29 locais, chegou um contentor a Zeebrugee que saiu do porto na mesma tarde. Até ao momento, não é claro se as vítimas já vinham no contentor, ou se entraram posteriormente já em solo belga.
Lucy Moreton, da União de Serviços de Imigração, disse à BBC que face ao número de contentores que entra diariamente no Reino Unido é impossível verificar o interior de todos. “Não temos infra-estruturas para fiscalizar a vasta maioria dos contentores que entram no Reino Unido. Mas uma coisa é certa, os contentores de mercadorias móveis e cisternas, que podem ser transportados separadamente, têm menos probabilidades de ser vistos. A não ser que haja informação que levante suspeitas”, referiu a responsável britânica.

Ondas de choque

A Agência Nacional de Crime tem alertado para o aumento de sofisticação e da crueldade dos métodos das associações criminosas que se dedicam ao tráfico humano.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, juntou-se ao tributo às vítimas revelando-se “chocado com a tragédia”. Citado pelo The Guardian, o capitão Andrew Mariner, da polícia de Essex referiu que as investigações estão em curso para apurar o que aconteceu. “Estamos a proceder à identificação das vítimas, algo que prevejo ser um processo moroso”, projectou.
O antigo director das autoridades de imigração, David Wood, revelou à BBC que a rota que o camião fez é pouco usual. “Fez um trajecto estranho, porque Zeebrugee é um porto de carga e contentores, portanto, não é um porto onde se dê prioridade a fiscalização de imigração. À primeira vista, diria que é uma rota apetecível para este tipo de organizações criminosas”, aponta David Wood.
À medida que as formas de entrar no Reino Unido legalmente diminuem, os métodos de transporte que colocam em perigo a vida dos imigrantes aumentam. Tais métodos incluem “empilhar” pessoas em pequenos compartimentos na parte refrigerada no fundo do camião, ou fazer travessias arriscadas por mares revoltos em pequenas embarcações.

Cúmulo do desespero

De acordo com dados oficiais, este ano até Junho, o Reino Unido concedeu asilo, protecção humanitária e outras formas de autorização de permanência a 18.519 pessoas. Porém, de acordo com o The Guardian, é difícil conseguir asilo no Reino Unido, que acolhe apenas 1 por cento de todos os refugiados do mundo.
Além disso, as políticas de imigração estão a seguir caminhos cada vez mais hostis para os que chegam às fronteiras britânicas, como a detenção sem tempo máximo, algo que pode afastar quem procura asilo das autoridades, por receio de serem detidos.
Sem papas na língua, o Conselho para o Bem-estar dos Imigrantes emitiu um comunicado a criticar as políticas públicas, ligando-as ao episódio macabro do camião. “Que ninguém duvide que a derradeira responsabilidade por estas mortes é das políticas do Governo, que deliberadamente decidiu fechar as rotas para se entrar legalmente e em segurança no Reino Unido. Precisamos de muito mais que do que expressões vazias de choque e pesar de Priti Patel e Boris Johnson. Precisamos de um compromisso para a abertura de vias legais e seguras de acesso, assim como de decisões rápidas para quem procura uma vida melhor no Reino Unido. As pessoas movem-se, sempre o fizeram, sempre o vão fazer e ninguém deveria ter de arriscar a vida por isso”.
No ano passado, mais de 35 mil tentativas de atravessar o Canal da Mancha ilegalmente foram travadas pelas autoridades. Durante o mesmo período de tempo, mais de 8 mil pessoas foram detectadas, já em solo britânico em portos de entrada, por terem passado a fronteira de automóvel sem cumprirem os requisitos legais para o fazer.
Em 2018, as 10 nacionalidades que mais frequentemente foram apanhadas em postos de controlo eram nacionais da Eritreia, Iraque, Afeganistão, Irão, Albânia, Sudão, Vietname, Paquistão, Síria e Etiópia.

25 Out 2019

Manifestantes junto ao consulado britânico pedem que Reino Unido salve Hong Kong

[dropcap]C[/dropcap]entenas de manifestantes estão reunidos no exterior do consulado britânico em Hong Kong, procurando apoio internacional na campanha que dura há mais de três meses por reformas democráticas no território.

Os manifestantes agitam bandeiras britânicas e cantam “Deus salve a rainha”, entoando ainda palavras de ordem como “Reino Unido salva Hong Kong”.

Os manifestantes apelam ao ex-governante colonial de Hong Kong que exerça pressão para que a autonomia da cidade seja mantida com base nos acordos feitos entre o Reino Unido e a China em 1997.

Esta acção de protesto surge depois de manifestações semelhantes no início de Setembro nas instalações britânicas e no fim de semana passado no consulado dos EUA. Os protestos foram desencadeados em Junho por uma proposta de lei de extradição que muitos viam como um exemplo da crescente interferência da China e de uma erosão nas liberdades de Hong Kong.

As manifestações prosseguem, apesar de Carrie Lam, Chefe do Executivo, ter retirado a proposta de lei da extradição do Conselho Legislativo.

15 Set 2019

Reino Unido | Cerimónia no parlamento perturbada por protestos da oposição

Os rituais seculares de suspensão do parlamento britânico foram, na noite de segunda-feira, perturbados pelos protestos de deputados da oposição e pelo desagrado manifesto do presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow. Além do caos de procedimentos em Westminster, Boris Johnson viu-lhe serem negadas novas eleições e ser aprovada uma lei que pede mais um adiamento do Brexit

 

[dropcap]O[/dropcap]s primeiros tempos de Boris Johnson enquanto inquilino do nº 10 da Downing Street, a residência do primeiro-ministro britânico, não estão a ser fáceis, muito menos quando se desloca ao Palácio de Westminster, onde se reúne o parlamento britânico.

Entre sexta-feira e o início desta semana, o recém-empossado primeiro-ministro recebeu dois duros golpes nas suas intenções políticas. Não só o parlamento lhe negou a hipótese de marcar novas eleições, como aprovou um projecto-lei que abre a porta a um adiamento de três meses para o Brexit. Uma solução que carece da unanimidade dos Estados-membro da União Europeia para prosseguir, algo impensável neste momento.

Porém, a sessão de suspensão do parlamento (a mais extensa dos últimos 40 anos) foi marcada por uma enorme confusão.

Vários deputados responderam “Não” e um pequeno grupo empunhou folhas de papel onde se lia “silenciado” quando Sarah Clarke, funcionária e representante da rainha Isabel II que tem as funções de ‘Black Rod’, anunciou a convocatória aos deputados para se dirigirem à Câmara dos Lordes pouco depois da 1h da manhã de segunda-feira.

De acordo com o protocolo para a suspensão do parlamento, na ausência da monarca, é formada uma comissão de lordes para ler uma declaração sobre as leis e principais momentos da sessão legislativa que se encerra.

Os deputados da câmara baixa são chamados a deslocarem-se à câmara alta, mas o presidente da Câmara dos Comuns manifestou-se descontente com o processo, e disse querer “deixar claro que esta não é uma suspensão normal”. “É uma das mais longas [suspensões] em décadas e representa, não só na opinião de muitos colegas, mas de inúmeras pessoas lá fora, um acto arbitrário de poder”, vincou Bercow, aplaudido pela oposição. “Eu entendo perfeitamente porque grande número de deputados estão muito mais confortáveis permanecendo onde estão”, acrescentou.

Muitos deputados da oposição gritaram “vergonha, vergonha” durante a saída dos membros do Governo e dos deputados do partido Conservador, os quais não regressaram no final da cerimónia à Câmara dos Comuns, como é habitual.

Suspender em grande

O parlamento vai ficar suspenso durante cinco semanas, até 14 de Outubro, retomando os trabalhos apenas duas semanas antes da data prevista para o ‘Brexit’, a 31 de Outubro.

De acordo com os registos históricos, esta é a mais longa suspensão em mais de 40 anos do parlamento que, na maioria dos casos, dura no máximo uma semana. Este período de suspensão abrange a interrupção de três semanas normalmente feita para os principais partidos políticos realizarem os seus congressos, e que estava prevista para ter lugar entre meados de Setembro e início de Outubro.

Porém, a oposição considerou que a suspensão do parlamento foi usada pelo Governo para limitar o tempo de debate sobre a iminente saída do Reino Unido da União Europeia, a qual o Governo pretende concluir a 31 de outubro, com ou sem acordo de saída.

Os momentos de confusão na Câmara dos Comuns culminaram um dia em que John Bercow anunciou que pretende renunciar a 31 de Outubro, após uma década em funções.

Já depois da meia-noite de segunda-feira, uma segunda proposta do Governo para serem realizadas eleições legislativas antecipadas a 15 de Outubro foi inviabilizada por falta de apoio da oposição.

Tempo que foge

Durante a tarde de segunda-feira foi promulgada uma lei por iniciativa da oposição e de um grupo de deputados conservadores que determina que o Governo tem de pedir um adiamento da saída da UE se até 19 de Outubro não conseguir aprovar um acordo nem tiver autorização do parlamento para um ‘Brexit’ sem acordo.

Apesar de ser algo que Boris Johnson quer evitar ao máximo, pode mesmo vir a ter de pedir a Bruxelas mais tempo para negociação a saída do Reino Unido da União Europeia. Ainda assim, mesmo com a aprovação de uma lei que o pode obrigar a voltar à mesa de negociações, Johnson manteve-se irredutível. “Eu não vou pedir outro adiamento”, declarou ao Parlamento, acrescentando que se os deputados se opuserem a aprovar eleições gerais antecipadas vai preparar o Reino Unido para deixar a União Europeia (UE) “de preferência com um acordo, mas sem [acordo] se isso for necessário”.

Boris Johnson repetiu várias vezes que considera este novo adiamento “inútil” e que não pretende pedir uma nova extensão para o processo do ‘Brexit’, apesar de estar obrigado por lei, alimentando a especulação de que o Governo poderá encontrar formas de evitar cumprir a lei.

Num encontro na segunda-feira, em Dublin, com o seu homólogo irlandês, Leo Varadkar, Johnson mostrou-se confiante de que é possível concluir um acordo para o ‘Brexit’.

“Os governos passaram três anos a mastigar este problema. Penso que está na hora de honrar as conquistas dos nossos antecessores, que solucionaram problemas muito piores, resolvendo este problema nós próprios. Não diria que podemos fazer tudo hoje. Mas acredito que um acordo pode ser feito até 18 de Outubro”, afirmou.

O sucessor de Theresa May tem referido a convicção de que será capaz de chegar a um entendimento com os restantes 27 Estados membros durante o Conselho Europeu de 17 e 18 de Outubro em Bruxelas. Johnson defendeu que, se “for removida a política, no centro de cada problema encontram-se problemas práticos que podem ser resolvidos com energia suficiente e um espírito de compromisso”.

A questão irlandesa

O chefe do Governo britânico sugeriu soluções para facilitar a circulação de bens na fronteira terrestre entre a província britânica da Irlanda do Norte e a vizinha República da Irlanda, que continua a fazer parte da União Europeia (UE) e do mercado único europeu. Entre as suas propostas estão programas “trusted trader” – listas de empresas com autorização prévia – ou controlos aduaneiros electrónicos realizados antes da passagem na fronteira.

Outra ideia, adiantou, é a da criação de uma “unidade na ilha da Irlanda” para fins sanitários e fitossanitários, ou seja, para [produtos] agroalimentares.

“Não subestimo as dificuldades que enfrentamos, os problemas técnicos e as sensibilidades políticas”, vincou, aludindo ao desejo de ver substituída a “solução de último recurso”, designada por ‘backstop’, para evitar uma fronteira física na Irlanda do Norte.

Já Leo Varadkar insistiu que o mecanismo de salvaguarda é essencial para um acordo de saída do Reino Unido da UE e que “remover o ‘backstop’ resulta num ‘Brexit’ sem acordo”.

O primeiro-ministro irlandês avisou ainda que a questão do ‘Brexit’ “não vai acabar” se o Reino Unido sair da União Europeia em 31 de Outubro ou a 31 de Janeiro, acrescentando: “Não existe uma saída limpa. Em vez disso, passaremos para uma nova fase”.

Varadkar garantiu que, mesmo após um ‘Brexit’ sem acordo, a UE estaria interessada em “voltar rapidamente à mesa de negociações”, mas que os primeiros pontos da agenda serão os direitos dos cidadãos, a compensação financeira e a fronteira irlandesa. “Mas se houver um acordo, e eu acho que é possível, entrar em negociações sobre futuros acordos de relacionamento entre a UE e o Reino Unido será muito difícil. Teremos de lidar com questões como tarifas, direitos de pesca, normas de produtos, apoios governamentais e, depois, ele terá de ser ratificado por 31 parlamentos”, vincou.

11 Set 2019

Reino Unido | Cerimónia no parlamento perturbada por protestos da oposição

Os rituais seculares de suspensão do parlamento britânico foram, na noite de segunda-feira, perturbados pelos protestos de deputados da oposição e pelo desagrado manifesto do presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow. Além do caos de procedimentos em Westminster, Boris Johnson viu-lhe serem negadas novas eleições e ser aprovada uma lei que pede mais um adiamento do Brexit

 
[dropcap]O[/dropcap]s primeiros tempos de Boris Johnson enquanto inquilino do nº 10 da Downing Street, a residência do primeiro-ministro britânico, não estão a ser fáceis, muito menos quando se desloca ao Palácio de Westminster, onde se reúne o parlamento britânico.
Entre sexta-feira e o início desta semana, o recém-empossado primeiro-ministro recebeu dois duros golpes nas suas intenções políticas. Não só o parlamento lhe negou a hipótese de marcar novas eleições, como aprovou um projecto-lei que abre a porta a um adiamento de três meses para o Brexit. Uma solução que carece da unanimidade dos Estados-membro da União Europeia para prosseguir, algo impensável neste momento.
Porém, a sessão de suspensão do parlamento (a mais extensa dos últimos 40 anos) foi marcada por uma enorme confusão.
Vários deputados responderam “Não” e um pequeno grupo empunhou folhas de papel onde se lia “silenciado” quando Sarah Clarke, funcionária e representante da rainha Isabel II que tem as funções de ‘Black Rod’, anunciou a convocatória aos deputados para se dirigirem à Câmara dos Lordes pouco depois da 1h da manhã de segunda-feira.
De acordo com o protocolo para a suspensão do parlamento, na ausência da monarca, é formada uma comissão de lordes para ler uma declaração sobre as leis e principais momentos da sessão legislativa que se encerra.
Os deputados da câmara baixa são chamados a deslocarem-se à câmara alta, mas o presidente da Câmara dos Comuns manifestou-se descontente com o processo, e disse querer “deixar claro que esta não é uma suspensão normal”. “É uma das mais longas [suspensões] em décadas e representa, não só na opinião de muitos colegas, mas de inúmeras pessoas lá fora, um acto arbitrário de poder”, vincou Bercow, aplaudido pela oposição. “Eu entendo perfeitamente porque grande número de deputados estão muito mais confortáveis permanecendo onde estão”, acrescentou.
Muitos deputados da oposição gritaram “vergonha, vergonha” durante a saída dos membros do Governo e dos deputados do partido Conservador, os quais não regressaram no final da cerimónia à Câmara dos Comuns, como é habitual.

Suspender em grande

O parlamento vai ficar suspenso durante cinco semanas, até 14 de Outubro, retomando os trabalhos apenas duas semanas antes da data prevista para o ‘Brexit’, a 31 de Outubro.
De acordo com os registos históricos, esta é a mais longa suspensão em mais de 40 anos do parlamento que, na maioria dos casos, dura no máximo uma semana. Este período de suspensão abrange a interrupção de três semanas normalmente feita para os principais partidos políticos realizarem os seus congressos, e que estava prevista para ter lugar entre meados de Setembro e início de Outubro.
Porém, a oposição considerou que a suspensão do parlamento foi usada pelo Governo para limitar o tempo de debate sobre a iminente saída do Reino Unido da União Europeia, a qual o Governo pretende concluir a 31 de outubro, com ou sem acordo de saída.
Os momentos de confusão na Câmara dos Comuns culminaram um dia em que John Bercow anunciou que pretende renunciar a 31 de Outubro, após uma década em funções.
Já depois da meia-noite de segunda-feira, uma segunda proposta do Governo para serem realizadas eleições legislativas antecipadas a 15 de Outubro foi inviabilizada por falta de apoio da oposição.

Tempo que foge

Durante a tarde de segunda-feira foi promulgada uma lei por iniciativa da oposição e de um grupo de deputados conservadores que determina que o Governo tem de pedir um adiamento da saída da UE se até 19 de Outubro não conseguir aprovar um acordo nem tiver autorização do parlamento para um ‘Brexit’ sem acordo.
Apesar de ser algo que Boris Johnson quer evitar ao máximo, pode mesmo vir a ter de pedir a Bruxelas mais tempo para negociação a saída do Reino Unido da União Europeia. Ainda assim, mesmo com a aprovação de uma lei que o pode obrigar a voltar à mesa de negociações, Johnson manteve-se irredutível. “Eu não vou pedir outro adiamento”, declarou ao Parlamento, acrescentando que se os deputados se opuserem a aprovar eleições gerais antecipadas vai preparar o Reino Unido para deixar a União Europeia (UE) “de preferência com um acordo, mas sem [acordo] se isso for necessário”.
Boris Johnson repetiu várias vezes que considera este novo adiamento “inútil” e que não pretende pedir uma nova extensão para o processo do ‘Brexit’, apesar de estar obrigado por lei, alimentando a especulação de que o Governo poderá encontrar formas de evitar cumprir a lei.
Num encontro na segunda-feira, em Dublin, com o seu homólogo irlandês, Leo Varadkar, Johnson mostrou-se confiante de que é possível concluir um acordo para o ‘Brexit’.
“Os governos passaram três anos a mastigar este problema. Penso que está na hora de honrar as conquistas dos nossos antecessores, que solucionaram problemas muito piores, resolvendo este problema nós próprios. Não diria que podemos fazer tudo hoje. Mas acredito que um acordo pode ser feito até 18 de Outubro”, afirmou.
O sucessor de Theresa May tem referido a convicção de que será capaz de chegar a um entendimento com os restantes 27 Estados membros durante o Conselho Europeu de 17 e 18 de Outubro em Bruxelas. Johnson defendeu que, se “for removida a política, no centro de cada problema encontram-se problemas práticos que podem ser resolvidos com energia suficiente e um espírito de compromisso”.

A questão irlandesa

O chefe do Governo britânico sugeriu soluções para facilitar a circulação de bens na fronteira terrestre entre a província britânica da Irlanda do Norte e a vizinha República da Irlanda, que continua a fazer parte da União Europeia (UE) e do mercado único europeu. Entre as suas propostas estão programas “trusted trader” – listas de empresas com autorização prévia – ou controlos aduaneiros electrónicos realizados antes da passagem na fronteira.
Outra ideia, adiantou, é a da criação de uma “unidade na ilha da Irlanda” para fins sanitários e fitossanitários, ou seja, para [produtos] agroalimentares.
“Não subestimo as dificuldades que enfrentamos, os problemas técnicos e as sensibilidades políticas”, vincou, aludindo ao desejo de ver substituída a “solução de último recurso”, designada por ‘backstop’, para evitar uma fronteira física na Irlanda do Norte.
Já Leo Varadkar insistiu que o mecanismo de salvaguarda é essencial para um acordo de saída do Reino Unido da UE e que “remover o ‘backstop’ resulta num ‘Brexit’ sem acordo”.
O primeiro-ministro irlandês avisou ainda que a questão do ‘Brexit’ “não vai acabar” se o Reino Unido sair da União Europeia em 31 de Outubro ou a 31 de Janeiro, acrescentando: “Não existe uma saída limpa. Em vez disso, passaremos para uma nova fase”.
Varadkar garantiu que, mesmo após um ‘Brexit’ sem acordo, a UE estaria interessada em “voltar rapidamente à mesa de negociações”, mas que os primeiros pontos da agenda serão os direitos dos cidadãos, a compensação financeira e a fronteira irlandesa. “Mas se houver um acordo, e eu acho que é possível, entrar em negociações sobre futuros acordos de relacionamento entre a UE e o Reino Unido será muito difícil. Teremos de lidar com questões como tarifas, direitos de pesca, normas de produtos, apoios governamentais e, depois, ele terá de ser ratificado por 31 parlamentos”, vincou.

11 Set 2019

Trump diz que Johnson é “o homem certo” e promete acordo comercial rápido

[dropcap]O[/dropcap] Presidente norte-americano considerou hoje o actual primeiro ministro britânico, Boris Johnson, “o homem certo” para liderar o ‘Brexit’ e prometeu um acordo bilateral comercial rápido, assim que o Reino Unido deixar a União Europeia.

Donald Trump e Boris Johnson reuniram-se hoje de manhã à margem do G7 de Biarritz pela primeira vez desde a chegada ao poder do primeiro-ministro britânico.

“É o homem certo para o trabalho”, disse Trump, enquanto Boris Johnson afirmou que os dois países vão concluir “um fantástico acordo comercial assim que as barreiras forem removidas”, segundo imagens oficiais do encontro.

Donald Trump prometeu ao primeiro-ministro britânico um acordo bilateral de comércio “bastante rápido”, assim que o Reino Unido abandonar a União Europeia (UE).

O acordo chegará “bastante rápido”, já que “não prevemos nenhum problema”, assegurou Donald Trump, em breves declarações à imprensa, durante um pequeno-almoço de trabalho com Boris Johnson.

Para Trump, Johnson “é o homem certo” para levar a cabo a saída do Reino Unido da UE, prevista para o próximo dia 31 de Outubro.

Durante este encontro, o Presidente norte-americano admitiu também que é “possível” que venha a convidar a Rússia para se juntar novamente ao encontro anual das economias mais avançadas do mundo, que em 2020 se realiza nos Estados Unidos.

Donald Trump afirmou que está a considerar convidar o presidente russo, Vladimir Putin. A Rússia foi membro do que era então o Grupo dos Oito (G8), mas foi expulsa pela maioria dos outros países em 2014 devido à invasão da Ucrânia.

As nações europeias insistiram para que a Rússia cumpra primeiro os acordos de Minsk antes de ser autorizada a voltar. Trump não especificou sob que critérios iria convidar novamente Putin.

25 Ago 2019