Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeFilipinas | Dinheiro para trabalhadores impedidos de viajar, mas ONG pedem mais O Governo das Filipinas dá cerca de 1600 patacas [10 mil pesos] a cada cidadão que queira regressar aos seus postos de trabalho em Macau, Hong Kong e Taiwan, depois da proibição de viajar imposta pelo surto do Covid-19. Duas ONG dizem que o montante não é suficiente para cobrir despesas e temem que nem todos os TNR em Macau tenham direito ao apoio [dropcap]C[/dropcap]omeçou a ser distribuída, no início de Fevereiro, a ajuda financeira por parte do Governo das Filipinas a cerca de 8.400 cidadãos filipinos que trabalham em Macau, Hong Kong e China e que estiveram impossibilitados de viajar para estes territórios devido à suspensão temporária de voos devido ao surto do Covid-19. No que diz respeito a Macau, há 300 trabalhadores que estão a tentar voltar ao território, uma vez que a proibição de voar foi suspensa no passado dia 19. A notícia, avançada pela agência Philippine News Agency, diz ainda que esta medida acarreta uma despesa pública de 84 milhões de pesos [moeda local], sendo que cada cidadão nesta situação vai receber 10 mil pesos [cerca de 1.600 patacas]. A ajuda financeira está a ser operacionalizada pelo fundo da agência Overseas Workers Welfare Administration (OWWA), ligada ao Departamento do Trabalho e Emprego do Governo e que funciona não apenas como um sistema de segurança social, mas também como seguradora. A ideia é que este apoio “ajude os trabalhadores a suportar as suas despesas e dar-lhes assistência no seu regresso às zonas de origem”, aponta a OWWA em comunicado. Os trabalhadores que são membros da OWWA deixaram de poder candidatar-se a este apoio no passado dia 20, dado o fim da suspensão de voos das Filipinas para Macau e Hong Kong. O fim da suspensão de voos para Taiwan aconteceu dia 15 de Fevereiro. Além do apoio financeiro, a OWWA também providenciou meios de transporte. Ajuda não chega Contactada pelo HM, Jassy Santos, presidente da União Progressiva do Trabalho dos Trabalhadores Domésticos, a residir em Macau, disse que o montante concedido está longe de ser suficiente e que há o risco de alguns trabalhadores não receberem qualquer ajuda. “[O montante de] 10 mil pesos é apenas para os que são membros da OWWA. Então e os trabalhadores que não são membros da OWWA? Não podem beneficiar de nenhum do apoio financeiro anunciado pelo Governo”, disse. A decisão de suspensão dos voos é compreensível tendo em conta a gravidade da epidemia, mas Jassy Santos lamenta que não tenha existido da parte do Governo de Duterte um plano B. “Concordamos com a medida, mas deveriam ter ouvido os alertas desde o início da epidemia e não avançar para uma decisão momentânea sem ter um plano B para os trabalhadores. Há diferentes reacções na comunidade filipina. Alguns estão zangados porque continuam a não existir voos disponíveis apesar do fim da suspensão dos voos.” Jassy Santos não sabe especificar se os 300 trabalhadores filipinos em Macau são membros da OWWA, mas espera que sejam. “A maior parte dos trabalhadores filipinos são membros da OWWA porque no nosso país é obrigatório. Mas penso que nem metade [dos 300] sejammembros ainda. De acordo com os dados que nos foram fornecidos na nossa última visita de cortesia ao departamento laboral do Consulado-geral das Filipinas em Macau, há trabalhadores que começaram a adquirir o seguro da OWWA desde que começou esta epidemia”, rematou. Sheila Estrada, representante do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Hong Kong, também referiu ao HM que 10 mil pesos não é um valor suficiente, “sobretudo para aqueles que estão nas zonas de Visayas e Mindanao, bem como nas zonas norte e sul de Luzon, uma vez que não cobre os custos das viagens”. “Não nos podemos esquecer do período em que estiveram em casa sem salário à espera de poder viajar para o país onde trabalham. Como se pode sobreviver com 10 mil pesos dado o elevado custo de vida no país?”, questiona a responsável. A 19 de Fevereiro foi anunciado, por parte do subsecretário do Departamento de Negócios Estrangeiros das Filipinas, Brigido Dulay, nas redes sociais, que os trabalhadores não residentes em Macau e Hong Kong teriam direito a regressar aos seus postos de trabalho. “Hoje [ontem], a vontade do secretário dos Negócios Estrangeiros Sec Locsin tornou-se realidade. Os trabalhadores filipinos no estrangeiro que precisam de regressar ao trabalho em Hong Kong e Macau foram isentos da proibição de viajar pela IATF-EID [Inter-Agency Task Force on Emerging Infectious Diseases], e sujeitos a certas formalidades processuais”, escreveu Brigido Dulay no Twitter, citado pelo jornal Ponto Final.
admin Manchete SociedadeFilipinas | Dinheiro para trabalhadores impedidos de viajar, mas ONG pedem mais O Governo das Filipinas dá cerca de 1600 patacas [10 mil pesos] a cada cidadão que queira regressar aos seus postos de trabalho em Macau, Hong Kong e Taiwan, depois da proibição de viajar imposta pelo surto do Covid-19. Duas ONG dizem que o montante não é suficiente para cobrir despesas e temem que nem todos os TNR em Macau tenham direito ao apoio [dropcap]C[/dropcap]omeçou a ser distribuída, no início de Fevereiro, a ajuda financeira por parte do Governo das Filipinas a cerca de 8.400 cidadãos filipinos que trabalham em Macau, Hong Kong e China e que estiveram impossibilitados de viajar para estes territórios devido à suspensão temporária de voos devido ao surto do Covid-19. No que diz respeito a Macau, há 300 trabalhadores que estão a tentar voltar ao território, uma vez que a proibição de voar foi suspensa no passado dia 19. A notícia, avançada pela agência Philippine News Agency, diz ainda que esta medida acarreta uma despesa pública de 84 milhões de pesos [moeda local], sendo que cada cidadão nesta situação vai receber 10 mil pesos [cerca de 1.600 patacas]. A ajuda financeira está a ser operacionalizada pelo fundo da agência Overseas Workers Welfare Administration (OWWA), ligada ao Departamento do Trabalho e Emprego do Governo e que funciona não apenas como um sistema de segurança social, mas também como seguradora. A ideia é que este apoio “ajude os trabalhadores a suportar as suas despesas e dar-lhes assistência no seu regresso às zonas de origem”, aponta a OWWA em comunicado. Os trabalhadores que são membros da OWWA deixaram de poder candidatar-se a este apoio no passado dia 20, dado o fim da suspensão de voos das Filipinas para Macau e Hong Kong. O fim da suspensão de voos para Taiwan aconteceu dia 15 de Fevereiro. Além do apoio financeiro, a OWWA também providenciou meios de transporte. Ajuda não chega Contactada pelo HM, Jassy Santos, presidente da União Progressiva do Trabalho dos Trabalhadores Domésticos, a residir em Macau, disse que o montante concedido está longe de ser suficiente e que há o risco de alguns trabalhadores não receberem qualquer ajuda. “[O montante de] 10 mil pesos é apenas para os que são membros da OWWA. Então e os trabalhadores que não são membros da OWWA? Não podem beneficiar de nenhum do apoio financeiro anunciado pelo Governo”, disse. A decisão de suspensão dos voos é compreensível tendo em conta a gravidade da epidemia, mas Jassy Santos lamenta que não tenha existido da parte do Governo de Duterte um plano B. “Concordamos com a medida, mas deveriam ter ouvido os alertas desde o início da epidemia e não avançar para uma decisão momentânea sem ter um plano B para os trabalhadores. Há diferentes reacções na comunidade filipina. Alguns estão zangados porque continuam a não existir voos disponíveis apesar do fim da suspensão dos voos.” Jassy Santos não sabe especificar se os 300 trabalhadores filipinos em Macau são membros da OWWA, mas espera que sejam. “A maior parte dos trabalhadores filipinos são membros da OWWA porque no nosso país é obrigatório. Mas penso que nem metade [dos 300] sejammembros ainda. De acordo com os dados que nos foram fornecidos na nossa última visita de cortesia ao departamento laboral do Consulado-geral das Filipinas em Macau, há trabalhadores que começaram a adquirir o seguro da OWWA desde que começou esta epidemia”, rematou. Sheila Estrada, representante do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Hong Kong, também referiu ao HM que 10 mil pesos não é um valor suficiente, “sobretudo para aqueles que estão nas zonas de Visayas e Mindanao, bem como nas zonas norte e sul de Luzon, uma vez que não cobre os custos das viagens”. “Não nos podemos esquecer do período em que estiveram em casa sem salário à espera de poder viajar para o país onde trabalham. Como se pode sobreviver com 10 mil pesos dado o elevado custo de vida no país?”, questiona a responsável. A 19 de Fevereiro foi anunciado, por parte do subsecretário do Departamento de Negócios Estrangeiros das Filipinas, Brigido Dulay, nas redes sociais, que os trabalhadores não residentes em Macau e Hong Kong teriam direito a regressar aos seus postos de trabalho. “Hoje [ontem], a vontade do secretário dos Negócios Estrangeiros Sec Locsin tornou-se realidade. Os trabalhadores filipinos no estrangeiro que precisam de regressar ao trabalho em Hong Kong e Macau foram isentos da proibição de viajar pela IATF-EID [Inter-Agency Task Force on Emerging Infectious Diseases], e sujeitos a certas formalidades processuais”, escreveu Brigido Dulay no Twitter, citado pelo jornal Ponto Final.
João Luz SociedadeFilipinas | Governo pondera repatriar nacionais retidos em Macau O Governo das Filipinas está a equacionar a possibilidade de repatriamento dos nacionais filipinos que se encontram em Macau e que apesar de querem voltar não conseguem. Por cá, activistas que representam trabalhadoras filipinas dizem preferir acção a apenas palavras [dropcap]N[/dropcap]a passada quarta-feira, o Governo de Rodrigo Duterte apontava para a possibilidade de repatriar os nacionais filipinos que se encontram em Macau presos sem voo directo de regresso e em situação de carência financeira. “Amanhã vamos discutir esse assunto”, foram as palavras de Karlo Nograles, membro do Executivo liderado por Duterte, em conferência de imprensa sobre a epidemia de Covid- 19, citado pela ABS-CBN News. Até ao fecho da edição, ainda não havia notícia de uma decisão tomada. “Palavras apenas não bastam, precisamos de acção. Há muitos turistas que querem regressar a casa, que têm o visto expirado e não têm dinheiro para ficar cá. Há também trabalhadores na mesma situação por terem perdido o emprego devido ao coronavírus”, revela ao HM Jassy Santos, que lidera a associação Progressive Labor Union of Domestic Workers. A activista reforçou a ideia de que é “a obrigação do Governo filipino proteger aos seus próprios cidadãos”. Depois do repatriamento de 30 filipinas de Wuhan estima-se que, pelo menos, 210 filipinos queiram regressar à terra natal. “Não sabemos ao certo o número total de pessoas que querem ser repatriadas de Macau. Talvez amanhã consigamos ter uma ideia mais clara”, referiu na quarta-feira Nograles. Importa lembrar que o Governo de Duterte suspendeu a decisão de interditar viagens para trabalhadores migrantes, estudantes e residentes permanentes que tinham como destino Hong Kong ou Macau. Efeitos secundários Quanto ao número de trabalhadores filipinos que perderam os seus empregos em Macau desde o início do surto de Covid- 19, Jassy Santos revela um número impressionante. “Existem cerca de 300 trabalhadores nas Filipinas que perderam o emprego porque não conseguiram regressar a Macau”, realidade que reforça o problema. Uma das situações que chegou à associação liderada por Jassy Santos foi de uma trabalhadora que quando regressou a Macau descobriu que o seu empregador já tinha anulado a sua autorização de trabalho. Essa situação levou a activista a reunir com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). “Disseram-nos que se o empregador cortar o visto de trabalhador por este ter ficado retido nas Filipinas, e se o trabalhador regressar a Macau se um emprego, este precisa negociar com o patrão. Foi-nos dito que iriam contactar o empregador para lhe comunicar que o trabalhador tinha ido à DSAL e que não poderiam fazer mais nada”.
admin SociedadeFilipinas | Governo pondera repatriar nacionais retidos em Macau O Governo das Filipinas está a equacionar a possibilidade de repatriamento dos nacionais filipinos que se encontram em Macau e que apesar de querem voltar não conseguem. Por cá, activistas que representam trabalhadoras filipinas dizem preferir acção a apenas palavras [dropcap]N[/dropcap]a passada quarta-feira, o Governo de Rodrigo Duterte apontava para a possibilidade de repatriar os nacionais filipinos que se encontram em Macau presos sem voo directo de regresso e em situação de carência financeira. “Amanhã vamos discutir esse assunto”, foram as palavras de Karlo Nograles, membro do Executivo liderado por Duterte, em conferência de imprensa sobre a epidemia de Covid- 19, citado pela ABS-CBN News. Até ao fecho da edição, ainda não havia notícia de uma decisão tomada. “Palavras apenas não bastam, precisamos de acção. Há muitos turistas que querem regressar a casa, que têm o visto expirado e não têm dinheiro para ficar cá. Há também trabalhadores na mesma situação por terem perdido o emprego devido ao coronavírus”, revela ao HM Jassy Santos, que lidera a associação Progressive Labor Union of Domestic Workers. A activista reforçou a ideia de que é “a obrigação do Governo filipino proteger aos seus próprios cidadãos”. Depois do repatriamento de 30 filipinas de Wuhan estima-se que, pelo menos, 210 filipinos queiram regressar à terra natal. “Não sabemos ao certo o número total de pessoas que querem ser repatriadas de Macau. Talvez amanhã consigamos ter uma ideia mais clara”, referiu na quarta-feira Nograles. Importa lembrar que o Governo de Duterte suspendeu a decisão de interditar viagens para trabalhadores migrantes, estudantes e residentes permanentes que tinham como destino Hong Kong ou Macau. Efeitos secundários Quanto ao número de trabalhadores filipinos que perderam os seus empregos em Macau desde o início do surto de Covid- 19, Jassy Santos revela um número impressionante. “Existem cerca de 300 trabalhadores nas Filipinas que perderam o emprego porque não conseguiram regressar a Macau”, realidade que reforça o problema. Uma das situações que chegou à associação liderada por Jassy Santos foi de uma trabalhadora que quando regressou a Macau descobriu que o seu empregador já tinha anulado a sua autorização de trabalho. Essa situação levou a activista a reunir com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). “Disseram-nos que se o empregador cortar o visto de trabalhador por este ter ficado retido nas Filipinas, e se o trabalhador regressar a Macau se um emprego, este precisa negociar com o patrão. Foi-nos dito que iriam contactar o empregador para lhe comunicar que o trabalhador tinha ido à DSAL e que não poderiam fazer mais nada”.
Hoje Macau SociedadeFilipinas | Governo sem avião para transportar nacionais [dropcap]A[/dropcap]o contrário do que tinha anunciado anteriormente, o governo das Filipinas não vai fretar um avião para transportar os cidadãos nacionais retidos em Macau de volta ao país. O anúncio foi publicado, ontem, pelo Consulado-Geral das República das Filipinas em Macau, que explica o recuo com os problemas enfrentados pelas operadoras do país para voarem entre as Filipinas e a RAEM.
admin SociedadeFilipinas | Governo sem avião para transportar nacionais [dropcap]A[/dropcap]o contrário do que tinha anunciado anteriormente, o governo das Filipinas não vai fretar um avião para transportar os cidadãos nacionais retidos em Macau de volta ao país. O anúncio foi publicado, ontem, pelo Consulado-Geral das República das Filipinas em Macau, que explica o recuo com os problemas enfrentados pelas operadoras do país para voarem entre as Filipinas e a RAEM.
Hoje Macau SociedadeVoos cancelados nas Filipinas retêm portugueses residentes em Macau [dropcap]P[/dropcap]ortugueses que vivem em Macau e que estavam de férias ficaram retidos nas Filipinas devido aos vários voos cancelados na última semana por causa das medidas de combate ao novo coronavírus, disseram à Lusa. “No nosso voo para Macau estavam, no mínimo, 12 portugueses”, disse à Lusa Liliana Lino, residente em Macau de 30 anos, que tinha o voo agendado no domingo através de Clark, a cerca de 100 quilómetros da capital, Manila. Liliana encontrava-se de férias com mais dois amigos portugueses, também residentes em Macau, e já tinha sido notificada pela companhia aérea “que os voos para Macau, Hong Kong e China continental iam ser reduzidos a partir de dia 3 de Fevereiro”. Por isso “estava descansada”, frisou a designer de interiores. Só que no domingo um homem de nacionalidade chinesa morreu nas Filipinas vítima de uma pneumonia causada pelo coronavírus de Wuhan, a primeira morte registada fora da China. Facto que levou as autoridades filipinas a ‘apertarem’ ainda mais as medidas de segurança, que inclui, por exemplo, a proibição de todos os estrangeiros que chegam da China. Também Tiago Miranda, jurista português residente em Macau, que foi às Filipinas com a namorada “aproveitar alguns feriados e fugir à confusão geralmente instaurada durante o período do Ano Novo Chinês”, viu o seu voo ser cancelado no domingo. Os dois partiram de Macau, no dia 24 de Janeiro, “vestidos a rigor com máscara na cara e pulverizados de desinfectante”, contou à Lusa. “A ida correu conforme planeado, embora tenhamos sentido alguns cuidados redobrados no aeroporto – a esmagadora maioria das pessoas usava máscara e mediram-nos a febre à entrada do controlo de bagagem”, disse, acrescentando ainda que à chegada a Cebu, Filipinas, foram avaliados por uma máquina que media a temperatura. No dia do suposto regresso, iam apanhar o avião de Manila com destino a Macau e foram “informados pela companhia aérea de que todos os voos tinham sido cancelados a partir daquele momento, sem quaisquer perspectivas de retomar o normal funcionamento”. “Fomos então aconselhados pela própria companhia aérea a procurar voos noutras companhias cujo funcionamento ainda não tinha sido afectado, à medida que a confusão no aeroporto se instalava e as alternativas de voos reduziam drasticamente (enquanto os preços disparavam a cada minuto)”, afirmou o jurista português de 27 anos. Liliana conseguiu arranjar um voo para Macau na madrugada de quarta-feira, a partir de Manila, e assim como Tiago esperam poder regressar ao trabalho, que já foi adiado pelo menos dois dias devido a estes constrangimentos. A esperança é que o voo “não seja cancelado em cima da hora novamente”, apontou Liliana, ideia corroborada por Tiago: “esperamos que tudo decorra sem mais imprevistos daqui em diante neste tão aguardado regresso a Macau”. Em conferência de imprensa, o Governo de Macau disse ter recebido quatro pedidos, oito pessoas, de ajuda de residentes de Macau que se encontram retidos nas Filipinas, mas nenhum desses pedidos são de nacionalidade portuguesa. As autoridades de Macau anunciaram no domingo o oitavo caso de novo coronavírus no território, o primeiro caso de infeção de um habitante de Macau, já que todos os outros contaminados pelo vírus são da cidade chinesa de Wuhan, centro do surto.
Hoje Macau China / Ásia MancheteFilipinas confirma primeiro caso e é 19.º país com casos de coronavírus [dropcap]A[/dropcap]s autoridades das Filipinas confirmaram hoje o primeiro caso no país do novo coronavírus(2019-nCoV), que já provocou 170 mortes na China, onde há mais de 7.700 pessoas infectadas, e já atinge outros 18 países. O secretário de Saúde filipino, Francisco Duque, disse que a pessoa contagiada é mulher chinesa, de 38 anos, viajou de Wuhan, na China continental, via Hong Kong, para as Filipinas no dia 21 de Janeiro. A mulher procurou tratamento médico no dia 25 de janeiro devido a uma tosse leve e foi confirmado hoje que a mulher foi infetada pelo 2019-nCoV, disse Duque, numa conferência de imprensa. A Índia também confirmou hoje o seu primeiro caso do coronavírus no país. Segundo as autoridades indianas, um aluno que estava a estudar na Universidade de Wuhan apresentou resultado positivo para o vírus. Os casos de infeção pelo coronavírus fora da China têm sido uma preocupação entre as autoridades de saúde globais, pois há sinais de que vírus pode se estar a espalhar com grande facilidade, dificultando a sua contenção. A China elevou para 170 mortos e mais de 7.700 infectados o balanço de vítimas do novo coronavírus detetado no final do ano em Wuhan, epicentro do surto, capital da província de Hubei (centro). Além da China e dos territórios chineses de Macau e Hong Kong, há pelos menos 50 casos confirmados do novo coronavírus em 18 outros países – na Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Austrália, Finlândia, Emirados Árabes Unidos, Camboja, Filipinas e Índia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) está a reunir especialistas hoje para avaliar se o surto deve ser declarado uma emergência global. O Japão e os Estados Unidos foram os primeiros países, na quarta-feira, a repatriar centenas dos seus cidadãos que se encontravam na cidade chinesa de Wuhan, onde o novo coronavírus foi detetado em dezembro, um processo que seguem outros países. Vários países europeus, incluindo Portugal, França, Reino Unido, Itália e Alemanha, mas também a Austrália têm em marcha planos para proceder ao repatriamento de alguns dos seus cidadãos em Wuhan. O Reino Unido está a negociar com as autoridades chinesas o repatriamento de cerca de 200 britânicos depois de não ter conseguido finalizar hoje o retorno de seus cidadãos conforme planeado, disseram fontes oficiais. A empresa nacional israelense El-Al anunciou hoje, à semelhança de várias outras companhia aéreas, que suspendeu os seus voos para Pequim perante a disseminação do novo coronavírus.
Hoje Macau China / ÁsiaIraque | Filipinas envia dois barcos para repatriar 6.000 filipinos [dropcap]A[/dropcap]s Filipinas enviaram ontem dois barcos da Marinha para repatriar cerca de 6.000 trabalhadores filipinos no Iraque, face ao risco de um possível conflito armado naquele território entre os EUA e o Irão. O Presidente filipino, Rodrigo Duterte, participou na cerimónia de partida na baía de Manila em direcção ao Golfo Pérsico dos dois navios, o BRP Davao del Sur, uma doca da plataforma de desembarque que pode transportar até 500 passageiros e o navio-patrulha BRP Ramón Alcaraz. “A sua principal missão, baseada nas orientações do Presidente, é trazer de volta os filipinos afectados pela situação no Médio Oriente”, salientou o chefe da Marinha, o vice-almirante Robert Empedrad, na cerimónia. O Governo ordenou na semana passada o repatriamento obrigatório de cerca de 6.000 filipinos no Iraque, depois do ataque aéreo dos Estados Unidos na capital iraquiana, Bagdade, que resultou na morte do general iraniano Qassem Soleimani, comandante da força de elite Al-Quds e do Irão lançar mísseis contra bases iraquianas com tropas norte-americanas como retaliação. Os navios filipinos têm uma tripulação de 130 pessoas cada um, além de 100 membros de elite da Marinha e equipamentos médicos a bordo. Segundo Robert Empedrad, a “única instrução” do contingente é “a segurança da tripulação”, pelo que ainda não foi definido o local exacto onde os navios atracarão no Golfo Pérsico, onde podem levar a chegar entre 16 e 22 dias. Empedrad explicou que o Departamento dos Negócios Estrangeiros ainda está a tratar dos trâmites para obter autorização diplomática. Três aviões da Força Aérea das Filipinas estão prontos para voar para o Médio Oriente, quando receberem o sinal, para transportar, via aérea, os filipinos no Iraque até ao respectivo porto.
admin China / ÁsiaIraque | Filipinas envia dois barcos para repatriar 6.000 filipinos [dropcap]A[/dropcap]s Filipinas enviaram ontem dois barcos da Marinha para repatriar cerca de 6.000 trabalhadores filipinos no Iraque, face ao risco de um possível conflito armado naquele território entre os EUA e o Irão. O Presidente filipino, Rodrigo Duterte, participou na cerimónia de partida na baía de Manila em direcção ao Golfo Pérsico dos dois navios, o BRP Davao del Sur, uma doca da plataforma de desembarque que pode transportar até 500 passageiros e o navio-patrulha BRP Ramón Alcaraz. “A sua principal missão, baseada nas orientações do Presidente, é trazer de volta os filipinos afectados pela situação no Médio Oriente”, salientou o chefe da Marinha, o vice-almirante Robert Empedrad, na cerimónia. O Governo ordenou na semana passada o repatriamento obrigatório de cerca de 6.000 filipinos no Iraque, depois do ataque aéreo dos Estados Unidos na capital iraquiana, Bagdade, que resultou na morte do general iraniano Qassem Soleimani, comandante da força de elite Al-Quds e do Irão lançar mísseis contra bases iraquianas com tropas norte-americanas como retaliação. Os navios filipinos têm uma tripulação de 130 pessoas cada um, além de 100 membros de elite da Marinha e equipamentos médicos a bordo. Segundo Robert Empedrad, a “única instrução” do contingente é “a segurança da tripulação”, pelo que ainda não foi definido o local exacto onde os navios atracarão no Golfo Pérsico, onde podem levar a chegar entre 16 e 22 dias. Empedrad explicou que o Departamento dos Negócios Estrangeiros ainda está a tratar dos trâmites para obter autorização diplomática. Três aviões da Força Aérea das Filipinas estão prontos para voar para o Médio Oriente, quando receberem o sinal, para transportar, via aérea, os filipinos no Iraque até ao respectivo porto.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Erupção obriga a fechar escolas, serviços públicos e aeroporto de Manila Uma explosão de lava foi ontem registada num vulcão nas Filipinas, após uma súbita erupção de cinzas e vapores que forçaram os moradores a fugir e os serviços públicos, escolas e do aeroporto de Manila a fechar [dropcap]A[/dropcap] erupção do vulcão Taal, que começou no domingo, provocou nuvens de cinzas que atingiram a capital, Manila, a cerca de 100 quilómetros de distância, obrigando ao encerramento do principal aeroporto do país, com mais de 240 voos internacionais e domésticos cancelados. Um aeroporto alternativo, a norte de Manila, no porto de Clark, permanece aberto, mas as autoridades admitiram que também possa ser encerrado, caso a queda das cinzas coloque em causa a segurança dos voos, de acordo com a Autoridade de Aviação Civil das Filipinas. A agência de resposta a desastres do Governo informou que cerca de oito mil moradores foram deslocados para pelo menos 38 centros de acolhimento na província de Batangas e nas proximidades da província de Cavite, mas as autoridades disseram esperar que o número aumente, com centenas de milhares a serem retiradas dos locais de risco. Alguns moradores não puderam sair de aldeias cobertas de cinzas devido à falta de transportes e pouca visibilidade, enquanto outros se recusaram a abandonar os locais. “Temos um problema: o povo está em pânico devido ao vulcão porque quer salvar o sustento, porcos e rebanhos de vacas”, afirmou o autarca da cidade de Balete, Wilson Maralit, à rádio DZMM. “Estamos a tentar impedi-los de regressar e avisámos que o vulcão pode explodir novamente a qualquer momento e atingi-los”, acrescentou. Um entre muitos Maralit, cuja cidade fica ao longo da costa do lago Taal, em torno do vulcão em erupção, apelou para o envio de tropas e polícias adicionais para impedir que moradores voltem às aldeias costeiras, zonas de alto risco. Depois de meses de inquietação, o Taal voltou subitamente a dar sinais de vida no domingo, lançando vapor, cinzas e pedras a uma distância de 15 quilómetros, segundo o Instituto de Vulcanologia e Sismologia filipino. A agência governamental de monitorização de vulcões elevou o perigo para o nível 4, indicando “uma erupção perigosa iminente”. Apesar da explosão de lava, o vapor e a queda de cinzas diminuiu ontem. Alguns moradores começaram a retirar os poucos centímetros de cinzas que cobriam casas e carros em Tagaytay, uma popular cidade turística numa cordilheira com vista para o pitoresco vulcão. Geralmente movimentada, pelo tráfego e turistas, muitos dos restaurantes e cafetarias de Tagaytay estavam fechados, e a estrada principal coberta de lama vulcânica. O instituto de vulcanologia lembrou ao público que a pequena ilha onde fica o vulcão é uma “zona de perigo permanente”, embora as aldeias de pescadores existam ali há anos. As autoridades aconselharam os moradores a permanecerem em ambientes fechados e a usarem máscaras e óculos de proteção ao ar livre. Os serviços públicos e as aulas nas escolas de várias cidades foram suspensos, inclusive em Manila, para evitar riscos à saúde causados pelas cinzas. Um dos menores vulcões do mundo, o Taal está entre as duas dúzias de vulcões activos no arquipélago das Filipinas, situado ao longo do chamado “Anel de Fogo” do Pacífico, uma região sismicamente activa na qual se registam frequentes terramotos e erupções vulcânicas. Cerca de 20 tufões e outras grandes tempestades também atingem as Filipinas todos os anos, tornando-o num dos países mais propensos a desastres do mundo.
admin China / ÁsiaFilipinas | Erupção obriga a fechar escolas, serviços públicos e aeroporto de Manila Uma explosão de lava foi ontem registada num vulcão nas Filipinas, após uma súbita erupção de cinzas e vapores que forçaram os moradores a fugir e os serviços públicos, escolas e do aeroporto de Manila a fechar [dropcap]A[/dropcap] erupção do vulcão Taal, que começou no domingo, provocou nuvens de cinzas que atingiram a capital, Manila, a cerca de 100 quilómetros de distância, obrigando ao encerramento do principal aeroporto do país, com mais de 240 voos internacionais e domésticos cancelados. Um aeroporto alternativo, a norte de Manila, no porto de Clark, permanece aberto, mas as autoridades admitiram que também possa ser encerrado, caso a queda das cinzas coloque em causa a segurança dos voos, de acordo com a Autoridade de Aviação Civil das Filipinas. A agência de resposta a desastres do Governo informou que cerca de oito mil moradores foram deslocados para pelo menos 38 centros de acolhimento na província de Batangas e nas proximidades da província de Cavite, mas as autoridades disseram esperar que o número aumente, com centenas de milhares a serem retiradas dos locais de risco. Alguns moradores não puderam sair de aldeias cobertas de cinzas devido à falta de transportes e pouca visibilidade, enquanto outros se recusaram a abandonar os locais. “Temos um problema: o povo está em pânico devido ao vulcão porque quer salvar o sustento, porcos e rebanhos de vacas”, afirmou o autarca da cidade de Balete, Wilson Maralit, à rádio DZMM. “Estamos a tentar impedi-los de regressar e avisámos que o vulcão pode explodir novamente a qualquer momento e atingi-los”, acrescentou. Um entre muitos Maralit, cuja cidade fica ao longo da costa do lago Taal, em torno do vulcão em erupção, apelou para o envio de tropas e polícias adicionais para impedir que moradores voltem às aldeias costeiras, zonas de alto risco. Depois de meses de inquietação, o Taal voltou subitamente a dar sinais de vida no domingo, lançando vapor, cinzas e pedras a uma distância de 15 quilómetros, segundo o Instituto de Vulcanologia e Sismologia filipino. A agência governamental de monitorização de vulcões elevou o perigo para o nível 4, indicando “uma erupção perigosa iminente”. Apesar da explosão de lava, o vapor e a queda de cinzas diminuiu ontem. Alguns moradores começaram a retirar os poucos centímetros de cinzas que cobriam casas e carros em Tagaytay, uma popular cidade turística numa cordilheira com vista para o pitoresco vulcão. Geralmente movimentada, pelo tráfego e turistas, muitos dos restaurantes e cafetarias de Tagaytay estavam fechados, e a estrada principal coberta de lama vulcânica. O instituto de vulcanologia lembrou ao público que a pequena ilha onde fica o vulcão é uma “zona de perigo permanente”, embora as aldeias de pescadores existam ali há anos. As autoridades aconselharam os moradores a permanecerem em ambientes fechados e a usarem máscaras e óculos de proteção ao ar livre. Os serviços públicos e as aulas nas escolas de várias cidades foram suspensos, inclusive em Manila, para evitar riscos à saúde causados pelas cinzas. Um dos menores vulcões do mundo, o Taal está entre as duas dúzias de vulcões activos no arquipélago das Filipinas, situado ao longo do chamado “Anel de Fogo” do Pacífico, uma região sismicamente activa na qual se registam frequentes terramotos e erupções vulcânicas. Cerca de 20 tufões e outras grandes tempestades também atingem as Filipinas todos os anos, tornando-o num dos países mais propensos a desastres do mundo.
Hoje Macau China / ÁsiaNúmero de mortes causadas pelo sismo nas Filipinas sobe para quatro [dropcap]O[/dropcap] sismo registado ontem na ilha de Mindanao, no sul das Filipinas, provocou pelo menos quatro mortes, segundo dados das autoridades locais e das forças de protecção civil. A primeira morte confirmada foi a de uma menina de seis anos na cidade de Matanao, província de Davao do Sul, que não conseguiu sair de casa antes que esta caísse, disse um autarca da localidade, Vincent Fernández. Outras três pessoas morreram na localidade de Padada, também na mesma província, ao ruir um mercado de três andares que deixou encurraladas dezenas de pessoas, segundo informação do gabinete de Protecção contra Incêndios, que participa nos trabalhos de resgate. O terramoto foi registado ontem às 14:11 locais e o seu epicentro localizou-se a nove quilómetros a oeste de Matanao e a seis a noroeste de Padada, com uma profundidade de cerca de 30 quilómetros, segundo o Instituto Filipino de Vulcanologia e Sismologia. O Instituto calibrou a magnitude do sismo em 6,9, ainda que o Serviço Geológico dos Estados Unidos, que regista a actividade sísmica em todo o mundo, o tenha situado em 6,8. O abalo foi seguido por dezenas de réplicas, algumas de magnitude superior a 5. O sismo provocou também “várias dezenas de feridos”, segundo a polícia. Na última semana de Outubro, a região foi afectada por dois sismos de magnitude 6,6 e 6,5, que provocaram 21 mortos e 432 feridos. As Filipinas estão situadas sobre o chamado Anel de Fogo do Pacífico, zona onde se regista cerca de 90 por cento da actividade sísmica e vulcânica do mundo e que é afectada por cerca de 7.000 sismos por ano, a maioria moderados.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Familiares das vítimas denunciam impunidade em massacre [dropcap]F[/dropcap]amiliares das vítimas do massacre que fez 58 mortos, incluindo 32 jornalistas, na ilha filipina de Midanau, denunciaram ontem a impunidade e a lentidão da justiça, numa cerimónia para assinalar a passagem de 10 anos sobre a data. Familiares e amigos das vítimas acenderam velas e largaram balões ontem próximo da localidade de Ampatuan, na ilha de Mindanau, no Sul, onde decorreu o massacre em 23 de Novembro de 2009. As 58 vítimas viajavam numa caravana na região quando foram alvo de uma emboscada, tendo sido mortas e enterradas no local. Jornalistas, na sua maioria, os passageiros da caravana acompanhavam o candidato a Governador e opositor do então titular do cargo e líder de um poderoso clã local. Governador de Maguindau durante quase 10 anos, o chefe Andal Ampatuan queria que o seu filho, Andal Ampatuan Júnior, considerado o principal suspeito do crime, lhe sucedesse. “Há muito que sabemos quem são os culpados. Agora deve ser tomada a decisão certa”, disse Jergin Malabananan, de 15 anos, filho de uma das jornalistas assassinadas. Um helicóptero deixou cair uma ‘chuva’ de flores quando mil familiares e amigos, jornalistas e políticos se reuniram em torno de um monumento com os nomes das 58 vítimas. Cerca de 100 pessoas, incluindo muitos membros do clã Ampatuan, foram acusados do crime, mas o processo arrastou-se nos tribunais durante anos, com os advogados de defesa a apresentarem sucessivos recursos. O julgamento terminou em Julho e o Supremo Tribunal deu à juíza responsável pelo processo até 20 de Dezembro para examinar todas as provas e proferir a sentença. “Esperemos que meu irmão e as outras vítimas finalmente tenham justiça”, disse Freddie Ridao, um político local.
Hoje Macau China / ÁsiaVice-Presidente das Filipinas na liderança à repressão das drogas [dropcap]A[/dropcap] vice-Presidente das Filipinas, Leni Robredo, aceitou ontem a oferta do Presidente Rodrigo Duterte para desempenhar um papel de liderança na luta contra as drogas no país. Leni Robredo, antiga advogada de direitos humanos, disse que, ao concordar com esta oferta incomum, poderia salvar vidas dentro desta operação de repressão contra as drogas, que já deixou milhares de mortos em alegados confrontos com a polícia, situação que alarmou os governos e os grupos de direitos humanos ocidentais. “Muitos manifestaram a preocupação de que esta oferta não é sincera, de que é uma armadilha que só visa minar-me e envergonhar-me”, disse Robredo numa conferência de imprensa. “Embora se possa dizer que essa oferta é apenas politiquice e que as agências (de combate à droga) não me seguirão e farão tudo para que eu não tenha sucesso, estou pronta para suportar tudo isso”, acrescentou. “Se eu puder salvar uma vida inocente, os meus princípios e o meu coração dizem-me que eu devo tentar”, disse a vice-Presidente. O secretário de Comunicações, Martin Andanar, elogiou a decisão de Robredo. “Acreditamos que os críticos mais barulhentos devem agir, deve ir além de meros observadores, contribuir activamente para a mudança”, afirmou Andanar. O director regional da Amnistia Internacional para o leste e sudeste da Ásia, Nicholas Bequelin, defendeu por seu lado que Robredo “deverá ter o poder de interromper os assassínios diários e alterar a estrutura mortal de comando (…), caso contrário, esta mudança será um gesto vazio”. “A sua nomeação não muda o facto de que a ‘guerra às drogas’ do governo Duterte equivale a crimes contra a humanidade”, disse Bequelin. Perante as constantes críticas de Robredo à sua campanha contra as drogas, Duterte indicou-a como uma das duas líderes de um comité interinstitucional que inclui a polícia e os militares e tem a tarefa de supervisionar e coordenar os esforços do Governo no combate às drogas ilegais. Mar de sangue É a última reviravolta na repressão em massa sem precedentes que Duterte lançou depois de assumir o cargo, em meados de 2016. Mais de 6.300 suspeitos de envolvimento com drogas foram mortos após resistirem à prisão e cerca de 1,3 milhões de pessoas foram presas, disseram as autoridades. Grupos de direitos humanos citam um número maior de mortos e acusam alguns polícias de matar suspeitos desarmados com base em evidências frágeis e alterar cenas de crime para fazer parecer que os suspeitos reagiram violentamente. Presidentes e vice-Presidentes são eleitos separadamente nas Filipinas, resultando por vezes em candidatos de partidos rivais como Duterte e Robredo, que acabaram na liderança do país e frequentemente estão em lados opostos em relação às políticas que devem ser implementadas nas Filipinas.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Chefe da polícia encorajado a “matar todos” suspeitos de tráfico de droga [dropcap]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, encorajou na quinta-feira o novo chefe da polícia da cidade de Bacolod, no centro do país, a matar todos os suspeitos de tráfico de droga. “Tens permissão para matar todos”, disse Duterte ao tenente-coronel Jovie Espenido, durante uma cerimónia oficial em Manila. Espenido é conhecido no arquipélago por ter liderado operações nas províncias de Leyte e Misamis Ocidental, no auge da guerra contra as drogas de Duterte, campanha que as organizações não-governamentais estimaram já ter matado quase 30 mil pessoas. Algumas destas operações resultaram na morte de políticos locais, alegadamente implicados no tráfico de drogas. “Bacolad está actualmente muito mal e por isso escolhi Espenido, que é um oficial muito temido. Já lhe disse que podia matar todos”, declarou Duterte, que já encorajara noutras ocasiões as autoridades a matar suspeitos de tráfico de droga. Em Janeiro, Duterte destituiu o chefe da polícia de Bacolad e quatro agentes por alegado envolvimento naquele tráfico. Na segunda-feira, o responsável máximo da polícia das Filipinas, Oscar Albayalde, anunciou a demissão, após suspeitas de ter encoberto, em 2013, agentes policiais suspeitos de venderem grandes quantidades de drogas apreendidas, conhecidos no país como ‘polícias ninja’. Apesar de ter apresentado a demissão, Oscar Albayalde insistiu na inocência, afirmando nunca ter sido acusado criminalmente ou administrativamente por esta alegada irregularidade. “Consigo ser mais malvado do que vocês”, advertiu Duterte, na mesma ocasião, numa advertência aos chamados “polícias ninja”. Sob investigação Em Julho passado, o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou uma resolução para investigar as supostas execuções extrajudiciais em operações de antidroga e encarregou a alta comissária Michelle Bachelet de preparar um relatório sobre o assunto, a ser apresentado no próximo ano. O Governo filipino descreveu a resolução como “desrespeitosa e com motivos políticos” e chamou de “falsos amigos” os países que votaram a favor, como Espanha, Itália, Reino Unido, Argentina, México, Peru, Uruguai e Islândia. A guerra contra as drogas tem sido uma das bandeiras políticas do Presidente das Filipinas. Apesar da campanha reunir o apoio de uma boa parte da opinião pública filipina, esta tem merecido a condenação da comunidade internacional na sequência de relatos de assassínios, cometidos pelas forças policiais (e por agentes à paisana) e da existência de atiradores contratados. Segundo as autoridades filipinas, 5.300 pessoas foram mortas pela polícia ao abrigo desta campanha, mas as organizações de defesa dos direitos humanos indicaram que este número ronda as 30 mil.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Chefe da polícia encorajado a "matar todos" suspeitos de tráfico de droga [dropcap]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, encorajou na quinta-feira o novo chefe da polícia da cidade de Bacolod, no centro do país, a matar todos os suspeitos de tráfico de droga. “Tens permissão para matar todos”, disse Duterte ao tenente-coronel Jovie Espenido, durante uma cerimónia oficial em Manila. Espenido é conhecido no arquipélago por ter liderado operações nas províncias de Leyte e Misamis Ocidental, no auge da guerra contra as drogas de Duterte, campanha que as organizações não-governamentais estimaram já ter matado quase 30 mil pessoas. Algumas destas operações resultaram na morte de políticos locais, alegadamente implicados no tráfico de drogas. “Bacolad está actualmente muito mal e por isso escolhi Espenido, que é um oficial muito temido. Já lhe disse que podia matar todos”, declarou Duterte, que já encorajara noutras ocasiões as autoridades a matar suspeitos de tráfico de droga. Em Janeiro, Duterte destituiu o chefe da polícia de Bacolad e quatro agentes por alegado envolvimento naquele tráfico. Na segunda-feira, o responsável máximo da polícia das Filipinas, Oscar Albayalde, anunciou a demissão, após suspeitas de ter encoberto, em 2013, agentes policiais suspeitos de venderem grandes quantidades de drogas apreendidas, conhecidos no país como ‘polícias ninja’. Apesar de ter apresentado a demissão, Oscar Albayalde insistiu na inocência, afirmando nunca ter sido acusado criminalmente ou administrativamente por esta alegada irregularidade. “Consigo ser mais malvado do que vocês”, advertiu Duterte, na mesma ocasião, numa advertência aos chamados “polícias ninja”. Sob investigação Em Julho passado, o Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou uma resolução para investigar as supostas execuções extrajudiciais em operações de antidroga e encarregou a alta comissária Michelle Bachelet de preparar um relatório sobre o assunto, a ser apresentado no próximo ano. O Governo filipino descreveu a resolução como “desrespeitosa e com motivos políticos” e chamou de “falsos amigos” os países que votaram a favor, como Espanha, Itália, Reino Unido, Argentina, México, Peru, Uruguai e Islândia. A guerra contra as drogas tem sido uma das bandeiras políticas do Presidente das Filipinas. Apesar da campanha reunir o apoio de uma boa parte da opinião pública filipina, esta tem merecido a condenação da comunidade internacional na sequência de relatos de assassínios, cometidos pelas forças policiais (e por agentes à paisana) e da existência de atiradores contratados. Segundo as autoridades filipinas, 5.300 pessoas foram mortas pela polícia ao abrigo desta campanha, mas as organizações de defesa dos direitos humanos indicaram que este número ronda as 30 mil.
Andreia Sofia Silva SociedadeEmpresas com mais apoios para projecto “Dress a Girl Around the World” [dropcap]F[/dropcap]oi na povoação de Vila Tramo, na província de Batangas, nas Filipinas, que o grupo de voluntárias do projecto “Dress a Girl Around the World” distribuíram roupas de criança e leite. A viagem, que terminou este domingo, foi a segunda depois de uma acção semelhante decorrida numa comunidade carenciada do norte da Tailândia, e que se realizou o ano passado. Ao HM, Ana Cristina Vilas, fundadora do projecto que se dedica a costurar roupas de criança, falou daquilo que encontrou em Batangas. “Fomos a um bairro de lata com centenas de crianças com poucas condições. Só conseguimos entrar depois de termos feito todas as entregas com pessoas que ali vivem e com uma assistente social. Não é fácil entrar lá e nem o teríamos conseguido se não fossemos acompanhadas por alguém.” Este ano, pela primeira vez, o grupo da iniciativa “Dress a Girl Around the World” distribuiu bens alimentares. “Foi doado algum dinheiro para comprar leite que acabou por ser distribuído por todas essas crianças, e por mães que tinham bebés ao colo.” Se o ano passado o grupo se deparou com uma comunidade onde várias pessoas não tinham documentos de identificação, nas Filipinas Ana Cristina Vilas sentiu “uma diferença grande”. “Na Tailândia encontrámos crianças muito pobres, sem documentos e muito tristes. Aqui encontrámos crianças pobres e outras não tão pobres, que até telemóvel tinham. Havia muita alegria, completamente diferente do que encontrámos o ano passado.” Mais apoios O projecto “Dress a Girl Around the World” dedica-se a costurar roupas para crianças desfavorecidas e existe em vários locais do mundo. Em Macau, a iniciativa arrancou em 2017 e conta actualmente com oito voluntárias. Quanto aos apoios, são cada vez mais, uma vez que, neste momento, as costureiras se reúnem numa sala cedida pela Associação dos Amigos de Moçambique. Ana Cristina Vilas diz ter sido contactada por uma operadora de jogo para uma eventual parceria, o que mostra uma maior ligação às empresas locais. “Com as notícias que saíram já fomos contactadas por duas entidades, a Wynn e a equipa do espectáculo House of Dancing Water, que nos contactou para saber como é que nos poderiam ajudar. Vamos ainda analisar o assunto e decidir. Vamos tentar que haja mais voluntárias a querer trabalhar connosco.” Além disso, empresas como a PAL Asia Consult e CESL-Ásia já apoiam o “Dress a Girl Around the World”. “O ano passado não tínhamos ninguém a patrocinar-nos. Estamos a falar de patrocínios para comprar leite e material escolar, porque as viagens e alimentação são pagas por cada uma de nós”, frisou a mentora deste projecto, que acredita que ele pode “atingir outra dimensão”.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Novo surto de pólio após 19 anos sem o vírus [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de saúde filipinas declararam ontem um surto de poliomielite após a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter declarado o país livre do vírus há quase 20 anos. O secretário de saúde Francisco Duque III anunciou numa conferência de imprensa que as autoridades confirmaram, pelo menos, um caso de pólio numa menina de três anos no sul da província de Lanao del Sur e detectaram a presença do vírus num esgoto na Manila e em canais no sul da região de Davao. O responsável afirmou que as descobertas são suficientes para declarar um surto da doença num país que estava livre do vírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) expressaram a sua preocupação e prontificaram-se a ajudar o Governo a imunizar as crianças, que são as mais susceptíveis a contrair a doença incapacitante. O representante filipino da UNICEF afirmou que, “enquanto houver uma criança infectada, outras crianças, no país e até mesmo fora, correm o risco de contrair pólio”. Sem cura Segundo a página electrónica da OMS, a poliomielite é uma doença viral altamente infecciosa com maior incidência nas crianças, sendo o vírus transmitido através de fezes ou de água ou alimentos contaminados. A infecção estende-se por todo o corpo, mas o cérebro e a medula são os mais afectados, podendo causar paralisia irreversível. Não existe cura para a poliomielite, que só pode ser prevenida pela vacinação. Desde 1988, o número de casos diminuiu em mais de 99 por cento, mas a doença permanece endémica no Afeganistão, Nigéria e Paquistão e os surtos surgem, tipicamente, durante os meses de Verão e Outono. Em países industrializados é uma doença extremamente rara nos dias de hoje. Numa declaração conjunta, a OMS e a UNICEF alegaram que o surto é preocupante porque é causado por um poliovírus tipo II derivado de uma vacina. O vírus enfraquecido usado em vacinas replica-se por um curto período de tempo nos intestinos das crianças e é excretado nas suas fezes. Em casos raros, o vírus enfraquecido consegue fortalecer-se em áreas com pouca sanitização e higiene. O último surto nas Filipinas foi em 1993. O poliovírus tipo II foi declarado globalmente erradicado em 2015.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Novo surto de pólio após 19 anos sem o vírus [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de saúde filipinas declararam ontem um surto de poliomielite após a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter declarado o país livre do vírus há quase 20 anos. O secretário de saúde Francisco Duque III anunciou numa conferência de imprensa que as autoridades confirmaram, pelo menos, um caso de pólio numa menina de três anos no sul da província de Lanao del Sur e detectaram a presença do vírus num esgoto na Manila e em canais no sul da região de Davao. O responsável afirmou que as descobertas são suficientes para declarar um surto da doença num país que estava livre do vírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) expressaram a sua preocupação e prontificaram-se a ajudar o Governo a imunizar as crianças, que são as mais susceptíveis a contrair a doença incapacitante. O representante filipino da UNICEF afirmou que, “enquanto houver uma criança infectada, outras crianças, no país e até mesmo fora, correm o risco de contrair pólio”. Sem cura Segundo a página electrónica da OMS, a poliomielite é uma doença viral altamente infecciosa com maior incidência nas crianças, sendo o vírus transmitido através de fezes ou de água ou alimentos contaminados. A infecção estende-se por todo o corpo, mas o cérebro e a medula são os mais afectados, podendo causar paralisia irreversível. Não existe cura para a poliomielite, que só pode ser prevenida pela vacinação. Desde 1988, o número de casos diminuiu em mais de 99 por cento, mas a doença permanece endémica no Afeganistão, Nigéria e Paquistão e os surtos surgem, tipicamente, durante os meses de Verão e Outono. Em países industrializados é uma doença extremamente rara nos dias de hoje. Numa declaração conjunta, a OMS e a UNICEF alegaram que o surto é preocupante porque é causado por um poliovírus tipo II derivado de uma vacina. O vírus enfraquecido usado em vacinas replica-se por um curto período de tempo nos intestinos das crianças e é excretado nas suas fezes. Em casos raros, o vírus enfraquecido consegue fortalecer-se em áreas com pouca sanitização e higiene. O último surto nas Filipinas foi em 1993. O poliovírus tipo II foi declarado globalmente erradicado em 2015.
Olavo Rasquinho VozesMindanau – Paraíso perdido? [dropcap]R[/dropcap]eza a história que o primeiro europeu a chegar a Mindanau, a segunda maior ilha do país insular que atualmente se designa por República das Filipinas, foi o português Francisco Serrão, em 1512, nove anos antes da chegada do seu primo Fernão de Magalhães. As cartas por ele enviadas via Malaca a Magalhães contribuíram grandemente para o entusiasmo deste em empreender a longa viagem às Ilhas das Especiarias (atuais ilhas Molucas), o que veio mais tarde a acontecer, navegando rumo a oeste, sob a bandeira da coroa espanhola. Consta que os primeiros europeus a visitar Mindanau descreveram esta ilha como tendo sido o Paraíso descrito na Bíblia. Pelo menos é o que narra o escritor filipino Reuben R. Canoy, no seu livro “The History of Mindanao – vol. 1” (International School Press – Cagayan de Oro City – 2003). Ainda de acordo com este autor, Mindanau encontra-se fora da chamada faixa onde ocorrem tufões e tem um clima suave e calmo ao longo de todo o ano. Ao contrário do que acontece nas províncias de Luzon e Visayas, mais a norte, a inexistência de estações seca e de chuvas pronunciadas e a não ocorrência de cheias periódicas fazem desta ilha um lugar ideal para todos os tipos de agricultura (“Lying well outside the so-called typhoon belt, Midanao has the advantage of mild and even climate all year round. Unlike Luzon and Visayas, it has no pronounced wet and dry seasons and no periodic floods, making Mindanao an ideal place for all kinds of agriculture.”). Entre o equador e 10 graus norte (ou 10 graus sul, no hemisfério sul), a chamada força de Coriolis é fraca, o que tem como consequência formarem-se relativamente poucos ciclones tropicais nestas regiões, diminuindo essa possibilidade à medida que a latitude baixa. A força de Coriolis é uma força fictícia que ajuda os físicos a descreverem a razão pela qual a rotação da Terra provoca um desvio no trajeto das partículas de ar, ou seja do vento. O ar que se aproxima de uma depressão, vindo de zonas de pressão mais alta, devido à rotação da terra sofre uma deflexão para a direita no hemisfério norte e para a esquerda no hemisfério sul. Sendo a força de Coriolis função do seno da latitude, isto implica que esta força seja tanto mais fraca quanto mais próximo se estiver do equador, anulando-se completamente na latitude zero. Assim se pode explicar a razão pela qual raramente os ciclones tropicais se aproximam do equador e nunca nenhum destes fenómenos meteorológicos ter passado do hemisfério norte para o hemisfério sul ou vice-versa. O desvio da trajetória do ar faz com que este circule no hemisfério norte, em torno das depressões, no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio e, no hemisfério sul, no sentido do movimento dos ponteiros. Em termos estatísticos, a formação dos ciclones tropicais no Pacífico Norte Ocidental situa-se na região a oeste das Ilhas Marianas, entre estas ilhas e as Filipinas, nas vizinhanças da latitude 16 graus norte e longitude 137 graus leste. Em geral os ciclones tropicais, no Pacífico Norte Ocidental, ao se formarem têm inicialmente um percurso de leste para oeste ou oeste-noroeste, afastando-se do equador, afetando frequentemente as partes central e norte das Filipinas, curvando em seguida para norte e noroeste em direção à costa chinesa. Por vezes curvam mais cedo podendo atingir a Península da Coreia e o Japão, não afetando as Filipinas. Outras vezes, menos frequentemente, a sua trajetória mantém-se quase com a mesma latitude, em direção à ilha de Hainan e Vietname. No Pacífico Norte Ocidental e no Mar do Sul da China ocorrem anualmente, em média, trinta ciclones tropicais, incluindo nesta designação as tempestades tropicais, tempestades tropicais severas e tufões, vinte dos quais atingem as Filipinas, sendo este país o mais afetado por este tipo de fenómenos. Não é correto afirmar que as Filipinas são anualmente fustigadas por vinte tufões, como se lê por vezes nos meios de comunicação social, na medida em que neste número estão incluídos não só tufões, mas também tempestades tropicais e tempestades tropicais severas. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) estabeleceu uma classificação destes fenómenos em função da velocidade do vento persistente próximo da sua parte central. No seu início designam-se por depressões tropicais quando o vento é inferior a 34 nós (63 km/h). Neste estádio de evolução ainda não se lhes é atribuído nome próprio, o que só acontece quando o atinge a classificação de tempestade tropical (tropical storm), ou seja, quando o vento atinge valores de 34 a 47 nós (63-87 km/h). A intensidade a seguir corresponde a tempestade tropical severa (severe tropical storm) quando o vento é de 48 a 63 nós (88 a 117 km/h), e atinge a classificação de tufão quando o vento igual ou é superior a 64 nós (118 km/h). Independentemente da OMM, alguns países e regiões, como por exemplo a China (incluindo Hong Kong e Macau), quando o vento é de 81 a 99 nós (150-184 km/h) o fenómeno passa a designar-se por tufão severo (severe typhoon) e para ventos iguais ou superiores a 100 nós (185 km/h) passa a designar-se por super-tufão (super typhoon). Os Estados Unidos e o Japão não seguem exatamente esta classificação. No caso dos EUA, no Pacífico Norte Oriental e no Atlântico Norte a designação de tufões não é aplicada, mas sim furacões (hurricanes), os quais são classificados de acordo com a escala Saffir-Simpson que consta de cinco categorias (Categoria 1: 64-82 nós; Categoria 2: 83-95 nós; Categoria 3: 96-113 nós; Categoria 4: 114-135 nós; Categoria 5: superior a 135 nós). Contrariando o otimismo do escritor Reuben R. Canoy, em dezembro de 2011 formou-se uma depressão tropical em latitudes relativamente baixas, a sueste das Ilhas Yap, que atingiu o grau de tempestade tropical severa, com a designação internacional de Washi (chamada Sendong nas Filipinas). Apesar de não ter atingido a classificação de tufão, esta tempestade afetou violentamente Mindanau, causando cerca de duas mil vítimas, entre mortos e desaparecidos. Os avisos de tempestade emitidos pelos serviços de meteorologia (Philippine Atmospheric Geophysical and Astronomical Services Administration – PAGASA) não tiveram o devido eco nas autoridades e populações locais, as quais os subestimaram devido ao facto de haver a crença, nessa altura, de que Mindanau raramente era afetada por tempestades deste tipo. Os habitantes das regiões abrangidas pelas bacias dos rios Cagayan de Oro e Mandulog, na madrugada do dia 16 de dezembro, foram apanhados de surpresa pelas enxurradas causadas pela intensa precipitação. Numerosas habitações precárias, construídas nas margens destes rios, assim como veículos e todo o tipo de destroços, foram arrastados para o mar. No ano seguinte (2012), também em dezembro, Mindanau voltou a sofrer as consequências de um ciclone tropical, desta vez o mais forte de sempre a atingir esta ilha, o tufão Bopha (com a designação local de Pablo), o segundo mais intenso que até à presente data (agosto de 2019) atingiu as Filipinas. Em janeiro de 2014 Mindanau voltou a ser fustigada por mais uma tempestade tropical, designada por Lingling, que causou deslizamentos de terras e inundações. Apesar de não ter atingido a classificação de tufão causou cerca de setenta vítimas mortais. Mais uma vez, em dezembro de 2017, Mindanau voltou a ser afetada por uma tempestade tropical designada por Tembin (Vinta nas Filipinas). Apesar de só ter atingido a categoria de tufão após ter passado por Mindanau, causou estragos significativos nesta ilha e mais de duzentos mortos, tendo mesmo afundado um ferry devido à forte agitação marítima. Na verdade, a Ilha de Mindanau, devido à sua baixa latitude (aproximadamente entre 6 e 10 graus norte), é menos frequentemente afetada por ciclones tropicais que as regiões central e norte das Filipinas. Porém, se o livro “The History of Mindanao” tivesse sido escrito atualmente, provavelmente o seu autor não afirmaria que a ilha estava fora do “typhoon belt”, nem que poderia ser considerada um paraíso. Há uma certa tendência para justificar estes fenómenos extremos como uma consequência do aquecimento global. É uma realidade que este aquecimento se tem vindo a acentuar desde o início da era industrial, mas não há a certeza absoluta de que a causa seja essa. No entanto, há grande probabilidade que assim seja, pelo que os governos deverão estar cada vez mais atentos a este tipo de fenómenos e, já que não se podem evitar, se tomem medidas de mitigação das suas consequências e de adaptação. Voltando ainda à comparação de Mindanau com o paraíso terrestre, feita pelo autor da “The History of Mindanao”, mesmo que assim fosse em termos climáticos, de beleza paisagística e de amabilidade do seu povo, não o seria devido à ocorrência de atos esporádicos de terrorismo. Para ilustrar esta realidade pode-se mencionar o facto de não nos ter sido permitida a deslocação à cidade de Iligan, em abril de 2012, aquando de uma missão do Comité dos Tufões para a avaliação dos danos causados pela tempestade severa Washi, por razões de segurança. Lembro-me também de ter ficado surpreendido ao ler num jornal de Cagayan de Oro City, em língua inglesa, o anúncio de que era proibido aos motociclistas o uso de capacete. A razão era a de que vários atentados haviam sido cometidos por bombistas conduzindo motas…
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Número de mortos em naufrágios sobe para 31 [dropcap]O[/dropcap] número de mortos após naufrágios devido ao mau tempo de três ‘ferrys’ que ligavam duas ilhas na zona central das Filipinas subiu para 31, depois de mais seis corpos de pessoas desaparecidas terem sido recuperados, avançaram ontem os serviços de emergência. A informação anterior apontava para 25 vítimas mortais. Os naufrágios ocorreram nas águas do arquipélago filipino, entre a cidade de Iloilo e a província de Guimaras, devido “à ondulação e às fortes chuvas”, segundo o Conselho Nacional de Gestão de Redução de Riscos de Desastres das Filipinas (NDRRMC, sigla em inglês). Pelo menos 59 pessoas foram já resgatadas e assistidas pelos serviços de emergência e pela Cruz Vermelha, indicou o NDRRMC. O serviço de meteorologia tinha alertado para as fortes chuvas de monções e tempestades, entre as quais uma tempestade que se encontrava a cerca de 875 quilómetros e que se aproximava da costa leste do país. Escolas e empresas da cidade de Manila foram encerradas devido às fortes chuvas e inundações, que causaram engarrafamentos na sexta-feira, nas zonas baixas da capital. Anualmente, em média, 20 tufões e tempestades atingem as Filipinas, fazendo com que o arquipélago, localizado no Anel de Fogo do Pacífico, regularmente atingido por sismos, seja um dos países mais exposto a desastres naturais.
Raquel Moz SociedadeDSAL | Direitos da vítima de amputação estão protegidos por lei A sorte do trabalhador filipino, vítima de acidente laboral que acabou amputado, pode estar a mudar. Depois das notícias na comunicação social, a DSAL garantiu estar atenta e que Reymond Tagacay tem direito a compensação [dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) anunciou na passada sexta-feira que está a acompanhar o caso do trabalhador não residente, que perdeu uma perna num acidente de trabalho em 31 de Outubro de 2018. A entidade responsável afirma que “instaurou um processo” para avaliar as “compensações devidas ao trabalhador” e “tem-se mantido em contacto com o mesmo e com o seu agregado familiar”, reiterando “que os trabalhadores não residentes que sofrem danos causados por acidente de trabalho são protegidos por lei”. Reymond Tagacay, de nacionalidade filipina, tem 41 anos e trabalhava num centro de lavagem de automóveis em Macau, até ao dia em que ficou entalado entre dois carros, com uma perna esmagada que acabaria por ser amputada. A vítima foi hospitalizada durante mais de meio ano, mas desde que teve alta médica tem tentado junto da entidade patronal, do Consulado das Filipinas e dos organismos locais, obter compensação financeira que lhe permita sobreviver, antes que o visto “blue card” expire no próximo dia 10 de Agosto. Segundo informou a DSAL, em comunicado de imprensa, “no que respeita ao regime de protecção dos trabalhadores não residentes por acidente de trabalho, é aplicada a Lei nº 40/95/M (Regime jurídico da reparação por danos emergentes de acidentes de trabalho e doenças profissionais), alterada pela Lei nº 6/2015, sendo que a vítima tem direito a receber uma compensação igual a dois terços da retribuição de base, durante a baixa por acidente, e a compensação devida para pagamento das despesas de assistência médica. Ao mesmo tempo, o trabalhador tem ainda direito a outras compensações devidas por danos, caso reúna outras condições previstas na lei”. Apesar de não ter conseguido resposta do patrão – à data da última reportagem do canal de televisão TDM, que o HM também publicou a 22 de Julho –, a DSAL garantiu a Reymond Tagacay que “mesmo que essa relação de trabalho tenha terminado, o direito à indemnização por acidente de trabalho não rescinde por termo do contrato, continuando a DSAL nos termos da lei, a dar acompanhamento às compensações do processo para garantir que o trabalhador receba a devida compensação de acordo com a lei”. Regresso às origens A intenção do trabalhador sinistrado é regressar às Filipinas, tal como comentou aos órgãos de comunicação, mas necessita de um documento que declare que é incapacitado permanente, para poder solicitar recompensa justa que alivie o agregado familiar de dificuldades futuras. A conta hospitalar foi quase paga na totalidade pelo seguro de trabalho, através da entidade patronal. O casal tem dois filhos a estudar nas Filipinas. A mulher de Reymond, que trabalhava como empregada doméstica em Hong Kong, viu-se obrigada a mudar-se para Macau e procurar trabalho, por um salário inferior, para poder acompanhá-lo durante o internamento e a recuperação.
Raquel Moz SociedadeTrabalhador filipino ainda não foi compensado por acidente de trabalho Reymond Tagacay acaba de sair do hospital, após o grave acidente de trabalho que lhe amputou a perna e o deixou mais de seis meses na cama do hospital. Agora espera ser compensado pela incapacidade sofrida, mas o ‘blue card’ expira já a 10 de Agosto [dropcap]O[/dropcap] trabalhador filipino que sofreu um acidente de trabalho a 31 de Outubro de 2018, acabando por perder uma perna, saiu na semana passada do hospital e procura agora ajuda para obter uma compensação financeira por amputação física. A notícia foi avançada na sexta-feira passada pelo canal português da TDM – Teledifusão de Macau, que ouviu o pedido de apoio feito pela vítima e procurou respostas junto do empregador, sem sucesso. O Consulado das Filipinas, que até ao contacto feito pelos jornalistas não havia prestado qualquer assistência ao acidentado, já se encontra a acompanhar o caso. Reymond Tagacay tem 41 anos e trabalhava num centro de lavagem de automóveis em Macau, até ao dia em que sofreu um acidente de trabalho, ficando entalado entre dois carros e com uma perna esmagada, que o deixou amputado e hospitalizado durante mais de meio ano. Como descreveu à TDM, “eram cerca das 11h30 da manhã, estava a lavar um carro e, quando comecei a secar um Mercedes-Benz, apercebi-me que um Toyota Alphard vinha na minha direcção. Eu estava sob a máquina de lavagem e um colega meu de trabalho vinha a conduzir o carro. Quando eu me apercebi estava perto demais. Veio contra mim, arrastou-me uns cinco metros e eu caí. Fiquei quase uma hora preso no meio dos dois carros. Fiquei debaixo do carro. Senti muita dor e havia muito sangue. Então vi o meu pé, que já estava cortado”. Seis pessoas ficaram feridas, duas com gravidade, no acidente em que esteve envolvido. Uma delas sofreu uma fractura na cabeça, de que já recuperou, regressando entretanto às Filipinas. O outro sinistrado foi Reymond Tagacay, que acabou por ser amputado acima do joelho e só viria a deixar o hospital no início da semana passada. A médica que lhe deu alta, após a colocação de uma prótese artificial, aconselhou-o a voltar ao trabalho e a procurar residência perto do local de emprego, “porque em Macau, disse ela, não há ninguém para dar assistência aos deficientes físicos”. Mas o sinistrado afirmou sentir-se incapacitado para realizar as anteriores tarefas, “os carros têm de ser lavados em três minutos cada um. Como é que eu posso fazer isso?”, agora que não tem uma perna e que nem consegue caminhar com a prótese, por lhe provocar “muitas dores” e ainda não ter tido tempo de se habituar. Visto com dias contados A sua intenção é poder regressar às Filipinas, mas não consegue receber resposta da entidade patronal, nem assistência consular sobre a eventual compensação do seguro pelo acidente de trabalho. As contas hospitalares foram pagas na quase totalidade pela seguradora, que entregou o montante ao empregador, de acordo com a reportagem televisiva. Entretanto, Reymond Tagacay recebeu já o aviso da DSAL de que não irá receber os ordenados de Julho e Agosto e de que o visto de trabalho expira no dia 10 do próximo mês. O filipino precisa de um documento que declare que é incapacitado permanente e quer contactar o patrão para chegar a acordo sobre uma recompensa justa pela situação em que se encontra e pelas dificuldades futuras. Até agora, afirma que lhe foi sugerido várias vezes que assinasse papéis em chinês para encerrar o caso. Mais estranho ainda, Raymond confessou nunca ter tido acesso ao contrato de trabalho, até depois do acidente, em que veio a rubricar um novo documento onde declarava um salário mais alto do que aquele que recebia. Da parte do Consulado das Filipinas houve apenas a indicação para que tentasse resolver o problema directamente com o empregador. Só agora é que está a ser ajudado formalmente. Quando sofreu o acidente, a família veio a saber da situação pelos amigos, não tendo sido contactada pelo consulado, pela empresa ou pelo hospital. A mulher, que trabalhava como empregada doméstica em Hong Kong, teve que se mudar para Macau e procurar aqui trabalho, ficando a ganhar menos para poder acompanhá-lo. O casal tem dois filhos a estudar nas Filipinas.