Hoje Macau China / ÁsiaGoverno acusa Taiwan de “entregar a TSMC de bandeja” aos Estados Unidos A China acusou ontem as autoridades de Taiwan de “entregarem de bandeja” a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), o maior fabricante de semicondutores do mundo, aos Estados Unidos, onde a empresa anunciou grandes planos de investimento e expansão. O porta-voz do Gabinete do Conselho de Estado para os Assuntos de Taiwan, Chen Binhua, lamentou que “a TSMC se tenha tornado um pedaço de carne suculenta na tábua de cortar, pronta a ser desfeita em pedaços”, segundo a televisão estatal CCTV. De acordo com Chen, a TSMC está a tornar-se “uma empresa americana”, o que, segundo ele, é um sinal de que o Partido Democrático Progressista (DPP), no poder em Taiwan, “só tem em mente o egoísmo partidário e não se preocupa com o bem-estar dos compatriotas de Taiwan ou com os interesses do sector industrial”. O porta-voz advertiu que o DPP “vai avançar” na via da “venda e destruição de Taiwan” e que o sector industrial e o povo do território “não só perderão postos de trabalho, mas também oportunidades de desenvolvimento futuro”. O porta-voz acusou o líder de Taiwan, William Lai, de “vender Taiwan” e de “abuso de poder”. A TSMC controla cerca de 90 por cento do mercado mundial de fabrico de semicondutores avançados, essencial para empresas norte-americanas como a Nvidia e a Apple, e para tecnologias como a inteligência artificial. Chuva de prendas O CEO da TSMC, C.C. Wei, anunciou no início deste mês, a partir da Casa Branca, um investimento de 100 mil milhões de dólares nos EUA, que alguns analistas interpretaram como um gesto de boa vontade para com o Presidente norte-americano, Donald Trump. O investimento destina-se a construir três novas fábricas, duas instalações avançadas de embalagem de ‘chips’ e um centro de investigação e desenvolvimento. Estes 100 mil milhões de dólares juntam-se ao investimento de 65 mil milhões de dólares da TSMC em Phoenix, Arizona, onde tem uma fábrica que começou a funcionar no final de 2024 e planeia abrir mais duas fábricas nos próximos anos. Embora a TSMC tenha defendido estes investimentos numa perspectiva puramente comercial, o governo de Taiwan procura uma aproximação com Trump, que ameaçou impor taxas até 100 por cento sobre os ‘chips’ taiwaneses e acusou repetidamente a ilha de “usurpar” a indústria de semicondutores dos Estados Unidos. De acordo com o líder de Taiwan, a expansão global da TSMC reforça a sua liderança e a competitividade da indústria de semicondutores de Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Aumento de despesas com Defesa na calha Taiwan anunciou ontem que vai tentar utilizar excedentes acumulados nos anos anteriores para cobrir o aumento do orçamento da Defesa anunciado pelo líder taiwanês, William Lai, que prometeu aumentar as despesas militares para mais de 3 por cento do PIB. Numa comparência parlamentar, a chefe da Direcção Geral do Orçamento, Contabilidade e Estatística do governo de Taiwan, Chen Shu-tzu, garantiu que o Executivo procurará financiar este aumento com um excedente de 200 mil milhões de dólares taiwaneses, sem excluir a contracção de empréstimos como último recurso. “Em geral, esperamos não ter de nos endividar. Mas se tivermos de nos endividar, temos de o fazer, porque as despesas com a Defesa são muito importantes”, disse, citada pela agência noticiosa estatal CNA. O orçamento da Defesa de Taiwan ronda actualmente os 600 mil milhões de dólares taiwaneses, depois de o parlamento, de maioria oposicionista, ter aprovado uma série de cortes e congelamentos orçamentais relativamente à proposta inicial do governo. Lai, considerado um “independentista” e um “desordeiro” pelo Governo chinês, reiterou na quinta-feira passada a sua intenção de aumentar as despesas militares de Taiwan para mais de 3 por cento do PIB este ano, no meio de tensões acrescidas entre Taipé e Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaOposição anuncia referendos sobre pena de morte e lei marcial em Taiwan O principal partido da oposição de Taiwan anunciou ontem a realização de referendos sobre a abolição da pena de morte e sobre a lei marcial e acusou o Governo de instrumentalizar a ameaça da China. Em declarações divulgadas pela agência de notícias taiwanesa CNA, o presidente do Kuomintang (KMT), Eric Chu, explicou que o objectivo dos dois referendos é que a população “se manifeste e expresse a sua vontade”, opondo-se à “abolição de facto” da pena capital e exigindo que o governo não provoque “riscos de guerra ou a imposição da lei marcial”. Embora o Tribunal Constitucional de Taiwan tenha confirmado a constitucionalidade da pena de morte para os casos mais graves em Setembro, Chu queixou-se de que a exigência de que os tribunais emitam “decisões unânimes” sobre estes casos resultou numa “abolição de facto da pena de morte, o que impede que se faça justiça”. Relativamente ao segundo referendo, o líder da oposição denunciou que rotular a China como “força estrangeira hostil” com base em “posições pró-independência poderia levar ambos os lados do Estreito de Taiwan a uma situação de “quase-guerra”. Na passada quinta-feira, o líder do território, William Lai Ching-te, chamou à China uma “força estrangeira hostil”, num dos seus discursos mais duros desde que assumiu o cargo. Ontem, durante o mesmo encontro com a imprensa, um deputado do KMT, Lo Chih-chiang, argumentou que as 17 propostas de Lai para atenuar a influência da China e as operações de infiltração se assemelham a um “quase estado de lei marcial”, o que suscitou receios de guerra entre a população da ilha. “A promoção destes dois referendos é um esforço colectivo para proteger Taiwan e a democracia, utilizando mecanismos democráticos mais amplos para garantir a segurança de todos os cidadãos”, concluiu Chu. Aprovação em discussão Após o anúncio destas consultas, o líder do grupo parlamentar do Partido Democrático Progressista (DPP) Ker Chien-ming, classificou como “uma piada” a proposta do KMT de realizar um referendo sobre a lei marcial, afirmando que o próprio líder do território se opunha a tal medida e recordando que o Tribunal Constitucional já se pronunciou sobre a constitucionalidade da pena de morte. De acordo com a Lei do Referendo de Taiwan, os legisladores têm o poder de convocar consultas populares sobre questões políticas relevantes. Se for aprovada, a proposta poderá ser submetida a uma revisão a partir de 21 de Abril no parlamento, onde o KMT e o aliado Partido Popular de Taiwan detêm a maioria dos assentos, informou a CNA na sexta-feira. O anúncio destes dois referendos faz parte de uma luta política mais alargada entre o governo e a oposição taiwanesa, que tem usado a sua maioria para, entre outras coisas, rejeitar o orçamento apresentado pelo Executivo.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Acções registam recorde de vendas no estrangeiro com queda da TSMC As acções de empresas taiwanesas sofreram a maior fuga de sempre de investidores estrangeiros devido à alienação da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), o maior fabricante de semicondutores do mundo, informou ontem a Bloomberg. De acordo com os dados do mercado bolsista compilados pela agência de notícias, os fundos globais reduziram as suas posições nas últimas 12 sessões no mercado bolsista da ilha, desinvestindo em acções no valor líquido de 391 mil milhões de dólares taiwaneses desde quarta-feira. A TSMC, que representa mais de um terço do peso do índice de referência do mercado bolsista taiwanês Taiex, caiu quase 10 por cento nesse período, uma vez que os investidores estrangeiros venderam 155 milhões de acções, segundo a Bloomberg. O mercado bolsista de Taiwan foi arrastado pela queda global das acções de fabricantes de semicondutores este ano, devido a preocupações com a elevada valorização do sector e com o aparecimento do DeepSeek, uma das aplicações de inteligência artificial (IA) mais avançadas da China, explicou a Bloomberg. A TSMC, que registou receitas equivalentes a 15.500 milhões de euros nos primeiros dois meses do ano, mais 39,2 por cento do que no mesmo período de 2024, descia 0,4 por cento na mesma altura, depois de ter fechado a subir 1,75 por cento no dia anterior. Sede do maior fabricante de semicondutores do mundo (TSMC) e da maior montadora de produtos tecnológicos do mundo (Foxconn), Taiwan tem beneficiado fortemente do crescimento da inteligência artificial e da computação de alto desempenho, graças à boa relação entre as empresas da ilha e os líderes do sector, como a Nvidia e a AMD.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | China promete “todos os esforços” para alcançar reunificação pacífica A China afirmou ontem que vai fazer “todos os esforços” para alcançar uma “reunificação pacífica” com Taiwan, sublinhando que tomará as “medidas necessárias” para “salvaguardar (a) integridade territorial”. “A China está disposta a envidar todos os esforços, com a máxima sinceridade, para alcançar uma reunificação pacífica. Ao mesmo tempo, tomaremos todas as medidas necessárias para salvaguardar a nossa soberania nacional e integridade territorial e opormo-nos à independência de Taiwan”, declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa. Na semana passada, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, disse, na abertura da sessão plenária da Assembleia Popular Nacional, que termina esta terça-feira, que a China vai “avançar firmemente a causa da reunificação” e opor-se a quaisquer “actividades separatistas”. Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, reiterou que “apoiar a independência de Taiwan significa interferir nos assuntos internos da China”.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim ameaça apertar “o laço” As forças armadas chinesas avisaram ontem que irão apertar “o laço” à volta de Taiwan se o separatismo se tornar mais forte, exortando os apoiantes da independência de Taiwan a evitarem o “precipício”, noticiou a imprensa estatal. Quanto mais invasivos se tornarem os separatistas da “independência de Taiwan”, mais apertado será o laço à volta dos seus pescoços e mais afiada será a espada sobre as suas cabeças”, disse o porta-voz do Exército Popular chinês, Wu Qian, aos delegados presentes no evento político anual ‘Duas Sessões’, citado pela agência noticiosa chinesa, Xinhua. O exército chinês “é uma força de acção para lutar contra o separatismo e promover a reunificação”, descreveu Wu Qian. “Vocês montaram o vosso cavalo até ao precipício de um penhasco, mas atrás de vós está a terra. Se continuarem a ir na direcção errada, chegarão a um beco sem saída”, acrescentou. No âmbito das “Duas Sessões”, que reúnem milhares de delegados em Pequim, a China anunciou na passada quarta-feira que vai aumentar o seu orçamento de defesa em 7,2 por cento em 2025, ao mesmo ritmo do aumento verificado no ano passado.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim acusa Taipé de manipular incidente com cabo submarino O Governo chinês acusou ontem Taipé de manipular o alegado envolvimento de Pequim na recente ruptura de um cabo submarino que liga a ilha principal de Taiwan ao arquipélago dos Pescadores. A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, Zhu Fenglian, descreveu o incidente numa conferência de imprensa como um “acidente marítimo comum” e acusou as autoridades do Partido Democrático Progressista (DPP), no poder em Taiwan, de “exagerarem e politizarem deliberadamente” o incidente sem primeiro esclarecerem “os factos e as responsabilidades”. O navio alegadamente envolvido no incidente, identificado como Hong Tai, de bandeira do Togo, com oito tripulantes chineses a bordo, foi associado à China pela Guarda Costeira de Taiwan, o que alimentou as tensões entre os dois governos. No entanto, a porta-voz sublinhou que “mais de uma centena de incidentes semelhantes acontecem todos os anos em todo o mundo”, minimizando a importância do incidente. “Este tipo de manipulação política é impopular e não vai ganhar o apoio do público”, disse Zhu, referindo-se à posição das autoridades taiwanesas. A deputada acusou o DPP de estar a tentar tirar “proveito político” do caso, uma estratégia que, segundo Pequim, não será bem-sucedida. Taiwan tem actualmente 14 cabos submarinos internacionais e dez domésticos, de acordo com o Gabinete de Segurança Nacional de Taiwan, que estimou que a ilha sofre uma média de sete a oito incidentes de corte de cabos por ano. O incidente ocorreu por volta das 03:00 de terça-feira, quando a CGA recebeu um relatório da Chungwha Telecom, a maior empresa de telecomunicações de Taiwan, a indicar que a terceira linha submarina que liga Taiwan aos Pescadores se tinha partido a cerca de seis milhas náuticas a noroeste do porto de Jiangjun, no sul da ilha. A Chungwha Telecom afirmou que não houve “qualquer impacto” nos serviços de comunicações após a ruptura.
Hoje Macau PolíticaConselho de Assuntos Continentais avisa para “possíveis riscos” em Macau Taiwan recomendou à população que não viaje para Hong Kong ou Macau durante o período do Ano Novo Lunar, devido a “possíveis riscos para a segurança”. O Conselho de Assuntos Continentais (MAC, na sigla em inglês) de Taiwan lembrou que o alerta de viagem para os dois territórios permanece no “nível laranja”, o segundo nível mais elevado. O órgão responsável pelas relações com a China justifica o alerta “tendo em conta as alterações à situação em Hong Kong e Macau e em resposta às leis e regulamentos locais e os métodos de aplicação das leis”. “Os cidadãos são aconselhados a evitar viagens não essenciais” às duas cidades, incluindo em trânsito, devido a “possíveis riscos para a segurança e direitos individuais”, acrescentou o MAC, num comunicado. O Ano Novo Lunar é a principal festa das famílias chinesas, equivalente ao Natal nos países ocidentais, e este ano em Taiwan inclui um período de nove dias de feriados entre 25 de Janeiro a 2 de Fevereiro. O MAC aconselhou a população a registar-se, com antecedência, numa base de dados criada para taiwaneses que viajem para o Interior, Hong Kong ou Macau e recordou que existem linhas telefónicas directas para apoiar os cidadãos. Registos a subirem Embora não seja obrigatório, o número de taiwaneses que fizeram o registo de viagens para território chinês entre Janeiro e Outubro de 2024 aumentou cerca de 14 vezes em comparação com o ano anterior, de acordo com dados divulgados pelo organismo em Dezembro. Os registos para Hong Kong e Macau “ultrapassaram cinco vezes o total do mesmo período do ano passado”, disse o MAC. A China “continuou a adoptar e a alterar as leis de segurança nacional, o que levou a vários incidentes, envolvendo a detenção arbitrária, a prisão e interrogatório de cidadãos taiwaneses na China continental, Hong Kong e Macau”, referiu o organismo. Em Setembro, o MAC disse que um dirigente do conglomerado taiwanês Formosa Plastics estava há 18 dias sob “controlo fronteiriço”, um tipo de medida que o impede de sair do país. Taiwan elevou em meados de Junho o nível de alerta de viagem e aconselhou a população a evitar China, Hong Kong e Macau, após Pequim ter ameaçado executar pessoas consideradas “acérrimas defensoras” da independência taiwanesa.
Hoje Macau China / ÁsiaImpostas sanções a sete empresas norte-americanas por venda de armas a Taiwan A China acrescentou ontem sete empresas norte-americanas à lista de entidades não fiáveis por terem vendido armas a Taiwan, uma medida decretada a menos de uma semana do Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, tomar posse. As empresas afectadas são a Inter-Coastal Electronics, System Studies and Simulation, IronMountain Solutions, Applied Technologies Group, Axient, Anduril Industries e Maritime Tactical Systems, que serão proibidas de qualquer actividade de importação ou exportação de ou para o país asiático, informou o Ministério do Comércio chinês, em comunicado. Estas empresas não serão autorizadas a efectuar novos investimentos na China e os seus gestores estão proibidos de entrar no país. As medidas anunciadas pelo ministério entraram ontem em vigor. O Ministério do Comércio acusou estas empresas de se envolverem na venda de armas a Taiwan “apesar da forte oposição” de Pequim, o que “prejudica seriamente a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento” da China. “As entidades estrangeiras que são honestas e cumpridoras da lei não devem estar preocupadas de todo”, afirmou o ministério, acrescentando que o “Governo chinês, como sempre, dá as boas-vindas às empresas de todo o mundo para investirem e prosperarem na China”. Olhos no ocidente As sanções foram anunciadas no mesmo dia em que dois veículos aéreos não tripulados militares chineses circulavam em torno de Taiwan, informou o Ministério da Defesa Nacional da ilha. De acordo com o último relatório diário da agência, 24 aviões chineses, incluindo caças e bombardeiros, sobrevoaram as imediações de Taiwan entre terça e quarta-feira, 21 dos quais atravessaram a linha do Estreito e entraram nas regiões norte, sudoeste e leste da autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan, mas não penetraram no espaço aéreo de Taipé. As autoridades da ilha estão a acompanhar de perto a política da administração norte-americana em relação à China após 20 de Janeiro. Apesar de ter reforçado a assistência militar a Taipé no seu primeiro mandato, Donald Trump teceu várias críticas a Taiwan durante a sua última campanha eleitoral, garantindo que a ilha “roubou” a indústria norte-americana de semicondutores e que deveria pagar a Washington pela sua defesa.
Hoje Macau China / ÁsiaAntigo líder de Taiwan pede oposição à “independência” O antigo líder taiwanês Ma Ying-jeou pediu mais intercâmbio e cooperação entre os dois lados do estreito de Taiwan, durante uma reunião com o chefe do gabinete do Governo chinês para os assuntos de Taiwan. No início de uma visita à China, o antigo líder da ilha (2008-2016) sublinhou a importância da “oposição à independência de Taiwan” e da cooperação para “promover o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do estreito”. Ma, do partido Kuomintang (KMT, na oposição), apelou também para a defesa do “Consenso de 1992”, um acordo tácito entre Taipé e Pequim que reconhece que “só existe uma China”, embora cada parte o interprete de maneira diferente. Aquele princípio é negado pelo atual partido no poder em Taiwan, o Partido Democrático Progressista. Song Tao, responsável pelo gabinete do Governo chinês encarregue dos assuntos de Taiwan, transmitiu a Ma, e à delegação que lidera, “calorosas saudações” do Presidente chinês, Xi Jinping, apelando ao povo “de ambos os lados do estreito de Taiwan” para que dê “prioridade aos interesses da nação e ao futuro do país”, noticiou a televisão estatal chinesa CCTV. Song Tao pediu à população para que “trabalhe em conjunto para melhorar as relações entre as duas margens do estreito, manter a paz e a estabilidade na região e prosseguir o rejuvenescimento nacional”. Ma lidera uma delegação de estudantes numa viajem pelas províncias de Heilongjiang, no nordeste da China, e Sichuan, no centro, onde vão visitar locais históricos e participar em atividades culturais. A visita decorre até 26 de dezembro. China e Taiwan viveram um grande momento de aproximação durante a presidência de Ma, a ponto de ter realizado uma reunião histórica em Singapura com Xi, no final de 2015, a primeira entre líderes de ambos os lados do estreito em mais de 60 anos. Ma e Xi voltaram a encontrar-se em Abril deste ano, em Pequim, durante a anterior visita do antigo líder taiwanês à República Popular da China. Nessa ocasião, o Presidente chinês insistiu que “não há forças que possam separar Taiwan da China”.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim anuncia sanções contra 13 empresas norte-americanas por venderem armas a Taiwan A China anunciou ontem um novo conjunto de sanções contra 13 empresas norte-americanas, por venderem armas a Taiwan, advertindo que a “independência” da ilha é “incompatível” com a paz entre os dois lados do Estreito. Numa conferência de imprensa, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, declarou que as repetidas vendas de armas a Taiwan pelos Estados Unidos constituem “uma grave violação do princípio de ‘Uma só China’” e uma “séria interferência nos assuntos internos” do país asiático. Lin Jian instou Washington a “honrar os seus compromissos de não apoiar a independência de Taiwan” e “deixar imediatamente de armar” a ilha. De acordo com um comunicado publicado pela diplomacia chinesa, as 13 empresas afectadas incluem entidades envolvidas no fabrico de veículos aéreos não tripulados, inteligência artificial ou comunicação militar. As empresas são a Teledyne Brown Engineering, BRINC Drones, Rapid Flight, Red Six Solutions, Shield AI, SYNEXXUS, Firestorm Labs, Kratos Unmanned Aerial Systems, HavocAI, Neros Technologies, Cyberlux Corporation, Domo Tactical Communications e Group W. Os activos destas empresas na China vão ser congelados e os indivíduos e organizações chinesas vão ser proibidos de cooperar com elas. As medidas afectam também os quadros superiores destas instituições, que ficaram igualmente sujeitos ao congelamento de bens na China e à recusa de vistos de entrada desde ontem. Déjà vu Em Outubro passado, a China já tinha sancionado três empresas de defesa norte-americanas, também por fornecerem armas a Taiwan. Esta nova vaga de sanções foi anunciada no mesmo dia em que o líder de Taiwan, William Lai, fez uma escala no território norte-americano de Guam, no âmbito da sua digressão pelo Pacífico Sul. A questão de Taiwan é um dos principais pontos de fricção entre Pequim e Washington, uma vez que os Estados Unidos são o principal fornecedor de armas a Taipé.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Nova linha telefónica sobre riscos de viajar para China, Macau e Hong Kong Taiwan anunciou ontem a criação de linhas telefónicas directas para informar os seus cidadãos de riscos para a sua “segurança pessoal” quando viajam para a China continental, Macau e Hong Kong. O Conselho dos Assuntos Continentais (MAC), o principal órgão político de Taiwan responsável pelas relações com a China continental e as suas duas regiões administrativas especiais, anunciou ainda a elevação do seu aviso aos viajantes para a China para o segundo nível de alerta mais elevado. Estas linhas directas ajudarão a “responder a questões sobre o funcionamento do sistema ou sobre os riscos de segurança pessoal associados às viagens” para a China, Hong Kong ou Macau, declarou o MAC, em comunicado. Embora os taiwaneses não sejam obrigados a registar as suas viagens para a China, o número dos que o fizeram este ano disparou, de acordo com os dados divulgados pelo MAC. Entre Janeiro e Outubro, o número de pessoas que se registaram antes de viajar para a China continental aumentou cerca de 14 vezes, em relação ao ano passado, segundo o MAC. Os registos para Hong Kong e Macau “ultrapassaram cinco vezes o total do mesmo período do ano passado”.
Hoje Macau China / ÁsiaHavai | Pequim “condena firmemente” escala de líder taiwanês A China declarou ontem que “condena firmemente” a autorização concedida pelos EUA ao líder taiwanês, Lai Ching-te, para fazer escala no Havai, antes de uma digressão por ilhas do Pacífico. Esta foi a primeira paragem da viagem que vai levar o líder taiwanês a países insulares do Pacífico que mantêm relações diplomáticas com Taipé e que William Lai apresentou como sendo a entrada numa “nova era democrática”, mas que suscitou a ira chinesa. Pequim considera Taiwan, governada autonomamente desde 1949, uma província chinesa. “A China condena firmemente a organização pelos Estados Unidos do ‘trânsito’ de Lai Ching-te e apresentou um protesto solene junto dos Estados Unidos”, declarou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em comunicado. “A China vai acompanhar de perto a evolução da situação e adoptar medidas resolutas e eficazes para salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial”, sublinhou. No Havai, Lai Ching-te foi recebido pelo governador estadual, Josh Green, e por Ingrid Larson, directora em Washington da representação norte-americana em Taipé. O líder taiwanês deverá visitar as Ilhas Marshall, Tuvalu e Palau, as únicas nações da região entre os 12 aliados que reconhecem Taiwan.
João Santos Filipe PolíticaLeong Lao Ngai quer Macau a inspirar Taiwan no caminho da reunificação O presidente do Conselho Regional de Macau para a Promoção da Reunificação Pacífica da China, Leong Lao Ngai, alertou para “as tentativas das forças separatistas de Taiwan” se instalarem no poder e apelou aos membros de Macau da associação para mostrarem uma “confiança firme na promoção da grande ideia de um país, dois sistemas”. O apelo foi deixado no domingo, durante um encontro da associação local na Torre de Macau, de acordo com os jornais Ou Mun e Va Kio. No discurso da noite, Leong Lao Ngai avisou que mesmo num contexto internacional com novos desafios não vai valer a pena a cooperação entre “as forças anti-China” e “as forças separatistas de Taiwan”, porque “a onda da reunificação com a pátria não pode ser parada, nem com recurso à força”. Por isso, afirmou que toda a população de Macau deve mostrar aos habitantes de Taiwan que o princípio ‘um país, dois sistemas’ vai resultar numa melhoria do bem-estar dos 23 milhões de cidadãos da antiga Formosa. Leong Lao Ngai destacou ainda que a RAEM entrou numa nova fase de desenvolvimento e que “com o forte apoio da pátria, os residentes de Macau sentem-se pessoalmente seguros, orgulhosos e felizes por serem os donos do seu destino”. Actividades lá fora O empresário destacou também o papel histórico de Macau na aproximação entre os dois territórios. “O Conselho Regional de Macau para a Promoção da Reunificação Pacífica da China insistiu sempre em tomar medidas práticas para apoiar os chineses ultramarinos na organização de actividades para promover a reunificação”, vincou. “Macau tem sido, desde há muito, uma plataforma especial para a comunicação entre os dois lados do estreito de Taiwan e um importante participante e promotor do intercâmbio entre os dois lados, pelo que não estará ausente neste importante momento histórico e continuará a contar bem a história de Macau”, prometeu Leong. O empresário da construção civil desafiou ainda “especialistas e académicos de ambos os lados do estreito de Taiwan” a realizarem mais intercâmbios e a promoverem o modelo ‘um país, dois sistemas’ para a ilha. Segundo Leong, a reunificação é “o desejo comum dos filhos da China” e vai levar “ao grande rejuvenescimento da nação chinesa”.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan / Congresso | Kuomintang reivindica as raízes chinesas O Partido Nacionalista Chinês [Kuomintang/KMT], principal partido da oposição taiwanesa, reivindicou ontem as raízes chinesas da ilha, governada autonomamente desde 1949. Durante o congresso nacional do partido, que coincidiu com o 130.º aniversário da sua fundação, o presidente do KMT, Eric Chu, destacou o compromisso da formação azul na defesa da República da China [nome oficial de Taiwan] e com a manutenção da “democracia” e da “liberdade”. Num discurso divulgado pela agência de notícias estatal CNA, Chu insistiu que a República da China tem a sua “raiz” e “fundamento” na nação e na cultura chinesas, apelando que “as forças de independência de Taiwan” não “prejudiquem ou destruam a República da China”. Chu, antigo vice-primeiro-ministro (2009-2010) e antigo presidente da Câmara de Nova Taipé (2010-2018), enfatizou ainda que o KMT continuará a aprofundar o “desenvolvimento democrático” de Taiwan e a lutar contra o que definiu como a “hegemonia verde”, em referência às cores distintivas do Partido Democrático Progressista (PDP), no poder desde 2016. O Congresso do KMT, organizado no Centro de Convenções e Exposições de Taoyuan (norte), contou com a presença dos principais membros do partido, incluindo o ex-líder taiwanês Ma Ying-jeou (2008-2016), que reiterou as suas críticas ao actual responsável, o soberanista William Lai, por promover a chamada “teoria dos dois Estados”, que definiu como “desnecessária, inviável e irrealista”. O antigo líder da ilha, protagonista durante o seu mandato da maior aproximação entre Taipé e Pequim desde o fim da guerra civil chinesa em 1949, apelou ao KMT para aderir ao “Consenso de 1992”, um alegado acordo tácito entre o KMT e o Partido Comunista Chinês, que reconheceu a existência de “uma China” no mundo, embora os lados discordassem sobre o significado deste termo.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Taiwan pode “passar de peão a criança abandonada” se Trump for eleito – Pequim O Governo chinês sugeriu ontem que se o candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, ganhar as eleições nos Estados Unidos, Taiwan pode “passar de peão a criança abandonada”. “Penso que a maioria dos compatriotas de Taiwan já fez um julgamento racional e sabe que os EUA manterão uma política de se colocarem em primeiro lugar. Taiwan pode passar de peão a criança abandonada a qualquer altura”, afirmou Zhu Fenglian, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês. Trump reiterou as críticas a Taiwan na passada sexta-feira, ao afirmar que a ilha roubou a indústria de semicondutores dos EUA e que deveria pagar a Washington pela sua defesa, críticas que já tinha feito em Julho. No entanto, o candidato republicano disse também que, se for eleito, vai impor taxas alfandegárias até 200 por cento sobre bens oriundos da China “se Pequim usar a força contra Taiwan”, embora tenha sublinhado que Taipé deve pagar pela protecção norte-americana. A actual administração norte-americana de Joe Biden anunciou na semana passada um novo contrato de armas para Taiwan no valor de cerca de dois mil milhões de dólares, algo que, tal como todas as vendas de armas a Taipé, enfureceu Pequim. Taiwan, ilha governada de forma autónoma desde 1949 e considerada pela China como uma província sua, tem uma economia fortemente dependente da exportação de produtos tecnológicos, especialmente semicondutores. Os Estados Unidos são um dos principais compradores destes ‘chips’ e são também o maior fornecedor de armas a Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim denuncia passagem de navios dos EUA e do Canadá A China continua em “alerta máximo” após a travessia do Estreito de Taiwan, no domingo, por navios militares dos Estados Unidos e do Canadá, informou ontem o Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular. “O contratorpedeiro norte-americano Higgins e a fragata canadiana Vancouver atravessaram o Estreito de Taiwan no dia 20 de Outubro”, afirmou Li Xi, porta-voz do comando, que disse que as forças navais e aéreas do Exército chinês “acompanharam de perto” a travessia e responderam ao incidente de acordo com as leis existentes. Li Xi sublinhou que “o Exército de Libertação Popular mantém-se sempre em alerta máximo e salvaguarda firmemente a soberania e a segurança nacionais, bem como a paz e a estabilidade regionais”. Pequim reafirmou na semana passada, após a conclusão de exercícios militares, que “não renunciará ao uso da força” contra Taiwan, condenando as “forças separatistas” da ilha e a ingerência estrangeira, como a dos Estados Unidos.
Hoje Macau China / Ásia MancheteTaiwan | Tropas chinesas cercam ilha em exercício militar Na sequência do discurso do líder de Taiwan, no dia 10 de Outubro, entendido como uma provocação, Pequim lançou um exercício militar abrangente destinado a provar que exerce controlo sobre a ilha, entre outros objectivos. Na segunda-feira, o Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular (PLA) enviou as suas tropas do exército, da marinha, da força aérea e da força de foguetões para realizar exercícios militares conjuntos com o nome de código Joint Sword-2024B no Estreito de Taiwan e nas áreas a norte, sul e leste da ilha de Taiwan. “O exercício serve como um aviso severo aos actos separatistas das forças da ‘independência de Taiwan’. É uma operação legítima e necessária para salvaguardar a soberania do Estado e a unidade nacional”, afirmou o capitão Li Xi, porta-voz do Comando do Teatro Oriental do PLA, num comunicado divulgado na manhã de segunda-feira. Com navios e aviões a aproximarem-se de Taiwan a partir de diferentes direcções, “as tropas de vários serviços participam em exercícios conjuntos, centrados em temas como a patrulha de prontidão de combate marítimo e aéreo, o bloqueio de portos e áreas importantes, o assalto a alvos marítimos e terrestres, bem como a tomada conjunta de superioridade abrangente, de modo a testar as capacidades de operações conjuntas das tropas do comando do teatro”, disse Li. O âmbito da dissuasão no exercício de segunda-feira expandiu-se, e o exercício está a aproximar-se de Taiwan em comparação com os anteriores, especialmente com os navios da Guarda Costeira da China a realizar operações de patrulha e controlo em torno da ilha, alcançando novos avanços sucessivos, disse Zhang Chi, professor da Universidade de Defesa Nacional do PLA, na segunda-feira. Zhang disse que o exercício de segunda-feira, “com força avassaladora e profundidade estratégica”, reduziu significativamente o “espaço operacional e de defesa” das forças armadas de Taiwan. As forças navais e aéreas do ELP, juntamente com o CCG, estão a avançar em direção a Taiwan a partir de várias direcções, impondo um bloqueio total à ilha. “É como se uma espada afiada estivesse a atravessar o chamado espaço de defesa das autoridades de Taiwan, aproximando-se cada vez mais da ilha, demonstrando plenamente as capacidades operacionais conjuntas do ELP em vários domínios operacionais em torno da ilha de Taiwan”, disse Zhang. Após uma análise mais aprofundada das áreas designadas para este exercício, Zhang disse que o ELP estabeleceu seis zonas: duas no Estreito de Taiwan, duas a leste da ilha, uma no norte e uma no sul. Zhang referiu que os exercícios no mar e no espaço aéreo do norte servem de aviso directo às principais figuras da ‘independência de Taiwan’. Em comparação com os exercícios anteriores do ELP em torno da ilha de Taiwan nos últimos anos, o âmbito de dissuasão do atual exercício aumentou significativamente e a localização do exercício está a aproximar-se da ilha. “Em resposta às provocações das forças separatistas em conluio com potências externas, o ELP desenvolveu uma postura proactiva de combate para lidar com estes desafios”, disse Zhang. Provocações e respostas “Quanto mais agressivamente os separatistas fizerem avançar a sua agenda, maiores serão as contramedidas que terão de enfrentar. O exercício também transmite um forte sinal de oposição firme à ‘independência de Taiwan’ e um compromisso inabalável de salvaguardar a reunificação nacional, dissipando a ilusão entre as forças separatistas de que o continente se absterá de tomar medidas militares”, disse Wang Wenjuan, um especialista da Academia de Ciências Militares do PLA. Wang disse que o exercício também mostra o espírito inabalável dos militares chineses, a preparação de alto nível e as fortes capacidades de combate. “Como uma espada pendurada no alto ou um martelo pronto para atacar a qualquer momento, ele força Lai a sentir a dissuasão da guerra em primeira mão, transmitindo uma mensagem clara em uma linguagem que elas entendem – que secessão significa guerra”, disse Wang. Wang observou que este exercício mostrará a Lai e às forças separatistas da “independência de Taiwan” a determinação e a confiança do continente em defender a unidade nacional e a integridade territorial. “Quanto maior for a provocação, mais forte será a resposta”. Taipé | Lidar com o assunto O Gabinete Presidencial de Taiwan apelou à China para “cessar as provocações militares que prejudicam a paz e a estabilidade regionais e deixar de ameaçar a democracia e a liberdade de Taiwan”. “As nossas forças armadas irão definitivamente lidar com a ameaça da China de forma adequada”, disse Joseph Wu, secretário-geral do conselho de segurança de Taiwan, num fórum em Taipé, a capital de Taiwan. O ministério da Defesa de Taiwan informou que enviou navios de guerra para pontos designados, para efectuar a vigilância. Também colocou grupos móveis de mísseis e radares em terra para seguir os navios no mar. A ação de hoje é a quinta vez que a China recorre a este tipo de manobras desde 2022, altura em que levou a cabo a primeira deste calibre em resposta à visita da então Presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan, que elevou as tensões entre os dois lados do estreito a níveis nunca vistos em décadas. Japão e EUA acompanham situação O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, assegurou que Tóquio está a acompanhar as manobras militares chinesas em torno de Taiwan e que o Japão está preparado para “qualquer evolução”. “A paz e a segurança no Estreito de Taiwan e nas suas imediações são extremamente importantes para a região. O Japão está a acompanhar de perto a situação”, declarou Ishiba aos meios de comunicação locais. “Estaremos preparados para qualquer evolução”, acrescentou, citado pela agência espanhola EFE. O ministro da Defesa japonês, general Nakatani, também disse que Tóquio está a observar as manobras com grande atenção. Nakatani referiu que as tropas japonesas tomaram as precauções necessárias para o caso de um míssil utilizado pela China durante as manobras cair em águas territoriais do Japão. Os Estados Unidos, o principal fornecedor de armas a Taiwan, descreveu os exercícios como uma reação “militarmente provocadora” de Pequim a um “discurso anual de rotina” de Lai. “Apelamos à República Popular da China para que actue com moderação e evite qualquer acção que possa prejudicar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan e em toda a região, o que é essencial para a paz e a prosperidade regionais e uma preocupação internacional”, advertiu o Departamento de Estado. Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros reiterou que a independência de Taiwan é incompatível com a paz. “Se os EUA estão interessados na paz entre os dois lados do Estreito de Taiwan, devem respeitar o princípio ‘uma só China’, não enviar sinais errados às forças pró-independência e deixar de fornecer armamento a Taiwan”, declarou a porta-voz da diplomacia de Pequim Mao Ning.
Hoje Macau PolíticaTaiwan | Duas pessoas proibidas de entrar em Macau Duas pessoas de Taiwan estão proibidas de entrar em Macau, no Interior da China e em Hong Kong, por decisão do Gabinete dos Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado. Trata-se de Puma Shen, deputado do Partido Democrático Progressista de Taiwan, e Robert Tsao, empresário, a quem foram aplicadas sanções, bem como a organização “Academia Kuma”. Segundo o porta-voz do Gabinete, Chen Binhua, as autoridades da China continental apontaram que a Academia Kuma tem apoio do Partido Democrático Progressista, dedicando-se a analisar questões como a independência de Taiwan face à China pela via da organização de palestras, cursos de formação, prática desportiva e actividades para as famílias. Por sua vez, Puma Shen é o responsável pela organização, enquanto Robert Tsao disponibilizará apoios financeiros. Além das sanções e proibições de entrada, estes homens não podem cooperar com entidades ou indivíduos do Interior da China.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim acusa Lai de quebrar laços históricos Pequim acusou ontem o líder de Taiwan de “quebrar deliberadamente os laços históricos entre os dois lados do estreito”, após William Lai ter afirmado “ser impossível” que a República Popular da China seja a pátria dos taiwaneses. A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (Executivo chinês), Zhu Fenglian, disse, em conferência de imprensa, que “Taiwan é um território sagrado da China com base em fundamentos históricos e legais claros”. Zhu lembrou que, em 25 de Outubro de 1945, o Governo chinês declarou a “recuperação da soberania sobre Taiwan”, depois da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial. Em 01 de Outubro de 1949, com a fundação da República Popular da China, o novo regime de Pequim “substituiu a República da China como único representante legítimo de todo o país”, disse. A porta-voz sublinhou que, “embora a reunificação ainda não tenha sido totalmente alcançada”, a soberania e o território da China “nunca foram e nunca poderão ser divididos” e o “facto de a China continental e Taiwan pertencerem à mesma China nunca mudou e nunca poderá mudar”. “Não importa que tipo de paradoxos históricos e declarações bizarras sobre a independência de Taiwan Lai faça, isso não muda o facto objectivo de que os dois lados do estreito de Taiwan pertencem à mesma China e não destruirá o sentimento patriótico dos nossos compatriotas de Taiwan”, disse Zhu, acusando Lai de “suprimir a identidade nacional dos compatriotas de Taiwan”. O Conselho dos Assuntos Continentais de Taiwan (MAC), o organismo governamental responsável pelas relações com a China continental, emitiu um comunicado a denunciar as “declarações absurdas” de Zhu, sublinhando que a República Popular da China “nunca governou Taiwan”, desde a criação em 1949.
Hoje Macau Manchete PolíticaCiberataques | Taiwan acusado de agressões no Interior, HK e Macau O Ministério da Segurança Pública da China afirmou ontem que o grupo Anonymous 64 é coordenado por Taiwan e que tem como objectivo “denegrir o sistema político chinês”. Taipé recusa as ligações Pequim acusou ontem um grupo de piratas informáticos, alegadamente apoiado pelas forças armadas de Taiwan, de ter efectuado ciberataques contra alvos no Interior, Macau e Hong Kong. Os ataques foram negados por Taipé. O Ministério da Segurança Pública da China afirmou em comunicado que o grupo Anonymous 64 “tentou transmitir conteúdos que denegriam o sistema político chinês” através de portais, ecrãs exteriores e estações de televisão digital. “A ameaça cibernética é grave. Foram tomadas medidas eficazes para lidar com estes perigos, mas todos os cidadãos devem estar atentos a possíveis actos de sabotagem”, afirmou o ministério. No comunicado, divulgado através da rede social Wechat, o ministério afirma que “não se trata de um vulgar grupo de ‘hackers’”, mas sim de “um exército cibernético alimentado pelas forças pró-independência de Taiwan”. De acordo com o ministério, o grupo reporta a um centro de investigação associado a uma unidade de guerra cibernética do exército taiwanês, “responsável por travar guerras cibernéticas cognitivas e de opinião pública contra o continente”. Pequim afirmou ainda que a organização tentou “publicar conteúdos que criam a ilusão de que a segurança da rede da China é frágil”. “No entanto, a maioria dos portais atacados eram falsos portais oficiais ou portais que já não estão a ser utilizados. Alguns foram mesmo criados pela organização através da edição de fotografias e outros métodos”, acrescentou. Taipé nega Em resposta, o Comando de Defesa Cibernética e Telecomunicações do Ministério da Defesa Nacional (MND) de Taiwan declarou que a Unidade de Guerra Cibernética é a única responsável pela defesa da informação da Ilha e pelo trabalho de segurança cibernética e que “as acusações da China não são verdadeiras”. “O Comando constatou que a actual situação de ameaça inimiga e cibernética é grave e que o Exército de Libertação Popular (ELP), juntamente com as suas forças associadas, continua a perturbar Taiwan através de ataques aéreos, navais e cibernéticos, sendo o principal instigador que mina a paz regional”, sublinhou a pasta militar em comunicado. Nos últimos anos, Taiwan tem denunciado um número crescente de ciberataques da China como parte de uma campanha de “guerra cognitiva” destinada a pressionar o Executivo taiwanês, actualmente liderado por William Lai. O Ministério dos Assuntos Digitais de Taiwan (MODA) detectou mais de 64.000 ciberataques contra agências governamentais em Maio passado, o maior total mensal em quase um ano.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim retira isenção de taxas alfandegárias a 34 produtos O Governo da China anunciou ontem que vai suspender, a partir de quarta-feira, a isenção de taxas alfandegárias a 34 produtos provenientes de Taiwan, incluindo frutas, legumes e produtos do mar. Num comunicado, a Comissão da Pauta Aduaneira, que está sob a tutela do Conselho de Estado, justificou a decisão com o facto de “as proibições e restrições discriminatórias impostas unilateralmente por Taiwan aos produtos da China continental terem prejudicado o comércio e a cooperação económica” entre os dois lados do Estreito. Os produtos afectados beneficiavam de isenção desde pelo menos 2007. Citado pelo jornal oficial chinês Global Times, o porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado afirmou que Taipé “continua a restringir unilateralmente a importação de mais de mil produtos agrícolas da China continental, prejudicando o bem-estar dos compatriotas” de ambos os lados. Chen Binhua acusou ainda William Lai Ching-te de defender obstinadamente a independência da ilha e de provocar continuamente a escalada da hostilidade e do confronto com Pequim. Em Maio, a China continental retirou as tarifas preferenciais sobre 234 outros produtos de Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim alerta que navios alemães aumentam risco de segurança A China acusou sábado a Alemanha de aumentar os riscos de segurança no estreito de Taiwan, um dia depois de dois navios alemães terem atravessado a zona entre Taiwan e China. “O comportamento do lado alemão está a aumentar os riscos de segurança e a enviar sinais errados”, afirmou o porta-voz das forças armadas chinesas Li Xi, em comunicado. Li acrescentou que as tropas de Pequim na região iam “combater resolutamente todas as ameaças e provocações”. O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse na sexta-feira que a fragata Baden-Württemberg e um navio de abastecimento, que a acompanhava, estavam a dirigir-se para o estreito ou a atravessá-lo. Os navios de guerra dos Estados Unidos e do Canadá atravessaram o estreito de Taiwan em várias ocasiões nos últimos meses, o que levou o exército chinês a declarar-se em “estado de alerta”. Em 2021, Berlim lançou a primeira missão naval alemã na região da Ásia-Pacífico desde o início da década de 2000, sem se aventurar no estreito de Taiwan. O governo do chanceler alemão, Olaf Scholz, endureceu o tom em relação à China num contexto de crescentes rivalidades económicas e geopolíticas, enquanto procura um equilíbrio delicado entre a protecção dos seus interesses estratégicos e de segurança e a manutenção dos laços económicos com este parceiro comercial crucial.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim condena passagem de navio norte-americano O Exército chinês condenou ontem a passagem do contratorpedeiro norte-americano USS Ralph Johnson pelo Estreito de Taiwan, manobra que os Estados Unidos classificaram como uma demonstração do empenho de Washington em preservar a “liberdade de navegação”. “O USS Ralph Johnson navegou pelas águas do Estreito de Taiwan a 22 de Agosto, procurando notoriedade”, disse o porta-voz do Exército de Libertação Popular, Li Xi, numa declaração publicada na conta oficial do Teatro de Operações Oriental do Exército chinês na rede social Wechat. De acordo com o porta-voz, o Teatro de Operações Oriental organizou “tropas para seguir e monitorizar todos os movimentos” do navio, que foi afugentado “de acordo com a lei”. “As forças do Teatro de Operações Oriental estão sempre em alerta máximo, prontas para defender a soberania nacional, a segurança e a paz e estabilidade regionais”, acrescentou o representante. O contratorpedeiro USS Ralph Johnson efectuou um “trânsito de rotina” por aquelas águas “de acordo com o direito internacional”, segundo um comunicado divulgado pela Marinha dos Estados Unidos da América (EUA).