João Luz Manchete SociedadeMercados | Associações dizem que obras não melhoraram negócios Após a remodelação do Mercado da Mitra, os negócios dos comerciantes ficaram na mesma. Porém, a situação mais dramática nos mercados municipais verifica-se no Mercado de Tamagnini Barbosa, onde o presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões de Macau estima uma taxa de desocupação de bancas de 70 por cento “As bancas do Mercado Municipal da Horta da Mitra têm uma oferta pouco variada, numa área muito reduzida. Não conseguem competir com a variedade de produtos vendidos nos supermercados e lojas das imediações. A situação é agudizada pela obrigação de vender apenas os produtos previstos nas licenças”, afirmou ao HM O Cheng Wong, presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões de Macau. O dirigente associativo revela que, após meio ano da reabertura do Mercado da Horta da Mitra, os negócios se mantiveram como antes, não beneficiando das melhorias nas instalações. Uma das reivindicações de O Cheng Wong é a flexibilização das regras que estabelecem que tipo de produtos os comerciantes podem vender nos mercados, medida que poderia potenciar os negócios e evitar o surgimento de mais bancas vazias. Ainda em relação ao Mercado da Mitra, o representante do sector salienta o encerramento de bancas no exterior do mercado poder ser outro factor que contribui para o escasso fluxo dentro das instalações. Algo que não acontece com o Mercado Vermelho e o Mercado de São Lourenço, cujas imediações estão repletas de bancas de venda de frutas e vegetais. O bom e o mau Durante o período de obras de remodelação do Mercado Vermelho, que durou cerca de dois anos, 31 bancas ficaram desocupadas devido à desistência dos comerciantes que as operavam. Desde que o histórico mercado reabriu, o presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões revela que não se verificou mais nenhuma desistência. Sobre a capacidade para atrair fregueses, O Cheng Wong salienta que o Mercado Vermelho oferece uma grande variedade de marisco e peixe em oferta. No geral, o representante indicou que as bancas de venda de carnes e vegetais enfrentam maiores dificuldades, sendo maioritariamente aquelas que acabam por encerrar. Entre os sete mercados municipais, O Cheng Wong destaca a situação de abandono a que está votado o Mercado de Tamagnini Barbosa, onde cerca de 70 por cento das bancas estão vazias. Isto apesar dos negócios no centro de comidas (food court) estarem a correr bem. Como tal, o dirigente associativo indica que apenas as bancas que ficam perto da zona da restauração conseguem captar mais clientes. Face a este cenário, o representante dos comerciantes de mercado afirma a urgência de remodelar o Mercado de Tamagnini Barbosa e flexibilizar as regras que estabelecem o tipo de produtos que podem ser vendidos nas bancas dos mercados municipais. “O Governo responde sempre que vai pensar ou que planeia fazer isso. Entretanto, o tempo continua a avançar e temos situações em que algumas bancas permanecem vazias há cerca de sete anos. O Governo tem de abrir concursos para estas bancas”, afirmou ao HM o presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões.
Hoje Macau SociedadeInflação | Preços caem pela primeira vez em mais de um ano O Índice de Preços no Consumidor caiu 0,17 por cento em Janeiro, em comparação com o mês anterior, pela primeira vez desde Novembro de 2022, numa altura em que a China regista mesmo deflação O Índice de Preços no Consumidor (IPC) desceu 0,17 por cento em Janeiro, face ao mês anterior, indicaram na sexta-feira à tarde os Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Esta é a primeira diminuição de preços a nível mensal desde Novembro de 2022. A descida verificada em Janeiro deveu-se, sobretudo, a uma queda de 3 por cento nos preços do entretenimento e cultura, uma descida de 1,8 por cento no custo dos transportes e um decréscimo de 0,9 por cento no preço das bebidas alcoólicas e tabaco, indicou em comunicado a DSEC. Em Dezembro, o IPC em Macau tinha aumentado 0,27 por cento em termos mensais, o valor mais elevado desde Janeiro de 2020, antes do início da pandemia de covid-19. A China continental, de longe o maior parceiro comercial de Macau, registou em Janeiro o quarto mês consecutivo de deflação, uma descida do IPC em termos anuais. O fenómeno reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias. Comer fora Macau registou deflação durante 10 meses consecutivos, entre Setembro de 2020 e Junho de 2021, no pico da crise económica causada pela pandemia. Após este período, com a lenta retoma económica, o território registou mais de dois anos de consecutivos aumentos mensais da inflação. Apesar da descida mensal, a DSEC indicou que, em termos anuais, o IPC do território aumentou 1,01 por cento em Janeiro, menos 0,31 pontos percentuais do que em Dezembro, mês em que a inflação homóloga atingiu o valor mais elevado desde Abril de 2020. De acordo com os dados da DSEC, a principal razão para a desaceleração foi uma diminuição de 27,7 por cento no preço dos bilhetes de avião, depois de Macau ter reaberto as fronteiras a 8 de Janeiro de 2023, após quase três anos de rigorosas restrições devido à política ‘zero covid’. Em relação a bens alimentares, destaque para o preço da carne de porco decresceu 6,4 por cento em termos anuais em Janeiro. Pelo contrário, o preço das refeições adquiridas fora de casa subiu 3,4 por cento, o custo do vestuário e calçado aumentou 5,7 por cento e os gastos das famílias do território com saúde e com propinas do ensino superior cresceram 3,6 e 8,5 por cento, respectivamente.
Hoje Macau SociedadeMercado do Patane | Mulher infectada com bactéria mortal Uma mulher foi infectada com a bactéria Vibrio Vulnificus, que pode ser mortal, quando se picou na barbatana de um peixe que estava à venda Mercado Municipal do Patane, no sábado. O caso foi anunciado ontem pelos Serviços de Saúde, em comunicado. “No dia 11 de Novembro, pelas 10 horas da manhã, quando estava a comprar peixe no Mercado Municipal do Patane, picou-se acidentalmente numa barbatana de peixe na falanginha do dedo mindinho da palma da mão direita, sendo que apresentou um inchaço, por volta das 23 horas do mesmo dia”, foi revelado. Depois de detectar os sintomas, a mulher deslocou-se ao Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, onde foi diagnosticada com uma infecção na mão direita, tendo ficado internada. Na terça-feira, após análise laboratorial, foi confirmada a existência de Vibrio Vulnificus nas secreções da ferida. “Após o diagnóstico e tratamento médico, o inchaço na mão direita da doente desapareceu, encontrando-se em estado clínico estável”, foi revelado. Segundo os SS, a Vibrio Vulnificus é uma bactéria que existe de forma natural em mar de águas quentes, mas que em caso de infecção, apesar de normalmente produzir sintomas mais ligeiros, pode resultar na amputação de membros ou na morte dos infectados. Desde Setembro que Macau tem acumulado casos de Vibrio Vulnificus, embora nas situações anteriores estas tivessem resultado de pessoas que passeavam nas praias, e se picaram, ou de pessoas que estavam a pescar. Esta é a primeira infecção registada, este ano, num mercado local.
Nunu Wu Manchete SociedadeTrânsito | Conselheiro pede cautela nas novas licenças de táxis Depois de terem expirado cerca de 400 alvarás desde 2019, vários conselheiros de trânsito próximos dos taxistas vieram opor-se a um crescimento significativo da oferta Ku Heng Cheong, vogal do Conselho Consultivo do Trânsito, considera que o Governo deve decidir “de forma prudente” o aumento do número de táxis a circular no território. A posição foi tomada depois da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) ter indicado que pretende aumentar o número de táxis a “curto prazo”, depois de terem expirado cerca de 400 licenças. Segundo Ku, antes de avançar para o aumento do número de táxis, o Governo deve pensar em melhorar o serviço, com base nas estatísticas existentes, para optimizar a distribuição dos veículos pelas zonas mais populares, mas também criar penalizações para quem chama um táxi e depois desiste do mesmo. Quanto à falta de táxis comuns, ou seja, os táxis de cor preta, Ku Heng Cheong defendeu que a solução para aumentar a oferta passa por obrigar os veículos a disponibilizar meios de pagamento electrónico, com este tipo de regras a serem definidas nos concursos públicos de atribuição dos alvarás. Actualmente, os táxis comuns podem não aceitar os pagamentos electrónicos, por não terem vontade de pagar comissões extra, que normalmente são cobradas por estas plataformas. Em declarações à Rádio Macau, Ku Heng Cheong indicou ainda que o aumento no número de rádio táxis – os que podem ser chamados por telefone –, deve ser decidido com muita cautela. Vigiar a concorrência Por sua vez, o secretário-geral da Associação Choi In Tong Sam e também ex-vogal do Conselho Consultivo do Trânsito, Kou Ngon Fong, defende que não é boa altura para disponibilizar demasiados alvarás, para evitar o aumento da concorrência. “Não é oportuno nesta fase que o Governo disponibilize demasiados táxis no mercado. O Governo pode, por exemplo, atribuir entre 200 a 300 alvarás nesta fase e, caso as reacções sejam positivas e o mercado absorva a oferta, voltar a atribuir mais alvarás daqui a um ou dois anos”, sustentou Kou Ngon Fong. O dirigente associativo apontou ainda que a população espera mais esclarecimentos do Governo sobre as queixas e opiniões sobre a nova lei de táxis, que entrou em vigor em 2019. Um dos problemas crónicos da nova lei é a instalação do terminal inteligente, que permite controlar os veículos e o montante cobrado. Desde o início que os taxistas defendem que deve ser o Governo a pagar a instalação e manutenção do terminal. De acordo com a estatística citada pela deputada Lo Choi In, no final de 2022 circulavam em Macau 1.397 táxis normais, ou seja, aqueles que não são chamados por telefone. Este número era inferior ao de 2019, quando estavam registados 1.800 táxis.
João Romão VozesO fecho do mercado [dropcap]C[/dropcap]ertamente não tivemos antes experiência semelhante: à falta de suficientes pauzinhos que interferissem suficientemente com cada vez mais poderosas engrenagens globais, um vírus insuspeito fez o mercado fechar subitamente, um colapso estrondoso que vivemos ainda, vagamente entorpecidos e atordoados, e que os livros de história contarão um dia – se ficar alguém para contar, evidentemente, que isso também não é hoje muito certo. As mãos visíveis que acertam os rumos definidos por poderes invisíveis navegam a curta vista, que são muitas as curvas e denso o nevoeiro: não há rentabilidade dos activos que aguente a passividade deste mercado fechado: mesmo que se amontoem corpos mortos em cemitérios oficiais ou improvisados, há que reanimar os mercados globais com que alimentamos gorduras de minorias privilegiadas e asseguramos com mais ou menos decência a sobrevivência do resto. Mesmo faltando distância suficiente para que se notem os efeitos do bloqueio à economia que vivemos – e ainda mais para que se analise com relevância o problema e as alternativas que podemos colocar – a pandemia que paralisou o planeta já nos deixou sinais suficientes das aberrações do sistema económico contemporâneo. Uma é a ideia de casa. Parece simples, ficar em casa. E será, em muitos casos. Não me custa nada. Mas não é o caso dos muitos milhões de pessoas que vivem nas periferias suburbanas das grandes metrópoles do sudeste asiático ou da América Latina. Ou das não tão grandes mas também miseráveis periferias das maiores cidades do Sul da Europa. Ou até dos subúrbios de Paris, Bruxelas, Estocolmo, ou de todas as grandes cidades dos Estados Unidos. Para estes milhões de pessoas, frequentemente não há casa. E se há, é um espaço exíguo, sem as infra-estruturas necessárias, onde se acumulam demasiadas pessoas e demasiada miséria. O fecho do mercado mostrou como não resolver esse problema básico e elementar que é o direito à habitação facilmente se torna, também, um problema de saúde pública. Um problema da comunidade e não um problema individual de quem não se enquadra devidamente no tal mercado que entretanto fechou. Depois da casa, a comida. Mesmo quando ficar em casa é fácil, é preciso comer. É preciso quem produza. Quem transporte os produtos para os locais onde se compra. Quem venda. Ou quem entregue em casa (de quem a tem, evidentemente). O mercado dá pouco valor a estas coisas. E costuma dar pouca importância ao impacto ecológico do transporte internacional de alimentos. Mas este confinamento a que nos vemos obrigados (e que está longe de estar resolvido) recoloca no centro das discussões sobre políticas agrícolas a questão da soberania alimentar e da territorialização da produção de alimentos. A que mercado vamos comprar comida, afinal? Enfrentamos ou não a crise ecológica vigente – e decorrentes alterações climáticas? Já seriam por si só motivos mais do que suficientes para nos fazer repensar a sociedade que vivemos. Mas não são só essas básicas e elementares necessidades humanas – a habitação e a alimentação – que põem hoje em evidência a aberração do sistema económico em que vivemos e das respectivas políticas e mecanismos de regulação – genericamente, aliás, legitimadas por governos, agências e organizações internacionais por todo o planeta. As questões do trabalho – o seu valor, a sua protecção, as relações sociais e de poder inerentes – são também recolocadas com uma violência que ainda não vislumbramos na sua plenitude – mas que aí estarão, implacáveis. Em tempos de “normalidade”, o mercado não valoriza médicos e enfermeiros, produtores e distribuidores de comida, trabalhadores dos transportes e sistemas logísticos. E quando as condições se alteram e estas passam a ser as profissões mais relevantes para manter em penoso funcionamento um sistema económico e social em cuidados intensivos, também não há mecanismos de mercado que alterem significativamente a remuneração, a segurança ou as condições de trabalho destas pessoas que asseguram a sobrevivência de todos os que cá estamos. Se a “normalidade” dos mercados faz destas pessoas mercadoria barata e dispensável e remunera CEOs e administradores com rendimentos mensais que um trabalhador jamais auferirá em toda a sua vida, temos algo de profundamente apodrecido para atirar para o caixote de lixo da história. Ou então esperamos e a história atira-nos a nós. Entretanto há quem viva, de facto, a eficácia poderosa e cruel dos mercados: trabalhadores independentes, pessoas com contratos a prazo, eventualmente transformados à pressa em empresários em nome individual, as vítimas da precariedade que marca cada vez mais as relações de produção no capitalismo contemporâneo – incluindo todos os artistas e profissionais das variadas áreas da cultura indispensáveis para que chamemos “criativa” à economia actual: as pessoas que dependem das encomendas, dos ciclos da procura, das decisões dos gestores, enfim, dos mercados, na sua magnífica dimensão regulatória. Essas pessoas passam fome, não têm outro remédio, e isto ainda mal começou. Enquanto o mercado estiver fechado, sabem que não têm solução. E nós também sabemos que esta regulação económica não serve – até porque o mercado, como se vê, a qualquer momento pode fechar. Também eles sabem tudo, os que não deixam nada. Sabem que este fecho dos mercados também os ameaça. Sabem que a morte continua a sair à rua e que há um vírus descontrolado pronto a matar. E sabem que precisam de abrir o mercado outra vez. Fazem-no com brutalidade: não se limitam a abrir mercados internos, de proximidade, modestos nos resultados mas ainda assim mais seguros para a saúde. São alarves e têm grandes ambições. Franqueiam as portas à chegada de aviões carregados que alimentem o negócio de um turismo reles, feito de serviços de mínimo valor e de exploração máxima de pessoas e de um território que não é nosso, como o Carvalhal. Vão matar muita gente.
João Santos Filipe BrevesNg Kuok Cheong quer equipamentos sociais em vez de depósito de matérias perigosas [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]deputado Ng Kuok Cheong defende a construção de equipamentos sociais, como pavilhões desportivos e mercados, nos terrenos que o Governo pretendia utilizar para a construção do depósito e armazém provisório de substâncias perigosas, perto de Seac Pai Van. É este o conteúdo da mais recente interpelação escrita do membro da Assembleia Legislava, que surge nas sequência da deslocação do Chefe do Executivo ao hemiciclo, na semana passada. Anteriormente, o Governo havia anunciado planos para a construção de um depósito de substâncias em dois terrenos, um na Avenida Marginal Flor de Lótus e outro na Estrada do Dique Oeste. Após alguns protestos, Chui Sai On voltou atrás e alterou a localização do depósito para a Rua Marginal da Concórdia, perto da zona industrial. Este é um local temporário, segundo o Chefe do Executivo, e mais tarde o depósito vai ser mesmo mudado para a Zona E, dos novos aterros, que ficam perto do aeroporto e terminal depósito, matérias perigosasmarítimo da Taipa. “Se está confirmado que Seac Pai Van não é a localização mais adequada para o depósito e armazém provisório de substâncias perigosas, será que o Governo pode tomar a iniciativa e fazer uma consulta pública junto dos moradores para saber que tipo de equipamentos sociais, como pavilhões desportivos ou mercados, devem ser construídos nesses terrenos?”, pergunta Ng Kuok Cheong. Mais perguntas Sobre a necessidade de construir um depósito temporário na Rua Marginal da Concórdia, o deputado quer saber as razões da decisão: “Considero que é necessário que o Governo explique de forma clara o plano deste alojamento temporário, assim como as justificações desta decisão e a calendarização para as obras”, frisa. Outro dos assuntos abordados por Ng Kuok Cheong é a transferência dos depósitos temporários de combustíveis da Ilha Verde para a Ilha Artificial da ponte Zhuhai-Macau-Hong Kong. “Finalmente, o Governo decidiu que é exequível mudar os depósitos para a Ilha Artificial Zhuhai-Macau. Será que podem revelar os planos específicos e a calendarização para as obras? E como vai ser o arranjo do trânsito e os trabalhos de remoção do depósito da Ilha Verde?” interroga o pró-democrata.
Hoje Macau SociedadeCasas transaccionadas sofreram forte queda em Março [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s transacções de fracções autónomas destinadas à habitação aumentaram no primeiro trimestre. No entanto, Março registou uma forte queda mensal, após o lançamento das medidas para arrefecer o mercado imobiliário, realça a DSEC Nos primeiros três meses do ano foram transaccionadas 3.627 fracções autónomas habitacionais, um número que traduz um aumento trimestral de 38,5 por cento, indicam dados dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Em termos mensais, as vendas de casas subiram 85 por cento em Janeiro, tendo o crescimento desacelerado em Fevereiro (3,6 por cento). Com efeito, realça a DSEC, em Março, acabaram por cair 57,6 por cento, após o lançamento das medidas para controlar o mercado imobiliário. Contudo, o preço médio por metro quadrado (área útil) das fracções autónomas habitacionais globais cifrou-se em 112.304 patacas, reflectindo um crescimento de 6,3 por cento face ao trimestre anterior. Os preços médios na península (99.312 patacas) e em Coloane (137.768) registaram a mesma tendência, subindo 1,8 e 9,9 por cento, respectivamente. A excepção foi a Taipa, onde o preço médio das casas (117.364) sofreu uma diminuição de 3,7 por cento. Segundo os mesmos dados, as fracções destinadas à habitação vendidas entre Janeiro e Março foram transaccionadas por 24,3 mil milhões de patacas – um valor que traduz um crescimento superior a um terço. Em paralelo, entre Janeiro e Março foram transaccionadas 122 fracções autónomas destinadas a escritórios – mais 86 em termos trimestrais – pelo valor de 2,65 mil milhões de patacas, um aumento substancial de 814,8 por cento. No caso dos escritórios, o preço médio por metro quadrado das fracções (194.311 patacas) subiu 75,3 por cento, em termos trimestrais. Em sentido inverso, o preço médio por metro quadrado das fracções autónomas industriais (52.243 patacas) desceu 6,1 por cento comparativamente ao último trimestre de 2017.
Andreia Sofia Silva PolíticaLeong Veng Chai pede novo planeamento para mercado [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] deputado Leong Veng Chai entregou uma interpelação escrita ao Governo onde exige que seja feito um plano para o aproveitamento de dois andares no mercado do Iao Hon, onde antes funcionava a zona de venda de comida ao público. “O Governo dispõe de algum plano concreto para o segundo e terceiro andares do mercado do Iao Hon, que estavam destinados a acolher o antigo centro de comidas? Com vista a evitar o constante desperdício dos recursos sociais, será possível avançar, com a maior brevidade possível, o reaproveitamento dos referidos espaços?”, questiona. O número dois de José Pereira Coutinho na Assembleia Legislativa pede ainda que seja feita uma análise para um melhor aproveitamento dos recursos. “O Governo deve indicar quais são os serviços públicos que devem ser responsáveis por dar a devida sequência aos seus prédios e terrenos que se encontram desocupados, com vista à sua utilização e desenvolvimento de forma planeada. Vai fazê-lo?” Desporto e cultura Para Leong Veng Chai, os dois andares vazios do mercado do bairro do Iao Hon poderiam ser espaços importantes para actividades juvenis e para o fomento das indústrias culturais e criativas. “Deve-se planear transformá-los num espaço interior para a prática do desporto, que beneficia a saúde física e psicológica, com salas de ténis de mesa, badminton ou campos de futebol, com vista a disponibilizar espaços para a utilização dos cidadãos ou especialmente para os jovens no âmbito do desenvolvimento das indústrias culturais e criativas, contribuindo para a formação de uma cultura local.” Isto porque o bairro do Iao Hon, bem perto da fronteira com a China, constitui “uma zona de habitações onde vive e cresce uma boa parte da nossa população juvenil”. “Coloca-se então a dúvida se o Governo pode articular as características demográficas da zona norte com as suas linhas governativas ao nível do apoio ao desenvolvimento das nossas indústrias culturais e criativas”, escreve Leong Veng Chai. O deputado lembra na sua interpelação que o reordenamento do mercado trouxe vantagens aos comerciantes, mas deixou à vista o problema de ausência de planeamento. “Nos últimos anos, o Governo tem-se dedicado à recuperação dos terrenos desaproveitados, mas não procedeu a um pleno planeamento dos terrenos que já tem em mãos, como, por exemplo, o local antigamente destinado ao centro de comidas, que durante os quatro anos que se seguiram à referida deslocação, continuou bloqueado e desaproveitado, situação que constitui um desperdício de recursos de solos e resulta num aumento dos custos sociais”, conclui Leong Veng Chai.
Hoje Macau SociedadeGalinhas e pombos vivos voltaram a ser postos à venda [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s aves de capoeira voltaram ontem a ser postas à venda depois de, na passada terça-feira, ter sido detectado o vírus da gripe aviária no mercado abastecedor, originando a primeira infecção humana na cidade. Segundo o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), a importação de aves vivas, que estava suspensa, foi restabelecida no sábado. Os trabalhadores do instituto recolheram amostras para inspecção sanitária e os resultados não apontaram para a existência de qualquer anomalia. Este primeiro lote é constituído por cerca de 8700 galinhas e 1400 pombos. Em comunicado, o IACM explica que, com o restabelecimento da venda de aves de capoeira vivas, o instituto procedeu, de novo, à limpeza e desinfecção total das bancas dos mercados de Macau, sendo que se continuam a aplicar várias medidas de supervisão. Na terça-feira, as autoridades abateram cerca de 10 mil aves de capoeira e suspenderam a sua venda depois de o vírus ter sido detectado num stock de 500 galinhas sedosas. Por motivos de segurança, foram abatidas todas as aves que se encontravam no mercado abastecedor, incluindo 6730 galinhas e cerca de três mil pombos. Na madrugada de quarta-feira, as autoridades anunciaram que, devido ao contacto com os animais, um homem tinha sido infectado com o vírus, sendo o primeiro caso detectado num humano em Macau. O homem de 58 anos, dono de uma banca de venda de aves por grosso, foi sujeito a testes no hospital que deram positivo, indicando que estava infectado com H7N9. O homem não apresentava sintomas e foi colocado na ala de isolamento, a receber tratamento. O dono da banca foi uma das duas pessoas a contactar com as aves infectadas. O outro foi o condutor do veículo de transporte das galinhas que, sendo da China, foi encaminhado para as autoridades chinesas. As autoridades apuraram que a mulher do homem infectado terá sido a única pessoa com quem teve contacto próximo, considerando-se, por isso, baixo o risco de uma epidemia. Este fim-de-semana, os Serviços de Saúde explicavam que o proprietário da banca continuava a ser sujeito a tratamento de medicamentos antivirais, encontrando-se bem. A mulher estava ainda sob a observação médica, estando ambos em isolamento voluntário no Centro Hospitalar Conde de São Januário. Tudo normal Os 95 indivíduos considerados como “pessoas de contacto normal” – os trabalhadores do Mercado Abastecedor Nam Yue, o pessoal do IACM e do Corpo de Bombeiros que tiveram contacto com este caso confirmado – encontram-se todos sujeitos à observação médica. Nenhum deles tinha apresentado qualquer sintoma. Esta foi pelo menos a terceira vez este ano que o vírus da gripe aviária foi detectado em Macau. O Governo já defendeu que, por motivos de saúde pública, deveria deixar de haver venda de aves vivas. No entanto, a medida continua sem data, já que um estudo realizado em Junho deste ano revelou alguma oposição popular, tendo em conta a importância que a população dá à carne fresca, em particular em épocas festivas como o Ano Novo Chinês.
Angela Ka SociedadeSeac Pai Van | Deputados querem mercado com gestão pública Wong Kit Cheng e Au Kam San querem a abertura de concurso público para a gestão do primeiro mercado de Seac Pai Van. A intenção é evitar o monopólio na gestão do espaço e dar aos residentes o direito de participar [dropcap style=’circle’]W[/dropcap]ong Kit Cheng e Au Kam San solicitaram ao Governo a realização de um concurso público para a gestão do primeiro mercado de Seac Pai Van. A medida pretende evitar monopólios e dar à população oportunidade de participar no mercado da sua zona. A comunidade de Seac Pai Van, desde a instalação dos residentes em 2013, tem dado a conhecer que sente a necessidade de um mercado, especialmente por causa das habitações públicas da zona. Em Junho, o Governo decidiu construir um centro comercial em vez de um mercado e a sua gestão será diferente da que acontece nos mercados tradicionais de Macau, que tem a sua administração pública. O novo mercado em Seac Pai Van será gerido por um único operador e essa concessão será feita através de concurso público. O deputado Au Kam San aponta que esta iniciativa está contra a vontade geral dos residentes e fala num inquérito feito pelas associações dos moradores da zona, onde se indica que mais de 60% dos moradores esperam um mercado tradicional. Au Kam San também considera que as oportunidades de emprego que um centro comercial privado conseguirá oferecer são muito menores do que as de um mercado tradicional de gestão pública. O deputado refere que nos mercados públicos de Macau, a operação de todas as fracções é atribuída através de concurso, sendo que normalmente cabe aos moradores a gestão das mesmas. Ng Kuok Cheong, colega de bancada de Au Kam San, considera que só com gestão pública é que é possível que caiba aos moradores a gestão das fracções, algo que pode, assim, trazer mais emprego. “Um centro comercial operado a nível privado irá optar pela contratação trabalhadores não-residentes à semelhança dos restantes do género”, frisa. Numa interpelação, além de pedir a instalação de um mercado tradicional de gestão pública em vez de um centro comercial privado, Au Kam San também sugere que o Governo acrescente critérios no concurso público, regulando uma proporção dos trabalhadores do centro comercial a ser preenchida pelos moradores de Seac Pai Van. A deputada Wong Kit Cheng considera que sendo dada a gestão do centro comercial a um privado, as rendas e os arrendatários serão também aspectos a ser decididos pela empresa que gerirá o espaço. Com isso, o Governo perderá o controlo nos preços a serem designados o que, como consequência, poderá trazer aumentos como o que aconteceu em Hong Kong. A estrutura habitacional de Seac Pai Van é de nível básico e os moradores esperam conseguir comprar “comida barata e fresca”, pelo que a deputada questiona o Governo como é que isso será possível com um provável monopólio de gestão privada do mercado.
Filipa Araújo SociedadeAlimentos | IACM ponder aumento de postos de venda O mercado da Taipa poderá ficar maior, mas se esta é ainda uma hipótese em estudo, o IACM anuncia para já que vão aumentar as bancas de venda de alimentos em Macau e que estas podem vir a ser colocadas mais perto dos mercados municipais [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) adiantou que o Governo está a planear “aumentar o número de pontos de venda a retalho [de alimentos] para elevar o nível de concorrência”. Em paralelo a este plano, o IACM informa ainda que em cima da mesa está também a possibilidade de cancelamento da norma que impede a emissão de licenças para a venda de pescado e carnes dentro do raio de acção dos mercados municipais. Num comunicado enviado à imprensa, o IACM explica ainda que os vogais do Grupo de Estudo de Construção Urbana do Conselho Consultivo do IACM, juntamente com o Grupo de Estudo da Sanidade Alimentar, concordam que para cancelar a norma relativa à exploração de outros pontos de venda de produtos alimentares frescos no raio de acção dos mercados é necessário “garantir a higiene ambiental e a segurança alimentar, bem como estudar e analisar os problemas inerentes ao funcionamento, gestão e factores de preços dos produtos alimentares à venda nos mercados”. Taipa maior Durante a reunião, o Presidente do Conselho de Administração, Alex Vong, referiu que o IACM “vai desenvolver um projecto de expansão do mercado da Taipa e aumentar o número de bancas para satisfazer a procura de produtos alimentares frescos por parte dos cidadãos”, sendo que esta hipótese ainda está em estudo. Assim, o mercado da Taipa irá incluir, além do átrio intermédio do rés-do-chão, uma zona verde no terraço. As decisões são resultado de um encontro em Maio passado. Recorde-se que, na semana passada, o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, esteve reunido com 20 associações do sector industrial e comercial, que pedem à Administração medidas para aumento de turistas que possam consumir no território. O sector de retalho, na sua generalidade, queixa-se que tem vindo a sofrer consequências devido à quedas das receitas do Jogo. As associações querem que o Governo crie planos promocionais trans-sectoriais ou realize actividades festivas e feiras, para atrair a visita a Macau dos turistas permitindo o reforço da dinâmica da economia.