Hoje Macau SociedadeMIF termina com celebração de mais de 50 protocolos [dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]epresentantes de mais de 50 países e regiões estiveram no território para mais uma edição da Feira Internacional de Macau. O tufão roubou um dia ao certame mas o IPIM garante que, ainda assim, o balanço é positivo Teve um dia a menos do que seria suposto, por causa da passagem do tufão Haima nas imediações do território, mas ainda assim correu bem. O balanço feito pela organização da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa), que vai já na 21a edição, é francamente positivo. Pelas contas do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), foram realizadas 380 sessões entre empresários na zona de bolsas de contactos. Na MIF deste ano foram celebrados mais de 50 protocolos. Com uma área superior a 30 mil metros quadrados e com mais de 1600 stands, o evento contou com delegações oriundas de mais de 50 países e regiões. A grande novidade da edição teve que ver com o facto de haver um “país parceiro” e uma “cidade parceira”: Portugal e Pequim foram os convidados. O IPIM destaca ainda a realização, mais uma vez, da Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa, sublinhando que se trata de uma forma de promover a consolidação do papel de Macau como plataforma para a cooperação entre o espaço lusófono e a China. Em comunicado, a organização do certame sublinha também o lançamento da zona especial de serviços comerciais para as pequenas e médias empresas sino-lusófonas. Durante a MIF, foram efectuadas várias actividades relacionadas com os países de língua portuguesa, incluindo a 6ª Cimeira para o Desenvolvimento Comercial e Industrial da Província de Jiangsu, de Macau e dos Países de Língua Portuguesa. Mais perto da capital Pequim participa na MIF desde 2010 mas, este ano, apresentou-se no evento como cidade parceira, com dois pavilhões e uma delegação organizada pelo município da capital. A cidade trouxe até à feira de Macau representantes dos sectores de comércio de serviços e da medicina tradicional chinesa, entre outros. Nota ainda para a promoção que Pequim já está a fazer dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. Noutros domínios, quem passou pela zona da capital na MIF pôde ver artesanato tradicional chinês, como a maquilhagem facial e o corte de papel. Já há data para a próxima edição da Feira Internacional de Macau: a 22a edição terá lugar entre 19 a 21 de Outubro do próximo ano.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeMIF | No pavilhão do país parceiro cabe moda, licor beirão e electrónica Arrancou ontem mais uma edição da Feira Internacional de Macau onde, pela primeira vez, Portugal é o “país parceiro”. No pavilhão mais participado de sempre cabe tudo o que é português: a moda de Fátima Lopes, os vinhos, o Licor Beirão e os produtos alimentares, sem esquecer o futebol e as touradas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] manhã começou animada para os lados do pavilhão de Portugal na 21ª edição da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa). A tuna académica da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa tocava para empresários lusos e chineses, à medida que os expositores começavam a mostrar aquilo que é português. Paulo Alexandre Ferreira, secretário de Estado Adjunto e do Comércio de Portugal, falou da maior presença lusa em Macau neste certame, com cerca de 70 empresas. “Não quisemos trazer só produtos agro-alimentares, no sentido de mostrar que Portugal tem mais para oferecer além disso. Destacaria os produtos tecnológicos, pois é uma área em que Portugal está a dar cartas ao nível mundial e queremos mostrar a inovação que está a acontecer à China.” Paulo Alexandre Ferreira garantiu querer manter uma linha orientadora de cooperação após a visita do primeiro-ministro português, António Costa. “Queremos dar a continuidade a essa cooperação. O facto de sermos o primeiro país parceiro, a par de Pequim que é a cidade parceira, dá-nos uma notoriedade acima do normal”, acrescentou. O pavilhão português tem tudo aquilo que se espera dele. Tem as representações de vinhos, dos queijos, dos chouriços e dos pastéis de nata. Mas há uma aposta notória em outras áreas de investimento, sendo que a moda é uma delas. Fátima Lopes Fátima Lopes, uma das mais internacionais designers portuguesas, presente na Semana da Moda de Paris há mais de uma década, está pela primeira vez na MIF a mostrar as suas colecções. “É uma aposta num mercado que considero muito importante, com uma dimensão que, para quem trabalha com moda, é fundamental. Portugal é muito interessante, estou na Europa, estou na Semana de Moda de Paris há muitos anos, e não só Macau mas toda a China é um mercado muito interessante. A marca Fátima Lopes tem capacidade para a dimensão da China, porque a moda não tem limites. Portugal é um país com indústrias de muita qualidade. Este é o momento certo para apostar neste mercado, por exemplo já estou no mercado japonês há muitos anos e faz todo o sentido estar aqui”, contou ao HM. A cortiça, que há muito transpôs fronteiras, também está presente na MIF com a Najha. Há muito que a cortiça, extraída do sobreiro, existe em Portugal nas rolhas do vinho, mas só há poucos anos começou a ser aliada ao design, com a produção de vestuário, calçado, malas e guarda-chuvas. “Ainda não chegamos ao mercado chinês, estamos a fazer os primeiros contactos e prospecções. O facto de estarmos na feira é bom. Já fizemos algumas participações de feiras na Europa. Portugal tem muito para oferecer ao mundo e não devem ser apenas a China e Macau a darem essa importância ao país. Temos de ser nós próprios”, contou Daniela Sá, gestora da marca, ao HM. Em nome da electrónica Telmo Silva veio para a MIF com a Virtualmente e a associação GrowUp Gaming, projectos que espelham as palavras do secretário de Estado português. A aposta feita na área dos jogos electrónicos chegou a Macau em Agosto do ano passado, com a Grow uP E-Sports Macau. “O mercado chinês está bastante evoluído em termos de desportos electrónicos e é uma das grandes apostas, e esta ligação com a China é muito importante para atrairmos novos investidores nesta área em Portugal”, disse ao HM. Há muito que o Licor Beirão se bebe em Macau, mas esta é a primeira vez que a marca participa directamente na MIF. Nuno Rocha, gestor de exportação da marca, referiu que quiseram ir além da ligação que já têm com um importador local. “Estamos aqui para promover o produto e explicar um pouco mais sobre a marca mais famosa de licor em Portugal. Temos orgulho de sermos um licor transversal, que chega a qualquer pessoa que aprecia um produto de qualidade. Estamos a trabalhar aos poucos na China e, ao contrário do que muita gente pensa, é um mercado que implica muito trabalho, investimento e promoção.” Pelo que já viu na China, os chineses gostam deste licor frutado. “A aceitação é quase total. Para quem gosta de coisas doces é um licor muito agradável de beber, mas com a versatilidade de cocktails, adapta-se a qualquer gosto.” Futebol e touradas Pela primeira vez a MIF tem também uma representação do Museu do Futebol Clube do Porto, que tem vindo a ganhar muitos visitantes – 40 por cento são estrangeiros, disse Luís Valente, comercial. A ideia é mostrar um projecto que, além do clube de futebol, conta a história da própria cidade do Porto. A MIF mostra ainda as touradas, através da Sociedade de Renovação do Campo Pequeno. A praça de touros de Lisboa tem recebido muitos turistas e quer receber ainda mais, sobretudo chineses, “que gostam de ver corridas”, disse ao HM Paula Resende, administradora.
Isabel Castro Entrevista Manchete SociedadePaulo Alexandre Ferreira, Secretário de Estado: “Noto um forte interesse da China na aproximação a Portugal” Lidera a delegação portuguesa que veio este ano à Feira Internacional de Macau (MIF). O secretário de Estado Adjunto e do Comércio de Portugal, Paulo Alexandre Ferreira, acredita que há condições para uma presença mais forte no mercado chinês, sejam os empresários de ambos os países capazes de perceber os diferentes contextos em que se movem. A grande aposta é feita nas novas tecnologias. [dropcap]E[/dropcap]stá em Macau para participar na MIF, que tem Portugal como país parceiro nesta edição. O que é que se pode esperar desta parceria, da forma como Portugal se apresenta este ano? Espero que haja um reforço dessa parceria e que seja algo mais, primeiro em termos daquilo que é o sector mais representado – o sector agro-alimentar. Mas espero que se reforce a presença de Portugal noutros sectores de actividade. Temos, por exemplo, a participação de empresas tecnológicas e isso permite catapultar a imagem de Portugal – não só as empresas que participam, mas também todas as outras que não estão representadas – também como um parceiro na área tecnológica. Esperto que isso possa ser visto pela China e pelos outros participantes da Feira com uma visão de que Portugal tem mais para oferecer do que aquilo que são os produtos que tem trazido habitualmente à Feira. Foi visível na recente reunião ministerial do Fórum Macau um interesse diferente de Portugal pela China. Chegou o momento de Lisboa aproveitar e apanhar um barco que, de certa forma, perdeu, em relação à presença no Fórum Macau e à própria China? Não sei se perdeu. Neste momento, há uma grande vontade do Governo em afirmar Portugal como uma ponte entre a China e a Europa, entre a China e os países de língua oficial portuguesa, e é nesse sentido que estamos a trabalhar. Esperamos que, em face desse esforço que estamos a desenvolver, isso possa dar frutos e a curto prazo. Mas houve uma altura, sobretudo nos primeiros anos do Fórum Macau, em que Portugal se colocou, de certo modo, à margem daquilo foi sendo a relação entre a China os países de expressão portuguesa. Nota-se agora, por parte da China, também um novo interesse por Portugal. Sentem isso nos contactos que vão tendo por aqui. Sim. Mesmo na esfera que tutelo, ao nível da economia, seja em sectores como o consumidor, as actividades económicas e mesmo no domínio da ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica), noto um forte interesse da China e de instituições ligadas ao Governo chinês em ter essa aproximação a Portugal. Há já uma série de protocolos assinados connosco nestes domínios e que demonstram uma apetência da China pela aproximação a Portugal – e Portugal tem todo o interesse em fomentar esse espírito de cooperação. Voltando à MIF e à questão do sector agro-alimentar que, em Macau, tem uma presença forte. Portugal tem sempre o problema da capacidade de produção para um mercado com a dimensão da China. Com as novas tecnologias essa questão já não se coloca. Não, consegue-se chegar a todo o lado. Aliás, na semana passada, estávamos a discutir num fórum que se realizou entre a ACEP – a Associação de Comércio Electrónico em Portugal – e a congénere chinesa que pequenas empresas portuguesas nas áreas tecnológicas conseguem colocar-se no mundo de forma plena e ter a pretensão de alimentar um mercado como o chinês. Espero que não haja esse problema e que as empresas portuguesas – não só do sector tecnológico, mas de todos os sectores – vejam a China como um mercado que podem tentar agarrar. É para isso que estou aqui, também para passar a palavra e dar um incentivo às empresas nacionais. Ainda no sector tecnológico, existia um grande receio por parte do Ocidente em relação ao modo como a propriedade intelectual é tratada na China. No contacto com as empresas portuguesas, sente que esse problema já foi ultrapassado e que não é assim tão difícil chegar ao mercado chinês? Sim, não noto isso nos nossos empresários. Não é uma restrição. Consideram que o mercado chinês é um mercado com potencial, não só em termos de dimensão, como em termos qualitativos. Há já uma classe média chinesa que pode revelar apetência por aquilo que são os produtos e serviços portugueses. Não vejo isso como um impeditivo, nem me tem sido assinalado como um problema. E qual será o problema efectivo para uma aproximação maior entre aquilo serão as potencialidades portuguesas e a China? A distância? As diferenças culturais? Acho que é perceber a dinâmica do mercado chinês, as particularidades – e penso que é um problema ou um desafio recíproco. As empresas chinesas também têm de perceber o contexto europeu em que Portugal se insere. Os aspectos culturais aproximam-nos, não nos afastam. Agora, as realidades dos mercados em que nos movemos são diferentes – não é um obstáculo, mas constitui um desafio. Penso que há hoje condições para ser ultrapassado da melhor forma. Lá está: é preciso haver cooperação e proximidade entre entidades não só públicas, mas também entre empresas. Temos assistido nestes últimos anos a um grande investimento por parte de grupos estatais chineses em Portugal, através da aquisição de empresas em áreas fulcrais. Existe, portanto, uma grande presença no país. O contrário tem também de acontecer, com as devidas diferenças em termos de dimensão e numa outra proporção? Portugal não pode ficar à espera, mas sair também do país para captar outro tipo de investimento? Espero que, neste momento, a porta de entrada seja uma porta para o mercado e, a partir daí, logo se verá. Não podemos ter a veleidade de querer ter uma presença na China como a China consegue ter, neste momento, em Portugal, em termos de aquisição de activos. A minha preocupação é também contribuir para que possa existir uma presença de empresas portuguesas no mercado chinês. Não a colocaria ao nível da aquisição de activos, mas de acesso e de presença no mercado. E em relação ao que poderá ser a presença chinesa no futuro? Já houve a aquisição de activos em sectores fundamentais. Como é que poderá ser a presença da China em Portugal – e que não colida com aquilo que é a posição manifesta do Partido Socialista em relação a áreas estruturais da economia? Não colocaria a questão em termos do Partido Socialista; neste momento são os termos que foram definidos pelo Governo. Um sector que pode beneficiar do que a China pode oferecer é a área da logística. Também aí Portugal pode ser uma porta de entrada na Europa e tirarmos partido de alguns activos que temos – como o Porto de Sines, as boas ligações ao resto da Europa –, e permitir centrar novamente o país naquilo que é a sua posição no mundo. Colocá-lo, mais uma vez, como porta de entrada de mercadorias – seja da China, seja de outros sítios – na Europa, e também aí ganharmos competitividade face a outras portas de entrada que neste momento existem.
Hoje Macau SociedadePortugal é “País Parceiro” na 21ª edição da MIF [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] 21ª edição da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa) arranca amanhã e dura até ao dia 22 de Outubro. Este ano Portugal terá um pavilhão próprio na qualidade de “País Parceiro”, enquanto que Pequim será a “Cidade Parceira”, sendo a primeira vez que são estabelecidas estes pavilhões temáticos. O pavilhão português terá como tema “surpresas de Portugal”, sendo que irá servir para apresentar “o ambiente de investimento económico e comercial, as suas infra-estruturas e a sua dinâmica de futuro”. Quanto ao pavilhão de Pequim irá debruçar-se, entre outros projectos, sobre a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno em 2022. Segundo um comunicado oficial, “serão organizadas delegações ao mais alto nível para virem a Macau participar em exposições e apresentações de grande envergadura, por forma a procurarem oportunidades de cooperação bilateral e multilateral”. A nova edição da MIF terá cerca de 1600 expositores e delegações oriundas de 50 países ou regiões. Para além da realização da Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa, será lançada, pela primeira vez, a Zona Especial de Serviços Comerciais para as Pequenas e Médias Empresas Sino-lusófonas. Será ainda lançado o serviço de bolsas de contacto online “dedicado a aumentar a eficácia da MIF”. O público poderá visitar a MIF nos dias 21 e 22 de Outubro, sendo o dia 22 dedicado a contactos empresariais e oficiais.
Hoje Macau SociedadeEdição deste ano da MIF tem Portugal como país parceiro [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] edição deste ano da Feira Internacional de Macau, de 20 a 22 de Outubro, tem Portugal como “país parceiro”, estando previsto um seminário para apresentar o país como “plataforma atlântica” para investimentos na Europa, foi ontem anunciado. A MIF (a sigla em Inglês por que é conhecida a feira de negócios de Macau) estreia nesta 21.ª edição a figura do “país parceiro”, que terá direito a um “pavilhão temático” na entrada do espaço, ao lado do pavilhão da “cidade parceira” (Pequim). No total, os dois pavilhões dos parceiros terão 800 metros quadrados, “mostrando a cultura, a história e divulgando informações sobre o ambiente de investimento e a situação económica mais recentes destes dois locais, de forma a que os visitantes sintam os carismas de Portugal e de Pequim logo que entrem”, segundo divulgou num comunicado o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM), a entidade que organiza a MIF. A MIF contará ainda com uma “exposição de produtos e serviços” dos países lusófonos e um pavilhão de mostra e venda de produtos dos países de língua portuguesa. No ano passado, Portugal teve na MIF a sua maior representação de sempre, com 120 empresas dentro de um total de 133 entidades nacionais, quase o dobro de 2014. Este ano, a MIF conta com a participação de mais de 50 países e regiões, representados em mais de 1600 stands, segundo o comunicado de do IPIM. Do programa da 21.ª MIF, disponível na página oficial da feira na internet, fazem ainda parte fóruns e conferências, incluindo um seminário organizado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AIECP), dedicado ao tema de Portugal como “plataforma atlântica” para investir na Europa.
Sofia Margarida Mota SociedadeProdutos dos PLP voltam a estar em destaque na MIF [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Feira Internacional de Macau (MIF na sigla inglesa) vai, na edição deste ano, ter “novidades”. O destaque está na inserção de agentes locais que vendem produtos dos Países de Língua Portuguesa (PLP), além de empresas convidadas em edições anteriores provenientes desses países. O objectivo, afirma o Instituto de Promoção do Comércio e Investimento (IPIM) em comunicado, é a aglomeração e diversificação dos produtos oriundos dos PLP, bem como dar a conhecer “a sua alta qualidade através desta plataforma internacional”. Segundo Fernando Marques, responsável da CME – Agência de Distribuição de Produtos dos PLP, “a MIF é a plataforma ideal” para a promoção deste tipo de comércio. O empresário de origem portuguesa mudou-se para Macau em 1998 por motivos profissionais e neste momento tem como seus clientes alguns dos mais “prestigiados” hotéis instalados na RAEM. Com uma participação regular na MIF, o empresário garante que “tem tido uma boa reacção mercantil”. Fernando Marques adianta ainda que, na presente edição, serão introduzidos novos produto, como vinhos reconhecidos produzidos nas zonas fronteiriças entre Portugal e Espanha ou o Gin produzido por Portugal. O vinho em particular, refere o empresário, já foi galardoado com um prémio internacional e consequentemente alvo de curiosidade por parte de turistas chineses que o passaram a adquirir depois de terem entrado em contacto com a bebida em Macau. Pedro Almeida, que também integrará a esta edição da MIF, é distribuidor do presunto de raça Bisara e quer introduzir no território o “presunto híbrido” feito de carne de porco preto e porco branco. Como resultado desta edição, o empresário, que também é chef de cozinha, espera que este produto venha a ser escolha privilegiada dos hotéis da região. O evento vai decorrer de 20 a 22 de Outubro, no Venetian, e espera acolher mais de 130 expositores.
Leonor Sá Machado SociedadeMIF 2015 | PLP querem mais apoios da China no sector da pesca Moçambique, Angola, Cabo Verde e a Guiné-Bissau querem criar parcerias com investidores chineses para estabelecer linhas de montagem de pescado que possam ir do mar às prateleiras de supermercado. A China mostrou-se disponível [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s embaixadores de Moçambique, Angola, Cabo Verde e Guiné-Buissau presentes na sexta-feira na Feira Internacional de Macau (MIF) querem mais apoio da China no sector da pesca. Isso mesmo confirmaram durante as intervenções feitas numa conferência sobre actividade piscatória e parcerias. O Embaixador de Angola em Pequim, João Garcia Bires, sublinhou a necessidade “profunda” do país em ter linhas de processamento de pescado, desde o alto-mar até à venda nas prateleiras de supermercados. “Gostaríamos de ver fortalecida a comunicação nas áreas da tecnologia (…) sustentabilidade, intercomunicação de informação e formação de professores”, disse o embaixador. A ideia transmitida pelos representantes dos Países de Língua Portuguesa (PLP) é que a ajuda da China é essencial na criação de um sistema de exportação de pescado de África para o mundo. O processamento do peixe foi o que mais atenção valeu no fórum dedicado ao tema da pesca, que teve lugar na presente edição da MIF. Os embaixadores de PLP africanos referiram estar em carência destes mecanismos, que englobam o próprio acto da pesca, o congelamento, tratamento e transporte dos produtos e, finalmente, a exportação e colocação dos mesmos na prateleira. “Tanto Moçambique como Angola estão interessadas em atrair investimento na área da indústria de pesca. Não só in loco nos países, a pescar, mas também fazendo parte de toda a linha de montagem desde aí até à exportação”, disse Rita Santos, a ex-secretária-geral adjunta do Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Em declarações ao HM, a também Conselheira das Comunidades Portuguesas afirma que Moçambique tem “mais interesse em atrair investimento de empresários chineses para a criação de uma linha de montagem completa”. A relação entre os PLP e a China tem vindo a crescer, principalmente na área da construção de infra-estruturas como habitação social, pontes, estradas e outras edificações. Cabo Verde quer mais Por outro lado, um dos responsáveis de Jangsu presente no painel referiu precisar de criar parcerias que fizessem com que empresas chinesas conseguissem sair da Ásia “para conhecer novos mercados”. Outro dos assuntos focados foi a criação de um centro ou secretariado de Jangsu em Cabo Verde. Não ficou, no entanto, bem esclarecida qual a cidade cabo-verdiana que vai receber o referido centro, que serviria para facilitar as relações entre as duas regiões. O embaixador Júlio Freire de Morais garante que a indústria piscatória de Cabo Verde está a florescer, mas argumenta que ainda assim é preciso que os seus produtos atravessem o mundo. “[O comércio de Cabo Verde] não é significativo [face à realidade chinesa], mas acredito que podemos duplicar e até mesmo triplicar o nosso comércio”, anunciou. O responsável garantiu mesmo existirem “potencialidades” para que o volume de negócios crescesse. Papel local A língua é, para Rita Santos, aquilo que muitas vezes impossibilita a conclusão de processos de negociação. E Macau, neste âmbito, ajuda. “Às vezes não se concluem parcerias por simples falta de informação adequada de ambas as partes”, acrescentou. Na perspectiva da ex-secretária do Fórum, Macau tem “um papel preponderante” no estabelecimento destas relações. Não só devido à sua localização geográfica, mas também à sua capacidade de formar quadros falantes de mandarim e português. Tal ajuda, na opinião de Rita Santos, às negociações. Questionada sobre as vantagens para a China destas trocas comerciais com os PLP na área da pesca, a responsável afirma que tudo tem que ver com a hipotética exclusividade da própria indústria. “A vantagem para a China é que se trata de um negócio totalmente novo e desde que haja a intenção de fazer esse investimento, saindo da China, poderá haver possibilidade de obter a exclusividade na indústria da pesca”, justificou.
Leonor Sá Machado Manchete ReportagemEmpreendedorismo | PME sofrem com crise chinesa, mas há mais apoios do Governo [dropcap style=’circle’]H[/dropcap]á mais pequenas e médias empresas (PME) em Macau, mas algumas delas dizem que tem sido cada vez mais complicado expandirem-se além-RAEM. Tal, dizem, é consequência da crise económica da China e da queda das receitas no mercado do Jogo da região. Segundo dados dos Serviços de Economia (DSE) para este ano, foram aprovados pedidos de financiamento a 380 PME só entre Janeiro e Março deste ano, com o Governo a despender mais de cem milhões nesta vertente. O HM entrou em contacto com sete destas empresas. A esmagadora maioria comercializa serviços, não bens. Servem de ponte de distribuição, importação e exportação para produtos internacionais de e para Macau. Serviços em barda Exemplo disso é a Batilo Trading, empresa fundada há dez anos por Yuki Huang, empresária nascida em Macau que optou por fazer da importação e exportação a sua vida. A líder faz dinheiro com duas vertentes distintas: a primeira e mais antiga dedica-se à disponibilização de serviços de importação e exportação e a mais recente, criada este ano, foca-se na venda de produtos estrangeiros nesta zona do globo. Para Yuki, há duas medidas que têm vindo a ajudar à melhoria deste sector: são eles a diminuição dos custos de Alfândega e os apoios públicos. “O negócio das PME está a crescer exponencialmente devido à crescente ajuda do Governo local e pelo facto dos custos alfandegários de exportação para a China estarem a baixar cada vez mais”, começa a empresária por dizer. Entre a venda de mel da Tasmânia, vinho de casca de árvore, cereais da Austrália e chá do Nepal, Yuki debate-se com um problema que lamenta ser crescente: “nos últimos dois a três anos, o negócio não tem estado assim tão bom, porque as políticas económicas da China estão a estrangulá-lo”. No entanto, a sorte calha a alguns e Macau foi uma das regiões sortudas. Segundo a empresária, este é um dos territórios “que mais benefícios tem”, quando comparado com outros locais como Hong Kong, Taiwan ou certas províncias chinesas. Neste momento, Yuki está à procura de distribuidores para expandir a sua rede de venda. Por mês, a sua mais recente empresa lucra entre 50 mil e cem mil patacas e a antiga está em declínio devido “às medidas impostas pela China”. Já encontrou algumas potenciais empresas distribuidoras, de e-commerce, a quem pretende aliar-se para expandir o seu novo negócio. Dinheiro não chega Todos os empresários entrevistados pelo HM afirmam que o sector das PME está bastante melhor do que há dez ou cinco anos, quando fundar uma empresa destas levava ao declínio quase certo. “Os apoios do Governo eram muito menores e quase ninguém os recebia. Talvez por não saberem da sua existência porque também não havia a divulgação de hoje em dia”, explica Kevin Chan. Fundador de uma empresa especializada na concepção de puzzles educativos sobre a cidade, o empresário afirma que o ambiente de negócios “está melhor agora, mas mesmo assim não é o ideal”, atribuindo à queda das receitas do Jogo este problema. Com dois anos de existência, Chan e a sua funcionária Yammy Cheong fazem o melhor que podem para vender estes puzzles onde podem. “Vendemos em lojas das indústrias criativas, algumas de brinquedos e livrarias”, esclarecem. Neste momento, procuram distribuidores e pontos de venda. A razão é simples: mesmo com apoios do Governo na ordem das 300 mil patacas, é preciso ajuda de quem se importa com o desenvolvimento da empresa. “O dinheiro só não chega e agora estamos à procura de quem nos ajude a expandir o negócio”, começam por dizer. “O dinheiro do Governo é muito bem-vindo, mas depois de estabelecermos o negócio com a montagem dos materiais, é preciso criarmos parcerias com quem os ponha no mercado”, continuam. E isso acontece, mas não ao passo que ambos gostavam. “A crise económica da China e do Jogo [em Macau] faz com que as empresas maiores queiram investir menos em negócios mais pequenos”, lamentou Chan. Esta parece ser a tendência comum para as PME que precisam de quem as ajude a crescer. Trata-se de um ciclo vicioso que começa e acaba lá fora, especificamente na China. A crise económica sentida no país provocou uma onda de ponderação no mundo empresarial asiático, cortando as asas àquilo que poderia ter sido o sucesso de várias empresas. A Fuhong Society dá a entender, como o nome indica, que é uma associação, mas é uma PME como qualquer outra. Ou quase, pelo menos. O intuito do seu fundador é dar a conhecer a cadeias de lojas conhecidas, o conceito especial sobre o qual criou a marca. Mais importante do que vender os brinquedos, carteiras, acessórios de moda e toalhas de banho produzidos, a Fuhong Society preocupa-se em mostrar ao mundo que ajudam pessoas com necessidades especiais. Grande parte dos produtos foi enfeitada com o desenho feito por um jovem residente autista. “Queremos mostrar que as pessoas portadoras de deficiência também têm criatividade e talento, somos o exemplo disso”, esclareceu uma das funcionárias. Para isso, diz, “é preciso que as grandes lojas disponibilizem espaços e aceitem o conceito da nossa marca com a divulgação” dos produtos da marca. Para a Fuhong, o foco está na divulgação destes trabalhos, que a empresa defende só ser possível se outras maiores ajudarem. PME ajudam PME Outras, no entanto, não tiveram ainda tempo para se expandir. É o caso da Great Chance International Group Limited, detida por Ramble Chan. Há três anos, desenvolveu a PME com mais quatro fundadores, onde trabalham sete pessoas. A marca mais recente dá pelo nome de Swim Macao e dedica-se à criação de mapas da cidade feitos à mão que podem ser aplicados de diferentes formas. “Agora, temos só o mapa, mas também criámos a marca só este ano. No futuro, queremos incluir [no mapa] algumas empresas criativas locais para lhes dar amplitude no mercado”, explicou Ramble Chan ao HM. Questionado sobre o estado actual do mercado das PME, o fundador lamenta que a queda das receitas esteja a ferir a possível expansão de vários negócios. Ramble Chan confirma, no entanto, que a crise económica pode ter os seus benefícios para as PME: “as grandes empresas, de casinos por exemplo, deixam de encomendar determinados trabalhos ao estrangeiro e passam a escolher PME locais para estes trabalhos”. Um mar de marcas “As empresas como a nossa foram criadas enquanto alternativa ao Jogo, como forma de diversificar a economia e o Governo está a apostar cada vez mais nisto”, frisa. Só este ano, o grupo internacional Great Chance recebeu do Executivo 200 mil patacas para a nova marca. As duas outras marcas da empresa dedicam-se ao design gráfico e publicidade e a uma plataforma online para dinamizar o empreendedorismo na Ilha da Montanha. “Fazemos a ponte de comunicação entre empresas-mãe e potenciais compradores no WeChat”, esclarece Chan. Entre as 143 PME locais presentes na Feira Internacional de Macau (MIF) 2015, contam-se pelos dedos as que se dedicam à exploração das indústrias culturais e criativas. Entre material de cozinha, vinhos gaseificados importados do Japão, produtos alimentares de pastelaria coreanos, marcas de produtos de higiene oral e de aparelhos dedicados à fisioterapia, contam-se pelos dedos aqueles que são realmente locais. A grande maioria das PME criadas em Macau funciona para importar e exportar. A Macau Pure Delights tem três pessoas a trabalhar e vende somente produtos de Hong Kong, Coreia do Sul e do Vietname. “Vendemos produtos que fazem bem à saúde, com características medicinais e a principal razão pela qual são todos estrangeiros é que aqui não é possível criar este tipo de coisas, é muito caro”, justifica um dos funcionários. Criada há quatro anos, tem vindo a expandir-se a passos de bebé. Agora, procuram quem queira vender produtos que compraram a empresas estrangeiras. “É uma espécie de venda a retalho”, brinca o mesmo funcionário, que preferiu não ser identificado. Macau não é global Há dois anos, em meados de 2013, nasceu a Lovelina, pelas mãos da sua criadora de nome quase homónimo, Alina. Questionada sobre o actual estado do sector das PME no cenário geral da região, a fundadora afirma que a crise económica causada pela queda das receitas “provocou uma queda, em simultâneo, da vontade das pessoas arriscarem em novos produtos e compras”, pelo que lamenta que a Lovelina não tenha já aberto asas e voado até outros países. A casa da empresa será sempre Macau e isso mesmo garante Alina, que se mostra orgulhosa do seu pequeno império de malas totalmente originais. “Em média, fazemos 60 a 80 mil patacas por mês, mas queremos ir mais além, dando a conhecer os nossos produtos ao público, mas a presença da nossa PME aqui [na MIF] surgiu da necessidade em arranjarmos parcerias de co-working”, explica. É que, acrescenta, estar em Macau “não é internacionalizar a marca”. Mais uma vez, o rodopio de uma marca local pelo mundo passa, essencialmente, pela criação de parcerias no sentido de levar os nomes mais longe, talvez até uns quilómetros além da fronteira. A ideia de Alina é partilhada por Kevin Chan, que afirma ser difícil ganhar fama se a marca se ficar por terras macaístas. Até porque para o criador de puzzles da cidade, tudo começou nos EUA. “Estive lá a estudar e foi quando percebi que as pessoas não faziam ideia de onde era Macau. Foi nessa altura que decidi associar-me à empresa internacional 4D Cityscape”. Tal decisão, assegura, pretende colocar Macau “no mapa global”. O dinheiro é, assim, essencial para o nascimento de qualquer negócio, mas a opinião das PME é unânime: é preciso criar parcerias com empresas internacionais e até mesmo outras locais para que as marcas e produtos voem além-mar. A maioria dedica-se à disponibilização de serviços do mundo para o mundo, passando por Macau. Talvez a região possa realmente transformar-se na plataforma de que tantos milhares hoje falam.
Leonor Sá Machado SociedadeMIF | Fórum internacional arranca quinta-feira no Venetian [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Feira Internacional de Macau 2015 (MIF) arranca já esta quinta-feira, ficando aberta ao público até domingo, na sala Sicily do Venetian. No entanto, a organização tem actividades planeadas a partir desta quarta-feira: das 9h30 às 12h30 está marcado um fórum destinado a jovens empresários chineses e dos Países de Língua Portuguesa. O dia de quinta-feira reserva-se à inauguração oficial da MIF e conta ainda com a realização de bolsas de contacto para PME, de uma conferência sobre comércio online transfronteiriço e de um seminário que explora a indústria da Moda, com Huang Huaiqiao como orador. O primeiro dia prossegue como uma série de actividades de intercâmbio e um fórum sobre a Exposição Internacional de Design de Macau, onde se exploram as capacidades desta iniciativa, discutindo-se formas de cativar capital para a indústria. Neste evento participam mais de seis associações e grupos, todos eles relacionados com a indústria em causa, pelo que o certame tem lugar entre as 16h30 e as 18h30, na sala Florence. A sexta-feira será dedicada a um grande fórum de negócios entre os PLP e a província de Jiangsu e Macau, que conta com a participação de mais de 10 representantes oficiais de governos. Este tem lugar na sala Milão A, das 10h00 às 10h40. Entre as 10h00 e as 11h30 acontece um seminário sobre a cooperação entre Macau e Shenzhen na indústria do artesanato, onde estarão presentes quatro entidades de cada região, na sala Nápoles. É no mesmo espaço, das 10h00 às 12h00, que o público terá oportunidade de ver de perto uma iniciativa de Promoção de Produtos e Oportunidades de Investimento de PME canadianas, que conta com cinco entidades na organização. O mesmo horário estende-se para uma palestra sobre a indústria tipográfica, na sala Sicília, na qual participam associações locais, de Taiwan, Hong Kong e Guangdong. Global q.b. A organização assegura que a edição deste ano terá um “grau de internacionalização” ainda mais “elevado” do que em anos anteriores. Estarão presentes “alto quadros” de vários governos, ministros, especialistas e académicos da China e dos Países de Língua Portuguesa (PLP) para debater o sucesso e estratégias envolvidas no estabelecimento da iniciativa Uma Faixa, Uma Rota. Esta é já a 20ª edição do evento anual que junta uma série de países para discutir estratégias de negócio. Com direito a bancas de mostra de produtos, seminários e bolsas de contacto, os representantes de diferentes países e regiões vêm a Macau mostrar aquilo de que são feitos. Presentes vão estar o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, o Vice-Presidente do Conselho para a Promoção do Comércio Internacional da China (CCPIT), Yin Zonghua, o Vice-Presidente da Federação Nacional de Indústria e Comércio da China e Presidente da Transfar Group Co Limited, Xu Guanju, entre outros. Para mais informações sobre o programa de festas da MIF 2015, os interessados podem consultar o website https://www.mif.com.mo/mif2015/schedule.php. A entrada é gratuita.