SMG | Emitem alerta de ciclone tropical e possibilidade de inundações

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau emitiu hoje um alerta devido à aproximação de um ciclone tropical e avisou para a possibilidade de inundações na cidade, aconselhando a população e empresas de construção a tomarem medidas de segurança preventivas. As autoridades içaram o sinal 1, no momento em que o “ciclone tropical ‘Podul’, localizado na parte central do Mar do Sul da China, continua a mover-se para o quadrante oeste, dirigindo-se para a Ilha de Hainan”.
O alerta foi emitido às 15h e existe uma probabilidade moderada de ser elevado para sinal 3 durante a madrugada e manhã de quinta-feira, de acordo com os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG).
Em comunicado, os SMG indicaram que entre quinta e sexta-feira, “podem ocorrer inundações em zonas baixas no Porto Interior”, uma área da cidade cronicamente afectada pela subida das águas, pelo que lançou também o aviso de ‘storm surge’ (maré de tempestade) azul, quando o Podul se encontra a 640 quilómetros de Macau.
Hoje, também, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais recomendou que, “como o tufão poderá destruir construções ou estaleiros de construção, os cidadãos e os empreiteiros devem adoptar, com a maior brevidade possível, as respectivas medidas de prevenção, principalmente em relação aos andaimes, aparelhos elevatórios (por exemplo, gruas), janelas de construções e materiais pendurados nas fachadas”.
Por outro lado, acrescenta-se na mesma nota, deve-se “fazer uma inspecção detalhada, tomar medidas para reforçar o equipamento e dar mais atenção aos assuntos relacionados com a segurança (…), a fim de garantir a segurança dos trabalhadores e do público, devendo os cidadãos, por sua vez, evitar aproximar-se de construções durante os tufões”.

28 Ago 2019

Obituário | Alfredo Ritchie deixa saudades entre a comunidade macaense

Alfredo Maria Sales Ritchie faleceu ontem após dura luta contra doença prolongada, deixando enlutada a comunidade macaense e família e amigos com quem partilhou a cultura local e a pronúncia do patuá

 

[dropcap]P[/dropcap]artiu o nosso Fredo” foi a frase com que a comunidade portuguesa local acordou ontem de manhã. A página de Facebook do grupo de teatro macaense Dóci Papiaçám di Macau estava de luto, num texto publicado por Miguel de Senna Fernandes sobre o amigo e colega de palco.

“Durante anos lutou com coragem contra a doença que o flagelou, mas agora foi de vez. Ficou o espírito de um lutador, dos mais duros que tive o privilégio de conhecer”, escreveu. Sobre os anos em que participou na cena teatral local, lê-se na mesma publicação que foi o “actor que mais tempo nos honrou com a sua energia, humor, persistência, sentido de dever e acima de tudo, amizade por todos os membros do grupo, com especial realce para todos os novos”.

Alfredo Maria Sales Ritchie nasceu em 1946 no seio de uma tradicional família macaense, conhecedora da cultura local e da linguagem crioula do território. “Ele era um cultor do patuá, que também falava como língua de casa, além do português, claro. Mas a mãe, Dona Ester, que ainda é viva, fala bem patuá e esta língua era usada na família”, contou ontem Miguel Senna Fernandes ao HM, entre as muitas facetas que lembrou do velho amigo.

Actor e ensaísta

“A sua vida não se limitava à profissão de médico, era uma pessoa com interesses muito variados. Era uma pessoa de cultura e de muita diversão. Foi desportista quando era jovem, praticava hóquei, e participou sempre em inúmeras actividades. Era amante do jogos de bridge e de póquer, coleccionador de carros de miniatura. Foi membro destacado do primeiro Rotary Club de Macau, do qual chegou a ser presidente. Era uma pessoa multifacetada”, destacou.

Mas acima de tudo, Alfredo Ritchie “era um homem culto que gostava muito de ler”, recordou Senna Fernandes, para quem a falta do amigo será sentida de uma forma muito pessoal. “Nós conversávamos bastante, eu privava muito com ele e com a Anabela [Ritchie], e tínhamos conversas mais profundas, que não eram só de teatro. Discutíamos sobre muitas coisas e durante muito tempo. É com muita pena que o perdemos”.

O grupo de teatro também aprendeu a contar com a sua companhia, os ensinamentos, o saber que imprimia nos textos, récitas e monólogos que escrevia para as peças. Entrou no primeiro espectáculo dos Dóçi Papiaçám em 2001, por convite de Miguel Senna Fernandes. “Enderecei o convite para representar um papel, e ele aceitou logo. A peça era a “Siára Zinha” – em patuá siára é mulher já casada, portanto é mulherzinha – e, desde que entrou, nunca mais saiu do grupo. Representou muita coisa, era uma pessoa bastante versátil em palco, fazia desde o herói até ao malvado”.

“Ele tinha uma graça muito natural, era muito divertido. Dizia-me ‘apesar da minha cara de carrancudo, eu faço-te rir!’ e fazia gala disso”, acrescentou. “Portanto, acho que esta perda nos atinge a todos. Pela expressão do que tem sido escrito aqui nas redes sociais, podemos ver o quão querido ele era para todos. E como foi marcante para o grupo e para a comunidade”.

Médico e político

Alfredo Ritchie formou-se em Medicina Geral em Portugal e acabaria por regressar ao território para exercer a profissão, ainda antes do 25 de Abril de 1974, como alferes médico miliciano.

Começou por se fixar na Taipa, onde esteve enquanto clínico destacado para as Ilhas. Mais tarde tiraria no estrangeiro uma especialização em Endoscopia Alta, uma novidade técnica na década de 70, em que foi pioneiro no território e a que se dedicou ao longo da profissão. Depois veio a exercer medicina no Hospital Conde de São Januário e abriu consultório próprio.

Entre as pessoas há mais anos radicadas em Macau, talvez sejam poucos os que não passaram pelo seu antigo consultório, ali na Rua de Pedro Nolasco da Silva. “Trouxe uma grande mais-valia, em termos de saúde, e durante anos até à sua reforma exerceu sempre nessa área”, explicou o médico e colega macaense Fernando Gomes.

“Conheci o Dr. Ritchie sob vários aspectos, mas mais próximo como colega. Eu tinha acabado de regressar em 1991 e ele já trabalhava no hospital. Antes disso, naturalmente conhecia-o e sabia quem era, porque a sua mulher, a Dra. Anabela, foi minha professora de inglês”. Cruzou-se com ele várias vezes, “era uma pessoa afável, dialogante e também apoiava os colegas mais novos”, e voltou a ter a oportunidade de participar com ele numa iniciativa cívica em 1992, “quando fizemos parte da reconstituição de uma lista, encabeçada pelo Miguel Senna Fernandes, para as eleições em Macau. Tinha acabado de falecer o Dr. Carlos Assunção”.

“Nessa altura trabalhámos noite fora na elaboração do programa, na estratégia eleitoral e na campanha. E acabei por conhecer melhor o Dr. Ritchie, nesta faceta que pouca gente conhece, de uma pessoa que colaborou na evolução e no envolvimento político da comunidade macaense, sempre na retaguarda como estratega, porque era muito amigo do Dr. Carlos Assunção, desde a década de 70 e 80. Acompanhou as campanhas eleitorais da ADIM (Associação para a Defesa dos Interesses de Macau), que era a lista do Dr. Assunção, e depois até acabou por ser a Dra. Anabela Ritchie a encabeçar essa lista”, recorda bem Fernando Gomes.

Por tudo isso, “é uma notícia muito triste, perdemos uma pessoa que se diferenciou como uma identidade querida da cultura macaense”, lamentou o colega.

Doce língua

Não foi só a página de Facebook dos Dóçi Papiaçám di Macau que se encheu de frases de condolência e amizade durante todo o dia de ontem. Também a Unchinho di Língu Maquista foi recebendo testemunhos e pêsames ao longo do dia, em resposta à publicação sobre o “mentor de muitos macaense mais jovens que se juntaram ao grupo, passando a essência da pronúncia da lingu maquista para a próxima geração”.

“Ele sabia quando se divertir e quando ficar sério” e “foi a atmosfera central entre o grupo”, já que “era mais como um ancião generoso levando as crianças para o caminho certo”, pode ler-se no mesmo texto em sua memória.

28 Ago 2019

Trabalho | Desemprego cresce ligeiramente entre Maio e Julho

[dropcap]E[/dropcap]ntre Maio e Julho de 2019 as taxas de desemprego (1,8 por cento), de desemprego dos residentes (2,4 por cento) e de subemprego (0,5 por cento) registaram todas acréscimos de 0,1 pontos percentuais, face às do período anterior (Abril a Junho de 2019), informam os Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

No período em análise a população activa totalizou 394.100 pessoas e a taxa de actividade foi de 70,3 por cento. A população empregada totalizou 387.100 pessoas e que o número de residentes empregados atingiu 281.700 pessoas, ou seja, menos 100 e 600, respectivamente, em comparação com o período precedente. Destaque para o decréscimo do segmento da população emprego no sector do jogo, enquanto os empregados no comércio por grosso e retalho aumentou.

Durante Maio e Julho deste ano, os dados da DSEC revelam o registo de 7 mil desempregados, o que representou um aumento de 400 pessoas face ao período homólogo de 2018.

O número de desempregados à procura do primeiro emprego foi de 15,2 por cento do total da população desempregada, ou seja, mais 4,1 pontos percentuais, dado que os novos graduados entraram no mercado de trabalho.

Em comparação com o período de Maio a Julho de 2018, a taxa de desemprego permaneceu no mesmo nível, enquanto a taxa de actividade e a taxa de subemprego decresceram 0,8 e 0,1 pontos percentuais, respectivamente.

28 Ago 2019

Porto Interior | Projecto da Barragem de Marés com pouco impacto ambiental

O Governo decidiu colocar em consulta pública, até 10 de Setembro, o relatório de impacto ambiental relativo à construção da Barragem de Marés na zona do Porto Interior. O documento aponta para um impacto pouco significativo da obra ao nível de recursos hídricos e ambiente ecológico, mas deixa algumas recomendações

 

[dropcap]C[/dropcap]omeça hoje, e termina a 10 de Setembro, a segunda fase de consulta pública sobre a avaliação do impacto ambiental da construção da Barragem de Marés do Porto Interior de Macau. O relatório está disponível apenas em língua chinesa mas, de acordo com um comunicado oficial, conclui que o impacto ambiental da obra na zona do Porto Interior será reduzido.

“Em geral, o relatório considera que a construção da Barragem de Marés do Porto Interior é viável, respeita os diplomas legais e o planeamento em matéria de protecção ambiental”, começa por apontar o comunicado.

“Após a construção da Barragem de Marés do Porto Interior de Macau não haverá impactos significativos em termos hidrológicos no curso superior do rio e na área abrangida pela construção. A construção também não irá causar impactos adversos significativos nos sistemas ecológicos aquático e terrestre”, acrescenta o mesmo documento.

Ainda assim, aponta-se para o facto de, durante o período de construção da barragem, poder existir “um certo impacto na área abrangida pela construção, nomeadamente no ambiente ecológico, no meio hídrico e na atmosfera”, podendo existir ruído.

Desta forma, o relatório de impacto ambiental faz algumas recomendações. “Devem tratar-se devidamente as águas residuais geradas no estaleiro da obra antes de serem escoadas e executar a obra de forma faseada para não afectar a reprodução dos peixes e dos camarões.”

Além disso, é importante “controlar a poluição para evitar sedimentos em suspensão devido às escavações, instalar tapumes para as obras e utilizar caminhões de aspersão para reduzir a poeira que se irá fazer sentir na área”.

Ao nível do som, os analistas defendem a instalação de “barreiras acústicas à volta da obra, a limitação da execução da obra apenas ao horário estipulado e um tratamento adequadamente os resíduos de materiais de construção”.

Longo processo

Há muito que a obra que pretende por um travão às cheias que todos os anos se verificam na zona do Porto Interior está a ser alvo de estudos. O processo tem vindo a ser gerido pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), que incumbiu as entidades China Water Resources Pearl River Planning Surveying & Designing Co., Ltd e o Instituto Científico para a Protecção do Delta do Rio das Pérolas para o trabalho de avaliação do impacto ambiental.

Em Abril deste ano realizou-se a primeira fase da consulta pública, tendo a DSSOPT recebido apenas quatro opiniões por escrito relativas ao projecto. Em Julho foi elaborado o relatório que será agora sujeito à segunda fase da consulta pública, que tem como objectivos “a salvaguarda, em termos ambientais, dos direitos e interesses do público da área onde a construção irá decorrer”, além de dar a “conhecer melhor a dimensão do impacto ambiental causada pela construção”.

28 Ago 2019

Drogas | Hipótese de crimes não chegarem a tribunal em estudo

[dropcap]C[/dropcap]heong Iok Ieng, chefe de gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, garantiu à deputada Wong Kit Cheng que a lei de combate à droga já prevê a desintoxicação dos consumidores. Neste sentido, as pessoas têm o direito de optar pela suspensão da pena de prisão decretada pelo tribunal, para que possam participar num programa de desintoxicação voluntário. A mesma responsável explicou ainda que aqueles que optem por cumprir a pena de prisão estão também sujeitos a um programa de prevenção e tratamento da toxicodependência.

Na resposta à interpelação escrita da deputada, Cheong Iok Ieng garantiu que a Comissão de Luta contra a Droga está a estudar novas matérias ligadas à penalização dos crimes de estupefacientes, nomeadamente a possibilidade da suspensão da instância, ou seja, para que os casos não cheguem, sequer, a tribunal.

Além disso, Cheong Iok Ieng adiantou que, nos últimos anos, houve um aumento de casos de droga protagonizados por residentes de Hong Kong, uma vez que o preço das drogas no mercado negro em Macau é quase três vezes superior ao da região vizinha. Neste sentido, a chefe de gabinete de Wong Sio Chak assegura que as redes criminosas ligadas ao tráfico de droga contratam pessoas em Macau para a prática de crime, estando, por isso, previsto um reforço de cooperação policial de combate a esse tipo de acções.

27 Ago 2019

Hong Kong | Morgan Stanley aponta pouco impacto de protestos no jogo

Analistas da Morgan Stanley Asia Ltd entendem que os protestos e o caos político de Hong Kong não afectou a indústria do jogo em Macau. Tanto em número de entrada de turistas, como nas receitas das concessionárias, a indústria mantém-se impermeável à situação vivida na região vizinha

 

[dropcap]A[/dropcap]s previsões para as receitas no sector de massas apontam para um crescimento de 15 por cento em Julho, com destaque para os apostadores chineses que pernoitam em Macau que aumentaram 9 por cento, algo que é positivo na nossa pespectiva. Isto parece confirmar a nossa expectativa de impacto mínimo em Macau, até agora, face ao que se passa em Hong Kong”. As declarações são de Praveen Choudhary, analista da Morgan Stanley Asia Ltd, numa nota da consultora citada pelo portal GGRAsia.

O documento da gigante financeira multinacional, que em 2016 foi condenada por contribuir para a crise global de 2008, traça um cenário optimista para Macau. A nota destaca a óbvia evidência de que a esmagadora maioria dos turistas que chega a Macau para jogar são do interior da China, e uma parte chega via Hong Kong. Neste sentido, a Morgan Stanley sublinha os dados do turismo divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos revelaram que, em Julho, perto de 2,6 milhões de visitantes chineses entraram em Macau, o que representou uma subida de 18,5 por cento comparado com o mesmo período de 2018. Ainda assim, Praveen Choudhary sublinha que este número representa um desaceleramento em relação à taxa de crescimento registada nos primeiros sete meses deste ano, que foi de 21,7 por cento.

Confirmar a regra

Outro dado incontornável na análise são os 24,45 mil milhões de patacas de receitas brutas apuradas pelo sector do jogo durante o mês de Julho, representando uma queda de 3,5 pontos percentuais em relação ao período homólogo de 2018. Número que não permite uma análise pormenorizada por não diferenciar entre receitas provenientes do sector VIP e de massas.

A Morgan Stanley já havia menorizado o possível impacto da turbulência política de Hong Kong na indústria do jogo ao referir que apenas dois por cento de todos os visitantes do Interior da China chega a Macau através de transportes que partem do centro de Hong Kong, onde os protestos são frequentes.

Aliás, esta situação já havia sido reportada pela JP Morgan, outro gigante financeiro também condenado por práticas ilegais que contribuíram para a crise global de 2008. “Cerca de 60 por cento do número total de visitantes chega a Macau através de Zhuhai, enquanto os serviços de ferries transportam de Hong Kong e Shenzhen 17 por cento. Pela Ponte HKZM chegam 15 por cento dos visitantes e no aeroporto de Macau aterram 9 por cento. No que diz respeito a turistas oriundos da China, 75 por cento chega através das fronteiras com Zhuhai”, enquadrou a consultora do banco de investimento.

“Estimamos que os protestos em Hong Kong afectem as receitas do jogo cerca de 0,5 por cento, impacto que se deve desvanecer gradualmente à medida que as pessoas encontram alternativas para visitar Macau”, escreveram Jeremy An e Christine Wang, analistas da DS Kim, afiliados da JP Morgan. Outro dos factores que dificulta a correlação entre os protestos e receitas do jogo prende-se com a dificuldade em relacionar o número de visitantes e quanto é gasto nos casinos.

Aliás, pequenos grupos de apostadores de grandes quantias, que representam uma percentagem ínfima do volume de visitantes, são importantes componentes no sector.

27 Ago 2019

DST atenta ao número de visitantes que pode vir a decair

[dropcap]O[/dropcap]s incidentes de Hong Kong ainda não interferiram nos números do turismo em Macau, que continuam a registar crescimento, mas já existem sinais de algum nervosismo por parte dos agentes de pacotes em grupo, que por cautela começam a alterar os percursos dos viajantes nesta região do Delta do Rio das Pérolas.

O turismo em Macau registou até ao mês de Junho um aumento acumulado de 20 por centro, face ao primeiro semestre de 2018. Apesar da situação instável que se vive na vizinha ex-colónia britânica, o efeito ainda não se reflecte em Macau.

“Em termos de impacto, temos acompanhado os dados estatísticos e, até Junho, os números são muito positivos. E os dados preliminares do mês de Julho, a que tivemos acesso, ainda nos dão um aumento além dos 10 por cento, o que é bastante forte”, revelou ontem a directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes.

No entanto, “durante este mês de Agosto, já tenho ouvido muitas opiniões da indústria, através das agências e guias turísticos, de que os grupos de turistas oriundos da China, sobretudo, que normalmente fazem um trajecto por Hong Kong e Macau, já começaram a cancelar viagens”, acrescentou a responsável.

Os operadores turísticos começam também a dar sinais de alteração dos destinos em oferta, deixando cair Hong Kong, mas incluindo Macau e outras cidades da Grande Baía. Os que têm voos directos para o território estão a equacionar estas mudanças, segundo a monitorização “quase diária” da DST. Os efeitos ainda não se podem avaliar, disse, porque na organização de grandes eventos e conferências, feitas a médio e longo prazo, Macau pode vir a sofrer consequências que só se repercutirão mais tarde.

A informação foi avançada ontem pela directora da DST, à margem da conferência de imprensa do 30º CIFAM, que se realiza em Macau nos meses de Setembro e Outubro, e onde são esperados muitos turistas com as festividades do Bolo Lunar e a semana dourada do 1 de Outubro.

26 Ago 2019

PSP desmantela mais três pensões ilegais no ZAPE e Taipa

[dropcap]A[/dropcap] Polícia de Segurança Pública (PSP) divulgou ter desmantelado três novas pensões ilegais, duas na Taipa e uma no ZAPE, tendo sido levados para investigação 23 indivíduos provenientes do Interior da China, noticiou ontem o jornal Ou Mun em língua chinesa.

Nos dias 19 e 20 de Agosto, a PSP realizou duas operações a unidades residenciais na Avenida de Kwong Tung e na Rua de Tai Lin, ambas na Taipa, após a recepção de denúncias relativas a duas supostas pensões para acomodação ilegal. Os agentes policiais, que foram enviados para os locais referidos, encontraram um total de 15 pessoas ali instaladas oriundas do Interior da China, 10 homens e 5 mulheres.

Após investigação, os hóspedes alegaram ter solicitado a habitação através de uma pessoa não identificada, por uma renda diária de 50 a 150 dólares de Hong Kong. As duas residências envolvidas foram confiscadas pelos agentes da Direcção dos Serviços de Turismo.

No dia seguinte, a 21 de Agosto, a PSP enviou também agentes para um apartamento na Rua de Nagasaki, no ZAPE, onde foram encontrados oito homens do Interior da China. Um dos homens foi acusado de gerir o alojamento ilegal e acabaria por ser levado para investigação. Durante o apuramento dos factos, os inquilinos declararam que os valores do aluguer ali praticados eram entre 100 e 300 dólares de Hong Kong. A fracção envolvida também acabou por ser encerrada pela DST.

Queixas da UGAMM

Entretanto, conforme noticiou também o jornal Ou Mun, a União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM) voltou a insistir para que o Governo acelere os trabalhos de reforço da criminalização do alojamento ilícito.

O subdirector da Delegação do Bairro das Ilhas, Cheong Iok Man, reiterou a urgência de o Governo apressar os trabalhos com vista a criminalizar esta prática ilegal, além de incentivar os moradores a denunciarem os casos suspeitos para aumentar a eficácia das operações, com vista a salvaguardar a segurança de edifícios.

Cheong Iok Man afirmou ainda que, nos últimos anos, a situação já se espalhou por todo o território, com o modelo de negócio a tornar-se cada vez mais oculto, através da substituição de panfletos pela divulgação online, o que dificulta cada vez mais o combate das autoridades.

O responsável comentou que, além de alojamento para visitantes, a polícia tem interceptado também locais utilizados para sequestro, usura, pornografia e estações emissoras de spam. “É óbvio que os problemas começam a ser um perigo para a segurança comunitária, podendo transformar-se em locais de crimes graves”, sublinhou.

26 Ago 2019

Jogo | Mais jovens procuram ajuda devido a dependência

Durante o primeiro semestre do ano, a faixa etária entre os 18 e os 29 anos foi a que mais procurou ajuda junto do Instituto de Acção Social devido a dependência do jogo. Até ao final de Junho, havia 61 registos de pessoas afectadas pelo vício. O bacará continua a ser o jogo preferido

 

[dropcap]A[/dropcap]o longo dos primeiros seis meses de 2019, a faixa etária que mais pediu auxílio ao Instituto de Acção Social (IAS) foi a mais nova de entre os que têm idade para jogar. Os dados divulgados são do sistema de registo central dos indivíduos afectados pelo vício do jogo que faz a comparação percentual do primeiro semestre deste ano com os anos desde 2011.

Assim sendo, o número total de indivíduos registados com problemas de vício do jogo até final de Junho situava-se nos 61 casos. Destes, a faixa etária mais afectada foi a dos 18 aos 29 anos com 27,87 por cento dos casos, a percentagem mais elevada desde que se recolhem estes dados (2011).

Outro dado que bateu recordes no primeiro semestre de 2019 foi a proporção entre géneros. Tirando 2013, ao longo dos meses deste ano, as percentagens de homens e mulheres com problemas de jogo estiveram mais perto, ainda assim discrepantes, com 63,93 por cento de homens e 36,07 mulheres. Aliás, a percentagem de mulheres com problemas de jogo praticamente duplicou face a 2018. Do universo total de jogadores problemáticos, a idade média situou-se nos 41,02 anos, quase mais 24 meses que no ano passado.

Dívidas e Bacará

Do universo de 61 jogadores problemáticos sinalizados pelo IAS no primeiro semestre deste ano, três quartos (75,4 por cento) enfrentam dificuldades devido a dívidas contraídas. Uma percentagem, desde 2011, apenas ultrapassada em 2013, que representou uma subida de 10 pontos percentuais em comparação com o ano passado.

Outro número que salta à vista nos dados divulgados pelo IAS é a percentagem recorde de indivíduos afligidos pelo distúrbio que não têm bilhete de identidade de residente. Desde que é feita esta contabilidade, o primeiro semestre de 2019 registou a menor percentagem de residentes afectados pelo vício: 78,69 por cento.

Mais uma vez, o jogo predilecto entre aqueles que se viciam foi o bacará, registando 50 por cento das preferências. Além disso, importa referir que as apostas desportivas (futebol e basquetebol) baterem o recorde nestes primeiros seis meses, ascendendo aos 10,87 por cento do total.

Entre as actividades profissionais mais afectadas pelo vício, o primeiro semestre de 2019 teve a percentagem mais elevada, desde que há registo, em trabalhos relacionados com a indústria do jogo (que não inclui croupiers), atingindo os 18,52 por cento.

Outro dado que reforça a ideia de novos apostadores com problemas de jogo é o item que mede os jogadores com membros da família que costumam apostar. Durante os meses analisados deste ano, registou-se a mais baixa percentagem, desde que há registo, com 50,82 por cento de viciados provenientes de famílias com apostadores.

26 Ago 2019

Economia | PIB contraiu 1,8 por cento no segundo trimestre de 2019

O Governo admitiu poder haver retracção económica na segunda metade do ano, após uma quebra no crescimento do PIB de 3,2 por cento no 1º trimestre e de 1,8 por cento no 2º trimestre, mas sublinha que a RAEM tem capacidade de resistir às adversidades

 

[dropcap]T[/dropcap]endo em conta o aumento incessante de factores de incerteza de origem externa, é de prever que a economia local continue a deparar-se com uma pressão de recessão durante a segunda metade do corrente ano”, refere o comunicado enviado pelo Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças, no final da passada sexta-feira, após o conhecimento dos dados oficiais relativos ao segundo trimestre de 2019.

De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o Produto Interno Bruto (PIB) de Macau registou uma contracção de 1,8 por cento no segundo trimestre no ano, em relação a igual período no ano passado, depois de um decréscimo de 3,2 por cento no 1º trimestre. O Governo atribui esta quebra no desempenho das contas locais “à redução das obras de construção e à diminuição contínua do investimento em activos fixos”.

De forma a combater esta tendência, o Governo de Macau vai “acompanhar, de perto, o impacto do ajustamento económico”, adoptando medidas relativas ao “mercado de emprego” e promovendo a “realização de grandes projectos de construção pública”.

O arrefecimento do 2º trimestre deveu-se também, em grande parte, ao decréscimo de investimento do sector público no sector da construção, de menos 51,6 por cento, face aos valores excepcionalmente elevados, em igual período de 2018, referentes aos trabalhos na ilha fronteiriça artificial da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, justificou a DSEC na sua divulgação.

Como lembrou o gabinete de Lionel Leong, não obstante os desafios provocados pelas incertezas económicas, a taxa de desemprego no 2º trimestre do ano situou-se nos 1,7 por cento, menos 0,1 por cento do que em 2018, tendo a mediana do rendimento mensal do emprego em Macau sido de 16.300 patacas, o que corresponde a um acréscimo homólogo de 1,9 por cento.

A par destes números, os dados estatísticos do turismo revelaram-se igualmente positivos. No primeiro semestre do ano chegaram a Macau 20 284 633 visitantes, o que representou um acréscimo de 20,6 por cento, em termos anuais. A abertura da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau também foi responsável pela vinda de mais visitantes, e é uma aposta do território na dinamização do sector.

Contas sólidas

Macau vai aproveitar “o forte alicerce das finanças públicas já solidificado e tirar proveitos da situação estável de pagamento externo, do regime de indexação confiável e do sistema financeiro consolidado, para fazer face às mutações da conjuntura económica externa, assegurando que as despesas públicas dedicadas ao bem-estar da população não sejam afectadas”, referiu o comunicado do Gabinete do Secretário.

O Executivo e os diversos sectores sociais preparam-se para “adoptar uma postura proactiva, redobrando esforços para responder às mudanças, mediante a manutenção da estabilidade e a adaptação conjuntural”, transformando em oportunidades as vantagens resultantes dos acordos da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

O desenvolvimento adequado das indústrias “reforçará a capacidade da RAEM na luta contra as adversidades” e, só neste primeiro semestre, foram constituídas 3.278 sociedades, mais 105 do que em idêntico período do ano passado. “O capital social destas sociedades cifrou-se em 3,40 mil milhões de patacas, representando um aumento substancial de 6,5 vezes”, o que revela que “o desempenho económico de Macau tem atraído mais investidores locais e estrangeiros”.

Sem dívidas

Além disso, o Governo da RAEM não tem “nenhuma dívida nem encargos, continuando a registar saldos financeiros positivos”. No primeiro semestre registaram-se saldos de “cerca de 30,5 mil milhões de patacas nas contas públicas” e, até ao final de Junho de 2019, o valor total dos activos da reserva financeira era de 569,3 mil milhões de patacas, correspondendo a uma subida homóloga de 10,9 por cento.

Os depósitos dos residentes também atingiram 654,65 mil milhões de patacas, até final de Junho de 2019, com um aumento homólogo de 11,1 por cento. Já os empréstimos internos ao sector privado cresceram 7,6 por cento, em termos anuais, atingindo 514,9 mil milhões de patacas, o que parece indicar, mais uma vez, a confiança na robustez das finanças locais.

26 Ago 2019

Jogo | Fosso salarial entre homens e mulheres aumenta 31%

[dropcap]N[/dropcap]o segundo trimestre deste ano, a discrepância de salários entre homens e mulheres que trabalham na indústria do jogo aumentou 31 por cento em relação ao período homólogo do ano transacto. De acordo com dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a remuneração média auferida por mulheres no período em análise fixou-se em 23.570 patacas, enquanto os homens receberam 25.870 patacas, ou seja, mais 2.300 patacas por mês.

Um valor que aumentou face ao segundo trimestre de 2018, quando um funcionário masculino ganhava mais 1.760 patacas do que uma mulher a desempenhar o mesmo trabalho. Feitas as contas, o fosso salarial entre géneros aumentou em quase um terço.

Outro dado revelador, em termos de igualdade de género, prende-se com o número dos directores e quadros dirigentes. No segundo trimestre deste ano, num total de 3.129 quadros dirigentes, 1.804 eram ocupados por homens, ou seja, em relação ao número total eram mais 479 do que as dirigentes mulheres.

Também neste indicador o fosso entre géneros aumentou em relação ao período homólogo do ano passado. No segundo trimestre de 2018, havia mais 307 homens em cargos de chefia do que mulheres, ou seja, num ano a diferente entre géneros nas posições de topo das empresas de jogo aumentou 56 por cento.

No fim do trimestre em análise existiam 904 postos vagos, ou seja, mais 81, face ao fim do segundo trimestre de 2018. A maioria das vagas pertencia aos “empregados administrativos” (79,5 por cento), observando-se que 588 destas vagas se destinavam aos “croupiers”.

Em relação aos requisitos de recrutamento, apenas 14,2 por cento das vagas requeriam experiência profissional, 64,7 por cento exigiam habilitações académicas inferiores ou iguais ao ensino secundário complementar, 77,2 por cento requeriam o domínio do mandarim e 21,9 por cento exigiam o do inglês.

23 Ago 2019

ANIMA | Associação quer encerramento do Matadouro

Conseguir com que o Governo encerre o Matadouro e mudar o nome e a estrutura da ANIMA para que tenha uma componente de protecção ambiental, são os objectivos a curto prazo de Albano Martins, presidente da Sociedade Protectora dos Animais

 

[dropcap]D[/dropcap]epois da vitória na luta pelo fecho do canídromo, a Associação Protectora dos Animais – ANIMA – vai tentar por fim ao Matadouro. A ideia foi deixada pelo presidente do organismo, Albano Martins, à TDM. O responsável tenciona dar início a um processo de encontros com o Governo para explicar a inutilidade da empresa Matadouro S. A. de Macau. “Há várias razões para o fecho do Matadouro, tal como existiam para o fecho do canídromo”, começa por dizer em entrevista.

A mais evidente tem que ver com o factor financeiro, sendo a Matadouro S.A. “um desastre”, uma vez que desde 2009 mantém “resultados negativos na ordem dos 20 milhões de patacas e não há meio de mudar”.

Albano Martins recorda que a companhia já fez duas “operações cosméticas” em termos financeiros”, uma em 2010 reavaliando o cativo “porque o capital social já estava comido em metade e pelas leis de Macau precisa de ser recuperado”. E em 2018, “reavaliando o novo activo com mais 10 milhões de patacas para conseguir ter uma posição financeira aceitável”, explicou.

A situação financeira da empresa é também “um desastre para o Governo” por não ter de pagar impostos, devido à actual situação em que se encontra.

Espaço precioso

A este desastre financeiro acresce o facto de o Matadouro ocupar um espaço “enorme” que é importante que “reverta para a comunidade” e ser transformado.

Por último, “não há sentido nenhum em continuarmos a matar animais em Macau quando podemos comprá-los já mortos”, uma vez que os processos de abate no território “já não é dos mais aceitáveis actualmente”.

São estas as razões que Albano Martins vai apresentar ao Governo, “e explicar cientificamente”, os motivos que justificam o encerramento do Matadouro. O presidente da ANIMA acredita que a proposta vai ser bem recebida pelo Executivo.

“Acho que o Governo vai fazer as contas e verificar que de facto não recebe impostos, que economicamente é um desastre, que está a ocupar um espaço enorme e finalmente se quiser ser honesto, perceber a desactualização do processo de abate”.

Novo nome, novo rumo

A ANIMA vai ainda mudar de nome e ter uma componente de defesa ambiental. “Em vez de ser Sociedade Protectora dos Animais passa a ser Sociedade Protectora dos Animais e da Natureza”, anunciou o responsável.

Para Albano Martins as questões ambientais “são importantes” e o objectivo é “tentar ter um segundo núcleo para observar como as coisas são feitas em Macau e inclusivamente apresentar queixas”.

Até Março do próximo ano Albano Martins tenciona deixar a presidência da ANIMA, sendo que a associação já se encontra à procura de um sucessor, “que fale chinês”. “Estou velho demais, tenho 70 anos “ justificou.

23 Ago 2019

Proprietários do ramo imobiliário não concordam com Ho Iat Seng 

[dropcap]V[/dropcap]ários proprietários do ramo imobiliário disseram ao jornal Ou Mun que não concordam com as ideias de Ho Iat Seng, candidato ao cargo de Chefe do Executivo de Macau, no que diz respeito a matérias de renovação urbana. O actual Governo, liderado por Chui Sai On, pretende realizar uma consulta pública no final do ano que prevê as percentagens relativas ao direito de propriedade para efeitos de reconstrução de edifícios antigos.

Ho Iat Seng defendeu que a renovação urbana em Macau não deve seguir o modelo de Hong Kong, pois a possível redução da propriedade de um imóvel ou a realização de um leilão obrigatório podem envolver casos em tribunal e necessitam de tempo. Portanto, Ho Iat Seng propôs que o Executivo possa adiantar o pagamento das despesas relativas à reconstrução, sendo que o proprietário paga apenas pelos custos de construção.

Contudo, as figuras ligadas ao sector do imobiliário apontam que a proposta de Ho Iat Seng é diferente face ao que foi discutido em reuniões anteriores sobre renovação urbana. “Mesmo que seja teoricamente viável, a realidade é contrária às expectativas dos patrões, sendo difícil incentivá-los a apoiarem a reconstrução dos edifícios em prol da renovação urbana”, lê-se no jornal.

Um agente imobiliário indicou que os problemas relacionados com a renovação urbana são complexos, nomeadamente nos bairros antigos. No bairro do Iao Hon, por exemplo, há imóveis que operam como lojas, quando no registo predial consta o uso para fins residenciais, o que leva a que tenha um valor diferente no mercado.

Face à situação do actual do mercado, o custo de construção por cada pé quadrado é de 1.500 patacas, o que significa que as obras numa fracção com mil pés quadrados deverão custar 1,5 milhão de patacas. A maioria dos proprietários de bairros antigos são idosos e não têm a capacidade de assumir essa despesa, sendo também difícil a obtenção de um empréstimo bancário, apontam os entrevistados ao jornal.

Por outro lado, tendo em conta os casos de demolição de edifícios no Interior da China, os antigos proprietários acabaram por se mudar para casas provisórias, tendo posteriormente obtido uma nova casa de forma gratuita ou uma compensação igual ao valor do mercado. Por isso, os entrevistados consideram que o facto do Governo querer avançar com o investimento é um bom ponto de partida e uma medida “teoricamente exequível” mas, na prática, vai depender da situação civil de cada propriedade, o que não constitui um incentivo para os proprietários.

23 Ago 2019

EPM | Férias limitam participação da APEP no projecto de ampliação

A Associação de Pais da Escola Portuguesa (APEP) quer dar uma opinião acerca do projecto de ampliação da instituição, mas receia não ter oportunidade durante o período de consulta pública, dado coincidir com as férias. No entanto, o novo projecto de Carlos Marreiros parece ter em conta a necessidade de espaços ao ar livre, o que agrada à APEP, aponta o presidente do organismo Filipe Regêncio Figueiredo

 

[dropcap]O[/dropcap] projecto de ampliação da Escola Portuguesa de Macau (EPM) está em consulta pública até dia 29 e a Associação de Pais da Escola Portuguesa (APEP) quer dar o seu contributo, mas ainda não sabe como. Em causa está o facto deste procedimento ter sido avançado em período de férias. “Nós soubemos de tudo isto através dos jornais, e não fomos informados de nada”, começou por dizer o presidente da APEP, Filipe Regêncio Figueiredo, ao HM.

Para já a associação está a tentar comunicar com os associados “até porque muitas das pessoas estão de férias e não é propriamente a melhor altura para avançar”, lamenta. No entanto, é do interesse da APEP participar, estando a “tentar perceber, através de quem está em Macau, “o que é possível fazer num curto espaço de tempo”, acrescentou.

A direcção da EPM tem conhecimento de que a APEP está a tentar participar, mas não adianta alternativas caso a associação não dê o seu contributo atempadamente, apontou o director da escola, Manuel Machado. Já no que respeita à sua opinião, Manuel Machado afirma “que a dar, será em sede própria”.

Ar para que te quero

Relativamente ao projecto em si, a baseado “no que é dito na imprensa relativamente à planta e nas declarações do arquitecto Carlos Marreiros”, Filipe Regêncio Figueiredo considera que “as preocupações apresentadas relativamente ao projecto inicial estão salvaguardadas”

Em causa estava a escassez de espaços ao ar livre, que a APEP, considera fundamental. “Parece que agora está assegurada a existência de manter o espaço ao ar livre, de haver sol”, refere.
Recorde-se que o projecto de ampliação da Escola Portuguesa de Macau deu entrada no Conselho de Planeamento Urbanístico a 15 de Agosto, estando sujeito a consulta pública até ao próximo dia 29.

O arquitecto responsável por este projecto é Carlos Marreiros, que já garantiu ao HM que a adição de mais um edifício não irá por em causa a existência de espaços exteriores. A nova EPM “vai ter espaços para actividades ao ar livre, quer a nível do piso térreo quer ao nível dos terraços”, até porque o projecto preliminar assegura a criação de “espaços abertos para que haja uma ventilação transversal. Os blocos estão pensados para permitir a entrada da luz do sol e do ar”, frisou Carlos Marreiros.

Novo pólo, novas oportunidades

Já quanto ao novo pólo da escola Portuguesa Filipe Regêncio Figueiredo considera que se abre uma oportunidade para uma reestruturação de instalações. “Obviamente que a escola precisa de mais espaço”, dado o aumento do número de alunos e “sendo instalações que podem ser construídas de raiz, até para os anos mais avançados, se calhar consegue-se construir outro tipo de infra-estruturas, como laboratórios de melhor qualidade”, rematou.

23 Ago 2019

Economia | Excedente na conta corrente de 158 mil milhões em 2018

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Macau anunciou ontem que no final de 2018 o território tinha registado um excedente na conta corrente de 158 mil milhões de patacas.

Segundo dados preliminares divulgados pela Autoridade Monetária de Macau (AMCM), “em 2018 as fortes exportações de serviços turísticos determinaram a continuidade de um acentuado ‘superavit’ registado na conta corrente, no valor de 158 mil milhões de patacas”, um aumento de 23,7 mil milhões face aos 134,4 mil milhões de patacas registados em 2017.

A balança da conta de serviços registou um excedente de 310,8 mil milhões de patacas devido ao aumento de 12,8 por cento em 2018, “em consequência da ascensão das exportações de serviços turísticos”, segundo a AMCM.

No ano passado, apontou a AMCM, os activos financeiros líquidos não reserva, aumentaram para 141,8 mil milhões de patacas, mais 6,1 mil milhões de patacas do que no ano anterior, devido ao “crescimento dos activos financeiros no exterior, quer dos residentes, quer do sector público”.

Por outro lado, o défice comercial de mercadorias aumentou para 88,2 mil milhões de patacas, mais 1,6 mil milhões em relação a 2017.

Apesar de as exportações de mercadorias terem aumentado 11,7 por cento, as importações de mercadorias também subiram 5,6 por cento.

23 Ago 2019

Indústrias MICE | Macau com prémio melhor cidade da Ásia em 2019

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau anunciaram ontem que o território venceu um prémio de melhor cidade para encontros, incentivos, conferências e feiras (indústrias MICE, na sigla em inglês) da Ásia em 2019.

A primeira edição do evento, que decorreu em Singapura na terça-feira e que foi organizado pelo Northstar Travel Group, distinguiu o território com o prémio “Melhor Cidade MICE da Ásia, apontou em comunicado o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau.

Para este galardão contribuiu o facto de a RAEM ter tido uma alta avaliação das instalações de hardware e software MICE e dos serviços de Macau, em conjunto como “o apoio e cooperação dos diversos sectores da sociedade”, lê-se no comunicado.

“No futuro, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau irá continuar a promover o desenvolvimento da indústria de convenções e exposições de Macau em conjunto com o sector MICE, no intuito de introduzir mais convenções e exposições de boa qualidade em Macau, permitindo que mais organizadores de MICE conheçam as vantagens de Macau para a realização de convenções e exposições”, acrescenta a nota de imprensa.

Em 2018, segundo dados divulgados pelo Governo de Macau, o território realizou “um total de 28 reuniões com uma escala de mais de 1.000 pessoas”, um aumento de 50 por cento em relação ao período homólogo de 2017.

No mesmo ano, chegaram ao território mais de 35.000 comerciantes para participarem em convenções e exposições.

22 Ago 2019

Metro Ligeiro | Governo apresenta troço Terminal Marítimo – Ocean Garden

Mais de dez anos depois, e de 16 mil milhões de patacas gastos, o Metro Ligeiro de Macau entra em período de testes. Ontem foi a vez dos jornalistas experimentarem a linha que une o terminal marítimo aos Ocean Garden, numa viagem marcada por alguma instabilidade. Antes de 20 de Dezembro, esta linha deverá estar a funcionar, mas para já continua sem se saber o preço das tarifas ou o horário do seu funcionamento

 

[dropcap]A[/dropcap]s portas da carruagem fechavam-se às 15h24 e o Metro Ligeiro de Macau, arrancava da estação do terminal marítimo da Taipa, numa viagem organizada para os órgãos de comunicação social. O trajecto decorre durante cerca de 25 minutos até ao fim da linha, com nove quilómetros de extensão, na estação Oceano. Pelo caminho, passa pelo aeroporto, pelo Cotai e pelo Jockey Club. Este percurso deverá abrir ainda este ano, como tem sido defendido pelo secretário dos Transportes e Obras Públicas Raimundo do Rosário.

Cada uma das 110 carruagens que fazem parte da frota têm capacidade para 100 pessoas, ou “70 se levarem equipamentos”, apontou o coordenador do Gabinete para as Infraestruturas de Transportes (GIT), Ho Cheong Kei, e cada uma das unidades de transporte vai ser constituída por duas carruagens. Em caso de maior fluxo de passageiros, Ho adiantou que pode ser adicionado um modulo idêntico. “Ter quatro carruagens, depende do número de passageiros. Vão ser duas primeiramente, mas se forem muitos passageiros usamos quatro”, esclareceu o coordenador do GIT.

No entanto, o projecto para o Metro Ligeiro e para a aquisição de equipamentos avançaram sem qualquer cálculo sobre o número de passageiros que poderá vir a usufruir da estrutura e uma estimativa a este respeito continua a ser uma incógnita. Quando questionado pelos jornalistas, Ho Cheong Kei apontou que “é uma pergunta difícil, pois não temos um número concreto”.

Cuidado com as curvas

A viagem de ontem foi marcada por alguma instabilidade das carruagens que o responsável pelo GIT atribui à sensibilidade de cada um, refutando a hipótese apresentada pelos jornalistas de que poderia ter como causa a desactualização de equipamentos, já adquiridos há dez anos. “O sentimento [de instabilidade na viagem] é muito pessoal e algumas pessoas são mais sensíveis. Depende do estado da pessoa naquela altura”, apontou. “Macau é uma cidade muito pequena e não há uma grande possibilidade de viajar numa linha directa e de longa duração, além disso não fizemos nenhuma paragem. Se fizermos a paragem a velocidade vai reduzir-se e isso pode ajudar a uma maior estabilidade”, acrescentou tendo em conta o mal-estar sentido por alguns dos jornalistas. O metro ligeiro pode atingir uma velocidade máxima de 80 km por hora.

Tudo controlado

No regresso, foi tempo de fazer uma paragem no parque de materiais e oficinas onde teve lugar uma apresentação do Centro de Operações pelo engenheiro chefe da Mitsubishi, Martin Leung. É numa sala em que são programados e monitorizados, de forma automática, todos os movimentos do Metro Ligeiro. “O ecrã principal divide-se em quatro partes em que se vê o itinerário do metro e as 11 estações com o respectivo nome”, disse, acrescentando que ali é feito o controlo das operações. “O nosso sistema é de alta tensão, podemos ver a situação da electricidade no ecrã, e se for necessário podemos fazer a manutenção ou reparação dos equipamentos”, referiu.

O ecrã central está rodeado por dois conjuntos de televisões que transmitem imagens em tempo real “das estações, das passagens superiores para peões e das carruagens, e podemos escolher as imagens especificas que queremos ver”.

Por saber

Em caso de sinal 8 de tufão as operações do metro serão suspensas. “O vento e a chuva são muito fortes e nesse período [sinal 8 de tufão] iremos suspender as nossas operações”, apontou Leung. Contudo, ainda não existe qualquer previsão quanto à antecedência com que a linha poderá vir a fechar.

Entretanto, e ainda por esclarecer estão as tarifas a cobrar, sendo a referência o preço dos autocarros, a data de constituição da empresa pública de gestão da infraestrutura e a data de abertura do metro. Também por definir está o horário de funcionamento bem como a sua frequência.

Já a linha de Seac Pai Van continua temporariamente suspensa, não havendo previsões para a retoma do projecto.

22 Ago 2019

Turismo | Visitantes gastaram menos 20,7 por cento per capita

[dropcap]O[/dropcap]s gastos médios por visitante durante o 2º trimestre de 2019 – entre os meses de Abril e Junho – foram de 1.583 patacas, menos 20,7 por cento do que no mesmo período de 2018. Entre os que mais despesa fizeram durante a estadia estão os visitantes do Interior da China, Japão, Taiwan e Hong Kong, que deixaram cá 1.796, 1.641, 1.283 e 946 patacas por pessoa, o que representou descidas de 24,1 por cento, 2,4 por cento, 7,3 por cento e 15 por cento, respectivamente.

Por sua vez, as despesas dos visitantes de Singapura (1.803 patacas), da República da Coreia (1.648 patacas), dos Estados Unidos da América (1.387 patacas) e do Reino Unido (1.234 patacas), cresceram em termos anuais.

Segundo os números revelados ontem pela DSEC, a despesa total dos visitantes (excluindo a despesa no jogo) cifrou-se em 15,71 mil milhões de patacas neste último trimestre, ou seja, menos 4,8 por cento, em termos anuais.

Quanto ao tipo de gastos, os visitantes despenderam essencialmente em compras (44,8 por cento do total), alojamento (26,3 por cento) e alimentação (20,8 por cento). Analisando os gastos por motivo de vinda a Macau, observou-se que em termos anuais a despesa per capita daqueles que vieram participar em convenções e exposições aumentou 2,6 por cento (3.926 patacas), mas o dinheiro largado pelos que vieram às compras e passar férias diminuiu 36,9 por cento (2.161 patacas) e 7,6 por cento (2.191 patacas), respectivamente.

22 Ago 2019

Entradas | Número de visitantes cresce mais de 20% até Julho

[dropcap]M[/dropcap]ais de 23 milhões de pessoas visitaram Macau nos primeiros sete meses do ano, um aumento de mais de 20 por cento face a igual período do ano passado, indicam dados oficiais divulgados ontem.

Entre Janeiro e Julho, o número de excursionistas (12.614.555) e de turistas (11.200.311) aumentou 33,6 por cento e 7,7 por cento respectivamente, em termos anuais, totalizando 23.814.866 de visitantes, segundo a Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC).

Nos meses em análise, os visitantes permaneceram em Macau por um período médio de 1,1 dias, menos 0,1 dias, em termos homólogos.

A maioria dos visitantes que entraram em Macau, até Julho, vieram do interior da China (16.884.398), mais 21,7 por cento em relação ao período homólogo do ano passado. Já os visitantes da Coreia do Sul (505.512), de Hong Kong (4.329.336) e de Taiwan (632.272)) cresceram 4,6 por cento, 22,1 por cento e 0,9 por cento respectivamente.

Só no mês de Julho, visitaram Macau 3.530.233 de pessoas, um aumento de 18,9 por cento em relação ao período homólogo do ano passado.

Na semana passada, a responsável pela entidade que gere o sector no território afirmou que as agências de viagens estão a excluir Hong Kong dos pacotes turísticos por causa dos protestos e os últimos números continuam a mostrar crescimento de turistas em Macau. “Muitas agências de diferentes países, sobretudo daqueles que têm acesso directo a Macau, estão a fazer uma mudança nos seus pacotes para não incluírem Hong Kong”, afirmou a responsável da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) de Macau, Maria Helena de Senna Fernandes.

22 Ago 2019

Transportes | Encontro empresarial sobre carris vai ligar Portugal à China

Várias associações empresariais europeias e chinesas estão a organizar um inédito evento de ‘networking’ que vai decorrer ao longo de viagens de comboio na China e Europa, abrangendo Lisboa, Porto e Macau

 

[dropcap]O[/dropcap] conceito, designado Business Rail, visa juntar empresários de diferentes sectores e países em viagens de comboio. A próxima edição, que decorre na China, entre 9 e 20 de Outubro, arranca em Pequim e termina em Macau, com passagens por Xangai, Shenzhen e Hong Kong.

Em Macau, os empresários vão participar na Feira Internacional de Comércio e Investimento. Outros itinerários, que se realizarão na Europa, incluem a península ibérica – Barcelona, Madrid, Lisboa e Porto – e a Europa Central – partida em Bruxelas e destino final Roma.

“A ideia é sempre promover Portugal”, disse à agência Lusa o presidente da Associação de Jovens Empresários Portugal-China (AJEPC) e cofundador da iniciativa, Alberto Carvalho Neto. “A grande vantagem de uma viagem de comboio é que podes entrar e sair, mudam as pessoas, e acaba por ser um evento giro a nível cultural e de ‘networking'”, descreveu.

A primeira edição realizou-se na Península Ibérica, em 2018, com partida em Barcelona e destino final no Porto, onde os empresários participaram na Feira Internacional de Negócios.

Rota das carruagens

No futuro, Carvalho Neto quer aproveitar a iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”, que inclui a construção de uma malha ferroviária entre China e Europa, através da Ásia Central, para alargar a iniciativa a mais países. “A ideia é que, em 2024, se consigam fazer viagens da China para a Europa: o transiberiano, que demora 10 dias, entre Pequim e São Petersburgo, e outra pelo sul, que passará pelo Cazaquistão, Uzbequistão, Turquia e Arménia”, revelou.

Os empresários não têm que fazer todo o itinerário, podendo embarcar e sair em qualquer umas das cidades abrangidas. A iniciativa é organizada em conjunto pelas associações Centro Internacional de Cultura, Young Entrepreneurs Organization of the European Union e Federação SINO PLPE (Países de Língua Portuguesa e Espanhola).

A partir do próximo ano, Alberto Neto quer alargar o projecto aos países de língua portuguesa. “Quando as pessoas se inscrevem têm de indicar o que estão à procura e por vezes pode haver correspondência dentro da delegação empresarial, mas acima de tudo é importante sabermos o que as pessoas querem e do que estão à procura, para fazermos ligação com as delegações locais”, explicou.

22 Ago 2019

Ensino | Associação de Juventude pede revisão do sistema educativo

[dropcap]O[/dropcap] conteúdo do currículo do ensino secundário de Macau é relativamente fácil comparado com o do Interior da China e de Hong Kong, e os requisitos para ingressar no ensino superior são pouco exigentes, o que torna o ambiente educacional cómodo e diminui a competitividade. Esta foi uma das ideias deixadas na reunião de terça-feira da Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau.

De acordo com o jornal Ou Mun, a representante da associação, Lei Ka I, referiu que, actualmente, recursos pedagógicos e os métodos de avaliação estão inadequados face à actualidade. “Os professores usam materiais antigos para ensinar, o que torna difícil a adaptação dos alunos e afecta o seu desempenho escolar e leva à reprovação”.

Os membros associativos sugeriram ainda a implementação de um sistema de avaliação com diversos critérios, além das provas escritas. Chester Ku, agente de aconselhamento da associação, disse que as escolas e o Governo têm de rever o actual sistema educativo, reunir as opiniões e o consenso social, e divulgar atempadamente ao público o procedimento da legislação do “Sistema de avaliação do desempenho dos alunos da educação regular do regime escolar local” para garantir a qualidade pedagógica.

22 Ago 2019

Hotéis | Preço médio por noite subiu 3,9 por cento

[dropcap]O[/dropcap]s turistas que pernoitaram no território, durante o mês de Julho, gastaram mais 3,9 por cento do que os visitantes que vieram em igual período de 2018. A taxa de ocupação também subiu 0,4 por cento, face ao ano anterior, fixando-se nos 93,5 pontos percentuais, segundo os dados recentemente publicados pela Macau Hotel Association.

O preço médio por noite num quarto de hotel em Macau foi, no mês passado, de 1.355,5 patacas. Já o preço médio num hotel de 5 estrelas custou 1.631,2 patacas, subindo 3,3 por cento em relação a Julho de 2018. A maior subida deu-se, no entanto, nos hotéis de 3 estrelas, que cobraram mais 6,8 por cento por quarto do que no ano anterior.

A variação de preços ocorrida nos primeiros sete meses de 2019, foi de mais 2,9 por cento do que no período homólogo transacto, ficando em 1.354,9 patacas a média por quarto. A taxa de ocupação durante estes meses foi de 92,5 por cento, aumentando 1,2 pontos percentuais em relação a 2018.

A Macau Hotel Association inclui, entre os seus membros, a maioria dos hotéis localizados nos resorts dos casinos, que se situam na zona do Cotai. De acordo com as estatísticas oficiais, o território tinha até ao fim de Junho de 2019 cerca de 37.900 quartos de hotel e 800 quartos de pensão registados. Dois terços do inventário dos hotéis corresponde a unidades de 5 estrelas.

22 Ago 2019

IPM | Cerca de mil novos alunos recebidos para ano lectivo 2019-2020

Cerca de mil novos alunos vão frequentar cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento no ano lectivo de 2019-2020 no Instituto Politécnico de Macau, anunciou a instituição na terça-feira

 

[dropcap]O[/dropcap]s novos alunos são oriundos de Macau, da zona da Grande Baía e dos países localizados ao longo da linha da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, indicou o IPM, num comunicado divulgado por ocasião da cerimónia de abertura do ano lectivo, durante a qual foi ouvido o hino da China e içada a bandeira nacional. O IPM atribuiu “bolsas de estudo a mais de 500 alunos”, acrescentou a nota.

Na cerimónia, o presidente do IPM, Marcus Im, reiterou que a instituição vai continuar a cumprir o “princípio pedagógico para o ensino superior ‘Amar a Pátria e Macau, enraizar-se em Macau, servir melhor a sociedade e voltar-se para todo o Mundo'” na formação de quadros qualificados “com competências profissionais e espírito inovador”.

Ao lembrar que os actuais alunos e graduados “obtiveram excelentes resultados nos concursos nas áreas do desporto e da inovação científica e tecnológica”, Marcus Im destacou que o IPM “dá muita importância ao pensamento inovador”, pedindo aos alunos que “procurassem um pensamento independente”.

Os alunos devem aprender a “saber perguntar” e a liderar “com espírito inovador, os progressos da sociedade na nova era, explorando novas áreas e novos rumos com base nos estudos tradicionais, contribuindo, assim, para o desenvolvimento do país e de Macau”, disse o responsável. O presidente do IPM aconselhou ainda os alunos a “aproveitar bem as oportunidades” decorrentes da “fase chave de desenvolvimento” do país e de Macau, com a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e a estratégia da Grande Baía, nas quais a região administrativa especial chinesa tem uma nova missão.

Cadeiras lusas

De acordo com dados enviados pelo IPM à agência Lusa, em Maio, o instituto tem cinco licenciaturas em português: Relações Comerciais Sino-Lusófonas, Administração Pública, Tradução e Interpretação Chinês-Português, Educação Internacional de Língua Chinesa e Língua Portuguesa.

O número de alunos matriculados nesta instituição nos cinco cursos era, àquela data, de cerca de 600, dos quais perto de uma centena era oriundo de países de língua portuguesa.

Nova secretária-geral

Lei Vai Fong foi nomeada secretária-geral do IPM, em comissão de serviço por dois anos. De acordo com despacho de Alexis Tam, publicado ontem em boletim oficial, a académica assume as novas funções a 1 de Setembro. Lei Vai Fong trabalhou no IPM como intérprete e tradutora entre 1996 e 2002. A académica desempenhou ainda funções de Chefe da Divisão de Apoio ao Conselho de Gestão do Instituto Politécnico de Macau e Chefe do Serviço de Estudos e Coordenação de Assuntos do Instituto do IPM. Entre as habilitações académicas, Lei tem mestrado em Administração Pública pela Universidade de Macau.

22 Ago 2019

Tribunal dá razão a residente que viu ser-lhe retirada casa social 

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) deu razão a um residente que viu ser-lhe anulado, por parte do Instituto de Habitação (IH) o contrato de arrendamento assinado em 2011 que lhe dava acesso a uma habitação social. De acordo com o acórdão, ontem tornado público, o residente necessitava viver com o filho, o que levou o Governo a anular o contrato.

Contudo, o TSI considerou que o IH se precipitou na decisão tomada. “Vislumbra-se demasiada precipitação na prática de o Instituto de Habitação refutar a explicação de A e, em consequência, de resolver o seu contrato de arrendamento de habitação social, sem que tivesse, primeiro, verificado se a necessidade dos cuidados se devia à avançada idade ou se a doença permanente era a razão por que permitira ao seu filho (não membro do agregado familiar inscrito) residir na respectiva habitação social.” Nesse sentido, está em causa uma “violação dos princípios da boa-fé, da cooperação e do inquisitório”.

Na visão do tribunal, o residente deveria ter apresentado provas de que necessitava de viver acompanhado, no entanto, também cabia ao IH “abordar o caso e ter tido em consideração a idade avançada do recorrente”. A entidade, liderada por Arnaldo Santos, por ter o objectivo de “servir os cidadãos”, deveria “ter actuado em conformidade com os princípios da boa-fé e da cooperação, no sentido de notificar, por sua iniciativa, o recorrente para apresentar provas pertinentes, em vez de lhe negar a sua clarificação e rescindir o seu contrato de arrendamento de habitação social por causa da não apresentação de prova”. Neste sentido, o IH está obrigado, por lei, “a averiguar todos os factos”, mesmo que o residente não tenha apresentado todas as provas.

Outros juízos

O residente chegou a apresentar um esclarecimento por escrito junto do IH, que invocava “a necessidade (de viver com o filho) em virtude dos cuidados que a doença permanente exigia”, mas o IH entendeu que tal “não justificava a não observância das normas legais”.

O contrato acabou por ser anulado em 2016. O Tribunal Administrativo, numa primeira decisão, entendeu que o fim do contrato de arrendamento de habitação social e as correspondentes consequências jurídicas “tinham origem na violação desse contrato pelo recorrente, e absolutamente, não na culpa da entidade recorrida (o IH)”. Contudo, o TSI acabou por dar razão ao residente.

21 Ago 2019