Mulher detida por tentativa de fogo posto no antigo tribunal

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Polícia Judiciária deteve uma mulher de 32 anos por suspeita de tentativa de fogo posto, junto ao edifício do Antigo Tribunal. Segundo o jornal Ou Mun, a PJ recebeu ontem pelas 9h30 uma denúncia sobre a mulher em questão.

Depois de investigar o caso, as autoridades identificaram uma residente de 32 anos e foram à suposta habitação da mulher. Durante a primeira abordagem, a suspeita mostrou-se muito agitada. Foi preciso a intervenção da família para que a residente se acalmasse e fosse levada para o Hospital Conde São Januário. A detida foi depois transportada para o Edifício da Clínica Psiquiátrica, já na Taipa. Segundo as informações fornecidas pela PJ, as autoridades recomendaram aos órgãos judiciais que tomem medidas para garantir a segurança da mulher e da população, tendo em conta a condição psíquica da residente.

14 Fev 2018

Ambiente | Índices elevados de poluição atmosférica mantêm-se hoje

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]esde ontem que os ares de Macau têm estado irrespiráveis, registando índices de poluição atmosférica muito acima das concentrações máximas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde. Nomeadamente, no que toca às partículas PM 2.5 que têm registado valores cinco vezes acima do recomendado. Tal como ontem, hoje a qualidade do ar vai-se manter insalubre, assim como a má visibilidade.

De acordo com informação divulgada pela Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), a fraca qualidade do ar e pouca visibilidade que se faz sentir desde ontem deve-se à conjugação de dois factores. Por um lado, o vento fraco que criou condições atmosféricas estáveis e pouco propícias à dissipação dos poluentes que ficam acumulados no Delta do Rio das Pérolas. Por outro lado, a humidade relativa da região tem-se mantido em níveis altos.

Espera-se que uma corrente de ar do quadrante leste aumente e a visibilidade melhore a meio desta semana. Os SMG aconselham que se reduza ao mínimo o esforço físico e que se evitem actividades ao ar livre, uma vez que hoje o índice da qualidade do ar pode atingir o nível insalubre.

14 Fev 2018

Banca | Clientes do Banco da China esperam horas para serem atendidos

O Ano Novo Chinês fez disparar as filas de espera nos balcões do Banco da China. No entanto, os residentes ouvidos pelo HM explicam que o problema é recorrente, mesmo noutras alturas do ano

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s clientes do Banco da China que ontem se dirigiram ao balcão no Fai Chi Kei, pelas 15h47, tinham à sua frente 193 pessoas. A situação não era muito diferente no balcão do Edifício Nga Lim Fong, na Avenida Ouvidor Arriaga, onde estavam 156 em fila de espera. Também na quarta-feira a situação tinha estado caótica em vários balcões do maior banco a operar em Macau. Por exemplo, segundo uma publicação de um residente que se queixou numa rede social, no balcão na Rua da Barca pelas 15h55 estava 224 pessoas na fila da espera.

As filas de espera nos balcões do Banco da China são um problema que se agrava nos dias anteriores e a seguir ao Ano Novo Chinês. Contudo, o atendimento presencial tende a ser complicado no início e final de cada mês. Um cenário que foi confirmado ao HM por utilizadores frequentes do banco.

“O Banco da China costuma ter grandes filas, dependendo da altura do mês. Normalmente nessas situações o que faço é recorrer a alternativas, ou seja às plataformas online ou ao multibanco”, afirmou o residente Lokia Ng, ao HM. “O problema é que há demasiadas pessoas a acederem ao serviço, porque se compararmos a velocidade do atendimento dos balcões do Banco da China com outros bancos, o serviço é o mais rápido”, considerou.

Para lidar com as filas, Lokia Ng adopta duas estratégias: evita os balcões que normalmente têm mais clientes, como os que ficam situados na Avenida Horta e Costa, Mercado Vermelho ou Rua do Campo e, por outro, evita os dias com mais movimento, como as segundas-feiras.

“Nesta altura do Ano Novo Chinês é impensável ir ao banco porque há muita gente. Nos dias normais é muito mais fácil ser atendido. Contudo há dias que devem ser evitados, como as segundas-feiras ou os dias a seguir aos feriados porque o encerramento dos balcões faz com que, nos dias seguintes, haja mais gente”, explica.

“Para ser atendido com maior rapidez, as pessoas devem evitar os balcões com mais pessoas, como o balcão na Horta e Costa, Mercado Vermelho ou Rua do Campo. Normalmente costumo ir à Rua 1 de Outubro, porque tem menos pessoa e fica mais perto do local onde more”, confessa.

Mais de duas horas à espera

O mesmo tipo de problema foi abordado um residente de origem portuguesa, em conversa com o HM, que preferiu não ser identificado.

“Mesmo não sendo cliente do Banco da China, vejo-me obrigado pelo menos uma vez por mês a recorrer aos serviços do banco para efectuar o pagamento da renda, depois de ter tido alguns conflitos com a agente imobiliária que me alugou o apartamento onde vivo. É das experiências mais ingratas pelas quais passei em Macau”, considerou.

“O habitual é ter que aguardar duas ou mais horas para efectuar uma operação que demora dois minutos a fazer. Da última vez, no final da semana passada, tinha cento e poucos números à frente. Dei entrada no banco às três e meia da tarde, saí da agência às seis e meia, muito depois do fim do horário de expediente”, revelou.

Face a esta situação, o Banco da China respondeu ao HM que têm sido adoptadas medidas para evitar as longas horas à espera: “O Banco da China lançou uma variedade de medidas para que os clientes possam poupar tempo, como senhas electrónicas ou aplicações no Wechat ou o BOC Direct, que permitem aos clientes verem à distância quando se aproxima a sua vez de serem atendidos”, foi explicado.

“Também através das aplicações podem ver quais os balcões com menos pessoas na fila de espera”, respondeu o banco.

Sobre a questão de contratar mais pessoas para solucionar o problema, o Banco da China não respondeu, mas explicou que há um acompanhamento em tempo real das pessoas à espera e que o número de postos de atendimento nos balcões abre e fecha consoante as filas. A instituição fez também questão de sublinhar que faz todos os esforços para ir ao encontro das necessidades dos clientes.

Tempo é dinheiro

Segundo Lokia Ng a situação da filas também encontra explicação no facto de parte da população ser conservadora, quando se trata do seu dinheiro: “Os balcões têm muitos utilizadores em Macau, porque as pessoas não gostam de utilizar os multibancos. Na altura de fazer os depósitos ou retirar dinheiro, há muita gente que evita os multibancos ou os serviços online”, justificou.

“No Interior da China, as pessoas estão muito acostumadas a utilizar as plataformas online como o Wechat, mas em Macau as pessoas são mais conservadoras”, sublinhou.

Contudo o residente de origem portuguesa ouvido pelo HM responsabiliza o banco pela situação: “Um banco, melhor do que ninguém, sabe que tempo é dinheiro. É pena que não tenham em grande consideração o tempo de quem recorre aos seus serviços”, sublinha.

O Banco da China é o maior banco a operar no território de Macau e o que mais lucros obtém. Em 2016, segundo os números no relatório e contas, a sucursal de Macau do Banco da China teve um lucros de 6,23 mil milhões de patacas.

14 Fev 2018

Pesca | Sector está a passar por período difícil, afirma associação

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]evido ao alargamento do período de suspensão de pescas no mar do Sul da China no ano passado, o período dourado para pesca de camarões, o volume de marisco que os pescadores recolheram foi reduzido, lamentou o presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Pescadores de Macau, Chan Meng Kam.

A situação, aliada à redução do volume de pescas conseguido durante o período do Inverno, fez com que os pescadores enfrentassem cada vez mais dificuldades. Em geral, o prejuízo ronda os 10 por cento.

De acordo com o responsável, há pescadores que optaram por deixar de trabalhar dadas as dificuldade no negócio. Por outro lado, a idade avançada tem feito com que outros profissionais do sector venham a optar pela desistência. Em declarações ao Jornal do Cidadão, Chan Meng Kam revelou não estar optimista e lamenta a redução de barcos no activo.

As dificuldades são sustentadas pelo testemunho de Tam. O pescador com mais de 60 anos revelou à mesma fonte que a actividade está a atravessar tempos difíceis salientando que os problemas foram acrescidos com passagem do tufão Hato. Também Tam está a preparar-se para a reforma. A razão, aponta, tem que ver com a pouca compensação que recebe com o salário que ganha.

14 Fev 2018

Táxis | Associação critica modelo de atribuição de licenças

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m declarações ao Jornal do Cidadão, Cheang Chong Fai, presidente da Associação dos Consumidores das Companhias de Utilidade Pública, criticou o Governo por não ter cumprido a promessa de alterar o método de atribuição de licenças de táxis, tendo optado por manter o sistema de concessão das mesmas pelo valor mais elevado.

De acordo com o responsável, o actual modelo não traz nenhuma vantagem aos concorrentes, taxistas e passageiros. Cheang Chong Fai também criticou o Governo pelo facto de este demorar muito tempo a rever o regulamento dos táxis, tendo questionado se o actual método de atribuição de licenças vai manter-se quando o novo diploma chegar à Assembleia Legislativa.

Entretanto, em prol de uma melhoria na qualidade de serviços, Cheang Chong Fai pede que o Governo mude o actual modelo de concurso público e utilize o dinheiro obtido nos concursos para adquirir melhores táxis, aumentar o rendimento de taxistas e melhorar os serviços dos rádio-táxis.

14 Fev 2018

IPM | Instituição lança aplicação pioneira para ensino do português

É a primeira aplicação feita pro académicos e totalmente dedicada ao ensino de português para falantes de chinês. “Diz lá!” Já pode ser descarregada para qualquer telemóvel gratuitamente e promete, afirma Carlos André, ser um sucesso

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]eita por académicos, é a primeira aplicação para o ensino do português pensada exclusivamente para os alunos chineses. Um instrumento pioneiro, desenvolvido pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM) e apresentado ontem apresenta três vertentes de modo a abarcar várias vertentes da língua portuguesa e de a fazer chegar e compreender aos falantes de chinês. “É uma aplicação pioneira e que foi desenvolvida em cerca de nove meses num trabalho conjunto entre académicos ligados à linguística e à informática”, revelou ao HM o director do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa (CPCLP) do IPM, Carlos André.

“Diz lá!” era o nome óbvio, porque “é uma frase muito portuguesa e que não existe em mais nenhuma língua”, sublinha o responsável.

“Na aplicação há três vertentes. Uma que tem que ver com a conjugação de verbos e que é talvez aquela que tem mais impacto e que tem muito significado para os chineses”, explicou. A opção pelo foco nos verbos tem que ver com o resultado da experiencia do ensino da língua a chineses. “Esta tem sido uma das grande dificuldades para os chineses que estudam a língua portuguesa porque no chinês não há tempos ou modos e é uma grande complicação”, refere ao HM.

A segunda parte da aplicação é um guia diário de comunicação” e que tem as expressões usadas no quotidiano. “É o português do dia a dia associado a várias situações. Já há aplicações de telemóvel com isso mas normalmente são feitas por curiosos e sem o uso de nenhuma língua intermediária. Isto é feito directamente do português para o chinês”, aponta Carlos André.

A terceira vertente da “Diz lá!”, dá ao utilizador uma palavra diária nova para aprender. “É a palavra do dia. São palavras correntes e que enriquecem a aprendizagem e ao mesmo tempo acaba por ser um divertimento engraçado porque a pessoa abre a aplicação e aparece logo o termo”, refere.

Carlos André está confiante no sucesso da aplicação. “Penso que dentro de pouco tempo existam milhares de chineses a utilizar esta aplicação. Não só os estudantes mas muitos outros que querem e precisam de falar português”, diz.

Trabalho, muito e de muitos

A aplicação foi materializada num tempo quase recorde. O trabalho começou no Verão passado e “para se fazer isto foi preciso trabalhar com duas equipas técnicas em cooperação em duas áreas completamente distintas”, apontou.

Mais uma vez trata-se de um trabalho inovador. “Que eu saiba não aconteceu até agora uma equipa de linguístas doutorados estarem a trabalhar numa aplicação de telemóvel com uma equipa de informática”, refere.

De acordo com Carlos André, o entendimento foi “fantástico, tanto mais que há já outros projectos a caminho”.

Sem querer adiantar muitos detalhes o académico refere que se tratam de instrumentos úteis para o ensino do português na China cruzando conhecimentos científicos com as potencialidades da informáticas.

Livros originais

Foram também ontem lançados ontem, pelo IPM, sete livros, na sua maioria matérias pedagógicos para o ensino da língua portuguesa. “Temos manuais de fonética que consideramos inovadores porque ensinam os sons do português através de canções”, começa por dizer o director. “Se a música é o domínio do som, porque não utilizar a música para ensinar fonética”, explica.

Os livros contêm canções portuguesas e brasileiras e entre os autores estão Amália, Carlos do Carmo e Maria Rita, sendo que não falta a conhecida “Garota de Ipanema”. Juntam-se a estes dois livros um que ensina a construir vocabulário, manuais para professores e um livro de cultura ligada à lusofonia.

A partir de agora, e tal como nos manuais apresentados ontem, as publicações do Centro Pedagógico e Científico de Língua Portuguesa vão contar todas com a colaboração com professores chineses de modo a estarem mais próximos das necessidades reais, rematou Carlos André.

14 Fev 2018

MGM Cotai | Grant Bowie confiante na renovação da licença de jogo depois de investimento de 3,4 mil milhões

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] CEO da MGM China, Grant Bowie, garantiu ontem não estar preocupado com a questão da renovação das licenças de jogo, tendo em conta o investimento que a concessionária fez no Cotai. “Não é motivo de preocupação. O Governo tem sido muito claro de que não vai dizer nada e não posso acrescentar mais nada. Merecemos a extensão do nosso contrato de concessão. Se investimos 3,4 mil milhões de dólares não vamos abandonar Macau e estamos a responder aos requisitos e estratégia do Governo.”

“A renovação dos contratos não tem a ver com o sucesso dos casinos mas com a diversificação do sector, e quando Edmund Ho [ex-Chefe do Executivo] liberalizou o sector era esse o objectivo”, lembrou o CEO.

Com um discurso francamente optimista, Grant Bowie adiantou que as salas VIP abrem portas em meados deste ano e de que serão operadas por cinco empresas junket. Quanto ao número de mesas, o MGM transferiu 77 das 100 mesas que já possuía no empreendimento da península. “Estamos a usar os bens que já tínhamos de forma efectiva, tal como todas as restantes concessionárias. Todos têm mesas sem utilização e temos cerca de 100 mesas. Pensámos em colocar 77 mesas de acordo com a nossa estratégia para o Cotai. Vamos gerar mais retorno com estas mesas no MGM Cotai do que aquele que estávamos a obter no MGM Macau”, frisou o CEO da operadora.

Pansy Ho, directora-executiva da MGM China, defendeu que a concessionária deverá levar cerca de oito anos a ter o retorno do investimento feito no Cotai, e Grant Bowie não quis contrariá-la, apesar de não ter avançado números concretos. “Não vou desafiar as previsões de Pansy Ho, mas não tenho uma previsão especial em relação ao tempo que levará a termos o retorno do investimento. Com um investimento de 3,4 mil milhões de dólares teremos a oportunidade de satisfazer as necessidades dos nossos clientes. Os atrasos no projecto não levaram ao aumento do investimento e queríamos abrir na altura certa.”

Tendo adiantado que ainda estão a ser feitas algumas reparações aos estragos que a obra sofreu aquando da passagem do tufão Hato, Grant Bowie garantiu que vai demorar algum tempo até que o novo empreendimento tenha uma presença forte mercado. “Não vou comprometer-me com nada e vai levar algum tempo para que o nosso empreendimento possa mostrar a posição face aos projectos das restantes concessionárias. Vamos fazer de tudo para termos o retorno do investimento para os nossos accionistas.”

Hainão? “Já ouvi muitas histórias”

O MGM viu-se obrigado a adiar a data de abertura do seu empreendimento no Cotai diversas vezes, mas Grant Bowie garantiu que o objectivo foi sempre o de inaugurar o novo resort na fase certa. “Este é um período mais forte para nós e não tenho grandes previsões a fazer em relação ao retorno que vamos ter. É muito importante abrir agora e pode ser um período muito sólido. Agora temos resorts integrados e muita gente vem com as suas famílias, não apenas para jogar. Investimos muito dinheiro e o retorno será elevado.”

Grant Bowie lembrou que, numa altura em que o mercado começa a tornar-se mais maduro, todas as previsões devem ser feitas a longo prazo. “Não deveríamos fazer uma análise para daqui a um mês, porque Macau está a tornar-se num mercado maduro. Queremos fazer o reforço em termos de mercado do turismo e do entretenimento, que é onde estamos posicionados em Macau.”

Questionado sobre o excesso de turistas, tendo em conta que uma das apostas da operadora é o mercado de massas para o jogo, Grant Bowie adiantou que o objectivo não é o de trazer uma maior pressão a quem vive no território. “Sou professor universitário na área do turismo e posso desenvolver uma dissertação sobre essa matéria. Não estamos focados no número de pessoas mas sim na qualidade. Queremos assegurar que não vamos trazer pressão para as comunidades locais. Esta é a estratégia que devemos desenvolver no futuro.”

Questionado sobre as notícias de que o Governo Central estaria a ponderar a abertura de um empreendimento de jogo em Hainão, Grant Bowie não se mostrou preocupado. “Esta talvez seja a sexta ou a sétima vez que ouço essas histórias de haver jogo em Hainão. Vai continuar a haver este tipo de histórias com certeza. O jogo na China é um desafio e o Governo da China vai trabalhar sobre essa matéria. Claro que são pessoas com grande empreendedorismo que levantam essas questões”, concluiu.

14 Fev 2018

MGM Cotai | Empreendimento “está bem integrado na cultura de Macau”

Tem mais de 1300 quartos de hotel, promete trazer quatro dos melhores chefes de cozinha do mundo e pretende ser uma junção de entretenimento, jogo e arte. O MGM Cotai abriu ontem portas dez anos depois do primeiro momento em que começou a ser planeado

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a grande praça quase futurista cabe o restaurante do chefe Mauro Colagreco, que promete oferece os melhores bifes inspirados na cozinha mediterrânica. Há também espaço para a arte em forma de chocolates da chefe Janice Wong, natural de Singapura e conhecida em toda a Ásia pelas suas sobremesas originais. Há também o restaurante do chefe Graham Elliot, transformado em estrela de televisão.

É com esta aposta na gastronomia, bem como na arte e no entretenimento, que o MGM Cotai pretende fazer a diferença no território, numa altura em que se encontram em construção a segunda fase do Studio City, a terceira e quarta fases do Galaxy e o empreendimento Lisboa Palace, da Sociedade de Jogos de Macau.

O empreendimento abriu ontem portas às 19h30, mas antes os responsáveis máximos pela MGM China deram respostas sobre o resort integrado que começou a ser planeado há dez anos.

Pansy Ho, directora-executiva da concessionária, disse que o dia de ontem “foi o mais importante”. “Estou muito orgulhosa deste projecto. Dez anos depois temos uma cooperação inovadora em termos de arte e entretenimento. Nos últimos dois anos a MGM China tem estado a trabalhar sem parar.” 

A empresária, filha do magnata de jogo Stanley Ho, lembrou que uma das grandes apostas da operadora do Cotai é a junção entre entretenimento de qualidade e arte. No empreendimento que foi desenhado para ser uma “caixa de joalharia” haverá lugar a várias exposições, de artistas da China e de Macau. “O MGM está bem integrado na cultura de Macau e vai assimilar a visão de futuro que existe para o entretenimento. Este é um dos maiores investimentos de toda a Ásia e podemos ter mais de 300 peças de arte expostas. Um total de 25 artistas da China virão apresentar as suas obras.

Grant Bowie, CEO da MGM China, lembrou a atenção especial que a parceira de negócios dá ao mundo da arte. “Pansy Ho é uma grande patrocinadora de arte e demos esta oportunidade a artistas. Vamos criar novas oportunidades a jovens artistas que vão ter a oportunidade de expor os seus trabalhos e mostrarem a sua visão do mundo.”

James Murren, director-executivo da MGM China e CEO da MGM Resorts International, sediada em Las Vegas, frisou o esforço pessoal que a filha de Stanley Ho colocou neste projecto. “Sei que a Pansy ama Macau e as suas pessoas. Todos os espaços foram desenhados para celebrar a cultura de Macau e da China. Esta será uma nova plataforma para o entretenimento global.” 

O empresário falou ainda da área da restauração como uma grande aposta. “No MGM Cotai vamos ter cerca de 400 opções para comidas e bebidas. Seria mais fácil continuar com os mesmos restaurantes que já tínhamos mas não iríamos agradar aos nossos visitantes.”

Grant Bowie não deixou de dar destaque ao Spectacle, o primeiro teatro dinâmico da Ásia, que serve para dez configurações diferentes e que está preparado para receber duas mil pessoas. “Na última década procuramos fazer um resort integrado e para sermos competitivos tínhamos de melhorar. O entretenimento é a filosofia do MGM enquanto empresa. O teatro representa a

No discurso proferido na conferência de imprensa, realizada horas da abertura oficial do MGM Cotai, Pansy Ho destacou os apoios governamentais que o projecto recebeu e a necessidade de estabelecer maiores ligações em termos de integração regional. “Temos de encontrar novas formas de competitividade e o MGM já está a preparar-se para a nova ponte Hong-Kong-Zhuhai-Macau, para fazer com que Macau se integre melhor na China. Haverá um fluxo cultural importante.” “Recebemos sempre o apoio do Governo de Macau e do Governo Central. Conseguimos ter um desenvolvimento extraordinário e uma nova visão”, concluiu a empresária.

14 Fev 2018

Rastreios | Wong Kit Cheng pede mais divulgação

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Wong Kit Cheng sustenta que com base nas técnicas médicas que se utilizam actualmente que vários casos de cancros podem ser prevenidos, descobertos e até tratados antecipadamente se forem feitos rastreios periódicos. Ao mesmo tempo, segundo o jornal Ou Mun, a deputada considera que existem vários estudos a apoiar a importância do rastreio no sentido da prevenção da doença.

Ainda assim, Wong Kit Cheng salienta que com o recurso ao rastreiose pode reduzir no futuro a pressão dos cidadãos e do Governo sobre os recursos da área da saúde. No pólo oposto, Wong reconhece que o Executivo trabalhou na direcção certa nos últimos anos e conseguiu resultados positivos.

No entanto, Wong Kit Cheng revelou que há cidadãos que lamentam que não tenham conseguido participar nos programas de rastreio avançados pelo Executivo. Entre as razões apontados para este facto referem a falta de informação. Por isso, a legisladora sugere que se reforce a promoção sobre os programas de rastreio.

Além disso, a deputada propõe que as autoridades elevem o nível de formação do pessoal médico, as técnicas médicas, os métodos de tratamento, e a qualidade dos medicamentos para aumentar a probabilidade do tratamento dos doentes. Tendo em conta os vários factores necessários para os doentes ficarem curados, a deputada quer ainda aumentar apoios aos organismos que cuidam dos doentes, de forma a oferecer melhores serviços de aconselhamento aos utentes e às famílias.

13 Fev 2018

Jogo | Casino da Suncity no Vietname reforça candidatura a sétima licença

A promotora de jogo Suncity vai tornar-se numa operadora de casinos com a abertura de um empreendimento no Vietname, e o banco de investimento Union Gaming acredita que este facto reforça as hipóteses da empresa receber uma licença de jogo em Macau

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] construção de um hotel e casino em Hoi An, no Vietname, é um trunfo para o Grupo Suncity, caso haja uma corrida para atribuição de uma sétima licença de jogo em Macau. É esta a opinião expressa no último relatório do banco de investimento Union Gaming, publicado ontem.

“No que diz respeito ao concurso público para a atribuição das novas licenças em Macau, o empreendimento da Suncity em Hoi An coloca o grupo numa melhor posição (no caso de um sétima licença ser atribuída)”, é defendido. “Não só porque o grupo Suncity se vai tornar num verdadeiro operador de empreendimentos turísticos com raízes em Macau, mas porque a atribuição de uma licença à Suncity faria com que fossem enviados dólares do mercado VIP para Macau, que poderiam beneficiar a economia local”, é acrescentado.

O relatório foi publicado depois de uma visita ao Vietname de Grant Govertsen, analista em Macau do banco de investimento, onde acompanhou os trabalhos de construção do hotel com casino.

O empreendimento que o Grupo Suncity está a construir no Vietname, em parceria com o grupo de jóias Chow Tai Fok e o fundo de investimento VinaCapital, é composto por sete fases, que serão abertas ao longo de 20 anos. Vai ter um total de 140 mesas de jogo e 1000 slots e máquinas electrónicas de jogo. As previsões apontam para que a primeira fase comece a operar em meados do próximo ano e o investimento será de 650 milhões de dólares americanos, o equivalente a 5,23 mil milhões patacas.

Ameaça a Macau

Se por um lado o relatório realça que a atribuição de uma licença de jogo à Suncity em Macau pode ser benéfica, por outro é avançada a hipótese do sector VIP no território ver as suas receitas afectadas com a abertura do novo casino da empresa, que tem como figura de proa Alvin Chao.

“A realidade é que a Suncity vai estar em posição de desviar um montante real do volume de apostas VIP de Macau para o Vietname a partir do próximo ano. Claro que nem todo o montante [gerado pela promotora] vai ser desviado de Macau (por exemplo, parte virá de outros mercados do Sudoeste Asiático), mas apesar disso, pode ter um impacto no jogo VIP de Macau, a começar em 2019”, é explicado.

De acordo com as contas apresentadas, a quota de mercado no segmento VIP de Macau da Suncity fixa-se nos 50 por cento, o que, segundo a Union Gaming, corresponde a 20 por cento das receitas totais brutas dos casinos de Macau. Neste sentido, a promotora do jogo foi responsável por 53,2 mil milhões de patacas do total de 265,7 mil milhões gerados nos casinos de Macau, durante o ano passado.

Além do casino no Vietname, a Suncity está a abrir mais salas de jogo em casinos no Camboja e Filipinas.

13 Fev 2018

EUA | Activista de Macau ainda luta pela residência no país

Há um ano Justin Cheong, nascido em Macau e com passaporte português, saía do centro de detenções onde esteve preso em risco de ser deportado. Saiu mediante fiança e continua a aguardar pela última fase do processo em busca do green card, que só deverá acontecer em Abril do próximo ano

 

[dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]idera a BAMN, uma organização sem fins lucrativos que defende os direitos dos emigrantes sem cidadania nos Estados Unidos. Justin Cheong, nascido em Macau e detentor de passaporte português, há muito que trava uma batalha com o Governo norte-americano pela cidadania, uma vez que é casado com uma natural do país.

Em Fevereiro do ano passado o HM conversou com Justin Cheong no dia em que este conseguiu sair do centro de detenção onde estava, e que acolhe imigrantes em risco de deportação. Saiu mediante o pagamento de uma fiança de 1500 dólares, mas o caso ainda não chegou ao fim.

“A minha situação nos Estados Unidos teve novos avanços”, contou ao HM. “O próximo julgamento relativo ao meu caso acontece em Abril de 2019. Se ganhar, vou finalmente receber o meu green card [residência] e vão retirar-me a ordem de deportação. Mais importante do que isso é que vou ficar a salvo da deportação e junto da minha mulher e da minha família.”

“A minha mulher e os meus amigos, e eu também, vamos continuar a lutar pela liberdade de ficar nos Estados Unidos devido à perseguição levada a cabo pelo Governo chinês que tem sido feita a artistas políticos e activistas”, acrescentou ainda.

Há um ano, quando conversou com o HM, Justin Cheong dizia acreditar que a sua detenção não passava de um acto meramente político, que corria o risco de se agravar com a vitória de Donald Trump nas eleições.

“Creio que não foi um processo legal, mas sim totalmente político. O juiz, desde o primeiro dia, sabia que eu era um activista político, que estava a desafiar as autoridades na luta pelos direitos dos imigrantes. Ele não concordava comigo e, há sete meses, decidiu não me atribuir uma fiança. Fiquei preso no centro de detenção, em risco de ser deportado. Mantivemos a luta e mantivemos contacto com a nossa coligação irmã, sediada no Reino Unido.”

O activista lembrou o apoio que obteve fora das grades para que a sua liberdade fosse uma realidade. “Tivemos um grupo de imigrantes organizado dentro do centro de detenção e também um grupo de amigos cá fora a apoiar-nos. Tínhamos maiores possibilidades de sermos soltos e foi isso que aconteceu. Organizaram um grupo de apoiantes à minha volta e, graças a isso, o juiz e o próprio sistema legal sentiram que tinham de me deixar sair. Foi por ser quem sou, um activista político, que tive um mau momento. Tal também se deve à campanha de Donald Trump contra os emigrantes, que está a fazer com que cada vez mais emigrantes sejam deportados, sobretudo os chineses.”

Um perigo a aumentar

Um ano depois, Justin Cheong continua a ter o mesmo receio em relação às políticas anti-emigração do presidente Donald Trump. Nem a recente notícia de que o presidente norte-americano poderá rever o sistema de atribuição de green cards a chineses que tenham profissões qualificadas faz mudar a opinião do activista.

“O perigo de deportação de cidadãos chineses continua a aumentar à medida que a tensão política cresce entre a China e os Estados Unidos. A situação piorou bastante desde que a Administração Trump tomou posse. As relações inflamadas com a Coreia do Norte faz franzir o sobrolho e aumentar as preocupações quanto uma potencial III Guerra Mundial. Simplesmente não é seguro para nenhum cidadão chinês ser deportado neste momento”, explicou Justin Cheong.

Nos Estados Unidos não é fácil ter acesso a um green card pelo período de cinco anos, e que permite ao imigrante levar consigo alguns familiares. Um artigo do jornal South China Morning Post, de 1 de Fevereiro, fala de potenciais benefícios para estes imigrantes qualificados chineses, mas Justin Cheong não está optimista.

“Esta ‘nova política de imigração’ não vai trazer benefícios aos trabalhadores chineses. É óbvio que uma pequena minoria destes trabalhadores qualificados podem ou não ter uma oportunidade de trabalho nos Estados Unidos, enquanto a maioria dos trabalhadores chineses, milhões, vão continuar a sofrer numa situação de miséria extrema”, concluiu.

13 Fev 2018

Táxis | DSAT rejeita críticas contra o lançamento de táxis eléctricos

Lam Hin San acredita que existem condições para a implementação de táxis eléctricos em Macau e sublinha que a própria DSAT tem um conjunto desse tipo de veículos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) rejeita as críticas dos taxistas contra os veículos eléctricos e reitera que vai dar uma “passo verde” com as novas licenças. O director da DSAT, Lam Hin San, sublinha também que só devem concorrer ao concurso públicos as empresas que cumprem os requisitos.

“Não percebo as razões que levam algumas vozes no sector argumentarem que não conseguem comprar os veículos eléctricos a tempo. Até a DSAT tem carros eléctricos e o custo por quilómetro é de 40 avos”, disse ontem Lam Hin San, à saída da primeira reunião do ano do Conselho Consultivo do Trânsito.

“Os interessados têm de avaliar muito bem as suas capacidades para concorrer ao concurso público. Os critérios foram definidos com base num estudo feito por uma instituição. Por isso, não vamos definir a marca do veículo que as operadoras devem comprar. Mas no mercado há pelo menos duas marcas de carros eléctricos e há cada vez mais carros eléctricos que cumpre os nossos critérios”, sustentou.

Para Lam Hin San está na altura da DSAT dar um “primeiro passo verde”, mesmo que no início possa haver alguns problemas: “No início não vai ser tudo perfeito, porque também estamos a aprender, mas este passo com medidas mais amigas do ambiente é um bom começo. Sabemos que o público vai apoiar-nos”, defendeu.

Até 8 de Março a DSAT está a aceitar propostas para a concessão de 100 licenças de táxis. Os veículos têm de ser eléctricos.

Mais passageiros

De acordo com os números que emergiram da reunião do Conselho Consultivo de Trânsito, no ano passado os autocarros de Macau transportaram 211 milhões de passageiros. O valor é um novo recorde.

“Em 2017 registámos 211 milhões de passageiros. É um novo recorde. O dia com mais passageiros atingiu a marca de 680 mil pessoas por dia e a média diária rondou os 400 mil passageiros”, começou por dizer Lam Hin San.

“Mas em Janeiro deste ano houve um novo aumento de 7 por cento nos passageiros, face ao ano passado”, acrescentou.

Apesar deste aumento, o director da DSAT não está à espera de um aumento significativo do número de carros a circular em Macau. Segundo o responsável, a aposta passa por aproveitar melhor os recursos existentes.

“Neste momento temos cerca de 900 autocarros em Macau. Em comparação com o ano de 2016 trata-se de um aumento de 4 por cento. Foi um número que cresceu na mesma proporção do número de passageiros, que também foi de 4 por cento. Acredito que temos uma abordagem equilibrada”, explicou.

“O nosso objectivo é aproveitar os autocarros da melhor forma. Principalmente através da carreiras rápidas, que têm mostrado ser muito eficazes”, frisou.

Em relação à possibilidade do aumento do preço dos bilhetes de autocarros entrar em vigor durante este ano, Lam Hin San não limitou-se a dizer que não há nada de novo para acrescentar.

A mesma postura foi adoptada perante as perguntas sobre o reconhecimento mútuo das cartas de condução com o Interior da China. Contudo, sobre este ponto, o director sublinhou que a medida é para beneficiar os residentes de Macau que visita em têm casas no Continente.

 

Empresas com multas mais caras

O Governo está a equacionar aumentar as multas para as exploradoras dos parques de estacionamento que não cumprem as suas obrigações. A revelação foi feita por Lam Hin San, ontem. “Em 2017 aumentámos as inspecções junto dos parques de estacionamento. As fiscalizações passaram a acontecer com intervalos de quatro a cinco dias. Quando foram verificadas irregularidades, as companhias de gestão foram sancionadas”, informou. “Mas vamos ponderar aumentar as multas, porque temos ouvido vozes na sociedade a dizer que os valores são baixos”, justificou.

13 Fev 2018

Estudo | Violência juvenil influenciada por conflitos familiares e seitas

Um estudo da Universidade Cidade de Hong Kong revela que os conflitos familiares têm um grande impacto nos comportamentos violentos dos jovens infractores, seguindo-se a influência das tríades. No que diz respeito aos estudantes, a baixa auto-estima e a obrigatoriedade de ter um bom desempenho escolar pode levar à violência

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] mudança do tecido económico registada em Macau a seguir à liberalização do jogo mudou a estrutura social de muitas famílias, algo que teve um impacto nos jovens. Esta é uma das conclusões do estudo “Uma previsão dos efeitos dos factores pessoais e de contexto na violência: Uma comparação entre estudantes e jovens infractores em Macau”, desenvolvido por T. Wing Lo e Christopher H.K. Cheng, académicos do departamento de ciências sociais aplicadas da Universidade Cidade de Hong Kong.

O estudo, realizado com base em inquéritos anónimos feitos a 3085 jovens com idades entre os 12 e os 20 anos, revela que, no que diz respeito aos jovens infractores, os conflitos familiares, causados pela existência de uma elevada pressão económica e menos tempo entre pais e filhos, levaram aos comportamentos violentos dos jovens infractores. Em segundo lugar surge a influência das seitas.

“Os jovens infractores revelam mais sinais de violência do que os estudantes”, é referido. Neste grupo “os conflitos familiares revelaram ter um efeito mais directo [ao nível dos comportamentos violentos], seguindo-se a susceptibilidade a uma influência negativa ou influência das tríades. Enquanto isso, a ligação ou o compromisso para com a escola tiveram algum efeito directo, ainda que ténue”.

As conclusões revelam, portanto, que “a influência das tríades foram o segundo indicador mais forte em termos de violência”.

“Para os jovens infractores, a baixa auto-estima não tem um efeito significativo em termos de violência, nem efeitos directos ou indirectos. Isso significa que para eles a sua auto-estima não é preditivo de violência. Os conflitos familiares têm o maior efeito directo, seguindo-se a ‘susceptibilidade a uma influência negativa’, e a influência das tríades, enquanto que o compromisso e a ligação com a escola registou um efeito significativo, ainda que leve.”

Naquele que é apontado como o primeiro estudo sobre a violência juvenil em Macau, os académicos analisaram factores pessoais e do contexto em que se inserem os jovens para medirem aquilo que pode desencadear comportamentos violentos.

No que diz respeito aos factores pessoais, uma baixa auto-estima e a elevada eficiência escolar nos estudantes estavam associados a comportamentos mais violentos. Contudo, estes factores mostraram não ter qualquer influência nos jovens infractores.”

Em relação ao contexto, “os conflitos familiares revelaram ser um forte indicador de violência, enquanto que o compromisso ou ligação à escola foram o factor mais fraco para ambos [estudantes e infractores]”.

Em declarações ao HM, Paul Pun, secretário-geral da Caritas e director da Escola São João de Brito, considerou que a influência das seitas junto dos jovens nos dias de hoje é cada vez mais ténue em comparação ao que se verificou nos anos 90. “No passado era um problema [a influência das tríades], e hoje em dia ainda se verifica um pouco. Antes era comum haver essa influência das tríades que diziam aos jovens o que fazer, mas agora essa influência já não se verifica com a mesma frequência. Essa situação melhorou.”

Paul Pun recorda os dias de maior violência nas ruas de Macau, em que era comum não só o recrutamento de jovens nas escolas como a influência de seitas em comportamentos violentos ocorridos em ambiente escolar. “Essa situação está melhor”, acrescentou o secretário-geral da Caritas, que chegou a trabalhar como assistente social. “A sociedade de Macau está numa boa fase e as próprias tríades não sentem a necessidade de ir às escolas atrair jovens para fazerem parte dos seus grupos. Não digo que não continue a haver o recrutamento de jovens, mas a situação melhorou. Se os jovens têm algum tipo de problema podem falar com os pais, não têm de encontrar as suas próprias formas de atacar outros estudantes.”

Evolução de comportamentos

T. Wing Lo e Christopher H. K. Cheng realizaram os inquéritos em 2012 em várias escolas secundárias e lares juvenis do território. A média de idades dos que responderam é de 15 anos, sendo que mais de um terço dos inquiridos completou o ensino secundário. “A maioria”, ou seja, 78 por cento, é natural de Macau, seguindo-se 19 por cento de jovens oriundos do continente.

Questionados sobre os rendimentos familiares, mais de 40 por cento dos jovens não tinham conhecimento dos valores, enquanto que um quarto dos jovens disse ter rendimentos mensais abaixo das 15.000 patacas. Já 18,4 por cento disse que as famílias levam para casa, todos os meses, entre 15.000 a 24.999 patacas.

Os autores do trabalho académico apontam para a existência da influência das seitas no sector do jogo, o que acaba por se reflectir numa ligação, ainda que mais ténue, aos jovens. “Macau passou por um período turbulento em termos de violência no final dos anos 90, devido ao domínio das tríades chinesas nas operações do jogo VIP dos casinos. Apesar de um desenvolvimento da indústria dos casinos, as pesquisas sugere que as seitas mantém esse domínio. Tratam as mesas VIP de jogo como se fossem os seus territórios económicos, tendo surgido diferentes tipos de apostas e o crime emergiu para captar os desejos dos jogadores. Surgiu um híbrido empresarial das tríades que exerce violência ou que tem a reputação de recorrer à violência para controlar determinado território para obter ganhos financeiros.”

O recrutamento dos mais jovens em escolas acontece porque as tríades necessitam de “proteger os seus negócios”. Estabelece-se uma “relação Dai Lo-Lan (de protector e protegido) para reforçar o seu poder em determinado território”. “As pessoas aceitam este comportamento porque entendem que a reputação das tríades em relação à violência constitui uma ameaça. Há a ideia de que as tríades são capazes de exercerem a sua força da maneira que quiserem”, aponta o estudo.

Muitos dos jovens infractores que participaram neste estudo “foram membros de seitas”. “Assim que o jovem passa a fazer parte de uma seita, a violência é recompensada como uma forma de expressão e de comportamento integrado em relação ao grupo. A aceitação do comportamento anti-social dos membros torna-se numa recompensa no seu compromisso para com a violência”, apontam os autores, que falam da existência de um “processo de desenvolvimento” nesse campo. Ou seja, há uma evolução em termos de comportamentos relacionais dos jovens em relação às tríades.

“Numa fase inicial a auto-estima dos estudantes é relativamente baixa e têm um desejo de serem aceite pelos seus pares, e cometer violência é uma das opções. Assim que começam a desenvolver um comportamento violento, a sua auto-eficácia começa a destacar-se e isso facilita a violência, assim que garantem o seu status nos grupos de pares. Alguns podem juntar-se a tríades, cometer crimes ou serem apanhados pela polícia.”

“Numa fase posterior, a violência deixa de ser afectada pela sua baixa auto-concepção, mas pela participação no gang. Assim que passam a pertencer a um gang, essa subcultura torna-se no guia para o comportamento violento. Nessa subcultura, os jovens tornam-se violentos para preencher as normas do gang, ‘olho por olho’ e a irmandade das tríades”, aponta ainda o estudo.

Os autores destacam o trabalho que o Governo tem vindo a fazer nesta matéria, desde que criou, em 2004, o programa de auxílio comunitário destinado a jovens e crianças. Contudo, é sugerido que se faça mais nesta matéria, no sentido de se criarem programas específicos para com casos de baixa auto-estima e problemas com a necessidade de um bom desempenho escolar. É também sugerido que sejam realizados mais estudos académicos sobre este tema.

O outro lado da economia

O trabalho desenvolvido com a chancela da Universidade Cidade de Hong Kong lembra que a mudança brusca que a economia local começou a registar a partir de 2001 teve um forte impacto nas famílias, o que se traduz em menos tempo para os pais estarem com os seus filhos.

“Macau tem hoje um dos Produto Interno Bruto mais elevados do mundo. Isso mudou a vida das pessoas em diversas áreas. Em primeiro lugar, houve uma influência no aumento do custo de vida, sobretudo ao nível das rendas e dos preços das habitações para a sociedade em geral. Em muitas famílias, tanto o pai como a mãe têm de trabalhar a tempo inteiro e têm falta de tempo, energia ou paciência para lidar com os seus filhos. Os conflitos familiares aumentaram como resultado da pressão económica nas famílias.”

Dessa forma, e “devido ao aumento da pressão económica e dos conflitos familiares, a continuação do domínio das tríades e o fenómeno das ‘baixas qualificações, empregos muito bem pagos’ na nova era do jogo, Macau tem vindo a enfrentar o problema da delinquência juvenil semelhante ao que foi vivido em muitas sociedades”.

13 Fev 2018

Trabalho | Queda resulta na morte de residente de 50 anos

O colapso de uma cobertura num segundo andar fez com que um homem de 50 anos tenha caído para a morte, num estaleiro na Avenida Almirante Lacerda, na sexta-feira de manhã. As obras no local foram suspensas

 

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m trabalhador de 50 anos perdeu a vida, na sexta-feira de manhã, depois de ter caído de um segundo andar de um obra, na Avenida Almirante Lacerda. De acordo com as informações prestadas pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), os trabalhos foram imediatamente suspensos e só recomeçam quando forem cumpridas as medidas de segurança exigidas.

Na sexta de manhã, decorriam as obras de demolição no estaleiro em questão, quando o residente de 50 anos estava no segundo andar a fazer trabalhos de inspecção. Terá sido nesta altura que a cobertura em que se encontrava cedeu, fazendo com que caísse do segundo andar.

“De acordo com as investigações preliminares, estavam a decorrer obras de demolição no estaleiro. Suspeita-se que, naquele momento, um trabalhador residente se encontrava a proceder a trabalhos de fiscalização no segundo andar, e quando chegou à cobertura, aquela partiu, tendo provocado a queda do trabalhador”, explicou a DSAL, horas mais tarde, em comunicado.

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, quando os bombeiros chegaram ao local, o homem já não apresentava sinais respiratórios nem batimentos cardíacos, sendo declarado morto.

Como consequência do acidente, os trabalhos foram suspensos com efeito imediato no estaleiro. As obras só serão retomadas quando a DSAL considerar que estão reunidas todas as condições de segurança.

“A DSAL já emitiu uma ordem de suspensão ao empreiteiro, estando suspensas todas as obras naquele estaleiro, sendo que os trabalhos só poderão ser retomados quando o empreiteiro concretizar as medidas eficazes de segurança ocupacional e após a aprovação da DSAL”, sublinhou o organismo do Governo, em comunicado.

“Estes Serviços salientam que, durante a execução de trabalhos de demolição em altura, devem ser observados os procedimentos de trabalho correctos”, acrescentou.

14 mortos até Setembro

No comunicado emitido horas após o acidente, a DSAL enviou as condolências “à família da vítima” e prometeu “dar apoio no acompanhamento da matéria referente à indemnização por acidentes de trabalho”.

Por outro lado, o Governo apelou para que as normas de segurança sejam cumpridas, avisando que vai continuar a “reforçar os trabalhos de sensibilização e divulgação sobre a segurança e saúde ocupacional e a execução rigorosa da lei”.

De acordo com os dados mais recentes da DSAL entre Janeiro e Setembro do ano passado houve um total de 14 mortos relacionados com acidentes de trabalho, cujo número total foi de 5 591. Ficaram ainda 11 pessoas incapacitadas de forma permanente. Já o número de acidentes por queda em altura foi de 182.

12 Fev 2018

MGM China II abre na terça-feira

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de mil quartos, 125 mesas de jogo, 900 ‘slot machines’ e 300 obras de arte são algumas das características do segundo e novo empreendimento que a MGM vai inaugurar na terça-feira em Macau. O MGM Cotai, na faixa de casinos entre a Taipa e Coloane, é a última adição ao portfólio da MGM China e um ‘resort’ integrado avaliado em 2,7 mil milhões de euros, que vai abrir, depois de vários adiamentos, antes do ano novo chinês, que este ano se assinala na próxima sexta-feira.

Esta época festiva é um dos períodos mais fortes do jogo em casinos de Macau.

Em Janeiro, o Governo de Macau tinha autorizado a MGM a adquirir 125 novas mesas de jogo. Ao número total de mesas, vão ser transferidas 77 outras da propriedade do MGM na península de Macau e mais 900 ‘slots machines’ novas.
No projecto, do gabinete de arquitetura Kohn Pedersen Fox (KPF), idêntico ao do MGM Macau, foram usadas cerca de 17 mil toneladas de aço, equivalente ao peso utilizado no fabrico de 18 mil carros, e cerca de 240 tipos de pedra e mármore, “escolhidas ao longo de dois anos na Europa, Turquia, América do Sul, China e Hong Kong”, de acordo com dados da operadora de jogo.

Em destaque no novo MGM Cotai vai estar uma colecção de arte, avaliada em 100 milhões de patacas (cerca de 10 milhões de euros), que integra cerca de 300 obras de pintura, escultura e instalações de novos ou conhecidos artistas asiáticos.

De acordo com a operadora, a colecção inclui 28 tapetes imperiais chineses, da dinastia Qing, que outrora cobriram o chão da Cidade Proibida, em Pequim.

Na restauração, os ‘chefs’ Graham Elliot, conhecido como júri do programa Top Chef, e Mauro Colagreco, ambos distinguidos com estrelas Michelin, vão liderar o Coast e o Grill 58º, respectivamente. A oferta de restauração inclui Aji, o primeiro restaurante Nikkei em Macau, conduzido pelo ‘chef’ Mitsuharu Tsumura.

O icónico símbolo da MGM, o leão dourado, vai ocupar a entrada para o ‘resort’ e é a primeira estátua coberta com aproximadamente 32 mil folhas de ouro. Tem 11 metros de altura e pesa 38 toneladas.

O complexo turístico ocupa uma área 71.833 metros, um terreno concessionado por um período inicial de 25 anos, tendo sido oficializado no início de 2013 pelo Governo de Macau. A operadora concordou pagar um prémio de 1,3 mil milhões de patacas pelo arrendamento.

A operadora de jogo MGM China resulta de uma parceria entre Pansy Ho, filha do magnata do jogo em Macau Stanley Ho, e a MGM Resorts.

Entre Julho e Setembro passado, as receitas da MGM China atingiram 471 milhões de dólares norte-americanos (406 milhões de euros), o que traduz uma diminuição de 6% em termos anuais homólogos. No trimestre anterior (abril a junho), as receitas tinha registado uma subida de 5%.

Anunciado no início das obras a 27 de fevereiro de 2013 como o “‘resort’ e casino mais impressionante” da MGM, a conclusão do empreendimento, inicialmente prevista para 2016, sofreu vários adiamentos.

12 Fev 2018

Estacionamento | Concurso público com propostas entre 1,19 e 3,09 milhões

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]ove empresas tiveram as suas propostas aceites no concurso público para gerir e explorar os auto-silos do Jardim Comendador Ho Yin, Rua de Malaca, Edifício Mong Sin, Mong In, Rua da Tranquilidade e da Rua do Almirante Sérgio, durante seis anos.

A abertura teve lugar na sexta-feira e os valores propostos variam entre 1,19 milhões e 3,09 milhões de patacas por cada três meses. Foi também rejeitada uma décima candidatura por “falta de assinatura do concorrente da proposta de preço”. Entre os concorrentes, consta a Macau Forehap Parking Management, empresa ligada à família Ma, que apresentou uma proposta no valor de 2,68 milhões. No entanto, a proposta mais alta pertence à empresa Sunrise com o valor de 3,09 milhões.

Com um concurso para entregar de uma vez a gestão de seis parques de estacionamento o Governo espera “uniformizar a gestão” por uma única “empesa responsável”.

Entre os critérios para a avaliação da proposta estão o critério de apreciação, as contrapartidas oferecidas pelas empresas, o compromisso assumido do concorrente pelo cumprimento do programa de gestão e exploração dos parques de estacionamento, o plano de investimento para fornecimento e instalação de equipamentos e instalações e, ainda, a experiência do concorrente no âmbito da gestão e exploração de auto-silos.

12 Fev 2018

Jogo | Melco a perder para a concorrência no segmento de massas

A operadora detida por Lawrence Ho, filho de Stanley Ho, quase que duplicou os lucros em 2017, mas luta com o problema de ver os jogadores premium do mercado de massas fugirem para os concorrentes. A esperança está em Morfeu…

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pesar de ter aumento os lucros em 97 por cento, de 175,9 milhões de dólares americanos, em 2016, para 347 milhões, no ano passado, a operadora Melco Entertainment admite que está a enfrentar um problema para manter os jogadores que fazem as apostas mais altas no segmento de massas. O presidente da operadora, Lawrence Ho, justificou com esta situação a decisão de ter substituído, em finais de Janeiro, Gabriel Hunterton por David Sisk, na posição de presidente do casino City of Dreams.

“A nossa conclusão é que a quebra nas receitas do mercado de massas se ficou a dever ao facto de alguns dos nossos jogadores estarem a experimentarem outros casinos. Uma pessoa que ocupa a posição de presidente de casino precisa de tirar os melhor de todos os funcionários. E isso não estava a acontecer”, disse, na sexta-feira, Lawrence Ho, sobre a saída da operadora de Gabriel Hunterton.

A justificação acabou depois por ser ainda mais elaborada pelo novo presidente do City of Dreams, David Sisk: “Precisamos de acabar com a fuga dos nossos jogadores do segmento premium de massas. É óbvio que eles estão a sair para experimentar os outros casinos, seja o Wynn Palace, MGM ou outros, e que nós não fizemos o suficiente para que eles regressassem”, apontou.

“É um problema que está ligado à motivação da nossa equipa de vendas, por isso aquilo que nos temos focado nestas primeiras semanas [após a substituição] é trazer de volta algumas pessoas da antiga chefia desta departamento”, completou.

Apesar do desafio, Lawrence Ho mostrou-se confiante que 2018 vai ser um ano positivo para a indústria do jogo, com um aumento do número de jogadores, motivado pela abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.

Negociações com o Governo

Ao longo deste ano, a operadora vai abrir a quinta torre no casino City of Dreams, que foi desenhada pela arquitecta Zaha Hadid e tem como nome Morpheus. Em conversa com os analistas, Lawrence Ho admitiu ter esperanças que esta torre permita ao casino ganhar uma nova vida e recuperar alguns dos jogadores VIP, que se mudaram para casinos mais modernos.

Por outro lado, os dirigentes da Melco Entertainment reconheceram que estão em negociações com o Governo de Macau para estender o período de aproveitamento do terreno do Studio City. Em causa está a construção da segunda fase do casino, que fica nas traseiras da primeira, junto aos parques de estacionamento.

“Neste momento estamos a trabalhar na segunda fase e em conversações com os respectivos departamentos do Governo, porque antes de começarmos as obras temos de estender o período de aproveitamento do terreno”, explicou Lawrence Ho.

O terreno onde foi construído o Studio City fez parte da lista de terras cujo desenvolvimento se atrasou. Contudo, o Governo admitiu ter tido culpa nos processos, e optou por não recuperar os terrenos.

Em relação à segunda fase do projecto, não foram adiantados muitos detalhes, mas o presidente da operadora sublinhou a necessidade de aumentar o número de quartos do casino.

12 Fev 2018

Aeroporto | Nova zona de embarque abre hoje

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] extensão norte do Aeroporto Internacional de Macau, com mais quatro portas de embarque e uma manga, vai abrir hoje. “Durante os primeiros cinco dias do ano novo chinês prevemos um volume diário de cerca de 20 mil passageiros, um aumento de 5 por cento em comparação a períodos normais”, disse aos jornalistas Vicki Mou, da Companhia do Aeroporto de Macau (CAM).

A nova zona de embarque, numa extensão de 14 mil metros quadrados, vai permitir aumentar a capacidade do terminal para 7,8 milhões de passageiros, de acordo com a empresa.

O CAM investiu cerca 210 milhões de patacas no desenvolvimento de infraestruturas para aumentar a capacidade de recepção de passageiros, e vai lançar, na primeira metade deste ano, o concurso público para a extensão sul do aeroporto.

No início da semana, a Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) já tinha aprovado mais 80 voos, até ao dia 26 deste mês, para satisfazer o aumento da procura de transporte aéreo durante o Ano Novo Lunar, que se comemora este ano entre os dias 15 e 20 de fevereiro.

No ano passado, 935 mil pessoas visitaram Macau durante a semana do ano novo chinês, de acordo com a Direcção dos Serviços de Turismo.

12 Fev 2018

Jogo | Aumento de receitas não influencia criminalidade

As receitas do jogo são cada vez maiores mas a situação não tem levado a que a criminalidade aumente no território. A garantia foi dada pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] subida estável das receitas do jogo de Macau desde da segunda metade de 2016 não trouxe “ainda quaisquer consequências” para a segurança do território, afirmou o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak

Na apresentação à comunicação social do balanço da criminalidade de 2017, Wong Sio Chak sublinhou que nada permite “prever que o futuro desenvolvimento do sector do jogo em Macau possa trazer factores de instabilidade para a segurança da sociedade”.

Também em termos de criminalidade geral, foi registado um decréscimo de 94 casos, comparativamente a 2016, o que representa uma descida de 0,7 por cento, devido a uma redução dos crimes de furto, de falsificação de documentos e de desobediência.

Em contrapartida, as autoridades registaram um aumento de 22,5 por cento dos crimes de burla, com 910 casos em 2017 contra 743 em 2016. Os prejuízos rondaram os 40 milhões de patacas. “A situação de segurança em Macau, em 2017, manteve-se em geral favorável e estável”, afirmou o secretário.

Crime dentro de portas

Em 2017, os crimes relacionados com o jogo, como sequestro ou agiotagem, registaram uma diminuição de 7,5 por cento e 4,5 por cento, respectivamente, sendo que a maioria dos casos ocorreu dentro dos casinos.

Até agora, nenhum indício mostrou que “estes crimes se estendam além do ambiente interno dos casinos”, o que significa uma ausência de “impacto na segurança de Macau”, afirmou Wong Sio Chak, em conferência de imprensa.

Em 2017, a Polícia Judiciária (PJ) apresentou ao Ministério Público 2.171 arguidos por crimes relacionados com o jogo, mais 8,4 por cento do que os 2.003 arguidos de 2016. “Segundo as informações recolhidas, a maioria dos ofendidos e dos suspeitos não são residentes de Macau”, sublinhou.

Ao mesmo tempo, as autoridades de segurança não registaram um aumento da criminalidade grave e violenta, como o homicídio, o rapto e a associação secreta, embora tenham ocorrido quatro mortos relacionadas com “quatro casos de sequestro de devedores”. Autores e lesados são do interior da China, disse Wong Sio Chak.

O secretário para a Segurança indicou que as autoridades policiais de Macau vão continuar a reforçar o intercâmbio e a cooperação com o interior da China, Hong Kong, regiões vizinhas e internacionais.

Prevenir o terrorismo

Em termos de prevenção antiterrorista, Wong Sio Chak lembrou que, na sequência dos atentados contra casinos em Manila e em Las Vegas, no ano passado, realizou-se o primeiro exercício de simulacro de segurança e de emergência, no interior e na zona circundante de um casino, para testar a capacidade de resposta de várias entidades.

Acompanhado pela chefe de gabinete, Iva Cheong, pelo director da Polícia Judiciária, Sit Chong Meng, pelo comandante da Polícia de Segurança Pública, Leong Man Cheong, e pelo comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, Ma Io Kun, o responsável prometeu que estes simulacros vão continuar no futuro, além de um reforço das patrulhas periódicas ou aleatórias, dentro e fora dos locais de entretenimento.

A polícia vai ainda reforçar a cooperação com a Direcção de Inspecção e Controlo de Jogos (DICJ), o Gabinete de Informação Financeira, sectores do jogo e entidades de monitorização para prevenir e combater o crime de branqueamento de capitais, em resposta às novas alterações da lei de prevenção e repressão do crime de branqueamento de capitais, em vigor desde Maio último.

Também no relatório da PJ, apresentado no final do mês passado, deu-se conta de uma baixa taxa de ocorrência de crimes graves.

O número de processos concluídos em 2017 foi de 12.138 e o número de indivíduos (detidos, não detidos e menores não responsáveis criminalmente) presentes ao Ministério Público foi de 3.925 pessoas, ou mais 120 em relação a 2016, de acordo com o relatório anual da PJ de Macau.

12 Fev 2018

Alto de Coloane | Empresa de Sio Tak Hong apoia investigação

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Win Loyal Development veio apoiar as instruções dadas pelo Chefe do Executivo ao Ministério Público para que investigasse o caso do Alto de Coloane. A tomada de posição do grupo ligada ao empresário Sio Tak Hong foi divulgada através de um anúncio no jornal Ou Mun.

“A empresa apoia o pedido do Chefe do Executivo ao Ministério Público para que o caso seja investigado de forma profunda, com o objectivo de apurar os factos nos termos legais e para garantar a segurança dos terrenos públicos, assim como os direitos e interesses dos privados”, consta num dos pontos do comunicado da Win Loyal. “Acreditamos que o Governo cumpre a lei e que os investimentos das empresas são protegidos pelos termos legais em vigor”, é acrescentado.

O grupo deixou ainda elogios à investigação do Comissariado Contra a Corrupção e à conferência de imprensa onde foi dito que, até ao momento, a Win Loyal é encaradas como um dos lesados.

“Damos as boas-vindas à conferência de imprensa do CCAC a 7 de Fevereiro, onde foi esclarecido, e com o objectivo de evitar mal-entendidos com os cidadãos, que a nossa empresa não está envolvidas na prática de actos ilegais”, foi sublinhado.

No mesmo comunicado, a Win Loyal Development defende que não concorda em todos os pontos com as conclusões do CCAC, mas que isso não significa que a empresa e do organismo de investigação tenham posições opostas.

12 Fev 2018

Ponte em Y | Apesar das falsificações, vistoria foi concluída com sucesso

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] vistoria da nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau foi concluída com sucesso esta terça-feira. De acordo com o jornal Ou Mun, os trabalhos de vistoria das condições da ponte foram avaliados numa reunião em Zhuhai, tendo as condições da ponte obtido mais de 90 pontos em 100.

O jornal escreve que os membros que estiveram presentes na reunião aprovaram os requisitos de qualidade e concepção da ponte, tendo frisado que a infra-estrutura dispõe de condições para a circulação de veículos, ainda a título experimental.

O responsável da Autoridade da Ponte Hong-Kong-Zhuhai-Macau, Zhuj Yongling, sublinhou que a vistoria das obras para a ponte em Y põe um ponto final no projecto da construção que demorou vários anos, sendo a ponte o laço importante que liga os lados leste e oeste da zona da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

O próximo passo passa pela concretização mais profunda das opiniões e sugestões da reunião, fazer uma cooperação entre as três regiões para o teste em conjunto do sistema, para que a infra-estrutura esteja preparada para a abertura oficial.

De frisar que a nova ponte esteve envolvida num escândalo de falsificação de testes de materiais, como o cimento e o aço, usados na zona sob responsabilidade de Hong Kong. O caso obrigou a uma investigação da Comissão Independente Contra a Corrupção de Hong Kong, tendo um suspeito sido detido.

O jornal Apple Daily escreveu que alguns engenheiros consideraram o caso grave para a segurança da ponte, tendo sido instaurado um processo de investigação pelo Gabinete de Transportes e Habitação de Hong Kong.

9 Fev 2018

Habitação | Apesar de chumbo dos deputados, Governo compromete-se a arrefecer mercado

Apesar de Lionel Leong não ter conseguido convencer a Assembleia Legislativa a aprovar a lei para o pagamento de imposto de selo extra na compra de segunda e terceira habitação entre casais, as Finanças prometem trabalhar para fazer cumprir o diploma

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Direcção de Serviços de Finanças garante que vai fazer tudo para garantir que a medida do imposto de selo especial para quem a compra da segunda e terceira casas em Macau tenha o efeito pretendido de diminuir a procura e arrefecer o mercado de habitação. A promessa foi deixada pelo director dos serviços Iong Kong Leong, após a Assembleia Legislativa ter chumbada parte da proposta apresentada pelo secretário Lionel Leong.

Segundo a intenção original do Governo recusada pelos deputados, as pessoas casadas tinham de pagar um imposto extra de selo na compra da segunda casa ou terceira casa, independentemente da titularidade da primeira habitação poder estar apenas em nome de um dos membros do casal. Os deputados consideraram a proposta injusta e demonstraram receio que fosse um incentivo para que as pessoas não se casassem.

“Respeitamos todas as opiniões partilhadas na Assembleia Legislativa. Vamos ter de actuar de acordo com a legislação aprovada para impedir que as pessoas evitem o imposto. Vamos actuar dentro da forma como a lei foi aprovada e fazer o nosso trabalho e esforços para lidar com a situação”, afirmou Iong Kong Leong, em conferência de imprensa.

A proposta do Governo tinha o objectivo de evitar que os membros do casal fugissem ao pagamento do imposto de selo extra, ao escolherem o regime de separação de bens e colocarem todos os bens em nome de um único membro. Assim, se a compra for feita pelo membro sem habitação em seu nome, não há pagamento de um acréscimo de cinco por cento sobre o valor do imóvel no caso da segunda casa, nem de dez por cento nas restantes.

Ontem, Iong Kong Leong admitiu que as pessoas possam sair beneficiadas se optarem por transmitir os imóveis para a habitação, mas recordou que se a transmissão acontecer antes de passarem três anos, após a compra da casa, que estão sujeitas a um imposto de selo.

Medidas diferentes

Além do imposto, o Governo anunciou um esquema para facilitar o acesso por parte dos jovens com idades entre os 21 e os 44 anos aos crédito para a compra da primeira casa. A medida só está disponível para casas com valor até aos 8 mil milhões, com a taxa de cobertura do empréstimo a variar entre os 80 e 90 por cento.

A medida foi questionada pelo facto de por um lado se pretender limitar o acesso ao mercado com um novo imposto, mas por outro de facilitar o crédito. No entanto, os representantes defenderam que se tratam de coisas diferentes: “São medidas diferentes, mas faz sentido falar em contraditórias”, justificou Lau Hang Kun, representante da Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

Esta medida foi também explicada com o facto de haver pessoas que têm capacidade para pagar as prestações mensais, mas que não conseguem juntar o suficiente para cobrir a entrada do empréstimo.

No entanto, Lau Hang Kun sublinhou que se exige cautelas aos jovens e bancos, para que não se endividem acima das suas capacidades.

9 Fev 2018

Habitação social | Entregues quase dez mil boletins de candidatura

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto da Habitação (IH) recebeu um total de 9.600 boletins de candidatura para o mais recente concurso para a atribuição de habitações sociais, cujo prazo chegou ao fim esta quarta-feira. De acordo com um comunicado, metade dos candidatos não entregou todos os documentos necessários, e, caso não o façam até 2 de Março, serão desqualificados.

“Os principais documentos em falta são relativos a documentos comprovativos dos rendimentos e do património líquido, nomeadamente: documento comprovativo do rendimento mensal, e documento comprovativo emitido pelo banco ou caderneta bancária, com o valor patrimonial líquido, na data definida”, explica o IH.

Além disso, “após o termo do prazo da entrega dos documentos em falta, o IH irá iniciar, de imediato, os trabalhos de apreciação das candidaturas e proceder à elaboração da lista provisória de espera e lista de candidatos excluídos”.

9 Fev 2018

Galaxy entra no índice de investimentos da bolsa de Tóquio

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] grupo Galaxy foi escolhido para entrar no Índice de Investimentos Nikkei Asia300, um novo índice asiático dirigido para produtos financeiros, como fundos de investimento.

De acordo com o comunicado da empresa, o grupo Galaxy é a única empresa de Hong Kong do sector do jogo e uma entre 34 empresas de Hong Kong incluídas no índice bolsista japonês. Porém, é um entre várias empresas de jogo sediadas no Pacífico asiático a entrar no índice bolsista. Outras operadoras de casinos incluem a sul coreana Kangwon Land, a Genting Singapore, a Resorts World Sentosa e a Genting Malasya.

O Nikkei Asia300 inclui companhias da China, Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul, Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia e Índia. As empresas que constituem o índice são sujeitas a uma revisão anual.

A entrada em bolsa do grupo acontece quando a empresa tenta uma licença para um resort integrado no Japão. Os planos da Galaxy para o mercado nipónico surgem também após o anúncio do desenvolvimento de um resort amigo do ambiente na ilha de Boracay, nas Filipinas.

Em comunicado emitido ontem, o vice-presidente da Galaxy Entertainment, Francis Lui Yiu Tung, referiu que “é uma grande honra ser incluído no prestigiante Índice Nikkei Asia300, ao lado de algumas mais maiorias companhias da Ásia”.

9 Fev 2018