Criptomoeda | Fraude no valor 21 milhões de euros terá passado por Macau

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma alegada fraude com moedas virtuais no valor de 21 milhões de euros terá passado por um casino em Macau, através de um esquema montado por uma rede criminosa tailandesa, noticiou ontem o jornal Bangkok Post. O grupo criminoso terá convencido as vítimas a comprarem acções das empresas Expay Group, NX Chain Inc e DNA 2002 Plc com as moedas virtuais bitcoin e Dragon Coins, afirmando que esta última poderia ser usada para investir num casino em Macau. De acordo com o Bangkok Post, de forma a credibilizar o alegado esquema, o grupo tailandês organizou mesmo uma visita a um casino em Macau para convencer as vítimas de que as Dragon Coins poderiam ser usadas para assegurar o investimento. O jornal não especificou qual seria o casino, nem o montante envolvido.
Aarni Otava Saarimaa, milionário filandês de 22 anos que fez muita da sua fortuna através de investimentos em moedas virtuais, e o seu parceiro de negócios, Chonnikan Kaeosali, estão entre as vítimas deste alegado esquema.
A fraude terá acontecido em 2017, tendo já levado à detenção, na semana passada, do conhecido actor tailandês Jiratpisit Jaravijit, de 27 anos, presumivelmente um dos orquestradores do crime.
As autoridades de Macau alertaram, na semana passada, contra o uso das moedas virtuais, ilegais no território, depois de um alegado caso de fraude no valor de 2,2 milhões de euros noticiado pelos órgãos de comunicação locais. De acordo com os jornais locais, cerca de 70 pessoas no território foram alegadamente lesadas ao comprarem este tipo de moedas. A conselheira das comunidades portuguesas Rita Santos terá sido uma das burladas.
Na mesma nota, a Autoridade Monetária de Macau lembrou que já tinha notificado no passado todos os bancos e instituições de pagamentos locais para que não se envolvessem neste tipo de serviços financeiros, já que isso “pode constituir uma eventual violação das disposições do Regime Jurídico do Sistema Financeiro”.

14 Ago 2018

Alibaba | Mais de 273 milhões para Centro de Computação em Nuvem e Plataforma de Mega-Dados

É o primeiro passo concreto para a desejada cidade inteligente. O projecto de design do Centro de Computação em Nuvem e Plataforma de Mega-Dados, adjudicado à Alibaba Cloud, vai custar 273,4 milhões de patacas

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]design do Centro de Computação em Nuvem e Plataforma de Mega-Dados, inserido na ambição de Macau de criar uma cidade inteligente, vai custar aos cofres públicos 273,4 milhões de patacas. O valor do projecto, adjudicado à Alibaba Cloud, sociedade filiada do gigante chinês, diz respeito a dois anos. A primeira “tranche”, de 100 milhões, reporta-se a 2018; enquanto a segunda, no valor de 173,4 milhões, vai ser paga em 2019.

Os dados relativos ao projecto, adjudicado pelos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), constam das informações relativas aos encargos plurianuais, autorizados pelo Chefe do Executivo em Junho. A lista foi publicada na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) em Boletim Oficial, como obriga, aliás, a legislação complementar à Lei do Enquadramento Orçamental.

O projecto, integrado no Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA), surge no âmbito dos planos do Governo de transformar Macau numa cidade inteligente. Essa ideia começou a materializar-se há sensivelmente um ano com a assinatura de um acordo-quadro de cooperação com a Alibaba Cloud, estabelecida em 2009, que figura como “a maior fornecedora de serviços em nuvem na China” e assume “uma posição de liderança em termos internacionais”, prestando serviços, a governos e empresas, “espalhados por mais de 200 países e regiões”.

Ao abrigo do acordo-quadro, essa cooperação divide-se em duas fases e vai desenrolar-se ao longo de quatro anos. A primeira – até Junho de 2019 – prevê precisamente a criação de um centro de computação em nuvem (conjunto de servidores remotos alojados na internet para armazenar, gerir e processar dados em vez dos servidores locais ou de computadores pessoais) e de um plataforma de mega-dados. À luz dos planos, o acordo também contempla o início gradual de projectos de utilização dos mesmos em seis domínios. A saber: promoção do turismo, formação de talentos, gestão do trânsito, serviços de assistência médica, gestão integrada urbana e prestação de serviços urbanos integrados e tecnologia financeira.

Passo posterior

A segunda etapa – de Julho de 2019 a Junho de 2021 – compreende o aperfeiçoamento do centro de computação em nuvem e da plataforma de mega-dados, abrangendo outras áreas como protecção ambiental, passagem fronteiriça e previsões económicas.

A assinatura do acordo foi testemunhada pelo chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, e pelo presidente do grupo Alibaba, Jack Ma, nomeado, em Junho de 2016, consultor dos Conselhos para o Desenvolvimento Económico e de Ciência e Tecnologia de Macau.

Aquando do acordo-quadro com a Alibaba Cloud, a chefe do gabinete do Chefe do Executivo, O Lam, afirmou não haver um “orçamento global” para a construção de uma cidade inteligente, uma estratégia definida no plano quinquenal de Macau, apresentado em 2016, indicando que a adjudicação seria feita “projecto a projecto”. Dias depois, o gabinete do porta-voz do Governo divulgou uma estimativa preliminar relativamente à construção da cidade inteligente, apontando para um orçamento na ordem dos 400 milhões de patacas até 2019.

14 Ago 2018

Rádio-táxis | Anunciado concurso público para concessão de 200 licenças

 

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m despacho do Chefe do Executivo, publicado ontem em Boletim Oficial, autoriza o lançamento de um concurso público para a concessão de até 200 licenças especiais de táxis. A concessão das licenças especiais, para viaturas que respondem exclusivamente a pedidos por telefone e pela Internet, tem a validade de oito anos. O despacho, que entra hoje em vigor, não refere quando vai ser efectivamente aberto o concurso. O último concurso para o serviço de rádio-táxis, em que foram atribuídas 100 licenças, realizado em Outubro de 2015, foi ganho pela Companhia de Serviços de Rádio Táxi Macau S.A.

14 Ago 2018

Concessionários explicam mau aproveitamento do Vale das Borboletas

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m grupo de concessionários de terrenos situados no Vale das Borboletas veio a público esclarecer as razões do atraso dos projectos de desenvolvimento previstos para aquela área. A clarificação foi feita em resposta a “comentários” que deixaram os responsaveis pelos terrenos insatisfeitos.
Em causa estão as declarações do presidente da Associação da Sinergia de Macau, Lam U Tou, que alegou na passada quinta-feira que os concessionários não fizeram nada para o desenvolvimento industrial, inicialmente previsto para aqueles terrenos.
Lam U Tou referiu ao Jornal do Cidadão que existem casos, como o do Vale das Borboletas e das zonas C e D do Largo de Nam Van, que apesar de terem um plano de desenvolvimento específico, estão com projectos que não se adequam para o fim estabelecido.
Aquela área estaria destinada, inicialmente, para fins industriais, finalidade que foi alterada para fins residenciais. Para Lam U Tou, esta alteração não se justifica e terá sido feita apenas porque estavam implicados interesses económicos.
Para o responsável da Associação da Sinergia de Macau a finalidade dos terrenos não deveria ter sido alterada porque nunca se tentou fazer nada no sentido de respeitar a finalidade industrial.

Culpa do Governo

O grupo de concessionários responsável pelos terrenos sitos no Vale das Borboletas publicou no Jornal Ou Mun um anúncio, que acusa Lam U Tou de prestar declarações falsas. Os concessionários argumentam que quando o Vale das Borboletas foi concedido, nos anos 80, pelo Governo português, aquelas terras se encontravam numa situação em que era dificil trabalhar nelas. De acordo com o anúncio publicado, os solos foram descitos como terras rochosas e de dificil acesso, “quer a pé, quer de carro”.
“Com estas condições não era possível desenvolver qualquer indústria na zona e os terrenos não foram utilizados de imediato por necessitarem de ser nivelados”, justificam os concessionários.
No anúncio é acrescentado que em 1993 a finalidade dos terrenos foi alterada para residencial depois de o Governo se ter depararado com dificuldades na construção de infra-estruturas básicas.
Além disso, os concessionários acusam os serviços do Governo de lentidão quanto aos processos de execução de obras para justificar o não aproveitamento em tempo útil das terras.

14 Ago 2018

PME | Novos empréstimos caíram mais de 16 por cento

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]novo limite de crédito aprovado às pequenas e médias empresas (PME) pelos bancos de Macau foi de 10,6 mil milhões de patacas no primeiro semestre, traduzindo uma diminuição de 16,1 por cento em termos anuais homólogos. De acordo com dados divulgados ontem pela Autoridade Monetária, o balanço utilizado do total dos empréstimos concedidos às PME era de 81,9 mil milhões de patacas no final de Junho, mais 12,6 por cento face a igual período do ano passado. Já o balanço relativo aos empréstimos em dívida não pagas pelas PME aumentaram 12,5 por cento em termos anuais para 578,5 milhões no final de Junho.

14 Ago 2018

Comércio | Importações de Portugal crescem no primeiro semestre

 

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]acau importou de Portugal, no primeiro semestre de 2018, produtos avaliados em 14,4 milhões de euros, mais 29 por cento comparativamente a igual período de 2017, informou ontem a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP). A informação da delegação de Macau da AICEP baseia-se no último balanço realizado pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos de Macau, a 31 de Julho.
O sector alimentar, que continua a representar metade do total de mercadorias que Macau compra a Portugal, registou um aumento de 15 por cento no período em análise, com destaque para o vinho (mais 24 por cento), carnes de animais da espécie suína, frescas, refrigeradas ou congeladas (mais 43 por cento), o azeite (mais 16 por cento) e as águas (mais 13 por cento). No sector das bebidas observou-se “um incremento de 21 por cento no primeiro semestre de 2018, directamente relacionado com o aumento da compra de vinho a Portugal”, refere o comunicado da delegação de Macau da AICEP.
O sector do azeite tem evidenciado um crescimento elevado, com Portugal a assumir-se como principal fornecedor deste produto à RAEM. No primeiro semestre de 2018, a compra de azeite a Portugal cresceu 16 por cento relativamente ao ano anterior, segundo a mesma nota. Destaca-se igualmente a importação de vestuário português, quel cresceu 494 por cento.
As máquinas e equipamentos constituem o terceiro grupo de produtos mais importado por Macau a Portugal (14 por cento do total), registando um aumento de 4 por cento (especialmente os transformadores eléctricos), seguido dos produtos farmacêuticos (8 por cento do total), que registaram “um desempenho excepcional” com uma taxa de crescimento de 186 por cento no primeiro semestre de 2018.

14 Ago 2018

ONU | DSAL só teve uma queixa de discriminação racial entre 2012 e 2015

 

Na reunião da Comissão das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial, o Executivo foi aconselhado a intensificar a promoção dos mecanismos de denúncia. Liu Dexue elogiou a sociedade de Macau e falou do contexto histórico de aceitação cultural

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]ntre 2012 e 2015, a Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) apenas recebeu uma queixa sobre discriminação racial. Um registo irrisório, apenas suplantado pela justiça, uma vez que nos tribunais não corre nenhum processo quanto a esta matéria. Os números foram avançados pelo Governo de Macau à Comissão das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial, durante o encontro em que foi avaliada a situação na China.
Contudo, os números fornecidos pela comissão local liderada por Liu Dexue, director da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), fizeram Alexei Avtonomov, membro do órgão das Nações Unidas, sublinhar a necessidade de aumentar o nível de informação para os mecanismos de denúncia junto dos trabalhadores não-residentes.
“Em relação a Macau, noto que em 2013 os Serviços de Assuntos de Justiça organizaram encontros com trabalhadores não-residentes sobre discriminação e também sobre tráfico humano. Noto também que apesar da DSAL poder aceitar queixas sobre discriminação, que entre 2012 e 2015 só foi recebida uma única queixa”, começou por dizer Alexei Avtonomov. “Não quero dizer que tenham de trabalhar e ir à procura activamente de queixas, mas deviam fornecer mais informações às pessoas, para que saibam como lidar com situações de discriminação com base na raça, local de origem ou etnia”, aconselhou o russo.
Avtonomov considerou mesmo normal que por vezes haja, principalmente no sector privado, casos de discriminação: “Não digo que haja discriminação em Macau, mas poderá haver uns certos preconceitos, principalmente no sector privado”, apontou.
Sobre este aspecto, Liu Dexue sublinhou a diversidade cultural e histórica do território, que faz com que haja uma “aceitação enraizada entre a comunidade” das diferentes culturas e etnias.

CCAC independente

Devido a constrangimentos de tempo, as intervenções de Liu Dexue foram curtas, mas também pelo facto do Governo Central ser o principal foco da reunião. Mesmo assim, o representante local teve tempo para frisar que o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) funciona de forma independente do Chefe do Executivo. “O CCAC actua com total autonomia e independência, para promover as liberdades e salvaguardar a liberdade individual, assim como um bom desempenho público”, garantiu Liu Dexue.
“O coordenador é nomeado pelo Chefe do Executivo, enquanto líder máximo do Governo, e de acordo com a Lei Básica. Mas depois não há qualquer ligação com o poder Executivo. O CCAC desempenha as funções de forma independente e sem qualquer ligação ou limitação”, acrescentou.
Na sessão houve ainda tempo para elogios à implementação por parte de Macau da convenção sobre os refugiados, endereçados por Rita Izsák-Ndiaye, da Hungria. Os elogios a Macau contrastaram com as situações relatadas acerca de Hong Kong e do Interior da China.

14 Ago 2018

Fraude | Milhões perdidos em empresas de crédito P2P

 

Em Macau ainda se debate o mais recente caso de fraude financeira com o investimento falhado em criptomoeda. No continente, surge outro problema com mais de 1,5 milhões de pessoas a perderem as suas economias depois de contraírem empréstimos em empresas de crédito P2P. Os protestos estão na rua apesar da forte repressão policial

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo chinês está a enfrentar uma onda de indignação por parte de famílias que perderam as suas economias depois de investirem em plataformas online de empréstimos “Peer to Peer” (P2P) que prometiam lucros fáceis e rápidos aos seus investidores. Este tipo de negócio assenta na premissa do investidor que aplica dinheiro numa empresa que por sua vez concede créditos com base nesse capital investido a particulares.
De acordo com uma reportagem divulgada pela CNN, na semana passada, os lesados começaram a sair à rua para protestar e alertar para “uma das vertentes mais obscuras da indústria financeira chinesa”, refere a mesma fonte. Em causa está o consentimento do próprio Governo para com estas empresas de empréstimos à margem do sistema bancário oficial, que permitiu que as plataformas crescessem, algumas mesmo, com o apoio das autoridades centrais. Por ouro lado, a falta de mecanismos de fiscalização sobre as actividades desenvolvidas neste sector impediu a detecção de possíveis acções fraudulentas.
As promessas de retorno na ordem dos dois dígitos foram o isco irresistível que levou milhares de famílias a investirem as suas poupanças em busca da publicitada rentabilização. Com lucros prometidos muito superiores aos fornecidos pelas instituições bancárias oficiais, a tentação em que caíram algumas famílias foi maior que a prudência financeira e o resultado acabou por ser desastroso.
Pequim aumentou, recentemente, a repressão sobre este tipo de plataformas e, sem espaço de manobra, muitas delas fecharam de um dia para o outro. De repente, o país viu-se a mãos com milhares de lesados.
Segundo os dados fornecidos pela CNN, já fecharam no continente mais de 4400 empresas que se dedicavam a empréstimos P2P, desde 2012. O encerramento destas plataformas financeiras acarretou a perda de mais de 11,5 milhões de dólares americanos e lesou 1,2 milhões de pessoas que perderam, desta forma, todo o seu investimento.

Na primeira pessoa

Um gestor de projectos de construção falou da sua experiência à CNN. O homem investiu mais de 275 mil yuan numa plataforma financeira online, a Tourongjia.com, que encerrou no mês passado, sem qualquer aviso. “A primeira reacção foi de incredulidade sobre o que se estava a passar, não acreditava que a plataforma tivesse desparecido. Mas depois tive que aceitar a realidade”, disse o homem de 28 anos à CNN tendo optado por não se identificar com receio de represálias por parte do Governo.
O dinheiro investido incluiu as economias dos seus pais e pessoais que tinha juntado para comprar um apartamento para si e para a sua companheira que estava grávida. Com as poupanças perdidas, o homem agora teme que a família saiba do sucedido. “Os meus pais suicidam-se se souberem, para já, só eu e a minha mulher sabemos o que aconteceu”, referiu.
A Tourongjia.com está agora sob investigação por parte das autoridades. De acordo com um anúncio publicado no site da própria companhia, o presidente desapareceu. Neste momento, estão detidos 13 suspeitos e nenhum contacto da empresa se encontra a funcionar. No entanto, a publicação da Tourongjia.com não adianta qualquer informação no que respeita à devolução do dinheiro aos seus investidores.

Crédito alternativo

Sites como Tourongjia, conhecidos como prestadores de empréstimo P2P, são concebidos para ser uma fonte alternativa de crédito. Na China começaram a ser utilizados, essencialmente, por pequenas e médias empresas que necessitavam de dinheiro. Este segmento da economia atravessava dificuldades para se financiar através do sistema bancário oficial que, tradicionalmente, favorece empresas estatais e outras grandes companhias com ligações políticas privilegiadas, refere a CNN.
Num momento inicial, as plataformas P2P, foram incentivadas pelo próprio Governo, no entanto, e com o seu desenvolvimento, tornaram-se “um íman para a fraude e a criminalidade o que é expectável quando se opera fora do mercado e sem controle oficial”, descodifica o director da consultora de Xangai Kaiyuan Capital, Brock Silvers à CNN.
Com a emergência dos problemas relacionados com os empréstimos P2P, o Governo chinês iniciou um processo de “limpeza” do sector através da implementação de regulamentações rígidas que integram um leque de restrições mais amplas que estão a ser aplicadas ao sector financeiro.
De acordo com uma empesa especialista em monitorizar o sector P2P, a Wangdaizhijia, o número de prestadores de serviços desceu de 218 para 28 entre entre Maio e Julho deste ano.
“As autoridades estão agora mais preocupadas em reprimir o sector porque perceberam que está a ficar completamente fora de controlo” disse à CNN Andrew Collier, director da empresa de pesquisa financeira Orient Capital, em Hong Kong.

Apoios suspeitos

De acordo com o lesado que falou à CNN, o investimento na Tourongjia tinha tudo para parecer uma aposta segura até porque se tratava de uma companhia com apoio do Governo.
Por outro lado, têm sido muitas as notícias entre os meios de comunicação social do continente que mencionam reuniões entre os corpos executivos da empresa em causa e funcionários do Governo local de Hangzhou, onde a Tourongjia estava sediada. Em imagens divulgadas pela mesma fonte pode-se observar as autoridades em visita aos escritórios da Tourongjia e a participarem em jantares promovidos pela mesma. O Governo de Hangzhou não deu qualquer resposta à CNN quando lhe foi pedido um comentário acerca da situação.
Após o colapso da Tourongjia, ainda não se vislumbrou qualquer sinal de que os lesados possam reaver o seu investimento ou que possam ser compensados por terem sido vítimas de fraude. “Na China, a lei apenas protege um pequeno grupo de pessoas – não nós, as massas”, disse o gerente de projectos de construção à CNN. O lesado juntou-se a outras vítima com investimentos perdidos na mesma empresa e fizeram queixa às autoridades nacionais, “mas com pouco sucesso”, cita a mesma fonte.
O banco central da China também se tem mantido em silêncio a este respeito, apesar de ter criticado publicamente “os maus credores” e instado os departamentos governamentais a melhorar a “racionalidade dos investidores em investimentos, empréstimos de alto risco”.

Protesto falhado

Sem nada a perder, as vítimas organizaram uma manifestação em Pequim que, como não é habitual, foi completamente impedida pela polícia mesmo antes de começar. A manifestação que iria decorrer em frente às instalações do Regulador Bancário Nacional foram acertadas via WeChat, que é monitorizada em tempo real pelo Governo Central, apesar deste o negar. No entanto, nas imagens divulgadas, encontra-se um homem à porta de casa, pronto para sair rumo ao protesto e com a polícia à porta à sua espera a impedi-lo de deixar a sua casa. “Tudo aponta que o Governo soubesse destes protestos com antecedência e a resposta policial assim o confirma”, sublinha a CNN.
Entretanto, quem ficou sem dinheiro considera que já perdeu tudo e que mesmo sob ameaça de prisão caso continuem a insistir nos protestos, não há motivos para rendição. Um vendedor de produtos de saúde, de 36 anos, afirmou ter perdido cerca de 1,4 milhão de yuan também com Tourongjia e reitera que os protesto vão continuar. “Precisamos lutar pelos nossos direitos”, disse. “A minha vida está arruinada. Agora, sou como um refugiado financeiro”, rematou.

14 Ago 2018

Melco Crown | Trabalhadores voltaram a protestar

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]ecorreu na noite de sábado o segundo protesto de trabalhadores da Melco Crown no espaço de 15 dias. De acordo com a Rádio Macau, a manifestação organizada pela Associação Novo Macau dos Direitos dos Trabalhadores do Jogo reuniu cerca de três mil pessoas, embora dados da Polícia de Segurança Pública apontem para apenas 850 pessoas. As razões para o protesto prendem-se com a falta de pagamento dos subsídios de férias e de natal e a aplicação rigorosa da lei anti-tabaco nos casinos.

13 Ago 2018

Demografia | Menos nascimentos e menos óbitos até Junho

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]acau registou, nos primeiros seis meses do ano, 2.855 nados-vivos – menos 301 – e 955 óbitos – menos 34 em termos anuais homólogos, indicam dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No final de Junho, a população total de Macau era composta por 658.900 habitantes, traduzindo um aumento anual homólogo de 1,6 por cento (mais 10.500 pessoas), dos quais 181.499 eram trabalhadores não residentes. O número de casamentos também sofreu um aumento, atingindo 2.135, ou seja, mais 108 do que os registados nos primeiros seis meses do ano passado.

13 Ago 2018

Hato | Fundação Macau deu apoios de 580 milhões

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Fundação Macau atribuiu um total de 580 milhões de patacas em apoios aos afectados pelo Tufão Hato, que passou por Macau no dia 23 de Agosto do ano passado, causando 10 mortes. Segundo um comunicado de ontem da Fundação Macau, para restauros das casas afectadas houve um total de 6.368 pedidos, dos quais 5.665 foram aceites, envolvendo 40.03 milhões de patacas. Em assistência médica foram dados apoios a 208 casos com 680 mil patacas, além dos 3 milhões pagos aos familiares das 10 vítimas mortais. Foram atribuídas 500 patacas como subsídio de água a 211 mil moradores e 1.500 patacas como subsídio de electricidade a cada uma das 215,000 fracções habitacionais, atingindo um total de 430 milhões. Finalmente, foram ainda subsidiadas as renovações e reconstruções das sedes de associações com cariz educacional ou cultural num montante de 105 milhões.

13 Ago 2018

Galgos | Borba quer acolher centro internacional de Macau

A construção do Centro Internacional de Realojamento de Galgos de Macau pode estar em causa. Uma das razões é a necessidade de alterar a finalidade do terreno no Pac On que foi anunciado como o destino da infra-estrutura. Entretanto, em Borba abrem-se portas para receber o projecto

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]presidente da Câmara de Borba disse à Lusa que a autarquia está interessada em receber o Centro Internacional de Realojamento de Galgos para acolher mais de 500 cães do canídromo de Macau que encerrou em Julho. António Lopes Anselmo afirmou que este projecto seria importante para o concelho, permitindo a criação de “postos de trabalho diferenciados”, bem como na sensibilização pedagógica junto das gerações mais novas.

“Era extremamente importante para nós, este tipo de investimento (…) além de salvar esses animais todos, fazer um trabalho interessante em termos pedagógicos, para as escolas”, explicou à Lusa o presidente da Câmara de Borba, distrito de Évora. “Estamos claramente interessados” afirmou, acrescentando: “Aqui os animais estão tranquilos e têm espaço”.

Na quinta-feira, à margem de uma visita de jornalistas ao Canídromo de Macau, o presidente da Sociedade Protetora dos Animais de Macau, ANIMA, que está envolvido no processo de realojamento dos 533 galgos, admitiu a hipótese de ser construído um centro internacional de realojamento de galgos, único no mundo, em Borba.

“A Yat Yuen deu-me carta branca para eu poder começar a pensar no terreno”, disse à Lusa Albano Martins.

Percurso sinuoso

No dia 27 de Julho, a empresa, que abandonou 533 cães no Canídromo, comprometeu-se a construir um centro internacional de realojamento de galgos. Contudo, a utilidade do terreno escolhido é de finalidade industrial, sendo a alteração deste fim necessária para que as autoridades do território aprovem a construção deste centro. Caso as autoridades de Macau não aprovem o terreno, a opção será Borba. Quer o financiamento do projecto como o transporte dos animais será assegurado pela Yat Yuen, disse Albano Martins.

“Espero que quando [o presidente da Anima] regresse a Portugal possamos falar de uma forma mais objectiva, porque é do nosso interesse”, declarou António Lopes Anselmo.

Em 2017, em declarações ao Ponto Final, Albano Martins já havia afirmado estar a ponderar a construção de um centro internacional de realojamento de galgos em Portugal.

“O Albano falou comigo em 2016 e disse-me que havia essa possibilidade”, confirmou o presidente da Câmara de Borba. Em 2016, o Governo de Macau deu dois anos ao Canídromo da cidade para mudar de localização e melhorar as condições dos cães usados nas corridas ou para encerrar a pista, cujas receitas se encontram em queda há vários anos.

A 12 de Julho, pouco antes de o contrato de exploração terminar, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais já tinha exigido à Companhia de Corridas de Galgos a entrega imediata de um plano concreto para realojamento dos galgos, depois de a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos ter recusado prolongar o contrato de exploração do Canídromo, a operar há mais de 50 anos no território.

13 Ago 2018

Trovoada 18” | Mil identificados em operação policial

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]urante a operação “Trovoada 18”, levada a cabo entre as 23h de sexta-feira e as 04h de sábado, foram identificados 999 indivíduos, dos quais 47 (40 homens e sete mulheres foram levados para a esquadra para averiguações. Segundo os Serviços de Polícia Unitários (SPU), durante as rusgas a casinos, bares e ‘karaokes’, foram detectados cinco indivíduos, todos de nacionalidade chinesa, em excesso de permanência, bem como dois suspeitos de imigração ilegal. A operação, coordenada pelos SPU, mobilizou mais de 280 agentes da Polícia Judiciária e da Polícia de Segurança Pública, e dez pelotões cinotécnicos.

13 Ago 2018

Criptomoeda | Pereira Coutinho investiu cerca de 700 mil dólares de HK

Documentos a que a Macau News Agency teve acesso revelam que o deputado José Pereira Coutinho investiu 700 mil dólares de Hong Kong no negócio da criptomoeda promovido pelo filho de Rita Santos. O contrato do deputado terá sido alterado ao nível da taxa de juro

[dropcap]A[/dropcap]firma nada ter a ver com o assunto, que esteve presente no seminário de Janeiro “de passagem”, mas a verdade é que o deputado José Pereira Coutinho também investiu nas criptomoedas, num caso que envolve a Forger Tech, detida em 10 por cento pelo filho de Rita Santos, Frederico Rosário, e a Genesis Hong Kong Ltd.. Feitas as contas, a negociata poderá ter lesado cerca de 60 investidores em Macau.

A agência de notícias teve acesso a alguns contratos assinados, onde se inclui o contrato do deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM).

O contrato em questão data de 18 de Março e diz respeito a um investimento de 500 mil dólares de Hong Kong feitos por Pereira Coutinho na Forger CCMS, empresa ligada à Forger Tech que trata das operações de mining de criptomoeda.

Este contrato terá sido alterado, pois inicialmente continha uma taxa de retorno de juro de 18 por cento por mês, esse valor foi riscado a caneta para ser substituído por uma taxa de retorno de 20 por cento, escreve a agência de notícias. No mencionado seminário sobre criptomoedas, que acabou por se transformar numa sessão para captar investidores, foi prometida uma taxa de retorno de 25 por cento ao mês.

Depois desse contrato de 500 mil dólares de Hong Kong, Pereira Coutinho terá feito um segundo, no valor de 200 mil dólares de Hong Kong.

Dennis Lau, empresário de Hong Kong ligado à Forger Tech, disse à TDM que também foi enganado por Frederico do Rosário, que terá alterado vários contratos para que os membros da sua família ganhassem mais juros que os restantes investidores. Dennis Lau, que fez queixa do caso às autoridades policiais de Hong Kong, adiantou que terá perdido, com este caso, cerca de três milhões de dólares norte-americanos.

A Rádio Macau noticiou no sábado que a Polícia Judiciária (PJ), em Macau, já contactou um total de 25 residentes que investiram um montante total de 9,2 milhões de dólares de Hong Kong. Os investimentos individuais devem situar-se entre os dez mil e os dois milhões de dólares de Hong Kong.

Confiança perdida

Uma lesada com quem o HM falou, e que optou pelo anonimato, confidenciou ser próxima de Frederico do Rosário e da sua esposa, e que foi aliciada a investir através de mensagens enviadas via Whatsapp.

“Eles promoveram bastante o plano de venda do Frederico e disseram-me que ele era director da empresa [Forger Tech]. No início não sabíamos que ele só tinha 10 por cento da empresa, e garanto que se todos soubéssemos que ele não detinha a empresa em cem por cento, não teríamos investido”, afirmou a lesada.

Esta investidora participou no seminário que a Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM) acolheu, em Janeiro.

Lá, o filho de Rita Santos “disse ao microfone que era o proprietário da empresa juntamente com Dennis Lau”. “Nesse seminário, tanto o Frederico como a sua mãe, Rita Santos, disseram-nos que o investimento não tinha quaisquer riscos. Disseram-nos que, como o Frederico controlava o negócio, se houvesse algum problema ele e a sua mãe iriam devolver-nos o dinheiro em caso de alguma perda.”

A lesada defendeu não saber a razão por detrás desse discurso, pois “a maior parte das pessoas que participam na segunda parte do seminário eram familiares ou amigos muito próximos deles”. “Todos os que investiram na criptomoeda fizeram-no confiando no Frederico e na Rita Santos”, frisou.

Dennis Lau contou à TDM que tem vindo a falar com investidores de Macau, incluindo “pessoas famosas do Governo”. Esta lesada referiu que também tem mantido contacto com o empresário de Hong Kong para conseguir reaver o juro prometido, pois em Junho deixou de receber.

“Perguntei ao Frederico e à sua esposa e eles disseram-me que não sabiam de nada e que eu deveria pedir informações ao Dennis e deram-me o seu contacto. Não sei se eles receberam mais de juro do que eu, eu enquanto recebi, recebi de acordo com o que ficou assinado”, rematou.

13 Ago 2018

Estágios | ‘Geração INOV’ despede-se de Macau com expectativas superadas

 

Vêm para Macau por seis meses em busca de uma experiência internacional. Mas para muitos dos estagiários que integram o programa INOV, a passagem pelo território ficou muito além do esperado. O bom acolhimento pela comunidade portuguesa e pelos colegas contribuiu para isso

 

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de 20 jovens portugueses terminam, na sexta-feira, o estágio em empresas de Macau depois de meio ano de experiências que superaram as expectativas, muito graças à ajuda dos ‘ex-INOV’ que ficaram no território.
Qualidade de vida, a experiência profissional e a grande recepção da comunidade portuguesa em Macau são algumas das razões apontadas pelos jovens do programa INOV Contacto para considerarem que as suas expectativas foram superadas. “As minhas expectativas eram altas quanto à experiência em Macau e foram superadas”, disse à Lusa Gonçalo Gomes, um dos 21 estagiários que chegaram a Macau em Fevereiro e que integram a 22.ª edição, nesta região asiática, do programa INOV Contacto, gerido pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), entidade responsável pela internacionalização da economia portuguesa. “Eu acho que o INOV é um programa interessante que junta pessoas que querem sair do país a empresas que querem receber portugueses”, explicou o engenheiro civil de 28 anos.
Diana Roque, jurista com a mesma idade, decidiu embarcar neste projeto porque sempre quis ter experiência profissional internacional, fora da sua zona de conforto. “Em termos profissionais foi muito diferente, tive a oportunidade de trabalhar com clientes muito diferentes daqueles que são os clientes típicos num escritório de advogados português”, contou à Lusa.

Elos patriotas

Apesar da experiência profissional ter sido um sucesso, a vida em Macau ficou marcada, tanto para Gonçalo como para Diana, pela forma como foram recebidos pela comunidade portuguesa em Macau, muitos deles que já tinham participado em edições anteriores deste programa e que decidiriam ficar a trabalhar no território.
“Há um elo que se cria entre edições de INOV”, afirmou Diana, acrescentado ter sido uma óptima surpresa a recepção feita pelas pessoas que já tinham passado pela mesma experiência. “Todos os ex-INOV que cá estão absorvem-nos. Criaram um grupo no Facebook para trocarmos mensagens entre nós, algumas dicas e especialmente para nos dizerem que não tínhamos necessidade de irmos para um hotel porque eles nos davam casa, alguns de nós ficaram duas, três semanas em casa deles”.
O apoio aos ‘recém-chegados’ não acaba após os seis meses de estágio. Gonçalo é um bom exemplo disso: “ainda agora, que vou acabar o estágio, e vou ficar aqui mais uns tempos, imensa gente já se disponibilizou para me dar casa”, disse, admitindo que ambiciona ficar a trabalhar em Macau devido à qualidade de vida, do trabalho e pela “grande mais valia, tanto a nível profissional como pessoal”.
João Coelho e Inês Veloso Mendes participaram na edição anterior do INOV, ambos receberam propostas para trabalhar em Macau e decidiram ficar. Ao chegarem foram também eles bem-recebidos e agora foi a vez de retribuírem e ajudar os que chegaram.
Os dois, que já chegaram a partilhar casa, receberam dois INOV no apartamento, uma delas Diana Roque.
“Este ano coube-nos receber quem chegava”, contou João Coelho, que vive em Macau há mais de um ano e meio e fez o estágio em 2017 numa empresa de engenharia, que acabou por o contratar.
“As pessoas que já cá estão arranjam sempre forma de acolher quem vem”, argumentou.
Inês Veloso Mendes, advogada de 31 anos, depois de terminar os seis meses de estágio, em 2017, foi também contratada pela mesmo escritório que a recebeu na altura.

Oportunidade de crescer

“Tenho mais autonomia aqui (…) o que me fez aprender e crescer imenso”, disse Inês Veloso Mendes, acrescentando que algumas das razões que a fizeram ficar em Macau foram os ordenados, que são superiores aos de Portugal, e “aproveitar para conhecer melhor a cultura asiática e aprender mandarim”.
Ao contrário da edição do ano passado, em que a maioria das pessoas recebeu propostas para ficar a trabalhar em Macau, este ano o número deverá descer consideravelmente. “Este ano foi um bocadinho peculiar (…) na edição anterior foi muita gente absorvida e este ano tem havido algumas propostas, mas pelo que sei acho que as propostas não têm sido tão boas quando comparadas com os anos anteriores”, afirmou Diana Roque.
O INOV Contacto é um programa de estágios profissionais internacionais dirigido a jovens com formação superior e entidades que queiram reforçar as suas equipas. Este programa engloba 81 países e os participantes só sabem para que país vão poucos dias antes. “Vamos para um campus com as pessoas todas que foram seleccionadas, mais ou menos umas 300 pessoas e ainda ninguém sabe para onde vai”, explicou João Coelho. “Estamos num auditório onde estão a passar uns slides, aparece o teu nome primeiro, depois o nome da empresa onde se é colocado e depois a bandeira do país (neste caso a da China) e a cidade [Macau]”, concluiu.

13 Ago 2018

Pátio da Eterna Felicidade | Casas vão receber projectos culturais, diz secretário

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, reagiu ontem à notícia da entrega ao Governo de 13 casas localizadas no Pátio da Eterna Felicidade, na zona do Porto Interior, e que pertenciam à Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu. Alexis Tam disse estar “satisfeito” com essa decisão, sendo que o Executivo “já a tratar do processo da recepção e que no futuro o referido pátio será vitalizado com educação cultural e artística, bem como com exposições e espectáculos culturais”, lê-se num comunicado oficial.

Alexis Tam afirmou ainda que o Pátio da Eterna Felicidade está localizado perto das Ruínas de São Paulo, pelo que se pode transformar “num espaço cultural e de lazer que se enquadra bem com o património mundial circundantes”. Por essa razão, “é adequado aproveitar o Pátio da Eterna Felicidade para a educação cultural e artística, bem para realizar exposições e espectáculos culturais, promovendo, por exemplo, a ópera cantonense e as canções narrativas Naamyam, entre outros elementos de conservação do património cultural intangível”.

O secretário frisou ainda que o pátio não terá “elementos gastronómicos”, podendo ser apenas “um bairro comunitário com elementos gastronómicos, culturais e criativos”.

O Instituto Cultural (IC) já tinha instalado umas estruturas para garantir a segurança das fracções seculares, sendo que, depois da entrega das casas ao Governo, os Serviços de Saúde e o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais “irão tratar adequadamente da higiene pública do pátio”.

Propostas avaliadas

À margem de um evento público, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura garantiu também que as propostas do concurso público para a reconstrução do antigo Hotel Estoril e piscina municipal do Tap Seac já foram avaliadas. “A concepção mantém o mosaico e alguns elementos arquitectónicos da fachada do antigo hotel”, refere o mesmo comunicado.

13 Ago 2018

Ambiente | Quantidade de lixo produzido ‘per capita’ sem sinais de abrandamento

Macau ambiciona reduzir o lixo produzido diariamente ‘per capita’ em quase 30 por cento até 2026, mas trava uma luta contra a corrente. Segundo o relatório do estado do ambiente de 2017, a realidade é que a tendência de aumento persistiu

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]quantidade de resíduos sólidos urbanos descartados ‘per capita’ manteve a inclinação de subida no ano passado, crescendo 2,9 por cento para 2,16 quilogramas por dia. Uma marca que supera os valores (referentes a 2016) de Xangai (0,71 kg/dia), Cantão (0,98 kg/dia), Pequim (1,10 kg/dia), Hong Kong (1,41 kg/dia) e até mesmo de Singapura (1,49 kg/dia).
Os dados constam do relatório elaborado pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), tornado público na sexta-feira. Em termos globais, a quantidade de resíduos sólidos urbanos descartados – gerados na vida diária e nas actividades comerciais e industriais – aumentou 1,6 por cento para 510.762 toneladas. O papel/cartão representou sensivelmente 30 por cento dos resíduos sólidos no ano passado, relegando a matéria orgânica (27,4%) para segundo lugar, num pódio que ficou completo com o plástico (23%).
A quantidade de resíduos especiais e perigosos – que inclui químicos, hospitalares, óleos usados, pneus ou carcaças de animais – aumentaram 11,5 por cento em termos anuais para 3.751 toneladas. A inverter a tendência estiveram os resíduos de construção, de lamas, de escórias e de cinzas volantes, cujas quantidades diminuíram comparativamente a 2016.
Em contrapartida, no ano passado, verificou-se um aumento de dois dígitos de todos os tipos de veículos abatidos, à excepção dos pesados, que registaram uma queda. Em termos globais, foram para abate 26.224 veículos, ou seja, o dobro face a 2016. Um aumento que a DSPA atribui a medidas governamentais, como o abate de motociclos e ciclomotores com motor a dois tempos, bem como aos prejuízos resultantes da passagem, há sensivelmente um ano, do tufão Hato por Macau.
Reciclagem praticamente estagnada
Segundo o relatório, a taxa de recolha de resíduos recicláveis, calculada com base nos dados da importação e exportação, subiu 0,8 por cento face a 2016. A quantidade de resíduos recicláveis recolhidos teve, com efeito, diferentes desempenhos consoante os materiais. A título de exemplo, a quantidade de plástico recolhida aumentou, enquanto a de papel e a de metais diminuíram. O maior ‘tombo’ verificou-se no vidro (-25,6%), imputado parcialmente ao facto de o plano de recolha ter sido suspenso em Outubro, na sequência do tufão Hato.
Neste âmbito, o relatório destaca ainda o aumento (+7,3%) de resíduos alimentares passíveis de serem reaproveitados, recordando que, além do primeiro projecto de tratamento de resíduos alimentares nas habitações públicas de Seac Pai Van, foi também instalada na Central de Incineração de Resíduos Sólidos de Macau uma máquina dotada com uma capacidade diária de tratamento de 1.000 quilos de resíduos alimentares.
Em paralelo, foram retirados de um universo de quase 900 pontos de recolha espalhados por Macau 6.471 quilos de pilhas e baterias usadas, ao abrigo do plano criado no final de 2016; e recolhidos 7.646 equipamentos de informática e de comunicação à luz do programa lançado em Outubro último.

Qualidade do ar e da água

O relatório do estado do ambiente, com mais de 80 páginas na versão portuguesa, abre com a qualidade do ar. Segundo o documento, que cita os registos de todas as estações de monitorização da qualidade do ar, o número de dias classificados como “bom” e “moderado” ultrapassou 92 por cento, reflectindo um descida face a 2016, sendo que na estação da Taipa chegou a registar-se um dia “muito insalubre”. Segundo a DSPA, os índices de qualidade do ar tiveram melhores resultados em Junho e Julho e foram menos satisfatórios em Dezembro.
O ozono (O3) manteve-se como o principal poluente atmosférico, tendo os níveis mais elevados sido registados em Setembro. Apesar de não ter sido definido o valor padrão de concentração média anual, a DSPA observa que foi registada “uma subida palpável” da mesma em duas estações de monitorização relativamente a 2016. O ozono figura como o principal constituinte do ‘smog’ fotoquímico, que consiste numa mistura de nevoeiro e poluição. A exposição a níveis baixos deste poluente pode reduzir as funções pulmonares, originando dores no peito, tosse, náuseas e congestão pulmonar.
Já as concentrações médias anuais de PM10 e PM2.5 registadas em todas as estações de monitorização em 2017 foram inferiores aos valores padrão. Segundo o documento, a concentração média anual de PM2.5 (as mais finas e susceptíveis de se infiltrarem nos pulmões) registada em todas as estações de monitorização teve, aliás, melhor desempenho do que a do Delta do Rio das Pérolas (Guangdong-Hong Kong-Macau) em geral. De recordar que as PM2.5 foram o principal poluente atmosférico a afectar a qualidade do ar entre 2013 e 2015.
No tocante ao ambiente aquático, o relatório indica que “a qualidade da água potável satisfez todos os padrões e manteve um baixo nível de salinidade” e que “os coliformes totais das redes de abastecimento de água cumpriram os padrões”. Sem alterações relativamente a 2016 esteve também a qualidade das águas costeiras, com o Porto Interior, Porto Exterior e Praia Grande a figurarem como as zonas com águas mais poluídas. Neste âmbito, o relatório refere ainda que “mesmo havendo uma subida no índice de avaliação da exposição a metais pesados, continuou a manter-se um nível muito baixo e inferior aos valores padrão”.

Conservação da natureza

No plano da conservação da natureza, o documento indica que a área de zonas verdes foi semelhante a 2016, embora tenha havido uma ligeira diminuição da área de zonas verdes ‘per capita’. Já o número de árvores nas rodovias sofreu uma redução substancial devido ao tufão Hato, mas a quantidade de espécies (incluindo árvores e arbustos nas bermas) permaneceu inalterada.
Já no que diz respeito às espécies animais houve um aumento praticamente em toda a linha, à excepção da diminuição do número de répteis (23) e de peixes (218) e de anfíbios (9) que permaneceram inalterados. Já o universo de aves aumentou de 126 para 145, o de mamíferos de 27 para 34 e o de insectos deu um ‘pulo’ de 373 para 573.
O relatório do estado do ambiente apresenta ainda estatísticas relativas à aplicação da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES, na sigla em inglês), dando conta de que foram emitidos 6.881 certificados de importação e reexportação, como obriga a lei, traduzindo uma descida de 174 em termos anuais. Em sentido inverso, foram instaurados 101 processos por violação da CITES, ou seja, três vezes mais do que em 2016, envolvendo orquídeas, coroas-de-cristo, bem como cívetas e cavalos-marinhos secos.

Poluição sonora

No que toca à poluição sonora, o relatório sinaliza que os ruídos provenientes da vida social, do tráfego rodoviário e das obras continuaram a ser os de impacto mais considerável. Em 2017, os níveis mais altos foram detectados na estacão de monitorização da Avenida de Horta e Costa (incluindo os intervalos diurnos e nocturnos). À excepção da estação das zonas ecológicas que registou uma subida persistente dos níveis de ruído, atribuída ao desenvolvimento dos aterros do Cotai, todas as outras registaram valores próximos ou inferiores a 2016, segundo a DSPA.
Não obstante, as reclamações por causa do ruído aumentaram, passando de 8.500 para 9.196. Quatro em cada dez queixas foram motivadas por “conversas e gritos”, seguindo-se as desencadeadas devido a “música e karaoke”. As obras de decoração de interiores e de construção ocuparam o terceiro e quarto lugar no ‘ranking’ das queixas.
À luz dos resultados da investigação geral ao ruído, estima-se que aproximadamente metade da população total de Macau esteja exposta a ruído de ambiente exterior superior a 65 dB(A). Este indicador é definido, regra geral, como o limite de tolerância ou aceitabilidade do nível de ruído ambiental.
“Os diversos índices ambientais de Macau em 2017 estão relativamente estáveis, mas ainda há grandes desafios a serem enfrentados nos aspectos relativos ao ambiente atmosférico, gestão de resíduos sólidos e ambiente aquático”, afirma o director da DSPA, Raymond Tam, no prefácio do relatório.

13 Ago 2018

Saúde | Quinto caso importado de febre de dengue

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde confirmaram ontem a existência de um caso importado de febre de dengue, elevando para cinco o total de ocorrências desde o início do ano. O caso diz respeito a um homem, de 48 anos, que viajou com a mulher para Phuket, na Tailândia, entre 27 de Julho e 1 de Agosto. Após o regresso a Macau, três dias depois, apresentou sintomas de febre, dores musculares e nas articulações que o levaram à consulta numa entidade de saúde privada e no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário. Na quarta-feira, os sintomas persistiam e o paciente apresentou erupções cutâneas no peito, nas costas e na cabeça, tendo recorrido, no mesmo dia, a assistência médica no Hospital Kiang Wu, onde foram colhidas amostras de sangue, com o teste a dar positivo ontem a febre de dengue de tipo II. O historial de viagem, o período do aparecimento dos sintomas e o resultado laboratorial levaram os Serviços de Saúde a concluir tratar-se de um caso importado de febre de dengue.

10 Ago 2018

Associação do Kiang Wu oferece ao Governo 13 casas no Pátio da Eterna Felicidade

[dropcap style=’circle’]L[/dropcap]iu Chak Wan, presidente da Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu, decidiu oferecer ao Governo um total de 13 propriedades situadas no Pátio da Eterna Felicidade para assegurar a preservação cultural do local. O dirigente associativo estima que o valor das 13 casas antigas em 200 milhões de dólares de Hong Kong, depois de terem sido adquiridas há 50 anos por 3 mil dólares de Hong Kong.

Segundo o Jornal Exmoo News, numa reunião da Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu, em Julho, foi decidido pelos membros oferecer as 13 propriedades ao Governo, tendo em conta que o Executivo tem reforçado a aposta no turismo, cultura e protecção das infra-estruturas antigas. Após ter sido enviada uma carta a Chui Sai On, a associação recebeu a resposta de agradecimento do Chefe do Executivo a aceitar as propriedades.

Ainda de acordo com a mesma fonte, o Governo já tinha mencionado anteriormente a ideia de adquirir as 13 casas no Pátio da Eterna Felicidade à associação. O Executivo queria transformar os imóveis em activos valiosos no Centro Histórico da cidade.

Para Chan Su Weng, presidente da Associação de História de Macau, o Pátrio da Eterna Felicidade tem uma história com mais de cem anos e as casas enquadram-se no período final da dinastia Qing (1644-1912). Chan Su Weng explicou também que as casas são um marco histórico e reflectem a arquitectura da comunidade chinesa dessa altura. O presidente espera, por isso, que no futuro o Instituto Cultural (IC) recupere as casas bem como o pátio, sugerindo que se liguem as casas para formar um polo de interesse cultural.

Já Manuel Pui Ferreira, membro do Conselho do Planeamento Urbanístico, acha que o acto da Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu é um bom exemplo, e acredita que se podem incentivar mais organizações no sentido de dinamizar os bairros antigos da cidade em cooperação com o Governo. Além disso, Manuel Pui Ferreira espera que o Governo aproveite a oportunidade para revitalizar o Pátio da Eterna Felicidade.

 

10 Ago 2018

Canídromo | ANIMA deverá ficar com galgos que não podem ser adoptados

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]presidente da Sociedade Protectora dos Animais de Macau (ANIMA), Albano Martins, disse ontem aos jornalistas que é muito provável que a associação fique com os galgos mais velhos ou com graves problemas de saúde e que, por esses motivos, não conseguem ser adoptados.
“Vamos ficar com o remanescente. A ANIMA, nesta fase, está apenas a avaliar as potencialidades de todos os adoptantes, e não é nosso interesse ficar com galgo algum a não ser aqueles que sabemos que não podem ser adoptados. Isso dá-nos algum tempo.” Contudo, Albano Martins não soube precisar o número de galgos que poderão ficar em Macau.
Ontem os jornalistas foram convidados a visitar as instalações do Canídromo para ver as condições em que os mais de 500 galgos estão a ser tratados, depois de ter sido feita uma queixa junto do Comissariado contra a Corrupção (CCAC). Os animais que foram operados ou que sofrem problemas de saúde foram filmados e fotografados, bem como os restantes que estão alojados num outro canil à parte. Os veterinários da Companhia de Corridas de Galgos Yat Yuen já não se encontram no local, que se encontra limpo e organizado.
“A ANIMA não tem nada a ver com a queixa do CCAC, e foi o IACM que quis organizar esta visita. Pior do que estavam [os animais] é impossível. As coisas têm de melhorar, mas claro que em 15 dias não se fazem milagres. Só agora é que começamos a notar que alguns animais não estão bem”, acrescentou Albano Martins.
De frisar que Zoe Tang, membro da direcção da ANIMA que estava a coordenar as operações no Canídromo, saiu da associação em discordância com a forma como o processo de tratamento dos animais está a decorrer, tendo apresentado queixa junto do CCAC

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]

 

10 Ago 2018

Criptomoeda | “Pessoas famosas do Governo” também investiram

 

Dennis Lau, empresário de Hong Kong, disse à TDM que “pessoas famosas do Governo” investiram no caso da criptomoeda e que Frederico Rosário alterou os contratos para os familiares ganharem mais juros. A Associação Growup eSports afirma nada ter a ver com o negócio

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]caso de investimento em criptomoedas que terá lesado 70 pessoas em Macau tem novos desenvolvimentos. Ontem, em declarações à TDM, Dennis Lau, director da empresa Forger Tech, afirmou que Frederico Rosário está a mentir neste processo e que também houve membros do Governo como investidores.
“Alguns dos clientes de Macau têm o contacto connosco (…) incluindo algumas pessoas famosas do Governo”, referiu Dennis Lau, sem adiantar nomes. O HM tentou obter uma reacção do Executivo a estas declarações, mas até ao fecho desta edição não foi possível.
De frisar que esta semana a Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) emitiu um comunicado a alertar para o facto da criptomoeda ser “mercadoria virtual, não sendo uma moeda legal ou um instrumento financeiro”.
Frederico Rosário é membro da direcção da associação Growup eSports, que surgiu como organizadora do evento de Janeiro ocorrido na sede da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM). Mas é também detentor de 10 por cento da Forget Tech, tendo-se tornado, de acordo com Dennis Lau, responsável pela expansão da empresa em Macau e pela coordenação dos investimentos.
O empresário acusa-o de estar a mentir e de ter forjado contratos para que a sua família ganhasse mais juros do que os outros investidores. Importa salientar que, no seminário, terão sido prometidos 25 por cento de juros ao mês.
“Os contratos foram modificados e nós nunca confirmamos essas modificações. Enganou-nos de modo a pagarmos juros a mais às primeiras duas rondas de clientes. Os clientes das duas primeiras rondas são maioritariamente membros da sua família, incluindo a mãe dele, a mulher, a irmã e o marido da irmã. E também algumas pessoas que têm o mesmo apelido que o Frederico (do Rosário). Isso fez-nos suspeitar que estavam a tentar fazer alguma coisa. Denunciámos o caso à polícia, mas não posso dizer mais.”
Dennis Lau adiantou à TDM que tem “confiança” que pode provar que “o senhor Frederico cometeu um crime”. “Também somos vítimas porque perdemos cerca de três milhões de dólares por causa do erro ou crime dele”, acrescentou.
José Pereira Coutinho, presidente da ATFPM, esteve presente no seminário e chegou a discursar, mas frisou à TDM que nada tem a ver com este assunto.
“Participei numa actividade da Growup eSports, o que não tem a ver com as criptomoedas. Outra coisa é investimento que não tem nada a ver com jogos electrónicos, e são duas coisas que não se podem misturar. A ATFPM cede as instalações sem quaisquer contrapartidas e não há maneira de controlar o que é feito e dito lá. Estamos à vontade e de consciência tranquila.”

Growup eSports nega envolvimento

Um dos lesados falou com o HM e frisou que foi aliciado por Frederico Rosário. “Infelizmente, investi na criptomoeda através deste seminário na ATFPM. Sou uma das vítimas e estou muito desapontado.”
Quem se demarca desta polémica é a associação Growup eSports, da qual Frederico Rosário faz parte mas que é presidida por Fernando Pereira. Este contou ao HM que nada pagou pela utilização da sede da ATFPM, em Janeiro, e que não sabia que o seminário seria usado para captar investimento. A ideia era falar sobre jogos electrónicos e depois sobre a criptomoeda, mas Fernando Pereira acredita que, no final, a sessão de esclarecimento transformou-se num evento de captação de investimento.
“Não sabíamos que seria uma sessão de captação de investimento em criptomoedas, e creio que isso tenha sido feito no final da sessão. Estive lá no início e depois saí, e não ouvi nada sobre isso.”
“Esta sessão era feita em parceria com essa empresa de Hong Kong que veio para Macau fazer uma apresentação. Aquela foi uma sessão de esclarecimento dividida em dois, na primeira parte falámos sobre os videojogos e as valências que pode ter na vida positiva dos jovens, e uma segunda sessão a seguir à nossa sobre criptomoedas, sobre o que são e como se poderia tirar partido disso. Essa parte foi feita pela empresa de Hong Kong.”
Frederico Pereira também nada sabe da forma como foram angariadas pessoas para o seminário de Janeiro. “O poster foi feito pela empresa de Hong Kong e creio que o convite terá sido feito nas redes sociais.”
A ligação da Growup eSports à Forger Tech existia além da ligação empresarial de Frederico Rosário. “O ano passado tínhamos uma equipa feminina que competia nos videojogos e que era composta por elementos de Macau e de Hong Kong. Essa equipa apresentou-nos à empresa e elas já tinham o patrocínio da Forger. Na proposta que nos fizeram apresentavam essa tal empresa como o patrocinador oficial dessa equipa, mas não sabíamos que tinha a ver com criptomoedas”, rematou o presidente da associação.

10 Ago 2018

IAS | Garantidos apoios a famílias monoparentais

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto de Acção Social (IAS) garantiu que, desde 2003, o serviço da rede de apoio mútuo a famílias monoparentais em cooperação com organizações sociais, é disponibilizado em dez centros comunitários. Em resposta a uma interpelação escrita do deputado Zheng Anting, o IAS afirmou que o actual modelo de trabalho tem mais capacidade para oferecer serviços diversificados às famílias monoparentais, sustentando que para os casos de atrasos na pensão de alimentos existe o Juízo de Família e de Menores do Tribunal Judicial de Base (TJB).

10 Ago 2018

Aeroporto | CAM não sabe quando acaba de pagar empréstimo ao Governo

A Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau – CAM não tem um calendário para concluir o pagamento do empréstimo de 1,65 mil milhões de patacas concedido pelo Governo. Até agora, foram pagos apenas 300 milhões de patacas de um empréstimo cedido para a construção do aeroporto

 

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap]uma dívida de anos e ainda não há prazo para a conclusão do pagamento. A concessionária que gere o aeroporto, a Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau (CAM), garantiu ao HM que não tem um calendário para concluir o pagamento do empréstimo de 1,65 mil milhões de patacas que o Governo concedeu, na qualidade de accionista da empresa, em 2012, quando adquiriu acções não preferenciais para resolver a situação financeira da concessionária.
“Uma vez que o pagamento desse empréstimo se baseia na situação financeira anual da CAM, não conseguimos apresentar um calendário exacto para a finalização do pagamento”, garantiu a Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) em resposta ao HM.
A Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) adiantou que, até Abril deste ano, a CAM fez quatro pagamentos, que representam uma devolução de cerca de 300 milhões de patacas. Resta ainda pagar cerca de 1,3 mil milhões, adiantou o Executivo.
Apesar de não ter calendário para concluir este processo, a CAM garante estar agora com uma situação financeira mais estável. “A situação financeira da CAM melhorou muito com o pagamento dos empréstimos bancários através da emissão de acções preferenciais e iniciou-se o reembolso do empréstimo dos accionistas para os accionistas (incluindo o Governo de Macau) desde 2015, de acordo com o plano aprovado pela direcção da empresa.”
Em 2012, quando adquiriu as acções da empresa, no valor de 1,3 mil milhões de patacas, o Governo passou a ter 67 por cento da concessionária. A Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM) passou a ter 33 por cento.
A medida tomada na assembleia-geral teve origem nos prejuízos acumulados pela CAM e calculados em cerca de mil milhões de patacas e nas necessidades de tesouraria para fazer face a encargos com a liquidação total de empréstimos bancários ainda existentes e que são referentes à construção da infra-estrutura.

Meu querido Agosto

O caso do empréstimo à CAM foi notícia em 2015, quando a Direcção dos Serviços de Economia adiantou ao ex-deputado Leong Veng Chai que a concessionária ainda iria estudar como devolver o dinheiro emprestado na forma da compra de acções.
Esta resposta a uma interpelação de Leong Veng Chai data de Maio de 2015, sendo que a primeira prestação foi logo paga em Agosto desse ano. Além do Governo e da STDM, a CAM tinha, em 2012, como accionistas de referência o empresário Ng Fok, através das suas empresas, que detém uma participação de dois por cento. Stanley Ho detinha, à data, um por cento.

10 Ago 2018

Cloee Chao manifesta-se amanhã contra a Melco

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo, presidida por Cloee Chao, vai organizar, amanhã, mais um protesto em nome de maiores regalias, nomeadamente o pagamento do bónus equivalente ao 14.º mês e um melhor ambiente de trabalho para os funcionários da Melco. A iniciativa é desencadeada depois de um primeiro protesto, no início do mês.
Ao HM, Cloee Chao explicou que a nova iniciativa contra a Melco se justifica devido à ausência de qualquer resposta da operadora detida por Lawrence Ho, assim como pelo facto de vários trabalhadores terem reconhecido que não puderam participar na anterior, por estarem no expediente de trabalho.
Amanhã, o pagamento do 14.º mês do salário, controlo do fumo nos casinos e retirada de exigências consideradas inapropriadas de controlo dos funcionários das empresas vão ser os principais tópicos da agenda.
Apesar de não haver qualquer resposta da Melco face às exigências dos manifestantes, Cloee Chao reconheceu que os dirigentes da empresa foram falar com os funcionários, pedindo-lhes mais tempo para discutir internamente o assunto.
Segundo Cloee Chao, é compreensível que os gestores demorem a apreciar as solicitações dos manifestantes, nomeadamente no que diz respeito aos 14.º mês. Porém, as exigências consideradas inaceitáveis, como o estabelecimento de um tempo limite para que todas as cartas sejam distribuídas, devem ser imediatamente eliminadas, uma vez que são vistas como um abuso dos trabalhadores.
A manifestação está agendada para sábado às 20h, e a concentração está marcada para o City of Dreams. A partir daí, os manifestante vão em marcha até ao Studio City, o outro casino da operadora. Cloee Chao releva ainda que espera uma participação superior a mil manifestantes e que os materiais de protesto já foram encomendados.
No protesto do início do mês participaram cerca de 1300 pessoas, segundo a polícia, enquanto os organizadores falaram em 3300 manifestantes. Contudo, até ontem, a companhia ainda não tinha emitido qualquer resposta

10 Ago 2018