Diana do Mar SociedadeCasinos | Número de menores de 21 anos recusados à entrada em 2018 diminui [dropcap]M[/dropcap]ais de 400 mil menores de 21 anos foram impedidos de entrarem em casinos durante o ano passado. Dados facultados ao HM pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) indicam que 401.851 foram bloqueados à entrada, enquanto 173 foram apanhados no interior dos casinos. O número global (402.204) traduz uma diminuição face a 2017, ano em que aproximadamente 430 mil menores de 21 anos tentaram infringir a lei de condicionamento da entrada, do trabalho e do jogo nos casinos, ao abrigo da qual as concessionárias estão impedidas de contratar ou de permitir o acesso aos espaços de jogo por parte de menores de 21 anos. A lei prevê sanções administrativas para quem violar as regras, cujas multas oscilam entre as mil e dez mil patacas. É ainda imposto um “dever de fiscalização” às concessionárias de jogo, cujo incumprimento é penalizado com coimas que vão de dez mil patacas até 500 mil patacas. Além do Corpo de Polícia de Segurança Pública e da Polícia Judiciária, são autoridades competentes para solicitar a identificação dos frequentadores dos casinos e para ordenar a sua expulsão, quando em exercício de funções, inspectores da DICJ e respectivas chefias, e os directores dos casinos. A lei determina que “os trabalhadores das concessionárias no exercício das funções de fiscalização da entrada nos casinos podem solicitar prova da idade às pessoas que pretendam frequentar os casinos e vedar a entrada a quem a recuse”.
Diana do Mar SociedadeCasinos | Segmento VIP cresceu no ano passado, mas proporção nas receitas diminuiu As receitas geradas pelo jogo VIP voltaram a crescer no ano passado, mas o peso que ocupou no total arrecadado pelos casinos encolheu [dropcap]O[/dropcap] jogo VIP continuou a deter a fatia de leão no bolo das receitas arrecadadas pelos casinos, mas o peso que ocupa diminuiu no ano passado, revelam dados divulgados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). As receitas angariadas nas salas de grandes apostas atingiram 166.097 milhões de patacas no ano passado – mais 10,6 por cento face a 2017 –, contribuindo com 54,8 por cento para o total arrecadado pelos casinos. Uma proporção que encolheu 1,8 pontos percentuais comparativamente a 2017. O segmento VIP tem visto o peso que representa nas receitas totais da indústria do jogo sofrer altos e baixos nos últimos anos: em 2017 foi de 56,6 por cento; em 2016 correspondeu a 53,2 por cento e em 2015 a 55,3 por cento – isto quando em tempos idos chegou a ser superior a 70 por cento. Os casinos fecharam 2018 com receitas de 302.846 milhões de patacas, traduzindo uma subida de 14 por cento. Tratou-se do segundo ano consecutivo de subida das receitas de jogo, depois de 2017 (+19,1 por cento) ter invertido a tendência de queda nos três anos anteriores (-3,3 por cento, em 2016, -34,3 por cento em 2015 e -2,6 por cento em 2014). Fatias menores No ‘ranking’ de todo o sector, depois dos casinos (que representam 99,6 por cento dos proventos) – mas a colossal distância – figuraram as apostas nos jogos de futebol que, ao longo do ano passado, renderam 674 milhões de patacas (mais 155 milhões). Seguiram-se as apostas nos jogos de basquetebol, com 222 milhões (mais 37 milhões). Já as das corridas de cavalos mantiveram a tendência de descida pelo quinto ano consecutivo, com as receitas a sofrerem uma quebra na ordem dos 3 milhões face a 2017 para 104 milhões de patacas, no ano em que o contrato de concessão da Companhia de Corridas de Cavalos, que opera o Macau Jockey Club, foi prorrogado por 24 anos e meio até 31 de Agosto de 2042. No balanço da indústria de jogo de 2018 entram ainda as corridas de galgos, com apenas 23 milhões de patacas. As contas feitas reflectem apenas os primeiros dois trimestres, devido ao termo do prazo do contrato de concessão para a exploração, em regime exclusivo, das corridas de galgos, da Yat Yuen, em finais de Julho. Já as lotarias chinesas geraram receitas de 13 milhões (mais 3 milhões), registando o segundo pior desempenho da indústria do jogo, a seguir às lotarias instantâneas. O contrato de concessão com a Sociedade de Lotarias Wing Hing foi recentemente prorrogado por um ano, expirando no próximo dia 31 de Dezembro. Macau contava, no final do ano passado, com 6.588 mesas de jogo e 16.059 ‘slot machines’ distribuídas por um universo de 41 casinos, dos quais dois com actividade suspensa, de acordo com dados da DICJ.
Diana do Mar Manchete SociedadeJogo | Conflito comercial com os Estados Unidos pode beliscar domínio norte-americano As autoridades não vão querer desestabilizar o sector do jogo, mas as crescentes tensões entre China e Estados Unidos podem levar Macau a pôr um travão ao domínio dos casinos norte-americanos, antecipa a consultora Steve Vickers e Associados [dropcap]N[/dropcap]ão há dúvidas: “Macau não pretende desestabilizar o sector do jogo – a sua galinha dos ovos de ouro”. No entanto, a crescente escalada de tensões entre a China e os Estados Unidos “pode incitar Macau a diluir o domínio sectorial dos casinos norte-americanos e as não menos importantes ligações entre magnatas do jogo e o Partido Republicano”, do actual Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. É o que defende a consultora Steve Vickers e Associados, no mais recente relatório sobre a avaliação de riscos para 2019, recordando que, “afinal, os casinos norte-americanos assentam numa falha geopolítica”. A avaliação surge no contexto do futuro da indústria do jogo: “A actual ideia é a de que o Governo vai querer estender as concessões [da SJM e da MGM que expiram em Março de 2020] até 2022, de modo a lidar com todas de uma só vez, o que permitiria poupar tempo”. “O pouco que resta é manifesto”, diz o relatório, recordando que o Chefe do Executivo, Chui Sai On, que termina o segundo e último mandato em Dezembro, manteve o silêncio após ter prometido adiantar, em meados do ano passado, uma visão sobre o caminho a seguir. Não obstante, a consultora prevê que seja procurado um equilíbrio entre os dois pesos que figuram na balança: “O Governo vai avaliar tanto a economia como a geopolítica na hora de tomar uma decisão”. Mais chineses Neste âmbito, a consultora não descarta, por exemplo, uma postura mais proteccionista por parte das autoridades relativamente aos estrangeiros: “O Governo de Macau pode pedir que empresas chinesas comprem ou assumam negócios existentes [de casinos] ou talvez simplesmente recusar-se a conceder nova licença às actuais concessionárias”. “A tornar-se Chefe do Executivo, Ho [Iat Seng] poderia adoptar tal tipo de medida”, alerta. “Afinal, dispensou juristas portugueses da Assembleia Legislativa”, pelo que “poderia saudar” a predominância chinesa no sector do jogo, argumenta a consultora. De referir, porém, que como revelado na semana passada, a AL contratou uma juíza a Portugal para o cargo de assessora jurídica. A mesma função desempenhada por Paulo Cardinal e Paulo Taipa que deixaram a AL a 31 de Dezembro, após os seus contratos não terem sido renovados. O mundo do crime associado ao jogo também tem destaque no relatório, divulgado na quinta-feira. “A situação de segurança apresenta riscos separados e duradouros. O de maior relevância tem que ver com o envolvimento das tríades [na actividade] dos ‘junkets’, um problema perene que representa uma ameaça – tanto do ponto de vista do crime em si como da reputação – para os investidores”. A eventualidade de um atentado terrorista contra um casino figura igualmente como “uma preocupação crónica”, na perspectiva da consultora, apesar de “Macau ter recentemente dado alguns passos para limitar o perigo”. Do ponto de vista do ambiente político, não obstante a mudança de Governo, o cenário será de estabilidade em 2019, na medida em que um líder leal a Pequim “não enfrenta os mesmos desafios como em Hong Kong”, refere o documento, sinalizando que Ho Iat Seng figura então como o favorito para suceder no cargo a Chui Sai On. Ao nível da economia, a consultora recorda que o imposto de 35 por cento cobrado directamente sobre as receitas dos casinos representou mais de 80 por cento das receitas públicas, mas que o Produto Interno Bruto (PIB) abrandou, devido a uma menor procura interna na China, lembrando que o Governo também está a tentar afastar-se da elevada dependência da indústria do jogo para atender às exigências de Pequim relativamente à diversificação do tecido económico. “A política de Macau deve, portanto, manter-se estável, mesmo com um abrandamento da economia da China, mas os riscos geopolíticos que enfrentam as operadoras de jogo vão aumentar significativamente em 2019. Os investidores devem tomar nota”, conclui a consultora. No relatório, a consultora fundada por Steve Vickers, antigo chefe do Gabinete de Informações Criminais da Polícia de Hong Kong, avalia os riscos em 2019 em 12 países e territórios da Ásia, incluindo Macau, Hong Kong e China. Principais riscos em 2019 * Macau: Mudanças de liderança, economia vacilante e tensões na relação sino-americana vão traduzir-se em desafios para as operadoras de jogo estrangeiras Hong Kong: Política deve permanecer estável se alicerçada na autonomia local e no Estado de Direito. A economia vai enfraquecer com o abrandamento da China, mas mesmo assim a cidade vai reter o seu forte poder de atracção de negócios estrangeiros China: Apertados controlos no domínio da política e dos negócios, abrandamento da economia e elevadas fricções geopolíticas vão acarretar riscos significativos para as empresas Taiwan: Um Governo castigado, o fracasso em reavivar a economia e um aumento acentuado das tensões com a China significam que as perspectivas de Taiwan para 2019 se estão a deteriorar Japão: Política deve manter-se estável em 2019, mas a economia vai abrandar. Tensões entre a China e os Estados Unidos vão colocar Tóquio diante de um estratégico dilema, particularmente se as fricções sobre Taiwan se intensificarem Coreia do Sul: Uma perspectiva política sólida e a tentativa de reaproximação à Coreia do Norte constituem bons auspícios para 2019, apesar do abrandamento económico, das tensões entre China e Estados Unidos e da falta de confiabilidade de Pyongyang representar uma ameaça para esses ganhos Singapura: Transição de liderança, perspectivas económicas regionais mais frágeis e o intensificar das tensões na Ásia significam que o risco vai aumentar em 2019, ainda que a Cidade-Estado em si se mantenha estável Malásia: O novo Governo tem de lidar com divergências internas, suprimir divisões étnicas e assegurar a confiança na sua gestão económica. Ao fazê-lo vai passar no teste Tailândia: O mal-estar político vai crescer em 2019, à medida que a junta militar procura uma transição para a democracia guiada e enquanto a economia abranda Indonésia: Retórica desagradável vai espalhar-se à medida que se aproximam as eleições gerais, mas políticas sensíveis e a determinação em contestar o extremismo devem manter o país firme Filipinas: Estabilidade política e uma economia forte devem compensar a fraca governação e deficiências na segurança em 2019 Vietname: Um Governo estável e uma economia acelerada não devem desviar o país da sua exposição ao proteccionismo e aos desafios estratégicos Birmânia: Impotência administrativa, reformas económicas estancadas e inquietação sobre a retoma de conflitos são presságio do aumento dos riscos em 2019 Índia: As eleições de Maio prometem incerteza, mas a robustez económica um ambiente de segurança gerível devem fazer com que os riscos não aumentem significativamente * Segundo a Steve Vickers e Associados
Diana do Mar SociedadeMorgan Stanley antecipa quebra de 2% das receitas dos casinos em 2019 Analistas do Morgan Stanley prevêem que as receitas dos casinos fechem 2019 com uma quebra de dois por cento em relação ao ano passado devido nomeadamente a um desempenho insatisfatório do segmento VIP [dropcap]S[/dropcap]ão pouco animadoras as perspectivas do Morgan Stanley relativamente ao desempenho da principal indústria de Macau em 2019, com analistas a anteciparem uma diminuição das receitas dos casinos na ordem dos dois por cento. A suceder, seria a primeira quebra anual desde 2015. “Embora Macau tenha um historial de crescimento estrutural impulsionado pela fraca penetração e melhoria das infra-estruturas, vemos o abrandamento cíclico continuar em 2019”, diz uma nota, divulgada no domingo, pelo banco de investimento norte-americano, citada pelo portal especializado em jogo GGRAsia. Neste sentido, o Morgan Stanley mudou a sua perspectiva relativamente à indústria de jogo de Macau, considerando-a normal ao invés de “atractiva”. Pacote de factores Uma postura que justifica designadamente com a “apertada liquidez”, com “a pressão da aplicação integral da proibição de fumar no crescimento dos segmentos VIP e de massas ‘premium’”, bem como com “o potencial declínio nos lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações no primeiro trimestre do ano”. O Morgan Stanley antecipa agora uma quebra de dois por cento das receitas dos casinos – contra uma previsão inicial de crescimento de cinco por cento – motivada por uma diminuição de seis por cento do mercado VIP (contra um crescimento nulo) e um abrandamento da subida do segmento de massas para dois por cento (contra um aumento de nove por cento). A concretizar-se a estimativa do banco de investimento, os casinos devem fechar o ano com receitas de 296,7 mil milhões de patacas, contra 302,8 mil milhões apurados em 2018. Na mesma nota, o Morgan Stanley faz ainda referência ao futuro da indústria do jogo – que permanece uma incógnita –, apontando que a renovação dos contratos (os da SJM e da MGM expiram em 2020) continua a ser “um ponto-chave”, passível, aliás, de “manter os múltiplos de avaliação mais baixos do que as médias a longo prazo”.
Diana do Mar SociedadeReceitas dos casinos cresceram 14% em 2018 [dropcap]O[/dropcap]s casinos fecharam 2018 com receitas de 302.846 milhões de patacas, reflectindo um aumento de 14 por cento face a 2017, indicam dados publicados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Outubro figurou como o mês com o melhor desempenho (27.328 milhões), apesar de ter sinalizado a menor variação homóloga (+2,6%) num ano em que foram registadas crescimentos anuais de dois dígitos em oito de 12 meses. O maior aumento (+36,4%) teve lugar em Janeiro. Só em Dezembro, o terceiro melhor mês do ano, as receitas dos casinos totalizaram 26.468 milhões de patacas, traduzindo uma subida de 16,6 por cento, segundo os dados da DICJ. Trata-se do segundo ano consecutivo de aumento das receitas de jogo, depois de 2017 (+19,1%) ter invertido a tendência de queda registada nos três anos anteriores (-3,3%, em 2016, -34,3% em 2015 e -2,6% em 2014). O valor encaixado entre Janeiro e Dezembro supera amplamente as previsões orçamentais para o próximo ano. Segundo o Orçamento para 2019, o Governo, que normalmente adopta uma postura conservadora, espera arrecadar 91 mil milhões de patacas em impostos directos sobre o jogo, o que significa que estima que os casinos fechem 2019 com receitas brutas na ordem dos 260.000 milhões de patacas quando em todo o ano 2018 arrecadou mais de 302.000 milhões.
Diana do Mar PolíticaDeputados colocam em causa exequibilidade da interdição de entrada nos casinos Os trabalhadores da indústria de jogo vão deixar de poder frequentar os casinos fora do horário de expediente. A medida – que entra em vigor daqui a um ano – figura da proposta de alteração à lei do condicionamento da entrada, do trabalho e do jogo nos casinos, aprovada ontem, na especialidade. Os deputados manifestaram, porém, dúvidas quanto à exequibilidade da aplicação e receios de que abra a porta a eventuais despedimentos [dropcap]N[/dropcap]os casinos só para trabalhar. Foi aprovada ontem, na especialidade, a proposta de lei que interdita os trabalhadores da indústria de jogo de frequentarem casinos fora do horário de expediente. A medida, que entra em vigor dentro de um ano, vai abranger um universo de 54 mil pessoas. Apesar de compreenderem a intenção legislativa que vai no sentido de diminuir o vício do jogo que, segundo estudos oficiais, afectam com maior incidência os trabalhadores do sector, os deputados levantaram uma série de dúvidas, desde logo no que toca à forma como vai ser executada a lei. Esta “mudança radical” de alargar o número de pessoas interditas de entrar nos casinos “vai acarretar muita pressão ao nível da implementação da lei”, afirmou Pereira Coutinho, lembrando que, além dos 54 mil trabalhadores da indústria do jogo, o diploma proíbe a entrada de pessoas interditas, a somar ainda aos aproximadamente 40 mil funcionários públicos que apenas podem ir ao casino pelo Ano Novo Chinês. “Quem é que dentro da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) vai aplicar a lei no terreno? Quantos inspectores temos?”, questionou o deputado, colocando em causa a capacidade da DICJ para fiscalizar até porque já sofre de “falta de pessoal”. Pereira Coutinho deu, aliás, exemplos de inspectores que têm de “cobrir” vários casinos, elencou as diversas funções que lhes são atribuídas, como ao nível do controlo do tabagismo, falando até da “luta interna” que se verifica no seio da DICJ na hora de marcar férias. Como funciona? Também Angela Leong pôs o dedo na ferida: “Os trabalhadores não podem entrar nos casinos, mas temos um problema. Como funciona?” “Muitas pessoas estão preocupadas com a exequibilidade da proposta porque agora tudo é feito a olho nu”, afirmou a também directora executiva da Sociedade de Jogos de Macau, dando o exemplo do controlo da entrada dos menores de 21 anos. Na réplica aos deputados, o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, reconheceu que, “com evolução do sector”, o pessoal da DICJ “é um pouco escasso”, mas que o seu universo será reforçado, prometendo acelerar o recrutamento “para fazer face as necessidades”. O director da DICJ, Paulo Martins Chan, complementou, sustentando que a fiscalização tem diferentes “modalidades”, incluindo uma nova que passa pela linha aberta durante 24 horas para denúncias, que irá permitir “uma melhor execução da lei”, manifestando ainda confiança de que os cidadãos estarão “conscientes” das novas regras. Castigo à vista Outra preocupação manifestada teve que ver com a possibilidade de os funcionários virem a ser perseguidos, após infringirem a lei, ao ponto de poderem ser despedidos. “As pessoas preocupam-se que ponha em causa emprego”, observou Leong Sun Iok, pedindo garantias de que tal não vai suceder, dado que, apesar de o Governo negar, “na prática”, existe “uma lista negra” de trabalhadores dos casinos. “De que medidas dispõe para assegurar que as empresas não abusam?”, questionou o deputado dos Operários. Lionel Leong foi taxativo na resposta: “A intenção legislativa não é estigmatizar pessoas. Nunca pretendemos afectar ou discriminar qualquer trabalhador. Podem ficar descansados”. O secretário para a Economia e Finanças afirmou ainda que, no futuro, vão ser levadas a cabo “acções de sensibilização” de modo a que os trabalhadores fiquem a conhecer a lei e as consequências de entrarem nos casinos”, com o director da DICJ a deixar claro que a sanção por uma eventual infracção não tem cariz disciplinar nem pode levar as concessionárias a avançar para um eventual despedimento, sendo apenas “pecuniária”, ainda que possa ser aplicada uma pena acessória. À luz do diploma, quem violar a lei é punido com multa de 1000 a 10000 patacas. Outros deputados, como Au Kam San, questionaram ainda a razão pela qual não se proíbe apenas o acto de jogar ao invés da entrada nos casinos propriamente dita, dado que muitos funcionam em ‘resorts’ integrados, que têm outra oferta, como lojas ou restaurantes. “Se entrarem pode ser um factor que atrai, podendo levá-los a enveredar pelo caminho do jogo e, por isso, não os queremos a deambular”, justificou o Governo. À luz do regime actual, os trabalhadores da indústria de jogo encontram-se apenas proibidos de jogar nos casinos explorados pela respectiva entidade patronal, mas podem tentar a sorte nos restantes fora do horário de expediente.
Sofia Margarida Mota PolíticaDeputados acreditam no Governo e não pediram dados sobre vício de jogo O parecer sobre a proposta de alteração à lei sobre o condicionamento da entrada de trabalhadores do sector nas salas de jogo fora do horário de trabalho foi ontem assinado. Apesar das dúvidas dos deputados quanto a uma possível restrição dos direitos e liberdades individuais, o Governo mostrou-se inflexível e argumentou pela urgência da legislação [dropcap]T[/dropcap]erminou a discussão na especialidade da proposta de alteração à lei sobre o condicionamento da entrada de trabalhadores do sector do jogo. Isto apesar de alguns deputados considerarem que o diploma “envolve restrições aos direitos e liberdades das pessoas e constitui uma limitação para os trabalhadores de determinadas indústrias”, referiu ontem o presidente da 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, Ho Ion Sang, em conferência de imprensa depois da reunião de assinatura do parecer. O Governo argumentou a necessidade de aprovar o diploma com a urgência na alteração legislativa, que passa a prever a total proibição dos trabalhadores do sector dentro dos espaços de jogo dos casinos fora do seu horário laboral. Outra das razões fornecidas foram os dados do Sistema de Registo Central dos indivíduos afectados pelo distúrbio do vício do jogo. De acordo com estes elementos estatísticos, “entre 2011 e 2016, os croupiers e os trabalhadores do sector do jogo foram as classes profissionais mais afectadas pelo distúrbio do vício do jogo e, em 2017, os croupiers continuam a ser a maioria”, apontou Ho Ion Sang citando o parecer assinado ontem. Além disso, em relação aos indivíduos que solicitaram assistência na Casa da Vontade Firme, a instituição ligada ao Instituto de Acção Social (IAS) que presta apoio a pessoas com problemas de vício do jogo, os funcionários do sector também ocupam “um determinado peso”, aponta o parecer. Números contraditórios Apesar deste argumento, recorde-se que os números fornecidos pelo Sistema de Registo Central apontam no sentido da diminuição do número de croupiers a solicitar apoio nesta matéria. De acordo com o relatório do Sistema de Registo Central dos indivíduos afectados pelo distúrbio do vício do jogo de 2013, “de entre os indivíduos que pedem apoio e que trabalham, em cada quatro indivíduos, um deles desempenha a função de ‘dealer’”, aponta o documento. A proporção representa uma taxa de pedidos de ajuda na ordem dos 25 por cento. Já em 2014 e 2015 o mesmo relatório aponta para uma redução dos pedidos vindos por parte dos trabalhadores do sector, fixando-se em 20 por cento. Nos anos de 2016 e 2017 o número cai para cerca de metade, sendo que, apontam os referidos relatórios, “de entre os indivíduos que pedem apoio e que trabalham, mais de 10 por cento desempenha a função de ‘dealer’”, lê-se. Os deputados acabaram por concordar com as explicações do Governo sendo que, admitiu ontem Ho Ion Sang, não tiveram acesso nem solicitaram “informação pormenorizada”, acerca desta matéria. De acordo com o parecer, vão ser abrangidos por esta proposta cerca de 46 mil trabalhadores. A proposta prevê ainda um período transitório de um ano de modo a minimizar “as inconveniências” que a restrição possa acarretar para os trabalhadores do sector e para que se “adaptem, passo a passo, à referida interdição”, aponta o parecer. Por outro lado, aponta o Governo, “embora tenha algumas influências nos direitos e liberdades das pessoas em questão, certo é que se trata de uma restrição ao acesso a certas áreas, não constituindo, por si só, uma limitação aos direitos fundamentais”, defende o Executivo.
Diana do Mar PolíticaJogo | Governo descarta hipótese de não residentes exercerem função de ‘croupier’ A função de ‘croupier’ vai continuar a ser desempenhada exclusivamente por residentes. A garantia foi dada ontem pelo secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, que deixou claro que a possibilidade de contratação de trabalhadores não residentes é uma carta fora do baralho [dropcap]A[/dropcap] regra não escrita relativamente aos ‘croupiers’ vai manter-se inalterada, ou seja, dar cartas nos casinos vai continuar a ser uma profissão exercida em exclusivo por residentes de Macau. Isto porque o Governo descartou ontem a possibilidade de serem contratados trabalhadores não residentes para exercerem esse cargo – como proposto na véspera no seio do Conselho para o Desenvolvimento Económico. “O Governo da RAEM está firme na posição de manter a política de não importação de trabalhadores não residentes para as funções de ‘croupier’”, afirmou o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, aos jornalistas, à margem de um evento. O Governo “continuará a promover o desenvolvimento saudável do sector de jogo e reforçará a capacidade de promoção profissional e a mobilidade horizontal dos trabalhadores residentes”, sublinhou, citado num comunicado oficial. A hipótese de serem contratados trabalhadores não residentes para o cargo de ‘croupier’ foi sugerida na terça-feira durante a reunião do Conselho para o Desenvolvimento Económico, presidido pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On. A informação foi adiantada pelo chefe da secção para o estudo das políticas de recursos humanos do Conselho para o Desenvolvimento Económico, Vong Kok Seng, que deu conta de que durante o encontro, à porta fechada, foi referida a existência de uma grande procura por ‘croupiers’, bem como um potencial aumento no quadro da expansão da indústria do jogo. Um cenário que levou alguns membros do órgão consultivo a alertar para a dificuldade de o mercado de trabalho local satisfazer essa procura e, por conseguinte, a propor a possibilidade de ser fixada uma quota para trabalhadores não residentes para suprir a eventual falta de recursos humanos disponíveis para ocupar o cargo de ‘croupier’. O secretário para a Economia e Finanças, que também esteve presente no encontro do órgão consultivo do Governo, afirmou que, como habitual, os membros dos diferentes sectores expressaram as suas opiniões e sugestões sobre o desenvolvimento económico de Macau nas diversas vertentes. No entanto, como ressalvou, os representantes do Governo não deram qualquer resposta a essas opiniões e sugestões, indicando que estas serão posteriormente analisadas integralmente. Política permanente Contudo, no caso concreto das propostas relativamente aos ‘croupiers’, Lionel Leong foi buscar palavras do Chefe do Executivo, recordando que Chui Sai On afirmou, por diversas vezes, a posição do Executivo de manter o cargo vedado a trabalhadores não residentes, uma política que descreveu como “permanente” da RAEM, que “não está sujeita a alteração”. Os casinos de Macau contavam, no final do ano transacto, com 24.453 ‘croupiers’, cuja remuneração média correspondia a 19.850 patacas, segundo dados oficiais. A ideia de serem contratados trabalhadores não residentes para o cargo foi avançada no passado e, em 2013, por exemplo, levou mesmo milhares de trabalhadores do sector a saírem à rua em protesto. Os funcionários dos casinos reagiram aos rumores que corriam no seio da indústria do jogo de que não haveria mão-de-obra local para preencher as posições de ‘croupier’ face aos casinos que estavam projectados para a ‘strip’ do Cotai.
Hoje Macau SociedadeJogo | Ambrose So quer 500 mesas no Grand Lisboa Palace [dropcap]O[/dropcap] director executivo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Ambrose So, espera que as obras do hotel e casino Grand Lisboa Palace estejam terminadas até 2019. Por outro lado, existe a expectativa que nos primeiros seis meses do próximo ano haja condições para pedir uma licença de funcionamento junto das autoridades. Segundo o Jornal do Cidadão, o director executivo quer pedir ao Governo entre 300 e 500 mesas de jogo, de acordo com os planos existentes para o Grand Lisboa Palace. Além disso, o responsável adiantou que está actualmente a recrutar trabalhadores e vai organizar parte dos funcionários contratados para o novo projecto. Questionado sobre a taxa de ocupação dos quartos de hotéis com a chegada do Natal, Ambrose So revelou que é elevada e que acredita que a abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau vai levar ao aumento do número de clientes, assim como a uma maior taxa de ocupação dos hotéis nos feriados. So afirmou ainda que espera que os aumentos da ocupação se reflictam nas receitas de jogo. Durante a Marcha por Um Milhão, o director executivo da SJM disse ter muita confiança no futuro e que a SJM vai ter a licença renovada. O investimento no Grand Lisboa Palace foi apontado como a principal razão da confiança.
Diana do Mar SociedadeReceitas dos casinos cresceram 8,5 por cento em Novembro [dropcap]O[/dropcap]s casinos fecharam o mês de Novembro com receitas de 24,995 milhões de patacas, mais 8,5 por cento que em igual período do ano passado, indicam dados publicados, no sábado, pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). No acumulado de Janeiro a Novembro, os casinos encaixaram receitas de 276,378 milhões de patacas, mais 13,7 por cento do que nos primeiros onze meses de 2017. O crescimento de Novembro superou o de Outubro (2,6 por cento), mas as receitas ficaram bastante aquém daquele que foi mês que conquistou o melhor desempenho dos últimos quatro anos (27,328 milhões de patacas). Em termos acumulados, as receitas dos primeiros 11 meses ultrapassaram o arrecadado em todo o ano passado (265,743 milhões de patacas). O valor encaixado entre Janeiro e Novembro também supera amplamente as previsões orçamentais para o próximo ano. Segundo a proposta de lei de Orçamento para 2019, o Governo, que normalmente adopta uma postura conservadora, espera arrecadar 91 mil milhões de patacas em impostos directos sobre o jogo, o que significa que estima que os casinos fechem 2019 com receitas brutas na ordem dos 260.000 milhões de patacas.
Sofia Margarida Mota PolíticaJogo | Criada linha para denunciar trabalhadores que estejam em casinos fora do expediente Vai ser criada uma linha telefónica exclusiva para a denúncia de funcionários do sector do jogo que se encontrem em casinos fora do horário de trabalho. A medida foi anunciada ontem por Ho Ion Sang, após a última reunião de análise na especialidade da proposta de alteração à lei do condicionamento da entrada de trabalhadores do jogo nos casinos [dropcap]A[/dropcap] Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) vai criar uma linha telefónica exclusiva para denúncias de suspeitas de trabalhadores do sector jogo que estejam dentro de casinos fora do seu horário de trabalho. A medida foi ontem anunciada pelo presidente da 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, Ho Ion Sang, no final da última reunião de discussão na especialidade da proposta de alteração à lei do condicionamento da entrada dos trabalhadores do jogo nos casinos. “Já existe uma linha de denúncias, mas esta que vai ser criada será exclusiva para queixas de suspeitas de trabalhadores que estejam em casinos de forma irregular”, revelou Ho. A linha estará aberta 24 horas por dia, sendo que “no horário de trabalho é atendida por operadores, enquanto nos períodos nocturnos as queixas serão gravadas” acrescentou o presidente da comissão. A medida integra um conjunto de três acções que pretendem promover a fiscalização da entrada de trabalhadores do sector do jogo em casinos. Além da linha telefónica, a DICJ vai ainda fazer uma lista com os nomes de possíveis suspeitos e alertar as concessionárias para estarem atentas aos trabalhadores que possam estar ilegais nas salas de jogo, até porque “as concessionárias e subconcessionárias dominam bem a identidade dos seus trabalhadores”, disse o deputado. Contas certas Foram ainda esclarecidas na reunião de ontem as regras para a reversão de prémios e de receitas das apostas feitas por trabalhadores do sector joguem ilegalmente. Neste sentido, quem obtiver ganhos, quer seja a operadora ou o jogador, os valores revertem a favor da RAEM. De acordo com Ho Ion Sang, este ponto da proposta foi clarificado de modo a “permitir uma melhor execução da lei”, explicou. Outro esclarecimento que esteve na agenda da comissão foi procurar saber como seriam tratados os casos de trabalhadores que, depois de saírem do serviço, tenham por “motivo de urgência” de regressar ao casino sem incorrer em infracção. Ho Ion Sang apontou o exemplo de “o esquecimento de um telemóvel”. Para resolver a situação, o Governo garantiu que as operadoras vão ter tempo para se preparar para este tipo de situações e que poderão criar condições, como corredores específicos para trabalhadores e depósitos de objectos, que evitem a entrada do funcionário no casino. A fase seguinte do processo legislativo é a elaboração de parecer que deverá estar pronto, de acordo com Ho, no próximo mês de Janeiro.
Diana do Mar PolíticaOrçamento | Esperados 91 mil milhões em impostos directos sobre o jogo em 2019 [dropcap]O[/dropcap]Governo espera arrecadar, no próximo ano, 91 mil milhões de patacas em impostos directos sobre o jogo, ou seja, pouco mais de 10 por cento do que o Orçamento para 2018. Com efeito, regra geral, o Executivo adopta uma postura conservadora relativamente às previsões orçamentais, tanto que, até Setembro, a taxa de execução dos impostos directos sobre o jogo correspondia, a três meses do fim do ano, a 97,5 por cento. Dado que, à luz da proposta de lei do Orçamento para o próximo ano, divulgada ontem, o Governo antecipa encaixar 91 mil milhões de patacas e uma vez que cobra 35 por cento de impostos sobre as receitas brutas de jogo, tal significa que prevê que os casinos de Macau fechem 2019 com receitas na ordem das 260 mil milhões de patacas. Para se ter uma ideia, nos primeiros nove meses deste ano, as receitas acumuladas de jogo atingiram 251.383 milhões de patacas. A proposta de Orçamento para 2019 prevê que as receitas globais da RAEM ascendam a 122,3 mil milhões de patacas e que as despesas atinjam 103,3 mil milhões de patacas. A Administração espera assim terminar 2019 com um ‘superavit’ de 19,04 mil milhões de patacas, contra os 9,55 mil milhões de patacas previsto no Orçamento para este ano.
Andreia Sofia Silva SociedadeSalas VIP | Junkets querem legalizar devolução de empréstimos na China O grupo Tak Chun e o grupo David, que operam salas VIP em casinos, exigem que o processo de devolução de empréstimos a devedores de jogo seja legalizado na China. Os dirigentes das empresas junket deixam de lado, para já, a hipótese de concorrer a uma licença de jogo [dropcap]O[/dropcap]s directores do grupo Tak Chun e do grupo David defenderam na feira de jogo “MGS Entertainment Show” a legalização do processo de devolução de empréstimos no interior da China em caso de incumprimento por parte dos jogadores, devido às dificuldades enfrentadas pelo sector VIP. De acordo com o jornal Ou Mun, Levo Chen, dirigente máximo do grupo Tak Chun, espera que o Governo apoie esta regulamentação, uma vez que, no passado, alguns operadores de salas VIP acabaram por falir por não conseguirem recuperar dívidas incobráveis. Wong Soi Ian, do grupo David, apontou que em Macau existe uma lei que regula o processo de devolução de empréstimos, mas que os procedimentos demoram muito tempo. Em alguns casos, devido ao elevado número de empréstimos por pagar, as empresas acabaram mesmo por fechar portas. Contudo, esse tipo de legislação não existe no interior da China, o que dificulta o processo. Questionados sobre a possibilidade de virem a concorrer a uma licença de jogo aquando da realização do concurso público, os empresários não deram certezas. “Para já não tenho a ideia de concorrer a uma licença de jogo”, frisou Levo Chun. Wong Soi Ian acrescentou que, “para já, as informações do Governo relativas às licença de jogo são poucas”. Dificuldades VIP Levo Chen frisou que, nos últimos tempos, o sector VIP tem enfrentado dificuldades, tais como a existência de custos elevados de manutenção do negócio e quebra nos lucros. Questionado sobre o futuro valor dos impostos sobre o jogo, o director do grupo Tak Chun defendeu que reduzir a percentagem do imposto poderia melhorar os serviços e fomentar o desenvolvimento saudável do sector. Wong Soi Ian adiantou que o Governo não tem apoiado o sector VIP que tem contribuído em grande parte para as elevadas receitas dos casinos, o que faz com que se registem cada vez mais dificuldades neste tipo de operação. A empresária defendeu que o Executivo deve avançar com um mecanismo que estabeleça uma articulação entre as receitas obtidas com os impostos e as dívidas de jogo incobráveis. Os dois empresários acrescentaram ainda que, caso as receitas do jogo não desçam nos próximos meses, pode registar-se uma estabilidade no sector VIP dos casinos.
Hoje Macau MancheteGigantes norte-americanos do jogo garantem mais de metade das suas receitas em Macau [dropcap]M[/dropcap]ais de metade das receitas dos três gigantes norte-americanos do jogo provêem de Macau e não dos Estados Unidos. A Las Vegas Sands, MGM Resorts e o grupo Wynn Resorts apresentaram no terceiro trimestre do ano receitas em Macau de cerca de 4,05 mil milhões de dólares: um montante que representa 55,6% dos resultados globais que incluem o valor assegurado nos EUA. Ao todo, os três grupos arrecadaram no terceiro trimestre 8,05 mil milhões de dólares nas operações em Macau, Estados Unidos e nos restantes países onde têm investimentos. Dos três, o MGM foi o único que registou mais ganhos nos Estados Unidos do que em Macau: 2,39 mil milhões de dólares ganhos com os 15 ‘resorts integrados’ do grupo nos Estados Unidos, contra 606 milhões nos dois empreendimentos naquele território asiático. Apesar disso, o ‘resort integrado’ do grupo com mais receitas foi o MGM Macau (434 milhões de dólares). Já a Wynn Resorts registou, em Macau, 76,4% do total das receitas do grupo no terceiro trimestre (1,7 mil milhões de dólares). Finalmente, a Las Vegas Sands obteve 3,37 mil milhões de dólares de receitas. Destas, 63,8% resultam das operações do grupo em Macau. Nos EUA o grupo arrecadou 444 milhões de dólares e em Singapura, através do seu ‘resort integrado’ Marina Bay Sands, 766 milhões de dólares entre julho e setembro de 2018. “O desenvolvimento do jogo na Ásia esmaga o resto do mundo”, disse o analista de jogo Grant Govertsen, director-executivo da Union Gaming, no início do mês. Num evento promovido pela Associação Comercial Britânica em Macau (BBAM, na sigla inglesa), Grant Govertsen apresentou dados que estimam que entre 2015 e 2021 vão ser investidos pelos operadores de jogo em Macau mais de 28 mil milhões de dólares em novas infraestruturas. Destes, mais de 10,5 mil milhões têm origem em investimento norte-americano. Em resposta à Agência Lusa, o fundador da Newpage Consulting, consultora especializada em regulação de jogos no território, afirmou que no global “as receitas de jogo em Macau são pelo menos três vezes maiores do que em Nevada, Estados Unidos”. Os casinos de Macau apresentaram receitas brutas acumuladas nos dez primeiros meses do ano de 251.383 milhões de patacas, um aumento de 14,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados oficiais divulgados.
João Santos Filipe SociedadeWynn admite contracção no mercado VIP e acções afundam O director-executivo da Wynn, Matthew Maddox, diz que o jogo VIP está a contrair e a quebra nas acções não se fez esperar. Só na bolsa de Hong Kong, os títulos da concessionária registaram uma quebra de quase 10 por cento [dropcap]A[/dropcap]operadora Wynn está a sentir uma “contracção” nas receitas do jogo em Macau nos segmentos VIP e premium de massas, ou seja entre as camadas do mercados que apostam valores mais elevados. A tendência começou após a Semana Dourada, que decorreu entre 1 e 8 de Outubro, e o facto foi revelado, ontem, durante a apresentação dos resultados da empresa. “Assistimos a um abrandamento após a Semana Dourada, principalmente nos segmentos de topo do mercado, nomeadamente no segmento premium de massas, premium de slot machines e VIP, que são as fontes da maioria das nossas receitas”, afirmou Matthew Maddox, director executivo da empresa. “Não estamos a antecipar uma perda de quota do mercado ao longo do quarto trimestre, mas achamos que as receitas nos segmentos mais altos do sector estão mais fracas e por isso estamos a esperar um abrandamento”, acrescentou. Contudo, Matthew Maddox afastou qualquer comparação com o período de 2014, quando começou a recessão no sector do jogo devido à campanha anti-corrupção de Xi Jinping. “O sentimento é muito diferente de 2014”, frisou. As causas do abrandamento do jogo não foram abordadas, nem Maddox referiu em algum momento a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que se espera que afecte as duas economias. Por outro lado, o director-executivo da operadora de jogo defendeu que Macau vai continuar a ser o melhor mercado para estar e que a “contracção”, segundo as palavras do mesmo, será passageira. “Este abrandamento é definitivamente temporário. O crescimento de Macau está vivo e vai continuar na direcção certa. E nós estamos bem posicionados para aproveitar esse crescimento nos próximos cinco anos”, apontou. Ao HM, Albano Martins reconheceu que poderá haver uma redução conjuntural, mas que a nível estrutural, de acordo com as informação disponibilizadas pelo Governo, apenas se vê uma desaceleração do crescimento. Porém, sublinhou que as receitas absolutas estão em níveis muito mais elevados do que durante o período de contracção. Impacto na bolsa Durante a apresentação dos resultados, Matthew Maddox sublinhou por várias vezes as perspectivas positivas para o mercado de Macau. Contudo, a bolsa de Hong Kong teve uma reacção negativa às declarações. Ontem, os títulos da Wynn Macau registaram uma quebra de 9,74 por cento para os 17,060 dólares de Hong Kong. Esta tendência alastrou-se às outras operadoras presentes na bolsa do território vizinho, que registaram quebras entre 3,15 por cento e 4,71 por cento. Em relação aos resultados para o terceiro trimestre, a subsidiária de Macau da Wynn Resorts teve lucros de 223,5 milhões de dólares norte-americanos, uma subida de 148 por cento, face ao valor de 89,99 milhões registado no mesmo período do ano passado. Mais 1.300 quartos em 2020 Até 2020, a Wynn espera começar as obras de construção de mais duas torres no Cotai, naquela que será a segunda fase do hotel e casino Wynn Palace. O objectivo é aumentar o número de quartos de 1.700 para 3.000. Expansão que a empresa espera permitir passar a barreira dos mil milhões de dólares norte-americanos em termos de receitas antes de impostos.
Hoje Macau SociedadeDore e Wynn perdem no TSI em caso de depósito de fichas em sala VIP [dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) deu razão a um homem da China, que não conseguiu reaver as fichas vivas, no valor de seis milhões, que tinha depositado na Dore, promotora de jogo que operava no Wynn. Segundo a edição de ontem do Ou Mun, o TSI decidiu que a Dore e a Wynn são solidariamente responsáveis pela perda do indivíduo, determinando que têm de o indemnizar com juros. O jornal, que não refere a data do veredicto, indica que o caso remonta a Junho de 2015 quando o homem fez o referido depósito através de um ex-chefe da tesouraria contratado pela Dore e se viu, meses depois, impossibilitado de o levantar. O homem avançou com uma acção para o Tribunal Judicial de Base (TJB) que lhe deu parcialmente razão, tendo depois recorrido para o TSI.
Hoje Macau PolíticaJogo | Lionel Leong frisa necessidade de indústria forte [dropcap]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, diz que o Governo tem dois objectivos para o sector do jogo: reforçar a estabilidade do sector com a aposta na vertente não-jogo e a criação do Centro Mundial de Turismo e Lazer. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Leong não quis comentar a possibilidade das licenças de jogo fazerem parte das Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2019, preferindo falar genericamente do sector. Em 2020, a concessão da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) chega ao fim, assim como da subconcessionária, MGM China, e não há novidades sobre se haverá renovação ou um novo concurso. Em relação aos resultados do jogo para este ano, Lionel Leong disse esperar uma temporada melhor do que a anterior, apesar de reconhecer que se vivem tempos de grande instabilidade política.
Hoje Macau SociedadeReceitas de jogo superiores a 27 mil milhões de patacas em Outubro [dropcap]O[/dropcap]s casinos de Macau fecharam o mês de Outubro com receitas de 27.328 milhões de patacas, mais 2,6 por cento que no período homólogo de 2017, anunciaram as autoridades do território. Em Outubro do ano passado, as receitas dos casinos tinham atingido 26.633 milhões de patacas, de acordo com os dados publicados na página online da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Em relação ao mês de Setembro, as receitas dos casinos em Outubro deste ano subiram cerca de 5.376 milhões de patacas. As receitas brutas acumuladas nos dez primeiros meses do ano totalizaram 251.383 milhões de patacas, um aumento de 14,3 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados oficiais.
Hoje Macau Manchete SociedadeIndianos querem mais casinos e fazer de Goa “Macau da Índia” [dropcap]O[/dropcap] analista de jogo Grant Govertsen disse que o Governo indiano quer mais casinos em Goa e já pediu aos operadores para começarem a construir ‘resorts integrados’ em Macau, para a tornar no “próximo Macau”. Num evento promovido pela Associação Comercial Britânica em Macau (BBAM, na sigla inglesa), o director Executivo da Union Gaming afirmou que o Governo indiano “pediu aos casinos para começarem a construir ‘resorts integrados’ em Goa” para fazer de Goa “Macau da Índia”. Grant Govertsen apontou para o grande potencial de jogo da Índia e que está subvalorizado: “Os jogos de casinos ainda estão embrionários [na Índia], representam apenas 200 milhões de dólares, apesar de terem uma população de 1,3 mil milhões de pessoas”. Os casinos em Goa estão geralmente localizados em barcos fluviais e os que estão em terra não são para já apelativos para os milionários indianos, sublinhou o analista. “O Governo não quer mais barcos fluviais e quer que os casinos se desloquem para terra”, afirmou o director executivo da Union Gaming. Na opinião do analista, os operadores de jogo que não entraram em Macau, quando o jogo foi liberalizado no início do milénio, “não querem perder o barco” de Goa e querem apostar naquele que poderá ser o “próximo Macau”. “O desenvolvimento do jogo na Ásia esmaga o resto do mundo”, apontou o analista. Riscos asiáticos O Japão, Coreia, Vietname, Tailândia, Camboja, Laos, Myanmar e Filipinas, são na opinião de Grant Govertsen as principais ameaças ao monopólio do jogo em Macau. “O Japão representa a maior oportunidade para qualquer operador de jogo”, apontou Govertsen. “Vai haver um risco real para Macau”, mas só depois 2025, a data prevista para o arranque dos casinos no Japão. O parlamento nipónico aprovou em Julho uma lei que permite a abertura de três casinos e várias operadores de Macau já demonstraram interesse garantir uma licença no Japão. “O relacionamento especial entre o Japão e os EUA pode ajudar os operadores norte-americanos”, como a MGM Resorts. Das seis operadoras em Macau, a Las Vegas Sands, a Wynn e MGM têm a maioria de capital norte-americano. “Acreditamos que a Las Vegas Sands, MGM (…) e a Melco Resorts estão entre os operadores de casinos com maior probabilidade de obter uma licença no Japão”, disse à Lusa, em julho, a analista da Bloomberg, especialista no jogo na Ásia, Margaret Huang. Nesse mesmo mês em resposta a agência Lusa, a operadora de jogo em Macau Galaxy Entertainment Group demonstrou todo o interesse em conseguir uma das três vagas existentes. A aposta no Japão acontece no momento em que as licenças de jogo em Macau terminam entre 2020 e 2022. Até à data não é conhecido um calendário para a revisão das licenças, nem é claro se será mantido o modelo de concessões e sub concessões. “Tenho dificuldade em acreditar que vá haver alguma mudança [nas concessões] com o actual Governo”, afirmou Govertsen. “Os investidores estão muito focados nas concessões e claro que estão a pensar que a guerra comercial entre os EUA e a China pode não ser bom para os operadores norte-americanos” e por essa razão, o analista da Union Gaming acredita que receios as autoridades de Macau só vão tomar uma decisão em relação às concessões “daqui a sete ou mais anos”.
Victor Ng Manchete SociedadeSugerida proibição do acesso de funcionários dos casinos apenas nas zonas de jogo [dropcap]C[/dropcap]loee Chao, líder da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo, está a organizar uma acção de recolha de assinatura online contra a proibição de entrada dos trabalhadores dos casinos de entrarem nesses locais fora do horário de trabalho. Em declarações ao HM, a presidente referiu que concorda com a intenção original desta política para ajudar os trabalhadores viciados no jogo. Mas tendo em conta que vários estabelecimentos com muita adesão da população se situam dentro dos casinos, essa medida pode trazer inconvenientes aos trabalhadores ligados ao jogo. “A verdade é que que se não podemos entrar nos casinos pode ser algo muito inconveniente para nós. Será que quando tivermos a necessidade de voltar atrás porque nos esquecemos de algum objecto, por exemplo, também estamos a violar a lei?”, questionou. Por essa razão, Cloee Chao sugere que fora do horário de trabalho os funcionários dos casinos sejam proibidos de entrar apenas nas zonas onde estão localizadas as mesas de jogo. Segundo a presidente, a recolha de assinaturas continua até este sábado, sendo que para já foram recolhidas cerca de 300 assinaturas. O resultado vai ser depois apresentado junto do Chefe do Executivo.
Diana do Mar PolíticaOito mil ‘junkets’ abrangidos pela interdição de entrada em casinos [dropcap]A[/dropcap]pós o anúncio de que a interdição de entrada nos casinos fora do horário de trabalho vai ser alargada aos promotores de jogo, vulgarmente conhecidos como ‘junkets’, foi revelado ontem o universo de funcionários em causa: oito mil. O número foi facultado pelo Governo à 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), que analisa o diploma em sede de especialidade. Os ‘junkets’ vão juntar-se assim aos 46 mil funcionários das operadoras de jogo que prestam serviço nos casinos, designadamente nas mesas ou máquinas de jogo, caixas de tesouraria, relações públicas, restauração, limpeza e segurança, abrangidos pela interdição à luz da proposta de alteração à lei relativa ao condicionamento da entrada, do trabalho e do jogo. Áreas que servem igualmente de bitola para os trabalhadores ao serviço dos ‘junkets’. A estimativa foi fornecida por uma associação ao Governo – definida como tendo a “maior representatividade” no seio do sector – e que, segundo o presidente da 1.ª Comissão Permanente da AL não levantou objecções. Desconhece-se, porém, a proporção que ocupam esses oito mil no universo dos ‘junkets’, com Ho Ion Sang a reconhecer não dispor de tais dados. Este ano, segundo a lista publicada pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), estavam autorizados a exercer a actividade 109 (empresas e indivíduos), mas não se sabe, no entanto, quantas pessoas empregam. Outro ponto abordado tem que ver com o novo artigo que prevê a apreensão cautelar de fichas ou outros benefícios ganhos pelas pessoas interditas de entrar e jogar nos casinos. Uma medida que, na apresentação do diploma, foi justificada com a intenção de tornar mais rápida a reversão dos montantes a favor da RAEM, evitando a necessidade de consentimento dos visados. Segundo Ho Ion Sang, o Governo prometeu “tentar clarificar” a norma, em particular os montantes passíveis de apreensão, perante a dificuldade nos cálculos. Neste âmbito, os deputados levantaram ainda o problema da comissão, ou seja, quando o montante apostado por alguém interdito é pertença de outrem, explicou Ho Ion Sang, dando o exemplo do recurso a uma conta de uma bate-fichas. “Na proposta de lei não há qualquer norma que regule a matéria”, observou, indicando que os deputados esperam que “o Governo defina regras para este tipo de situações”.
João Santos Filipe PolíticaJunkets fora do horário de trabalho proibidos de entrar em casinos [dropcap]O[/dropcap]s promotores de jogo, também conhecidos como junkets ou bate-fichas, vão ficar impedidos de entrar nos casinos quando não estiverem a trabalhar. É esta a proposta apresentada pelo Governo à 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, que está a analisar as alterações à lei que define as classes profissionais proibidas de entrar nos casinos. A revelação foi feita, ontem, pelo presidente da comissão, o deputado Ho Ion Sang. “A nova proposta entregue pelo Governo delimita claramente os sujeitos que ficam proibidos de entrar nos casinos, que são os empregados das concessionárias que trabalham nas mesas de jogo, que trabalham nas máquinas de jogo, empregadores da restauração e limpeza”, começou por explicar o legislador. “Os trabalhadores dos promotores de jogo também ficam proibidos de entrar nos casinos fora do horário de trabalho”, frisou. Segundo Ho Ion Sang, a proposta tem o apoio dos deputados da comissão e ainda das associações de junkets. “O Governo disse que incluiu os promotores de jogo depois de entrar em contacto com as associações do sector, que se mostraram preocupadas com o problema do vício do jogo”, justificou. O número de pessoas afectadas pela medida no sector não foi revelado, mas ficou prometido para o próximo encontro com os deputados. Papelinho mágico Em relação ao controlo da entrada dos promotores de jogos, Ho Ion Sang explicou que em caso de suspeitas de entrada indevida, que os junkets têm de apresentar uma declaração do superior hierárquico a declarar que à hora em que foram vistos nos casinos, estavam a desempenhar as suas funções profissionais. Outra das questões que reuniu o consenso de deputados e membros do Governo é o facto da proibição dos trabalhadores dos casinos se aplicar apenas a pessoas com contratos com as concessionárias. Anteriormente, na comissão, tinha sido debatida a possibilidade dos trabalhadores das empresas subcontratadas também serem afectados pela proibição, como empregados de limpeza ou seguranças, mas o Governo não acolheu a sugestão.
Hoje Macau EventosGrupo Estoril-Sol | 60 anos celebrados com música e desfiles de moda [dropcap]O[/dropcap]Grupo Estoril Sol, ligado ao empresário Stanley Ho, celebra o 60.º aniversário, no próximo dia 31, com um concerto por Chris De Burgh e um desfile da ‘designer’ Agatha Ruiz de la Prada, no Casino Estoril, nos arredores de Lisboa. “Em noite de gala, o salão Preto e Prata acolhe um desfile de Agatha Ruiz de la Prada, seguindo-se, pelas 21:30, um jantar dançante com a Orquestra Jorge Costa Pinto, prosseguindo a noite, a partir das 23:00, com um concerto exclusivo de Chris de Burgh e, até de madrugada, com a actuação do DJ Rodrigo d’Orey”, afirma a Estoril-Sol em comunicado. A Estoril-Sol, liderada pelo empresário José Teodoro dos Santos (1906-1971), constituiu-se em Portugal em 1958, quando o Governo português colocou a concurso a concessão da exploração de jogos de fortuna e azar da zona exclusiva do Estoril, que ganhou e passou a gerir o Casino Estoril. Actualmente, entre outras áreas de negócio, o grupo detém os casinos Lisboa e o da Póvoa, na Póvoa de Varzim, no Minho. Sob a liderança de Teodoro dos Santos foi inaugurado, em 1968, um novo Casino Estoril, três anos depois de ter sido construído o Hotel Estoril-Sol, no Monte Estoril, no concelho de Cascais, um edifício de 21 andares e 404 quartos, que foi considerado a maior unidade hoteleira do país, na época. Em 1984, a Estoril-Sol venceu o concurso público para explorar a zona de jogo do Estoril e, em 1987, renovou a concessão por mais 19 anos, que voltou a renovar até 2020. A estrutura accionista maioritária da Sociedade Estoril-Sol passou a ser representada pelo empresário macaense Stanley Ho, em 1984. Sob a nova liderança, o Casino Estoril foi renovado, com um projecto do arquitecto Fernando Jorge Correia, que teve como tema “o Preto e Prata”, e “houve uma clara aposta em áreas como a Cultura e a Arte”. Em 1997, o Casino Estoril adquiriu “o estatuto de maior Casino da Europa, que mantém, sendo visitado anualmente por mais de dois milhões de pessoas”. Na área de negócio, ao jogo bancado e de máquinas, desde 2016 o grupo iniciou a exploração do jogo ‘on-line’. O grupo criou os prémios literários Fernando Namora, em 1988, e Revelação Agustina Bessa-Luís, em 2008, e, mais recentemente, em 2016, o Prémio Vasco Graça Moura, reservado a uma personalidade portuguesa, que se tenha notabilizado na área da Cidadania Cultural do País. Desde 2000, sob a direcção de Mário Assis Ferreira, o grupo edita a revista Egoísta, que já conquistou mais de 84 prémios nacionais e internacionais, nas áreas do jornalismo, ‘design’, edição, criatividade e publicidade, sendo “a publicação mais premiada da Europa”, “patente no Museu do Louvre, em Paris, como ícone do grafismo no século XXI”.
Hoje Macau PolíticaJogo | Lionel Leong tranquilo com concorrência regional [dropcap]O[/dropcap]secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, desvaloriza a concorrência regional na área do jogo, deixando entender que esse factor não deverá ser determinante no processo de atribuição de concessões uma vez terminadas as actuais, de acordo com o canal de rádio da TDM. Em declarações à margem da abertura da Feira Internacional de Macau, explicou que o Governo ainda estuda o processo, mas adiantou que não está preocupado com a concorrência: “Ainda estamos a acompanhar a situação. Temos visto que alguns países estão a tentar desenvolver o sector do jogo, mas não creio que isto seja uma concorrência para Macau. Acho que as operadoras em funcionamento têm de, continuamente, melhorar os seus serviços para poderem ser mais competitivas”, cita a mesma fonte. Na região Ásia-Pacífico, são vários os países com casinos ou legislação que legaliza esta actividade, incluindo Singapura, Filipinas, Vietname, Camboja e, mais recentemente, Coreia do Sul e Japão. Aos jornalistas, Lionel Leong garantiu ainda que o próximo orçamento vai ter em conta a “melhoria da vida da população” e as “despesas necessárias para podermos ter uma melhor preparação para o futuro”. Ponte do bem Relativamente às consequências da abertura da ponte que liga Macau, Zhuhai e Hong Kong, o secretário salientou ainda que o território só terá a beneficiar com a abertura da ponte que vai ligar o território a Zhuhai e a Hong Kong. O governante defendeu que a nova infra-estrutura é vital para a concretização do projecto de integração regional de Macau e Hong Kong na província de Guangdong, a Grande Baía. Segundo Lionel Leong, a nova ponte sobre o Delta do Rio das Pérolas “só vai trazer muito boas influências para Macau, porque propiciará o desenvolvimento do projecto Grande Baía. Com a circulação de veículos podemos ter um maior fluxo de mercadorias e pessoas e haverá também uma maior facilidade no acesso às fronteiras. Para a economia, será uma boa oportunidade”, cita a rádio Macau.