Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim descobre grande jazida de petróleo A companhia petrolífera chinesa CNOOC descobriu um importante campo de petróleo no leste do mar do Sul da China, com reservas comprovadas de mais de 100 milhões de toneladas, informou ontem a imprensa estatal. De acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, o campo identificado, Huizhou 19-6, situa-se a cerca de 170 quilómetros da cidade de Shenzhen, no sul do país. As perfurações de teste produziram 413 barris de crude e 68 mil metros cúbicos de gás natural por dia, segundo a mesma fonte. As reservas comprovadas do campo petrolífero, ou seja, a quantidade de hidrocarbonetos cuja recuperação pode ser estimada com quase certeza utilizando as técnicas actuais, ascendem a mais de 100 milhões de toneladas, segundo as informações citadas pela Xinhua. O subsolo do mar do Sul da China está em grande parte subexplorado devido a disputas territoriais, mas a maioria dos depósitos de petróleo e gás conhecidos encontra-se em áreas não contestadas, segundo a Administração de Informação sobre Energia dos Estados Unidos. Pequim reivindica a soberania de quase todo o mar, sobre o qual as Filipinas, a Malásia, o Vietname, a Indonésia e o Brunei também têm reivindicações.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Anunciados exercícios navais com Tailândia As forças navais da China e da Tailândia vão realizar o exercício militar conjunto “Blue Strike-2025” no final de Março, em águas próximas da cidade costeira de Zhanjiang, na província de Cantão, no sul da China, informou ontem o Ministério da Defesa chinês. O treino vai centrar-se em tácticas anti-terroristas em áreas urbanas, bem como em operações conjuntas de ataque marítimo e anti-submarino, com o objectivo de “reforçar a cooperação prática e melhorar as capacidades operacionais conjuntas no mar”, disse o Ministério da Defesa chinês, numa declaração na sua conta oficial na Weibo. A Marinha do Exército de Libertação Popular e a Marinha Real Tailandesa vão participar nos exercícios, que fazem parte de uma série de exercícios bilaterais que as duas nações começaram a realizar em 2010. O “Blue Strike-2025” será a sexta edição destes exercícios de treino conjunto, que visam consolidar a confiança mútua, a interoperabilidade e a coordenação em cenários de segurança marítima num contexto marcado por crescentes tensões regionais. Na sua edição mais recente, “Blue Strike-2023”, as forças navais dos dois países efectuaram treinos de combate urbano, sobrevivência na selva e operações aéreas conjuntas. China e Tailândia também realizam exercícios aéreos conjuntos, como o “Falcon Strike”, cuja edição mais recente teve lugar em Agosto de 2024 numa base tailandesa, para reforçar a cooperação táctica entre as respectivas forças aéreas. O Mar do Sul da China, onde se realizará o exercício, é uma zona fundamental do Indo-Pacífico, por onde transitam cerca de 30 por cento do comércio marítimo mundial e onde se sobrepõem várias reivindicações territoriais.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim apela ao Reino Unido para que deixe de agitar tensões A China disse ontem ao Reino Unido que “pare de atiçar as chamas”, em resposta aos comentários feitos pelo ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, que criticou as actividades “perigosas” de Pequim no Mar do Sul da China. O chefe da diplomacia britânica estava de visita às Filipinas, onde apareceu ao lado de um navio da guarda costeira filipina. “Como país de fora da região, o Reino Unido deve respeitar a soberania territorial e os direitos marítimos da China no Mar do Sul da China e abster-se de provocar tensões ou semear a discórdia”, declarou Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa conferência de imprensa. Pequim e Manila têm reivindicações concorrentes na zona. “Um terço do comércio marítimo mundial passa pelo Mar do Sul da China. O crescimento no Reino Unido e em todo o mundo depende da segurança destas rotas comerciais. É por isso que estamos preocupados com as actividades perigosas e desestabilizadoras da China nesta região”, afirmou o ministro britânico, numa mensagem publicada na rede social X, na segunda-feira. Durante a sua visita às Filipinas, Lammy assinou também um acordo de cooperação com o objectivo de reforçar a colaboração em matéria de defesa e segurança marítima entre os dois países. As Filipinas têm acordos semelhantes com os Estados Unidos, a Austrália e o Japão.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas queixam-se de acções de Pequim no Mar do Sul Um responsável pela segurança das Filipinas disse ontem que Pequim está a empurrar o seu país “contra a parede”, no disputado Mar do Sul da China, e avisou que “todas as opções estão em cima da mesa” para Manila. Um grande navio da guarda costeira chinesa patrulhou ontem o disputado recife de Scarborough e navegou a seguir em direcção à costa noroeste das Filipinas, chegando a aproximar-se 77 milhas náuticas, disseram as autoridades filipinas, em conferência de imprensa. “A presença do navio em águas filipinas (…) a 77 milhas náuticas da nossa costa, é inaceitável e, por conseguinte, deve ser retirado imediatamente pelo Governo chinês”, disse Jonathan Malaya, director-geral adjunto do Conselho de Segurança Nacional, na conferência de imprensa, juntamente com altos funcionários militares e da guarda costeira. “Estão a empurrar-nos contra a parede”, disse Malaya sobre a China. Dois navios da guarda costeira filipina, apoiados por um pequeno avião de vigilância, ordenaram repetidamente ao navio da guarda costeira chinesa de 165 metros que se retirasse da zona económica exclusiva das Filipinas, uma extensão de água de 200 milhas náuticas, disse o Comodoro Jay Tarriela, da guarda costeira filipina. “O que estamos a fazer é, hora a hora e dia a dia, desafiar a presença ilegal da guarda costeira chinesa para que a comunidade internacional saiba que não vamos permitir que a China normalize a sua presença ilegal”, disse. Não houve comentários imediatos das autoridades chinesas. No passado, as autoridades chinesas acusaram repetidamente as Filipinas e outros Estados rivais, incluindo o Vietname e a Malásia, de invadirem o que dizem ser águas territoriais chinesas “incontestadas”. A escaldar Sob a presidência de Ferdinand Marcos Jr., que tomou posse em meados de 2022, as Filipinas defenderam assertivamente os seus interesses territoriais no Mar do Sul da China, uma importante via comercial. Este facto tem levado as forças filipinas a confrontos frequentes com a guarda costeira e a marinha da China, e tem provocado receios de que um conflito armado de maiores dimensões possa atrair os Estados Unidos, o aliado de longa data das Filipinas e rival regional da China. A China cercou o recife de Scarborough com a sua guarda costeira e outros navios após um tenso impasse territorial com as Filipinas em 2012. As Filipinas responderam com um processo contra a China no tribunal internacional de Haia, em 2013. O painel de arbitragem em Haia invalidou as reivindicações expansivas da China na passagem marítima movimentada ao abrigo da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982. A China rejeitou a decisão da arbitragem de 2016 e continua a desafiá-la abertamente. Após a arbitragem, a China advertiu as Filipinas de que não deveriam iniciar outro processo judicial num fórum internacional, preferindo negociações bilaterais. Os dois países têm também discutido os seus conflitos territoriais no âmbito de um mecanismo de consulta bilateral para evitar uma escalada das disputas. A próxima ronda de conversações será organizada pela China, disse o funcionário.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul da China | Submarino russo detectado perto das Filipinas Um submarino de ataque russo foi detectado ao largo da costa filipina no mar da China Meridional, anunciou ontem o exército filipino. “Qualquer intrusão no nosso mar das Filipinas Ocidental, na nossa Zona Económica Exclusiva e nas nossas linhas de base é muito preocupante”, disse o Presidente filipino, Ferdinand Marcos, aos jornalistas, utilizando o termo filipino e não ‘mar do Sul da China’ para se referir às águas imediatamente a oeste do país. O submarino, um UFA 490, foi detectado na quinta-feira a 148 quilómetros a oeste do cabo Calavite, na ilha de Mindoro, indicou o exército. As Filipinas enviaram um avião e um navio para inspeccionar o submarino, cuja tripulação disse estar à espera de boas condições meteorológicas antes de regressar a Vladivostok, na Rússia. O porta-voz da Marinha das Filipinas para o mar do Sul da China, Roy Vincent Trinidad, descreveu a situação como “não alarmante”. “Mas estamos surpreendidos porque se trata de um submarino muito especial”, acrescentou. O submarino UFA, que foi visto pela última vez em águas filipinas no domingo, tem 74 metros de comprimento e é capaz de disparar mísseis Kalibr-PL com um alcance de até 12.000 quilómetros, de acordo com a agência de notícias estatal russa TASS.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul da China | Filipinas diz não ter perdido recife disputado As Filipinas garantiram ontem que não abandonaram um recife disputado no mar do Sul da China, apesar da retirada de um navio militar que estava ali destacado desde Abril após um impasse com a China. “Não perdemos nada”, disse o porta-voz da guarda costeira filipina, numa conferência de imprensa, garantindo que continuará a haver uma presença no recife, conhecido nas Filipinas como Sabina. “Estamos apenas a reposicionar o nosso navio (…) [e] isto não significa que os navios da guarda costeira deixem de estar destacados” no recife, disse Jay Tarriela. Citando a segurança das operações, o porta-voz recusou divulgar mais informações. O navio BRP Teresa Magbanua ancorou em Abril nas águas em redor do recife para desempenhar “funções de sentinela”, de acordo com o Conselho Marítimo Nacional das Filipinas, para fazer valer as reivindicações de Manila e impedir que Pequim assuma o controlo da zona. Em Agosto, os barcos chineses bloquearam uma missão de reabastecimento aos marinheiros filipinos a bordo do navio, causando uma grave escassez de alimentos. Na última tentativa, em 31 de Agosto, a China acusou um barco filipino de causar uma “colisão deliberada” contra um navio da guarda costeira. O recife, conhecido em chinês como Xianbin, localizado a 140 quilómetros a oeste da ilha filipina de Palawan e a 1.200 quilómetros da ilha chinesa de Hainan, tem sido palco de vários incidentes nos últimos meses. Pequim “exerce uma soberania indiscutível sobre (…) Xianbin e as suas águas adjacentes”, disse no domingo, num comunicado de imprensa o porta-voz da guarda costeira chinesa, Liu Dejun. O mar do Sul da China recebe cerca de 30 por cento do comércio global e abriga 12 por cento dos pesqueiros mundiais, além de possuir potenciais depósitos de petróleo e gás.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim rejeita acusações de Manila de destruir a paz A China rejeitou ontem as acusações das Filipinas de destruir a paz no Mar do Sul da China, considerando que o “rótulo” utilizado pelo ministério da Defesa filipino não pode ser aplicado. Em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, sublinhou que os países da região sabem claramente que a China não é culpada pela instabilidade. “Quem está realmente a infringir e a provocar no Mar do Sul da China? Quem está a introduzir forças externas, minando a paz e a estabilidade regionais?”, questionou. Lin instou as Filipinas a “reconhecerem a raiz do problema, a evitarem provocações e a não continuarem com falsas acusações”, notando que qualquer tentativa de inverter a verdade irá aumentar as tensões na região. A China garantiu ontem que a sua guarda costeira agiu “legal e profissionalmente” depois de Manila ter relatado que um navio filipino foi atacado com canhões de água pelas forças chinesas no Mar do Sul da China. O secretário da Defesa das Filipinas acusou na segunda-feira a China de ser “o maior perturbador” da paz no Sudeste Asiático e apelou a uma censura internacional mais forte contra Pequim. Gilberto Teodoro Jr. falava numa conferência militar internacional organizada em Manila, tendo depois acrescentando aos jornalistas que as declarações internacionais de preocupação contra as acções da China em águas disputadas e noutros locais “não eram suficientes”. “O antídoto é uma acção multilateral colectiva mais forte contra a China”, disse Teodoro, afirmando que os diplomatas e as autoridades de defesa deveriam aplicar medidas mais fortes. Entretanto, os Estados Unidos admitiram ontem a possibilidade de escoltar navios filipinos, dependendo de consultas no âmbito do Tratado de Defesa Mútua de 1951 dos aliados, segundo o chefe do Comando Indo-Pacífico norte-americano, Samuel Paparo. A hipótese foi avançada durante uma conferência de imprensa, em Manila, com a presença do chefe das Forças Armadas das Filipinas, general Romeo Brawner Jr. “Certamente, no contexto das consultas”, respondeu quando questionado sobre a hipótese de escolta, referindo ser “inteiramente razoável dentro do Tratado de Defesa Mútua, através desta estreita aliança” entre os dois países, sem dar mais detalhes. Mar agitado A chegada ao poder de Ferdinand Marcos Jr. fez aumentar a pressão diplomática de Manila para recuperar a sua soberania marítima através, nomeadamente, das denúncias públicas de presença chinesa em águas disputadas. As Filipinas acusaram no sábado a China de disparar duas vezes foguetes de aviso contra um dos seus aviões de patrulha civil sobre ilhotas disputadas no mar do Sul da China. Na sexta-feira, Pequim tinha anunciado contramedidas contra aviões militares filipinos acusados de terem entrado no seu espaço aéreo nas proximidades do recife de Subi em 22 de Agosto, também reivindicado por Manila. O Mar do Sul da China recebe cerca de 30 por cento do comércio global e abriga 12 por cento dos pesqueiros mundiais, além de possuir potenciais depósitos de petróleo e gás.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim tomou “medidas de controlo” contra navio filipino A China afirma que a sua guarda costeira tomou “medidas de controlo” contra um navio filipino que entrou em águas próximas de um atol que é disputado no Mar do Sul da China, segundo a imprensa estatal de Pequim. “O navio filipino 3002 entrou ilegalmente em águas próximas do recife de Xianbin, nas ilhas Nansha, sem permissão do governo chinês”, disse o canal de televisão estatal CCTV. O barco “continuou a aproximar-se perigosamente de um navio da guarda costeira chinesa que realizava operações de rotina”, indicou a mesma fonte, precisando que aquela autoridade chinesa havia “tomado medidas de controlo contra o navio filipino, de acordo com as leis e os regulamentos”. As tensões entre Pequim e Manila têm aumentado nos últimos meses e marcadas por uma série de confrontos no Mar do Sul da China. As Filipinas acusaram no sábado a China de disparar duas vezes foguetes de aviso contra um dos seus aviões de patrulha civil sobre ilhotas disputadas no Mar do Sul da China. Na sexta-feira, Pequim tinha anunciado que tinha tomado “contramedidas” contra aviões militares filipinos acusados de terem entrado no seu espaço aéreo nas proximidades do recife de Subi a 22 de Agosto, também reivindicado por Manila.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do sul | Pequim acusa barco filipino de bater de propósito contra navio chinês A guarda costeira chinesa acusou as Filipinas de terem deliberadamente colidido ontem com um dos seus navios contra uma embarcação chinesa, perto do Atol Sabina, um novo ponto de inflamação nas disputas territoriais entre os dois países. Dois navios da guarda costeira filipina entraram em águas próximas do banco de areia, ignoraram o aviso da guarda costeira chinesa e “colidiram deliberadamente” com um dos barcos chineses às 03:24, disse a guarda costeira chinesa, em comunicado. O governo filipino denunciou, porém, manobras “ilegais e agressivas” dos navios da guarda costeira chinesa, perto do atol disputado nas ilhas Spratly. As duas colisões ocorreram contra embarcações filipinas que tinham como missão entregar mantimentos ao pessoal estacionado nas ilhas Patagonian e Lawak. Uma das colisões causou um buraco de cerca de 12 centímetros de diâmetro no convés do navio filipino Cape Engaño, quando este navegava a cerca de 23 milhas náuticas a sudeste do Atol Sabina, informou o comunicado, acompanhado de fotografias dos danos. “O lado filipino é inteiramente responsável pela colisão”, disse, por sua vez, o porta-voz da guarda costeira chinesa, Gan Yu. “Advertimos a parte filipina para que ponha imediatamente termo às suas infracções e provocações, caso contrário arcará com todas as consequências daí decorrentes.” Gan acrescentou que a China tem “soberania indiscutível” sobre as ilhas Spratly, conhecidas em chinês como ilhas Nansha, incluindo o Atol Sabina e as águas adjacentes. O nome chinês para aquele atol é Xianbin. Minutos depois desta colisão e em águas próximas, outro navio chinês abalroou “duas vezes” outra embarcação filipina, identificada como BRP Bagacay, que acabou por sofrer “danos estruturais menores”.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Exercícios militares perto de recife disputado A China anunciou ontem que está a realizar um exercício militar no Mar do Sul da China, perto do recife de Scarborough, uma ilhota controlada por Pequim, mas reivindicada por Manila, num contexto de tensões bilaterais recorrentes. Estas manobras oficiais do Exército, pouco frequentes em torno deste recife, surgem numa altura em que as Filipinas lançaram dois dias de exercícios marítimos e aéreos conjuntos com os Estados Unidos, Canadá e Austrália na região. Esta actividade militar de ambos os lados surge após vários incidentes nos últimos meses em torno de ilhotas no Mar do Sul da China cuja soberania é reivindicada por Pequim e Manila. A China está a “conduzir uma patrulha de combate conjunta no mar e no espaço aéreo perto da ilha de Huangyan”, o nome chinês para o recife de Scarborough, disse a unidade de operações do sul do Exército num comunicado. O objectivo da operação é “testar as capacidades de reconhecimento e de alerta precoce, de manobra rápida e de ataque conjunto das suas tropas”, afirmou. “Todas as actividades militares que perturbam a situação no Mar do Sul da China, criam pontos de tensão e comprometem a paz e a estabilidade regionais estão sob controlo”, sublinhou o Exército chinês, numa aparente referência às manobras actualmente conduzidas pelas Filipinas com os seus aliados ocidentais. A China reivindica a posse de uma grande parte das ilhas e recifes do Mar do Sul da China. Outros países vizinhos, como o Vietname, as Filipinas, a Malásia e o Brunei, têm reivindicações concorrentes e por vezes sobrepostas. Águas bravas Em 2012, Pequim assumiu o controlo do recife de Scarborough, onde se está a realizar o exercício militar. Desde então, a China tem enviado navios que, segundo as Filipinas, assediam a sua frota e os pescadores que tentam aceder a esta zona. As actuais manobras que envolvem as Filipinas, os Estados Unidos, a Austrália e o Canadá estão também a decorrer no Mar do Sul da China, segundo um porta-voz do Exército filipino, sem especificar a sua localização exacta. De acordo com um comunicado de imprensa da Marinha dos Estados Unidos, este exercício conjunto tem como objectivo “apoiar” a emergência de uma “região do Indo-Pacífico livre e aberta”. Esta expressão, frequentemente utilizada pelos Estados Unidos, refere-se a uma zona da Ásia-Pacífico livre de influências hegemónicas. Uma forma velada de criticar a China e as suas reivindicações territoriais na região. Nos últimos meses, as tensões entre a China e as Filipinas atingiram níveis que não se registavam há vários anos. Têm sido frequentes os confrontos verbais e físicos em torno do atol de Segundo Thomas. Os soldados filipinos estão aí estacionados num navio militar que foi deliberadamente encalhado por Manila em 1999 para afirmar a sua reivindicação de soberania. Este diferendo entre a China e as Filipinas está a alimentar o receio de um potencial conflito que poderia levar à intervenção de Washington, devido ao seu tratado de defesa mútua com Manila. A China acusa regularmente os Estados Unidos de apoiarem deliberadamente os países que competem consigo em matéria de reivindicações territoriais, a fim de contrariar a sua ascensão.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim confirma “acordo provisório” com Manila O Governo chinês confirmou ontem que chegou a um “acordo provisório” com as Filipinas para “desanuviar” as tensões em torno de um atol no mar do Sul da China, reivindicado por ambos os países. Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, as duas partes concordaram em “gerir conjuntamente as diferenças em matéria de questões marítimas e trabalhar no sentido de desanuviar as tensões” na região, depois de terem chegado a um entendimento sobre o “reabastecimento humanitário de material de apoio” ao contingente filipino no Atol de Segundo Thomas. O acordo foi alcançado na sequência de uma reunião entre representantes dos dois países a 2 de Julho, que conduziu a novas consultas e ao estabelecimento de uma linha directa de comunicação entre o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., e o Presidente Xi Jinping. Um dos principais pontos de discórdia entre as duas partes diz respeito ao antigo navio filipino Sierra Madre, que se encontra encalhado com uma guarnição militar no Segundo Thomas desde 1999 para reclamar a soberania sobre o atol. “Continuamos a exigir que as Filipinas reboquem o navio (Sierra Madre) e devolva a Ren’ai Jiao (Segundo Thomas) o estatuto de não albergar pessoal e instalações”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês no comunicado divulgado ontem. Se as Filipinas necessitarem de enviar material de salvamento para o pessoal do navio, a China está disposta a autorizá-lo num “espírito humanitário”, desde que Manila informe Pequim com antecedência e depois de ter sido efectuada uma “verificação no local”, de acordo com o texto oficial. Se as Filipinas enviarem “uma grande quantidade” de materiais de construção para o navio de guerra ou tentarem construir instalações fixas ou um posto avançado permanente, “a China não o vai aceitar de forma alguma e vai impedi-lo resolutamente, em conformidade com a lei”, sublinhou a diplomacia chinesa. “A China tem soberania sobre Ren’ai Jiao e o resto das Nansha Qundao (ilhas Spratly), bem como sobre as suas águas adjacentes”, lê-se na mesma nota. Conflitos crescentes Filipinas e China mantêm uma disputa crescente no Mar do Sul da China, onde os confrontos entre navios dos dois países se multiplicaram nos últimos meses. Além do Atol Segundo Thomas, Manila e Pequim disputam a soberania do recife de Scarborough, perto da ilha filipina de Luzón, e de várias ilhas do arquipélago de Spratly. As tensões entre China e Filipinas aumentaram desde que Marcos Jr. chegou ao poder em 2022. O líder filipino reforçou a aliança militar com os Estados Unidos e alargou o acesso das tropas norte-americanas às suas bases.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim diz que permitiu retirada de doente de navio filipino As autoridades chinesas anunciaram que permitiram que um homem doente fosse retirado de um navio de guerra filipino encalhado deliberadamente desde 1999 em águas disputadas. A guarda-costeira afirmou que se tratou de uma acção humanitária, enquanto os filipinos criticam a demora na autorização do auxílio prestado A guarda costeira chinesa disse ontem que permitiu a retirada pelas Filipinas de uma pessoa doente do navio de guerra filipino encalhado desde 1999 num recife de coral disputado por Pequim e Manila no Mar do Sul da China. O porta-voz da guarda costeira, Gan Yu, disse em comunicado que a retirada foi “permitida” por razões “humanitárias”. A tripulação vai-se revezando. “A guarda costeira chinesa efectuou a vigilância e a verificação de toda a operação do lado filipino, em conformidade com a lei”, disse Gan. O porta-voz acrescentou que a China “tem soberania incontestada” sobre as ilhas Spratly (conhecidas na China como Nansha) e o Atol Segundo Tomé (conhecido na China como Ren’ai, e pelas Filipinas como Ayungin). “As Filipinas ignoram os factos e fazem especulações maliciosas, induzindo deliberadamente em erro a opinião internacional”, sublinhou Gan. Em 1999, Manila encalhou deliberadamente o navio de guerra Sierra Madre para reforçar a sua reivindicação territorial. As Filipinas e a China mantêm uma disputa de soberania crescente no Mar do Sul da China, onde os confrontos entre navios dos dois países se têm multiplicado nos últimos meses. Um dos incidentes mais tensos ocorreu a 17 de Junho, nas águas adjacentes ao Atol de Ren’ai, quando elementos da guarda costeira chinesa cercaram e abordaram um navio filipino com a missão de abastecer o pequeno destacamento militar que as Filipinas mantêm no navio Sierra Madre. Em Maio passado, a China dotou a sua guarda costeira de novas capacidades, incluindo a autoridade para deter navios estrangeiros suspeitos de entrarem ilegalmente nas suas águas territoriais. A guarda costeira chinesa viu também a sua capacidade de acção reforçada do ponto de vista material, graças à atribuição de mais navios e a maior apoio logístico. Para além deste atol, Manila e Pequim disputam a soberania do recife de Scarborough, perto da ilha filipina de Luzon, e de várias ilhas do arquipélago de Spratly, onde o Brunei, a Malásia, e o Vietname também têm reivindicações. O outro lado As tensões entre a China e as Filipinas aumentaram desde a chegada ao poder de Ferdinand Marcos Jr., em 2022, que reforçou a sua aliança militar com os Estados Unidos e alargou o acesso das tropas norte-americanas às suas bases, incluindo algumas com acesso estratégico ao Mar do Sul da China ou à ilha de Taiwan. A guarda costeira das Filipinas acusou, entretanto, a China de “atrasar durante horas” a retirada do doente. “O envio de vários navios (chineses) para atrasar a retirada médica durante horas só mostra que têm pouco respeito por uma missão humanitária”, denunciou o porta-voz da guarda costeira filipina, Jay Tarriela, na rede social X. O representante de Manila acompanhou a sua declaração com uma fotografia que mostra dois pequenos barcos insufláveis filipinos rodeados por quatro navios chineses de maiores dimensões. Tarriela classificou o comentário chinês de “ridículo”, afirmando que Pequim não tem autoridade sobre o atol, que se encontra dentro das 200 milhas náuticas (370 quilómetros) da zona exclusiva económica das Filipinas. “Esta declaração confirma ainda mais a colocação ilegal de navios na nossa zona de exclusividade económica e sublinha a opinião do seu governo de que a preservação da vida e do bem-estar humanos exige aprovação”, sublinhou o porta-voz filipino.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim responsabiliza Manila por agravar tensões Pequim responsabilizou Manila pelo incidente perto de um recife disputado no Mar do Sul da China, respondendo à divulgação de novas imagens que mostram guardas costeiros chineses armados com facas e um machado. “Os navios filipinos (…) abalroaram deliberadamente os navios chineses. Estes marinheiros filipinos também atiraram água e objectos aos agentes da autoridade chineses. Estas práticas agravaram obviamente as tensões no mar”, declarou Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China. As primeiras imagens foram divulgadas na segunda-feira mas, entretanto, novas imagens transmitidas na quarta-feira por Manila mostram elementos da Guarda Costeira da República da China armados. Questionado sobre o novo vídeo, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, acusou Manila de tentar “culpar caluniosamente” Pequim pelo incidente. “Esta operação levada a cabo pelas Filipinas não é, de forma alguma, um fornecimento de bens humanitários”, a versão defendida por Manila, disse Lin Jian. O general Romeo Brawner, chefe do Exército filipino, disse na quarta-feira que a tripulação filipina, em menor número, estava desarmada e tinha lutado “com as próprias mãos”. Manila acusou Pequim de ter cometido um “acto de pirataria” contra as forças filipinas e exigiu a devolução dos objectos “saqueados” pelos chineses, incluindo sete espingardas, bem como uma indemnização pelo equipamento danificado.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim permite à guarda costeira deter estrangeiros em águas disputadas A China revelou no sábado um conjunto de regras que permitem à guarda costeira deter estrangeiros, sem julgamento, durante um período máximo de 60 dias, em águas disputadas no mar do Sul da China. Pequim alega razões históricas para reivindicar a soberania sobre a quase totalidade do mar do Sul da China, algo que entra em conflito com outros países, incluindo Indonésia, Vietname, Malásia e Brunei. A guarda costeira chinesa pode, desde sábado, deter, sem julgamento, estrangeiros “suspeitos de terem violado a organização de entradas e saídas fronteiriças”, de acordo com o novo regulamento, publicado na Internet. O documento prevê um período de detenção de até 60 dias para “casos mais complexos” e “se a nacionalidade e a identidade [dos detidos] não forem claras”. “Os navios estrangeiros que tenham entrado ilegalmente nas águas territoriais chinesas e nas águas adjacentes poderão ser abordados nos termos da lei”, acrescenta o regulamento. Para reforçar as suas reivindicações territoriais, a China tem utilizado barcos e embarcações rápidas para patrulhar as águas e recifes do mar do Sul da China e construiu ilhas artificiais militarizadas em águas próximas das Filipinas. O chefe do exército das Filipinas, general Romeo Brawner, disse a jornalistas na sexta-feira que as autoridades de Manila estavam “a discutir uma série de medidas para proteger os pescadores”. Os pescadores filipinos “não devem ter medo, mas continuar as suas actividades normais de pesca na nossa Zona Económica Exclusiva” (ZEE), disse o general. “Temos o direito de explorar os recursos da região”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul da China | Filipinas rejeitam notificar Pequim sobre operações As Filipinas rejeitaram notificar Pequim sobre as operações nos postos filipinos no mar do Sul da China, uma exigência que Manila descreveu como “absurda, sem sentido e inaceitável”. “Reafirmamos o nosso compromisso de defender os nossos direitos soberanos e a nossa jurisdição sobre o atol de Ayungin”, disse o conselheiro de Segurança Nacional filipino, Eduardo Año, referindo-se ao atol também conhecido como Ren’ai Jiao na China. O atol “está dentro da nossa Zona Económica Exclusiva (ZEE), conforme reconhecido pelo direito internacional e pela sentença arbitral de 2016”, acrescentou Año, num comunicado divulgado nas redes sociais no sábado à noite. Em Julho de 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia decidiu a favor das Filipinas sobre a soberania no atol de Scarborough, que fica a menos de 321 quilómetros da ilha filipina de Luzon e estaria dentro da ZEE de Manila, de acordo com o direito internacional. Pequim não acatou a decisão, alegando razões históricas para a reivindicação de soberania sobre a quase totalidade do mar do Sul da China, uma reivindicação que entra em conflito com as da Indonésia, Vietname, Malásia e Brunei. Na quinta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China exigiu que as Filipinas notificassem Pequim, “com a antecedência relevante”, das operações no atol de Ayungin, para permitir a entrega de abastecimentos ao destacamento no Sierra Madre, um antigo navio militar encalhado desde 1999 para reivindicar a soberania de Manila. “Não precisamos e nunca precisaremos da aprovação da China para nenhuma das nossas actividades” em Ayungin, defendeu Año, qualificando a proposta chinesa de “absurda, sem sentido e inaceitável”. “As nossas operações são realizadas dentro das nossas próprias águas territoriais e ZEE (…) Não seremos dissuadidos por interferências ou intimidações estrangeiras”, assegurou o dirigente filipino.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim acusa Filipinas de mentir sobre construção em águas disputadas A China afirmou ontem que as alegações das autoridades filipinas de que conseguiram impedir a Guarda Costeira chinesa de construir uma ilha artificial num atol em águas disputadas no Mar do Sul da China são “pura desinformação”. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, disse em conferência de imprensa que as alegações das Filipinas são “infundadas e caluniosas”. Wang manifestou preocupação com as declarações, afirmando que procuram “manchar a imagem da China e enganar a comunidade internacional”. Instou Manila a deixar de “espalhar informações falsas” e a “enfrentar os factos de forma responsável”. “Apelamos às Filipinas para que regressem ao diálogo e às negociações para resolver correctamente as disputas marítimas”, afirmou o porta-voz. As autoridades filipinas afirmaram no sábado que impediram a Guarda Costeira chinesa de construir uma ilha artificial numa zona perto do Atol de Sabina, conhecido como Escoda para os filipinos e Xianbin Jiao para os chineses. Um porta-voz da nação insular disse que o navio da BRP Teresa Magbanua esteve nas águas em torno de Sabina durante 26 dias para impedir “actividades ilegais” por parte da China. O atol de Sabina situa-se no arquipélago de Spratly, a cerca de 123 milhas náuticas a oeste de Palawan, e é reivindicado pelas Filipinas, China e Vietname. Nos últimos meses, os confrontos entre navios chineses e filipinos aumentaram no Mar do Sul da China, principalmente em torno dos atóis de Scarborough e Tomé Segundo, onde pescadores filipinos vão pescar. As autoridades filipinas argumentam que os atóis se encontram dentro da zona de exclusividade económica de 200 milhas náuticas.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Pequim diz ter “emitido aviso” a navio militar dos EUA A China afirmou na passada sexta-feira que o seu exército seguiu um navio da Marinha norte-americana e “emitiu um aviso” contra o mesmo perto das Ilhas Paracel, em águas disputadas no Mar do Sul da China. Pequim “ordenou que as forças navais e aéreas seguissem e monitorizassem o navio de acordo com as leis e regulamentos e emitiu um aviso para o obrigar a sair” da zona, disse Tian Junli, porta-voz da Área de Comando Sul do Exército chinês, citado pelas agências internacionais. O contratorpedeiro de mísseis guiados USS Halsey “entrou ilegalmente nas águas territoriais da China perto das ilhas Xisha sem a autorização do Governo chinês”, referiu o porta-voz, utilizando a designação chinesa para as ilhas Paracel. Estas ilhas são também reivindicadas pelo Vietname e a soberania chinesa não é reconhecida internacionalmente. “As acções dos Estados Unidos da América (EUA) violam gravemente a soberania e a segurança da China”, afirmou o porta-voz. Tian Junli acusou Washington de causar “riscos de segurança no Mar do Sul da China” e de ser o “maior destruidor” da paz e da estabilidade na região. A Marinha dos EUA declarou, entretanto, num comunicado, que o navio USS Halsey “respeitou os direitos e as liberdades de navegação no Mar do Sul da China, perto das ilhas Paracel”. “No final da operação, o USS Halsey prosseguiu as suas operações no Mar do Sul da China”, declarou a Marinha norte-americana, acrescentando que “as reivindicações ilegais generalizadas no Mar do Sul da China representam uma grave ameaça à liberdade de navegação”. Pelo Mar do Sul da China passa 30 por cento do comércio marítimo mundial. A região alberga ainda 12 por cento das zonas de pesca do mundo, bem como jazidas de petróleo e gás.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim insta Filipinas a “regressar ao diálogo” para resolver litígios territoriais A China instou ontem as Filipinas a “resolver as diferenças através do diálogo e da consulta”, após repetidos confrontos entre navios de ambos os países em águas disputadas no Mar do Sul da China. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, sublinhou ontem, em conferência de imprensa, os “esforços e a sinceridade” da China para gerir as diferenças através do diálogo e da consulta. Lin referiu-se a um “acordo de cavalheiros” alcançado no final de 2021 entre a China e as Filipinas, que “reflecte a intensa comunicação e negociação bilateral” entre as duas partes, embora o porta-voz tenha acusado Manila de não ter honrado o acordo em Fevereiro passado. O porta-voz disse que o seu país “negociou repetidamente através dos canais diplomáticos com o comando militar filipino no início deste ano para estabelecer um ‘novo modelo'” para o fornecimento de bens essenciais ao Atol de Ayungin, onde as Filipinas têm um pequeno destacamento num antigo navio militar, o Sierra Madre, que está encalhado desde 1999 para reivindicar a soberania sobre o local. Segundo Lin, este acordo deveria ter sido aplicado em Fevereiro passado, mas foi abandonado pouco depois por Manila. “As declarações das Filipinas não podem negar os factos objectivos dos acordos alcançados, incluindo o ‘acordo de cavalheiros’, o entendimento interno e o ‘novo modelo'”, disse o porta-voz. Lin sublinhou que estes entendimentos e consensos têm como objectivo gerir as diferenças, evitar conflitos, criar confiança e manter a paz e a estabilidade na zona. Meter água Na passada terça-feira, navios da guarda costeira chinesa voltaram a disparar canhões de pressão de água contra navios filipinos, causando danos materiais, nas águas disputadas ao largo do Atol de Scarborough. Em Março passado, ocorreram incidentes em que navios da Guarda Costeira e milícias chinesas utilizaram canhões de água sob pressão contra navios filipinos em missões de abastecimento na Sierra Madre. Desde que chegou ao poder, em Junho de 2022, o Presidente Ferdinand Marcos Jr. reforçou os laços de defesa com os EUA e criticou Pequim relativamente às reivindicações de soberania no Mar do Sul da China. Em Julho de 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia decidiu a favor das Filipinas numa sentença contra a China sobre a soberania no Atol de Scarborough, que fica a menos de 321 quilómetros da ilha filipina de Luzon e estaria dentro da área económica exclusiva de Manila de acordo com o direito internacional. Pequim não acatou a decisão, alegando razões históricas para a reivindicação de soberania sobre a quase totalidade do mar do Sul da China, uma reivindicação que entra em conflito com as de outros países, incluindo Vietname, Malásia e Brunei. Por estas águas estratégicas, onde os Estados Unidos defendem o direito à livre navegação, passa 30 por cento do comércio marítimo mundial. A região alberga ainda 12 por cento das zonas de pesca do mundo, bem como jazidas de petróleo e gás.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Diplomata chinês convocado após incidente em águas disputadas As disputas no mar do Sul da China acentuam-se com o mais recente incidente entre embarcações dos dois países a provocar a chamada do representante chinês em Manila ao MNE filipino. Pequim acusa as Filipinas de provocações ao entrarem em águas que a China considera seu território As Filipinas anunciaram ontem que convocaram um representante da embaixada chinesa em Manila após um incidente entre navios dos dois países em águas disputadas no mar do Sul da China. “As Filipinas protestaram contra o assédio, (…) bloqueio, manobras perigosas, uso de canhões de água e outras acções agressivas por parte dos navios da guarda costeira chinesa e da milícia marítima chinesa contra” navios filipinos, disse a diplomacia de Manila. O Ministério dos Negócios Estrangeiros filipino disse que convocou Zhou Zhiyong, o número dois da embaixada chinesa em Manila, por causa de um incidente que causou danos a um navio da guarda costeira filipina e outro da agência de pescas na terça-feira. “As acções agressivas da China, especialmente o uso de canhões de água, causaram danos aos navios. As Filipinas exigiram que os navios chineses deixassem imediatamente o atol de Masinloc e os seus arredores”, disse o ministério, num comunicado. Na terça-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês acusou navios filipinos de “violarem a soberania chinesa” após entrarem em águas disputadas adjacentes ao atol de Scarborough. Em conferência de imprensa, o porta-voz da diplomacia chinesa, Lin Jian, disse que a guarda costeira da China desempenhou as suas funções “de acordo com a lei e garantindo a integridade territorial da China”, expulsando dois navios oficiais das Filipinas. “Exortamos as Filipinas a pararem imediatamente com estas provocações e a não desafiarem a firme determinação da China em defender a sua soberania”, acrescentou o porta-voz. Virado para o ocidente Em Março, Pequim alegou que 34 cidadãos filipinos “desembarcaram ilegalmente” em Sandy Cay (conhecida na China como Tiexian), outra ilha no mar do Sul da China cuja soberania é disputada pela China e pelas Filipinas, entre outros países. Estas águas, fundamentais para o comércio marítimo mundial e ricas em recursos naturais, foram palco de vários confrontos entre navios chineses e filipinos nos últimos meses. As autoridades chinesas reivindicam quase todo o mar do Sul da China, incluindo os arquipélagos de Paracel e Spratly, uma reivindicação que se sobrepõe às zonas económicas exclusivas de 200 milhas de países como as Filipinas, o Vietname e a Malásia, ao abrigo do direito internacional. O Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., reforçou os laços de defesa com os Estados Unidos e criticou Pequim pelas reivindicações de soberania no mar do Sul da China. Pequim alega razões históricas, mas em 2016 o Tribunal Permanente de Arbitragem confirmou a reivindicação de Manila contra as pretensões das autoridades chinesas, uma decisão que a potência asiática se recusou a cumprir.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul da China | Pequim realizou “patrulhas de combate” Pequim realizou “patrulhas de combate” no disputado mar do Sul da China, onde Filipinas, Estados Unidos, Japão e Austrália também efectuaram manobras conjuntas. “Em 7 de Abril, o Comando do Teatro Sul do Exército de Libertação do Povo Chinês está a organizar patrulhas conjuntas de combate naval e aéreo no mar do Sul da China”, disse o exército chinês, num comunicado. “Todas as actividades militares que perturbem a situação no mar do Sul da China e criem pontos críticos estão sob controlo”, acrescentou o exército, numa aparente alusão aos exercícios conjuntos dos quatro países. A China não divulgou quaisquer detalhes sobre a natureza e localização exacta das manobras. No sábado, as Filipinas, os Estados Unidos, o Japão e a Austrália anunciaram, num comunicado conjunto, que iriam realizar ontem exercícios navais e aéreos na zona económica exclusiva das Filipinas. “Demonstrando o nosso compromisso colectivo de fortalecer a cooperação regional e internacional rumo a um Indo-Pacífico livre e aberto, as nossas forças de defesa e exércitos combinados realizarão uma actividade de cooperação marítima”, disseram os quatro países. O comunicado recordou que o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia deu em 2016 razão a Manila sobre a soberania de várias ilhas e atóis nestas águas, uma decisão que as autoridades chinesas se recusaram a cumprir. O ministro da Defesa do Japão defendeu que a questão do mar do Sul da China “está directamente relacionada com a paz e a estabilidade da região e é uma preocupação legítima da comunidade internacional”. “O Japão opõe-se a quaisquer mudanças unilaterais ao status quo pela força, quaisquer tentativas, bem como quaisquer acções que aumentem as tensões no mar do Sul da China”, acrescentou Minoru Kihara, citado no comunicado. Antes da cimeira O exercício decorre poucos dias antes de uma cimeira que irá reunir em Washington o Presidente dos EUA, Joe Biden, e os líderes das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr, e do Japão, Fumio Kishida. No início da semana, o navio de guerra australiano HMAS Warramunga chegou à província filipina de Palawan, perto da zona marítima disputada. As tensões regionais intensificaram-se no ano passado, com a China a afirmar de forma mais assertiva a alegada soberania sobre áreas marítimas também reivindicadas pelas Filipinas, Japão e Taiwan. Em resposta, os Estados Unidos procuraram reforçar as suas alianças na região, particularmente com os seus aliados tradicionais, o Japão e as Filipinas. Além das Filipinas e da China, também o Vietname, a Malásia e Brunei reivindicam parte deste mar estratégico, através do qual flui 30 por cento do comércio mundial e que alberga 12 por cento dos navios pesqueiros mundiais, bem como depósitos de petróleo e gás.
Hoje Macau China / ÁsiaMar do Sul | Protestos de Pequim e Manila após novo incidente China e Filipinas disseram ontem ter apresentado protestos em simultâneo junto dos dois Governos, depois de um novo incidente no mar do Sul da China, onde Pequim e Manila mantêm reivindicações territoriais. As Filipinas disseram ter convocado um diplomata da embaixada chinesa em Manila, na sequência de “acções beligerantes” da guarda costeira chinesa e de um navio chinês perto de um recife no mar do Sul da China. Manila expressou “forte protesto contra as acções agressivas levadas a cabo no sábado pela guarda costeira chinesa e pela milícia marítima” contra um navio de abastecimento filipino ao largo do atol Tomás Segundo, um recife disputado naquelas águas. De acordo com as Filipinas, a guarda costeira chinesa bloqueou um navio de abastecimento e danificou-o com canhões de água, ferindo três soldados. A guarda costeira chinesa descreveu as manobras como “regulação, intercepção e expulsão legítimas” de um navio estrangeiro que “tentou entrar em águas chinesas pela força”. Também a embaixada da China em Manila afirmou ter enviado também um “protesto solene” às Filipinas na sequência do incidente. “No dia 23 de Março, as Filipinas violaram os próprios compromissos, ignoraram a firme oposição e os avisos prévios da China e insistiram em enviar um navio de abastecimento e dois navios da guarda costeira para entrar arbitrariamente nas águas perto do recife Ren’ai, nas ilhas Nansha da China”, afirmou a embaixada, em comunicado, utilizando o nome chinês para o atol.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Pequim adverte Manila para pôr fim a “infracções e provocações” Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China advertiu as Filipinas de que deverão por fim de imediato “às infrações e provocações e abster-se de minar a paz e a estabilidade”, no mar da China meridional. O aviso surge após o último incidente, no sábado, em que uma patrulha da Guarda Costeira da China disparou canhões de água contra um barco filipino. “Apesar da forte oposição da China, as Filipinas enviaram um barco de abastecimento e dois barcos da Guarda Costeira a 23 de Março, sem permissão do Governo chinês, para invadirem as águas adjacentes de Ren’ai Jiao do Nansha Qundao da China, numa tentativa de enviar materiais de construção ao navio militar encalhado ilegalmente em Ren’ai Jiao, para reparação e reforço”, declarou o porta-voz, citado pela agência Xinhua. A mesma fonte defendeu que a Guarda Costeira da China tomou “as medidas necessárias no mar para salvaguardar direitos, bloqueou firmemente os barcos filipinos e frustrou a tentativa das Filipinas” e acrescentou que Nansha Qundao e as águas adjacentes, incluindo Ren’ai Jiao, “sempre foram território da China”. “Isto está estabelecido no largo curso da história e cumpre com o direito internacional”, advogou. “Se as Filipinas insistirem em seguir o seu próprio caminho, a China continuará a adoptar medidas decididas para salvaguardar a soberania territorial e os seus direitos e interesses marítimos. As Filipinas devem estar preparadas para suportarem todas as consequências”, insistiu.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas rejeita propostas marítimas contrárias aos seus interesses O Governo das Filipinas afirmou ontem que rejeitou propostas de Pequim que visam reduzir as tensões no Mar do Sul da China, por serem “contrárias” aos interesses do país. Em comunicado, o ministério dos Negócios Estrangeiros das Filipinas afirmou ter recebido de Pequim, no ano passado, várias propostas relacionadas com o sector marítimo. “Apesar de algumas propostas terem sido consideradas viáveis, foi determinado, após um estudo cuidadoso, análise e deliberação do Governo filipino, que muitas das restantes propostas chinesas são contrárias aos nossos interesses nacionais”, afirmou o ministério. Manila citou como exemplo uma proposta, feita em Março de 2023 pelo vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Sun Weidong, que insistia “em açcões que seriam consideradas como aquiescência ou reconhecimento do controlo e administração da China sobre o Atol de Ayungin”, conhecido na China como Rén’ài e internacionalmente como Second Thomas. “Ayungin faz parte da zona económica exclusiva das Filipinas. As Filipinas não poderiam considerar a proposta da China sem violar a constituição filipina ou o Direito internacional”, salientou o ministério, uma vez que o território se encontra a menos de 200 milhas da costa filipina – um limite estabelecido pela ONU como fronteira marítima legítima entre Estados, numa convenção a que a China aderiu em 1996. Este atol, situado no arquipélago das Spratly e onde as Filipinas têm um punhado de tropas estacionadas num navio encalhado intencionalmente desde 1999, está no centro de recentes disputas e incidentes que têm afectado as relações entre Manila e Pequim sobre as reivindicações territoriais no Mar do Sul da China. Mar bravo Na semana passada, navios da guarda costeira chinesa abalroaram e dispararam canhões de água contra navios filipinos que se encontravam numa missão de reabastecimento do posto militar, ferindo pelo menos cinco pessoas. Para além deste atol, os dois países disputam a soberania do recife de Scarborough, perto da ilha filipina de Luzon, e de várias ilhas nas Spratlys, onde o Brunei, a Malásia e o Vietname também têm reivindicações. O comunicado oficial de ontem surge em resposta a um artigo publicado pelo Manila Times na segunda-feira, no qual um “alto funcionário chinês” acusava Manila de inação em relação às propostas de Pequim para normalizar a situação nas zonas em disputa. O ministério sublinhou na mesma nota que as Filipinas abordaram estas negociações confidenciais “com a maior sinceridade e boa fé” e que está surpreendido com “a divulgação pela China de pormenores sensíveis das nossas conversações bilaterais”. Em 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia confirmou a soberania das Filipinas sobre a área, embora Pequim não reconheça a decisão e reivindique, por razões históricas, quase todo o Mar do Sul da China, uma via fundamental para o comércio mundial e rica em recursos energéticos.
Hoje Macau China / ÁsiaMar da China | Pequim critica exercícios de EUA e Filipinas As águas do Mar da China continuam agitadas. Pequim condena os exercícios militares conjuntos das tropas norte-americanas e filipinas na região que diz ser uma demonstração de força desapropriada A China qualificou ontem como provocações os exercícios militares conjuntos entre os Estados Unidos e as Filipinas no Mar do Sul da China, onde o exército chinês está a realizar manobras paralelas. Para Pequim, tais exercícios constituem um ataque à integridade territorial da China, segundo o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin. Os exercícios visam “demonstrar força e não são conducentes ao controlo de disputas e da situação”, afirmou aos jornalistas em Pequim, citado pela agência francesa AFP. As manobras militares conjuntas realizam-se após uma série de incidentes em águas disputadas. Manila e Pequim têm uma longa história de disputas marítimas no Mar do Sul da China, mas o ex-presidente filipino, Rodrigo Duterte, estava relutante em criticar o poderoso vizinho. Desde que assumiu a presidência em Junho de 2022, o seu sucessor, Ferdinand Marcos Jr., adoptou uma posição mais dura contra a China em questões de soberania e aproximou-se dos Estados Unidos. Em Dezembro, navios chineses dispararam canhões de água contra navios filipinos durante duas missões de abastecimento separadas em recifes disputados, de acordo com vídeos divulgados pela guarda costeira filipina. Registou-se também uma colisão entre um navio filipino e um navio da guarda costeira chinesa. Na altura, a China e as Filipinas culparam-se mutuamente pelo acidente. Neste contexto, o exército chinês anunciou na quarta-feira que as suas forças navais e aéreas estavam a “efectuar patrulhas de rotina” nas próximas 24 horas no Mar do Sul da China. O exército não especificou o local destes exercícios nem o número de soldados ou aviões envolvidos. O anterior exercício militar chinês a ser tornado público no Mar da China data de Novembro. A China realizou outros quatro exercícios em Setembro. Ponto estratégico Os exercícios dos Estados Unidos com as Filipinas envolvem um grupo aéreo naval do porta-aviões de propulsão nuclear “Carl Vinson”, segundo a Marinha norte-americana. “A Marinha dos Estados Unidos efectua regularmente exercícios deste tipo para reforçar os laços com as nações aliadas e parceiras”, declarou em comunicado, acrescentando que as manobras também terão a duração de dois dias. A China afirma ter sido a primeira nação a descobrir e a dar nome às ilhas do Mar do Sul da China, uma vasta zona marítima por onde passa actualmente grande parte do comércio entre a Ásia e o resto do mundo. Outros países ribeirinhos (Filipinas, Vietname, Malásia, Brunei) têm reivindicações concorrentes e cada um deles controla várias ilhas. Em 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem, uma organização com sede nos Países Baixos, rejeitou as reivindicações chinesas, considerando-as sem base jurídica. Pequim denunciou a decisão, alegando que os procedimentos das Filipinas perante o tribunal não estavam em conformidade com a lei. Nos últimos anos, a China construiu ilhas artificiais no Mar da China e militarizou-as para reforçar posições. “O Mar do Sul da China está a tornar-se uma zona defensiva fundamental para a China”, disse à AFP o analista militar Michael Raska, professor na Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura. Pequim pretende fazer desta vasta zona marítima “uma via navegável controlada apenas pela China”, para reforçar a influência e capacidade de projecção, segundo Raska. Perante as reivindicações territoriais da China e a sua crescente influência e capacidade militar, as Filipinas assinaram este ano acordos militares com os Estados Unidos e a Austrália.