Covid-19 | Portugal regista primeira morte de pessoa infectada

[dropcap]P[/dropcap]ortugal registou esta segunda-feira a primeira morte de uma pessoa infectada com o novo coronavírus, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido. Trata-se de um homem de 80 anos, que tinha “várias patologias associadas” e estava internado há vários dias, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, disse a ministra, que transmitiu as condolências à família e amigos. Em Portugal, 331 pessoas foram infectadas até hoje com o vírus da pandemia Covid-19, segundo o boletim diário da Direcção-Geral da Saúde.
“Ao mesmo tempo que apresentamos as nossas condolências à família e amigos do falecido, queremos também sublinhar e agradecer o empenho dos profissionais do Centro Hospitalar Lisboa Norte, e mais concretamente do Hospital Santa Maria, no tratamento, na prestação de cuidados e no apoio a este doente”, disse Marta Temido.
A Ministra da Saúde agradeceu ainda a todos os profissionais de saúde pelo “enorme esforço que continuam a realizar todos os dias para garantir que o Serviço Nacional de Saúde continua a funcionar para os doentes com Covid-19, mas também os outros, que continuam a merecer cuidados de saúde adequados ao seu estado e à sua situação”.
“Atendendo a esta circunstância”, Marta Temido pediu que a conferência de imprensa de hoje fosse mais “curta” e “focada”. “É um momento de pesar, de reflexão, e onde, mais do que nunca, precisamos de nos concentrar no muito que há para fazer. Temos de continuar a trabalhar”, disse.

Disciplina como em Wuhan

A Ministra da Saúde fala ainda “num momento de disciplina e de comportamentos cívicos”, dando como exemplo o caso dos cidadãos portugueses que regressaram de Wuhan, na China, e que aceitaram ficar em isolamento profilático, e dos “muitos e muitas que optaram por aderir às recomendações da Direcção Geral de Saúde”.
A governante falou ainda dos riscos que todos corremos, entre eles o “risco da nossa sociedade se desestruturar”. “Estamos num momento que é como se fosse uma guerra, e numa guerra temos de ter disciplina”, acrescentou. “Não podemos interromper a nossa vida social, porque não podemos ficar sem pão, sem água, sem energia, sem recolhas de resíduos”, acrescentou, sublinhando “temos de manter comportamentos apropriados ao momento em que vivemos”.
Confrontada, pela pergunta de um jornalista, com a nova indicação da Organização Mundial de Saúde de testar o mais possível as populações, a Ministra da Saúde garantiu que “estamos a adaptar as nossa práticas”. “Estamos a garantir que temos testes para poder testar sempre que há suspeitas (…) Nos testes no equipamento de proteção individual temos de ser criteriosos”, disse.
Respondendo a outra pergunta, esta sobre quais os actos médicos a serem cancelados, Marta Temido respondeu que “todas as consultas externas que não sejam prioritárias, ou muito prioritárias, deverão ser remarcadas”. Também os meios de diagnóstico complementares que não sejam imprescindíveis e as cirurgias não prioritárias devem ser adiadas.

18 pessoas internadas

Aos jornalistas, Graça Freitas, Directora Geral de Saúde, também presente na conferência de imprensa, confirmou que continuam internadas nos cuidados intensivos 18 pessoas. A responsável sublinhou ainda que a taxa de letalidade do vírus “é superior a 2% em todos o mundo”. “Teremos nos próximos dias, semanas e meses mais pessoas pessoas a falecerem. Faz parte da história da doença”, disse acrescentando que o “SNS tudo fará para reduzir ao mínimo o número de pessoas que tenham este desfecho ou que fique com sequelas da doença”.
O primeiro-ministro, António Costa, manifestou “consternação e pesar” pela morte da primeira vítima de Covid-19 em Portugal, considerando que este “momento de respeito” deve servir para reforçar a consciência colectiva dos riscos.
“Foi com consternação e pesar que recebi a notícia do falecimento da primeira vítima de Covid-19 em Portugal. Este, que é um momento de respeito, deve servir também para reforçarmos a consciência coletiva dos riscos que corremos. Façamos tudo o que depende de nós, enquanto comunidade, para contermos esta pandemia”, pode ler-se numa publicação na página oficial de António Costa no Twitter.
Também Marcelo Rebelo de Sousa já lamentou a morte da primeira vítima em Portugal e apresentou, numa mensagem publicada no site da Presidência, os “sentidos pêsames” à família. “O Presidente da República apresenta os seus sentidos pêsames à família da primeira vítima mortal da pandemia do Covid-19 em Portugal, cujo falecimento acaba de ser confirmado pelas autoridades de Saúde”.
Entretanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a pandemia de Covid-19 é “a maior crise sanitária global do nosso tempo” e apelou para que sejam realizados testes a todos os casos suspeitos. Em conferência de imprensa em Genebra, o director-geral da OMS indicou que há agora “mais casos e mortes no resto do mundo do que na China”. O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infectou cerca de 170 mil pessoas, das quais 6.500 morreram.

17 Mar 2020

Covid-19 | Vírus já matou 6.420 pessoas e há quase 164.000 infectados

[dropcap]O[/dropcap] novo coronavírus matou pelo menos 6.420 pessoas em todo o mundo desde o seu surgimento em dezembro, de acordo com uma avaliação da AFP às 17:00 de domingo, a partir de fontes oficiais. Quase 164.000 casos de infeção foram registados em 141 países e territórios desde o início da epidemia, que se tornou, entretanto, numa pandemia.

Este número de casos diagnosticados, no entanto, reflete a realidade apenas de maneira imperfeita, pois os países têm políticas e critérios de contabilidade mais ou menos restritivos, alerta a AFP.

Desde a contagem de sábado às 17:00, ocorreram 653 novas mortes e foram contabilizados 12.153 novos casos em todo o mundo. Os países que registaram maior número de novas mortes em 24 horas foram Itália (368), Irão (113) e Espanha (105).

A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia eclodiu no final de Dezembro, registou um total de 80.844 casos, dos quais 3.199 morreram e 66.911 recuperaram.

Na China, foram anunciados 20 novos casos e 10 novas mortes entre sábado e domingo. Em outras partes do mundo, registaram-se 3.221 mortes (643 novas) até às 17:00 de hoje, num total de 83.094 casos, mais 12.133 do que no sábado. Os países mais afectados depois da China são a Itália, com 1.809 mortos e 24.747 casos, o Irão, com 724 mortos (13.938 casos), Espanha, com 288 mortos (7.753 casos), e a França, com 91 mortos (4.499 casos).

Desde as 17:00 de sábado, a República Centro-Africana, as Seichelles, o Congo e o Uzbequistão anunciaram os primeiros casos de infeção com o novo coronavírus nos seus territórios.

A Ásia totalizava até às 17:00 de hoje 91.973 casos (3.320 mortes), a Europa 52.407 casos (2.291 mortes), o Médio Oriente 15.291 casos (738 mortes), Estados Unidos e Canadá em conjunto 3.201 casos (52 mortes), a América Latina e Caribe 448 casos (seis mortes), África 315 casos (oito mortes) e Oceânia 303 casos (cinco mortes).

Esta avaliação foi realizada usando dados compilados pelos escritórios da AFP das autoridades nacionais competentes e informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em Portugal, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) actualizou hoje o número de infectados para 245, mais 76 do que no sábado.

16 Mar 2020

Covid-19 | Vírus já matou 6.420 pessoas e há quase 164.000 infectados

[dropcap]O[/dropcap] novo coronavírus matou pelo menos 6.420 pessoas em todo o mundo desde o seu surgimento em dezembro, de acordo com uma avaliação da AFP às 17:00 de domingo, a partir de fontes oficiais. Quase 164.000 casos de infeção foram registados em 141 países e territórios desde o início da epidemia, que se tornou, entretanto, numa pandemia.
Este número de casos diagnosticados, no entanto, reflete a realidade apenas de maneira imperfeita, pois os países têm políticas e critérios de contabilidade mais ou menos restritivos, alerta a AFP.
Desde a contagem de sábado às 17:00, ocorreram 653 novas mortes e foram contabilizados 12.153 novos casos em todo o mundo. Os países que registaram maior número de novas mortes em 24 horas foram Itália (368), Irão (113) e Espanha (105).
A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia eclodiu no final de Dezembro, registou um total de 80.844 casos, dos quais 3.199 morreram e 66.911 recuperaram.
Na China, foram anunciados 20 novos casos e 10 novas mortes entre sábado e domingo. Em outras partes do mundo, registaram-se 3.221 mortes (643 novas) até às 17:00 de hoje, num total de 83.094 casos, mais 12.133 do que no sábado. Os países mais afectados depois da China são a Itália, com 1.809 mortos e 24.747 casos, o Irão, com 724 mortos (13.938 casos), Espanha, com 288 mortos (7.753 casos), e a França, com 91 mortos (4.499 casos).
Desde as 17:00 de sábado, a República Centro-Africana, as Seichelles, o Congo e o Uzbequistão anunciaram os primeiros casos de infeção com o novo coronavírus nos seus territórios.
A Ásia totalizava até às 17:00 de hoje 91.973 casos (3.320 mortes), a Europa 52.407 casos (2.291 mortes), o Médio Oriente 15.291 casos (738 mortes), Estados Unidos e Canadá em conjunto 3.201 casos (52 mortes), a América Latina e Caribe 448 casos (seis mortes), África 315 casos (oito mortes) e Oceânia 303 casos (cinco mortes).
Esta avaliação foi realizada usando dados compilados pelos escritórios da AFP das autoridades nacionais competentes e informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em Portugal, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) actualizou hoje o número de infectados para 245, mais 76 do que no sábado.

16 Mar 2020

Covid-19 | Fake News geram apelos e medidas de controlo

Desde que foram relatados os primeiros casos, as notícias falsas sobre o Covid-19 subiram em flecha, levando muitos a consumir informação imprecisa e potencialmente perigosa nas redes digitais. Tecnológicas como o Facebook e Google já estão a tomar medidas em consonância com a Organização Mundial de Saúde. Em Portugal, as autoridades apelaram também ao fim da propagação de boatos

 

[dropcap]S[/dropcap]erá a cocaína capaz de matar o coronavírus? Terá sido a doença que teve o seu epicentro em Wuhan sido criada em laboratório? Ou até que um bom banho de água quente pode ajudar a prevenir a infecção?

O Covid-19, foi declarado como uma pandemia mundial pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na passada quarta-feira. Mas até lá, a doença que já chegou a mais de 100 países e provocou mais de quatro mil mortes a nível mundial, tem trilhado um caminho de incertezas, também ao nível da informação e a tendência pode continuar.

Com o evoluir de uma situação desconhecida e em constante actualização, a preocupação legítima para obter informação acerca do problema cresceu por todo o mundo, e com ela, o número de notícias falsas, mais conhecidas por fake news, que trouxeram consigo dados incorrectos, por confirmar, infundados ou descontextualizados e ainda mitos sobre o coronavírus, como a sua origem, dicas de prevenção ou formas de tratamento. Tudo isto, a ter lugar com maior incidência nas plataformas digitais e redes sociais, como o Facebook, Twitter ou o YouTube.

Ainda na passada quarta-feira, o eco da desinformação e das notícias falsas acerca do coronavírus se fez sentir em Portugal. Perante a notícia que circulou na internet acerca daquela que seria a primeira morte no país causada pelo novo tipo de coronavírus, Graça Freitas, directora-geral de Saúde, lançou um apelo contra a disseminação de boatos, que podem causar o alarme social entre a população. “É um apelo que voltamos a fazer. Um boato durante uns minutos tudo bem. Mas um boato durante todo o dia é muito”, disse por ocasião da conferência de imprensa que teve lugar após a reunião do Conselho Nacional de Saúde Pública.

No relatório “Informação e desinformação sobre o Coronavírus nas notícias e nas redes sociais em Portugal”, publicado a 10 de Março pelo MediaLab ISCTE-IUL é caracterizada a presença do tema “Coronavírus” nas notícias e nas redes sociais no país. Segundo o estudo, as redes sociais despertaram para o fenómeno muito mais tarde (final de Fevereiro) “mas com mais intensidade” do que os meios de comunicação social, sendo que a “a maior parte dos posts e tweets ao longo deste período – sobretudo aqueles que se tornaram mais virais – procuraram desdramatizar a cobertura dos media”.

Sobre as notícias mais populares acerca do tema, divulgadas pelos meios de comunicação sociais portugueses na rede social Facebook, foram geradas, no total, 3.231.866 interacções, sendo que os artigos mais partilhados tendem ou a “desvalorizar o fenómeno da propagação” ou, pelo contrário, a “mostrar uma perspectiva mais dramática”. De acordo com o relatório, a notícia com maior número de interacções relata o caso de um britânico que venceu o coronavírus recorrendo a uísque e mel, seguida de outras onde figuram títulos como “Covid-19 é menos perigoso do que o vírus da gripe” ou “China acusada de cremar corpos em segredo para esconder verdadeiro número do coronavírus”.

Com narrativa desinformativa e conteúdo incorrecto foi registado um post na página de Facebook “Notícias Viriato” partilhado mais de 700 vezes, sobre o facto do Covid-19 ter sido libertado pelo Laboratório Virológico de Wuhan com fins de guerra biológica. Segundo o relatório, a mesma notícia falsa surgiu em sites como o Daily Mail e o Washington Times, tendo sido depois despistada pelo Washington Post, CNN e Foreign Policy.

Já nos grupos públicos de Facebook que “veiculam posts desinformativos”, foram publicados, nos 30 dias anteriores a 10 de Março, um total de 1.483 posts sobre o coronavírus, tendo gerado 42.236 interacções. Nestes existe “uma tendência evidente de usar o tema da epidemia para fazer combate político”, pode ler-se no relatório.

Mitos e lendas

As fake news acerca do Covid-19 têm feito estragos um pouco por todo o mundo, levando inclusivamente a OMS a criar uma página online intitulada “Myth Busters”, que tem como objectivo desmentir e clarificar alguns dos principais rumores e mitos que existem em torno da doença.

Recorrendo a representações visuais e fundamentação científica na apresentação das justificações, são assim afastados rumores e informações falsas que têm circulado nos canais digitais, tais como o facto de um banho de água muito quente ser capaz de prevenir o contágio da doença ou que o tempo frio é favorável para a eliminação do vírus. Outros mitos afastados pela OMS incluem o facto de o Covid-19 ser transmitido através de picadas de mosquito ou poder ser prevenido através da ingestão de alho.

Mas outras notícias falsas disseminaram pelos canais digitais, como por exemplo o facto de a UNICEF ter alegadamente declarado que o calor ajuda a eliminar o vírus, devendo ser evitada a ingestão de gelados ou pratos frios. Vários utilizadores do Facebook acabaram por partilhar o suposto aviso da UNICEF que continha ainda outros rumores como o facto de o vírus não se propagar pelo ar ou permanecer vivo durante 12 horas quando cai sobre uma superfície de metal. Todas as informações vieram a ser desmentidas, mais tarde, através de um comunicado emitido pela própria UNICEF.

Outros mitos sobre o Covid-19 que já vieram a ser considerados como fake news incluíam ainda o facto de uma sopa de morcego ter estado na origem da doença, que o Vaticano tinha confirmado que o Papa tinha sido contagiado com o novo coronavírus, que a cocaína é capaz de curar a doença ou que a tecnologia 5G em Wuhan está na origem das mortes associadas ao coronavírus.

De acordo com Robert Shmerling, editor da Harvard Health Publishing, apesar de “nenhuma fonte de informação ser perfeita” numa fase em qua ainda há muitas incertezas, a busca de informação deve ser baseada na “opinião de especialistas que utilizem análises científicas reconhecidas e que publiquem os seus resultados em publicações médicas reputadas” e em portais “que tenham como missão informar e proteger o público”, como a OMS ou o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças Contagiosas (CDC).

“Ao abordar uma nova doença infecciosa sobre a qual ainda muito é desconhecido, é importante procurar informações fidedignas e agir em concordância. Seja céptico em relação a teorias da conspiração ou às chamadas fake news, que descartem as recomendações das autoridades de saúde. O melhor a fazer é procurar especialistas cuja missão é proteger a saúde pública”, defende Robert Shmerling.

Cartada digital

Com o objectivo de combater a difusão de fake news sobre o coronavírus, em meados de Fevereiro, a OMS reuniu-se com representantes das tecnológicas e plataformas com maior preponderância a nível mundial, como o Facebook, o Twitter, a Amazon, Google, YouTube ou Dropbox.

No seguimento da reunião, e a título de exemplo de medidas tomadas para reduzir a difusão de notícias falsas está o Facebook. De acordo com uma mensagem divulgada pelo seu fundador Mark Zuckerberg, a rede social “está focada em assegurar que todos têm acesso a informação credível e precisa”.

Assegurando que o acesso a informação credível “é crítico em qualquer situação de emergência”, Mark Zuckerberg anunciou que foram dadas ordens para remover fake news e informação incorrecta potencialmente perigosa.

“É importante que todos possam partilhar as suas experiências e falar sobre o surto (…), mas não está certo partilhar algo capaz de colocar outras pessoas em risco. Por isso, estamos a remover alegações falsas e teorias da conspiração que foram indicados pelas organizações de saúde a nível mundial”, afirmou o fundador do Facebook.

Das medidas tomadas pelo Facebook em consonância com a OMS, a CDC e a UNICEF, faz ainda parte um apoio em créditos de espaço publicitário na rede social, para que as organizações de saúde a nível mundial “possam dar resposta às necessidades levantadas pelo coronavírus” e ainda a criação de uma funcionalidade que permite reencaminhar os utilizadores directamente para o portal da OMS ou das autoridades de saúde locais, assim que é feita uma pesquisa sobre o coronavírus.

13 Mar 2020

Covid-19 | Fake News geram apelos e medidas de controlo

Desde que foram relatados os primeiros casos, as notícias falsas sobre o Covid-19 subiram em flecha, levando muitos a consumir informação imprecisa e potencialmente perigosa nas redes digitais. Tecnológicas como o Facebook e Google já estão a tomar medidas em consonância com a Organização Mundial de Saúde. Em Portugal, as autoridades apelaram também ao fim da propagação de boatos

 
[dropcap]S[/dropcap]erá a cocaína capaz de matar o coronavírus? Terá sido a doença que teve o seu epicentro em Wuhan sido criada em laboratório? Ou até que um bom banho de água quente pode ajudar a prevenir a infecção?
O Covid-19, foi declarado como uma pandemia mundial pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na passada quarta-feira. Mas até lá, a doença que já chegou a mais de 100 países e provocou mais de quatro mil mortes a nível mundial, tem trilhado um caminho de incertezas, também ao nível da informação e a tendência pode continuar.
Com o evoluir de uma situação desconhecida e em constante actualização, a preocupação legítima para obter informação acerca do problema cresceu por todo o mundo, e com ela, o número de notícias falsas, mais conhecidas por fake news, que trouxeram consigo dados incorrectos, por confirmar, infundados ou descontextualizados e ainda mitos sobre o coronavírus, como a sua origem, dicas de prevenção ou formas de tratamento. Tudo isto, a ter lugar com maior incidência nas plataformas digitais e redes sociais, como o Facebook, Twitter ou o YouTube.
Ainda na passada quarta-feira, o eco da desinformação e das notícias falsas acerca do coronavírus se fez sentir em Portugal. Perante a notícia que circulou na internet acerca daquela que seria a primeira morte no país causada pelo novo tipo de coronavírus, Graça Freitas, directora-geral de Saúde, lançou um apelo contra a disseminação de boatos, que podem causar o alarme social entre a população. “É um apelo que voltamos a fazer. Um boato durante uns minutos tudo bem. Mas um boato durante todo o dia é muito”, disse por ocasião da conferência de imprensa que teve lugar após a reunião do Conselho Nacional de Saúde Pública.
No relatório “Informação e desinformação sobre o Coronavírus nas notícias e nas redes sociais em Portugal”, publicado a 10 de Março pelo MediaLab ISCTE-IUL é caracterizada a presença do tema “Coronavírus” nas notícias e nas redes sociais no país. Segundo o estudo, as redes sociais despertaram para o fenómeno muito mais tarde (final de Fevereiro) “mas com mais intensidade” do que os meios de comunicação social, sendo que a “a maior parte dos posts e tweets ao longo deste período – sobretudo aqueles que se tornaram mais virais – procuraram desdramatizar a cobertura dos media”.
Sobre as notícias mais populares acerca do tema, divulgadas pelos meios de comunicação sociais portugueses na rede social Facebook, foram geradas, no total, 3.231.866 interacções, sendo que os artigos mais partilhados tendem ou a “desvalorizar o fenómeno da propagação” ou, pelo contrário, a “mostrar uma perspectiva mais dramática”. De acordo com o relatório, a notícia com maior número de interacções relata o caso de um britânico que venceu o coronavírus recorrendo a uísque e mel, seguida de outras onde figuram títulos como “Covid-19 é menos perigoso do que o vírus da gripe” ou “China acusada de cremar corpos em segredo para esconder verdadeiro número do coronavírus”.
Com narrativa desinformativa e conteúdo incorrecto foi registado um post na página de Facebook “Notícias Viriato” partilhado mais de 700 vezes, sobre o facto do Covid-19 ter sido libertado pelo Laboratório Virológico de Wuhan com fins de guerra biológica. Segundo o relatório, a mesma notícia falsa surgiu em sites como o Daily Mail e o Washington Times, tendo sido depois despistada pelo Washington Post, CNN e Foreign Policy.
Já nos grupos públicos de Facebook que “veiculam posts desinformativos”, foram publicados, nos 30 dias anteriores a 10 de Março, um total de 1.483 posts sobre o coronavírus, tendo gerado 42.236 interacções. Nestes existe “uma tendência evidente de usar o tema da epidemia para fazer combate político”, pode ler-se no relatório.

Mitos e lendas

As fake news acerca do Covid-19 têm feito estragos um pouco por todo o mundo, levando inclusivamente a OMS a criar uma página online intitulada “Myth Busters”, que tem como objectivo desmentir e clarificar alguns dos principais rumores e mitos que existem em torno da doença.
Recorrendo a representações visuais e fundamentação científica na apresentação das justificações, são assim afastados rumores e informações falsas que têm circulado nos canais digitais, tais como o facto de um banho de água muito quente ser capaz de prevenir o contágio da doença ou que o tempo frio é favorável para a eliminação do vírus. Outros mitos afastados pela OMS incluem o facto de o Covid-19 ser transmitido através de picadas de mosquito ou poder ser prevenido através da ingestão de alho.
Mas outras notícias falsas disseminaram pelos canais digitais, como por exemplo o facto de a UNICEF ter alegadamente declarado que o calor ajuda a eliminar o vírus, devendo ser evitada a ingestão de gelados ou pratos frios. Vários utilizadores do Facebook acabaram por partilhar o suposto aviso da UNICEF que continha ainda outros rumores como o facto de o vírus não se propagar pelo ar ou permanecer vivo durante 12 horas quando cai sobre uma superfície de metal. Todas as informações vieram a ser desmentidas, mais tarde, através de um comunicado emitido pela própria UNICEF.
Outros mitos sobre o Covid-19 que já vieram a ser considerados como fake news incluíam ainda o facto de uma sopa de morcego ter estado na origem da doença, que o Vaticano tinha confirmado que o Papa tinha sido contagiado com o novo coronavírus, que a cocaína é capaz de curar a doença ou que a tecnologia 5G em Wuhan está na origem das mortes associadas ao coronavírus.
De acordo com Robert Shmerling, editor da Harvard Health Publishing, apesar de “nenhuma fonte de informação ser perfeita” numa fase em qua ainda há muitas incertezas, a busca de informação deve ser baseada na “opinião de especialistas que utilizem análises científicas reconhecidas e que publiquem os seus resultados em publicações médicas reputadas” e em portais “que tenham como missão informar e proteger o público”, como a OMS ou o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças Contagiosas (CDC).
“Ao abordar uma nova doença infecciosa sobre a qual ainda muito é desconhecido, é importante procurar informações fidedignas e agir em concordância. Seja céptico em relação a teorias da conspiração ou às chamadas fake news, que descartem as recomendações das autoridades de saúde. O melhor a fazer é procurar especialistas cuja missão é proteger a saúde pública”, defende Robert Shmerling.

Cartada digital

Com o objectivo de combater a difusão de fake news sobre o coronavírus, em meados de Fevereiro, a OMS reuniu-se com representantes das tecnológicas e plataformas com maior preponderância a nível mundial, como o Facebook, o Twitter, a Amazon, Google, YouTube ou Dropbox.
No seguimento da reunião, e a título de exemplo de medidas tomadas para reduzir a difusão de notícias falsas está o Facebook. De acordo com uma mensagem divulgada pelo seu fundador Mark Zuckerberg, a rede social “está focada em assegurar que todos têm acesso a informação credível e precisa”.
Assegurando que o acesso a informação credível “é crítico em qualquer situação de emergência”, Mark Zuckerberg anunciou que foram dadas ordens para remover fake news e informação incorrecta potencialmente perigosa.
“É importante que todos possam partilhar as suas experiências e falar sobre o surto (…), mas não está certo partilhar algo capaz de colocar outras pessoas em risco. Por isso, estamos a remover alegações falsas e teorias da conspiração que foram indicados pelas organizações de saúde a nível mundial”, afirmou o fundador do Facebook.
Das medidas tomadas pelo Facebook em consonância com a OMS, a CDC e a UNICEF, faz ainda parte um apoio em créditos de espaço publicitário na rede social, para que as organizações de saúde a nível mundial “possam dar resposta às necessidades levantadas pelo coronavírus” e ainda a criação de uma funcionalidade que permite reencaminhar os utilizadores directamente para o portal da OMS ou das autoridades de saúde locais, assim que é feita uma pesquisa sobre o coronavírus.

13 Mar 2020

Covid-19 | Número de infectados em Portugal sobe para 78

O número de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, que causa a doença Covid-19, subiu para 78 em Portugal, mais 19 do que os contabilizados na quarta-feira, anunciou hoje a Direcção-Geral da Saúde (DGS). Dos 78 casos confirmados, apenas 69 estão internados, segundo o boletim sobre a situação epidemiológica divulgado pela DGS.

Em Portugal há um total de 637 casos suspeitos, dos quais 133 aguardam resultado laboratorial. Segundo a DGS, há ainda 4.923 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde, mais 1.857 do que na quarta-feira. O boletim de hoje indica que há seis cadeias de transmissão activas, número idêntico ao de quarta-feira.

Entre os doentes internados estão os casos de um menino com menos de dez anos e de 12 jovens entre os dez e os 19 anos. Existem dois casos de doentes infectados internados acima dos 80 anos e cinco entre os 70 e os 79.

É entre a população com idades entre os 40 e os 49 anos que se registam mais casos (21) de doentes internados, segundo o boletim da DGS, que indica a existência de 14 casos entre os 30 e 39 anos e e nove casos entre os 50 e os 59 anos. Há ainda registo de sete casos entre os 20 e 29 anos, nove entre os 50 e 59 anos e sete entre os 60 e 69 anos.

A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (44), seguida da Grande Lisboa (23) e das regiões Centro e do Algarve, ambas com cinco casos confirmados da doença. Há um caso confirmado no estrangeiro, segundo o boletim epidemiológico diário.

Segundo o mapa disponibilizado pela DGS, continua a não haver casos registados no Alentejo e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Os dados da DGS adiantam que 10 casos resultam da importação do vírus de Itália, cinco de Espanha, três da Suíça e um continua em investigação relativamente à origem da importação(Alemanha/Áustria).

A doença Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, foi classificada como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na quarta-feira. Em todo o mundo já foram infectadas mais de 124.000 pessoas e morreram mais de 4.500.

12 Mar 2020

Covid-19 | Número de infectados em Portugal sobe para 78

O número de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, que causa a doença Covid-19, subiu para 78 em Portugal, mais 19 do que os contabilizados na quarta-feira, anunciou hoje a Direcção-Geral da Saúde (DGS). Dos 78 casos confirmados, apenas 69 estão internados, segundo o boletim sobre a situação epidemiológica divulgado pela DGS.
Em Portugal há um total de 637 casos suspeitos, dos quais 133 aguardam resultado laboratorial. Segundo a DGS, há ainda 4.923 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde, mais 1.857 do que na quarta-feira. O boletim de hoje indica que há seis cadeias de transmissão activas, número idêntico ao de quarta-feira.
Entre os doentes internados estão os casos de um menino com menos de dez anos e de 12 jovens entre os dez e os 19 anos. Existem dois casos de doentes infectados internados acima dos 80 anos e cinco entre os 70 e os 79.
É entre a população com idades entre os 40 e os 49 anos que se registam mais casos (21) de doentes internados, segundo o boletim da DGS, que indica a existência de 14 casos entre os 30 e 39 anos e e nove casos entre os 50 e os 59 anos. Há ainda registo de sete casos entre os 20 e 29 anos, nove entre os 50 e 59 anos e sete entre os 60 e 69 anos.
A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (44), seguida da Grande Lisboa (23) e das regiões Centro e do Algarve, ambas com cinco casos confirmados da doença. Há um caso confirmado no estrangeiro, segundo o boletim epidemiológico diário.
Segundo o mapa disponibilizado pela DGS, continua a não haver casos registados no Alentejo e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Os dados da DGS adiantam que 10 casos resultam da importação do vírus de Itália, cinco de Espanha, três da Suíça e um continua em investigação relativamente à origem da importação(Alemanha/Áustria).
A doença Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, foi classificada como pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na quarta-feira. Em todo o mundo já foram infectadas mais de 124.000 pessoas e morreram mais de 4.500.

12 Mar 2020

Covid-19 | Macau vai obrigar a exame médico quem tenha estado na Noruega nos últimos 14 dias

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau anunciou hoje que, a partir das 12h00 de quinta-feira, quem tenha estado na Noruega nos 14 dias anteriores à entrada no território será sujeito a exame médico.

“A partir das 12:00 do dia 12 de Março de 2020, passa a exigir a todos os indivíduos que tenham estado na Noruega, nos 14 dias anteriores à entrada em Macau, que sejam sujeitos a exame médico”, detalhou em comunicado o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus de Macau.

A razão desta tomada de decisão tem a ver com a recente “evolução epidémica do coronavírus Covid-19 na Noruega, que se tornou mais grave”, explicaram as autoridades de Macau.

“O Centro de Coordenação de Contingência de Novo Tipo de Coronavírus alerta que os infractores podem estar sujeitos a medidas de isolamento compulsório, além da sua responsabilidade criminal”, frisaram as autoridades.

Segundos os últimos dados oficiais disponibilizados pelo Instituto Norueguês de Saúde Pública no seu site, na terça-feira, foram confirmados mais 85 casos de novo coronavírus “nas últimas 24 horas, perfazendo um total de 277”.

Horas antes, na conferência de imprensa diária das autoridades de Macau sobre o Covid-19, O Governo de Macau disse estar a ponderar colocar mais países europeus na lista de alta incidência epidémica de Covid-19 e assim impor uma quarentena de 14 dias a quem tenha estado nesses países.

Esta afirmação surge um dia depois de ter entrado em vigor a imposição de uma quarentena de 14 dias para quem tenha estado na Alemanha, Espanha, França ou Japão nos 14 dias anteriores à entrada em Macau, território que há 36 dias que não regista casos novos de infecção. Esta medida vigora também, há algumas semanas, para as pessoas provenientes da Coreia do Sul de Itália e do Irão.

11 Mar 2020

Covid-19 | Macau vai obrigar a exame médico quem tenha estado na Noruega nos últimos 14 dias

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau anunciou hoje que, a partir das 12h00 de quinta-feira, quem tenha estado na Noruega nos 14 dias anteriores à entrada no território será sujeito a exame médico.
“A partir das 12:00 do dia 12 de Março de 2020, passa a exigir a todos os indivíduos que tenham estado na Noruega, nos 14 dias anteriores à entrada em Macau, que sejam sujeitos a exame médico”, detalhou em comunicado o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus de Macau.
A razão desta tomada de decisão tem a ver com a recente “evolução epidémica do coronavírus Covid-19 na Noruega, que se tornou mais grave”, explicaram as autoridades de Macau.
“O Centro de Coordenação de Contingência de Novo Tipo de Coronavírus alerta que os infractores podem estar sujeitos a medidas de isolamento compulsório, além da sua responsabilidade criminal”, frisaram as autoridades.
Segundos os últimos dados oficiais disponibilizados pelo Instituto Norueguês de Saúde Pública no seu site, na terça-feira, foram confirmados mais 85 casos de novo coronavírus “nas últimas 24 horas, perfazendo um total de 277”.
Horas antes, na conferência de imprensa diária das autoridades de Macau sobre o Covid-19, O Governo de Macau disse estar a ponderar colocar mais países europeus na lista de alta incidência epidémica de Covid-19 e assim impor uma quarentena de 14 dias a quem tenha estado nesses países.
Esta afirmação surge um dia depois de ter entrado em vigor a imposição de uma quarentena de 14 dias para quem tenha estado na Alemanha, Espanha, França ou Japão nos 14 dias anteriores à entrada em Macau, território que há 36 dias que não regista casos novos de infecção. Esta medida vigora também, há algumas semanas, para as pessoas provenientes da Coreia do Sul de Itália e do Irão.

11 Mar 2020

Covid-19 | Pequim impõe quarentena a todas as pessoas que cheguem do exterior

[dropcap]T[/dropcap]odas as pessoas que chegarem a Pequim oriundas do exterior terão de cumprir um período de quarentena de 14 dias, informaram hoje as autoridades locais, à medida que o número de casos importados aumenta na capital chinesa.

Além das pessoas que chegam de países gravemente afetados pelo novo coronavírus, e já sujeitas a quarentena, a medida impõe que qualquer passageiro oriundo de um país estrangeiro será colocado “sob observação em casa ou num local previsto para esse fim”, afirmou em conferência de imprensa um funcionário do município de Pequim, Zhang Qiang.

A capital chinesa já estava a forçar passageiros chegados de alguns países gravemente afetados a medidas de quarentena, incluindo Coreia do Sul, Irão, Itália e Japão.

Mas à medida que o número de países afetados pelo surto de Covid-19 cresce, a cidade alargou a medida a todos os passageiros que chegam do exterior. A capital chinesa registou hoje seis novas infeções, cinco pessoas que regressaram de Itália e uma dos Estados Unidos.

A China registou hoje 24 novos casos de contágio pelo Covid-19, incluindo dez “importados”, num dia em que morreram 22 pessoas, informou a Comissão Nacional de Saúde do país asiático.

11 Mar 2020

Covid-19 | Pequim impõe quarentena a todas as pessoas que cheguem do exterior

[dropcap]T[/dropcap]odas as pessoas que chegarem a Pequim oriundas do exterior terão de cumprir um período de quarentena de 14 dias, informaram hoje as autoridades locais, à medida que o número de casos importados aumenta na capital chinesa.
Além das pessoas que chegam de países gravemente afetados pelo novo coronavírus, e já sujeitas a quarentena, a medida impõe que qualquer passageiro oriundo de um país estrangeiro será colocado “sob observação em casa ou num local previsto para esse fim”, afirmou em conferência de imprensa um funcionário do município de Pequim, Zhang Qiang.
A capital chinesa já estava a forçar passageiros chegados de alguns países gravemente afetados a medidas de quarentena, incluindo Coreia do Sul, Irão, Itália e Japão.
Mas à medida que o número de países afetados pelo surto de Covid-19 cresce, a cidade alargou a medida a todos os passageiros que chegam do exterior. A capital chinesa registou hoje seis novas infeções, cinco pessoas que regressaram de Itália e uma dos Estados Unidos.
A China registou hoje 24 novos casos de contágio pelo Covid-19, incluindo dez “importados”, num dia em que morreram 22 pessoas, informou a Comissão Nacional de Saúde do país asiático.

11 Mar 2020

Covid-19 | Número de novos casos volta a subir na China

[dropcap]A[/dropcap] China registou hoje 24 novos casos de contágio pelo Covid-19, incluindo dez “importados”, ao mesmo tempo que morreram 22 pessoas, informou a Comissão Nacional de Saúde do país asiático. Até à meia-noite de quarta-feira, a China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizava, no total, 80.778 infectados e 3.158 mortos devido ao novo coronavírus.

Todas as mortes e 13 dos novos casos de infeção foram registados na província de Hubei, epicentro da epidemia, onde várias cidades permanecem em quarentena, com entradas e saídas bloqueadas. No total, Hubei soma 3.046 mortes e 67.773 casos confirmados até à data.

Nas últimas 24 horas, foram detetados 10 casos “importados” de fora do país, oito a mais do que no dia anterior, incluindo em Pequim e Xangai e nas províncias de Shandong e Gansu.

A Comissão Nacional de Saúde também informou hoje que, no mesmo período de 24 horas, 1.578 pessoas receberam alta após superarem a doença.

Segundo os dados oficiais, 61.475 pacientes receberam alta desde o início da epidemia e mais de 675.886 pessoas que tiveram contacto próximo com infectados pelo Covid-19 foram acompanhadas, entre as quais 14.607 permanecem sob observação.

Uma das prioridades das autoridades chinesas é agora “protegerem-se contra a importação” de infeções de outros países.

A epidemia de Covid-19 foi detectada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.200 mortos entre cerca de 117 mil pessoas infectadas numa centena de países e territórios.

11 Mar 2020

Covid-19 | Número de novos casos volta a subir na China

[dropcap]A[/dropcap] China registou hoje 24 novos casos de contágio pelo Covid-19, incluindo dez “importados”, ao mesmo tempo que morreram 22 pessoas, informou a Comissão Nacional de Saúde do país asiático. Até à meia-noite de quarta-feira, a China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizava, no total, 80.778 infectados e 3.158 mortos devido ao novo coronavírus.
Todas as mortes e 13 dos novos casos de infeção foram registados na província de Hubei, epicentro da epidemia, onde várias cidades permanecem em quarentena, com entradas e saídas bloqueadas. No total, Hubei soma 3.046 mortes e 67.773 casos confirmados até à data.
Nas últimas 24 horas, foram detetados 10 casos “importados” de fora do país, oito a mais do que no dia anterior, incluindo em Pequim e Xangai e nas províncias de Shandong e Gansu.
A Comissão Nacional de Saúde também informou hoje que, no mesmo período de 24 horas, 1.578 pessoas receberam alta após superarem a doença.
Segundo os dados oficiais, 61.475 pacientes receberam alta desde o início da epidemia e mais de 675.886 pessoas que tiveram contacto próximo com infectados pelo Covid-19 foram acompanhadas, entre as quais 14.607 permanecem sob observação.
Uma das prioridades das autoridades chinesas é agora “protegerem-se contra a importação” de infeções de outros países.
A epidemia de Covid-19 foi detectada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.200 mortos entre cerca de 117 mil pessoas infectadas numa centena de países e territórios.

11 Mar 2020

Covid-19 | Itália em quarentena torna-se epicentro da luta contra a epidemia

A Itália está fechada em quarentena, uma medida extrema depois de na passada segunda-feira terem sido acrescentados quase 100 mortos à lista de óbitos na sequência da infecção pelo novo coronavírus. As deslocações estão condicionadas, a vida de 60 milhões de pessoas ficam em suspenso, enquanto os hospitais do norte do país começam a acusar falta de capacidade para responder à epidemia

 

[dropcap]“T[/dropcap]enho pensado muito nos velhos discursos de Churchill, esta é a nossa hora mais negra, mas vamos ultrapassar isto.” A frase proferida por Giuseppe Conte, primeiro-ministro italiano, em entrevista ao jornal La Repubblica, retrata os momentos de aflição que se vivem em Itália devido ao surto do novo coronavírus.

À hora do fecho desta edição, Itália contabilizava 9.172 infectados, com 724 pacientes recuperados. O número total de mortes situava-se em 463, depois da subida vertiginosa na segunda-feira, que acrescentou 97 óbitos à negra contabilidade de Itália, que é agora o segundo país mais afectado, depois da China. A grande maioria dos casos de contágio e de mortos concentra-se na região da Lombardia, onde se registaram 333 mortes, seguida da região de Emília-Romagna, com 70 óbitos e 1.386 casos positivos. No Veneto foram contabilizados até ontem 20 óbitos e 744 contágios.

Para responder à crise, o Governo de Conte alargou as medidas de urgência e fechou o país em quarentena. Como parte da resposta para conter a propagação do surto, foram restringidas as viagens e a circulação de mais de 60 milhões de cidadãos e banidos grandes aglomerados de pessoas em locais públicos.

O decreto, que entrou em vigor ontem e que estará em efeito até, pelo menos 3 de Abril, prevê a proibição de todos os eventos públicos, encerramento de cinemas, teatros, ginásios, discotecas e bares, funerais, casamentos e todos os eventos desportivos, incluindo jogos da Série A.

De acordo com as imposições das autoridades, apenas quem tiver razões válidas, familiares ou de trabalho, que não possa adiar será autorizado a viajar.

As medidas são extensíveis ao tráfego aéreo, com as partidas a necessitarem igualmente de autorização, assim como quem chega a território italiano. Passaram a fazer-se medições de temperatura nas estações ferroviárias e foi proibida a atracagem de navios de cruzeiro em vários portos italianos.

Adicionalmente, e como já tinha sido anteriormente anunciado, todas as escolas e universidades permanecerão fechadas até 3 de Abril.

No limite

O jornal italiano La Repubblica escreve que o primeiro-ministro chegou à sala de imprensa sozinho naquele que foi, sem dúvida, o anúncio mais dramático de sua experiência no Governo: “Adoptámos uma nova medida baseada numa suposição: não há tempo”, referiu.

“Os números dizem-nos que estamos a ter um crescimento grande das infecções, das pessoas hospitalizadas (…) e, infelizmente, também das pessoas falecidas. Por isso, os nossos hábitos, devem ser mudados” e “devem ser mudados agora”, pelo que decidi “adoptar imediatamente medidas ainda mais rigorosas, mais fortes “.

Face à anormal circunstância que exige imensos recursos, o sistema de saúde italiano começa a ceder. Na Lombardia, a região mais afectada pelo surto, os hospitais começam a ficar sem camas disponíveis e o espaço nas unidades de cuidados intensivos é escasso para a procura que aumenta de dia para dia.

“Estou muito preocupado. A pressão sobre os hospitais da Lombardia nos dias que correm é enorme. Estou muito, muito preocupado com o impacto que o vírus vai ter no nosso sistema de saúde”, confessou Massimo Galli, director da ala de doenças infecciosas do Hospital de Sacco em Milão, citado pela BBC.

A escassez de recursos está a obrigar à transferência de pacientes para unidades hospitalares de outras regiões.

Sem isolamento

Outra circunstância especial, e para a qual o sistema de saúde italiano está a ter dificuldades para dar resposta, é a exigência técnica dos espaços onde são internados os pacientes infectados com o novo coronavírus. Em condições ideais, estes doentes ficariam em salas de pressão negativa, para garantir o isolamento que permita conter contaminantes do ar. Estas medidas são essenciais para proteger o pessoal médico e os técnicos hospitalares que trabalham para a recuperação dos pacientes.

“Só uma pequena porção de pacientes afectados pelo Covid-19 na Lombardia estão instalados em salas de pressão negativa. A maioria não está e isso é um problema perigoso porque pode levar à transmissão a outros doentes, ao pessoal médico, ou ao hospital inteiro”, revelou Massimo Galli.

As autoridades da região da Lombardia estão a tentar libertar camas o mais depressa possível. De acordo com as novas directrizes, se um doente infectado com Covid-19 não tiver febre durante três dias seguidos, e aparentar melhorias, esse doente sai dos cuidados intensivos e é transferido para as alas de reabilitação pulmonar dedicadas a infectados pelo novo coronavírus.

“As camas dos cuidados intensivos e, em geral, nos hospitais têm de ser vagas o mais rapidamente possível para dar espaço a novos pacientes”, referiu o ministro da saúde da região da Lombardia, Angelo Garra, citado pelo Corriere della Sera.

Até agora, dezenas de médicos contraíram o novo coronavírus. Para acorrer à emergência, o Governo italiano alocou 600 milhões de euros para recrutar 20 mil médicos e enfermeiros.

No coração da Europa

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, anunciou ontem que vai trabalhar desde a sua residência em Bruxelas nos próximos 14 dias, cumprindo o protocolo de saúde em vigor na assembleia, como medida de precaução após ter estado no fim-de-semana em Itália.

“As novas orientações introduzidas pelo Governo italiano estendem a área protegida a todo o território nacional. Tal acarreta consequências importantes para o comportamento dos deputados italianos ao Parlamento Europeu. Por essa razão, após ter estado em Itália no último fim-de-semana, decidi como precaução seguir as medidas indicadas e exercer as minhas funções de presidente desde a minha casa em Bruxelas, em cumprimento dos 14 dias [de quarentena] indicados pelo protocolo de saúde”, anunciou.

Apontando que o surto de Covid-19 “obriga todos a serem responsáveis e cuidadosos”, Sassoli admite que este é “um momento delicado” para todos, mas sublinhou que “o Parlamento vai continuar a trabalhar para exercer os seus deveres”, pois “nenhum vírus pode bloquear a democracia”.

A Comissão Europeia apelou aos Estados-membros para prosseguirem os esforços no sentido de “conter de forma agressiva” o surto do novo coronavírus, sublinhando que “os próximos dias e semanas serão críticos”.

“O Covid-19 tornou-se uma emergência de saúde pública grave crescente que está a afectar os nossos cidadãos, as nossas sociedades e as nossas economias. Desde segunda-feira, temos casos confirmados em todos os Estados-membros, ainda que com muitas variações, mas sabemos que o panorama está a mudar exponencialmente e a cada hora. Desnecessário será dizer que os dias e semanas pela frente são críticos”, afirmou a comissária da Saúde.

Sem calcio

O Governo italiano decidiu suspender de forma temporária o campeonato italiano de futebol, devido ao avanço significativo do surto Covid-19. “Não existem razões para que prossigam os jogos e os eventos desportivos, e penso, nomeadamente, no campeonato de futebol. Lamento, mas todos os adeptos devem acatar a decisão”, disse o primeiro-ministro italiano, numa conferência de imprensa na sede do Governo, em Roma.

Giuseppe Conte não mencionou os jogos da Liga dos Campeões ou da Liga Europa previstos para as próximas semanas naquele país, nem outras modalidades. A decisão governamental, com efeitos imediatos, vai afectar o campeonato italiano durante várias semanas, no qual a líder isolada Juventus, de Cristiano Ronaldo, luta pelo título, juntamente com a Lazio, segunda classificada, com 62 pontos, menos um que a ‘vecchia signoria’, e Inter de Milão, que é terceiro, com 54.

11 Mar 2020

Covid-19 | Itália em quarentena torna-se epicentro da luta contra a epidemia

A Itália está fechada em quarentena, uma medida extrema depois de na passada segunda-feira terem sido acrescentados quase 100 mortos à lista de óbitos na sequência da infecção pelo novo coronavírus. As deslocações estão condicionadas, a vida de 60 milhões de pessoas ficam em suspenso, enquanto os hospitais do norte do país começam a acusar falta de capacidade para responder à epidemia

 
[dropcap]“T[/dropcap]enho pensado muito nos velhos discursos de Churchill, esta é a nossa hora mais negra, mas vamos ultrapassar isto.” A frase proferida por Giuseppe Conte, primeiro-ministro italiano, em entrevista ao jornal La Repubblica, retrata os momentos de aflição que se vivem em Itália devido ao surto do novo coronavírus.
À hora do fecho desta edição, Itália contabilizava 9.172 infectados, com 724 pacientes recuperados. O número total de mortes situava-se em 463, depois da subida vertiginosa na segunda-feira, que acrescentou 97 óbitos à negra contabilidade de Itália, que é agora o segundo país mais afectado, depois da China. A grande maioria dos casos de contágio e de mortos concentra-se na região da Lombardia, onde se registaram 333 mortes, seguida da região de Emília-Romagna, com 70 óbitos e 1.386 casos positivos. No Veneto foram contabilizados até ontem 20 óbitos e 744 contágios.
Para responder à crise, o Governo de Conte alargou as medidas de urgência e fechou o país em quarentena. Como parte da resposta para conter a propagação do surto, foram restringidas as viagens e a circulação de mais de 60 milhões de cidadãos e banidos grandes aglomerados de pessoas em locais públicos.
O decreto, que entrou em vigor ontem e que estará em efeito até, pelo menos 3 de Abril, prevê a proibição de todos os eventos públicos, encerramento de cinemas, teatros, ginásios, discotecas e bares, funerais, casamentos e todos os eventos desportivos, incluindo jogos da Série A.
De acordo com as imposições das autoridades, apenas quem tiver razões válidas, familiares ou de trabalho, que não possa adiar será autorizado a viajar.
As medidas são extensíveis ao tráfego aéreo, com as partidas a necessitarem igualmente de autorização, assim como quem chega a território italiano. Passaram a fazer-se medições de temperatura nas estações ferroviárias e foi proibida a atracagem de navios de cruzeiro em vários portos italianos.
Adicionalmente, e como já tinha sido anteriormente anunciado, todas as escolas e universidades permanecerão fechadas até 3 de Abril.

No limite

O jornal italiano La Repubblica escreve que o primeiro-ministro chegou à sala de imprensa sozinho naquele que foi, sem dúvida, o anúncio mais dramático de sua experiência no Governo: “Adoptámos uma nova medida baseada numa suposição: não há tempo”, referiu.
“Os números dizem-nos que estamos a ter um crescimento grande das infecções, das pessoas hospitalizadas (…) e, infelizmente, também das pessoas falecidas. Por isso, os nossos hábitos, devem ser mudados” e “devem ser mudados agora”, pelo que decidi “adoptar imediatamente medidas ainda mais rigorosas, mais fortes “.
Face à anormal circunstância que exige imensos recursos, o sistema de saúde italiano começa a ceder. Na Lombardia, a região mais afectada pelo surto, os hospitais começam a ficar sem camas disponíveis e o espaço nas unidades de cuidados intensivos é escasso para a procura que aumenta de dia para dia.
“Estou muito preocupado. A pressão sobre os hospitais da Lombardia nos dias que correm é enorme. Estou muito, muito preocupado com o impacto que o vírus vai ter no nosso sistema de saúde”, confessou Massimo Galli, director da ala de doenças infecciosas do Hospital de Sacco em Milão, citado pela BBC.
A escassez de recursos está a obrigar à transferência de pacientes para unidades hospitalares de outras regiões.

Sem isolamento

Outra circunstância especial, e para a qual o sistema de saúde italiano está a ter dificuldades para dar resposta, é a exigência técnica dos espaços onde são internados os pacientes infectados com o novo coronavírus. Em condições ideais, estes doentes ficariam em salas de pressão negativa, para garantir o isolamento que permita conter contaminantes do ar. Estas medidas são essenciais para proteger o pessoal médico e os técnicos hospitalares que trabalham para a recuperação dos pacientes.
“Só uma pequena porção de pacientes afectados pelo Covid-19 na Lombardia estão instalados em salas de pressão negativa. A maioria não está e isso é um problema perigoso porque pode levar à transmissão a outros doentes, ao pessoal médico, ou ao hospital inteiro”, revelou Massimo Galli.
As autoridades da região da Lombardia estão a tentar libertar camas o mais depressa possível. De acordo com as novas directrizes, se um doente infectado com Covid-19 não tiver febre durante três dias seguidos, e aparentar melhorias, esse doente sai dos cuidados intensivos e é transferido para as alas de reabilitação pulmonar dedicadas a infectados pelo novo coronavírus.
“As camas dos cuidados intensivos e, em geral, nos hospitais têm de ser vagas o mais rapidamente possível para dar espaço a novos pacientes”, referiu o ministro da saúde da região da Lombardia, Angelo Garra, citado pelo Corriere della Sera.
Até agora, dezenas de médicos contraíram o novo coronavírus. Para acorrer à emergência, o Governo italiano alocou 600 milhões de euros para recrutar 20 mil médicos e enfermeiros.

No coração da Europa

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, anunciou ontem que vai trabalhar desde a sua residência em Bruxelas nos próximos 14 dias, cumprindo o protocolo de saúde em vigor na assembleia, como medida de precaução após ter estado no fim-de-semana em Itália.
“As novas orientações introduzidas pelo Governo italiano estendem a área protegida a todo o território nacional. Tal acarreta consequências importantes para o comportamento dos deputados italianos ao Parlamento Europeu. Por essa razão, após ter estado em Itália no último fim-de-semana, decidi como precaução seguir as medidas indicadas e exercer as minhas funções de presidente desde a minha casa em Bruxelas, em cumprimento dos 14 dias [de quarentena] indicados pelo protocolo de saúde”, anunciou.
Apontando que o surto de Covid-19 “obriga todos a serem responsáveis e cuidadosos”, Sassoli admite que este é “um momento delicado” para todos, mas sublinhou que “o Parlamento vai continuar a trabalhar para exercer os seus deveres”, pois “nenhum vírus pode bloquear a democracia”.
A Comissão Europeia apelou aos Estados-membros para prosseguirem os esforços no sentido de “conter de forma agressiva” o surto do novo coronavírus, sublinhando que “os próximos dias e semanas serão críticos”.
“O Covid-19 tornou-se uma emergência de saúde pública grave crescente que está a afectar os nossos cidadãos, as nossas sociedades e as nossas economias. Desde segunda-feira, temos casos confirmados em todos os Estados-membros, ainda que com muitas variações, mas sabemos que o panorama está a mudar exponencialmente e a cada hora. Desnecessário será dizer que os dias e semanas pela frente são críticos”, afirmou a comissária da Saúde.

Sem calcio

O Governo italiano decidiu suspender de forma temporária o campeonato italiano de futebol, devido ao avanço significativo do surto Covid-19. “Não existem razões para que prossigam os jogos e os eventos desportivos, e penso, nomeadamente, no campeonato de futebol. Lamento, mas todos os adeptos devem acatar a decisão”, disse o primeiro-ministro italiano, numa conferência de imprensa na sede do Governo, em Roma.
Giuseppe Conte não mencionou os jogos da Liga dos Campeões ou da Liga Europa previstos para as próximas semanas naquele país, nem outras modalidades. A decisão governamental, com efeitos imediatos, vai afectar o campeonato italiano durante várias semanas, no qual a líder isolada Juventus, de Cristiano Ronaldo, luta pelo título, juntamente com a Lazio, segunda classificada, com 62 pontos, menos um que a ‘vecchia signoria’, e Inter de Milão, que é terceiro, com 54.

11 Mar 2020

Covid-19 | Cientistas chineses dizem que vírus pode sobreviver no ar até 30 minutos

[dropcap]O[/dropcap] novo coronavírus pode sobreviver no ar por pelo menos 30 minutos e contagiar alguém a 4,5 metros, ou seja, mais do que a “distância segura” recomendada pelas autoridades de saúde de todo o mundo, segundo um estudo publicado por cientistas chineses.

O estudo, realizado por epidemiologistas do Governo chinês e divulgado pela imprensa local, garante que o vírus pode “durar dias” em superfícies onde tenham caído gotas respiratórias infectadas, o que aumenta o risco de infeção caso se toque na superfície e se esfregue a mão no rosto.

O tempo que o vírus dura depende de factores como a temperatura: por exemplo, a cerca de 37 graus Celsius, o vírus pode sobreviver entre dois e três dias em materiais como vidro, tecido, metal, plástico ou papel. As descobertas desafiam o conselho das autoridades de saúde de todo o mundo de que as pessoas devem permanecer separadas por uma “distância segura” de entre um e dois metros.

O número de pessoas infectadas desde Dezembro passado pelo novo coronavírus em todo o mundo aumentou para 114.151, entre as quais morreram 4.012, segundo um balanço feito pela agência noticiosa France-Presse (AFP), com dados atualizados às 09:00 de hoje. Citando fontes oficiais, a AFP diz que, no total, foram registadas em 105 países e territórios 898 contaminações e 48 novas mortes desde o último balanço, às 17:00 de domingo.

A China continental (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia eclodiu no final de dezembro, teve 80.754 casos, incluindo 3.136 mortes. Entre as 17:00 de domingo e as 09:00 de hoje foram anunciadas 19 novas infeções e 17 novas mortes no país.

Em outras partes do mundo, foram registados 33.397 casos (877 novos) até às 09:00 de hoje, incluindo 876 mortes (31 novas).

10 Mar 2020

Covid-19 | Cientistas chineses dizem que vírus pode sobreviver no ar até 30 minutos

[dropcap]O[/dropcap] novo coronavírus pode sobreviver no ar por pelo menos 30 minutos e contagiar alguém a 4,5 metros, ou seja, mais do que a “distância segura” recomendada pelas autoridades de saúde de todo o mundo, segundo um estudo publicado por cientistas chineses.
O estudo, realizado por epidemiologistas do Governo chinês e divulgado pela imprensa local, garante que o vírus pode “durar dias” em superfícies onde tenham caído gotas respiratórias infectadas, o que aumenta o risco de infeção caso se toque na superfície e se esfregue a mão no rosto.
O tempo que o vírus dura depende de factores como a temperatura: por exemplo, a cerca de 37 graus Celsius, o vírus pode sobreviver entre dois e três dias em materiais como vidro, tecido, metal, plástico ou papel. As descobertas desafiam o conselho das autoridades de saúde de todo o mundo de que as pessoas devem permanecer separadas por uma “distância segura” de entre um e dois metros.
O número de pessoas infectadas desde Dezembro passado pelo novo coronavírus em todo o mundo aumentou para 114.151, entre as quais morreram 4.012, segundo um balanço feito pela agência noticiosa France-Presse (AFP), com dados atualizados às 09:00 de hoje. Citando fontes oficiais, a AFP diz que, no total, foram registadas em 105 países e territórios 898 contaminações e 48 novas mortes desde o último balanço, às 17:00 de domingo.
A China continental (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia eclodiu no final de dezembro, teve 80.754 casos, incluindo 3.136 mortes. Entre as 17:00 de domingo e as 09:00 de hoje foram anunciadas 19 novas infeções e 17 novas mortes no país.
Em outras partes do mundo, foram registados 33.397 casos (877 novos) até às 09:00 de hoje, incluindo 876 mortes (31 novas).

10 Mar 2020

Covid-19 | Total de casos de infecção em Portugal sobe para 39

[dropcap]O[/dropcap] total de casos de infecção pelo novo coronavírus em Portugal aumentou ontem para 39, mais nove casos do que no domingo, havendo uma doente com um quadro clínico mais gravoso que se encontra em “vigilância apertada”.

As informações foram transmitidas pelo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, em conferência de imprensa conjunta com a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, na qual foi ainda adiantado que o número de casos suspeitos subiu para 339, dos quais 39 são positivos e 67 aguardam resultado laboratorial.

Dos novos casos ontem confirmados, sete estão na região Norte e os restantes na região de Lisboa e Vale do Tejo. A maioria das pessoas infectadas encontra-se numa situação clínica estável, sendo que apenas uma inspira “alguns cuidados”.

António Lacerda Sales referiu que existem “à data cadeias de transmissão activas em Portugal”, que têm por base os primeiros casos de infecção, importados de Itália e Espanha. Segundo o governante existem 10 hospitais de referência para a epidemia de Covid-19, tendo sido já activados “alguns hospitais de segunda linha” para o combate ao surto e podem vir a ser accionados mais.

“À medida que a situação vai evoluindo são activadas mais unidades e com a evolução do surto todos os hospitais poderão estar aptos a receber doentes”, disse.

O Hospital de São João, o Hospital de Santo António, o Hospital de Braga, o Hospital Pedro Hispano, o Hospital da Guarda, o Hospital Pediátrico de Coimbra, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Hospital Curry Cabral, o Hospital Dona Estefânia e o Hospital de Santa Maria são as 10 unidades neste momento ativadas para receber doentes de Covid- 19.

António Lacerda Sales referiu também que a região Norte é a mais afetada no país, nomeando o encerramento de todas as escolas de Lousada e Felgueiras, mas acrescentando o encerramento de duas escolas na Amadora e duas no Algarve, para justificar que “as medidas de contingência são tomadas depois de ser feita uma avaliação pelas unidades de saúde de forma flexível, dinâmica e proporcional” que pode determinar, no caso das escolas, por exemplo, encerramentos totais ou parciais.

“As medidas tomadas são sempre suscetíveis de atualização. Importa deixar claro que essas medidas não são arbitrárias e seguem determinadas orientações da Direção-Geral da Saúde e é importante que os portugueses continuem a confiar e a seguir as recomendações da nossa autoridade nacional de saúde”, declarou.

O governante deixou uma saudação aos profissionais de saúde e um agradecimento “à atitude responsável” das ordens profissionais, que têm apelado ao envolvimento de todos os profissionais no combate a este surto”.

A epidemia de Covid-19 foi detectada em dezembro e desde então foram infectadas mais de 110 mil pessoas, mas a maioria já recuperou. A doença provocou até ao momento quase quatro mil mortos, a maioria na China.

10 Mar 2020

Covid-19 | Total de casos de infecção em Portugal sobe para 39

[dropcap]O[/dropcap] total de casos de infecção pelo novo coronavírus em Portugal aumentou ontem para 39, mais nove casos do que no domingo, havendo uma doente com um quadro clínico mais gravoso que se encontra em “vigilância apertada”.
As informações foram transmitidas pelo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, em conferência de imprensa conjunta com a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, na qual foi ainda adiantado que o número de casos suspeitos subiu para 339, dos quais 39 são positivos e 67 aguardam resultado laboratorial.
Dos novos casos ontem confirmados, sete estão na região Norte e os restantes na região de Lisboa e Vale do Tejo. A maioria das pessoas infectadas encontra-se numa situação clínica estável, sendo que apenas uma inspira “alguns cuidados”.
António Lacerda Sales referiu que existem “à data cadeias de transmissão activas em Portugal”, que têm por base os primeiros casos de infecção, importados de Itália e Espanha. Segundo o governante existem 10 hospitais de referência para a epidemia de Covid-19, tendo sido já activados “alguns hospitais de segunda linha” para o combate ao surto e podem vir a ser accionados mais.
“À medida que a situação vai evoluindo são activadas mais unidades e com a evolução do surto todos os hospitais poderão estar aptos a receber doentes”, disse.
O Hospital de São João, o Hospital de Santo António, o Hospital de Braga, o Hospital Pedro Hispano, o Hospital da Guarda, o Hospital Pediátrico de Coimbra, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Hospital Curry Cabral, o Hospital Dona Estefânia e o Hospital de Santa Maria são as 10 unidades neste momento ativadas para receber doentes de Covid- 19.
António Lacerda Sales referiu também que a região Norte é a mais afetada no país, nomeando o encerramento de todas as escolas de Lousada e Felgueiras, mas acrescentando o encerramento de duas escolas na Amadora e duas no Algarve, para justificar que “as medidas de contingência são tomadas depois de ser feita uma avaliação pelas unidades de saúde de forma flexível, dinâmica e proporcional” que pode determinar, no caso das escolas, por exemplo, encerramentos totais ou parciais.
“As medidas tomadas são sempre suscetíveis de atualização. Importa deixar claro que essas medidas não são arbitrárias e seguem determinadas orientações da Direção-Geral da Saúde e é importante que os portugueses continuem a confiar e a seguir as recomendações da nossa autoridade nacional de saúde”, declarou.
O governante deixou uma saudação aos profissionais de saúde e um agradecimento “à atitude responsável” das ordens profissionais, que têm apelado ao envolvimento de todos os profissionais no combate a este surto”.
A epidemia de Covid-19 foi detectada em dezembro e desde então foram infectadas mais de 110 mil pessoas, mas a maioria já recuperou. A doença provocou até ao momento quase quatro mil mortos, a maioria na China.

10 Mar 2020

Covid-19 | Corrida global na comunidade científica em busca de vacina

Enquanto a comunidade científica se multiplica num esforço global para encontrar uma vacina eficaz, multiplicam-se as vozes que consideram provável a hipótese de o novo coronavírus continuar activo em 2021. A própria detecção do Covid-19, cujas falhas são apontadas como facilitadoras da propagação, levam à urgência de testes de despistagem que se podem fazer em casa

 
[dropcap]P[/dropcap]elos quatro cantos do mundo, a preocupação com a contenção do surto do novo coronavírus é proporcional aos esforços da comunidade científica na busca por uma vacina que combata o inimigo invisível.
Wuhan, o epicentro da epidemia, foi o primeiro campo de batalha contra o Covid-19. Os esforços da comunidade científica na China multiplicam-se por vários caminhos, como anunciou Zheng Zhongwei, director do Centro de Pesquisa Científica e Tecnológica da Comissão Nacional de Saúde, ao revelar que estão a ser estudadas cinco abordagens na busca de uma vacina.
Apesar das cautelas dos cientistas, que alertam para esperadas dificuldades no caminho da inoculação, Ding Xiangyang, representante do Governo Central responsável pela supervisão das operações na província de Hubei, disse que a partir de Abril vão começar a receber inscrições de vacinas para ensaio clínico.
Em circunstâncias normais, chegar a uma vacina segura e eficaz é uma tarefa que requer tempo, investimento e rigor científico. Um cenário completamente diferente do suscitado pelo Covid-19, que traz desafios que normalmente não seriam obstáculos a contornar. Os próprios oficiais chineses admitem esse cenário, apontando para um prazo entre 12 a 18 meses para completar a fase de testes clínicos.
Segundo a legislação chinesa, a pesquisa de vacinas em casos de situações de grandes emergências de saúde pública pode ser acelerada, conforme o grau de urgência e sob determinadas condições específicas. Para isso, é necessário que a Administração Nacional de Produtos Médicos considere que os benefícios do tratamento em muito suplantem os riscos.

Corrida americana

Apesar do ruído provocado por Donald Trump, que não raras vezes desmente informações prestadas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças, agência do departamento de saúde da sua própria administração, a busca por uma vacina fez arregaçar as mangas em diversos laboratórios norte-americanos.
Depois de várias semanas de pesquisa, o Instituto Nacional de Saúde (NIH na sigla em inglês), uma equipa de cientistas debruça-se sobre uma placa de Petri, um recipiente onde se testam reacções químicas, ou para a cultura de microrganismos. Esperam o resultado positivo a uma reacção química, com demonstre que estão no bom caminho para chegar à almejada vacina que fortaleça o sistema imunitário.
“São momentos como este que reúnem toda a gente em redor de uma experiência. É absolutamente espantoso”, comenta Kizzmekia Corbett, que lidera a equipa do NIH que procura uma vacina para combater o Covid-19, citada pela Associated Press (AP).
A equipa de Corbett é apenas uma entre várias dezenas de grupos de investigação científica que procuram encontrar vários tipos diferentes de vacinas. Ajudados pelo avanço tecnológico, a investigação científica pode ser mais breve e, ao mesmo tempo, obter uma inoculação mais potente. Há mesmo cientistas a trabalhar apenas em soluções temporárias, que imunizem populações durante um mês ou dois, enquanto não se chega a uma solução definitiva.
“Até testarmos as vacinas em humanos não temos qualquer tipo de ideia de qual será a resposta imunológica”, referiu à AP Judith O’Donnell, especialista em vacinas e doenças infeciosas. “Termos disponíveis vários tipos diferentes de vacinas, com teorias científicas distintas a suportar a ciência capaz de gerar imunidade, tudo isto em paralelo, realmente dá-nos as melhores hipóteses de sermos bem-sucedidos”, acrescenta a cientista.
Os primeiros testes num grupo reduzido de jovens e saudáveis voluntários está num horizonte próximo, sem risco de que sejam infectados, uma vez que as vacinas não contêm o Covid-19. O objectivo é verificar a possibilidade de efeitos secundários adversos e preparar o terreno para testes de maior dimensão.
Mesmo que os testes iniciais sejam um sucesso, será necessário esperar entre um ano a um ano e meio para se chegar a uma vacina que possa ser usada amplamente. “Compreendo completamente a frustração das pessoas e mesmo a confusão. Podemos fazer tudo o mais depressa possível, mas não podemos contornar estas etapas vitais do processo”, desabafa à AP Kate Broderick, que lidera uma das equipas de pesquisa norte-americana.

Teste micro suave

Um dos factores apontados à propagação do surto é a forma ineficaz na despistagem de infectados pelo novo coronavírus.
O magnata e fundador da Microsoft, Bill Gates, financiou um projecto, através da sua fundação, para a criação de testes caseiros de despistagem ao Covid-19, que serão disponibilizados em primeiro lugar na zona de Seattle, no estado de Washington. Os kits permitem a qualquer pessoa recolher amostras que são enviadas para análise. Os resultados, que se esperam demorar entre um a dois dias, serão depois partilhados com as autoridades de saúde da área de residência da pessoa, que procederá à notificação de quem testou positivo.
Os infectados vão ter à sua disposição um portal de internet com questionários sobre os seus movimentos e pessoas com quem contactaram, de forma a facilitar a vida às autoridades na localização de outros indivíduos que que devem ser submetidos a quarentena.
O objectivo é conseguir processar milhares de testes diariamente e ir muito além da cidade onde será disponibilizado numa primeira fase, referiu ao The Seattle Times Scott Dowell, que lidera a equipa de resposta ao novo coronavírus da Fundação Bill & Melinda Gates. Ainda não existe data para disponibilizar os kits. Dowell, citado pelo jornal do estado de Washington, confessou que “ainda há muito trabalho pela frente”, mas realça o potencial destes testes para “inverter a maré” na luta contra a epidemia. O projecto teve um orçamento de cinco milhões de dólares americanos.

Longo alcance

Além da inoculação, outra preocupação global prende-se com a duração do surto. O especialista em doenças infecciosas de Hong Kong, Yuen Kwok-yung, participou num painel de discussão, na TVB, sobre o Covid-19 no passado domingo onde afirmou que, sem vacinas ou medicação efectiva, o novo coronavírus pode não ter fim à vista. Em vez disso, as possibilidades apontam na direcção de se tornar como a gripe sazonal, com um período de maior tranquilidade durante o Verão, e ressurgimento no Inverno.
A directora do departamento doenças contagiosas do Centro de Protecção de Saúde de Hong Kong, Chuang Shuk-kwan, partilha a opinião de que a epidemia não irá dissipar-se durante os meses do Verão, ao contrário do que aconteceu em 2003 com o surto de SARS. Chuang acrescentou no domingo, em conferência de imprensa, que as autoridades da região vizinha vão fazer os possíveis para adiar a propagação de infecções, enquanto se tenta ganhar tempo até à chegada de uma vacina ou de um método de tratamento.
“Compreendemos que existe a possibilidade de a doença ficar entre nós. Seja através de novos medicamentos ou vacinas, do conhecimento quanto às vias de transmissão do vírus, ou por uma maior compreensão em relação à natureza da doença, teremos no futuro melhores métodos para responder”, apontou Chuang, citada pelo Hong Kong Free Press.
Apesar dos esforços da comunidade científica, não faltam exemplos de casos em que as vacinas chegam tarde demais, quando um surto infeccioso já se encontra em declínio.
Anthony Fauci, que preside ao departamento que estuda doenças infecciosas no Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, confessou à AP que este processo para se encontrar uma vacina “tem sido o mais rápido de sempre”. Ainda assim, o cientista realça que provável que o Covid-19 possa “ir além de apenas uma estação e que regresse no próximo ano”. Para já, tudo aponta que as futuras vacinas para conter o surto sejam apenas uma arma disponível às autoridades de saúde do mundo inteiro em 2021.

10 Mar 2020

Covid-19 | Corrida global na comunidade científica em busca de vacina

Enquanto a comunidade científica se multiplica num esforço global para encontrar uma vacina eficaz, multiplicam-se as vozes que consideram provável a hipótese de o novo coronavírus continuar activo em 2021. A própria detecção do Covid-19, cujas falhas são apontadas como facilitadoras da propagação, levam à urgência de testes de despistagem que se podem fazer em casa

 

[dropcap]P[/dropcap]elos quatro cantos do mundo, a preocupação com a contenção do surto do novo coronavírus é proporcional aos esforços da comunidade científica na busca por uma vacina que combata o inimigo invisível.

Wuhan, o epicentro da epidemia, foi o primeiro campo de batalha contra o Covid-19. Os esforços da comunidade científica na China multiplicam-se por vários caminhos, como anunciou Zheng Zhongwei, director do Centro de Pesquisa Científica e Tecnológica da Comissão Nacional de Saúde, ao revelar que estão a ser estudadas cinco abordagens na busca de uma vacina.

Apesar das cautelas dos cientistas, que alertam para esperadas dificuldades no caminho da inoculação, Ding Xiangyang, representante do Governo Central responsável pela supervisão das operações na província de Hubei, disse que a partir de Abril vão começar a receber inscrições de vacinas para ensaio clínico.

Em circunstâncias normais, chegar a uma vacina segura e eficaz é uma tarefa que requer tempo, investimento e rigor científico. Um cenário completamente diferente do suscitado pelo Covid-19, que traz desafios que normalmente não seriam obstáculos a contornar. Os próprios oficiais chineses admitem esse cenário, apontando para um prazo entre 12 a 18 meses para completar a fase de testes clínicos.

Segundo a legislação chinesa, a pesquisa de vacinas em casos de situações de grandes emergências de saúde pública pode ser acelerada, conforme o grau de urgência e sob determinadas condições específicas. Para isso, é necessário que a Administração Nacional de Produtos Médicos considere que os benefícios do tratamento em muito suplantem os riscos.

Corrida americana

Apesar do ruído provocado por Donald Trump, que não raras vezes desmente informações prestadas pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças, agência do departamento de saúde da sua própria administração, a busca por uma vacina fez arregaçar as mangas em diversos laboratórios norte-americanos.

Depois de várias semanas de pesquisa, o Instituto Nacional de Saúde (NIH na sigla em inglês), uma equipa de cientistas debruça-se sobre uma placa de Petri, um recipiente onde se testam reacções químicas, ou para a cultura de microrganismos. Esperam o resultado positivo a uma reacção química, com demonstre que estão no bom caminho para chegar à almejada vacina que fortaleça o sistema imunitário.

“São momentos como este que reúnem toda a gente em redor de uma experiência. É absolutamente espantoso”, comenta Kizzmekia Corbett, que lidera a equipa do NIH que procura uma vacina para combater o Covid-19, citada pela Associated Press (AP).

A equipa de Corbett é apenas uma entre várias dezenas de grupos de investigação científica que procuram encontrar vários tipos diferentes de vacinas. Ajudados pelo avanço tecnológico, a investigação científica pode ser mais breve e, ao mesmo tempo, obter uma inoculação mais potente. Há mesmo cientistas a trabalhar apenas em soluções temporárias, que imunizem populações durante um mês ou dois, enquanto não se chega a uma solução definitiva.

“Até testarmos as vacinas em humanos não temos qualquer tipo de ideia de qual será a resposta imunológica”, referiu à AP Judith O’Donnell, especialista em vacinas e doenças infeciosas. “Termos disponíveis vários tipos diferentes de vacinas, com teorias científicas distintas a suportar a ciência capaz de gerar imunidade, tudo isto em paralelo, realmente dá-nos as melhores hipóteses de sermos bem-sucedidos”, acrescenta a cientista.

Os primeiros testes num grupo reduzido de jovens e saudáveis voluntários está num horizonte próximo, sem risco de que sejam infectados, uma vez que as vacinas não contêm o Covid-19. O objectivo é verificar a possibilidade de efeitos secundários adversos e preparar o terreno para testes de maior dimensão.

Mesmo que os testes iniciais sejam um sucesso, será necessário esperar entre um ano a um ano e meio para se chegar a uma vacina que possa ser usada amplamente. “Compreendo completamente a frustração das pessoas e mesmo a confusão. Podemos fazer tudo o mais depressa possível, mas não podemos contornar estas etapas vitais do processo”, desabafa à AP Kate Broderick, que lidera uma das equipas de pesquisa norte-americana.

Teste micro suave

Um dos factores apontados à propagação do surto é a forma ineficaz na despistagem de infectados pelo novo coronavírus.

O magnata e fundador da Microsoft, Bill Gates, financiou um projecto, através da sua fundação, para a criação de testes caseiros de despistagem ao Covid-19, que serão disponibilizados em primeiro lugar na zona de Seattle, no estado de Washington. Os kits permitem a qualquer pessoa recolher amostras que são enviadas para análise. Os resultados, que se esperam demorar entre um a dois dias, serão depois partilhados com as autoridades de saúde da área de residência da pessoa, que procederá à notificação de quem testou positivo.

Os infectados vão ter à sua disposição um portal de internet com questionários sobre os seus movimentos e pessoas com quem contactaram, de forma a facilitar a vida às autoridades na localização de outros indivíduos que que devem ser submetidos a quarentena.

O objectivo é conseguir processar milhares de testes diariamente e ir muito além da cidade onde será disponibilizado numa primeira fase, referiu ao The Seattle Times Scott Dowell, que lidera a equipa de resposta ao novo coronavírus da Fundação Bill & Melinda Gates. Ainda não existe data para disponibilizar os kits. Dowell, citado pelo jornal do estado de Washington, confessou que “ainda há muito trabalho pela frente”, mas realça o potencial destes testes para “inverter a maré” na luta contra a epidemia. O projecto teve um orçamento de cinco milhões de dólares americanos.

Longo alcance

Além da inoculação, outra preocupação global prende-se com a duração do surto. O especialista em doenças infecciosas de Hong Kong, Yuen Kwok-yung, participou num painel de discussão, na TVB, sobre o Covid-19 no passado domingo onde afirmou que, sem vacinas ou medicação efectiva, o novo coronavírus pode não ter fim à vista. Em vez disso, as possibilidades apontam na direcção de se tornar como a gripe sazonal, com um período de maior tranquilidade durante o Verão, e ressurgimento no Inverno.

A directora do departamento doenças contagiosas do Centro de Protecção de Saúde de Hong Kong, Chuang Shuk-kwan, partilha a opinião de que a epidemia não irá dissipar-se durante os meses do Verão, ao contrário do que aconteceu em 2003 com o surto de SARS. Chuang acrescentou no domingo, em conferência de imprensa, que as autoridades da região vizinha vão fazer os possíveis para adiar a propagação de infecções, enquanto se tenta ganhar tempo até à chegada de uma vacina ou de um método de tratamento.

“Compreendemos que existe a possibilidade de a doença ficar entre nós. Seja através de novos medicamentos ou vacinas, do conhecimento quanto às vias de transmissão do vírus, ou por uma maior compreensão em relação à natureza da doença, teremos no futuro melhores métodos para responder”, apontou Chuang, citada pelo Hong Kong Free Press.

Apesar dos esforços da comunidade científica, não faltam exemplos de casos em que as vacinas chegam tarde demais, quando um surto infeccioso já se encontra em declínio.

Anthony Fauci, que preside ao departamento que estuda doenças infecciosas no Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, confessou à AP que este processo para se encontrar uma vacina “tem sido o mais rápido de sempre”. Ainda assim, o cientista realça que provável que o Covid-19 possa “ir além de apenas uma estação e que regresse no próximo ano”. Para já, tudo aponta que as futuras vacinas para conter o surto sejam apenas uma arma disponível às autoridades de saúde do mundo inteiro em 2021.

10 Mar 2020

Covid-19 | Portugal tem 30 casos confirmados, mais nove do que no sábado

[dropcap]P[/dropcap]ortugal regista 30 casos confirmados de infecção pelo coronavírus que causa a doença Covid-19, mais nove do que os contabilizados no sábado, anunciou ontem a Direcção-Geral de Saúde (DGS). De acordo com o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, há 57 novos casos suspeitos, num total de 281 registados desde o início do ano, estando 56 a aguardar resultado laboratorial.
A região Norte continua a liderar o número de casos confirmados de infeção com o novo coronavírus (22, mais sete que no sábado), enquanto a Grande Lisboa tem seis casos (mais um). Foi confirmado o primeiro caso no Sul do país, o de uma aluna de uma escola de Portimão. O Centro do país continua a registar um caso, enquanto o Alentejo, Açores e Madeira ainda não têm casos de infeção pelo Covid-19.
Todos os pacientes com o novo coronavírus estão hospitalizados. Do total de doentes, 18 são homens e 12 são mulheres. Relativamente às idades, um terço dos pacientes (10) tem entre 40 e 49 anos. Há duas mulheres entre os 70 e os 79 anos, as doentes mais idosas. Entre os 10 e os 19 anos, há cinco infectados (dois rapazes e três raparigas).
Estão sob vigilância das autoridades de saúde 447 pessoas por contactos com infectados, mais 35 que no sábado. Segundo a DGS, há quatro cadeias de transmissão activas, existindo seis casos importados – cinco de Itália e um de Espanha.
O boletim epidemiológico divulgado ontem pela Direcção-Geral da Saúde dá também conta de que dos 30 casos confirmados de infecção pelo Covid-19, 23 apresentam tosse, sendo este o sintoma mais comum.
A DGS indica ainda que entre os casos infectados, há 18 pessoas com febre, 17 com dores musculares, 14 com fraqueza generalizada e cefaleia, e cinco com dificuldade respiratória.

9 Mar 2020

Covid-19 | Portugal tem 30 casos confirmados, mais nove do que no sábado

[dropcap]P[/dropcap]ortugal regista 30 casos confirmados de infecção pelo coronavírus que causa a doença Covid-19, mais nove do que os contabilizados no sábado, anunciou ontem a Direcção-Geral de Saúde (DGS). De acordo com o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, há 57 novos casos suspeitos, num total de 281 registados desde o início do ano, estando 56 a aguardar resultado laboratorial.

A região Norte continua a liderar o número de casos confirmados de infeção com o novo coronavírus (22, mais sete que no sábado), enquanto a Grande Lisboa tem seis casos (mais um). Foi confirmado o primeiro caso no Sul do país, o de uma aluna de uma escola de Portimão. O Centro do país continua a registar um caso, enquanto o Alentejo, Açores e Madeira ainda não têm casos de infeção pelo Covid-19.

Todos os pacientes com o novo coronavírus estão hospitalizados. Do total de doentes, 18 são homens e 12 são mulheres. Relativamente às idades, um terço dos pacientes (10) tem entre 40 e 49 anos. Há duas mulheres entre os 70 e os 79 anos, as doentes mais idosas. Entre os 10 e os 19 anos, há cinco infectados (dois rapazes e três raparigas).

Estão sob vigilância das autoridades de saúde 447 pessoas por contactos com infectados, mais 35 que no sábado. Segundo a DGS, há quatro cadeias de transmissão activas, existindo seis casos importados – cinco de Itália e um de Espanha.

O boletim epidemiológico divulgado ontem pela Direcção-Geral da Saúde dá também conta de que dos 30 casos confirmados de infecção pelo Covid-19, 23 apresentam tosse, sendo este o sintoma mais comum.

A DGS indica ainda que entre os casos infectados, há 18 pessoas com febre, 17 com dores musculares, 14 com fraqueza generalizada e cefaleia, e cinco com dificuldade respiratória.

9 Mar 2020

Ai Portugal, Portugal

[dropcap]R[/dropcap]egressei de Lisboa no final de Fevereiro, depois de um mês de piadas hilariantes sobre coronavírus e trocadilhos originalíssimos com cervejas mexicanas. Nessa altura, o Covid- 19 era inspiração para comédia caseira de qualidade duvidosa e alvo de relativização digna de QI de dois dígitos. Uma coisa distante, menos grave que a gripe ou uma unha encravada, algo que pode ser curado com um café e um bagaço, coisa de chineses e da histeria colectiva dos medrosos.

O coronavírus começou por ser o fartote da época nas redes sociais e fermento do merecido escárnio em relação à sangria desatada do ciclo de 24 horas de notícias, da telenovelização da informação. Apesar de haver quem apelasse ao equilíbrio, à prevenção racional, Portugal parece ter passado da relativização ao pânico num passo único. É sempre assim. Com meia dúzia de pessoas infectadas à altura que esta coluna é escrita, a corrida desenfreada à compra de máscaras esgotou o stock nas farmácias. Entretanto, a corrida à bagaceira curativa parece que nunca aconteceu.

Apesar das críticas à capacidade de resposta do SNS, a solução não passa apenas pelo Governo. Além do mais, o SNS teve de ser cortado face à necessidade maior de encher a pancinha de um sistema bancário com ética do Cartel de Sinaloa. A verdade é que sem uma sociedade civil informada e adulta, não existem políticas, ou redes de apoio social, que resistam. Que se saiba, o chicoespertismo não tem efeitos terapêuticos.

6 Mar 2020