Hoje Macau SociedadeÁgua | Mais duas marcas falham testes de segurança O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) anunciou que duas águas produzidas fora de Macau chumbaram os testes de segurança e qualidade. Num comunicado divulgado apenas em língua chinesa, na sexta-feira, o IAM identificou as marcas como a “Água Potável Natural da Vila de Chang Ming Shui”, com origem em Zhongshan, e a australiana “PH8 Natural Alkaline Spring Water”. Segundo o IAM, 42 marcas de água produzidas no exterior de Macau à venda em supermercados locais foram testadas, através da recolha de 240 amostras, o que resultou em 48 produtos testados. Como resultado destes exames, o IAM indicou que as duas águas identificadas não passaram nos testes e que os lotes em causa foram retirados de circulação. Também foi apelado aos residentes que se desfaçam dos produtos e não os consumam. No caso da marca “Água Potável Natural da Vila de Chang Ming Shui” está em causa um lote de garrafões de 18,9 litros, com data de produção de 23 de Maio. O IAM descobriu que a água apresenta níveis de bactérias coliformes que não respeitam os padrões recomendados. As coliforme são um tipo de bactérias, como a e.coli, que habitam no intestino de mamíferos. No caso da água PH8 Natural Alkaline Spring Water, os testes mostraram níveis de bactérias pseudomonas aeruginosa que não respeitam os valores recomendados. As bactérias pseudomonas aeruginosa podem ser encontradas nas águas e nos solos e podem levar a infecções graves nos pulmões, na pele ou no tracto urinário. Os produtos com problemas são garrafas de 1,5 litros que fazem parte do lote identificado como “B/B 09/05/26 PKD09/05/24 B.09”.
Hoje Macau PolíticaDSAMA | Garantida qualidade do fornecimento de água A Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) garante que “a qualidade da água fornecida em Macau cumpre os padrões”. A posição foi tomada em resposta ao jornal Macau Daily Times, na consequência das dúvidas sobre a qualidade de água da rede pública de Jiangmen. Nos últimos dias surgiram várias queixas no Interior devido ao facto de a água da torneira fornecida em Jiangmen surgir com uma cor amarela ou acastanhada. A questão foi explicada pelas autoridades locais com a adopção de novos procedimentos na desinfecção e tratamento das águas. As explicações não impediram que várias imagens circulassem online e nos meios de comunicação social oficiais. Em Macau, indica o Macau Daily Times, 90 por cento da água é proveniente da hidrovia de Xijiang Modaomen, localizada em Zhuhai. Contudo, estra hidrovia estende-se a uma secção de rio Ri, que passa através de Jiangmen. Sobre estes aspectos, a DSAMA assegurou que em conjunto com o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) controla a qualidade da água fornecida e que existe um mecanismo de segurança conjunto com o Interior, para os casos de emergência sobre a qualidade da água. Este mecanismo de alerta, explicaram as autoridades, funciona por classificação das emergências em diferentes graus, que exigem diferentes respostas.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaÁgua | Pedida supervisão apertada após escândalos recentes Os quatro episódios de águas engarrafadas localmente que falharam os testes de qualidade e segurança levaram a deputada a pedir um maior controlo dos produtos em Macau e a pedir novas formas de testar as águas A deputada Song Pek Kei apela às autoridades para reforçarem as medidas de controlo de qualidade da água engarrafada no território. Foi desta forma que a legisladora ligada à comunidade de Fujian reagiu aos recentes episódios das águas engarrafadas localmente que não cumprem os padrões de qualidade nem de segurança. Na interpelação, a deputada escreveu esperar que as autoridades contribuam para assegurar a qualidade da água engarrafada em Macau e corrigir as falhas de inspecção existentes. E um dos problemas identificados pela deputada passa pela forma como o controlo da qualidade da água é feito: “Apesar de o Instituto para os Assuntos Municipais fazer regularmente inspecções aleatórias, a maioria destas inspecções é feita através das análises às amostras de água, pelo que a segurança da linha de produção e dos garrafões reciclados pelas águas não é controlada”, escreveu Song. Desde o início de Maio que as autoridades revelaram pelo menos quatro casos em que diferentes marcas de água engarrafadas e distribuídas em Macau não cumpriam os padrões e qualidade. As marcas visadas são a água Iceblue, da fábrica Oi Kou Pou, marca Ieong Iat Tat, da fábrica com o mesmo nome, a água O Sun, do Miram Grupo, e ainda a água NK, da Fábrica de Água Potável NK. Sobre estes casos, que foram detectados pelo IAM, Song Pek Kei reconheceu que foram tomadas medidas para lidar com as diferentes situações. Todavia, criticou a falta de um mecanismo mais abrangente de controlo de qualidade e segurança. Casos que se repetem A deputada ligada à comunidade de Fujian mostrou-se preocupada com o facto de terem sido identificados “tantos casos” num curto espaço de tempo, o que contribui para uma “preocupação social” face à água fornecida. Song Pek Kei escreve que outra das preocupações da população visa a água disponibilizada em espaços públicos, em que muitas vezes os garrafões não identificam o fornecedor da água, não apresentam os resultados dos testes mais recente à qualidade da água, nem a data recomendada do consumo da água. Além disso, Song pretende que o Governo passe a disponibilizar nos espaços públicos a data da última limpeza das máquinas que fornecem a água dos garrafões. Por esta razão, a legisladora espera que o Governo peça aos fornecedores de água para fixarem as etiquetas com informações nos garrafões de água. Além disso, a deputada pede que as máquinas sejam limpas e mantidas regularmente, principalmente nos espaços e serviços públicos, como escolas, hospitais e lares para idosos. Uma das águas visadas pelos problemas de qualidade viu ser suspensa a certificação M-Mark, um selo de qualidade da Administração. Sobre este aspecto, Song Pek Kei considerou que este tipo de certificação deve estar sempre dependente de testes de qualidade, para que os produtos em Macau possam desenvolver uma reputação mais forte.
Hoje Macau SociedadeÁgua engarrafada | Detectado mais um lote com bactérias O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) detectou, na sexta-feira, mais um lote de água engarrafada com elevado nível de bactérias, tendo sido decretada a suspensão de fornecimento e recolha dos lotes. Segundo uma nota de imprensa, trata-se de garrafões de 18,9 litros da marca “Purity”, tendo estes lotes contaminados sido recolhidos da sede onde opera a empresa, num edifício na zona da Areia Preta, na Rua dos Pescadores. As águas foram armazenadas a 2 de Julho [quarta-feira], não tendo sido fornecidas a hospitais ou escolas, tendo estado apenas à venda em três espaços comerciais de pequena dimensão, descreve o IAM.
João Santos Filipe Manchete SociedadeÁgua NK com valores de bactérias coliformes acima dos padrões recomendados A água engarrafada NK, ligada à Fábrica de Água Potável NK, chumbou nos testes de qualidade do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), apresentado níveis de bactérias coliformes e bactérias pseudomonas aeruginosa acima dos valores recomendados. As coliforme são um tipo de bactérias, como a e.coli, que habitam no intestino de mamíferos, enquanto as bactérias pseudomonas aeruginosa podem ser encontradas nas águas e nos solos e podem levar a infecções graves nos pulmões, na pele ou no tracto urinário. O caso, divulgado na terça-feira pelo IAM, foi detectado durante inspecções de rotina às diferentes águas engarrafadas localmente. Esta é a quarta ocorrência de águas a apresentarem problemas ao nível da qualidade e segurança desde o início do ano. O primeiro caso, aconteceu a 9 de Março com a marca Iceblue, da fábrica Oi Kou Pou. Mais recentemente, em Maio, as autoridades detectaram problemas com a água da marca Ieong Iat Tat (tradução fonética). O terceiro caso do ano, envolveu a água O Sun, do Miriam Grupo, e foi detectado no âmbito do concurso público de atribuição de água aos Serviços de Saúde. Medidas de resposta O comunicado do IAM sobre o incidente indica que foram aplicadas “medidas de prevenção”, que incluíram um pedido à empresa para que suspendesse a produção e desinfectasse os equipamentos utilizados na produção e engarrafamento de água. Ao mesmo tempo, o IAM pediu à Fábrica de Água Potável NK para se desfazer dos lotes de garrafões que apresentaram problemas e que recolhesse os garrafões já distribuídos. O IAM alertou a população, num comunicado apenas disponibilizado em chinês, que foram identificados dois lotes de garrafões com valores de bactérias superiores aos recomendados, produzidos a 7 de Maio e 21 de Maio. Os garrafões em causa têm uma capacidade de 18,9 litros. A informação disponibilizada indica que este tipo de água apenas foi fornecida a clientes com contratos regulares de abastecimento com a empresa e que a água não entrou nos locais de venda a retalho. A água também não terá sido fornecida a hospitais nem escolas.
Hoje Macau SociedadeDSAMA | Afastado perigo da água do rio Liujiang As autoridades chinesas detectaram uma elevada concentração de antimónio na água do rio Liujiang da província de Guangxi, mas segundo uma nota ontem divulgada pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA) não há perigos para Macau. Isto porque “após comunicação com os serviços de recursos hídricos e as entidades abastecedoras de água do Interior da China, verificou-se que a distância entre o canal de Modaomen, a principal captação de água de Macau, e o rio Liujiang é de cerca de 700 quilómetros”. Além disso, descreve a mesma nota, “o volume de água do rio Xijiang é suficiente, podendo desempenhar eficazmente o papel purificador em relação aos poluentes de antimónio”. Foi feita uma avaliação preliminar ao caso, concluindo que “não há impacto no abastecimento de água de Macau”, além de que “os reservatórios de Zhuhai Zhuyin e Zhuxiandong, que abastecem actualmente a Macau, possuem capacidade de armazenamento suficiente, garantindo a segurança no abastecimento de água a Macau nos próximos tempos”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeÁgua | Garrafões de Miriam Grupo com níveis elevados de bactérias É o terceiro caso, desde o início do ano, de águas distribuídas em Macau sem cumprirem os padrões de qualidade. Os garrafões foram fornecidos a serviços públicos, como os Serviços de Saúde. Em reacção ao caso, o Miriam Grupo acusa “alguns clientes” de contaminarem propositadamente os garrafões utilizados O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) anunciou que vários garrafões de água fornecidos a serviços públicos da marca O Sun chumbaram nos testes de qualidade, apresentando níveis elevados de bactérias coliformes e bactérias pseudomonas aeruginosa. As coliforme são um tipo de bactérias, como a e.coli, que habitam no intestino de mamíferos, enquanto as bactérias pseudomonas aeruginosa podem ser encontradas nas águas e nos solos e podem levar a infecções graves nos pulmões, na pele ou no tracto urinário. O problema com a água O Sun, do Miriam Grupo Limitada, foi identificado em lotes produzidos a 7 e 21 de Maio deste ano, e comunicados na sexta-feira. No entanto, a informação disponibilizada pelo IAM e pelos SS não revelaram a altura em que os problemas foram detectados pelas entidades. Desde o início do ano, esta é a terceira marca de águas de Macau a apresentar problemas ao nível da qualidade e segurança. O primeiro caso, aconteceu a 9 de Março com a marca Iceblue, da fábrica Oi Kou Pou. Mais recentemente, também em Maio, as autoridades detectaram problemas com a água da marca Ieong Iat Tat (tradução fonética). A água O Sun terá sido fornecida a serviços públicos locais, entre os quais os Serviços de Saúde (SS). Todavia, foi negado que a água contaminada tivesse entrado no comércio a retalho, hospitais ou escolas. “Os dois lotes de água destilada não entraram no mercado de venda a retalho, sendo principalmente fornecidos a serviços do Governo e sociedades comerciais. Os lotes também não foram fornecidos a escolas nem hospitais”, foi comunicado pelos SS. Após a divulgação da informação, os SS anunciaram o cancelamento do fornecimento de água daquela marca: “Após verificação, os lotes em causa não foram fornecidos aos Serviços de Saúde. No entanto, por razões de segurança, os Serviços de Saúde pararam de utilizar as águas potáveis daquela marca, e passaram a utilizar as águas engarrafadas de outra marca qualificada, a fim de assegurar o fornecimento de água potável”, foi justificado. O comunicado não identifica se há um novo fornecedor de água ou se apenas foi trocada a marca de água do Miriam Grupo Limitada. Ataque de “alguns clientes” Após a detecção deste caso, o IAM comunicou ter pedido ao grupo para “aplicar medidas de prevenção, nomeadamente a recolha dos lotes das águas destiladas envolvidos, bem como implementar a limpeza e desinfecção da linha de produção” de água. O Miriam Grupo Limitada também respondeu ao caso ao indicar que desde 1 de Junho que tinha emitido um aviso a alertar para a recolha dos lotes contaminados e que desde 30 de Maio a produção de água foi suspensa, para limpeza e aplicar as rectificações necessárias. A mesma informação indicou que em relação ao lote de 7 de Maio foram recolhidos 196 dos 367 garrafões de água produzidos e face ao lote de 21 de Maio foram recolhidos 121 dos 432 garrafões de água distribuídos. “Sob a testemunha e organização do IAM, os lotes dos garrafões de água anormais foram eliminados. Entre 30 de Maio e 1 de Junho, uma empresa de limpeza independente também procedeu à limpeza da fábrica e os equipamentos de produção. Cerca de 9.000 garrafões de água dos lotes em Maio foram eliminados,” foi divulgado pelo grupo. No comunicado, o grupo queixou-se ainda da cobertura mediática, e desmentiu que o lote de 7 de Maio tivesse apresentados resultados positivos de contaminação de bactérias coliformes, não desmentido a contaminação com bactérias pseudomonas aeruginosa. O Miriam Grupo Limitada acusou ainda alguns clientes de contaminarem os garrafões usados, que depois são devolvidos, para prejudicar a empresa.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCooperação | Águas de Macau preparada para abastecer Hengqin Embora a concessão do abastecimento de água esteja limitada ao território da RAEM, a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau admite, caso seja convidada, ter capacidade para abastecer a Zona de Cooperação Aprofundada A Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (SAAM) está preparada para abastecer a Zona de Cooperação Aprofundada, no caso de ser convidada para entrar neste mercado. A garantia foi deixada ontem por Nacky Kuan Sio Peng, directora-executiva da empresa, à margem de um almoço com os órgãos de comunicação social. “Em termos do abastecimento de água, devido ao contrato de concessão, estamos limitados ao território de Macau e não fomos convidados para expandir o serviço [à Zona de Cooperação Aprofundada]”, começou por responder a responsável, quando questionada sobre a possibilidade de participar através do abastecimento de água na Zona de Cooperação Aprofundada entre Macau e Cantão na Ilha da Montanha. “Sem dúvida que temos a capacidade para fornecer a água a Hengqin. A nossa capacidade de fornecimento actual seria capaz de fazer esse abastecimento”, acrescentou. Contudo, a directora-executiva da empresa não deixou de realçar que as Águas de Macau cooperam com diferentes universidades da Grande Baía em projectos de investigação como acontece as universidades de Sun Yat-sen ou Zhongshan. Sobre a situação actual do abastecimento de água em Macau, Nacky Kuan revelou que no ano passado foi batido um novo recorde, com o fornecimento de 100 milhões de metros cúbicos, um aumento de 6 por cento face ao ano anterior. Este aumento do volume de abastecimento de água foi explicado com a “recuperação geral do sector do turismo”. Em relação a 2025, a dirigente explicou que “com a conclusão gradual de vários projectos de construção e de novos edifícios na Nova Zona Urbana e tendo em vista o desenvolvimento económico de Macau, a SAAM espera que a bombagem da cidade venha a aumentar cerca de 3 por cento em 2025”. Mais capacidade Sobre o ano que terminou, foi explicado que serviu para concluir a instalação de equipamentos e condutas de água na zona envolvente da Barragem de Ká Hó, o que permitiu aumentar “a capacidade efectiva total dos reservatórios locais para 2,64 milhões de metros cúbicos, o equivalente a 10 dias de consumo de água em Macau”. No entanto, em termos dos novos aterros, a empresa diz esperar continuar a “cooperar com os trabalhos de construção de condutas de abastecimento de água e de condutas subterrâneas partilhadas na Zona A da Nova Zona Urbana, a fim de contribuir para o desenvolvimento contínuo da RAEM”. O almoço de ontem serviu também para a empresa dar início às celebrações do 90.º aniversário, com Nacky Kuan Sio Peng a realçar que ao longo da história a qualidade da água tem vindo a melhorar progressivamente: “Desde a sua fundação em Macau, em 1935, a empresa expandiu a sua escala operacional, passando de pequena estação de tratamento de água a quatro grandes estações modernas, e evoluindo a partir de um processo mecânico de produção de água para um processo automatizado e actualmente digitalizado”, apontou. “A qualidade da água tem vindo a melhorar progressivamente desde os primórdios da empresa em que a água era submetida a um tratamento simples até à actualidade, em que são cumpridas as normas de água potável de Macau, da China, da União Europeia e da Organização Mundial de Saúde”, acrescentou.
Hoje Macau SociedadeÁgua | Consumo aumentou 6% devido ao turismo Kuan Sio Peng, directora-executiva da Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (Macao Water), afirmou que o consumo de água aumentou seis por cento nos 11 meses deste ano devido essencialmente ao aumento do turismo. Trata-se de um aumento de consumo centrado nos sectores industrial e comercial, com foco nas zonas turísticas como o Cotai ou centro da península. Segundo o jornal Ou Mun, a responsável da Macau Water declarou que foi concluído o planeamento do abastecimento de água nas primeiras habitações públicas na Zona A dos Novos Aterros Urbanos, que vão começar a receber moradores já no próximo ano. Entretanto, as obras das canalizações nas ruas da Zona A estão concluídas em 35 por cento, prevendo-se que as obras da conduta de abastecimento estejam terminadas em 2026. A fim de cumprir o objectivo de “zero emissões, Kuan Sio Peng declarou que está a ser planeada a instalação do primeiro complexo solar fotovoltaico no Reservatório de Seac Pai Van, com 300 painéis numa primeira fase. A responsável explica que esta produção de energia amiga do ambiente vai cobrir três por cento do consumo de electricidade do Reservatório.
Hoje Macau SociedadeIAM | Alerta de água potencialmente perigosa emitido só em chinês Apesar de ter detectado que a água da marca Ieong Iat Tat, produzida localmente, não cumpria os padrões mínimos de segurança, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) nunca comunicou o facto em português nem em inglês. A água que poderia constituir um perigo para a saúde foi retirada do mercado, as autoridades terão tomado os procedimentos adequados para estas situações, mas sem qualquer aviso para as comunidades que não dominam a língua chinesa. O caso da água contaminada com a bactéria “pseudomonas aeruginosa” foi detectado no dia 9 de Maio. O único comunicado foi emitido em chinês, onde consta que os produtos foram retirados do mercado e a produção da água foi suspensa. Tanto no portal do Gabinete de Comunicação Social, como do próprio IAM, não é possível encontrar a tradução do comunicado no dia em que foi emitido em chinês, nem nos posteriores. A falta de tradução é um procedimento diferente do adoptado para outras situações, como a classificação de árvores, ou o abate de árvores antigas, em que os comunicados estão traduzidos para português, apesar das situações não constituírem um risco para a saúde pública. Apesar da situação, o IAM considera que logo na altura “emitiu também comunicado à imprensa, para conhecimento do público”. É esta a versão apresentada no comunicado mais recente da instituição, sobre as amostras de produtos alimentares testadas no segundo trimestre. Entre 573 produtos alimentares testados, apenas a água Ieong Iat Tat não cumpria com os padrões de segurança.
João Santos Filipe Manchete SociedadeÁgua/ HK | Detectados níveis elevados de bromato em duas marcas O Conselho de Consumidores da RAEHK analisou a qualidade e segurança das águas à venda no território vizinho e considerou a situação satisfatória. Porém, as marcas Nongfu Spring e Ganten apresentam níveis máximos elevados de uma substância que pode ser cancerígena As autoridades de Hong Kong alertaram ontem para o facto de as águas das marcas Nongfu Spring e Ganten apresentarem níveis de bromato que atingiram os limites máximos recomendados pela União Europeia. O alerta foi deixado pelo Conselho de Consumidores de Hong Kong, que analisou a segurança de 30 marcas de água à venda na REAHK, muitas das quais estão também disponíveis em Macau. O bromato é uma substância que se pode desenvolver na água devido aos meios de desinfecção de água para consumo, como acontece com métodos que utilizam o ozono. De acordo com diferentes relações da Organização Mundial de Saúde (OMS), em níveis de concentração muito elevados, o potássio de bromato é considerado cancerígeno e um risco para a saúde. Na apresentação dos resultados sobre a qualidade da água, as autoridades de Hong Kong consideraram as águas vendidas ao público seguras, mas reconheceram que no caso das marcas Nongfu Spring e Ganten os níveis de bromato atingiram o limite recomendado. O nível máximo aconselhado actualmente pela UE é de 3 microgramas de bromato por litro. De acordo com o portal HK01, os responsáveis pelo estudo indicaram que no caso do consumo destas águas em grande quantidade, os consumidores podem sentir náusea, dores abdominais, vómitos e diarreias. Além disso, o consumo pode afectar ainda os rins e o sistema nervoso. Em reacção aos resultados, aponta o HK01, representantes da empresa responsável pela água Nongfu Spring garantiram que internamente são adoptados critérios mais elevados de segurança na concepção dos produtos. O artigo não cita qualquer posição da empresa Ganten. A Nongfu Spring é detida pela empresa com o mesmo nome e tem a sede em Hangzhou, na província de Zhejian. Também a Ganten é uma água do Interior, com sede em Shenzhen, e apresenta uma face mais internacional, como patrocinadora alguns eventos a nível mundial, dos quais o Open da Austrália em Ténis é um dos mais relevantes. Tudo aprovado Nas 30 águas investigadas não consta qualquer marca portuguesa. No entanto, há vários tipos disponíveis em Macau, como acontece com as marcas Cool, Bonaqua, Watson, Suntory, Volvic, Perrier, Evian, Vita ou Meadow. As águas analisadas englobaram águas minerais, destiladas e purificadas. No que diz respeito às águas minerais, os preços são, em média, três vezes superiores face às águas destiladas e purificadas. Todavia, nenhuma das águas minerais apresentou um valor “muito elevado” do nível minerais dissolvidos. Apesar disso, o Conselho dos Consumidores indicou que estas águas apresentam efectivamente um valor de minerais dissolvido mais elevado em comparação com as restantes.
Nunu Wu SociedadeMacao Water | Prevista subida de 5,5 por cento do consumo A empresa de abastecimento de água de Macau prevê que ao longo deste ano o consumo de água aumente 5,5 por cento em termos anuais. A directora da empresa, Nacky Kuan Sio Peng, indicou que vão começar as obras de assentamento de condutas de água na Zona A dos Novos Aterros Urbanos e no lote P da Areia Preta A directora executiva da Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (Macao Water), Nacky Kuan Sio Peng, afirmou ontem que espera um aumento de consumo de água este ano na ordem dos 5,5 por cento. Em declarações à margem de um Almoço de Ano Novo Lunar com órgãos de comunicação social, a dirigente justificou a estimativa com crescimento da actividade comercial e do turismo. Em parte, o aumento da água consumida terá relação com a retoma económica e com o facto de no ano passado o restabelecimento da normalidade nas fronteiras foi sentido em Macau com a retoma do turismo de forma faseada. “Após a reabertura total das fronteiras no início do ano, Macau registou um aumento contínuo das chegadas de visitantes e um aumento de 7 por cento no bombeamento anual de água, o qual atingiu os 97 milhões de metros cúbicos. A empresa acredita que, com o crescimento económico de Macau, o bombeamento anual a nível local deverá, este ano, atingir mais de 100 milhões de metros cúbicos, equiparando-se a 2019”, acrescentou a empresa em comunicado. A inauguração da Estação de Tratamento de Água de Seac Pai Van foi também mencionada por Nacky Kuan Sio Peng, que afirmou que a nova estrutura “activou uma rede de abastecimento de água com dois centros na Península de Macau e nas Ilhas”. Isto abriu a possibilidade à empresa para remodelar completamente a Estação de Tratamento de Água da Ilha Verde, trabalho que ficou concluído no ano passado. Água vem, água vai Nacky Kuan Sio Peng indicou que o “Plano de Apoio Financeiro para Reparação das Instalações de Abastecimento de Água de Edifícios Baixos”, que arrancou em 2021, irá estender-se até Março de 2025. O plano destina-se a ajudar proprietários de edifícios antigos a remodelar as instalações de abastecimento de água, incluindo canalizações e contadores. Com a atribuição de 100 milhões de patacas, a dirigente está satisfeita com os resultados alcançados ao longo de três anos do plano, que, “até à data, já beneficiou mais de 6.000 unidades habitacionais”. Para este ano, a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau irá proceder aos trabalhos de substituição de filtros na estação de tratamento II do reservatório do porto exterior e de contadores. Além disso, a empresa vai começar este ano as obras de assentamento de condutas de abastecimento de água na Zona A dos Novos Aterros Urbanos e no lote P da Areia Preta.
João Santos Filipe Manchete PolíticaPraias | Zheng Anting alerta para a má qualidade da água O deputado Zheng Anting pede uma actualização dos padrões para avaliar a qualidade da água das praias de Macau, que datam dos anos 80. Além disso, defende a criação de um mecanismo de previsão da qualidade da água para alertar os banhistas O deputado Zheng Anting está preocupado com a qualidade das águas nas praias de Macau e pretende saber que medidas vão ser adoptadas para melhorar a situação. A questão faz parte de uma interpelação em que se questionam os planos para alterar a forma como a qualidade da água é avaliada. No documento, o legislador aponta que há residentes que corajosamente “nadam ou praticam actividades desportivas” ao longo de todo o ano, tanto na praia de Hác Sá, como na praia de Cheoc Van. No entanto, a qualidade do mar continua abaixo do que seria expectável, devido à presença de “cheiros estranhos, óleos, plásticos e à turbidez”, que afecta as actividades marítimas. O legislador indica também que desde o início do ano registaram-se quatro situações em que a qualidade da água esteve abaixo dos níveis recomendados para a prática de natação ou desportos marítimos. Os maiores níveis de poluição são registados durante a época balnear, o que é encarado como uma preocupação adicional. Por outro lado, Zheng Anting demonstrou preocupações com os padrões de análise à qualidade das águas. Segundo o deputado, actualmente os testes têm por base a existência de bactérias. Porém, a poluição causada por poluentes orgânicos, químicos e metais pesados, que são igualmente prejudiciais para o corpo humano, não é tida em conta. “Apesar de o Governo enfatizar que Macau segue os padrões de qualidade da água do Departamento de Protecção Ambiental de Hong Kong, estes padrões foram estabelecidos na década de 1980, têm quase 40 anos”, afirma Zheng. “Será que o Governo considera que os padrões reflectem de forma abrangente os vários poluentes presentes na água do mar que são prejudiciais para a saúde humana e para a ecologia? Será que considera que os padrões satisfazem os requisitos da sociedade actual em matéria de qualidade da água?” questionou. “Vão optimizar os padrões?”, perguntou. O membro da Assembleia Legislativa critica também o facto de a informação sobre a qualidade da água não ser actualizada em tempo real nas plataformas online. Situação que provocou queixas de cidadãos que referiram que se soubessem antecipadamente a qualidade da água evitavariam deslocações às praias, nos dias em que a qualidade é reduzida. “Os resultados dos testes da qualidade da água não são disponíveis em tempo real, e ao contrário do que acontece em outros locais nem sequer há uma previsão anterior”, criticou o deputado ligado à comunidade de Jiangmen. “Será que o Governo vai seguir a experiência das cidades vizinhas e recorrer à tecnologia moderna para estabelecer um sistema de previsão da qualidade da água?”, interrogou. Em Setembro, os Serviços de Saúde anunciaram dois casos de infecção pela bactéria Vibrio Vulnificus, que pode ser mortal, que afectaram dois banhistas.
Hoje Macau China / ÁsiaAIEA | Aprovado projecto japonês para libertar água radioactiva O representante da agência internacional assegura que a água libertada é mais segura do que os padrões internacionais exigidos e não representa perigo para saúde das pessoas. China e organizações asiáticas manifestam-se contra as descargas no oceano O director da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) declarou-se, na quarta-feira, satisfeito com os planos do Japão para libertar água radioactiva tratada no Oceano Pacífico, apesar da polémica que os envolve. A declaração de Rafael Mariano Grossi foi feita depois de se inteirar, no local, da situação da central nuclear de Fukushima, destruída por um sismo e um maremoto. Grossi observou para onde a água tratada vai ser enviada, através de um aqueduto para uma instalação na costa, onde vai ser diluída com água salgada, e recebeu uma amostra de um teste final. A água vai depois ser libertada a um quilómetro da costa através de um túnel submerso. “Estou satisfeito com o que vi”, disse Grossi, depois de ver o equipamento na unidade para a pretendida descarga, que o Japão pretende começar este Verão. “Não vi questões pendentes”, reforçou. A libertação desta água suscita oposição dentro e fora do Japão. Ao início de quarta-feira, Grossi reuniu-se com autarcas e líderes de associações de pescadores e realçou que a AIEA vai estar presente durante a descarga da água, que deve demorar décadas, para garantir a segurança e responder às preocupações dos residentes. Revelou que vai ser organizada uma presença permanente da AIEA na central, para demonstrar o seu compromisso de longo prazo. A descarga da água não é “um qualquer plano estranho que foi concebido apenas para ser aplicado aqui e vos ser proposto”, disse Grossi, durante a reunião em Iwaki, 40 quilómetros a sua da central. Adiantou que o método está certificado pela AIEA e é aplicado em outros locais do mundo. A AIEA, no seu relatório final sobre o plano de Fukushima, divulgado na terça-feira, conclui que a água tratada, que ainda contém uma porção pequena de radioactividade, é mais segura do que os padrões internacionais e o seu impacto ambiental e na saúde das pessoas vai ser negligenciável. Do contra As organizações locais de pesca rejeitaram o plano, porque se preocupam com o impacto na reputação, mesmo que as suas capturas não estejam contaminadas. O plano tem ainda a oposição de grupos sul-coreanos, chineses e de algumas ilhas do Pacífico, tanto por razões de segurança como políticas. Grossi deve deslocar-se também à Coreia do Sul, à Nova Zelândia e às Ilhas Cook, para aí procurar reduzir a preocupação. O seu objectivo, detalhou, é explicar o que a AIEA está a fazer para garantir que não há problemas. Para procurar reduzir as preocupações quanto à pesca e ao ambiente marinho, Grossi e Tomoaki Kobayakawa, o president da opwradora da central, Tokyo Electric Power Company Holdings, assinaram um acordo para um projecto conjunto que visa determinar o impacto que o trítio, o único radionuclídeo que os técnicos asseguram que não pode ser removido da água pelo tratamento, possa ter. Na Coreia do Sul, dirigentes do governo declararam na quarta-feira que é muito improvável que a água libertada tenha níveis preocupantes de contaminação. Já a China repetiu as suas objecções à libertação da água, em comunicado divulgado na terça-feira, acusando a AIEA de não reflectir todos os pontos de vista e o Japão de tratar o Oceano Pacífico como uma lixeira. Um sismo e um maremoto, ocorridos em 11 de Março de 201, destruíram os sistemas de arrefecimento da central, o que provocou a fusão de três reactores e a contaminação da água para arrefecimento, que tem estado em escorrimento permanente. A água tem estado a ser recolhida, tratada e armazenada em cerca de mil tanques, que vão atingir a sua capacidade no início de 2024. Depois de se reunir com Grossi, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que o Japão vai continuar a dar “explicações detalhadas baseadas em evidências científicas, com um elevado grau de transparência, tanto interna como externamente”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Nova fonte de água encontrada em amostras lunares Cientistas descobriram uma nova e renovável fonte de água na Lua, em amostras lunares recolhidas por uma missão chinesa, que pode ser utilizada por futuros exploradores. A água estava incorporada em pequenas esferas de vidro no solo lunar onde ocorrem impactos de meteoritos. Estas esferas de vidro multicoloridas e brilhantes estavam em amostras que foram recolhidas na Lua pela China em 2020. As esferas variam em tamanho, desde a largura de um cabelo até vários cabelos. O teor da água é apenas uma fração minúscula destas, explicou Hejiu Hui, da Universidade de Nanjing, que participou na investigação. Como existem biliões ou triliões destas esferas de impacto, isso pode representar quantidades substanciais de água, mas minerá-las seria difícil, de acordo com os investigadores. “Sim, vai exigir muitas e muitas esferas de vidro. Por outro lado, há muitas”, salientou Hui, numa resposta por correio electrónico à agência Associated Press (AP). Estas esferas poderiam produzir água continuamente graças ao constante bombardeamento de hidrogénio pelo vento solar. Amostras promissoras As descobertas, publicadas esta segunda-feira na revista Nature Geoscience, são baseadas em 32 esferas de vidro seleccionadas aleatoriamente do solo lunar recuperado pela missão lunar Chang’e 5. Serão analisadas mais amostras, realçou Hui. Estas esferas de impacto estão por toda a parte, resultando do arrefecimento do material derretido expelido pelas rochas espaciais que atingem a Lua. A água pode ser extraída pelo aquecimento das esferas, possivelmente por futuras missões robóticas. No entanto, são necessários mais estudos para determinar se isso seria viável e, em caso afirmativo, se a água seria segura para beber. Isto mostra que “a água pode ser renovável na superfície da lua… um novo reservatório de água na lua”, vincou ainda Hui. Estudos anteriores encontraram água em esferas de vidro formadas pela actividade vulcânica lunar, com base em amostras recolhidas pelos astronautas da Apollo há mais de meio século. Estas esferas também poderiam fornecer água não apenas para a utilização por futuras tripulações, mas também como combustível para foguetões. A agência espacial norte-americana (NASA) pretende voltar a colocar os astronautas na superfície lunar até ao final de 2025. A missão irá focar-se no polo sul, onde se acredita que as crateras permanentemente à sombra estão cheias de água congelada.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente da Assembleia-Geral da ONU visita China com agenda focada na gestão da água O presidente da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), Csaba Korosi, iniciou ontem uma visita à China, onde terá encontros com altos funcionários do Governo e com cientistas para debater projetos de desenvolvimento e de gestão da água. Durante a visita, que irá prolongar-se até sábado, Korosi terá reuniões em Pequim com várias figuras do Governo, nomeadamente com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, com o conselheiro de Estado, Wang Yi, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, e com o ministro do Ambiente, Huang Runqiu, entre outros representantes. “Questões relacionadas com a ciência e reuniões com autoridades nas áreas de desenvolvimento sustentável e gestão de recursos hídricos serão focos prioritários da visita”, disse o gabinete de Korosi, num comunicado. O presidente da Assembleia-Geral da ONU vai aproveitar a deslocação para fazer várias visitas de campo relacionadas ao desenvolvimento sustentável, entre elas ao Centro Internacional de Pesquisa de ‘Big Data’ para Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (CBAS), criado para apoiar a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a chamada Agenda 2030. Csaba Korosi visitará também o Instituto Chinês de Recursos Hídricos e Pesquisa Hidroelétrica em Pequim, onde irá encontrar-se com cientistas especializados nesta área. “Em seguida, Korosi viajará (…) num comboio de alta velocidade de Pequim a Zhengzhou, província de Henan. O presidente vai visitar a Rota do Meio do Projeto de Desvio de Água Sul-Norte, que vai do reservatório Danjiangkou, no rio Han, até Pequim”, referiu o mesmo comunicado. Durante a sua visita a Zhengzhou, Csaba Korosi irá encontrar-se com membros do comité central e do comité provincial do Partido Comunista da China (partido único e no poder), para discutir o papel dos governos locais na implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e o seu envolvimento em discussões relevantes da ONU.
João Santos Filipe Manchete PolíticaÁgua | Activado plano de emergência para garantir qualidade do abastecimento Desde 18 de Novembro, o abastecimento de água em Zhuhai e Macau foi afectado por níveis elevados de salinidade. A situação levou a Comissão de Recursos Hídricos do Delta do Rio das Pérolas a activar um plano de emergência A seca e aumento das ocorrências de marés salgadas que entram nos rios do Interior, assim como os níveis de salinidade das águas que abastecem os reservatórios de Macau e Zhuhai levaram a Comissão de Recursos Hídricos do Delta do Rio das Pérolas a activar o plano de emergência contra a salinidade. A informação foi revelada na edição de ontem do Jornal Ou Mun. De acordo com a informação divulgada, a situação que ameaçou a qualidade da água que abastece Macau e a outras cidades do Delta do Rio das Pérolas surgiu a 18 de Novembro. Para responder à situação, as autoridades do Interior optaram por um plano que passa pela circulação da água por 13 reservatórios, antes de chegar a Macau. Segundo as autoridades, no dia 19 de Novembro, os recursos hídricos começaram a ser concentrados em três reservatórios. Quando estes acumularam um certo nível de salinidade, a água fluiu para outros reservatórios, mais perto de Macau e de Zhuhai, de forma a garantir que a água mantinha um baixo nível de concentração de sal. A água voltou a ser acumulada neste segundo nível de reservatórios, e quando voltou a atingir níveis aceitáveis, a 22 de Novembro, voltou a fluir para outros reservatórios, à semelhança do que tinha acontecido na primeira fase do plano. Ainda de acordo com a informação do jornal Ou Mun, apenas na quinta-feira passada as bombas que recolhem água para abastecer Macau e Zhuhai conseguiram captar água com níveis de salinidade aceitáveis para o fornecimento das populações. Mais uma vitória Com o plano de emergência da Comissão de Recursos Hídricos do Delta do Rio das Pérolas, as autoridades do Interior conseguiram resolver um problema que se prolongou durante cerca de sete dias. Além da seca, um dos aspectos que mais contribui para o aumento da salinidade das águas dos rios é a criação de aterros. Com a acumulação de areia para fazer aterros, a água salgada do mar tende a invadir o leito dos rios, fazendo com que também nestes o nível de salinidade aumente. As autoridades do Interior consideram que o plano de emergência foi executado com sucesso devido à “resposta atempada” e aos “esforços conjuntos”. No entanto, a Comissão de Recursos Hídricos do Delta do Rio das Pérolas prometeu aumentar a supervisão em vários pontos do rio, ao mesmo tempo que vai aumentar a retenção de águas da chuva para acudir a situações de emergência. Segundo o jornal Ou Mun, a comissão destacou que o fornecimento de água de qualidade é essencial para o desenvolvimento socioeconómico das populações situadas no Delta do Rio das Pérolas.
Hoje Macau China / ÁsiaGrupo chinês quer levar água a mais de 250 mil habitações em Pemba Um grupo chinês lançou um projeto para acabar com a escassez de água potável para os mais de 250 mil habitantes de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique. O Power Construction Corp (PowerChina) disse que o contrato prevê a construção de três reservatórios, de uma rede de distribuição de quase 185 quilómetros e a reparação de quatro reservatórios, de acordo com um comunicado divulgado na quarta-feira. O grupo estatal chinês garantiu que, depois da conclusão das obras, prevista para junho de 2023, o projeto irá reforçar o fornecimento e aumentar a pressão da água, melhorando a qualidade de vida da população de Pemba. O contrato, assinado com o Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG) de Moçambique, vai estar a cargo de uma subsidiária do PowerChina, a Sinohydro Bureau 11 Co Ltd. Em outubro, a Sinohydro disse que o projeto ia incluir uma torre de água com uma capacidade com 250 metros cúbicos e três reservatórios com uma capacidade de dois mil metros cúbicos cada. O Governo moçambicano tinha já indicado que o FIPAG estava a investir 40 milhões de dólares no reforço do abastecimento de água a Pemba, além do aumento da capacidade de tratamento de 15 para 35 mil metros cúbicos de água, permitindo o alargamento do abastecimento a Pemba de seis para 16 horas por dia. Em 2019, o conglomerado chinês China Energy Engineering Corporation anunciou a construção de uma barragem hidroelétrica no rio Megaruma para reforçar o abastecimento de água a Pemba. Na terça-feira, o PowerChina anunciou a assinatura de um contrato para a melhoria da distribuição de eletricidade na capital da Guiné-Bissau, incluindo a instalação de 2.100 postes de iluminação da via pública. No dia anterior, o grupo tinha avançado que vai construir, em Barueri, no estado brasileiro de São Paulo, do primeiro projeto de geração de energia a partir de resíduos sólidos da América do Sul.
António de Castro Caeiro Artes, Letras e Ideias hÁgua [dropcap]A[/dropcap] água é o princípio. Tales de Mileto (624/623–548/545 a.C.) exprime o que pode – mas não deve – ser despedido como uma banalidade. Na água está pensada a humidade. Está pensado, por oposição, o seco. O seco é uma característica essencial da terra. Nos quatro elementos ou letras do alfabeto da realidade: água e ar, terra e fogo, encontram-se características que não são apenas estáticas, mas dinâmicas. A água metamorfoseia-se em diversos estados: líquido, sólido e gasoso. Mas os processos com que se transforma são também experimentados por nós. A pedra de gelo derrete sobre o chão da cozinha ou mistura-se com a bebida, arrefece a sopa, refresca o sumo. A água nas couvettes congela no frigorífico, a neve gela. A relva molhada pela rega seca ao sol, ao ar. Do rio sobe uma neblina. Há uma relação entre arrefecimento e humidade e aquecimento e secura. Podemos tentar compreender, assim, os diversos processos que efectivam diversos estados: evaporação que transforma a água em vapor, faz nuvens a partir de rios, lagos, mares, oceanos, mas também de plantas e animais por transpiração. A condensação transforma o estado gasoso em líquido. Cai chuva. A precipitação enche de novo o caudal dos rios. A água é bebida, sorvida e absorvida pelos seres vivos. Não terá Tales pensado a água neste ciclo hidrológico, as características de cada estado, os processos envolvidos na transição de um estado para o outro e a relação existente entre todos? Não é apenas um elemento que foi identificado, uma substância, por mais complexa que seja, mas o próprio processo de transformação, o vir a ser e o deixar de ser, a passagem a ser e transformação de uma mesma estrutura que se metamorfoseia. E a relação de todos os seres vivos com esse elemento, humanos, animais, vegetais, orgânicos e inorgânicos. Bebemos água potável. Respiramos água no ar. Deslizamos no gelo. Não vemos no nevoeiro, neblina. Sentimos a chuva a cair, o caudal dos rios engrossar, aumentar e diminuir a rapidez, nadamos, navegamos, mergulhamos. O ser vivo está implicado, envolvido por, água tanto que a falta de água globalmente põe em cheque a sobrevivência da própria vida. O que se percebe com a água na sua dimensão metafísica, percebe-se com a terra, o fogo e o ar e a versão mais rarefeita do ar, o éter. Mas não é por aqui que vamos. O que importa também ver, para lá da dessubstanciação da água e a compreensão do seu ser “verbal”, ser água é poder ser líquido, sólido e gasoso, é passar de um estado para outro, é relacionar-se com outras características que aumentam e/ou diminuem a sua quantidade: quente e frio, seco e húmido. Talvez seja o que está expresso pelo verbo “aguar”. A ligação da água com outros líquidos primordiais: sangue, suor, lágrimas, sémen é feita não por analogia, mas pelo isolamento de uma propriedade da água num dos seus estados: o estado líquido. A liquidez, a sua produção, no corpo humano, por exemplo, permite perceber à vista desarmada, que somos água, somos líquidos e não apenas por bebermos. Mas para Tales a água não é apenas um elemento físico, fundamental, mas um elemento que tem de ser posto em relação com outros elementos e que existem em estados diferentes. A água é arkhê, princípio. É elemento no sentido em que dizemos que uma atmosfera é um elemento. O nosso elemento humano é terrestre, embora tendamos a conquistar e ocupar outros elementos: os rios, lagos, mares, oceanos, como o ar e o éter do vasto cosmos. A água é uma atmosfera. Há ar líquido, húmido e frio. É onde existimos, o que respiramos e bebemos. Há uma relação entre o exterior e o corpo, uma relação de acção recíproca. Há água dentro de nós e fora de nós, entre nós e as coisas. É conhecida a relação da água com a sobriedade e o cansaço que empapa a cabeça, contrastante com o efeito de outro líquido que também tem água, mas com outros efeitos diferentes do da sobriedade, o vinho que embriaga. “Ter a cabeça em água”, depois de muitas horas de trabalho dedicado a coisas difíceis ou simples, mas depois de muito tempo. “Ter a cabeça nas nuvens”, quando nos distraímos e deixamos de ter os pés assentes no chão. São possibilidades humanas expressas metaforicamente. O vinho com que nos podemos relacionar tem efeitos contrários, mas os efeitos resultam do elemento água nele presente, também aquece e arrefece o corpo, embriaga quando encharca e deixa-nos sóbrios, ao abandonar-nos. A sua actuação no corpo e na mente é diferente da que a água produz. Mas é a água o melhor de tudo, como diz Píndaro na primeira Ode Olímpica? Mergulhamos, nadamos, navegamos nas águas de rios, lagos, mares, oceanos e também em águas paradas: tanques, poços e piscinas. Atravessamos o rio a nado, oceanos em barcos e navios, mergulhamos para nos refrescar sem ir ao fundo ou para sondar as profundezas oceânicas. Na travessia e no mergulho, estamos em elementos diferentes. Estamos expostos à manifestação da superfície das águas: calmas ou agitadas, da maré que enche ou vaza, do rio de maré cheia ou de maré vazia, na tempestade e na bonança. Mas no fundo do mar há correntes em dimensões muito mais complexas do que as águas dão a ver ao manifestarem-se à superfície, com ondas ou sem ondas, vagas sucessivas ou na formação de uma única gigante, no mar alto ou a abater-se sobre a orla marítima, em penhascos ou à beira mar. No mar, mergulhamos em várias correntes, de água quente e fria, que puxa muito ou não existe. Há lençóis de água que os pescadores ou caçadores submarinos conhecem mas nós não. No mar, voamos para o fundo e emergimos para o cimo, para a superfície. O mar é a vida. Talvez Tales de Mileto tivesse um contacto privilegiado com o ser da vida. Não é o mar que é uma metáfora da vida, mas a vida uma metáfora do mar. Píndaro. (2017) Odes Olímpicas. Tradução: António de Castro Caeiro. Lisboa.
Sofia Margarida Mota SociedadeMacao Water | Abastecimento de água aumentou três por cento em 2018 [dropcap]O[/dropcap] abastecimento de água no território ultrapassou os 100 milhões de metros cúbicos no ano passado, o que representa um aumento de três por cento relativamente ao ano de 2017. A informação foi avançada ontem pela directora executiva da Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau, SA – Macao Water, Nacky Kuan, no discurso do almoço de Primavera com os órgãos de comunicação social. Este acréscimo, apontou, deve-se ao crescente número de turistas que visitaram o território. “No ano de 2018, a cidade de Macau conheceu em geral um desenvolvimento económico estável, com abertura de novos hotéis de grande dimensão e da ponte HKZM, o que levou à manutenção de um crescimento estável da indústria do turismo”, disse, sendo que o acréscimo de abastecimento de água acabou por estar “de acordo com as expectativas”. Amianto de fora Entretanto, a substituição das canalizações de amianto vai mesmo terminar este ano, ainda que seja necessário um esforço “extra”, neste sentido. “Estimamos que este plano esteja terminado no final deste ano, mas estamos a ter algumas complicações com os canos que se situam nas vias de comunicação, pelo que vamos tentar fazer um esforço maior para que se termine a substituição até ao final de 2019, como previsto”, referiu a responsável à margem do evento. Entretanto, “a maior parte das substituições já estão concluídas”, rematou. Segundo a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), encontram-se actualmente, por substituir, tubos de 1,56 quilómetros, que representam 0,3 por cento do comprimento total da rede de distribuição de água. Já para 2020, está agendado a conclusão das obras da estação de tratamento de água de Seac Pai Va. Para o mesmo ano, no segundo trimestre, a Macao Water conta ainda ter concluído as obras do quarto aqueduto que vai transportar água para Macau a partir do da Ilha da Montanha. A transbordar Quanto à capacidade de abastecimento de água, Nacky Kuan assegura que Macau está preparado para responder à demanda crescente. “A nossa capacidade de fornecimento de água está preparada para dar resposta às necessidades locais para os próximos cinco anos. Não há problema com isso”, referiu. Além de satisfazer as necessidades actuais , a responsável assegura que existe um excedente de cerca de 50 por cento que permite satisfazer as necessidades que podem ser provocadas pelo aumento de turistas, até porque “o consumo doméstico no território não é muito elevado”. Entretanto, a Macao Water continua a aplicar o plano e a recompensar os residentes que demonstrem ter poupado no consumo de água. Todos os anos são gastos entre três a quatro milhões de patacas em reembolsos, dentro do programa de promoção de poupança de água. De acordo com a responsável, e tendo em conta os resultados que este programa tem apresentado, “todos os anos há um ligeiro aumento nas poupanças no consumo de água”, afirmou. Nacky Kuan sublinhou ainda que não há qualquer intenção de aumentar as tarifas da água “nos próximos tempos”.
Hoje Macau SociedadeÁgua | Anunciado aumento das tarifas em breve [dropcap]A[/dropcap] directora dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) anunciou ontem que as tarifas da água vão aumentar em breve. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, Susana Wong justificou a necessidade de actualização com os aumentos tanto no custo de abastecimento da água da China como do tratamento local a que é submetida. A directora da DSAMA não avançou, porém, com valores, dando conta de que, até ao momento, a Macau Water ainda não apresentou um pedido oficial de ajuste das tarifas. A percentagem de aumento varia consoante o tipo de consumidor, sendo que o Governo vai manter uma subvenção. A última actualização das tarifas da água teve lugar a 1 de Novembro de 2016.
João Santos Filipe Manchete SociedadeSurf Hong | Empresa tem 4 contratos e vai receber 18,33 milhões este ano Desde 2008 e até 2020, a empresa Surf Hong vai receber até 149,38 milhões de patacas do Governo. Wong Chong Heng é o único accionista da empresa que presta o serviço ao Instituto do Desporto desde 2005 [dropcap]O[/dropcap] Governo assinou pelo menos nove contratos com a empresa Surf Hong que vão ter um custo de 149,38 milhões de patacas ao longo de 13 anos, entre 2008 e 2020. A informação tem em conta os contratos divulgados no Boletim Oficial, assinados entre a empresa e diferentes departamentos do Governo, nomeadamente Instituto do Desporto (ID), Universidade de Macau (UM) e Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA). A empresa Surf Hong tem estado na mira das autoridades desde o início do Verão, por não ter sido capaz de garantir os serviços para que tinha sido contratada, devido a disputas laborais com os trabalhadores. Por este motivo, as piscinas Dr. Sun Yat Sen e de Cheoc Van tiveram mesmo de ser encerradas durante o Verão, por falta de nadadores-salvadores. Segundo o presidente do Instituto do Desporto, Pun Weng Kun, devido a estas falhas a empresa vai ser punida com um multa superior a 10 milhões de patacas. O valor da multa representa pouco mais de metade do montante recebido pela empresa só este ano. De acordo com os contratos assinados, a Surf Hong recebeu este ano 18,33 milhões do Executivo. O contrato mais alto foi para o fornecimento de nadadores-salvadores para as piscinas da Taipa, no valor de 13,12 milhões, só este ano. No que diz respeito ao pagamento referente a este ano para as piscinas da Península foram pagos cerca de 2,09 milhões de patacas. Os outros contratos em vigor foram assinados com a Universidade de Macau, onde se estabeleceu o pagamento de 601 mil patacas, só para 2018, que diz respeito à piscina da instituição do ensino superior. Também com a DSAMA foi celebrado um contrato de prestação do mesmo serviço, neste caso para as praias de Hac Sá e Cheoc Van e que representou uma receita de 2,52 milhões em 2018. São estes quatro contratos que se encontram em vigor. Nas piscinas da Península, o valor total foi de 4,18 milhões. No outro contrato para o serviço nas piscinas da Taipa o montante atingiu os 26,24 milhões de patacas. Ambos os contratos foram assinados com o ID e abrangem três anos: 2017, 2018 e 2019. Em relação ao vínculo com a Universidade de Macau, o pagamento total é de 2,6 milhões, para os anos de 2016, 2017 e 2018. Finalmente, o contrato para a prestação do serviço nas praias, com a DSAMA, abrange 7,56 milhões e engloba os anos entre 2017 e 2020. 149,38 milhões até 2020 Sobre os contratos anteriores entre o ID e a Surf Hong, entre 2008 e 2009 foram pagos 3,38 milhões de patacas para a prestação dos serviços de nadadores-salvadores. Em 2009 foi assinado para um novo vínculo, que esteve em vigor até 2011, e a empresa recebeu 12,37 milhões de patacas. Entre 2011 e 2013, houve mais um vínculo, e a empresa recebeu 24,39 milhões patacas. Foram celebrados com o ID mais dois contratos, o primeiro para 2014 e 2015, com um valor total de 29,26 milhões patacas e o segundo, entre 2015 e 2017, com um total de 39,39 milhões de patacas. Segundo o HM apurou, o único accionista da Surf Hong é Wong Chon Heng. O primeiro contrato estabelecido entre a empresa e o ID foi assinado em 2005 e em 2006 houve um novo acordo. Os contratos não foram publicados em BO. Porém, a existência foi confirmada ao HM pelo ID que, no entanto, não conseguiu fornecer atempadamente os valores envolvidos. A ligação entre o ID e Wong Chon Heng remonta, pelo menos a 2003. Nessa altura, o proprietário da Surf Hong era um dos corpos dirigentes do Clube de Salvamento de Vidas Long Tou, que prestava o serviço dos nadadores-salvadores. Mais tarde, em 2003, cria a Surf Hong que, a partir de 2005, passa a fornecer os serviços ao ID. DSAL desorientada Os problemas da Surf Hong começaram com protestos dos trabalhadores, devido à falta de condições laborais e pelo facto de não lhes ser entregue uma versão do contrato de trabalho. No domingo, o deputado Sulu Sou revelou mesmo que cerca de 20 nadadores-salvadores não-residentes tinham sido despedidos, após participarem nos protestos. Segundo os dados da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), no final de Setembro, a empresa tinha 61 trabalhadores não-residentes. Já o número de residentes ao serviço, cujos dados mais recentes são de Junho, era de 78 trabalhadores. No que diz respeito às infracções ao nível laboral, numa primeira resposta, à MASTV, a DSAL afirmava não ter recebido queixas nem ter conseguido entrar em contacto com o proprietário da empresa, Wong Chon Heng. Contudo, a estação televisiva entrevistou um ex-trabalhador, que afirma ter apresentado um pedido de ajuda. Mais tarde, numa resposta enviada ao HM, a DSAL voltar a dizer não ter recebido qualquer queixa nem pedido de trabalhadores. Contudo, horas mais tarde, a direcção de serviços emitiu um novo comunicado em que afirmava ter estado reunida com Wong Chon Heng e os trabalhadores. A DSAL apontou também terem sido detectadas infracções no que diz respeito às horas de descanso e revelou estar a analisar eventuais infracções relacionadas com dias de folga, horas extra, férias, entre outras. Morte na piscina do Carmo A empresa Surf Hong prestava os serviços de salvamento na piscina do Carmo, em Junho de 2006, quando uma residente de 26 anos morreu afogada. Na altura, o nadador de serviço que supervisionava a piscina tinha 60 anos e recebia 4600 patacas por mês. O Governo e a empresa foram inicialmente condenados a pagar uma compensação de 3,5 milhões de patacas à família mas, de acordo, com a decisão do TUI apenas a Surf Hong teve de pagar um milhão de patacas.
João Santos Filipe EntrevistaSalva Dut, activista e sobrevivente da Guerra Civil do Sudão: “Corri na direcção oposta ao som das balas…” Era só mais um dia de escola quando os tiros romperam pela aldeia onde vivia Salva Dut, à altura com 11 anos. Depois de perder o contacto com a família, a luta pela sobrevivência deu-lhe forças para caminhar centenas de quilómetros no deserto até chegar a um campo de refugiados. Hoje, com 44 anos, leva água potável ao país de origem e conta a sua história na primeira pessoa [dropcap]Q[/dropcap]ue memórias guarda do dia em que foi obrigado a fugir da sua aldeia devido à guerra? É um dia que tenho muito presente. Eram 10h da manhã e estava na escola. De repente, começámos a ouvir o barulho dos tiros e tivemos de fugir. O nosso professor apenas nos disse para fugir… E corri na direcção oposta ao som das balas… Que cenário viu quando fugiu da escola? Foi um momento muito assustador. Lembro-me de ver pessoas perdidas a correrem em todas as direcções. Muitas já estavam cobertas por sangue, havia sangue por todo o lado. Entre esse momento, em 1985, até 2002 esteve 16 anos sem saber da sua família. Pensou neles quando fugia? Não. Num momento daqueles não se pensa em quase nada. O nosso objectivo é fugir, evitar o perigo e chegar a um lugar seguro. Quando o professor nos disse para fugir, deixei tudo para trás, até o livro de exercícios. Só queria fugir para longe do barulho das balas e nem pensei na minha família. Quando se lembrou deles? Quando me senti mais seguro, comecei a pensar neles, a perguntar-me como ia regressar a casa, a pensar se eles estariam vivos. Foi um pensamento que me perseguiu durante quase 17 anos… FOTO: Escola Internacional de Macau Após a fuga, em conjunto com 1500 rapazes, passou a fronteira para a Etiópia e mais tarde para o Quénia, com uma nova passagem pelo Sudão. Temeu morrer durante a fuga? Sem dúvida, o medo estava sempre muito presente. Não estávamos num lugar seguro, não tínhamos como arranjar água nem comida, e depois havia os ataques das tribos e dos animais selvagens… Nessa altura, um dos meus melhores amigos morreu devido a um ataque de um animal. Foi atacado por leão? Não sei dizer, talvez tenha sido um leão ou uma hiena. Aconteceu tudo à noite, quando estávamos entre a vegetação e não vimos como aconteceu. Só começámos a ouvir os gritos dele e percebemos que estava a ser atacado. Mas era de noite e não conseguimos ver nada, por isso também não pudemos fazer nada… Fomos ouvindo os gritos até que eles chegaram ao fim… A caminhada foi feita principalmente à noite? Tinha de ser, até porque tínhamos de passar por outras tribos. Se nos vissem, o normal era que nos atacasse porque nos consideravam o inimigo. Assim, à noite caminhávamos para tentar passar sem ser vistos, e durante o dia tínhamos de manter-nos escondidos. Eram alturas em que não se descansava. O que passa pela cabeça de um rapaz de 11 anos que vive uma experiência destas? Sobreviver. Estamos tão assustados que só pensamos em fazer tudo para chegar a um lugar seguro. Não pensamos em mais nada que não seja, para onde vamos ou como vamos arranjar água ou comida. Também há sempre o medo de sermos encontramos pelo inimigo, que nos quer matar. São dias em que o único pensamento é a sobrevivência. Neste tipo de conflitos, há tendência para os militares matarem as crianças, que se podem tornar soldados do inimigo. Vocês tinham noção disso? Sim, nós sabíamos que as crianças eram alvos preferenciais e, como é óbvio, isso contribuía para que tivéssemos mais medo. Como é que uma criança com 11 anos lida com esta situação e com o facto de ter perdido o contacto com a família? Eu estava tão focado em sobreviver que o meu cérebro não pensava em mais nada. Só às vezes, nos momentos de descanso, é que pensava no que estava a acontecer e na minha família… Mas o que é que eu podia fazer? Não havia correios, não havia telefones, não havia transportes para regressar… Tive de aceitar que o que não tem remédio, remediado está… O Salva Dut é cristão. Alguma vez pensou que Deus não existisse nesta fase? (Pausa) Acho que nunca tive esse sentimento. Eu rezava sempre à noite e de manhã. Rezar e estabelecer uma ligação com Deus foi um grande apoio, uma grande motivação nessa fase. Até porque quando uma porta se fecha, há sempre a possibilidade de Deus abrir outra. Considero que foi isso que aconteceu. Esteve no campo de refugiados de Lodawar, no Quénia, seis anos. Como era a vida nesse local? Foi uma altura em que estava por minha conta. Não tinha familiares e no campo, que é gerido pelas Nações Unidas, davam-nos comida e roupas. De resto, não havia muito mais nada para fazer. O objectivo era estar num lugar seguro. Em 1996, é escolhido num programa norte-americano para ser adoptado por um família em Rochester, Nova Iorque. Foi uma mudança radical? Foi muito difícil. O choque cultural foi tremendo e lembro-me que achava que estava sempre frio. Também não falava a língua, mas tinha de ir à escola, trabalhar… Foi difícil, mas sabia que tinha de me adaptar, porque poderia melhorar muito a minha vida. Vinha de uma aldeia onde não havia água nem electricidade. Sentiu uma grande diferença no estilo de vida? Sim. Na casa onde vivia no Sudão do Sul não existiam lâmpadas nem água. Quando cheguei ao EUA há todas estas coisas que tornam a nossa vida muito confortável e que utilizamos de forma automática. Por exemplo, eu não sabia acender uma luz. Este tipo de coisas que as pessoas nos países mais desenvolvidos fazem de forma natural, porque sempre viveram com elas, eu tive de aprendê-las. Como se sentiu por ir para os EUA? Sinto-me abençoado por Deus, que me guiou e me deu algo de positivo, apesar de todas as situações difíceis. Estive numa situação de guerra com 11 anos, tive toda aquela caminhada de centenas de quilómetros até chegar a um lugar seguro, foram condições em que muitos morreram. Eu sobrevivi e ainda tive a oportunidade de ir para os EUA. Também pude regressar ao Sudão do Sul, ajudar as pessoas lá, e reencontrei os meus pais. É algo fantástico. Em 2002, um ex-companheiro do campo de refugiados informa-o que o seu pai está a ser tratado numa clínica das Nações Unidas… Como foi o reencontro? Foi uma emoção tremenda. Quando me aproximei dele, ele não me reconheceu. Eu, primeiro, disse: “Olá, pai”, e ele respondeu: “Quem és tu?”. Tive de dizer: “Sou eu, o Salva” e ficámos ambos muito emocionados. Durante esses anos todos tinha muitas dúvidas de que o voltaria a ver vivo. É também a partir desse momento que decide criar a Water for South Sudan, fundação que tem como objectivo levar água potável às várias aldeias do Sudão do Sul… Ele estava a receber tratamento devido a uma doença causada pela ingestão de água que não é potável. Nessa altura, decidi que tinha de fazer alguma coisa para ajudar as pessoas como o meu pai. E o reencontro com a sua mãe, quando ocorreu? O meu pai teve de caminhar mais de 480 quilómetros para chegar à clínica e ela ficou na nossa aldeia a tomar conta do resto da família. Por isso, só estive com ela depois de regressar aos EUA e voltar novamente ao Sudão do Sul. Ela reconheceu-o? Não, fui eu que a reconheci. Estava sentado numa mesa numa sala, quando ela entrou. Nessa altura não a vi logo, porque estava a falar com o meu tio. Até que ela entra e pergunta ao meu tio: “Onde é que ele está?”. E ele disse “é este rapaz aqui”. Foi fantástico o reencontro. Como se sente por ter estado tanto tempo afastado da sua família? Sinto-me muito mal com isso. É algo que desejava que nunca tivesse acontecido. E é isto que é a guerra. Sempre que há guerra quem sofre são os inocentes. Este tipo de injustiça motiva-o para tentar melhorar a situação no Sudão do Sul? Talvez seja uma das razões… Uma das ideia que defende é que o acesso a água pode pacificar os conflitos entre as diferentes tribos do Sudão do Sul. Porquê? Quando as pessoas têm acesso à água não precisam de se deslocar à procura deste bem-essencial. Esta busca é uma das causas dos conflitos entre as tribos. É frequente no Sudão do Sul, ver as pessoas mais novas a matarem-se umas às outras devido ao acesso à água. Neste sentido, trazer água para as diferentes aldeias também é contribuir para a paz. E isso não cria um sentimento de inveja? Não é a isso que temos assistido, pelo contrário. É comum que pessoas de tribos diferentes se ajudem a abrir novos poços. Nessas situações é comum ouvirmos as pessoas de tribos diferentes a dizerem somos todos o mesmo povo. Qual é o maior desafio nos trabalhos de escavação de poços de água? Há muitos. O principal é a falta de infra-estruturas, não temos estradas, fábricas com capacidade para produzir tubos que utilizamos, ou as bombas de água. Todos os materiais que utilizamos são importados. O Sudão do Sul está em guerra civil desde 2013. Na semana passada houve um acordo de paz entre o Governo e as forças rebeldes. Acredita que é desta que a guerra termina? No passado houve acordos semelhantes que foram violados. Não sei o que vai acontecer desta vez. Mas espero que seja diferente, que haja paz. As pessoas do Sudão do Sul já sofreram demasiado com as guerras e só com a paz e estabilidade poderá haver prosperidade. Perfil Nascido em 1974, Salva Dut nasceu na tribo Dinka e aos onze anos, em 1985, viu-se obrigado a fugir da aldeia onde vivia, no Sul do Sudão, devido à Segunda Guerra Civil. É um dos 40 mil “Lost Boys” [crianças perdidas em português], nome para os menores que se perderam dos pais devido ao conflito armado. Em fuga, com um grupo de várias crianças, Salva teve de percorrer centenas de quilómetros, para encontrar abrigo, primeiro, num campo de refugiados na Etiópia e, depois, no Quénia. Em 1996, ao abrigo de um programa das Nações Unidas foi adoptado por uma família de Nova Iorque. Actualmente, é cidadão norte-americano e licenciou-se em Negócios Internacionais no Colégio Comunitário de Monroe, que pertence à Universidade Estadual de Nova Iorque. Em 2003, fundou com um grupo de amigos a associação sem fins lucrativos Water for South Sudan [Água para o Sudão do Sul], que tem como objectivo levar água potável a um dos mais novos países do mundo. Conflitos armados desde 1955 Em 2011, a República do Sudão do Sul tornou-se oficialmente um país. Porém, encontra-se em guerra civil desde 2013. Na semana passada, foi assinado um acordo de paz entre o Governo e as forças rebeldes, mas há bastantes dúvidas quanto ao sucesso da resolução, uma vez que no passado, por várias vezes, acordos deste género não foram cumpridos. Desde 1955, altura em que o território que agora constitui a República do Sudão do Sul pertencia ao Sudão, que a História do país está marcada pela guerra. Nos períodos 1955-1972 e 1983-2005, o Sudão do Sul, maioritariamente cristão, lutou com o Sudão, maioritariamente muçulmano, por maior representatividade e mais tarde por independência. O objectivo foi alcançado em 2011, após um referendo. Porém, dois anos depois, conflito armado regressou à região. Agora, Salva Kiir, presidente do país, e Riek Machar, líder dos rebeldes, dizem que vão partilhar o poder. Resta saber se vão efectivamente conseguir entender-se e terminar a guerra. Convite da Escola Internacional de Macau Salva Dut esteve em Macau a convite da Escola Internacional de Macau [The International School, em inglês], onde teve a oportunidade de partilhar a sua história e falar das actividades da Water for South Sudan com os alunos da instituição. Além disso, houve actividades promovidas pela escola de recolha de fundos para financiar a escavação de mais poços no Sudão do Sul. “Até hoje, já cavámos 349 poços e treinámos uma equipa especializada para auxiliar as diferentes aldeias em questões de higiene e manutenção desses poços”, disse Salva Dut, ao HM. “Os efeitos da escavação de um poço são fantásticos para as comunidades. A menina que antes tinha de andar quilómetros para ir buscar água para a família passa a ter tempo para poder ir à escola. E isso é uma semente para um futuro melhor para o Sudão do Sul e para a sua população”, acrescentou. • Ajude a Water for South Sudan
Hoje Macau Manchete SociedadeTufão “Mangkhut” | Governo e Macau Water reuniram com Zhuhai A Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA) reuniu ontem com a concessionária responsável pelo abastecimento de água no território, a Sociedade de Abastecimento de Água de Macau (Macau Water) e a Companhia de Abastecimento de Água da Zona Económica Especial de Zhuhai a Macau, com o objectivo de discutir as “medidas de protecção contra o tufão e inundações, com vista a garantir o fornecimento regular e seguro de água bruta e canalizada durante a passagem de tufão”, aponta um comunicado oficial. A DSAMA adiantou também que a Macau Water está preparada para o fornecimento de água canalizada a hotéis e habitações durante e depois da passagem do tufão “Mangkhut”. “Depois de ter examinado a situação actual das diversas estações de tratamento de água, a DSAMA confirma que a Macau Water está preparada para o tufão, os painéis de retenção de água estão bem colocados nas instalações de produção de água na Estação de Tratamento de Água na Ilha Verde e no Reservatório Central de Macau, cuja altura máxima é de 2,6 metros, enquanto a porta de estanque vai ser fechada.” Além disso, a concessionária “já encheu todos os tanques de água elevados e vai estar atenta ao seu nível de água, a fim de garantir uma reserva suficiente para satisfazer as necessidades”. Além disso, a Macau Water garante que vai aumentar “o número de funcionários em serviço e reforçará a inspecção das estações de tratamento de água”. “Na altura, os funcionários responsáveis pelo tratamento de água e rede de tubagens estarão em serviço na Estação de tratamento de água na Ilha Verde, no Reservatório Central de Macau e na Estação de tratamento de água de Coloane. Os funcionários responsáveis pela reparação dos equipamentos estarão em serviço na Estação de tratamento de água na Ilha Verde e no Reservatório Central de Macau”, explica o mesmo comunicado. Electricidade garantida No que diz respeito ao fornecimento de electricidade, o Governo também assegura que não deverão ocorrer problemas. “Está verificado e confirmado o funcionamento regular das instalações de fornecimento de electricidade de reserva em cada estação e o automóvel que gera energia de reserva pode ser utilizado.” Além disso, a DSAMA “coordenou com a CEM sobre medidas de apoio de contingência, para reforçar a segurança de fornecimento de electricidade às estações de tratamento de água”. Recorde-se que o ano passado, a 23 de Agosto, várias casas ficaram sem luz durante algumas horas após a passagem do tufão Hato, sendo que o fornecimento de água ficou suspenso durante vários dias em algumas das zonas mais afectadas no território.