Bancos de Macau preparam produtos financeiros para o Interior

Macau vai começar a vender produtos de investimento para o mercado chinês pela primeira vez na história. De acordo com o South China Morning Post, 10 bancos locais estão a preparar serviços financeiros especificamente para investidores das nove cidades da Grande Baía. O jornal de Hong Kong cita a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) e adianta que alguns destes serviços podem arrancar já este mês.

A novidade surge ao abrigo do Projecto de Gestão Financeira Transfronteiriça da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, apresentado há cerca de um mês e apontado como uma das vias para a diversificação da economia local.

O plano contempla o reverso da medalha, ou seja, vai permitir também que residentes da RAEM invistam em produtos financeiros vendidos por instituições bancárias sediadas nas cidades da Grande Baía.

“A implementação deste mecanismo de duplo sentido, irá, por um lado, criar mais procura de investimento em Macau e promover o desenvolvimento de mais produtos de investimento diversificados pelas instituições financeiras de Macau e, por outro lado, irá alargar as opções de investimento dos residentes de Macau”, disse AMCM.

O regulador local acrescentou que a medida incentiva o sector bancário de Macau a empenhar-se na inovação de produtos e serviços, alargando o espaço de crescimento da gestão financeira.

Brincar com graúdos

Entre as instituições bancárias que aderiram ao programa, contam-se gigantes como o HSBC, Standard Chartered e Bank of East Asia, assim como nomes de peso da finança chinesa como o Industrial and Commercial Bank of China e o Bank of China. Estes bancos já anunciaram que vão participar no projecto de gestão financeira transfronteiriça através de Hong Kong e de cidades da Grande Baía, mas até agora não existe informação se as sucursais da RAEM estão entre a dezena de bancos de que a AMCM deu conta.

O programa vai arrancar com uma quota inicial de fluxo de fundos de 300 mil milhões de yuans, com metade da quota a ser dividida entre as duas regiões administrativas especiais. Os investidores individuais têm um limite de 1 milhão de yuans.

12 Out 2021

Grande Baía | AMCM com acordo que agiliza investimentos em produtos financeiros 

A Autoridade Monetária e Cambial de Macau foi uma das entidades que assinou, na sexta-feira, um memorando de entendimento intitulado “Gestão Financeira Transfronteiriça”, que promete agilizar investimentos dos residentes de Macau e Hong Kong em produtos financeiros operados por bancos na China, e vice-versa

 

Várias entidades, incluindo a Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM), assinaram na última sexta-feira um memorando de entendimento na área financeira no contexto do projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. Segundo um comunicado oficial divulgado pela AMCM, este memorando, intitulado “Gestão Financeira Transfronteiriça”, irá estabelecer um projecto piloto com o mesmo nome que se baseia “numa cooperação recíproca, consubstanciada na prestação integral de uma assistência plena às outras partes signatárias”.

A AMCM promete “promover o projecto e manter uma comunicação com o sector bancário, permitindo que [este] esteja plenamente preparado para a realização de operações e gestão de risco”.

O memorando foi assinado entre a AMCM e entidades como o Banco Popular da China, a “China Banking and Insurance Regulatory Commission (CBIRC)”, Comissão Reguladora de Valores da China, a Administração Estatal de Divisas Estrangeiras (SAFE), a Autoridade Monetária de Hong Kong e a “Hong Kong Securities and Futures Commission (HKSFC)”.

Segundo o canal CGTN, o memorando de entendimento cobre áreas como a troca de informações em matéria de supervisão, o reforço da cooperação jurídica, uma maior protecção dos investidores e regras em matéria de consultoria.

Investir cá e lá

O principal objectivo deste memorando é reduzir as restrições que neste momento existem para 70 milhões de residentes da área da Grande Baía, a fim de permitir um maior acesso a produtos financeiros. Segundo a CGTN, ainda não foram divulgados grandes detalhes do memorando, mas trata-se de um sistema que vai permitir aos residentes de Hong Kong e Macau investir em produtos financeiros de bancos chineses na área da Grande Baía, enquanto que os cidadãos chineses que residem nas cidades da Grande Baía podem investir em produtos financeiros dos bancos de Macau e de Hong Kong.

Este memorando de entendimento já tinha sido anunciado em Maio do ano passado pelas autoridades chinesas, inserido num pacote de várias medidas em prol da integração do sistema financeiro na Grande Baía.

Citado pelo portal FineNews Asia, Peter Wong, dirigente do banco HSBC, adiantou que “a economia da Grande Baía representou 1,7 triliões em 2019 e espera-se que venha a atingir os 4,6 triliões de dólares em 2030. Ao nível dos serviços financeiros, esperamos que a região se torne numa das maiores plataformas de lucros na área da banca, com um valor que pode atingir os 185 mil milhões de dólares em 2023”.

Recentemente bancos como o HSBC, Standard Chartered e Bank of East Asia nomearam chefes de departamentos para trabalharem exclusivamente no projecto da Grande Baía, escreve o FineNews Asia.

9 Fev 2021