Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Alerta de terrorismo para todo o país após ataque em Jolo [dropcap]A[/dropcap] Polícia Nacional das Filipinas elevou ontem o nível de alerta de terrorismo para todo o país, após o ataque de domingo em Jolo reivindicado pelo grupo Estado Islâmico e que causou 20 mortos e 100 feridos. “A ordem garantirá que planos semelhantes de grupos terroristas não sejam realizados em outras regiões”, disse o director-geral da Polícia Nacional, Oscar Albayalde, numa conferência de imprensa em Jolo. O novo nível de alerta significa que a polícia vai aumentar os pontos de controlo e colocará sob maior vigilância a proibição de usar armas de fogo durante o período eleitoral, que terminará com as eleições legislativas e municipais de 13 de Maio. Albayalde informou ainda que o encerramento de Jolo e a restrição de movimentos no seu interior foram ordenados como estratégia para cercar os responsáveis pelo ataque, ao mesmo tempo que foi reforçado o destacamento de agentes da Polícia, das Forças Armadas e das Forças Especiais. O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou o duplo atentado de domingo contra a catedral católica de Jolo. O ataque ocorreu uma semana depois de mais de dois milhões de filipinos da comunidade de maioria muçulmana no sul do país, onde se situa a ilha de Jolo, terem sido chamados a participar num referendo para tornar esta região mais autónoma e, assim, acabar com cinco décadas de conflito.
Hoje Macau China / ÁsiaCerca de 5.000 voluntários e funcionários públicos limpam a poluída baía de Manila [dropcap]C[/dropcap]erca de 5.000 pessoas, entre os voluntários e funcionários do Governo, participaram ontem no lançamento oficial dos trabalhos de reabilitação da baía de Manila, uma das águas mais poluídas das Filipinas. Vários membros do gabinete do Presidente, Rodrigo Duterte, agentes das Forças Armadas e da Polícia juntaram-se aos voluntários que vieram limpar a área com vassouras e sacos de lixo. “É uma batalha que não será vencida pela força, mas com a firme vontade de devolver a vida à baía de Manila, com o empenho e determinação de cada filipino de contribuir neste esforço”, afirmou o secretário de Estado do Meio Ambiente das Filipinas, Roy Cimatu. O projecto tem um orçamento de 902 milhões de dólares e inclui ainda a realocação das mais de 220.000 famílias que vivem em casas ao longo da baía, entre lixo e água contaminada. O nível de coliformes, uma bactéria fecal que reflecte a poluição da água, chega a 330 milhões por 100 mililitros na baía, quando os parâmetros apropriados estão entre 100 e 200. A intenção do Governo é reduzir os coliformes a 270 por 100 mililitros até o final do ano e tornar a baía um local adequado para uso recreativo e turístico, embora admitam que a sua reabilitação deve demorar uma década. Novas normas ambientais serão impostas nos hotéis, centros comerciais e nas instalações recreativas e turísticas na baía. Os estabelecimentos que não cumprirem serão encerrados, avisou Roy Cimatu. Onda de limpeza O Governo filipino pretende seguir o exemplo “bem-sucedido” da reabilitação da ilha de Boracay, o principal destino turístico do país, que reabriu aos visitantes em Outubro, após seis meses de encerramento, devido à massificação turística, poluição das águas e crescimento anárquico de hotéis. Boracay, estância turística outrora com águas cristalinas, sofreu com a repercussão do desenvolvimento acelerado e foi apelidada de “fossa séptica”, pelo Presidente filipino, Rodrigo Duterte, que decidiu fechar a ilha a 26 de Abril de 2018. Em 2017, Borocay recebeu mais de 2 milhões de turistas, mas após a reabertura tem menos hotéis e restaurantes, bem como uma quota de visitantes autorizados e novas regulamentações, como a proibição de tabaco e álcool nas praias, para trazer ordem ao litoral. Para evitar uma nova onda maciça de turistas, a capacidade da ilha foi limitada a 19.200 turistas e por dia não podem entrar mais de 6.400. Nas praias é agora proibido colocar redes e guarda-sóis, fazer fogueiras ou castelos de areia, venda ambulante ou serviços de massagem. Além disso, desportos aquáticos só podem ser praticados a mais de 100 metros da costa e as famosas festas nocturnas na praia, que atraíram tantos visitantes, foram banidas. Para monitorizar o cumprimento dos novos regulamentos, a presença policial foi reforçada com mais de 400 agentes na ilha e cinco esquadras de polícia. Dos quase 600 hotéis que havia em Boracay, antes do encerramento, agora existem apenas 157 em funcionamento, totalizando 7.308 quartos.
Hoje Macau ReportagemTradição filipina do “Santo Niño” foi celebrada em Lisboa [dropcap]C[/dropcap]erca de cem pessoas assistiram ontem, em Lisboa, à celebração do “Santo Niño”, uma tradição filipina, que evoca a chegada do navegador Fernão de Magalhães à ilha de Cebu, e o batismo católico dos soberanos e de 800 autóctones. “A festa do ‘Santo Niño’, que celebramos no terceiro domingo de Janeiro, evoca a chegada de Fernão de Magalhães, a Cebu, e que entregou uma escultura do Menino Jesus aos locais, e demonstra a devoção das Filipinas ao Menino Jesus”, disse à agência Lusa a embaixadora das Filipinas em Lisboa, Celia Anna Feria, que assistiu à festa, seguida da celebração da eucaristia. No adro da basílica da Estrela, em Lisboa, figurantes evocaram a chegada do navegador português ao serviço de Espanha, em Abril de 1521, a Cebu, o baptismo dos reis locais, Hara Amihan e Humabon, que passaram a ostentar os nomes de Joana e Carlos, e várias danças em honra do “Santo Niño”. A celebração tem origem na ilha de Cebu, uma das maiores da região central filipina de Visayas, mas “estendeu-se a todas as partes das Filipinas”, como explicou a diplomata. No adro da basílica da Estrela foram apresentadas três danças tradicionais, uma delas com origem na tradição local, que era de agradecimento pelas colheitas a um deus da mitologia insular, mas com a adoção do catolicismo, passou a ser em honra de “Sinulog”, que na língua nacional filipina, o tagalog, significa Jesus. Entre outras individualidades, à cerimónia assistiu o núncio apostólico em Lisboa, o arcebispo Rino Passigato. Segundo Celia Anna Feria em Portugal a comunidade filipina “é menos de 2.000 pessoas, a maioria em Lisboa”. Questionada pela Lusa quanto aos preparativos da evocação dos 500 anos da chegada de Fernão Magalhães às Filipinas, no âmbito da viagem de circum-navegação ao serviço de Espanha, a diplomata disse que tal “só acontecerá em 2021”, mas foi já constituída uma comissão nacional para esse efeito, e que a embaixada em Lisboa tem estado a desenvolver contactos com várias universidades, nomeadamente a Nova de Lisboa. Neste âmbito, a embaixadora quer a “produção de vasta bibliografia que dê a conhecer as Filipinas e a sua cultura”. A eucaristia na basílica da Estrela foi celebrada em tagalog, inglês e português. Fernão de Magalhães (1480-1521), natural de Sabrosa, em Trás-os-Montes e Alto Douro, capitaneou a primeira viagem de circum-navegação e foi o primeiro europeu a alcançar a Terra de Fogo, no extremo meridional da América do Sul. A viagem de circum-navegação, sob bandeira de Espanha, foi iniciada em 1519 e terminou em 1522, já sob o comando de Juan Elcano, pois o navegador português foi morto por autóctones na ilha de Cebu, nas Filipinas. A imagem do “Santo Niño”, que encontra paralelo na tradição católica no Menino Jesus da Cartolinha, de Miranda do Douro, e no Menino Jesus de Praga, entre outros, é a mais antiga relíquia católica das Filipinas, e encontra-se na Basílica Menor do Santo Niño, na cidade de Cebu.
Hoje Macau China / ÁsiaSobe para 126 número de mortos nas Filipinas devido a tempestade [dropcap]P[/dropcap]elo menos 126 pessoas morreram nas Filipinas na sequência da tempestade tropical que atingiu o país no final de Dezembro, anunciaram as autoridades em novo balanço. De acordo com o relatório hoje divulgado, a maioria das vítimas perdeu a vida em deslizamentos de terra. A tempestade tropical Usman, que atingiu as ilhas centrais e orientais do arquipélago em 29 de Dezembro, também provocou inundações. O balanço anterior apontava para 85 mortos e 20 desaparecidos. Segundo as autoridades, mais de 100 pessoas morreram na região montanhosa de Bicol, ao sudeste de Manila. “Em apenas dois dias, a tempestade Usman despejou o equivalente a mais de um mês de chuva na região de Bicol”, disse à agência France-Presse (AFP) Edgar Posadas, porta-voz da agência de gestão de desastres naturais. Há, ainda, 152.000 deslocados e 75 feridos. A tempestade tropical entrou nas Filipinas pelo Pacífico e atingiu o continente no dia 29 de Dezembro, causando inundações, deslizamentos de terra e provocando falhas de electricidade um pouco por todo o país. Usman não chegou a ser classificada de tufão, o que, de acordo com as autoridades filipinas, fez com que as pessoas “ficassem demasiado confiantes”. Em meados de Setembro, no norte do país, mais de 80 pessoas morreram e outras 70 foram dadas como desaparecidas na sequência do tufão Mangkhut, que deixou um rasto de destruição em vários países no Pacífico. As Filipinas são atingidas todos os anos por cerca de 20 tufões, que causam centenas de mortes e agravam ainda mais a pobreza que atinge milhões de pessoas.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA devolvem ‘troféus de guerra’ às Filipinas mais de um século após massacre [dropcap]O[/dropcap]s Estados Unidos devolveram hoje às Filipinas três sinos de uma igreja levados como ‘troféus de guerra’ pelos norte-americano há quase 120 anos, uma iniciativa destinada a encerrar um capítulo sangrento na história dos dois países. Há décadas que Manila tem vindo a pedir a devolução dos sinos de Balangiga, o que aconteceu mais de 100 anos depois de uma das piores batalhas do conflito travado entre os dois países (1899-1902). A devolução também ocorre num momento frágil das relações diplomáticas entre o arquipélago e Washington, já que o Presidente filipino, Rodrigo Duterte, não tem escondido o desejo de se aproximar de Pequim. Os ‘troféus’ chegaram a Manila a bordo de um avião militar norte-americano, onde oficiais dos EUA e das Filipinas reuniram-se para uma cerimónia oficial. Os sinos foram levados da igreja Balangiga, na cidade homónima da ilha de Samar (centro-oeste do arquipélago), por militares americanos. Em 28 de Setembro de 1901, rebeldes filipinos mataram 48 soldados norte-americanos num ataque surpresa, onde se diz que os sinos terão dado o sinal para o início da agressão. Em retaliação, o general norte-americano Jacob Smith ordenou que a ilha de Samar fosse transformada num “deserto ruidoso” e que todos os rapazes ou homens filipinos, com mais de dez anos, fossem executados. Milhares de filipinos foram mortos, Balangiga foi completamente arrasada e os sinos foram apreendidos como ‘troféus’ de guerra. Colónia espanhola desde o século XVI, as Filipinas passaram para a posse dos Estados Unidos em 1898 após a guerra hispano-americana. O país tornou-se independente em 1946.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente Duterte aconselha filipinos a evitarem igrejas católicas [dropcap]O[/dropcap] Presidente das Filipinas reacendeu o confronto com os bispos e padres católicos do país, onde mais de 85% da população professa o catolicismo, aconselhando os filipinos a não irem à igreja para pagar contribuições. “Construam uma capela nas vossas próprias casas e rezem lá, assim não há necessidade de ir à igreja para pagar a esses idiotas”, disse Rodrigo Duterte, na segunda-feira, durante a inauguração do sistema de abastecimento de água na cidade de Davao, no sul das Filipinas. O Presidente destacou que as “crenças católicas são arcaicas” e que os seus ensinamentos não podem ser aplicados ao presente porque estão reféns de uma fé com três mil anos. Na semana passada, Duterte acusou o bispo de Caloocan, Pablo Virgilio David, de roubar, por pedir contribuições aos fiéis mais pobres. O prelado respondeu, afirmando que o Presidente não sabe o que diz, “porque está doente”. Duterte insistiu, dizendo acreditar num Deus diferente, que “não cobra dinheiro” e que não é “estúpido”. Após um diálogo com a hierarquia católica no país, ambas as partes acordaram uma trégua na troca de acusações, entretanto quebrada por Duterte. O confronto entre o Presidente das Filipinas e a Igreja Católica remonta a Fevereiro de 2017, quando a conferência episcopal criticou a sangrenta guerra contra as drogas, apelidando-a de um “reinado de terror”, uma posição à qual Duterte reagiu com insultos dirigidos aos bispos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina e Filipinas assinam memorando para exploração de gás no Mar do Sul [dropcap]C[/dropcap]hina e Filipinas anunciaram ontem um memorando de entendimento para exploração conjunta de petróleo e gás no Mar do Sul da China, demonstrando uma aproximação entre Pequim e Manila após anos de disputa pela soberania daquele território. Na primeira visita de Xi Jinping a Manila, tradicional aliado estratégico de Washington, o memorando, que tem vindo a ser negociado nos últimos meses, foi assinado, apesar dos protestos da oposição. O Tribunal Permanente de Arbitragem, com sede em Haia, concedeu em 2016 às Filipinas a soberania das águas em questão, que incluem várias ilhotas e atóis ocupados pela China. No entanto, sob a presidência do actual Presidente filipino, Rodrigo Duterte, as Filipinas têm sido mais permissivas, face às promessas de investimento chinês no país, de quase 24 mil milhões de dólares. Nos últimos meses, vários membros do gabinete de Duterte admitiram a existência de negociações com uma empresa estatal chinesa para exploração daquelas águas. “A China e as Filipinas são vizinhos próximos, com uma história de intercâmbios com milhares de anos. Boa vizinhança, amizade e cooperação é a única escolha correcta para nós”, afirmou Xi, após reunir-se com Duterte no palácio de Malacañang, a sede da presidência filipina. Duterte descreveu a visita de Xi como um “momento marcante” na “história comum” dos dois países. “Viramos uma nova página e estamos prontos a escrever um novo capítulo de abertura e cooperação”, afirmou. Coro de protestos Os detalhes do memorando para exploração conjunta não são ainda públicos. No entanto, a oposição nas Filipinas, incluindo a vice-presidente, Leni Robredo, exigiu que se publique integralmente o texto, alertando para a possibilidade de uma cedência na soberania nacional e violação da Constituição do país. “É inaceitável e traiçoeiro”, afirmou a senadora de oposição Risa Hontiveros. “Reverte a nossa vitória histórica no [tribunal] de Haia e dá a soberania das Filipinas no mar do Oeste das Filipinas”, considerou. Manila foi também palco de vários protestos durante a visita de Xi, face à disputa pela soberania do mar do Sul da China. Os manifestantes, que se reuniram em frente à embaixada chinesa em Manila, denunciaram ainda que os empréstimos concedidos por Pequim poderão criar uma situação insustentável para o país. Os dois chefes de Estado assinaram, no total, 29 acordos e memorandos de entendimento, nos sectores das finanças, banca, investimento, comércio, agricultura, infraestrutura, educação e cultura. A visita de Xi foi a última paragem de um périplo por três nações asiáticas, onde se tem comprometido a financiar a construção de infra-estruturas e defendido o livre comércio, parte de uma disputa por influência regional com Washington. Antes de regressar a Pequim, Xi reuniu-se com o presidente do Senado, Vicente Soto, e a presidente da Câmara dos Representantes, Gloria Macapagal-Arroyo.
João Luz China / ÁsiaXi Jinping visita as Filipinas num momento de apaziguamento diplomático Xi Jinping está em Manila, num período em que as relações entre a China e Filipinas atravessam o período mais positivo desde há muito tempo. Do encontro, o primeiro em 13 anos, devem resultar acordos milionários de investimento chinês e a discussão acerca das disputas territoriais no Mar do Sul da China. A visita de Xi é encarada como a definitiva aproximação de Pequim a Manila, deixando de parte um tradicional aliado das Filipinas: os Estados Unidos Com agências [dropcap]O[/dropcap] teor fraterno das palavras entre os presidentes da Filipinas e da China nos dias de hoje faz esquecer um dos pontos mais baixos nas relações entre os dois países, que se verificou há cerca de dois anos, na sequência de disputas territoriais no Mar do Sul da China. Aliás, o litígio chegou mesmo à barra da justiça internacional. É neste contexto que Xi Jinping chegou ontem a Manila, para uma visita oficial que termina hoje. À sua espera estava um líder com quem mantém, actualmente, uma relação muito próxima. Aliás, em Abril, Rodrigo Duterte fez uma autêntica declaração de amor ao líder chinês: “Eu simplesmente amo Xi Jinping. Ele compreende os meus problemas e está disposto a ajudar-me. Portanto, eu digo: Obrigado, China”. Na segunda-feira, a véspera da viagem para Manila, Xi divulgou uma nota oficial a retribuir o afecto do Presidente filipino. “As nossas relações estão numa fase de arco-íris depois da chuva. Em pouco mais de dois anos, a China tornou-se no maior parceiro comercial das Filipinas e a segunda maior fonte de turistas”, lê-se num comunicado divulgado na Xinhua. No entanto, Xi não deixou de parte o passado recente de quezílias diplomáticas, apesar de apontar o caminho futuro de entendimento, nomeadamente quanto ao litígio marítimo, um dos pontos mais importantes na agenda da visita. “Precisamos resolver de forma adequada através do diálogo e cooperação nos assuntos marítimos, de forma a tornar o Mar do Sul da China num mar de paz, amizade e cooperação que verdadeiramente beneficie os povos de ambos os países”, referiu o Presidente chinês. Apesar do tom afectuoso na linguagem, do encontro espera-se que se encontre definição para questões complexas, nomeadamente a reaproximação a Pequim e os apoios chineses para ultrapassar algumas das dificuldades socioeconómicas endémicas de que o país sofre. Uma coisa parece certa: Xi deve levar na bagagem promessas bilionárias de acordos e negócios para seduzir Duterte, na sequência da primeira visita que fez a Pequim quando assinou uma bateria de acordos para futuros investimentos chineses. Na altura, Duterte anunciou que “a América perdeu” na esfera militar e económica, numa rejeição óbvia à parceria histórica que Manila mantinha com Washington. Em contrapartida, há analistas que entendem que o Presidente filipino está a tentar agradar a gregos e troianos, num jogo perigoso entre as duas maiores potências económicas do mundo. Cantiga do bandido No entanto, os investimentos chineses na Filipinas continuam por se concretizar na realidade. Desde o estabelecimento de acordos, apenas uma fracção dos 24 mil milhões de dólares prometidos foram aprovados e implementados. Em declarações ao The New York Times, Jay Batongbacal, professor da Faculdade de Direito da Universidade das Filipinas, referiu que “as políticas de Duterte, desde 2016, não corresponderam às expectativas nem convenceram as pessoas da sua eficácia”. Na sequência da moderação de Duterte nas disputas do Mar do Sul da China, Pequim continua a construir bases militares em ilhas também reclamadas por Manila. Em 2016, numa decisão surpreendente, um tribunal internacional deu razão às pretensões filipinas e negou as intenções de Pequim quanto às disputas territoriais arguidas pela administração do antecessor de Duterte, Benigno S. Aquino III. A dois dias da decisão judicial, Duterte tomou posse. Desde então, o Presidente recusou pressionar Pequim no sentido de cumprir o que ficou definido na sentença, apesar do precedente legal estar do lado das pretensões da anterior administração. Leila de Lima, uma das caras principais da oposição ao regime actual, emitiu uma declaração onde refere que “na realidade, as Filipinas sob a liderança de Duterte podem ter desperdiçado a mais sólida base legal contra Pequim na conflito do Mar do Sul da China”. É de salientar que Leila de Lima se encontra detida, num caso em que activistas dos direitos humanos consideram que se cometeram inúmeros atropelos à lei. Cimeira bipartida Durante a cimeira ASEAN, que decorreu em Singapura há dias, Duterte aparentemente minimizou as pretensões da administração que o antecedeu, ao referir que “a China já está na posse” das águas contestadas. O Presidente filipino aconselhou ainda Washington a evitar criar fricções depois dos norte-americanos terem enviado navios de guerra para o Mar do Sul da China. A acção foi explicada pelo Pentágono como uma forma de chamar a atenção para as pretensões de outros cinco países em relação às águas em disputa. A posição de Rodrigo Duterte nesta matéria não está alinhada com a opinião pública, pelo menos de acordo com sondagens. Um inquérito realizado pela Social Weather Stations, revela que cerca de 85 por cento dos ouvidos estão contra a inacção do Governo face às movimentações de Pequim no Mar do Sul da China, nomeadamente depois das forças chinesas terem aterrado caças em ilhas disputadas, e instalado baterias de mísseis ar-terra. Clarita Carlos, ex-presidente do Colégio de Defesa Nacional das Filipinas, considera esta posição “um golpe duro na imagem de pragmatismo do Governo” e entende que a postura de Duterte é “uma capitulação que se aproxima da traição”. Pescas e comunicações Os pescadores são outro bloco de oposição à política de suavidade de Duterte face às intenções chinesas no litígio marítimo. Uma das razões argumentadas pelos representantes do sector das pescas é o ventilado plano de exploração de gás e petróleo nas águas contestadas. Aliás, profissionais do sector das pescas protestaram a chegada de Xi Jinping a Manila devido “à total rendição do controlo do território marítimo rico em recursos naturais”. As palavras são de Fernando Hicap, líder de uma associação sindical de pescadores, que protestou em frente à embaixada chinesa em Manila ontem de manhã. De acordo com agências noticiosas, cerca de 150 pessoas protestaram a chegada do Presidente chinês empunhando cartazes que diziam, por exemplo, “As Filipinas são nossas, sai China”. Um dos argumentos de Duterte assenta na ideia de que a exploração conjunta é a única forma de aproveitar os recursos que estão debaixo das águas disputadas. Em contrapartida, o Governo de Manila confirmou no início desta semana um acordo com um consórcio liderado pela China Telecom que permitirá à gigante chinesa tornar-se na terceira operadora de telecomunicações nas Filipinas. A Comissão Nacional de Telecomunicações anunciou na segunda-feira que a Mislatel, que reúne várias operadores chinesas e a Udenna Corp, detida pelo milionário filipino Dennis Uy, será “o novo grande player no mercado das Filipinas”. O consórcio ganhou os direitos de franchise a partir de 7 de Novembro, mas enfrentou a oposição de dois rivais, a empresa filipina PT&T que recorreu ao Supremo Tribunal para contestar a sua derrota no concurso. Também este negócio tem sido alvo de críticas por parte dos adversários políticos, que questionam a transparência do negócio, principalmente pelo facto de Dennis Uy ter sido um dos maiores aliados empresariais de Duterte durante as eleições de 2016. Aliás, a fraca qualidade dos serviços de telecomunicações tem sido uma fonte constante de desagrado entre a população filipina. É neste contexto que os dois líderes se encontram. Múltiplas declarações de entendimento e apreço pessoal, negócios duvidosos, territórios em disputa de que, de repente, se abre mão e um tsunami de yuans que muitos analistas consideram uma “armadilha de dívida”. Na reconfiguração do xadrez geoestratégico, Pequim parece estar a levar a melhor sobre Washington no que toca ao sudeste asiático. Cartoon de protesto Uma onda de protesto inundou as redes sociais com memes do Winnie the Pooh, o personagem de banda desenhada usado para satirizar Xi Jinping, como forma de manifestar desagrado perante a visita do Presidente chinês a Manila. Um dos post mais partilhados mostrava o ursinho Pooh, que se prostra perante um espelho enquanto “Hail Satan” pisca no ecrã. Noutro post, o ursinho flutua perto de uma ilha artificial, aparentemente construída por Pequim, numa alusão às zonas marítimas disputadas no Mar do Sul da China.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeFilipinas questionam Macau sobre medidas contra o abuso de drogas Macau foi convidado pelas Filipinas a partilhar experiências sobre a criação da Casa de Educação Vida Sadia, em 2016, que tem o objectivo de reduzir e combater o consumo de droga. Sónia Chan, secretária para a Administração e Justiça, recordou as medidas adoptadas na área educativa e social [dropcap]N[/dropcap]a reunião de ontem que serviu para a delegação da China responder a perguntas no âmbito do terceiro Exame Periódico Universal do Conselho dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Macau foi convidado a partilhar a sua experiência no combate ao consumo de estupefacientes pelas Filipinas. “O Relatório Nacional da China faz menção à iniciativa da RAEM na área da prevenção do abuso de drogas. Poderia partilhar a sua experiência e intuições com o estabelecimento da Casa de Educação de Vida Sadia em 2016, na promoção de estilos de vida saudáveis, especialmente junto de crianças e jovens?”, questionaram os representantes do país junto do referido Conselho. Em resposta, a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, recordou as últimas medidas tomadas na área social e educativa, tendo frisado a a lei do ensino superior, implementada no ano passado. A questão surge numa altura em que o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, tem levado a cabo uma verdadeira guerra contra o consumo de drogas e o narcotráfico, permitindo execuções extrajudiciais. Na semana passada, Duterte colocou a Alfândega sob controlo das Forças Armadas, depois da Agência Anti-drogas ter informado que tinham entrado no país metanfetaminas no valor de 11 mil milhões de pesos. “Todos os altos comandantes serão substituídos pelos militares, (…) enquanto resolvemos como enfrentar a corrupção neste país. Com esse tipo de jogo sujo que alguns estão jogando, sou forçado a pedir ao Exército que assuma o controlo”, disse Duterte na cidade de Davao. A Casa de Educação Vida Sadia funciona sob alçada do Instituto de Acção Social (IAS). O curso de educação de vida sadia começou a funcionar em Setembro de 2000, mas, em 2003, esse curso transformou-se em Centro de Educação de Vida Sadia, que mudou para a actual designação em 2016. Jason Chao negado na ONU Os representantes das Filipinas foram os únicos que questionaram directamente Macau sobre matéria de direitos humanos. Em Março deste ano, a Associação Novo Macau (ANM) submeteu um relatório onde voltou a frisar a ausência de sufrágio universal directo para a eleição do Chefe do Executivo e a não abrangência dos casais do mesmo sexo na lei de prevenção e combate à violência doméstica. O mesmo relatório também alerta a ONU para a implementação da lei da cibersegurança e a possibilidade de ser violado o direito à privacidade. Ao HM, Jason Chao disse que apelou à ONU ter um lugar no comité consultivo do Conselho. Contudo, “a candidatura não foi aceite devido ao limite do número de oradores”, apontou. O Conselho Consultivo aceita apenas cinco membros oriundos de países asiáticos.
Hoje Macau DesportoSven-Goran Eriksson é o novo treinador da selecção das Filipinas [dropcap]O[/dropcap] sueco Sven-Goran Eriksson é o novo treinador da selecção das Filipinas de futebol, naquela que é a sua quarta experiência como selecionador nacional, anunciou hoje a Federação local. O técnico sueco diz que “quer fazer algo diferente” na seleção das Filipinas, pretendendo levar a equipa pela primeira vez a um Mundial. Sven-Goran Eriksson já treinou a seleção do México, da Costa do Marfim e de Inglaterra e ainda equipas como a Roma, Lazio, Benfica e Manchester City. Ao longo da sua carreira em Portugal, o técnico sueco venceu três campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal, bem como uma Supertaça Cândido de Oliveira, tendo também ido à final da Taça UEFA, atual Liga Europa, e ainda à final da Liga dos Campeões.
Hoje Macau China / ÁsiaArábia Saudita liberta 19 filipinas detidas em festa de Halloween [dropcap]A[/dropcap]s autoridades sauditas libertaram hoje 19 filipinas que estavam detidas desde sexta-feira por participarem numa festa de ‘Halloween’, em Riade, aguardando agora julgamento na embaixada do seu país. Em comunicado, o embaixador filipino na capital do reino, Adnan Alonto, anunciou ter conseguido a identificação das filipinas detidas, que afinal são 19 e não 17, como inicialmente reportado. As autoridades concordaram em libertar as mulheres da prisão Al Nisa, na capital, e entregá-las “temporariamente” à embaixada das Filipinas, onde devem aguardar julgamento por terem violado a lei islâmica que proíbe a interação em público entre homens e mulheres sem laços familiares, segundo Adnan Alonto. “As leis da Arábia Saudita proíbem estritamente homens e mulheres solteiros de serem vistos juntos em público”, pode ler-se no comunicado do Departamento de Negócios Estrangeiros das Filipinas. Este episódio levou a embaixada em Riade a emitir um alerta à comunidade filipina no país, pedindo que esta “leve em conta as sensibilidades locais”. Ao mesmo tempo, apelaram aos trabalhadores filipinos que se encontram no Médio Oriente que respeitem as tradições locais e as leis dos países anfitriões. De acordo com dados das autoridades filipinas, cerca de três mil filipinos abandonam todos os dias o país, muitos deles rumo a países árabes, onde as mulheres tendem a trabalhar como trabalhadoras domésticas e os homens no sector da construção. Cerca de dez milhões são trabalhadores migrantes no exterior e o envio de suas remessas representou 10,46% do PIB filipino em 2017, segundo o Banco Mundial.
Hoje Macau China / ÁsiaPelo menos quatro mortos na passagem do tufão Yutu pelas Filipinas [dropcap]P[/dropcap]elo menos quatro pessoas morreram na sequência da passagem do tufão Yutu pelas Filipinas, onde as equipas de resgate continuam as operações para encontrar sobreviventes entre a lama e os destroços, informaram hoje as autoridades. O prefeito de Natonin, na ilha de Luzón, confirmou à imprensa local que cerca de 30 pessoas estão presas num edifício oficial do Governo, soterrado após um deslizamento de terra, e que as equipas de salvamento continuam as operações de resgate. O prédio é a sede do Departamento Provincial de Obras Públicas, onde dezenas de pessoas afetadas se refugiaram das chuvas intensas e dos ventos fortes do Yutu. O tufão Yutu atingiu na terça-feira as Filipinas e provocou danos materiais, como a queda de árvores e casas que perderam os telhados, além de forçar a retirada de milhares de pessoas. A tempestade – que passou a sul da trajetória do tufão Mangkhut, que fez dezenas de mortos no mês passado – provocou trombas de água em Luzón, a ilha mais populosa do arquipélago. Yutu tocou a terra na madrugada de terça-feira, com ventos que sopravam a 150 quilómetros por hora, com rajadas de até 210 quilómetros por hora. Quase dez mil pessoas que vivem em áreas baixas deixaram as suas casas antes da chegada do tufão devido ao risco de inundações. Os ventos destruíram casas, telhados ficaram desfeitos e postes de iluminação e árvores foram arrancados. Os responsáveis pela gestão de catástrofes disseram que o Yutu é menos poderoso do que o Mangkhut, que provocou a morte de mais de 100 pessoas, a maioria num deslizamento de terra na região de Itogon. As Filipinas são atingidas todos os anos por cerca de 20 tufões, que causam centenas de mortes e agravam ainda mais a pobreza que atinge milhões de pessoas. O Haiyan, um dos tufões mais violentos de sempre, devastou o centro do arquipélago em novembro de 2013, deixando mais de 7.350 mortos ou desaparecidos, tendo ainda deixado sem habitação mais de quatro milhões de pessoas. Ainda não é certo se o tufão Yutu irá atingir Macau, uma vez que a possibilidade de ser içado sinal 8 é, para já, muito baixa.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaSeis meses depois, Boracay procura recuperar do fecho Boracay abriu aos turistas na passada sexta-feira. As festas de praia estão proibidas e o número diário de turistas passa a fixar-se em 19 mil. Interrompida a principal actividade económica, a população passou a sofrer ainda mais privações. Joven Antolin não cruzou os braços e perante a adversidade serviu mais de 26 mil refeições a famílias carenciadas durante o período em que a ilha esteve encerrada [dropcap]A[/dropcap]cabaram-se as festas. Boracay reabriu ao turismo, com novas e apertadas regras. Para já, foi anunciado que as festas na praia têm os dias contados, assim como a ingestão de bebidas alcoólicas e o consumo de tabaco. Outra das mudanças face ao que era habitual nos areais de Boracay é a proibição de vendedores, massagistas, espectáculos de fogo e, para já, desportos aquáticos. Também a quantidade imensa de barcos que habitualmente ficavam ancorados à beira-mar foram forçados a atracar noutras paragens. Além destas alterações, foi fixado um número mínimo de turistas permitidos diariamente na ilha (19 mil), enquanto o número máximo de trabalhadores passou a ser 15 mil por dia. É de referir que no ano passado, Boracay foi visitada por dois milhões de turistas, o que apurou mil milhões de dólares de lucro, em grande parte às custas de um desastre ambiental que estava à vista de todos. Antes do encerramento da ilha, as autoridades filipinas descobriram que cerca de um terço dos 600 a 700 resorts operavam sem licença. Deste universo, apenas foi permitida a reabertura a 157 hotéis, oferecendo 7308 quartos aos primeiros turistas que regressaram a um dos mais procurados destinos turísticos da Ásia. O Executivo de Duterte tem planos para alargar a “restauração” a outros pontos de grande procura no arquipélago, que tem mais de sete mil ilhas. A nova visão do Governo filipino para Boracay irá também afectar a indústria do jogo, nomeadamente o grupo Galaxy que se preparava para abrir um casino na ilha, com um investimento previsto de cerca de 500 milhões de dólares norte-americanos. O casino seria aberto em parceira com um grupo filipino, que face à notícia de que não seria permitido jogo em Boracay emitiu um comunicado dirigido à Bolsa de Valores das Filipinas a dizer que não tem mais informações a acrescentar sobre o projecto, além do que foi noticiado nos meios de comunicação social. Vida suspensa Na passada sexta-feira terminou o calvário de um povo que ficou, de um dia para o outro, sem sustento. Durante seis meses, os empregos e salários ficaram em suspenso. Não houve turistas a quem dar massagens ou refeições para servir nos restaurantes. Em nome da protecção ambiental, a ilha de Boracay esteve fechada durante seis meses ao turismo e só abriu na passada sexta-feira. De portas encerradas, os residentes da paradisíaca ilha na província de Aklan, depararam-se com desemprego e, por consequência, fome. Joven Antolin, filipino com nacionalidade canadiana e proprietário de um hotel na ilha, resolveu abrir as portas para dar de comer a parte da comunidade, em especial numa das áreas mais pobres na zona norte, Yapak. Todos os dias, adultos e crianças fizeram fila com um prato nas mãos à espera de comida. Seis meses depois, Joven Antolin disse ao HM que serviu um total de 26,750 refeições a moradores da ilha e garante que há ainda pessoas à espera de licenças para poder regressar ao trabalho. “Muitos dos locais que vivem na nossa comunidade ainda estão à espera de trabalho, pois estavam ligados aos barcos de recreio e, neste momento, a sua circulação ainda não é permitida. Muitas mulheres que vendiam bugigangas e lembranças também continuam à espera do Governo”, confessou. Face a esta circunstância, quem esperou seis meses para voltar ao activo, vai ter de aguardar mais, com “paciência e um grande espírito de perseverança”, sublinha Joven. “Algumas pessoas que antes estavam empregadas em hotéis tiveram a oportunidade de regressar. Os locais que conduziam barcos, tinham bancas de rua, eram massagistas na praia ainda estão à espera dos planos que o Governo terá para eles. Muitos dos hotéis ainda não conseguiram abrir porque necessitam de licença. O processo para a obtenção dessa licença é muito caro.” Ainda assim, o Governo liderado por Rodrigo Duterte tem providenciado “subsídios que servem de incentivo ao trabalho na comunidade”. “Essas pessoas [que continuam à espera] limpam as ruas e o Governo paga-lhes por esse trabalho, mas não tenho a certeza se esse programa vai continuar”, acrescentou. O proprietário do hotel referiu também que antes do fecho de Boracay a turistas, “a maioria dos trabalhadores na área do turismo, ligados a hotéis e restaurantes, foram reencaminhados para as áreas metropolitanas”. Restam sinais de emprego pouco qualificado e mal pago, assegura. “Apenas 15 por cento dos locais tem um emprego significativo na área do turismo. Espero que isso mude.” Além das questões laborais, permanecem problemas relacionados com infra-estruturas. No interior da ilha há ainda muitas vias rodoviárias em péssimas condições e, por isso, fechadas à circulação do trânsito. “As estradas ainda estão em obras e pode levar algum tempo até que fiquem concluídas. Também é necessário mexer em alguns edifícios que precisam de ser demolidos. Acredito que tudo ficará a funcionar bem, tendo em conta algumas estruturas que já estão concluídas.” No passado dia 11, Joven Antolin escreveu na sua página de Facebook que a ilha poderia não estar ainda pronta para receber turistas. “Será que iremos receber bem as pessoas quando a maior parte das estradas estão em construção e continuam a existir inundações quando chove e a electricidade se mantém inconsistente? Será que trazer pessoas beneficia o processo?”, questionou. Para o proprietário do Oasis Resort and Spa, esta situação “não é justa para os convidados que não fazem a mínima ideia de como está o interior da ilha, sobretudo quando estão disponíveis poucos serviços”, escreveu. Apoio não acabou Domingo, dia 28, foi o último dia em que o resort de Joven Antolin distribuiu refeições a famílias necessitadas, mas o empresário garante que vai continuar a desenvolver um programa de cariz social. “No último domingo foi o último dia em que demos alimentação à comunidade e começamos a preparar o hotel para os hóspedes. Ainda providenciamos refeições gratuitas para os alunos e damos essas refeições nas salas de aula.” Nos próximos meses, todos os que se hospedarem no hotel de Joven Antolin poderão ajudar também a comunidade. “Começámos um programa que vai continuar neste ano académico. Nesta altura, vou levar vários doentes para Manila que precisam de cirurgias, na maioria ao coração e ancas, e também para que façam check-ups médicos. Esperamos que os futuros hóspedes da ilha possam considerar hospedar-se no nosso hotel para que possamos continuar a prestar cuidados à nossa comunidade. Aqui podem ter férias com uma finalidade.” Neste sentido, os turistas poderão também fazer voluntariado e participar “no programa de doação de refeições ou até a ajudar alunos no programa que estamos a desenvolver”. “Podem desfrutar de um bom dia na praia e fazer a diferença ao mesmo tempo, é uma situação em que ambos ganhamos”, disse ao HM. Ao longo dos últimos seis meses, Joven Antolin foi mantendo um diário do seu programa de apoio no Facebook. No passado dia 3, foi relatada a fome que muitos sentiram nestes meses em que o negócio e o trabalho pararam por completo. “Dia 156: ter fome e não ter nada, ao mesmo tempo que se observa os outros a comer, é a pior experiência que alguém pode ter. Nesta fase, já servimos 23,400 refeições e estamos gratos por esta oportunidade de servir a comunidade neste período duro e por podermos oferecer refeições gratuitas a todos os que precisam.” Outro dos relatos feitos por Joven Antolin tem como foco o aumento dos preços dos alimentos nos mercados. “Dia 99: em apenas dois dias os preços dos vegetais voltaram a aumentar. As couves e cenouras que comprei há dois dias a 100 pesos por quilo (dois dólares americanos) estão agora a 140 pesos (2.75 dólares). Há o receio de que os preços continuem a aumentar”, apontou. Ajuda na saúde Além de providenciar comida, Joven Antolin tem ajudado várias pessoas que necessitam de tratamentos médicos. Com esse propósito, abriu uma campanha de recolha de fundos. O gerente de hotelaria divulgou um desses casos na sua conta de Facebook no passado dia 6 de Setembro. “Dia 129: Ontem, depois de servir refeições visitei um homem que necessita de uma cirurgia à anca. Ele e os quatro filhos vivem numa divisão pequena, que tinha o chão inundado devido à água da chuva. Estavam bastante envergonhados por me deixarem entrar, mas quis conhecer a realidade em que têm vivido. É um local pequeno com camas partidas e cheio de roupas molhadas. Mas, ainda assim, as crianças mantém um sorriso. Augusto tem feito um enorme esforço para cuidar dos filhos mesmo que isso o magoe fisicamente.” Mais tarde, este homem acabou por receber tratamento com a ajuda de Joven Antolin. Descrita como “fossa séptica” pelo próprio presidente filipino, Rodrigo Duterte, a ilha de Boracay voltou a abrir portas ao turismo com a água mais limpa e com menos espaços hoteleiros e de restauração junto às praias. Além disso, haverá uma cota de visitantes autorizados e novas regulamentações, como a proibição de tabaco e álcool nas praias, a fim de trazer ordem para ao litoral. O objectivo agora é tornar sustentável uma ilha que acolheu nos últimos anos até dois milhões de turistas por ano. A ministra do Turismo das Filipinas, Bernadette Romulo-Puyat, espera que este “novo” Boracay marque uma “cultura sustentável do turismo” nas Filipinas. “Trata-se de ter em conta o impacto das nossas acções sobre o estado actual e futuro do meio ambiente”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Duterte coloca Alfândega sob controlo das Forças Armadas [dropcap]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, colocou os serviços da Alfândega daquele país sob o controlo “temporário” das Forças Armadas depois daquela entidade não ter conseguido interceptar mais de uma tonelada de drogas escondidas em contentores. “Todos os altos comandantes serão substituídos pelos militares, (…) enquanto resolvemos como enfrentar a corrupção neste país”, disse Duterte no domingo em Davao. Na semana passada, Duterte anunciou que substituiria todos os altos funcionários da Alfândega depois da Agência Antidrogas ter informado que tinha entrado no país metanfetamina no valor de 11 mil milhões de pesos. “Com este tipo de jogo sujo com que alguns estão a brincar, sou forçado a pedir ao Exército que assuma o controlo”, disse Duterte, que tem travado uma guerra contra a droga que já custou milhares de vidas. Em Agosto, as autoridades encontraram restos de drogas no porto de Cavite, dias depois de meia tonelada de metanfetaminas ter sido interceptada escondida nos elevadores do porto de contentores de Manila, o que leva a crer que os estupefacientes tenham ainda assim acabado por entrar no país. No seu discurso de domingo, Duterte disse que o restante pessoal da alfândega está num “estado flutuante”, já que a maioria foi acusada de corrupção e reportam diretamente ao Gabinete do Presidente.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas vão reabrir aos turistas a ilha Boracay após seis meses de encerramento [dropcap]A[/dropcap]s Filipinas vão reabrir aos turistas a ilha mais popular do arquipélago, Boracay, após seis meses de encerramento, vítima do turismo de massa, e que a tornou numa “fossa séptica”, segundo o Presidente filipino. Rodrigo Duterte ordenou, no dia 26 de Abril, o encerramento durante seis meses da ilha de Boracay, um dos principais destinos turísticos do país, devido à poluição das águas e ao crescimento anárquico de hotéis. Boracay, uma ilha paradisíaca com águas outrora cristalinas sofreu com a repercussão do desenvolvimento acelerado. Seis meses depois, Boracay terá menos hotéis e restaurantes, bem como uma cota de visitantes autorizados e novas regulamentações, como a proibição de tabaco e álcool nas praias, a fim de trazer ordem para ao litoral. O objectivo agora é tornar sustentável uma ilha que acolheu nos últimos anos até dois milhões de turistas por ano. A ministra do Turismo das Filipinas, Bernadette Romulo-Puyat, espera que este “novo” Boracay marque uma “cultura sustentável do turismo” nas Filipinas. “Trata-se de levar em conta o impacto das nossas acções sobre o estado actual e futuro do meio ambiente”, disse. A ministra afirmou ainda ter enviado advertências escritas para outros lugares populares no arquipélago, como El Nido, no norte da ilha de Palawan e à ilha de Panglao, com o objetivo de se tornarem em destinos turísticos mais responsáveis.
Hoje Macau China / ÁsiaHomens armados matam nove agricultores que ocupavam plantação de cana-de-açúcar [dropcap]H[/dropcap]omens armados mataram no sábado nove membros de um grupo de agricultores que ocuparam parte de uma plantação de cana-de-açúcar numa província central das Filipinas, informou a polícia. As vítimas estavam a descansar numa cabana no sábado, quando cerca de dez homens armados abriram fogo, segundo a polícia. Pelo menos quatro agricultores sobreviveram ao ataque na plantação na cidade de Sagay, na província de Negros Ocidental, que tem uma história de disputas sangrentas pelo direito às terras. A Federação Nacional dos Trabalhadores do Açúcar condenou o homicídio dos elementos do grupo que incluía quatro mulheres e dois menores. Dois outros dirigentes da federação foram mortos na cidade de Sagay em Dezembro de 2017 e em Fevereiro deste ano por supostas forças pró-Governo, segundo aquela entidade. A mesma federação garante que cerca de 45 agricultores que reivindicam o seu direito às terras foram assassinados na ilha de Negros, sob o Governo do Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte.
João Luz Manchete SociedadeCrime | Trabalhadores filipinos de Macau e Hong Kong burlados por advogada Cerca de 600 filipinos que trabalham em Macau e Hong Kong foram, alegadamente, vítimas de uma fraude orquestrada por Ody Lai, uma advogada famosa entre a comunidade. As autoridades locais referem não ter recebido qualquer queixa relativa ao caso [dropcap style≠’circle’]“F[/dropcap]iquei em choque quando tomei conhecimento da detenção, mas mais ainda quando soube que tinha sido suspensa como advogada pelas autoridades de Hong Kong”, refere Nedie Palcon, que conheceu a advogada Ody Lai, proeminente personalidade da comunidade filipina da região vizinha, que caiu em desgraça na sequência do alegado esquema fraudulento. De acordo com o Asia Times, a polícia de Hong Kong confirmou a detenção de Ody Lai, no aeroporto internacional da região vizinha depois da arguida chegar de uma viagem a Manila. O caso contra a conhecida jurista, envolve cerca de 600 trabalhadores de origem filipina, na sua maioria mulheres, a residir nas duas regiões administrativas especiais, a quem foram prometidos empregos bem renumerados no Canadá e Reino Unidos. Ody Lai foi detida no dia 30 de Agosto e sai em liberdade após o pagamento de caução, ficando ainda obrigada a não se ausentar de Hong Kong. Por cá, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais esclarece que não recebeu qualquer queixa ou dúvida de trabalhadores afectados por este caso de burla. Até ao fecho da edição, não recebemos confirmação de queixas apresentadas junto da Polícia de Segurança Pública relativamente a este assunto. Entretanto, as autoridades da região vizinha estão a investigar queixas apresentadas por centenas de alegadas vítimas. “Segundo algumas amigas, esta senhora defraudou vários filipinos, na área de Central, que procuravam emprego”, refere Ana Sevilla, da Associação Bisdak de Macau. Cada empregada doméstica terá, alegadamente, pago comissões entre 10 e 15 mil HKD a uma das mais conhecidas agências de trabalho da região vizinha destinada a trabalhadores filipinos. A dona da agência, que sustentou uma amizade de longa data com Ody Lai, também foi detida. Ambas são suspeitas de lavagem de dinheiro, nomeadamente através de várias transferências bancárias simultâneas, na ordem dos 10 milhões de HKD, para contas em países como a Malásia, Turquia e Burkina Faso. Os movimentos de capitais puseram em alerta as autoridades de Hong Kong. Amiga dos filipinos Por cá, Nedie Palcon, presidente da Green Philippines Migrant Workers Union, refere que Ody Lai era um rosto muito conhecido e uma figura incontornável da comunidade. “Ela defendeu muitos casos de filipinos acusados de crimes em Hong Kong. Fazia-o pro-bono, porque não existe apoio judiciário para cidadãos filipinos”, conta Nedie Palcon. Curiosamente, o tribunal no topo da hierarquia judicial de Hong Kong concedeu apoio judiciário às queixosas de fraude em que a advogada é acusada. Uma das ocasiões em que Nedie Palcon esteve com Ody Lai foi durante a visita, em Junho, do presidente Rodrigo Duterte a Hong Kong. Na sequência da queda em desgraça de um dos pilares da comunidade filipina nas regiões administrativas especiais, uma amiga de Nedie Palcon perguntou “à Madame Lai sobre as notícias publicadas nos jornais” que revelavam os contornos do caso de que estava a ser acusada. De acordo com Nedie Palcon, a Madame Lai categorizou essas informações como notícias falsas.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Sobe para 74 o número de mortos devido à passagem do Mangkhut [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s autoridades filipinas elevaram ontem para 74 o número de mortos no país devido à passagem do tufão Mangkhut, o mais forte do ano, e acreditam que o número vai aumentar à medida que decorrem as operações de resgate. Pelo menos 40 pessoas encontram-se ainda desaparecidas, na sequência de um deslizamento de terra em Itogon, na ilha de Luzon, no norte do país. O fenómeno atingiu um abrigo de emergência para trabalhadores do sector mineiro e respectivas famílias, disse à agência France-Presse (AFP) o prefeito Victorio Palangdan. Depois da devastadora passagem pelas Filipinas, o tufão seguiu para a China, afectando sobretudo a província de Guangdong, no sul, onde pelo menos quatro pessoas morreram e 2,5 milhões tiveram de ser realojadas, de acordo com a comunicação social estatal.
Hoje Macau China / Ásia MancheteFilipinas elevam alerta de super tufão em regiões onde vivem 4,3 milhões de pessoas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s Filipinas elevaram hoje o nível de alerta nas regiões do norte, habitadas por 4,3 milhões de pessoas e que deverão ser atingidas sábado pelo super tufão, que deverá passar depois para Hong Kong, China Continental e Macau. Os possíveis efeitos do super tufão Mangkhut, de categoria 5, a mais alta, têm potencial para serem tão devastadores como do super tufão Haiyan de 2013 que causou mais de seis mil mortos, mil desaparecidos e 16 milhões de desalojados na sua passagem pelas Filipinas, segundo as autoridades. Nove províncias da ilha de Luzon, no norte do país, estão desde esta manhã no nível de alerta n.º 3 (num máximo de 5), quando são esperados ventos que podem atingir os 185 quilómetros por hora. Dez outras províncias, na zona central de Luzon, estão no nível de alerta 2, de acordo com o último boletim da agência meteorológica das filipinas. O Mangkhut deverá atingir terra no sábado de manhã no nordeste de Luzon, nas províncias de Cagayan e Isabela, duas das principais produtoras de arroz e milho. O governo filipino começou hoje a retirar famílias que vivem em áreas mais vulneráveis ao ataque da tempestade e mobilizou até ao momento cerca de 30 milhões de dólares (27 milhões de euros) para a resposta de emergência. Nas últimas horas, o olho de Mangkhut foi localizado a 540 quilómetros na costa oriental de Luzon, arrastando ventos máximos sustentados na ordem dos 205 quilómetros por hora, prevendo-se que o Mangkhut ganhe força antes de atingir terra firme, registando ventos de 220 quilómetros por hora. Já as províncias chinesas de Guangdong, Guangxi e Hainan suspenderam transportes e estão a retirar parte da população, em resposta ao super tufão Mangkhut, que atingirá o mar do Sul da China este fim de semana. Segundo a agência chinesa de meteorologia, Guangdong preparou quase quatro mil abrigos, enquanto mais de 100 mil residentes e turistas foram deslocados para locais seguros ou regressaram a casa. A província ordenou ainda mais de 36 mil barcos de pesca a regressarem aos portos, enquanto a circulação ferroviária nas cidades de Zhanjiang e Maoming foi suspensa. Em Macau, as autoridades realizaram uma reunião de emergência com vários membros da Proteção Civil e anunciaram que toda a estrutura civil “está em máximo alerta”, depois de terem admitido a possibilidade de içar o sinal 10 – o nível máximo na escala de alerta – se a tempestade continuasse a caminhar para a costa oeste do estuário do Rio das Pérolas. Em agosto do ano passado, a passagem em Macau do tufão “Hato” causou dez mortos, mais de 240 feridos.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeTufão Mangkhut | Maior impacto previsto para tarde de domingo Após uma ligeira mudança de rota, Macau antecipa que o super tufão Mangkhut tenha um impacto menor que o inicialmente previsto, embora não esteja descartada a possibilidade de hastear o sinal 10 de tempestade tropical, ou seja, o máximo [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) prevêem que o impacto do super tufão Mangkhut seja menor do que o inicialmente previsto devido a uma ligeira mudança na rota. No entanto, continua a justificar-se o alerta elevado até porque tudo vai depender do que acontecer depois da passagem da tempestade pelas Filipinas. À luz das previsões mais recentes, transmitidas ontem, numa reunião do Centro de Operações de Protecção Civil (COPC), convocada pelo Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, os efeitos do Mangkhut vão sentir-se com maior força a partir do meio-dia de Domingo, altura em que o tufão deverá encurtar ao máximo a sua distância relativamente a Macau, ficando a 200 quilómetros. Segundo o director substituto dos SMG, Tang Iu Man, o tufão vai chegar com uma força idêntica à de um sinal 8 de tempestade tropical. Contudo, tudo depende do que acontecer nas Filipinas, onde deverá tocar terra no sábado, pelo que “ainda há a possibilidade de ser içado o sinal 10”, o máximo da escala, ressalvou. “A passagem pelas Filipinas vai influenciar a força deste tufão, portanto, ainda não podemos dizer exactamente” como vai afectar Macau, complementou, advertindo que o Mangkhut continua a ser classificado como um super tufão, dado que transporta ventos máximos na ordem dos 240 quilómetros por hora. As novas previsões também apontam para um cenário menos grave relativamente ao ‘storm surge’ em comparação com o avançado na reunião de emergência de quarta-feira: as autoridades calculam que o nível da água suba entre meio metro e um metro e meio – contra os dois metros estimados anteriormente. De acordo com o director substituto dos SMG, trata-se de um nível “comparável” ao do tufão Hagupit (2008). Apesar de as previsões serem mais animadoras para Macau, as autoridades reiteram que se mantém em “elevado alerta”. Chefe apela à calma Na reunião de ontem, que voltou a contar com a presença de um representante da Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês na qualidade de observador, o Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, aproveitou para lançar um apelo à população. “A prioridade dos nossos trabalhos é garantir a segurança da população, mas precisamos também de confiança (…) e dos residentes para enfrentar o impacto e o desafio das calamidades naturais. A população não precisa de entrar em pânico”, afirmou Fernando Chui Sai On, instando os residentes a estarem atentos às informações divulgadas pelo Governo. Embora reconhecendo a “gravidade” que representa o Mangkhut, o Chefe do Executivo garantiu estar tudo a postos. “Em termos da estrutura de Protecção Civil já estamos preparados”, afirmou Fernando Chui Sai On, que convocou o encontro para “intensificar os trabalhos preparatórios para o tufão” com os membros da Protecção Civil. Além da programação do plano dos trabalhos, o Chefe do Executivo destacou a importância de se acompanhar de perto a rota do Mangkhut, exortando à manutenção do contacto com as entidades de Hong Kong e da China, com vista a elevar o rigor das previsões meteorológicas de modo a antecipar medidas a tomar. Em terceiro lugar, na ordem dos trabalhos, surge a sensibilização da população, com Fernando Chui Sai On a colocar a tónica na importância de residentes e turistas se manterem informados, instruindo as autoridades para divulgarem informações actualizadas, através de diferentes canais, e promover as medidas de prevenção. Neste âmbito, o Chefe do Executivo instou também a sociedade a seguir as recomendações, evitando os parques de estacionamento subterrâneos ou as zonas ao ar livre, por exemplo. “A missão é difícil. Sabemos que há muito a fazer ainda. Garantir a segurança dos residentes e minimizar o impacto e os danos continua a ser a prioridade”, sublinhou Fernando Chui Sai On. Entidades públicas e privadas em alerta Em Macau espera-se, por estes dias, pela tempestade forte que chega no fim-de-semana sem se saber exactamente quais serão as consequências. Tenta-se evitar o pior comprando água e comida e desviando objectos que facilmente podem voar quando forem içados os sinais 8 e 10 de tempestade tropical. No caso da Escola Portuguesa de Macau (EPM), que na sequência do Hato sofreu vários danos, já se prepara para a tempestade com os poucos meios de que dispõem. “Estamos a tratar do posicionamento de objectos que podem ser levados pelo vento, como vasos, por exemplo. Não sabemos se vamos desligar os servidores da internet ou não, estamos à espera que se aproxime mais a altura do tufão para decidirmos”, contou Manuel Machado, presidente da direcção, ao HM. O líder da EPM não soube adiantar se haverá ou não aulas na segunda-feira, pois tudo dependerá da intensidade do tufão. Também a TurboJet aguarda a divulgação de mais informações meteorológicas para decidir se haverá cancelamento ou alteração de rotas dos ferries entre Macau e Hong Kong e também para o aeroporto da região vizinha. No que diz respeito ao Aeroporto Internacional de Macau, António Barros, director, garantiu ao HM que serão seguidas as mesmas directrizes que estão em vigor desde Abril, apesar do grande clima de incerteza em relação ao que vai acontecer. “Conforme o sinal de tempestade que for içado pelas autoridades, teremos soluções de prevenção. Não posso confirmar se haverá cancelamento de voos, porque isso vai depender das companhias aéreas. No caso da Air Macau, têm sido cancelados todos os voos quando é içado o sinal 8. Podemos estar abertos ao tráfego mesmo com sinal 8”, adiantou. “Houve alturas em que com tufões de sinal 8 mantivemos as partidas e chegadas, mas a única diferença é que temos mais passageiros. O grande problema é a falta de transportes públicos e nessas alturas temos de servir essas pessoas. Quando há possibilidade de ser içado o sinal 8 reunimos de emergência com as companhias aéreas”, esclarece António Barros. Entretanto, a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública anunciou ontem que será activado o mecanismo de divulgação de informações especiais sobre os serviços públicos no portal do Governo. Ontem de manhã, as forças de segurança, em parceria com as autoridades de protecção civil, fizeram trabalhos de inspecção nas zonas baixas da vila de Coloane e povoação de Lai Chi Vun. De acordo com um comunicado, foi dito aos moradores que “devem executar bem os trabalhos de preparação de emergência no que diz respeito ao armazenamento em casa de água, alimentos secos e medicamentos essenciais”, entre outros. Nas redes sociais há várias publicações que apelam às medidas preventivas por parte da população, uma delas da autoria do deputado Ho Ion Sang. Raymond Tam reuniu com China e Hong Kong Raymond Tam, director dos Serviços de Meteorologia e Geofísicos (SMG), esteve em Nanning, China, onde participou no fórum “China – ASEAN Meteorological Forum”, em conjunto com o “China Meteorological Administration” e o Observatório de Hong Kong. O objectivo do encontro foi “fortalecer em conjunto as capacidades de alerta e previsão”, aponta um comunicado oficial, numa altura em que o Mar do Sul da China se prepara para receber o “super tufão Mangkhut”. No mesmo comunicado é referido que os directores dos serviços de meteorologia de Macau e Hong Kong “trocaram opiniões sobre o desenvolvimento e o impacto” que o “super tufão” poderá trazer aos dois territórios, sendo que as autoridades já ponderaram içar o sinal 10 de tempestade tropical este domingo, dia 16. Enquanto isso, o China Meteorological Administration” referiu que “atribui grande importância ao impacto do super tufão”, sendo que o seu responsável, Shen Xiaonong, prometeu dar apoio aos departamentos meteorológicos de Hong Kong e Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | MNE chinês visita Vietname e Filipinas [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, vai visitar o Vietname e as Filipinas, visando reforçar os laços bilaterais, após anos de renovadas tensões em torno da soberania do Mar do Sul da China. A visita, entre 15 e 18 de Setembro, foi ontem anunciada pelo porta-voz do ministério, Geng Shuang. Geng considerou que os laços entre Pequim e aqueles países têm melhorado, após anos de tensões suscitadas pela disputa da soberania das ilhas Spratly e Paracel, reclamadas pela China, Vietname, Filipinas e outros países do sudeste asiático. O porta-voz sublinhou que, “desde o ano passado, as relações transfronteiriças [com o Vietname] se desenvolveram muito bem”. “A China deseja trabalhar com o Vietname para elevar a nossa relação estratégica a novos níveis e gerar resultados tangíveis para os dois povos”, afirmou. Sobre as Filipinas, o porta-voz destacou também a melhoria nos laços, desde a ascensão ao poder do Presidente filipino, Rodrigo Duterte. “As Filipinas são um país coordenador nas relações entre a China e a Ásia”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Sismo de 6,1 na escala de Richter abala Davao Ocidental [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m sismo de magnitude 6,1 na escala de Richter foi registado no sábado no sul das Filipinas sem que, até ao momento, se tenha conhecimento de vítimas ou danos materiais. O Serviço Geológico dos Estados Unidos, que regista a actividade sísmica em todo o mundo, informou que o movimento ocorrido cerca das 07h16 GMT e o epicentro situou-se a cerca de nove quilómetros da localidade de Manay e a 1.300 a sul da capital filipina. O sismo, localizado na província de Davao Ocidental, registou-se a 10 quilómetros de profundidade. As Filipinas encontram-se localizadas no chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, uma zona de grande actividade sísmica e vulcânica que é sacudida por cerca de 7.000 sismos por ano, a maioria dos quais moderados. Terramotos de magnitude superior a 5 registam-se de forma esporádica no sul de Mindanao, Batanes e na região oriental de Bicol.
Hoje Macau China / ÁsiaAutarca de Ronda é o sexto eleito assassinado nas Filipinas desde Maio [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m autarca filipino, cujo nome integrava uma lista de autoridades eleitas acusadas pelo Presidente, Rodrigo Duterte, de envolvimento com o narcotráfico, foi ontem morto a tiro no seu gabinete, o sexto eleito assassinado desde Maio, informou a polícia. O homicídio de Mariano Blanco, autarca da cidade de Ronda, no sul do país, é o mais recente de uma série de assassínios de políticos eleitos suspeitos de ligações ao tráfico de drogas. Mariano Blanco, de 59 anos, foi morto por desconhecidos quando se encontrava no seu gabinete, disse o chefe de polícia local, o inspector Jayr Palcon, à agência de notícias France-Presse. “Testemunhas disseram que quatro pessoas armadas saíram de uma carrinha branca e entraram na prefeitura. O prefeito estava lá a dormir no seu gabinete”, disse o inspector. Segundo Jayr Palcon, o nome de Mariano Blanco estava na lista do presidente Duterte de funcionários eleitos suspeitos de serem consumidores, traficantes ou de protegerem o tráfico de droga, uma informação confirmada pela Agência Anti-Narcóticos das Filipinas. Blanco foi morto a tiros quase um ano depois de a Comissão Nacional de Polícia lhe ter retirado os poderes sobre a polícia local por ser suspeito de “realizar actividades ilegais relacionadas com o tráfico de drogas”, afirmou um porta-voz da agência. Em Julho, Antonio Halili, líder do município de Tanuan, sul de Manila, foi morto a tiro por um franco-atirador durante uma cerimónia que decorria na prefeitura. Desde que Duterte chegou ao poder no final de Junho de 2016, a polícia alega ter matado 4.410 supostos traficantes de drogas e toxicodependentes. As organizações não-governamentais dizem que esse número deve ser o triplo e defende que os dados apontam para um possível crime contra a Humanidade, acusando a polícia e as milícias de matarem pessoas sem sequer terem qualquer prova de seu possível envolvimento no tráfico de drogas. Em Fevereiro, o sobrinho de Blanco e o vice-prefeito de Ronda, um advogado, também foram mortos a tiro no final de uma audiência num tribunal no qual estava a defender um cliente suspeito de ser traficante.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente das Filipinas inicia visita histórica a Israel [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, iniciou ontem uma visita histórica a Israel, que ilustra a sua disposição em reduzir a dependência militar do tradicional aliado norte-americano, noticia a agência France-Presse. A visita de quatro dias é a primeira de um chefe de Estado filipino desde o estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, há 60 anos. A chegada de Duterte foi seguida de perto em Israel, devido à forte personalidade e franqueza do líder populista que há dois anos chegou a comparar-se a Adolf Hitler. Duterte tem agendado para hoje um encontro com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, onde será acompanhado por uma grande delegação. “Esta visita é de grande importância para nós, pois simboliza as fortes e calorosas relações entre os nossos dois povos”, afirmou em comunicado o ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel. A chegada ao poder de Duterte, em meados de 2016, resultou numa deterioração das relações com os Estados Unidos, país presidido então por Barack Obama, apesar do acordo de defesa que vinculava as duas nações. Para o chefe de Estado filipino, a visita é “uma oportunidade de visitar outro mercado para (…) equipar as suas Forças Armadas”, disse à AFP Henelito Sevilla, especialista em relações internacionais. Corrida às armas Só no ano passado, a indústria de defesa e segurança de Israel exportou um total de 9.200 milhões de euros em armas. Cerca de 60 por cento das exportações de defesa vão para a região da Ásia-Pacífico, segundo dados oficiais. Nesse mesmo ano, Manila tornou-se grande cliente de Israel, ao comprar 21 milhões de dólares em equipamentos. Em 2016, ano em que subiu ao poder, Duterte recebeu críticas de Israel por se comparar a Adolf Hitler. “Hitler abateu três milhões de judeus, bem, há três milhões de viciados em drogas (nas Filipinas), eu ficaria feliz em abatê-los”, disse à epoca. O Presidente filipino, que pediu desculpas “ao povo judeu”, irá visitar o Yad Vashem, o memorial do Holocausto em Jerusalém.