Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Pequim admite que Ómicron é menos virulenta e sinaliza fim de ‘zero casos’ A vice-primeira-ministra chinesa encarregue de supervisionar as políticas de prevenção epidémica reconheceu ontem que o país se encontra numa “situação nova” e que a virulência da covid-19 “está a enfraquecer”, sinalizando o fim da estratégia ‘zero casos’. Sun Chunlan “ouviu as opiniões e sugestões dos especialistas” da Comissão Nacional de Saúde da China sobre como “aprimorar as medidas de contenção”, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. Além de a variante Ómicron da covid-19 ter uma virulência “reduzida”, a responsável salientou que “cada vez mais pessoas estão a ser vacinadas” e que “está a ser acumulada maior experiência na contenção do vírus”. Foi a Sun – a única mulher no Politburo do Partido Comunista Chinês – que coube o papel de se deslocar às cidades que registavam surtos do novo coronavírus, para instar à imposição de confinamentos e restrições, nos últimos dois anos. A responsável pediu agora esforços para “optimizar” a resposta contra a covid-19 e “melhorar” as medidas de diagnóstico, detecção, tratamento e quarentena, exigindo que o sistema de saúde aumente as reservas de medicamentos e outros recursos, para o tratamento de pacientes.
João Luz Manchete SociedadeCovid-19 | Mais de 90% dos casos importados é da variante Ómicron Desde o início de Janeiro, Macau registou 23 casos importados de infecções assintomáticas, 21 deles da variante Ómicron, o que corresponde a 91,3 por cento dos casos. A DSEDJ pediu às escolas para “apurarem intenções dos encarregados de educação quanto à vacinação dos educandos”, e registarem alunos não vacinados Seguindo a tendência mundial, a esmagadora maioria dos casos importados de covid-19 registados em Macau este ano foi da variante Ómicron. Dos 23 casos assintomáticos, apenas duas infecções corresponderam à variante Delta (8,7 por cento), enquanto a Ómicron foi responsável por 91,3 por cento dos casos. Aliás, o centro de coordenação de contingência indicou que a partir de 7 de Janeiro todos os casos importados corresponderam à variante responsável pela quinta onda que tem alastrado globalmente. Face a este panorama, as autoridades de saúde da RAEM redobraram os apelos à vacinação, “especialmente de crianças e idosos, por correrem maior risco de doença grave”. Além dos grupos de risco, o centro de contingência solicitou aos maiores de 18 anos que tenham tomado a segunda dose da vacina há mais de seis meses para “receberem uma dose de reforço o mais rápido possível”. Lembrete semanal A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) vai exigir às escolas que apurem, “com celeridade, as intenções dos encarregados de educação quanto à vacinação dos seus educandos” e registem alunos que não foram vacinados. A sensibilização dos encarregados de educação será feita pelas escolas semanalmente, “encorajando-os a colaborar para a vacinação” dos alunos. A tomada de posição da entidade liderada por Kong Chi Meng foi justificada com a recente “situação epidémica grave em Hong Kong”, que “levou à ocorrência de mortes em crianças e casos de crianças infectadas em estado crítico”. Além disso, é apontada a fraca taxa de vacinação dos mais novos, em especial na faixa etária entre 3 e 11 anos de idade que é de apenas 8,5 por cento. A DSEDJ indicou também que entre 12 e 19 anos a taxa de inoculação é 72,9 por cento. A conjugação destes factores levaram as autoridades educativas a concluir que “presentemente, a vacinação é inadiável”. A DSEDJ e os Serviços de Saúde realizaram ontem uma reunião com representantes de escolas, com a presença de Kong Chi Meng e de Alvis Lo, para “colocar em prática a necessária organização e, de acordo com a situação de inoculação dos alunos, apoiar a vacinação nos postos comunitários de vacinação e a organização de um serviço externo de vacinação colectiva dos alunos nas escolas”, com vista a atingir a imunidade de grupo no parque escolar. Entretanto, o centro de contingência informou que foi detectado no domingo um caso de “infecção assintomática num residente de Macau, proveniente do Reino Unido via Singapura, cujo teste de ácido nucleico deu resultado positivo durante o isolamento no Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane”. O residente tem 58 anos e foi inoculado com duas doses da vacina da Sinopharm em Macau entre Fevereiro e Março de 2021, e uma dose de reforço da vacina da BioNTech em Novembro de 2021. Outro caso importado assintomático, detectado no domingo, foi de um residente de Macau, proveniente de Hong Kong, que acusou positivo no teste de ácido nucleico à entrada na RAEM.
David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesHamsters infectados com Ómicron A semana passada, foram detectadas infecções pela variante Ómicron em vários hamsters numa loja de animais em Hong Kong. Para prevenir a propagação do vírus aos seres humanos, o Governo de Hong Kong pediu aos residentes que entregassem às autoridades todos os hamsters comprados depois de 22 de Dezembro último, para que fossem abatidos de forma humanitária. Alguns residentes cooperaram com o pedido do Governo e entregaram os hamsters, mas alguns defensores da vida animal juntaram-se à porta das instalações para impedir o processo, pedindo que em vez de os entregarem às autoridades os entregassem a eles. Os especialistas de saúde que aconselharam o Governo de Hong Kong a tomar esta decisão receberam emails ameaçadores, acção que o Chefe do Executivo condenou publicamente. O Governo de Hong Kong tomou a decisão de abater de forma humanitária os hamsters porque estes animais têm a capacidade de transmitir os vírus a outras espécies, nomeadamente ao Homem. Só com esta medida se pode quebrar a cadeia de transmissão do vírus de forma eficaz. Existem precedentes para este tipo de actuação. Em Novembro de 2020, algumas martas que viviam em quintas na Dinamarca foram infectadas por cinco variantes diferentes do novo coronavírus, e o Governo dinamarquês ordenou o abate de 17 milhões destes animais. Em Maio de 2020, algumas martas na Holanda também foram infectadas e contagiaram os trabalhadores das quintas. As autoridades mandaram abater mais de 370.000 animais. Há alguns anos, registou-se gripe das aves em Hong Kong e a doença das vacas loucas no Reino Unido. Ambos os Governos adoptaram o mesmo método para prevenir a propagação aos humanos destas doenças. Alguns residentes de Hong Kong defenderam que apenas os hamsters infectados deviam ser abatidos e que os que não estavam infectados deveriam ser poupados. Não havendo certeza se o animal está ou não infectado, terá de ser mantido sob observação. Os defensores deste argumento acreditam certamente que os hamsters são seres vivos e que necessitam de cuidados humanos. Mas é impossível através da observação primária perceber se os animais estão doentes. Após este incidente, cerca de 2.000 hamsters precisariam de tratamento. Se fossem postos em quarentena e sob observação médica, teria de se encontrar um local onde fosse possível levar a cabo esta observação. Alimentar todos estes animais seria outro problema. Não sabemos se o Governo de Hong Kong disporia de instalações, de veterinários e trabalhadores suficientes e para garantir a operação. Mas se a solução deste problema fosse adiada, as consequências para a sociedade de Hong Kong poderiam vir a ser desastrosas. Se neste grupo de hamsters, apenas um estivesse infectado, a infecção podia propagar-se aos outros e a partir daí poderia passar para outros animais e também para as pessoas, o que tornaria difícil o controlo da epidemia e provocaria uma sobrecarga no sistema de saúde. Salvar hamsters é salvar vidas, mas depois destas vidas terem sido salvas, surgiriam mais vítimas humanas. Qual será, pois, a melhor decisão? Abater hamsters de forma humanitária é uma decisão que se destina a salvaguardar o bem-estar público, mas não deixa de ser difícil. Porque é que especialistas que cumprem o seu dever no interesse do púbico têm de estar sujeitos a intimidações? Se por causa destas ameaças os especialistas ficarem relutantes em continuar a desempenhar serviço público e se recusarem a aconselhar o Governo sobre as medidas para combater a pandemia, no final é a sociedade de Hong Kong que será prejudicada. Será isto que os residentes de Hong Kong desejam? É a primeira vez que se registam infecções em hamsters por este vírus. A epidemia não conhece fronteiras, por isso este incidente em Hong Kong é uma boa referência para Macau, lembrando-nos que os animais podem ser infectados por este vírus. Em Macau existe a Lei No. 7/2020 “Lei para a Prevenção de Epidemias em Animais”. O Artigo 7 estipula que se tiver sido confirmado, ou que exista sinais da ocorrência ou de propagação de epidemias em animais, o Gabinete dos Assuntos Municipais pode tomar medidas conducentes ao fim da propagação. As medidas incluem melhoramento das instalações e dos cuidados prestados, isolamento obrigatório, abate dos animais de forma humanitária, etc. O Artigo 3 estipula que a lista das “doenças animais” seja determinada por indicação do Chefe do Executivo. A prevenção é a melhor forma de tratamento, dada a prevalência de doenças infecciosas, será esta uma altura adequada para Macau considerar que sejam adicionadas outras patologias à lista das “doenças animais” para que se possa combater a propagação dos vírus? Os hamsters de Hong Kong eram animais domésticos. O Governo, para prevenir a propagação de uma doença infecciosa, pediu à população para entregar os seus hamsters para que fossem abatidos de forma humanitária. A questão das indemnizações não foi mencionada na imprensa. Talvez o Governo de Hong Kong possa considerar esta questão para tranquilizar os residentes que tenham de entregar os seus animais. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Instituto Politécnico de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Secretária apela a residentes para evitarem aglomerações Apesar do menor período de incubação da variante Ómicron, o Governo recusa baixar o período de quarentena, por considerar que as outras variantes se mantêm muito activas A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, apelou à população para evitar aglomerações, devido ao aumento de casos importados, que são detectados à chegada ao território ou nos hotéis de quarentena. O pedido foi feito na sexta-feira, em declarações à imprensa, à saída de uma reunião na Assembleia Legislativa. “Solicitamos aos residentes para evitarem a aglomeração de pessoas, por exemplo, que evitem participar em festas de casamento”, afirmou a secretária, de acordo com a TDM. “Nestas circunstâncias há sempre aglomeração e os participantes têm de retirar a máscara durante bastante tempo”, justificou. Contudo, como relatado pelos meios de comunicação chinesa, o pedido não se limitou aos casamentos, mas também aos tradicionais banquetes de Ano Novo Chinês das associações, em que as pessoas se juntam e comem em ambiente festivo. Neste sentido, não está afastada a hipótese de novas orientações para encontros e actividades de grupo face à evolução da pandemia. Em cima da mesa continua também a opção da obrigatoridade de tomar a vacina para frequentar restaurantes e outros espaços, ou apresentar resultado negativo de um teste de ácido nucleico realizado nos últimos sete dias. “Estamos a estudar a matéria [de exigir a vacinação], para, por exemplo, atravessar a fronteira ou entrar em restaurantes”, adiantou. “Não descartamos a possibilidade de exigir a vacinação ou de um resultado negativo do teste de ácido nucleico. Continuamos a estudar e a analisar a situação”, acrescentou. Quarentena sem mexidas No sentido oposto, está excluída a possibilidade de reduzir a duração das quarentenas para quem entra em Macau. O cenário chegou a ser avançado face ao menor período de incubação da variante Ómicron. “Actualmente, em todo o mundo, não existe apenas a variante Ómicron, mas também outras variantes, que têm um período de incubação mais longo, superior a 14 dias”, respondeu Elsie Ao Ieong. “Vamos continuar a manter a medida de quarentena, e conforme o risco dos diferentes locais, vamos ajustar o período”, acrescentou. As quarentenas são exigidas a todos os que vêm ao território com origem em qualquer outro destino que não seja o Interior (com as excepções dos territórios que enfrentam surtos), têm durações de 14 dias, 21 dias ou 28 dias, de acordo com o grau de risco do local de origem. Por outro lado, Elsie Ao Iong também realçou que as exigências de isolamento têm uma natureza muito dinâmica, que depende da evolução da situação endémica. “Os Serviços de Saúde vão emitir novas orientações e vamos observar constantemente a situação epidémica. Estamos sempre a actualizar a lista de regiões de alto e médio risco”, referiu.
Hoje Macau China / ÁsiaForte vaga da variante Ómicron anula comícios eleitorais na Índia Os comícios da campanha das eleições regionais na Índia foram anulados hoje devido à nova vaga de casos de covid-19 no país, provocada sobretudo pela variante Ómicron, com o número de infeções diárias a triplicar em dois dias. Nas últimas 24 horas, a Índia registou 90.000 novos casos da doença covid-19, com Mumbai, a capital financeira do país, a recensear um novo recorde diário de infeções, ao chegar aos 15.166 contágios pelo novo coronavírus num só dia. Os especialistas em saúde que estão a assessorar o Governo dizem que a variante Ómicron, detetada pela primeira vez na Índia há cinco semanas, está a provocar um aumento acentuado da contaminação nos centros urbanos. Em várias ocasiões, multidões concentraram-se em comícios para a votação de fevereiro em Uttar Pradesh, o estado mais populoso do país (mais de 200 milhões de habitantes) e um importante reduto do partido no poder, o nacionalista hindu Bharatiya Janata Parti (BJP). O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, percorreu, entretanto, várias cidades importantes para inaugurar projetos de infraestruturas e participar em rituais religiosos hindus em apoio ao governo estadual. No entanto, várias cidades impuseram o recolher obrigatório e vários partidos cancelaram os comícios face ao risco de um aumento exponencial da contaminação. “Devido às preocupações com o crescente número de casos de covid-19, todas as […] reuniões do partido foram canceladas”, disse à agência noticiosa France-Presse (AFP), o porta-voz do partido da oposição Congresso, Ashok Singh. Outro partido da oposição indicou que está já a fazer uma campanha eleitoral virtual, enquanto o BJP cancelou um comício programado para hoje em Noida, uma cidade satélite de Nova Deli também afetada por uma nova vaga de covid-19. No entanto, de acordo com Manish Shukla, porta-voz do BJP, o cancelamento do evento em Noida não se deve à crise sanitária, mas sim a “razões técnicas”, que não pormenorizou. Nova Deli, que já tem em vigor um recolher obrigatório, assim como Bangalore, a partir das 22:00 locais, ordenou o confinamento da população durante o fim de semana, com exceção do pessoal das atividades essenciais. “Impor um recolher obrigatório à noite e chamar [centenas de milhares] de pessoas para comícios durante o dia desafia o bom senso”, escreveu na semana passada na rede social Twitter Varun Gandhi, deputado do BJP. Já no decorrer desta semana, o governador de Nova Deli, Arvind Kejriwal, anunciou ter contraído covid-19, depois de participar em vários comícios políticos para as eleições municipais na cidade de Chandigarh “Não há margem para complacência. O sistema de saúde ficará arrasado”, alertou, na quarta-feira, V.K. Paul, médico que trabalha com o Governo na luta contra o vírus. Entre abril e junho de 2021, mais de 200.000 pessoas morreram de covid-19 na Índia, depois de hospitais, crematórios e cemitérios terem sido sobrecarregados. Hoje, e em relação às últimas 24 horas, a Índia notificou 90.928 novas infeções, o que multiplica por dez o total registado há uma semana, apesar de metade da população adulta ter recebido as primeiras duas doses da vacina anti-covid-19. Os dados oficiais sobre a imunidade coletiva indicam que mais de metade da população, estimada em 1.350 milhões de habitantes, desenvolveu anticorpos à doença. A variante Ómicron entrou na Índia no início de dezembro de 2021, apesar de estarem suspensos os voos comerciais internacionais há quase dois anos. Embora os números de novos casos já tenham igualado os recordes do país durante o início da devastadora segunda onda de infeções pelo novo coronavírus, entre abril e maio de 2021, impulsionada na altura pela variante Delta, os dados de internamento continuam relativamente baixos. A capital nacional Nova Deli, que hoje conta com mais de 9.000 camas hospitalares, tem 782 delas ocupadas e apenas 22 com casos graves em cuidados intensivos. Desde o início da pandemia, a Índia acumulou mais de 35 milhões de casos de covid-19, a que estão associadas pelo menos 482.876 mortes.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Reabertura de fronteiras entre China e HK poderá demorar A reabertura de fronteiras entre a China e Hong Kong pode demorar devido ao receio das autoridades chinesas relativo ao aumento de casos de covid-19 graças à variante Ómicron, escreve o SCMP. Isto apesar de os preparativos para o levantamento de restrições estarão praticamente concluídos A variante Ómicron do novo coronavírus, mais facilmente transmissível do que as anteriores, estará a atrasar a reabertura de fronteiras sem obrigatoriedade de quarentena entre a China e Hong Kong. A notícia foi avançada ontem pelo South China Morning Post, que cita uma fonte não identificada. “O Governo Central vai tomar a decisão final sobre o processo de abertura de fronteiras. Mas, pessoalmente, acredito que [a decisão] só chegará depois de a Comissão Nacional de Saúde baixar o nível de algumas regiões de Guangdong de médio para baixo risco”. A mesma fonte diz que as autoridades do país receiam a ocorrência mais casos de infecção com a variante Ómicron com a saída dos cidadãos do país. A maior parte dos preparativos para a reabertura das fronteiras já está concluída, disse a mesma fonte, tal como a reactivação de postos de controlo e a correcção dos detalhes do sistema de código de saúde para os viajantes de Hong Kong. Porém, a decisão de levantamento de restrições terá de vir de Pequim, algo que a mesma fonte disse ser improvável ocorrer nas actuais circunstâncias. No entanto, o jornal avança que muitos residentes de Hong Kong vão optar por fazer quarentena obrigatória para visitarem familiares a viver na China. Recorde-se que já tinha sido avançada a possibilidade de reabertura de fronteiras a partir do dia 19 de Dezembro, mas tal não aconteceu. Centenas de casos no país Entretanto, as autoridades de Macau decidiram cancelar a obrigatoriedade de quarentena para quem viaja de algumas zonas do país, como é o caso do distrito de Zhenhai, em Ningbo, na província de Zhejiang, ou da Vila Daying, no distrito de Yongqiao, cidade de Suzhou, pertencente à província de Anhui. Além disso, foram também canceladas as medidas para visitantes oriundos do complexo residencial n.º 12 da Vila de Nanxiu, no distrito de Gulou, em Nanjing, província de Jiangsu, ou da zona de prevenção antiepidémica da Aldeia de Tiansheng do Distrito de Yuexiu, em Guangdong. Estas medidas entraram em vigor às 15h de ontem. Também ontem foram detectados, na China, um total de 197 novos casos de covid-19, 152 dos quais por contágio local. Os casos locais foram diagnosticados nas províncias de Shaanxi (151) em Jiangsu (um), indicou a Comissão de Saúde chinesa. A maioria dos casos detectados em Shaanxi foi diagnosticada na capital, Xian, com 13 milhões de habitantes, em confinamento desde quinta-feira. Os restantes 45 casos foram diagnosticados em viajantes provenientes do estrangeiro em Xangai, Tianjin, Guangxi, Sichuan e Zhejiang, entre outras zonas do país.
Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Detectado primeiro caso da variante Ómicron em Macau Foi hoje diagnosticado o primeiro caso da variante Ómicron do novo coronavírus num residente de 23 anos regressado dos EUA. Este é o 78.º caso confirmado de covid-19 registado no território desde o início da pandemia, indicou o Centro de Coordenação e de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. “O caso foi diagnosticado num homem de 23 anos, residente de Macau, que partiu dos Estados Unidos no dia 23 de dezembro e chegou a Macau via Singapura” no dia de Natal, indicaram os serviços, em comunicado. O Laboratório de Saúde Pública “sequenciou o genoma do vírus, cujo resultado mostrou que o doente foi infetado com a variante Ómicron do vírus”, esclareceram. À chegada ao território o jovem testou positivo mas não tinha sintomas de covid-19, tendo sido classificado como um caso assintomático. No entanto, hoje o doente começou a manifestar os primeiros sintomas da doença, como tosse e expectoração. Neste momento o doente encontra-se no Centro Clínico de Saúde Pública no Alto de Coloane. No mesmo comunicado, o Centro de Coordenação e de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus adiantou que “a variante Ómicron do novo tipo de coronavírus é mais infecciosa do que a variante delta e apelou aos residentes de Macau no exterior para seguirem o princípio de ‘viajar só se for estritamente necessário’, de forma a minimizar as viagens desnecessárias”.
David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesÓmicron A Ómicron, a nova variante do coronavirus, está a alastrar rapidamente. No Reino Unido, já se registaram cerca de 15.000 casos. Tendo em conta o crescimento acelerado desta variante nas Ilhas Britânicas, a França vai endurecer as regras de entrada e saída entre os dois países. Muitos turistas ingleses têm afluído a terras gaulesas antes que as novas medidas sejam implementadas. Também já se registaram casos da nova variante em cerca de 40 estados dos EUA. As autoridades sanitárias avisaram que a Ómicron poderá tornar-se a estirpe dominante dentro de poucas semanas. O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças exorta a população a vacinar-se o mais brevemente possível. A Coreia do Sul também registou infecções provocadas pela Ómicron. Devido à evolução da epidemia, o Governo restringiu o número de participantes nos vários serviços religiosos. Se não estiverem vacinadas, podem estar presentes até 299 pessoas, ou seja, 30 por cento da capacidade das salas. Se todos tiverem a vacinação completa, a taxa de ocupação pode subir para 70 por cento. Para se defender da Ómicron, a China implementou a política de “tolerância zero”, o que significa que mal um caso é detectado, a transmissão do vírus deve ser controlada de imediato e a pessoa infectada, e aqueles com quem contactou, devem ficar em isolamento. Os seviços de Saúde de Macau salientaram que a cidade adoptou o mesmo tipo de medidas preventivas. Em face desta severa pandemia, os ministros da saúde dos sete países mais industrializados reuniram-se e emitiram um comunicado, onde se salienta que a Ómicron é actualmente a maior ameaça à saúde pública, pelo que pediam a cooperação de todos os países. Nos Estados Unidos, a Pfizer criou uma vacina pediátrica, para ser administrada a crianças dos 2 aos 4 anos. Todos os países apelam a que os seus cidadãos tomem a terceira dose da vacina. E porque é que a terceira dose previne a infecção pela Ómicron? O Imperial College of London estudou cerca de 330.000 casos entre 29 de Novembro e 11 de Dezembro, dos quais 120.000 infecções provocadas pela variante Delta e mais de 1.800 provocadas pela Ómicron. O estudo demonstrou que as pessoas que já tinham tido infecções prévias têm 5,4 vezes mais probabilidade de contrair a Ómicron do que de contrair a variante Delta. O estudo demonstra que a imunidade das pessoas que já contraíram o vírus é de apenas 19 por cento em relação à Ómicron, semelhante à que adquirem com duas doses da vacina. Mas após a administração da terceira dose, estima-se que a imunidade suba para valores entre os 50 por cento e os 80 por cento. Além disso, as pesquisas demonstram que o risco de hospitalização não é inferior à da variante Delta. Dados da Pfizer demonstram que a terceira dose da vacina BNT pode multiplicar por 25 os anti-corpos contra a Ómicron. A British Health and Safety Agency realizou um estudo que concluiu que as pessoas que receberam a terceira dose BNT da Moderna obtêm um grau de imunidade de 70 a 75 por cento à Òmicron. A Pfizer calcula que a epidemia dure até 2024 e o vírus acabará por se tornar endémico, à semelhança da gripe. A Ómicron é agressiva e mais transmissível do que a Delta. Todos a temem. Convém lembrar que de Agosto a Outubro, Macau foi repetidas vezes atingida pela epidemia e a economia foi muito afectada. Com o aparecimento de novas variantes, vamos aprendendo gradualmente a lidar com este vírus. Todos os vírus têm mutações, os cientistas precisam de tempo para estudar as novas variantes, para criarem novas vacinas e novos medicamentos. É inevitável que as pessoas aguardem estes resultados com alguma expectativa. Dentro de alguns dias entramos em 2022 e as pessoas vão juntar-se na rua para celebrar o novo ano. No final de Janeiro, comemora-se o Ano Novo chinês, e é muito provável que as fronteiras de Hong Kong com a China e com Macau abram brevemente. Todos estes factores vão contribuir para um aumento significativo do fluxo de pessoas que vão atravessar as fronteiras entre a China, Hong Kong e Macau. Se não forem tomadas medidas anti-epidémicas em conjunto, se surgir um caso de infecção pela estirpe Ómicron, o confinamento vai voltar e a economia ressentir-se-á outra vez. Perante este cenário, esperamos que os Governos da China, de Hong Kong e de Macau possam tomar em conjunto medidas preventivas que todos possam aceitar e implementar. Em caso de aparecimento de casos de infecção, poderemos responder de forma concertada para impedir a propagação do vírus. Só desta forma todos se podem sentir seguros e as empresas podem ficar mais tranquilas. A Pfizer prevê que a epidemia acabe em 2024. Esperemos que esta previsão se concretize, que o mundo recupere o mais rapidamente possível e que a humanidade deixe de estar ameaçada pelo coronavírus. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Instituto Politécnico de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
João Luz Manchete SociedadeGrande Baía | Especialista chinês aponta caminho para normalidade face à pandemia Na Cimeira da Grande Baía, dedicada à vacinação, o pneumologista chinês que lidera o grupo de resposta à pandemia afirmou que a variante Ómicron não é motivo para alarme e que o caminho para a normalidade passa pela redução da taxa de mortalidade e da capacidade reprodutiva do vírus. As apostas na vacinação e na política de zero casos também são imperativas O caminho para a normalidade no contexto pandémico chinês tornou-se um pouco mais nítido: a queda da taxa de mortalidade para cerca de 0,1 por cento e do rácio de reprodução (infecção). As metas foram apontadas pelo pneumologista Zhong Nanshan, que dirige a task-force de luta contra a covid-19, este fim-de-semana em Shenzhen na 2.ª Cimeira da Grande Baía sobre Vacinação. Em dois artigos amplamente destacados no jornal oficial Global Times, o reputado especialista, que presidiu à Associação Médica Chinesa, referiu que apesar do elevado grau de contágio da nova variante Ómicron, não há nada a temer. “Não temos medo da Ómicron, vamos aplicar uma política dinâmica de zero casos, observando rigorosamente medidas precisas de prevenção e controlo estabelecidas”, afirmou, citado pelo Global Times. Com a taxa de mortalidade global ainda longe da meta desejável, a situar-se nos 1,9 por cento, Zhong indicou que a China precisa de vacinar totalmente a população rumo à imunidade de grupo, não afrouxar os mecanismos de prevenção e controlo e apostar na investigação científica e no desenvolvimento de medicamentos eficazes. Lições globais O especialista enalteceu as medidas nacionais de combate à pandemia, nomeadamente a política de zero casos, em que a China se mantém firme como um dos últimos redutos mundiais, principalmente face ao surgimento de uma nova variante altamente contagiosa. Seguindo a lógica “equipa que ganha não muda”, Zhong Nanshan declarou que, desde Março de 2020, a China tem o novo tipo de coronavírus controlado, através do “forte controlo, a política do caso zero”. “Nos últimos 20 meses, temos sido os melhores em muitos aspectos, incluindo a recuperação económica e o retorno ao trabalho e à escola”, afirmou o pneumologista, acrescentado que alguns países podiam aprender com a estratégia chinesa. De acordo com a Comissão Nacional de Saúde, actualmente cerca de 1.125 milhões de pessoas estão totalmente vacinadas na China, representando 79,76 por cento da população. “A taxa de mortalidade dos surtos da variante Delta este ano em Guangzhou e Nanjing foi zero, algo que tem muito a ver com a elevada taxa de vacinação nessas cidades”, disse Zhong Nanshan, apontando como meta imediata elevar a taxa de vacinação entre a população mais idosa, especialmente quem tem mais de 70 anos de idade.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Coreia do Sul confirma primeiros cinco casos da variante Ómicron A Coreia do Sul confirmou ontem os seus primeiros cinco casos da variante Ómicron do vírus SARS-CoV-2, recentemente detetada na África do Sul, em pessoas ligadas a viagens à Nigéria. A Agência Coreana de Controlo e Prevenção de Doenças declarou hoje que os casos incluem um casal que chegou da Nigéria em 24 de novembro e um amigo que os levou do aeroporto para casa. Os outros dois casos foram de mulheres que também viajaram para a Nigéria e voltaram para a Coreia do Sul em 23 de novembro. Profissionais de saúde sul-coreanos disseram que estavam a realizar testes de sequenciamento genético num filho do casal e em familiares do homem que os levou para casa para determinar se estavam infetados. A Coreia do Sul está a considerar mais controlos de fronteira depois de proibir a entrada, a partir do próximo domingo, aos viajantes estrangeiros de curto prazo da África do Sul e de outras sete nações do sul do continente africano devido à variante Ómicron, vista como potencialmente mais infecciosa. Os cidadãos sul-coreanos que chegarem desses países ficarão em quarentena por pelo menos 10 dias, independentemente de estarem vacinados ou não. A Agência Coreana de Controlo e Prevenção de Doenças disse que a maioria dos novos 5.123 contágios registados hoje são da capital Seul e da sua região metropolitana, onde as autoridades disseram anteriormente que mais de 80% das unidades de cuidados intensivos para pacientes com covid-19 já estavam ocupadas. Mais de 720 pacientes com vírus estão em estado grave ou crítico, também marcando um novo recorde. As mortes no país chegaram a 3.658, depois de registar entre 30 e 50 mortes por dia nas últimas semanas.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Japão deteta primeiro paciente infetado com a nova variante O Japão confirmou ontem o primeiro caso de um doente infetado com a variante Ómicron do novo coronavírus tratando-se de um viajante procedente da Namíbia, disseram hoje fontes oficiais japonesas. Hirokazu Matsuno, do gabinete do Governo de Tóquio, disse que o paciente é um homem de 30 anos, cuja doença foi detetada após ter sido submetido a um teste no diagnóstico no aeroporto de Narita, Tóquio, no domingo. A nacionalidade do paciente não foi revelada por questões de privacidade. A análise posterior efetuada no Instituo Nacional de Doenças Infecciosas confirmou hoje tratar-se de um caso da nova variante (Ómicron) que foi inicialmente identificada na África do Sul. Os companheiros de viagem do paciente infetado com a nova variante e os passageiros do avião foram identificados pelos serviços sanitários do Japão. De acordo com a imprensa japonesa, dois familiares do viajante infetado “testaram negativo”, mas vão permanecer isolados em instalações governamentais perto do aeroporto de Tóquio. Matsumo disse ainda que o executivo vai manter as medidas de controlo relativas à entrada de pessoas no país. Na segunda-feira, o Japão anunciou restrições à entrada de visitantes como medida de precaução contra a nova variante. As medidas vão manter-se em vigor, pelo menos, até ao final do ano, incluindo a quarentena de 14 dias a todas os japoneses e estrangeiros com autorização de residência no país que entrem no Japão. A Organização Mundial da Saúde alertou na segunda-feira que existe um “elevado risco” de a nova variante se tornar global “com consequências severas”.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China reconhece que variante Ómicron complica organização dos Jogos de Inverno A China reconheceu ontem que a nova variante Ómicron pode acarretar dificuldades adicionais para a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, entre 4 e 20 de fevereiro, mas reafirmou a sua confiança no sucesso do evento. “Certamente trará alguns desafios em termos de combate à epidemia”, disse Zhao Lijian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, em conferência de imprensa. “Mas a China tem experiência nesta área e estou totalmente convencido de que as Olimpíadas de Inverno ocorrerão de forma tranquila e conforme planeado”, apontou. A China controlou amplamente a epidemia no seu solo graças a restritas medidas de prevenção: quarentena obrigatória para quem chega do exterior, testes em massa e isolamento de bairros, distritos ou cidades inteiras quando são diagnosticados os primeiros casos da doença. A vida voltou à normalidade na primavera do ano passado, mas o país ainda enfrenta o aparecimento de pequenos surtos esporádicos. Embora as fronteiras chinesas estejam praticamente fechadas desde março de 2020, os Jogos de Pequim acontecerão numa “bolha”, com os cerca de 2.900 atletas isolados da restante população. Eles devem estar vacinados ou cumprir uma quarentena de 21 dias à chegada. Apenas espetadores residentes na China poderão assistir aos eventos. “Em relação à variante Ómicron, a China fez a coisa certa em termos de prontidão tecnológica”, disse Xu Wenbo, especialista em doenças virais do Centro Chinês para o Controlo e Prevenção de Doenças, em conferência de imprensa. “Temos muitas opções, com vacinas inativadas, vacinas de proteína recombinante e vacinas de vetor viral que estão nos estágios iniciais de pesquisa”, descreveu. A China relatou nas últimas semanas apenas algumas dezenas de novos casos diários de covid-19. A nova variante ainda não foi detetada no país, exceto no território autónomo de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | O que se sabe e não se sabe sobre a variante Ómicron A variante Ómicron do coronavírus que causa a covid-19 tem um grande número de mutações genéticas, algumas das quais preocupantes, e dados sugerem um risco acrescido de reinfeção por comparação com outras variantes do SARS-CoV-2. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou na sexta-feira a nova variante B.1.1.529, identificada pela primeira vez na província de Gauteng, na África do Sul, como variante “de preocupação” e designou-a pelo nome Ómicron, letra do alfabeto grego. Segundo a OMS, esta estirpe, que já “migrou” para Bélgica, Israel, Hong Kong e Botsuana, tem “um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes”. Dados preliminares sugerem, de acordo com a OMS, “um risco acrescido de reinfeção” com a nova estirpe do SARS-CoV-2, por comparação com outras variantes de preocupação. Por definição, as variantes de preocupação estão associadas ao aumento da transmissibilidade ou virulência ou à diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública, dos diagnósticos, vacinas e tratamentos. Um relatório da Rede para Vigilância Genómica da África do Sul refere que a variante B.1.1.529 tem mais de 30 mutações na proteína da espícula (a “chave” que permite ao vírus entrar nas células humanas). Algumas das mutações estão ligadas à resistência a anticorpos neutralizantes e a uma melhor transmissibilidade, assinala o relatório. Contudo, ainda não se sabe com rigor se a variante é mais transmissível ou perigosa, a ponto de causar doença mais severa, morte e escapar à proteção conferida pelas vacinas contra a covid-19. O coronavírus sofre mutações à medida que se dissemina e muitas novas variantes, incluindo as que têm alterações genéticas preocupantes, desaparecem muitas vezes. Os cientistas monitorizam as sequências genéticas do SARS-CoV-2 em busca de mutações que o podem tornar mais contagioso ou mortal, mas precisam de tempo para determinar se existe uma correlação entre um certo padrão de infeções num surto e as sequências genéticas. De acordo com a OMS, recentemente as infeções “aumentaram abruptamente” na África do Sul, coincidindo com a deteção da variante B.1.1.529, e o número de casos associados a esta estirpe “parece estar a aumentar em quase todas as províncias do país”. O primeiro caso confirmado teve origem numa amostra recolhida em 09 de novembro, precisa a OMS. De acordo com a classificação da OMS, existem em circulação cinco variantes do SARS-CoV-2 de preocupação, todas designadas pelo nome de uma letra do alfabeto grego: Alpha, Beta (também detetada inicialmente na África do Sul), Gamma, Ómicron e Delta (até agora a mais contagiosa de todas). Há ainda duas variantes de interesse: Lambda e Mu. São assim classificadas por terem alterações genéticas que são “previstas ou conhecidas” por afetar as características do vírus, como a transmissibilidade, e estão identificadas por causar contágios significativos ou crescentes na comunidade ou em vários países. Sete outras variantes estão sob monitorização da OMS por apresentarem mutações genéticas suspeitas de afetar as características do SARS-CoV-2, podendo representar um risco futuro. O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças desclassificou a variante Alpha por considerar que tem pouca expressão epidemiológica.
Hoje Macau China / Ásia MancheteCovid-19 | Epidemiologista diz que variante Ómicron não terá grande impacto na China O epidemiologista chinês Zhang Wenhong descartou hoje a possibilidade da variante Ómicron ter um impacto significativo no país, mas continuou a defender uma política de “tolerância zero” com o vírus. Citado pelo jornal Global Times, Zhang defendeu que esta política, conjugada com uma resposta rápida à crise na saúde, permitirá ao país lidar com qualquer variante. Esta nova variante foi recentemente detetada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o “elevado número de mutações” pode implicar uma maior infecciosidade. “Se conseguimos enfrentar a variante delta, também podemos superar a Ómicron”, afirmou, numa publicação na rede social Weibo. O cientista disse ainda que a China já começou a estudar a nova variante, ressalvando que são necessárias, pelo menos, duas semanas de recolha de dados e amostras para ter conclusões mais precisas. Sem razões para alarme Cientistas britânicos relativizaram este sábado o alarme gerado pela variante Ómicron do coronavírus que causa a covid-19, admitindo que, apesar das muitas mutações genéticas que tem, as vacinas continuarão provavelmente eficazes a prevenir a doença grave. O imunologista Andrew Pollard, diretor do grupo de investigação de vacinas da Universidade de Oxford que desenvolveu a vacina da covid-19 para o laboratório AstraZeneca, disse, em declarações à televisão BBC, que muitas das mutações da variante estão presentes noutras estirpes do SARS-CoV-2 nas quais as vacinas se revelaram eficazes. “As mutações [da Ómicron] existem noutras variantes, e as vacinas conseguiram prevenir a doença grave com as [variantes] Alpha, Beta, Gamma e Delta”, afirmou o investigador do Reino Unido, onde já foi detetada a nova estirpe. Segundo o microbiologista Calum Semple, “é provável que a imunidade” conferida pelas vacinas contra a covid-19 “ainda proteja” contra a doença grave que possa vir a causar a nova variante. Semple considerou adequado que vários países tenham suspendido voos com países da África Austral para poderem “ganhar tempo” no reforço da vacinação e na avaliação dos verdadeiros efeitos da nova estirpe na saúde. Desconhece-se ainda, em rigor, se a Ómicron é mais transmissível ou perigosa, a ponto de causar doença mais severa, morte e escapar à proteção conferida pelas vacinas contra a covid-19. Na sexta-feira, em declarações à Lusa, o microbiologista João Paulo Gomes afirmou que a nova estirpe do SARS-CoV-2, detetada inicialmente na África do Sul, “é motivo de preocupação”, dado o elevado número de mutações genéticas que apresenta, em particular na proteína da espícula do vírus, que lhe permite entrar nas células humanas. Contudo, para o investigador do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, não há razão para alarme, uma vez que a existência de várias mutações relevantes não implica que a variante seja mais transmissível ou escape às vacinas. De acordo com um relatório da Rede para a Vigilância Genómica da África do Sul, a nova variante tem mais de 30 mutações na proteína da espícula. Segundo João Paulo Gomes, “muitas dessas mutações estão na zona de ligação às células e outras são mutações conhecidamente associadas à falha de ligação aos anticorpos”. “O problema desta nova linhagem é que tem muito mais mutações destas do que as outras variantes que nos preocuparam até agora”, acentuou. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou na sexta-feira a variante B.1.1.529, identificada pela primeira vez na província sul-africana de Gauteng, como variante “de preocupação” e designou-a pelo nome Ómicron, letra do alfabeto grego. De acordo com a OMS, a variante tem “um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes”, com dados preliminares a sugerirem “um risco acrescido de reinfeção” com a nova estirpe do SARS-CoV-2, por comparação com outras variantes de preocupação. Por definição da OMS, as variantes de preocupação estão associadas ao aumento da transmissibilidade ou virulência ou à diminuição da eficácia das medidas sociais e de saúde pública, dos diagnósticos, vacinas e tratamentos. O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças considera que a Ómicron suscita “sérias preocupações de que possa reduzir significativamente a eficácia das vacinas e aumentar o risco de reinfeções”. Depois de África do Sul, a variante já foi detetada no Reino Unido, Alemanha, Itália, Bélgica, Hong Kong (Região Administrativa da China), Israel e Botswana. Portugal, que está a investigar casos da nova estirpe, suspende a partir de segunda-feira os voos de e para Moçambique. Desde hoje todos os passageiros provenientes de voos de Moçambique, África do Sul, Botswana, Essuatíni (antiga Suazilândia), Lesoto, Namíbia e Zimbabué ficam obrigados a cumprir uma quarentena de 14 dias após a entrada em Portugal continental. Os Estados-membros da União Europeia decidiram na sexta-feira suspender temporariamente voos de sete países da África Austral, incluindo Moçambique, para travar a propagação da Ómicron.