Comércio | Exposições acabam com 101 protocolos entre empresas

As três exposições comerciais realizadas em Macau terminaram no domingo com a assinatura de 101 protocolos entre empresas, incluindo 15 envolvendo projectos dos países de língua portuguesa, anunciou a organização.

Em comunicado, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) sublinhou que o número total de acordos celebrados durante os quatro dias subiu 8,6 por cento em comparação com 2022.

As três exposições, a 1ª Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), a 28ª Feira Internacional de Macau (MIF) e a Exposição de Franquia de Macau (2023MFE), decorreram em simultâneo, entre 19 e 22 de Outubro.

O IPIM sublinhou que cerca de mil sessões de bolsas de contactos foram organizadas, o que representa um aumento de 30 por cento em relação a 2022, ano em que Macau ainda proibia a entrada de estrangeiros sem estatuto de residente, devido à pandemia.

O comunicado revelou ainda que as sessões de transmissão ao vivo, nas redes sociais, com “celebridades” da Internet, inclusive dos países de língua portuguesa e de Macau, atraíram cerca de quatro milhões de visualizações. As três exposições atraíram mais de 60 mil participantes, referiu o IPIM.

24 Out 2023

Comércio | 28ª MIF e mais duas conferências arrancam quinta-feira

Começam na quinta-feira, prolongando-se até domingo, a primeira edição da “Exposição Económica e Comercial China–Países de Língua Portuguesa (Macau)” (C-PLPEX), a 28ª Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa) e a Exposição de Franquia de Macau 2023 (2023 MFE). Os eventos dedicados ao comércio entre a China, Macau e os países de língua portuguesa decorrem no Venetian, no Cotai.

O foco dos três eventos é a plataforma comercial sino-lusófona e a política de diversificação económica de Macau focada na fórmula “1+4”, ou seja, na aposta em grandes indústrias como o turismo ou a saúde para ir além do jogo. As conferências pretendem ainda atrair investimentos “para apoiar o desenvolvimento das principais indústrias e contribuir para a criação de uma nova conjuntura de desenvolvimento”.

Segundo um comunicado oficial do evento, esperam-se 260 expositores dos países de língua portuguesa nas três exposições, dispostos em quatro pavilhões numa área de 37 mil metros quadrados. Há mais 14 por cento de expositores em relação à edição do ano anterior, sendo que 260 são dos países de língua portuguesa, nomeadamente 76 do Brasil, “que regista o maior número de expositores, marcas e delegações” face às edições anteriores.

Os eventos contam ainda com 20 zonas de exposição, sendo que, no caso da C-PLPEX, haverá sete zonas expositivas, incluindo o “Pavilhão de Exposição de Informações da China e dos Países de Língua Portuguesa”, entre outros espaços. Só no C-PLPEX se reúnem mais de 300 empresas da China e dos nove países de língua portuguesa. Já a 28ª edição da MIF conta com seis zonas de exposição. Espera-se ainda que, com a edição deste ano da MFE, haja um maior foco no poder das marcas e da importância propriedade intelectual, estando representadas 40 em sete zonas de exposição, com vários pavilhões.

17 Out 2023

Café angolano Ginga mostra-se em Macau com vista à exportação para a China

A Angonabeiro, subsidiária do grupo português Delta, vai apresentar o café Ginga, produzido em Angola, na Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX), em Macau, ambicionando vir a exportar para a China.

O café angolano é exportado para Portugal (56 toneladas no segundo semestre de 2020), Espanha, França e Suíça, sendo a China um mercado com “grandes consumidores de café”, e como tal um alvo “muito interessante para a Ginga”, assumiu o diretor-geral da Angonabeiro, Nuno Moinhos, em declarações à Lusa.

A PLPEX 2022, que tem lugar entre hoje e sábado é uma exposição que reúne, num só local, empresas especializadas em produtos e serviços dos países de língua portuguesa (PLP), facilitando o intercâmbio e cooperação entre Macau, os PLP e o interior da China.

O objetivo é dar a conhecer o café produzido em Angola aos participantes oriundos do interior da China, dos nove países de língua portuguesa e de regiões vizinhas, segundo um comunicado da Angonabeiro.

Nuno Moinhos sublinhou ainda, na mesma nota, que a Angonabeiro tem “vocação exportadora” e está a investir no aumento da capacidade de produção, em novos produtos e na notoriedade internacional da marca angolana.

“Havendo condições competitivas, será possível incrementar bastante a quantidade a exportar, quer de matéria-prima, quer de produto acabado”, acrescentou, realçando que a Angonabeiro quer “continuar a desenvolver toda a fileira do café, desde o apoio a produtores e agricultores no campo até à sua transformação e comercialização”.

20 Out 2022

MIF | Lei Wai Nong realça cooperação com os países de língua portuguesa

O secretário para a Economia e Finanças destacou ontem a necessidade de aperfeiçoar a funcionalidade da Plataforma Sino-Lusófona e a cooperação económica e comercial. Lei Wai Nong falou na abertura da Feira Internacional de Macau

 

Enquanto a polémica perda de residência dos membros lusófonos do Fórum Macau está na ordem do dia, o secretário para a Economia e Finanças destacou a importância estratégica da Plataforma Sino-Lusófona no discurso de abertura da Feira Internacional de Macau.

“A construção da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa é uma importante meta que permite a Macau potenciar as suas vantagens e servir as necessidades do país”, afirmou ontem Lei Wai Nong.

O governante adiantou ainda que, “com base na longa relação de cooperação já estabelecida até aqui, Macau irá continuar a aproveitar juntamente com Zhejiang outras províncias parceiras e os países de língua portuguesa”, as oportunidades surgidas Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin. Lei Wai Nong mencionou ainda as promessas proporcionadas pela Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e pelo desenvolvimento integrado do Delta do Rio Yangtze.

Como o contexto do discurso foi a abertura da Feira Internacional de Macau, que reúne três eventos de interacção de negócios, Lei Wai Nong focou também a importância deste tipo de evento para estabelecer parcerias internacionais. “Em breve, entidades públicas, empresas, associações e câmaras de comércio da natureza económica e comercial de Macau e Zhejiang irão celebrar vários acordos de cooperação, com o objectivo de consolidar cooperações em áreas como a construção da Plataforma Sino-Lusófona, desenvolvimento regional e industrial, entre outras”, indicou

Porta entreaberta

Esta edição do evento conta com uma área total de 29.300 metros quadrados e 1.871 stands, disponíveis para 1.047 expositores participantes, número que representa um aumento de 12,8 por cento em comparação com o ano passado. Na sala de exposições online, serão exibidos virtualmente 3.728 produtos e 1.264 empresas.

À margem da cerimónia de abertura dos três certames, o director do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau realçou o entusiasmo dos participantes, que não diminuiu devido aos múltiplos surtos de covid-19 que afectam várias regiões chinesas, inclusive cidades vizinhas de Macau.

No total, vieram de 18 províncias chinesas 87 delegações de expositores que se inscreveram previamente nos eventos com a intenção de negociar e firmar parcerias nas áreas das finanças modernas, investigação tecnológica, medicina chinesa, cultura e MICE.

Turismo | Governo faz apelo para regresso de excursões

Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, fez ontem um apelo para que as agências de viagens do território se comecem a preparar para o regresso das excursões, oriundas de Cantão, já em Novembro.

Segundo a TDM Rádio Macau, a responsável, que falou à margem do início de mais uma edição da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa), pede que as agências se preparem com novos produtos e itinerários.

Quanto aos turistas estrangeiros, Helena de Senna Fernandes assume que a pandemia continua a condicionar o seu regresso, mas afirmou que as autoridades já têm planos para atrair visitantes de outros países e regiões de fora da China com descontos em hotéis concedidos através da compra de bilhetes de avião da Air Macau.

Economia | Rui Pedro Cunha espera alívio das restrições

Rui Pedro Cunha, presidente da Câmara de Comércio Europeia em Macau, disse, à margem da cerimónia de abertura da Feira Internacional de Macau, que decorreu ontem, que espera um alívio das restrições de entrada e saída do território para melhorar a economia local.

Segundo a TDM Rádio Macau, o responsável adiantou que os números de trocas comerciais nos últimos anos sofreram uma quebra, mas a redução do número de dias de quarentena são “um sinal positivo”. “Macau tem feito um excelente trabalho na parte da contenção da pandemia. Graças a isso é que estamos aqui todos a ter uma vida relativamente normal e segura. Agora, há que também ver quando é vamos começar a conseguir diminuir um bocado as restrições actuais, porque essa diminuição é importante para conseguirmos retomar o vigor económico em Macau”, afirmou.

Rui Pedro Cunha adiantou ainda que há espaço para uma maior cooperação entre a China e os países europeus relativamente à área das energias renováveis e da tecnologia para a reciclagem de resíduos. Neste sector Macau tem ainda espaço de desenvolvimento, adiantou.

20 Out 2022

Exposições MIF, MFE e PLPEX arrancam amanhã no Venetian

A 27.ª Feira Internacional de Macau (27.ª MIF), a Exposição de Franquia de Macau 2022 (2022MFE) e a Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (Macau) 2022 (2022PLPEX) terão lugar entre amanhã e sábado.

Segundo o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), a organização dos três eventos seguirá o “modelo de realização sinergética”, com a integração de acções online e offline, “com o apoio de sete factores principais: cooperação regional, Plataforma Sino-Lusófona, modelo de cooperação ‘indústrias + convenções e exposições’, indústria de big health, indústrias culturais e criativas, indústria de tecnologia de ponta e apoio às PMEs, para promover, com base na dinâmica das actividades de convenção e exposição, o desenvolvimento da diversificação adequada da economia de Macau”.

Os três eventos vão ocupar a partir de amanhã 29.300 metros quadrados do Cotai Expo do The Venetian Macao, área onde vão estar instalados 1.800 stands, dos quais 389 são reservados às PMEs de Macau, representando um aumento de 27,5 por cento em comparação com o número do ano passado.

Até ontem, os três eventos paralelos totalizaram mais de 1.000 empresas expositoras offline, 1.200 empresas na exposição online e um total de 3.700 produtos exibidos. O IPIM indicou que entre os participantes estão empresas do Interior da China, Angola, Brasil, Moçambique, Portugal, Hong Kong e Macau, “envolvidas em diversas indústrias como medicina tradicional chinesa, inovação científica e tecnológica, indústrias culturais e criativas, produtos alimentares e restauração e comércio a retalho”.

Presença física

Um dos dados apresentados ontem que vinca alguma evolução em relação ao ano transacto é o aumento de 12,8 por cento de empresas com expositores físicos instalados no The Venetian Macao. Durante os três de exposição, serão realizadas mais de 50 sessões de bolsas de contactos, fóruns, conferências, sessões de apresentação e de intercâmbio.

Amanhã os eventos serão exclusivos para visitantes profissionais e entidades oficiais, mas na sexta-feira e sábado abrem ao público geral. Para tal, serão disponibilizados autocarros directos gratuitos, para a deslocação entre o recinto dos eventos e vários pontos das zonas norte e central da Península de Macau e da Taipa.

18 Out 2022

IPIM | Feira Internacional de Macau entre 10 e 12 de Dezembro

A 26ª Feira Internacional de Macau, a Exposição de Franquia de Macau e a Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa acontecem entre 10 e 12 de Dezembro. Organizados pelo IPIM, os eventos incluem vertentes presenciais e online e focam áreas como a saúde, a medicina tradicional chinesa, produtos dos PLP e tecnologia. Xangai será “município parceiro” do MIF

 

Entre 10 e 12 de Dezembro, o Venetian vai acolher, em paralelo, a 26.ª Feira Internacional de Macau (MIF), a Exposição de Franquia de Macau (MFE) e a Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX). As três exposições, organizadas pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), visam “ajudar os comerciantes participantes na exploração de oportunidades”, através de plataformas online e offline.

Durante a apresentação dos três eventos, o presidente do IPIM, Lau Wai Meng, começou por vincar que as iniciativas têm como objectivo, não só “injectar novas forças vitais no desenvolvimento de Macau”, mas contribuir para a recuperação “mais célere” da economia na era pós-pandemia.

Por isso mesmo, a reboque do projecto de cooperação em Hengqin, em foco na MIF, haverá áreas dedicadas à inovação científica e tecnológica e à Medicina Tradicional Chinesa. As duas zonas expositivas ocuparão, respectivamente, 3,5 e 3 mil metros quadrados, um aumento em dez e doze vezes em relação ao ano passado.

“No âmbito da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, iremos introduzir e expandir as áreas expositivas cujo tema esteja relacionado com esta matéria, a fim de potenciar plenamente o papel de apoio mútuo da indústria de convenções e exposições para com outros sectores”, apontou ontem o responsável.

A 26.ª edição da MIF tem Xangai como “município parceiro”, cujo pavilhão irá contar com 16 empresas de “prestígio” da região, afectas à inovação científica e tecnológica, serviços de convenções e exposições, investimento em projectos de construção, comércio internacional, comércio tradicional local e Medicina Tradicional Chinesa.

Através de iniciativas online, as empresas de Macau e dos países de Língua Portuguesa serão ainda convidadas a conhecer o município de Xangai e a “facilitar o contacto e o intercâmbio entre as partes”.

Questionado se continua a fazer sentido chamar “feira internacional” a um evento que, devido à pandemia, não irá contar, uma vez mais, com a participação de empresários do exterior, Lau Wai Meng apontou que independentemente do contexto, o IPIM “vai continuar a proporcionar plataformas para criar oportunidades aos diferentes sectores” e que o “online” tem permitido aproximar participantes de todo o mundo.

“Em Macau e noutros lugares tem sido possível realizar este tipo de feiras internacionais. Estamos todos a ser afectados pela pandemia, mas não travámos qualquer projecto. Através de iniciativas online e offline, queremos fazer o melhor em cada exposição”, sublinhou.

Comes e bebes

Já no âmbito do MFE, haverá uma zona dedicada “apresentar as oportunidades de negócio no sector da propriedade intelectual”, que conta com o contributo de várias empresas de Macau e da Grande Baía.

Do lado do PLPEX, as atenções estarão viradas para a divulgação de produtos e serviços dos países de Língua Portuguesa, com especial destaque para a área alimentar, cultural e do design.

Exemplo disso, é o evento “Vinhos do Mundo – Carta de Vinhos de Xangai”, iniciativa organizada pelas associações comerciais de Macau e Xangai onde os visitantes terão a oportunidade de participar em provas de vinhos de países de língua portuguesa.

Segundo a organização, vão participar nos três eventos cerca de 920 empresas no recinto e outras 1.020 na “sala de exposições online”, onde serão expostos mais de 2.200 produtos.

Além do Interior da China, a Feira Internacional de Macau conta com a participação de Portugal, do Brasil, de Itália, Canadá, Alemanha, Marrocos, Espanha e Macau.

1 Dez 2021

Comércio | Orçamento de 50 milhões para MIF, PLPEX e MFE

Num ano marcado pela epidemia, a Feira Internacional de Macau e duas exposições que decorrem simultaneamente colocaram o foco nas actividades online. Em conjunto, os três eventos contam com um orçamento de 50 milhões de patacas

 

[dropcap]A[/dropcap] 25ª edição da Feira Internacional de Macau (MIF) arranca na quinta-feira, ao mesmo tempo que a Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX) e ainda a Exposição de Franquia de Macau (MFE). Os três eventos, que decorrem no Venetian até sábado, contam com um orçamento conjunto de cerca de 50 milhões de patacas e desenvolvem um conjunto de actividades através da internet.

O presidente do IPIM, Benson Lau, reconheceu ontem que ao longo deste ano o novo tipo de coronavírus “provocou um enorme desafio” a todos os sectores. Em conferência de imprensa, disse que apesar de não se poder comparar o resultado desta edição com os anteriores, espera que a realização de três eventos em simultâneo consiga “um triplo efeito”.

“O IPIM (Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau) adoptou o modo de integração online e offline e combinou a realização de exposições in loco com a transmissão ao vivo online, salões de exposição online e sessões de promoção online, ultrapassando assim os limites geográficos e espaciais”, disse Benson Lau.

Esta edição dos três eventos ocupa 25 mil metros quadrados e conta com 1.200 expositores, que abrangem desde projectos de inovação tecnológica a serviços de consultoria profissional. Prevêem-se mais de mil expositores online, com um total de 3.700 produtos nas salas virtuais, da China Continental, Portugal, Brasil, Canada, Singapura, Japão, Hong Kong e Macau.

Benson Lau descreveu que “a situação de prevenção e combate à epidemia em várias regiões do estrangeiro apresenta-se ainda complexa e volátil”, mas que os empresários dos países de língua portuguesa e da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” podem assim interagir através de canais online. Vão ser instaladas bolsas de contactos em nuvem e uma sala de transmissão ao vivo no local dos eventos, tendo as sessões de bolsas de contactos recebido mais de 450 marcações.

Medidas de prevenção

Na quinta-feira, dia 22, as três exposições destinam-se a profissionais, e nos dias 23 e 24 abrem ao público em geral. Quem passar pelos eventos tem de apresentar código de saúde, usar máscara e aceitar a medição de temperatura. A organização indicou que a iniciativa vai ser dividida em três zonas, cada uma limitada a 250 pessoas.

Os três dias contam com mais de 50 fóruns, conferências e actividades de intercâmbio e promoção, incluindo a “17.ª Cimeira Mundial dos Empresários Chineses” e a “Actividade Promocional e Sessão de Bolsas de Contacto Alusivas aos Produtos de Vinho e Alimentares dos Países de Língua Portuguesa”.

20 Out 2020

Associação queixa-se de impostos altos à entrada de produtos portugueses na China

[dropcap]O[/dropcap] presidente da Associação de Jovens Empresários Portugal-China (AJEPC) disse ontem à Lusa que a elevada carga fiscal e a falta de promoção de produtos portugueses estão a travar o potencial económico das relações sino-lusófonas.

“Continuamos a ver uma enorme carga fiscal na entrada de produtos portugueses na China, apesar de existir um acordo que permite a redução de impostos” entre Macau e o continente, em vigor desde 2004, explicou Alberto Carvalho Neto.

Na véspera da Feira Internacional de Macau (MIF) e da Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX), que promovem até sábado os países lusófonos, o responsável sustentou que Portugal deveria apostar mais na promoção dos produtos portugueses no interior da China. “Deveria existir uma estratégia global que envolvesse o Ministério dos Negócios Estrangeiros, a AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal] e as associações”, possibilitando que “a imagem da ‘marca’ Portugal” identificasse as representações portuguesas “e não o símbolo de cada uma das empresas”, defendeu.

Ainda assim, o empresário classificou de “muito positivo” o acompanhamento pelo corpo diplomático português e elementos da AICEP, no interior da China (Pequim, Xangai e Shenzhen), a uma iniciativa de ‘networking’, “Business Rail”, que termina este sábado.

Os participantes desta viagem de negócios, sobre carris, que começou em 9 de Outubro e liga Europa à China, juntam-se agora à delegação promovida pela associação na MIF e na PLPEX em Macau que “supera os 200 empresários”, indicou Alberto Carvalho Neto.

“O que temos assistido nestes dois eventos é a um aumento crescente da participação”, que se tem traduzido num aumento do próprio espaço promovido pela AJEPC: “começou nos 100 metros quadrados e já ocupa os dois mil metros quadrados”, precisou.

Responsável pela organização do “V Fórum de Jovens Empresários entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, a AJEPC continua apostada “numa política agressiva na abordagem do mercado nestes três dias” dos eventos, garantiu o seu presidente. “Convidámos empresários chineses. De resto, seria bom ver uma maior dinâmica empresarial nestes eventos, com uma presença maior de empresários chineses”, sustentou, de forma “a dar mais força ao potencial de Macau enquanto plataforma” para as relações comerciais e económicas sino-lusófonas. “Através de Macau tem-se conseguido ter acesso a um ‘networking’ que não seria possível de outra forma, ao mais alto nível, mas há espaço para melhorar”, afirmou.

17 Out 2019

MIF | Feira internacional começa amanhã e decorre até sábado

A Feira Internacional de Macau (MIF) e a Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX) vão promover a partir de amanhã os países lusófonos, com Cabo Verde em destaque, indicou ontem a organização

 

[dropcap]C[/dropcap]abo Verde é o país parceiro do evento, que se realiza entre amanhã e sábado, organizado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, com o apoio de entidades económicas e comerciais de Macau, do interior da China e de Hong Kong.

O ministro da Indústria, Comércio e Energia de Cabo Verde, Alexandre Dias Monteiro, vai liderar uma delegação com uma “presença institucional forte” que conta ainda com a ministra da Educação de Cabo Verde, Maritza Rosabal Peña, sublinhou a presidente da Cabo Verde TradeInvest, Ana Lima Barber, na conferência de imprensa que serviu para apresentar o evento.

Ambos os ministros deverão participar nos dias da MIF em pelo menos duas cerimónias: a assinatura de protocolos relacionados com o ensino superior e de geminação entre a ilha de Boa Vista e uma cidade da província chinesa de Jiangsu, indicou a responsável da Cabo Verde TradeInvest, a agência pública de promoção e de investimento daquele país.

Ana Lima Barber sublinhou ainda que todas as ilhas de Cabo Verde vão estar representadas por 22 empresas dos sectores de agronegócios, comércio, serviços e indústria, na certeza de que este tipo de eventos “fortalece as relações comerciais e empresariais e fomenta novas oportunidades” para as empresas.

A 24.ª MIF e a PLPEX deste ano vão custar no total cerca de 41,9 milhões de patacas e ocupar uma área de aproximadamente 24 mil metros quadrados, com 1.500 stands e pavilhões temáticos.

Milhões tecnológicos

A presidente da Cabo Verde TradeInvest referiu ainda que uma empresa de Macau está a investir mais de 40 milhões de dólares no país na área das tecnologias de informação, para se expandir no mercado africano.

A Macao Bringbuys Web Technology quer criar um uma plataforma de fornecimento de serviços tecnológicos para a África Ocidental na capital cabo-verdiana, num projecto que já aumentou para o dobro em termos de investimento estimado, indicou Ana Lima Barber, que lidera a agência pública de promoção e de investimento daquele país lusófono.

“O projecto tem cinco anos e depois será revisto”, assinalou aquela responsável. Barber referia-se a um investimento cujos princípios foram definidos num acordo assinado durante o 12.º Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre China e Países de Língua Portuguesa, em 2018, referindo-se a um centro de computação em nuvem, um centro de dados ‘offshore’, instituições de formação e incubadoras em Cabo Verde com planos de expansão mo mercado africano.

A empresa está agora “a olhar para este investimento já com uma dimensão muito maior”, explicou, salientando a vertente de comércio electrónico para “expor as empresas chinesas ao mercado africano, para exportarem”, mas sobretudo a “oportunidade de investimento [que significa] também para Cabo Verde”.

A mesma responsável aproveitou para explicar que o projecto se enquadra na vontade de Cabo Verde em “atrair investimentos de qualidade”, proporcionados, sublinhou, pela política de incentivos fiscais, a livre transferência de fundos, a estabilidade laboral, social e política, bem como pela conectividade com outros países e outros mercados, como o lusófono e o europeu.

16 Out 2019

MIF | Feira internacional começa amanhã e decorre até sábado

A Feira Internacional de Macau (MIF) e a Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX) vão promover a partir de amanhã os países lusófonos, com Cabo Verde em destaque, indicou ontem a organização

 
[dropcap]C[/dropcap]abo Verde é o país parceiro do evento, que se realiza entre amanhã e sábado, organizado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, com o apoio de entidades económicas e comerciais de Macau, do interior da China e de Hong Kong.
O ministro da Indústria, Comércio e Energia de Cabo Verde, Alexandre Dias Monteiro, vai liderar uma delegação com uma “presença institucional forte” que conta ainda com a ministra da Educação de Cabo Verde, Maritza Rosabal Peña, sublinhou a presidente da Cabo Verde TradeInvest, Ana Lima Barber, na conferência de imprensa que serviu para apresentar o evento.
Ambos os ministros deverão participar nos dias da MIF em pelo menos duas cerimónias: a assinatura de protocolos relacionados com o ensino superior e de geminação entre a ilha de Boa Vista e uma cidade da província chinesa de Jiangsu, indicou a responsável da Cabo Verde TradeInvest, a agência pública de promoção e de investimento daquele país.
Ana Lima Barber sublinhou ainda que todas as ilhas de Cabo Verde vão estar representadas por 22 empresas dos sectores de agronegócios, comércio, serviços e indústria, na certeza de que este tipo de eventos “fortalece as relações comerciais e empresariais e fomenta novas oportunidades” para as empresas.
A 24.ª MIF e a PLPEX deste ano vão custar no total cerca de 41,9 milhões de patacas e ocupar uma área de aproximadamente 24 mil metros quadrados, com 1.500 stands e pavilhões temáticos.

Milhões tecnológicos

A presidente da Cabo Verde TradeInvest referiu ainda que uma empresa de Macau está a investir mais de 40 milhões de dólares no país na área das tecnologias de informação, para se expandir no mercado africano.
A Macao Bringbuys Web Technology quer criar um uma plataforma de fornecimento de serviços tecnológicos para a África Ocidental na capital cabo-verdiana, num projecto que já aumentou para o dobro em termos de investimento estimado, indicou Ana Lima Barber, que lidera a agência pública de promoção e de investimento daquele país lusófono.
“O projecto tem cinco anos e depois será revisto”, assinalou aquela responsável. Barber referia-se a um investimento cujos princípios foram definidos num acordo assinado durante o 12.º Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre China e Países de Língua Portuguesa, em 2018, referindo-se a um centro de computação em nuvem, um centro de dados ‘offshore’, instituições de formação e incubadoras em Cabo Verde com planos de expansão mo mercado africano.
A empresa está agora “a olhar para este investimento já com uma dimensão muito maior”, explicou, salientando a vertente de comércio electrónico para “expor as empresas chinesas ao mercado africano, para exportarem”, mas sobretudo a “oportunidade de investimento [que significa] também para Cabo Verde”.
A mesma responsável aproveitou para explicar que o projecto se enquadra na vontade de Cabo Verde em “atrair investimentos de qualidade”, proporcionados, sublinhou, pela política de incentivos fiscais, a livre transferência de fundos, a estabilidade laboral, social e política, bem como pela conectividade com outros países e outros mercados, como o lusófono e o europeu.

16 Out 2019

MIF | Produtos com burel em destaque no espaço MunHub

A plataforma MunHub, dos designers Clara Brito e Manuel Correia da Silva, trouxe à Feira Internacional de Macau dez marcas de países lusófonos, incluindo produtos feitos com Burel, um tecido que nasce da lã da Serra da Estrela. A Tufa, marca de calçado de casa, é uma delas

[dropcap]D[/dropcap]esde o século XIX que se produz em Manteigas, na zona da Serra da Estrela, em Portugal, um tecido chamado burel feito à base da lã que vem das montanhas. Há muito esquecido, foi agora reinventado pela Burel Mountain Originals, uma marca cem por cento portuguesa que criou peças de vestuário, calçado, artigos de decoração e têxteis com base no burel, transpondo-o para a contemporaneidade.

Este material é uma das apostas da plataforma MunHub, de Macau, criada em 2014 pelos designers Manuel Correia da Silva e Clara Brito. Este ano a MunHub está presente na Feira Internacional de Macau (MIF) com um total de dez marcas oriundas de países de língua portuguesa.

A Tufa, projecto de design de calçado de casa da autoria de Clara Brito e Margarida Jardim, é um dos produtos em exposição na MunHub. São chinelos feitos com burel, disponíveis nas cores cinzento escuro e azul.
Clara Brito, também fundadora da marca LinesLab, explicou ao HM como nasceu esta parceria. “A Burel Mountain Originals é uma marca que conhecemos há algum tempo e é uma empresa que tem recuperado algo tradicional, como é a lã burel, e que tem uma fábrica com muitos anos de história. A Tufa é uma marca de calçado de casa e estava a ser desenvolvida de uma maneira muito despretensiosa pela Margarida Jardim em Portugal.”

A designer adiantou que “a ideia é fazer uma pantufa com sobras de tecidos e esponjas para criar um calçado confortável e quentinho para usar em casa”. “Quando encontrei estes produtos achei que eles casavam perfeitamente com um material como o burel, e daí surgiu esta união”, frisou Clara Brito.
Com uma presença sólida em Macau, a MunHub sempre procurou criar laços com marcas portuguesas que falem a mesma linguagem.

“Para nós também faz sentido criar uma ligação mais forte com o desenho, que tanto pode acontecer na Europa como na Ásia, mas transferir depois esse potencial desenho para uma pequena indústria tradicional e ter um produto de alta qualidade, de alto valor acrescentado, e fazer esses casamentos. Foi daí que surgiu a Tufa.”
Outra das marcas presentes no espaço MunHub que tem uma parceria com a Burel Mountain Originals é a Pecegueiro & F.os, marca que também nasceu de um negócio familiar e é detida por Pedro Noronha Feio e Sara Lamúrias.

Ao HM, Pedro Noronha Feio falou do projecto nascido da ligação com a burel, a produção de mochilas.
“Somos um gabinete de design que, além de fazer roupa infantil, tem uma parceria com a Burel Mountain Originals, entre outras. Temos uma linha de mochilas com a burel, mas a marca tem uma vida própria e a sua autonomia não passa por aí. Essa é uma colaboração que vem de há muito tempo. Também temos outra marca que colabora desde 2010 com a burel, e que cria produtos em parceria, para a casa e peças de moda.”

Sendo esta a primeira vez da Pecegueiro & F.os em Macau e na MIF, Pedro Noronha Feio tem algumas esperanças de poder entrar no mercado chinês. “A nossa expectativa com esta presença é a divulgação do nosso trabalho, chegar a novos mercados e a este lado do mundo.”

Participação “mais extensa”

O stand da MunHub pode ser visitado até domingo no espaço PLPEX (Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa), inserido na MIF. Clara Brito fala de uma presença que, este ano, é “mais extensa”.

“Temos dez marcas e a maioria delas são de Portugal, temos uma do Brasil, e de Macau. Quisemos fazer um aglomerado de marcas e isso tem a ver com o trabalho que temos vindo a desenvolver com os países de língua portuguesa. Estamos relacionados com várias marcas. Quando criamos a MunHub, em 2014, quisemos aproveitar o histórico que já tínhamos com a nossa própria marca, os conhecimentos e experiência, e estender tudo isso para outras marcas que se queiram expandir.”

Além disso, a MunHub também está ligada à organização de desfiles de moda de seis marcas lusófonas, não só de Portugal mas também de Moçambique e São Tomé e Príncipe.

19 Out 2018

MIF | Consultores de imobiliário queixam-se da burocracia dos vistos Gold

[dropcap]A[/dropcap] edição deste ano da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa) conta com a presença de algumas empresas ligadas ao sector imobiliário que buscam oportunidades de negócio na China e Portugal, sempre com Macau como elo de ligação.

Numa altura em que o mercado imobiliário em Portugal atravessa um boom, com pouca oferta e muita procura por parte de estrangeiros, o HM falou com três empresas que trabalham com processos de vistos Gold e que assumem que é preciso flexibilizar o programa de captação de investimento e torná-lo menos burocrático.

“É um programa a que se tem de dar um pouco mais de credibilidade e rapidez no desenrolar dos processos. Continua a existir muita burocracia e é um grande obstáculo”, contou ao HM Vítor Rodelo, representante da agência imobiliária Casa 10, que pela primeira vez marca presença na MIF.

Vera Zhou, consultora da empresa de consultadoria Perfeição, radicada em Macau, defendeu que existe uma menor procura dos investidores chineses por casas em Portugal dado o aumento dos preços no mercado. Além disso, não gostam da lentidão do processo.

“A obtenção dos vistos Gold em Portugal é um processo muito lento, os chineses ouviram falar de casos onde existe de facto esta lentidão e eles gostam de processos rápidos e fáceis, e assim acho que será mais difícil atrair chineses para investimento.”

Amy Wong, advogada na Wong and Partners, tem em mãos cinco casos relacionados com vistos Gold. “Dois deles são de clientes chineses que compraram propriedades a um preço bastante mais elevado do que o seu valor real.”
A advogada nota um decréscimo na procura por estes pedidos de residência por via do investimento. “No inicio dos vistos Gold, em finais de 2012, e em 2013 e 2014 havia muitos chineses à procura, mas actualmente não temos recebido muitos pedidos”, concluiu.

18 Out 2018

MIF 2018 | Desfile de moda com criadores locais acontece este sábado

[dropcap]C[/dropcap]hama-se “Moda. Momento de Encontro – Desfile dos Trabalhos de Moda” e é o evento que vai mostrar os trabalhos dos designers de Macau e que acontece no próximo sábado, dia 20, pelas 14h30, inserido na edição deste ano da Feira Internacional de Macau (MIF).

O desfile irá mostrar as peças produzidas com o apoio dos subsídios atribuídos pelo Instituto Cultural, onde um total de 64 conjuntos de vestuário serão exibidos, incluindo “roupas masculinas elegantes, roupas femininas casuais, vestidos de alta-costura para mulheres e roupas para toda a família”.

Os designers que vão mostrar as suas colecções são Leng Carmen, Cheang Man Cheng e Mac Chi Lon (equipa), Tam Chi Kit, Wai Chin Seong, Siu David, Cheang Chi Tat, Lo Ka Heng e Choi Wai Leng (equipa), Wong Ha e Cheong Kuan Peng (equipa).

De acordo com um comunicado, o IC “espera, através deste desfile, possibilitar aos designers de moda locais acumular experiência com exposições, exibir e promover ao público local e estrangeiro os últimos trabalhos dos designers de moda do território”.

17 Out 2018

MIF 2018 | Marcas de design portugueses presentes na Feira Internacional de Macau

[dropcap]A[/dropcap] plataforma Munhub, um projecto dos designers de Macau Manuel Correia da Silva e Clara Brito, fundadores da marca Lines Lab, vai estar presente na edição deste ano da Feira Internacional de Macau, no espaço PLPEX 2018 – Exposição de Produtos e Serviços os Países de Língua Portuguesa. A exposição estará patente até ao próximo sábado.

No Venetian vão estar expostos produtos de dez marcas portuguesas ligadas ao sector da moda e produção têxtil, como é o caso da Burel Mountain Originals, a Pecegueiro & F.os, a Manifesto Moda, a aforestdesign e a Näz, entre outras. No caso da Burel Mountain Originals, trata-se de uma marca criada no coração da Serra da Estrela que aproveitou o Burel, uma lã produzida na região e há muito esquecida no que diz respeito à sua utilidade. Hoje a marca produz não apenas peças de vestuário e calçado como também artigos de decoração e mobiliário.

Na sua página oficial no Facebook, os fundadores da plataforma Munhub afirmam que “a PLPEX é uma plataforma de oportunidades de negócios entre a China e os Países de Língua Portuguesa, focada no Delta do Rio das Pérolas”. A.S.S.

17 Out 2018

Feira Internacional de Macau abre quinta-feira e reforça aposta no mercado lusófono

[dropcap]A[/dropcap] Feira Internacional de Macau (MIF), o maior evento para a promoção do comércio e investimento do território, regressa na quinta-feira com um espaço alargado dedicado aos produtos e serviços dos países lusófonos, anunciou a organização.

Moçambique, que tem reforçado o intercâmbio cultural com Macau, e a província chinesa de Fujian, no norte de Guangdong, serão, respetivamente, o país e a região parceiros da 23.ª edição, que volta a receber a participação de mais de 50 países e regiões.

De acordo com o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), a edição deste ano vai centrar-se nas vantagens de Macau como plataforma de negócios e serviços comerciais entre a China e os países de língua portuguesa.

“Promover intercâmbios e cooperação económicos e comerciais regionais” é o principal objetivo das dezenas de fóruns, conferências e workshops integrados na MIF, que pretende também “ajudar as empresas participantes a explorarem oportunidades no âmbito das iniciativas chinesas ‘Uma Faixa, Uma Rota’ e ‘Grande Baía’, indicou o IPIM.

Ao mesmo tempo, vai decorrer a Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX), com o objetivo de reforçar o papel de Macau enquanto plataforma de cooperação entre a China e o espaço lusófono.

Inaugurada em 2015 sob a forma de “exposição dentro de uma exposição”, no mesmo recinto da MIF, a PLPEX cresceu em 2017, ano em que decorreu de forma independente pela primeira vez e atraiu mais de 210 instituições e empresas dos países lusófonos.

Este ano, o IPIM duplicou a área dedicada à exposição – agora com 6.000 metros quadrados – e conta receber mais de 300 stands.

De acordo com o IPIM, foram assinados na MIF do ano passado 67 protocolos, incluindo projetos de cooperação entre governos e associações comerciais, nas áreas da agricultura, turismo, desporto, educação, tecnologia e comércio de produtos alimentares.

Em 2017, a MIF contou com a participação de empresas de mais de 50 países e regiões, ao longo de mais de 1.500 stands. Realizaram-se, ainda, 389 sessões de bolsas de contacto entre os compradores presentes, de acordo com dados do IPIM.

“A realização dos dois eventos [MIF E PLPEX] no mesmo período produziu um efeito ainda melhor, tendo apresentado resultados satisfatórios e recebido comentários muito positivos tanto por parte de empresários como por parte de cidadãos”, sublinhou o instituto em comunicado.

16 Out 2018

Cooperação | Moçambique vai ser “país parceiro” na 23.ª MIF

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]oçambique será o “país parceiro” da 23.ª edição da Feira Internacional de Macau (MIF), organizada pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), anunciou a instituição.

A próxima edição vai decorrer de 18 a 20 de Outubro e vai centrar-se nas vantagens de Macau como plataforma de serviços para a cooperação internacional entre a China e os Países de Língua Portuguesa, indicou o IPIM em comunicado.

Para promover o certame e fortalecer o intercâmbio cultural entre os dois países, os representantes do IPIM visitaram, na semana passada, o país africano, onde foram recebidos pelo primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário.

Durante os encontros, o governante moçambicano manifestou interesse em desenvolver, através de Macau, os mercados da China e dos países lusófonos para atrair um maior número de empresas investidoras no país.

A MIF realiza-se anualmente em Outubro e tem como objectivo reforçar a cooperação e o intercâmbio comerciais. Ao mesmo tempo, terá lugar a Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX). Na edição passada, que teve como “país parceiro” Angola, a MIF recebeu mais de 50 países e regiões, bem como mais de mil empresas e outras organizações.

27 Mar 2018

Reciclagem | Sustentabilidade passa por cooperação regional

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau está no caminho da sustentabilidade, mas as dificuldades, associadas com as características próprias do território, ainda são muitas. Por limitações ligadas à falta de espaço, a solução para problemas como a reciclagem passa pela cooperação regional. A ideia foi deixada pelo presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), José Tavares, à margem do Fórum Económico “Cidades Sustentáveis”, uma iniciativa integrada na 22.ª Feira Internacional de Macau (MIF na sigla inglesa). “Não temos espaço no território para tratar os lixos e o aterro está praticamente cheio” afirmou José Tavares. Para o responsável, Macau pode até “fazer uma primeira triagem antes de enviar o lixo para os sítios específicos e estes serem depois reutilizados”, apontou o responsável.

No entanto, “a questão é que não temos capacidade nem espaço aqui e o projecto tem de ser regional. Sou apoiante disso”, sublinhou o presidente do IACM.

José Tavares garantiu ainda que o novo mercado de Saec Pai Van vai ter as portas abertas no próximo ano apesar dos atrasos causados pelos estragos com a passagem do tufão Hato pelo território.

23 Out 2017

MIF | Evento concretiza o papel do território enquanto plataforma

A Feira Internacional de Macau volta a sublinhar o papel do território como ligação entre o continente e os países da lusofonia. Foram assinados 67 protocolos em que o mercado português e da América Latina reforçam a colaboração com empresas locais

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] 22ª edição da Feira Internacional de Macau (MIF na sigla inglesa), culminou mais uma vez na assinatura de uma série de protocolos que permitem agilizar as relações comerciais e de investimento entre a China e os países da Lusofonia, tendo o território como plataforma de ligação. No total foram 67 documentos, entre protocolos e memorandos de colaboração, que, tendo empresas locais como mediadoras garantem, não só a presença de mais relações com Macau, como representam uma porta aberta para o mercado chinês.

O leite Terra Nostra é um exemplo. O protocolo foi assinado na sexta-feira e a parceria é feita com uma empresa sediada em Macau. “Com esta colaboração vamos avaliar a possibilidade de começarmos a vender o nosso leite de pastagem no território”, disse ao HM Ana Gonçalves, representante da BEL Portugal, empresa responsável pela distribuição do produto.

No entanto, é o mercado chinês que está na mira. “Achamos que se trata de um produto com um grande potencial de aceitação no mercado do continente e Macau, por ter uma ligação especial com a lusofonia, é uma porta de entrada para esse efeito”, referiu a responsável.

Por outro lado, o leite Terra Nostra, considera Ana Gonçalves, vai ao encontro das tendências dos consumidores em procurar cada vez mais produtos naturais. A China não é excepção e “em grandes cidades como Xangai e Pequim, onde as pessoas vivem com a poluição todos os dias, ter a oportunidade de que se está a consumir um produto natural que vem de um lugar saudável pode ser um factor relevante”, considera.

Mais que um continente

Dos protocolos assinados, o Brasil também marcou uma forte presença na MIF. Lígia Lui é sino brasileira e veio à feira internacional formalizar a colaboração no sector da consultadoria entre o grupo que lidera e uma empresa com sede em Macau e representação no continente.

A ideia é que, “através de Macau, exista uma ponte entre a China e o Brasil que possa ser expandida a outros países lusófonos”, apontou ao HM.

O território representa, para Lígia Liu, “uma verdadeira plataforma”. “Já temos vários projectos em andamento que incluem a promoção de negócios e de investimento”, sublinhou.

A medicina chinesa já é um produto exportado para o Brasil e o investimento na cultura é uma prioridade. “Temos trabalho feito no que respeita à tradução de livros académicos chineses para português para que mais países lusófonos possam entender a China e a sua forma de pensamento”, explicou Lígia Liu.

Já Carolina Valente, presidente da Federação Ibérico Americana de Jovens Empresários (FIJE) quer levar as relações com a China mais longe, “não só aos países da lusofonia como a todos os que integram a América Latina e mesmo a Espanha e a Andorra”, referiu a representante da federação.

O continente é um mercado que não pode ser descurado nos dias de hoje. “Tanto na importação como na exportação temos com a China um grande espaço para que os negócios passam ser promovidos e há cada vez mais países a querem fazer negócio com o continente. Nós, que também temos um mercado imenso, somos igualmente vistos como um alvo pelas empresas chinesas”, disse.

Macau representa a ligação óbvia até porque “fortalece, cada vez mais, a relação com os países de língua portuguesa”, rematou Carolina Valente.

Brilhante Dias faz balanço “muito positivo”

[dropcap style≠’circle’]”O[/dropcap] balanço é muito positivo” disse o secretário Estado para a Internacionalização de Portugal, Eurico Brilhante Dias aos jornalistas à margem do Fórum Económico “Cidades Sustentáveis”, uma iniciativa integrada na 22.ª Feira Internacional de Macau (MIF na sigla inglesa). Para o governante português, o evento fez com que fosse possível” cumprir com os objectivos fundamentais” e reforçou o papel do território na ligação entre Portugal e China. “O primeiro objectivo alcançado foi o de reforçar o sinal claro de que Portugal percebe a identidade particular da Região Administrativa Especial de Macau e que está disposto a reforçar a cooperação também no âmbito trilateral, na sequência do memorando firmado pela China e Portugal”, referiu Eurico Brilhante Dias aos jornalistas. O secretário de Estado considera ainda que a presença de Portugal na 22.ª edição da MIF foi mais relevante do que nas edições anteriores. “É a maior representação externa no quadro dos países de língua portuguesa aqui na MIF e este ano com uma dimensão que, além do factor numérico, tem um elemento qualitativo que, devo dizer, é muito interessante”, referiu. “Além dos produtos de tradição onde se encontram os agro-alimentares, temos hoje um leque de serviços bastante mais sofisticados que oferecemos ao mundo”, rematou.

23 Out 2017

Economia | Félix Pontes critica a fraca relação comercial entre Macau e CPLP

O estreitar de relações comerciais entre Macau e os países lusófonos é um dos chavões mais ouvidos quando se discute o comércio externo do território. Porém, os números da balança externa não revelam essa realidade. O economista António Félix Pontes realça esta falha e mostra-se favorável à abertura de linhas de crédito para fomentar os negócios

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] economista António Félix Pontes defende que Macau deve “criar condições”, como facilitar o financiamento de projectos, perante a “dimensão frustrante” do comércio com os países de língua portuguesa, que “em nada” reflecte as expectativas das manifestações políticas.

“É um facto indesmentível que o relacionamento comercial entre Macau e os países de língua portuguesa tem tido uma dimensão frustrante, não traduzindo em nada as expectativas emergentes das frequentes manifestações políticas nesse sentido”, disse à Lusa Félix Pontes, interveniente na sexta-feira num fórum económico integrado na Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla em inglês), que terminou ontem.

“Os números são insignificantes, são ridículos. Temos de ser realistas e falar verdade e com seriedade”, afirmou, salientando que o saldo acumulado “nestes últimos três anos, até Agosto, vai em 1,6 mil milhões de patacas negativos para Macau”.

Além disso, observou, o número de parceiros comerciais no universo lusófono é reduzido: a título de exemplo, entre Janeiro e Agosto, Macau exportou apenas para quatro dos oito países de língua portuguesa (Portugal, Moçambique, Brasil e Angola).

“Quando há um grande défice têm de se criar instrumentos para tentar reverter a situação”, enfatizou Félix Pontes, actualmente presidente do Instituto de Formação Financeira depois de, em 2015, se ter aposentado ao fim de 35 anos ao serviço do antigo Instituto Emissor de Macau e da Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

Crédito às exportações

“Há que criar condições”, como “facilitar o financiamento de projectos, seja de exportação [ou] de investimento”, sustentou o economista à margem da MIF.

“O seguro de crédito pode desempenhar uma função importante, […] porque acarreta muitas vantagens para os exportadores, mas também a concessão de linhas de crédito. A China já fez o seu papel: tem linhas de crédito para todos os países, está a ter retorno – não só financeiro, mas também em termos políticos”, argumentou.

Neste âmbito, saudou o acordo, firmado na quinta-feira, entre a seguradora de créditos portuguesa Cosec e a AMCM, que lança as bases para criar “uma agência de crédito à exportação para apoiar empresas que pretendam operar nos países lusófonos”. Porém, espera que “não fique no papel”, à semelhança de outros assinados no passado.

Independentemente de ser uma seguradora governamental, como existe em Hong Kong ou na China, ou uma agência de crédito à exportação, igualmente com suporte do governo, Félix Pontes defendeu a aposta com “maior urgência” na criação efectiva, porque, ao cobrir os riscos políticos, faz com que os empresários “tenham menos relutância” particularmente em relação a novos mercados.

“Os exportadores de Macau têm a percepção de que os países africanos de língua portuguesa e Timor-Leste são países de elevado risco. Grande parte dos empresários locais considera que pelo menos alguns acarretam elevados riscos e têm razão”, explicou Félix Pontes, indicando que “na classificação de risco de países da OCDE grande parte dos países africanos de língua portuguesa e Timor-Leste está no grau 5 a 7, que é o máximo”.

“Até o Brasil, neste momento, também acho que está no nível 5 ou 6 e, portanto, os empresários têm uma certa retracção em exportar”, embora alguns também reconheçam que existem “muitas oportunidades”, acrescentou.

Para Félix Pontes, há uma série de políticas que Pequim tem proporcionado, como o CEPA (Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Interior da China e Macau) ou a iniciativa global “Uma Faixa, Uma Rota” que “criam imensas oportunidades para as empresas de Macau actuarem como intermediárias” entre a China e os países de língua portuguesa.

No entanto, perante os riscos políticos e comerciais, é “determinante” que tenham à sua disposição um mecanismo de seguro de crédito – o que já ocorre em grande parte das jurisdições em todo o mundo” –, dado que “continuam numa situação de desvantagem competitiva nesse capítulo comparativamente às de Hong Kong e da China”.

Em paralelo, Félix Pontes defendeu a concessão de linhas de crédito à exportação pela AMCM aos bancos centrais africanos de língua portuguesa e Timor-Leste: “Creio que seria benéfico para se enveredar definitivamente para um certa diversificação da economia de Macau”.

“Desde que cheguei a Macau em 1980 que já se falava da diversificação, mas, no entanto, só fica no papel ou então em meras manifestações políticas”, frisou.

23 Out 2017

MIF | Secretário de Estado pede aprofundamento de relações

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário de Estado da Internacionalização defendeu ontem o aprofundamento da relação histórica de Portugal e Macau, apoiando progressivamente o território como plataforma para os países lusófonos.

Eurico Brilhante Dias falava aos jornalistas depois da cerimónia de abertura da 22.ª Feira Internacional de Macau (MIF) e Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX), que decorrem em simultâneo.

Os próximos passos da relação histórica de Portugal com Macau são “aprofundar e procurar que instrumentos como o fundo de cooperação com os países de língua portuguesa possam ter uma abordagem para um conjunto de projectos mais abrangente”, não só para grandes projectos ligados às infra-estruturas e obras públicas, mas também instrumentos financeiros orientados para as pequenas e médias empresas, afirmou.

O responsável lembrou a assinatura do memorando de entendimento entre a seguradora de créditos portuguesa Cosec e a Autoridade Monetária de Macau para desenvolver “uma agência de crédito à exportação para apoiar empresas que pretendam operar nos países lusófonos” (ver página 7).

“Muitos países do mundo gostariam de ter com a China uma plataforma como esta em Macau, com este grau de conhecimento e de intersecção”, afirmou.

Consulado em 2019

“Macau é um valor para os dois países [Portugal e China] e é que isso que procuramos afirmar e explorar”, sublinhou.

O secretário de Estado indicou ainda que Portugal se prepara para abrir “provavelmente em 2019” um Consulado em Cantão (sul da China) e uma delegação da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

Sobre a participação portuguesa na PLPEX, Eurico Brilhante Dias destacou o “caminho fantástico nos últimos anos de aumento de valor” da economia e produtos portugueses, visível nas feiras internacionais como a de Macau.

20 Out 2017

MIF | Feira destaca relações entre Macau, Guangdong e Angola

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] fórum para o comércio e investimento entre Angola, província de Guangdong e Macau vai ser um dos destaques da edição de 2017 da Feira Internacional de Macau (MIF), entre 19 e 21 de Outubro.

A 22.ª edição da MIF terá Angola como “país parceiro” e Guangdong como “província parceira”, contando com a presença de empresários e representantes políticos que vão apresentar durante o fórum, no dia 19, os últimos desenvolvimentos económicos e o ambiente de investimentos, indicou, em comunicado, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), responsável pela organização da feira.

Além da assinatura de protocolos, o fórum contará com sessões de promoção dos mercados e apresentação de temas empresariais de Angola, Guangdong e Macau enquanto plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa.

A 22.ª MIF vai contar com várias zonas de exposição, além de conferências e seminários de promoção sobre diversos temas, bolsas de contactos, destacando-se ainda a mesa-redonda sobre construção de infra-estruturas da província de Jiangsu (leste), Macau e os países lusófonos e a terceira edição do fórum de jovens empresários entre a China e os países de língua portuguesa.

O crescente interesse nos produtos e serviços dos países lusófonos levou à criação de um espaço individualizado na MIF, designado como PLPEX (Exposição dos Países de Língua Portuguesa), anunciou à Lusa, em Julho, Glória Batalha, administradora do IPIM.

Glória Batalha esclareceu que esta decisão de individualizar e colocar a PLPEX ao lado da MIF é o resultado de um trabalho estratégico de reforçar o papel de Macau como plataforma de cooperação entre a China e o bloco lusófono, como definido por Pequim.

13 Out 2017

MIF termina com celebração de mais de 50 protocolos

[dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]epresentantes de mais de 50 países e regiões estiveram no território para mais uma edição da Feira Internacional de Macau. O tufão roubou um dia ao certame mas o IPIM garante que, ainda assim, o balanço é positivo

Teve um dia a menos do que seria suposto, por causa da passagem do tufão Haima nas imediações do território, mas ainda assim correu bem. O balanço feito pela organização da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa), que vai já na 21a edição, é francamente positivo. Pelas contas do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), foram realizadas 380 sessões entre empresários na zona de bolsas de contactos. Na MIF deste ano foram celebrados mais de 50 protocolos.

Com uma área superior a 30 mil metros quadrados e com mais de 1600 stands, o evento contou com delegações oriundas de mais de 50 países e regiões. A grande novidade da edição teve que ver com o facto de haver um “país parceiro” e uma “cidade parceira”: Portugal e Pequim foram os convidados.

O IPIM destaca ainda a realização, mais uma vez, da Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa, sublinhando que se trata de uma forma de promover a consolidação do papel de Macau como plataforma para a cooperação entre o espaço lusófono e a China.

Em comunicado, a organização do certame sublinha também o lançamento da zona especial de serviços comerciais para as pequenas e médias empresas sino-lusófonas.

Durante a MIF, foram efectuadas várias actividades relacionadas com os países de língua portuguesa, incluindo a 6ª Cimeira para o Desenvolvimento Comercial e Industrial da Província de Jiangsu, de Macau e dos Países de Língua Portuguesa.

Mais perto da capital

Pequim participa na MIF desde 2010 mas, este ano, apresentou-se no evento como cidade parceira, com dois pavilhões e uma delegação organizada pelo município da capital.

A cidade trouxe até à feira de Macau representantes dos sectores de comércio de serviços e da medicina tradicional chinesa, entre outros. Nota ainda para a promoção que Pequim já está a fazer dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. Noutros domínios, quem passou pela zona da capital na MIF pôde ver artesanato tradicional chinês, como a maquilhagem facial e o corte de papel.

Já há data para a próxima edição da Feira Internacional de Macau: a 22a edição terá lugar entre 19 a 21 de Outubro do próximo ano.

24 Out 2016

MIF | No pavilhão do país parceiro cabe moda, licor beirão e electrónica

Arrancou ontem mais uma edição da Feira Internacional de Macau onde, pela primeira vez, Portugal é o “país parceiro”. No pavilhão mais participado de sempre cabe tudo o que é português: a moda de Fátima Lopes, os vinhos, o Licor Beirão e os produtos alimentares, sem esquecer o futebol e as touradas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] manhã começou animada para os lados do pavilhão de Portugal na 21ª edição da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa). A tuna académica da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa tocava para empresários lusos e chineses, à medida que os expositores começavam a mostrar aquilo que é português. Paulo Alexandre Ferreira, secretário de Estado Adjunto e do Comércio de Portugal, falou da maior presença lusa em Macau neste certame, com cerca de 70 empresas.

“Não quisemos trazer só produtos agro-alimentares, no sentido de mostrar que Portugal tem mais para oferecer além disso. Destacaria os produtos tecnológicos, pois é uma área em que Portugal está a dar cartas ao nível mundial e queremos mostrar a inovação que está a acontecer à China.”

Paulo Alexandre Ferreira garantiu querer manter uma linha orientadora de cooperação após a visita do primeiro-ministro português, António Costa. “Queremos dar a continuidade a essa cooperação. O facto de sermos o primeiro país parceiro, a par de Pequim que é a cidade parceira, dá-nos uma notoriedade acima do normal”, acrescentou.

O pavilhão português tem tudo aquilo que se espera dele. Tem as representações de vinhos, dos queijos, dos chouriços e dos pastéis de nata. Mas há uma aposta notória em outras áreas de investimento, sendo que a moda é uma delas.

fatima-lopes
Fátima Lopes

Fátima Lopes, uma das mais internacionais designers portuguesas, presente na Semana da Moda de Paris há mais de uma década, está pela primeira vez na MIF a mostrar as suas colecções.

“É uma aposta num mercado que considero muito importante, com uma dimensão que, para quem trabalha com moda, é fundamental. Portugal é muito interessante, estou na Europa, estou na Semana de Moda de Paris há muitos anos, e não só Macau mas toda a China é um mercado muito interessante. A marca Fátima Lopes tem capacidade para a dimensão da China, porque a moda não tem limites. Portugal é um país com indústrias de muita qualidade. Este é o momento certo para apostar neste mercado, por exemplo já estou no mercado japonês há muitos anos e faz todo o sentido estar aqui”, contou ao HM.

A cortiça, que há muito transpôs fronteiras, também está presente na MIF com a Najha. Há muito que a cortiça, extraída do sobreiro, existe em Portugal nas rolhas do vinho, mas só há poucos anos começou a ser aliada ao design, com a produção de vestuário, calçado, malas e guarda-chuvas.

“Ainda não chegamos ao mercado chinês, estamos a fazer os primeiros contactos e prospecções. O facto de estarmos na feira é bom. Já fizemos algumas participações de feiras na Europa. Portugal tem muito para oferecer ao mundo e não devem ser apenas a China e Macau a darem essa importância ao país. Temos de ser nós próprios”, contou Daniela Sá, gestora da marca, ao HM.

Em nome da electrónica

Telmo Silva veio para a MIF com a Virtualmente e a associação GrowUp Gaming, projectos que espelham as palavras do secretário de Estado português. A aposta feita na área dos jogos electrónicos chegou a Macau em Agosto do ano passado, com a Grow uP E-Sports Macau. “O mercado chinês está bastante evoluído em termos de desportos electrónicos e é uma das grandes apostas, e esta ligação com a China é muito importante para atrairmos novos investidores nesta área em Portugal”, disse ao HM.

Há muito que o Licor Beirão se bebe em Macau, mas esta é a primeira vez que a marca participa directamente na MIF. Nuno Rocha, gestor de exportação da marca, referiu que quiseram ir além da ligação que já têm com um importador local.

“Estamos aqui para promover o produto e explicar um pouco mais sobre a marca mais famosa de licor em Portugal. Temos orgulho de sermos um licor transversal, que chega a qualquer pessoa que aprecia um produto de qualidade. Estamos a trabalhar aos poucos na China e, ao contrário do que muita gente pensa, é um mercado que implica muito trabalho, investimento e promoção.”

Pelo que já viu na China, os chineses gostam deste licor frutado. “A aceitação é quase total. Para quem gosta de coisas doces é um licor muito agradável de beber, mas com a versatilidade de cocktails, adapta-se a qualquer gosto.”

Futebol e touradas

Pela primeira vez a MIF tem também uma representação do Museu do Futebol Clube do Porto, que tem vindo a ganhar muitos visitantes – 40 por cento são estrangeiros, disse Luís Valente, comercial. A ideia é mostrar um projecto que, além do clube de futebol, conta a história da própria cidade do Porto.

A MIF mostra ainda as touradas, através da Sociedade de Renovação do Campo Pequeno. A praça de touros de Lisboa tem recebido muitos turistas e quer receber ainda mais, sobretudo chineses, “que gostam de ver corridas”, disse ao HM Paula Resende, administradora.

 

23 Out 2016

Paulo Alexandre Ferreira, Secretário de Estado: “Noto um forte interesse da China na aproximação a Portugal”

Lidera a delegação portuguesa que veio este ano à Feira Internacional de Macau (MIF). O secretário de Estado Adjunto e do Comércio de Portugal, Paulo Alexandre Ferreira, acredita que há condições para uma presença mais forte no mercado chinês, sejam os empresários de ambos os países capazes de perceber os diferentes contextos em que se movem. A grande aposta é feita nas novas tecnologias.

[dropcap]E[/dropcap]stá em Macau para participar na MIF, que tem Portugal como país parceiro nesta edição. O que é que se pode esperar desta parceria, da forma como Portugal se apresenta este ano?

Espero que haja um reforço dessa parceria e que seja algo mais, primeiro em termos daquilo que é o sector mais representado – o sector agro-alimentar. Mas espero que se reforce a presença de Portugal noutros sectores de actividade. Temos, por exemplo, a participação de empresas tecnológicas e isso permite catapultar a imagem de Portugal – não só as empresas que participam, mas também todas as outras que não estão representadas – também como um parceiro na área tecnológica. Esperto que isso possa ser visto pela China e pelos outros participantes da Feira com uma visão de que Portugal tem mais para oferecer do que aquilo que são os produtos que tem trazido habitualmente à Feira.

Foi visível na recente reunião ministerial do Fórum Macau um interesse diferente de Portugal pela China. Chegou o momento de Lisboa aproveitar e apanhar um barco que, de certa forma, perdeu, em relação à presença no Fórum Macau e à própria China?

Não sei se perdeu. Neste momento, há uma grande vontade do Governo em afirmar Portugal como uma ponte entre a China e a Europa, entre a China e os países de língua oficial portuguesa, e é nesse sentido que estamos a trabalhar. Esperamos que, em face desse esforço que estamos a desenvolver, isso possa dar frutos e a curto prazo.

Mas houve uma altura, sobretudo nos primeiros anos do Fórum Macau, em que Portugal se colocou, de certo modo, à margem daquilo foi sendo a relação entre a China os países de expressão portuguesa. Nota-se agora, por parte da China, também um novo interesse por Portugal. Sentem isso nos contactos que vão tendo por aqui.

Sim. Mesmo na esfera que tutelo, ao nível da economia, seja em sectores como o consumidor, as actividades económicas e mesmo no domínio da ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica), noto um forte interesse da China e de instituições ligadas ao Governo chinês em ter essa aproximação a Portugal. Há já uma série de protocolos assinados connosco nestes domínios e que demonstram uma apetência da China pela aproximação a Portugal – e Portugal tem todo o interesse em fomentar esse espírito de cooperação.

Voltando à MIF e à questão do sector agro-alimentar que, em Macau, tem uma presença forte. Portugal tem sempre o problema da capacidade de produção para um mercado com a dimensão da China. Com as novas tecnologias essa questão já não se coloca.

Não, consegue-se chegar a todo o lado. Aliás, na semana passada, estávamos a discutir num fórum que se realizou entre a ACEP – a Associação de Comércio Electrónico em Portugal – e a congénere chinesa que pequenas empresas portuguesas nas áreas tecnológicas conseguem colocar-se no mundo de forma plena e ter a pretensão de alimentar um mercado como o chinês. Espero que não haja esse problema e que as empresas portuguesas – não só do sector tecnológico, mas de todos os sectores – vejam a China como um mercado que podem tentar agarrar. É para isso que estou aqui, também para passar a palavra e dar um incentivo às empresas nacionais.

 Ainda no sector tecnológico, existia um grande receio por parte do Ocidente em relação ao modo como a propriedade intelectual é tratada na China. No contacto com as empresas portuguesas, sente que esse problema já foi ultrapassado e que não é assim tão difícil chegar ao mercado chinês?

Sim, não noto isso nos nossos empresários. Não é uma restrição. Consideram que o mercado chinês é um mercado com potencial, não só em termos de dimensão, como em termos qualitativos. Há já uma classe média chinesa que pode revelar apetência por aquilo que são os produtos e serviços portugueses. Não vejo isso como um impeditivo, nem me tem sido assinalado como um problema.

E qual será o problema efectivo para uma aproximação maior entre aquilo serão as potencialidades portuguesas e a China? A distância? As diferenças culturais?

Acho que é perceber a dinâmica do mercado chinês, as particularidades – e penso que é um problema ou um desafio recíproco. As empresas chinesas também têm de perceber o contexto europeu em que Portugal se insere. Os aspectos culturais aproximam-nos, não nos afastam. Agora, as realidades dos mercados em que nos movemos são diferentes – não é um obstáculo, mas constitui um desafio. Penso que há hoje condições para ser ultrapassado da melhor forma. Lá está: é preciso haver cooperação e proximidade entre entidades não só públicas, mas também entre empresas.

Temos assistido nestes últimos anos a um grande investimento por parte de grupos estatais chineses em Portugal, através da aquisição de empresas em áreas fulcrais. Existe, portanto, uma grande presença no país. O contrário tem também de acontecer, com as devidas diferenças em termos de dimensão e numa outra proporção? Portugal não pode ficar à espera, mas sair também do país para captar outro tipo de investimento?

Espero que, neste momento, a porta de entrada seja uma porta para o mercado e, a partir daí, logo se verá. Não podemos ter a veleidade de querer ter uma presença na China como a China consegue ter, neste momento, em Portugal, em termos de aquisição de activos. A minha preocupação é também contribuir para que possa existir uma presença de empresas portuguesas no mercado chinês. Não a colocaria ao nível da aquisição de activos, mas de acesso e de presença no mercado.

E em relação ao que poderá ser a presença chinesa no futuro? Já houve a aquisição de activos em sectores fundamentais. Como é que poderá ser a presença da China em Portugal – e que não colida com aquilo que é a posição manifesta do Partido Socialista em relação a áreas estruturais da economia?

Não colocaria a questão em termos do Partido Socialista; neste momento são os termos que foram definidos pelo Governo. Um sector que pode beneficiar do que a China pode oferecer é a área da logística. Também aí Portugal pode ser uma porta de entrada na Europa e tirarmos partido de alguns activos que temos – como o Porto de Sines, as boas ligações ao resto da Europa –, e permitir centrar novamente o país naquilo que é a sua posição no mundo. Colocá-lo, mais uma vez, como porta de entrada de mercadorias – seja da China, seja de outros sítios – na Europa, e também aí ganharmos competitividade face a outras portas de entrada que neste momento existem.

20 Out 2016