Marketing | Académico defende ofertas de luxo personalizadas

O académico Matthew Liu Ting Chi defendeu que os negócios de luxo do território em dificuldades devem apostar em Macau e no Interior e numa oferta mais personalizada para manter os clientes actuais. A recomendação do professor de marketing da Universidade de Macau surge num artigo publicado ontem no Jornal Ou Mun.

Para Matthew Liu, professor de marketing, face a um abrandamento das vendas a retalho de luxo, os negócios devem evitar baixar a qualidade dos produtos oferecidos ou resistir à tentação de baixarem de segmento, e, em vez disso, fazer ofertas mais atraentes, a nível do preço, para os clientes existentes.

“A oferta de uma gama mais baixa com margens de lucro mais reduzidas pode ser eficaz no início, mas pode causar danos para o posicionamento do negócio que afectam o desenvolvimento a longo prazo, por isso, exige-se muita cautela”, vincou.

O académico sugere também aos negócios de luxo que apostem em colaborações com os bancos e hotéis do território, para fornecerem estas instituições com presentes que podem ser oferecidos aos clientes. “É um mercado discreto e estável, com uma escala limitada, mas com um forte poder de consumo, e que merece um grande esforço de investigação e investimento”, apontou Liu.

Entre as sugestões, consta também a “organização de seminários sobre estilos de vida de luxo, como vinhos, menus de degustação, ou de colecção de artigos de luxo em Macau e Zhuhai” para chegar à classe médio mais alta e “potenciais clientes de luxo”.

19 Nov 2024

Consumo | Grande Prémio gera compras de 270 milhões

A Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) afirmou que o Grande Prémio para o Consumo em Macau gerou um consumo de 270 milhões de patacas no comércio local, devido à distribuição de cupões de 65 milhões de patacas.

Segundo o jornal Ou Mun, a situação foi apresentada na reunião plenária do Conselho Consultivos de Serviços Comunitários das Ilhas, na terça-feira.

Após a reunião, os conselheiros Choi Seng Hon e Leong Chon Kit indicaram que de acordo com a DSEDT, entre os 65 milhões de patacas distribuídos em cupões foram gastos 51 milhões de patacas, uma taxa de utilização de 79 por cento. Estes 51 milhões terão gerado um consumo de 270 milhões de patacas, ou seja, 5,3 vezes o valor distribuído.

Na reunião do conselho consultivo, Ho Chong Chun pediu ao Governo para permitir que os cupões possam ser gastos ao longo da semana, em vez da utilização ser limitada aos fins-de-semana. O conselheiro também sugeriu a distribuição de lai sis com 500 patacas, para celebrar o estabelecimento da RAEM.

7 Nov 2024

Inflação | Preços caem pela primeira vez em mais de um ano

O Índice de Preços no Consumidor caiu 0,17 por cento em Janeiro, em comparação com o mês anterior, pela primeira vez desde Novembro de 2022, numa altura em que a China regista mesmo deflação

 

O Índice de Preços no Consumidor (IPC) desceu 0,17 por cento em Janeiro, face ao mês anterior, indicaram na sexta-feira à tarde os Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Esta é a primeira diminuição de preços a nível mensal desde Novembro de 2022. A descida verificada em Janeiro deveu-se, sobretudo, a uma queda de 3 por cento nos preços do entretenimento e cultura, uma descida de 1,8 por cento no custo dos transportes e um decréscimo de 0,9 por cento no preço das bebidas alcoólicas e tabaco, indicou em comunicado a DSEC.

Em Dezembro, o IPC em Macau tinha aumentado 0,27 por cento em termos mensais, o valor mais elevado desde Janeiro de 2020, antes do início da pandemia de covid-19.

A China continental, de longe o maior parceiro comercial de Macau, registou em Janeiro o quarto mês consecutivo de deflação, uma descida do IPC em termos anuais. O fenómeno reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.

 

Comer fora

Macau registou deflação durante 10 meses consecutivos, entre Setembro de 2020 e Junho de 2021, no pico da crise económica causada pela pandemia. Após este período, com a lenta retoma económica, o território registou mais de dois anos de consecutivos aumentos mensais da inflação.

Apesar da descida mensal, a DSEC indicou que, em termos anuais, o IPC do território aumentou 1,01 por cento em Janeiro, menos 0,31 pontos percentuais do que em Dezembro, mês em que a inflação homóloga atingiu o valor mais elevado desde Abril de 2020.

De acordo com os dados da DSEC, a principal razão para a desaceleração foi uma diminuição de 27,7 por cento no preço dos bilhetes de avião, depois de Macau ter reaberto as fronteiras a 8 de Janeiro de 2023, após quase três anos de rigorosas restrições devido à política ‘zero covid’.

Em relação a bens alimentares, destaque para o preço da carne de porco decresceu 6,4 por cento em termos anuais em Janeiro.

Pelo contrário, o preço das refeições adquiridas fora de casa subiu 3,4 por cento, o custo do vestuário e calçado aumentou 5,7 por cento e os gastos das famílias do território com saúde e com propinas do ensino superior cresceram 3,6 e 8,5 por cento, respectivamente.

26 Fev 2024

Ano Novo Lunar | Viagens e consumo superam níveis de 2019

As movimentações e os gastos dos chineses durante Ano Novo Lunar ultrapassaram pela primeira vez os registos do período pré-pandemia

 

A China registou 474 milhões de viagens e gastos turísticos de 632,7 mil milhões de yuans durante as férias do Ano Novo Lunar, acima dos níveis de 2019.

O Ministério da Cultura e Turismo chinês disse, no domingo, que as viagens realizadas durante a chamada ‘semana dourada’ de oito dias, terminada no sábado, subiram 34,3 por cento em termos homólogos e 19 por cento em relação a 2019.

Esta foi a primeira vez desde o fim da política ‘zero covid, em Dezembro de 2022, e depois quase três anos de rigorosas restrições, que as viagens na China durante o Ano Novo Lunar excederam os níveis pré-pandemia.

Já os gastos com o turismo aumentaram 47,3 por cento em termos homólogos e 7,7 por cento em comparação com o último ano antes do início da pandemia de covid-19, disse o Ministério.

Entre os destinos mais populares estiveram a província de Yunnan e a ilha de Hainão, no sul, ou a cidade de Harbin, no nordeste do país, onde as reservas aumentaram 40 por cento graças ao popular festival de esculturas de gelo.

“O mercado do turismo está vibrante e o consumo durante as férias aumentou. Impulsionado por políticas favoráveis, como a isenção mútua de vistos ou a retoma das rotas aéreas, o turismo (…) também acelerou a recuperação”, indicou.

O Ministério acrescentou que os chineses realizaram cerca de 3,6 milhões de viagens ao estrangeiro durante as férias, enquanto a China continental recebeu cerca de 3,23 milhões de visitantes.

No entanto, de acordo com o portal financeiro Yicai, os voos internacionais recuperaram apenas 69 por cento do nível pré-pandemia durante as férias.

Por outro lado, a agência de viagens Trip.com destacou que os principais destinos estrangeiros, que incluem Singapura, Tailândia e Malásia, registaram um crescimento superior a 30 por cento nas reservas feitas por chineses.

 

 

Turismo revitalizado

O período do Ano Novo Lunar, o maior movimento de massas do mundo, é a principal festa tradicional das famílias chinesas e acontece em Janeiro ou Fevereiro, consoante o calendário lunar. Este ano, o primeiro dia do ano celebrou-se a 10 de Fevereiro.

Depois de um Ano Novo Lunar de 2022 marcado por uma enorme vaga de covid-19, havia uma “considerável procura reprimida” em termos de consumo, disse Ting Lu, um analista do banco Nomura.

Além disso, os feriados duraram oito dias este ano, contra sete em 2019, o que favorece a comparação. Isto “contribuiu para mais viagens”, sublinhou o banco de investimento Goldman Sachs.

Mais de um milhão de chineses visitou Macau na semana do Ano Novo Lunar, entre 10 a 17 de Fevereiro, de acordo com dados publicados pela Direcção dos Serviços de Turismo do território.

20 Fev 2024

Cartões de Crédito | Pagamentos em atraso crescem 8,7 milhões

Cerca de 79,5 milhões de patacas em dívidas ligadas aos cartões de crédito estavam por pagar há mais de três meses. No espaço de um ano, registou-se uma subida de 8,7 milhões neste valor

 

Os pagamentos em atraso durante mais de três meses relacionados com os cartões de crédito cresceram cerca de 12,3 por cento no quarto trimestre do ano passado, face ao período homólogo, de acordo com os dados publicados ontem pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

Entre Outubro e Dezembro, o montante das dívidas relacionadas com cartões de crédito que ficaram por pagar mais de três meses cresceu para 79,5 milhões de patacas. Em comparação com o período de 2022, quando as dívidas por saldar há mais de três meses se cifraram em 70,8 milhões de patacas, registou-se um crescimento de 12,3 por cento, o que significa 8,7 milhões de patacas.

A diferença é maior quando a comparação é feita com o último trimestre de 2019, o último ano antes de se sentirem os efeitos da pandemia da covid-19. No quarto trimestre desse ano, as dívidas que estavam há mais de três meses por pagar relacionadas com os cartões de crédito não iam além dos 61,4 milhões de patacas. Entre 2019 e 2023, deu-se assim um aumento de quase 30 por cento, ou 18,1 milhões de patacas.

No que diz respeito “rácio de débito não pago” a situação apresenta uma melhoria. Segundo esta métrica, entre o total das dívidas dos utilizadores destes cartões, 2,8 por cento estão por pagar há mais de três meses. Este número significa que por cada 100 patacas em dívida, apenas 2,8 patacas estão por pagar há mais de três meses. Em comparação com 2022, entre o total das dívidas ligadas aos cartões, estavam por pagar há mais de três meses 3,1 por cento das dívidas.

Apesar da melhoria, a situação está longe do cenário do último trimestre de 2019, quando o rácio de débito não pago não ia além de 1,61 por cento.

 

Maior procura

As estatísticas publicadas ontem pela AMCM mostram também que se está a registar um maior recurso ao crédito, através dos cartões, em Macau.

No último trimestre de 2023, o valor total do crédito utilizado atingiu 6,24 mil milhões de patacas, um aumento de 25,1 por cento, em comparação com o último trimestre de 2022. Nesse período, o crédito utilizado tinha sido de 4,99 mil milhões de patacas. Ambos os valores ainda estão abaixo do que acontecia nos finais de 2019, em que o montante do crédito utilizado era de 6,30 mil milhões de patacas.

No que diz respeito aos pagamentos móveis, apesar de os últimos três meses de 2023 terem registado um aumento do número de transacções, o valor utilizado foi menor. O valor total das transacções ficou assim nos 7,13 mil milhões de patacas, uma redução face ao período homólogo de 2022, quando o montante tinha sido de 7,28 mil milhões de patacas. Entre Outubro e Dezembro de 2023, havia uma média de 89 patacas por cada pagamento móvel. Em comparação, em 2022, a média era de 100 patacas por cada pagamento móvel.

7 Fev 2024

Galerias Lafayette | Espaço em Macau a partir de dia 26

Serão inauguradas, no próximo dia 26, as Galerias Lafayette em Macau, à semelhança do conhecido empreendimento comercial de retalho, com marcas de luxo, existente em Paris.

Segundo um comunicado, a aposta em mais um empreendimento dedicado ao segmento de luxo, que abre portas ao YOHO Treasure Island, junto ao lago Nam Van, é do grupo Forward Fashion (International) Holdings Company Limited. Trata-se da primeira vez que as Galerias Lafayette estão de portas abertas em Macau e Hong Kong, proporcionando “uma diversidade de compras e experiências que irão cativar os consumidores internacionais e locais”, fazendo com que Macau seja uma mistura entre “a vibração urbana e o fascínio pela moda”.

Naquele que promete ser um grande espaço dedicado ao consumo, com mais de 30 mil pés quadrados, espera-se a representação de mais de 100 marcas internacionais, incluindo dez marcas do segmento “First-in-Macau” e ainda na área “EDIT by Galeries Lafayette”, com a aposta em moda, produtos de beleza, cosmética e perfumaria. Será ainda apresentada no interior das galerias uma réplica da Torre Eiffel com sete metros de altura. Promete-se, com este novo empreendimento comercial, “transportar todos para o coração de Paris, o epicentro global da moda, criando uma experiência encantadora que transcende o espaço e o tempo”.

16 Jan 2024

Fecho dos casinos causa corrida ao supermercados

O Chefe do Executivo sublinhou várias vezes que o abastecimento de comida chega para todos e pediu à população para não se preocupar. Mas ainda não tinha acabado de falar e as prateleiras dos supermercados já tinham começado a ser limpas

[dropcap]A[/dropcap]pesar do Chefe do Executivo ter garantido que existem alimentos em reserva suficiente para garantir o abastecimento da RAEM durante os próximos dias, a mensagem não evitou uma corrida aos supermercados.

Ainda a conferência de imprensa de Ho Iat Seng, que começou às 13h00, não tinha terminado e já várias pessoas corriam para os estabelecimentos comerciais da zona de Nam Van, com malas e carrinhos, onde colocar as compras para os próximos dias.

No entanto, o cenário foi comum a várias zonas da cidade e em todos os supermercados verificaram-se longas filas para pagar as compras. Ainda antes das 16h00 já vários produtos em diferentes supermercados estavam completamente esgotados. Entre as principais escolhas dos residentes mais apressados destacaram-se as massas, fitas, arroz, enlatados e os vegetais. Também a água engarrafada esteve entre as escolhas dos comerciantes.

Em declarações ao jornal Exmoo, houve cidadãos que explicaram ter corrido aos supermercados por estarem a planear não sair de casa nos próximos dias, pelo que precisam de encher-se com reservas. Mas também houve quem admitisse que a sua “corrida” se ficou a dever ao medo face “ao pânico” geral de não se poder comprar alimentos nos próximos dias.

Stock suficiente

Apesar da agitação nas ruas, Ho Iat Seng garante que o abastecimento vai chegar a todos. “Temos um stock suficiente para garantir o abastecimento da população. Os cidadãos não se devem preocupar com o stock de alimentos. Nós garantimos o abastecimento”, afirmou durante a conferência de imprensa.

O Chefe do Executivo reconheceu ainda que houve ruptura dos produtos na semana passada, mas defendeu que por motivos que agora não estão a afectar o território: “Posso garantir que o abastecimento de comida é suficiente. Antes houve falta de comida, porque muita gente ainda estava de férias devido às festividades do Ano Novo Chinês”, explicou.

Mais à tarde, já na conferência de imprensa diária, os números do abastecimento a Macau foram anunciadores pelo presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), José Tavares. De acordo com o responsável, Macau vai receber 180 toneladas de vegetais, 240 porcos e 340 toneladas de carne congelada, 60 toneladas de fruta, 43 toneladas de peixe e 400 mil ovos. “Além destes descarregamentos previstos, temos ainda nos armazéns 1600 toneladas de carne congelada, que são suficientes para um período entre 10 a 20 dias”, sublinhou José Tavares. “Não precisamos de entrar em pânico”, indicou.

Apelos à calma

Também o secretário para a Economia e Finanças apontou a necessidade de se evitar os supermercados. “O corte das linhas marítimas entre Macau e Hong Kong não afecta o abastecimento de alimentos. As pessoas também não precisam de correr atrás dos produtos porque isso só vai fazer com que o stock dure menos tempo e gere confusão”, sustentou Lei Wai Nong.

O governante indicou ainda que as grandes corridas aos estabelecimentos são contraproducentes, porque aumentam os riscos de infecção. “Se houver grandes concentrações nos supermercados, as pessoas estão ainda expostas a riscos maiores de contágios”, declarou.

4 Fev 2020