SS | Prometidos médicos de família para todos os residentes

O director dos Serviços de Saúde revelou que os médicos de clínica geral vão receber formação em medicina familiar, para que todos os residentes de Macau tenham médico de família. Alvis Lo destacou também a redução do tempo de espera nas consultas de especialidade e que estão em andamento procedimentos para criar hospitais de dia

 

O Governo vai dar os primeiros passos com o objectivo de garantir que todos os residentes de Macau têm um médico de família no futuro, uma vez que actualmente apenas existem 34 especialistas em medicina familiar no território. O director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, afirmou ontem aos microfones da TDM – Rádio Macau que os médicos de clínica geral vão receber formação em medicina familiar para desempenharem funções nos Centros de Saúde. O responsável vincou que a meta corresponde às directrizes da Organização Mundial de Saúde, que até agora não têm sido cumpridas.

Sobre a contratação de médicos portugueses, o director dos SS afirmou apenas que são bem-vindos todos os médicos que cumpram os requisitos essenciais para trabalhar em Macau, sem acrescentar mais detalhes.

O responsável participou ontem no programa Fórum Macau, do canal chinês da TDM, onde revelou ainda que será lançada uma consulta pública com o intuito de criar um novo tipo de licença para instituições médicas, abrindo portas ao funcionamento de hospitais de dia em Macau.

Os hospitais de dia permitem reduzir custos em pequenas cirurgias e prestar cuidados de saúde a doente em regime ambulatório e, como o nome indica, não requerem estadias durante a noite no hospital. De momento, a RAEM só tem duas categorias para instituições que prestam serviços médicos: hospitais e clínicas.

Espera e ilhas

Outro tópico discutido, foi a redução do tempo de espera para consultas externas. “Os residentes querem o tempo de espera encurtado. Por isso, melhorámos processos, acrescentámos eficácia através de meios tecnológicos e alocação de recursos, para reduzir para cerca de três semanas e meia o tempo de espera em consultas externas de especialidades e em primeiras consultas,” indicou o responsável.

Em relação aos serviços de urgência, Alvis Lo garantiu que actualmente os pacientes demoram em média cerca de uma hora até serem atendidos, situação que poderá melhorar através da coordenação com o Hospital das Ilhas, para desviar doentes do Hospital São Januário. Em relação ao novo centro hospital, o director dos SS sublinhou a modernidade dos serviços de saúde, com recurso a alta tecnologia, e a capacidade para atrair turistas do sector big health.

Alvis Lo indicou ainda que o Governo irá aumentar o orçamento dos subsídios a clínicas privadas, medida que tem como objectivo permitir que mais residentes sejam atendidos em clínicas, retirando pressão dos hospitais.

12 Dez 2024

Pequeno comércio de Macau espera pouco retorno nesta quadra

Comerciantes de Macau disseram à Lusa esperar pouco desta época de Natal, tradicionalmente forte, adiantando que o negócio está pior do que no ano passado. No centro histórico de Macau, sempre cheio de turistas, uma sapataria, com 40 anos de actividade no ramo, está praticamente vazia e os poucos clientes que entram na loja limitam-se a olhar.

“Estou pessimista em relação às férias [do Natal] e não estou à espera de ganhar dinheiro” nesta época, disse à Lusa Liu Iok Leng, da Fu Tian. Apesar das promoções, o negócio continua mau e “pior do que no ano passado. Não importa o feriado, as pessoas não têm dinheiro para consumir e só olham”, acrescentou Liu Iok Leng.

Na mesma rua, a Pedro Nolasco da Silva, algumas dezenas de metros à frente, uma joalharia, a Love Story Silver, queixou-se do mesmo. O cartaz de saldos de Natal está à porta, mas, na loja, só a proprietária, que faz algumas peças.

Kelly Kong afirmou que o negócio está “muito mau”, com uma quebra de 20 por cento em relação ao ano passado: “normalmente, a loja só vende uma ou duas peças por dia”. “As pessoas vêm para viajar, não para fazer compras, mas apenas para fazer turismo. Eu também, quando viajo, limito-me a comer a comida local, não faço compras”, observou.

Mas também os restaurantes sentem a crise, como disse o proprietário do Tomato, a funcionar há 20 anos, numa zona a caminho das Ruínas de São Paulo. “Em comparação com o ano passado, o negócio desceu 30 a 40 por cento, mas 2023 foi bom, muita gente vinha ao restaurante”, afirmou Oscar Cheong.

Agora, “vê-se que lá fora há muita gente, mas muito pouca entra e quem entra gasta menos”, sublinhou o dono do restaurante que afirma vender comida macaense. “O nosso restaurante não é caro, 70 patacas a 100 patacas [entre oito e 12 euros] por pessoa. Teoricamente, o consumo em geral é baixo. Até os restaurantes mais caros veem o negócio deles a cair ainda mais”, acrescentou.

Pouco consumo

Oscar Cheong disse ainda que “a maioria dos turistas vem da China. A própria actividade interna da China não é boa. Quando os turistas vêm a Macau, gastam menos”.

“Este mês de Dezembro deve ser pior. Antes, os habitantes de Hong Kong eram um mercado importante para Macau em Dezembro. Agora, os habitantes de Hong Kong deslocam-se à China continental e ao estrangeiro. E o consumo em Hong Kong também não é bom, pelo que o impacto em Macau é maior”, considerou.

As estatísticas confirmam o impacto. O volume de vendas dos retalhistas em setembro deste ano caiu 20,7 por cento em relação ao ano anterior, de acordo com os últimos dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Já o director da Federação da Indústria e Comércio de Macau Distritos Centro e Sul, Lei Cheok Kuan, reconheceu a quebra no consumo, mas manifestou optimismo no futuro.

“O negócio deverá ser bom durante as férias de Natal, apesar da alteração do padrão de consumo, haverá pessoas suficientes para apoiar e preencher lacunas nos negócios”, sublinhou o também empresário.
Lei Cheok Kuan acrescentou que “Macau tem sido classificado como o destino turístico número um na China”. “O Governo tem trabalhado muito para promover a indústria do turismo de Macau, por isso estou muito optimista quanto ao futuro a longo prazo”, avançou.

Em Outubro, Macau recebeu mais de 3,1 milhões de visitantes, uma subida de 13,7 por cento em termos anuais. A entrada de 3.135.358 visitantes no território representa “uma recuperação de 97,7 por cento do número” verificado no mesmo mês de 2019, ainda antes da pandemia da covid-19, disse a DSEC.

11 Dez 2024

Cotai | Zona de espectáculos com renda diária até 375 mil patacas

O Governo publicou ontem os valores das taxas de utilização do local de espectáculos ao ar livre, que vão variar entre 500 mil patacas em dia de evento e 250 mil em dia de ensaio ou montagem quando a capacidade máxima for superior a 30 mil espectadores. No primeiro ano de actividade, 2025, as taxas vão ter 25 por cento de desconto

 

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, assinou um despacho que fixou os valores das taxas diárias cobradas a organizadores de eventos no novo espaço para espectáculos ao ar livre no Cotai. Os preços diários dependem do volume de espectadores e se no dia em apreço se realizam eventos ou se apenas se procedem a ensaios e montagem.

Assim sendo, para espectáculos em que a capacidade ultrapassa 30 mil espectadores a taxa no dia do evento é de 500 mil patacas, enquanto nos dias para montagem e ensaios a taxa diária é 250 mil patacas. Para eventos, com plateias com menos de 30 mil espectadores, um dia de evento vai custar 350 mil patacas, enquanto a taxa diária para dias de ensaio ou montagem terá um preço de 175 mil patacas.

O valor das taxas diárias durante 2025 terá um desconto de 25 por cento uma vez que o próximo ano será um “período experimental”, é indicado no despacho publicado ontem no Boletim Oficial. Feitas as contas, no próximo ano, um espectáculo com mais de 30 mil pessoas terá uma taxa no dia do evento de 375 mil patacas, e 187 mil patacas em dias para montar estruturas e ensaios. Para eventos com menos de 30 mil espectadores, a taxa cobrada para a utilização do espaço no dia do espectáculo será de 262,5 mil patacas, enquanto em dias de montagem e ensaios a taxa diária será de 131.250 patacas.

O Governo ressalva que se for “realizado mais do que um espectáculo por dia promovido pela mesma entidade, é cobrada a taxa correspondente à maior lotação”.

Para aquecer

A zona de espectáculos está situada num terreno do Governo, com uma área de 94 mil metros quadrados, na intersecção entre a Avenida do Aeroporto e Rua de Ténis, virada a norte para a Rua de Ténis e a nordeste para a Avenida do Aeroporto, perto do Grand Lisboa Palace.

A construção do recinto implicou gastos superiores a 90 milhões de patacas, mas segundo a directora do Instituto Cultural (IC), Deland Leong Wai Man, o Governo não espera recuperar o investimento despendido na construção ao longo do primeiro ano de actividade.

Entretanto, o IC abriu o período de candidaturas para a utilização do espaço a empresas locais e internacionais de organização de espectáculos.

O evento inaugural está marcado para 28 de Dezembro e terá lotação máxima de 15 mil pessoas, cerca de um terço da capacidade total do recinto. Entre os primeiros profissionais que vão pisar o palco, contam-se artistas como Hins Cheung, Julian Cheung, Pakho Chau e Janice M. Vidal. Os bilhetes vão custar 480, 780 e 1080 patacas, mas haverá um sorteio para residentes com ingressos que vão custar 50 patacas.

Empresas entusiasmadas

A inauguração do novo recinto para espectáculos ao ar livre no Cotai pode trazer novas oportunidades de negócio para empresas locais dedicadas à produção de efeitos e decoração de palco, como iluminação e pirotecnia.

James Si Tou, gerente de uma empresa de pirotecnia, afirmou ao canal chinês da Rádio Macau que nos concertos dos Seventeen, no Estádio da Taipa, foram contratadas empresas locais, entre as quais a sua, para a produção do evento. Esses concertos serviram para promover as empresas locais entre organizadores de eventos de grande dimensão e, segundo James Si Tou, a abertura do recinto no Cotai pode significar uma oportunidade para desenvolver o sector.

O responsável pela empresa que organiza espectáculo Chessman, Alexandre Carvalho Lou, afirmou que gostaria de ver o Governo a ter um papel mais interventivo, dando como exemplo Singapura. O representante da Chessman indicou que Singapura assume a liderança em espectáculos com estrelas internacionais com a ajuda do Governo local que subsidia os eventos. Alexandre Carvalho Lou acrescenta que a aposta poderia beneficiar as empresas de produção, estimular o turismo e a indústria do espectáculos musicais.

11 Dez 2024

Inquérito | 80% dos jovens ignora actualidade internacional

Um inquérito sobre a perspectiva internacional de quadros qualificados jovens de Macau conduzido pela Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau revelou que cerca de 60 por cento dos entrevistados pensa que apenas tem conhecimentos básicos sobre a actualidade internacional, nomeadamente sobre as relações entre países.

Por outro lado, 19 por cento admite não ter qualquer conhecimento que confira perspectiva internacional, enquanto 21 por cento dos entrevistados disseram conhecer suficientemente os assuntos internacionais. Os entrevistados do sexo masculino com habilitações académicas de pós-graduação contaram-se entre os grupos demográficos com melhores conhecimentos do panorama político e socioeconómico mundial.

A associação responsável pelo inquérito sugeriu ao Governo que aposte num programa de estágios em entidades internacionais, assim como em actividades de voluntariado, mas que também organize cursos de formação sobre o desenvolvimento da China contemporânea.

10 Dez 2024

Habitação | Preços voltam a cair entre Agosto e Outubro

O índice global de preços da habitação caiu 0,4 por cento no período entre Agosto e Outubro, face ao período anterior (entre Julho e Setembro), revelou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Os dados indicam que os preços na Península de Macau desceram 0,9 por cento, mas aumentaram na Taipa e Coloane (1,2 por cento).

As quebras são mais abruptas face ao ano anterior, com a DSEC a referir que no período em análise os preços da habitação decresceram 12,4 por cento, em comparação com o período de Agosto a Outubro de 2023, com os preços na Península a caírem 13,6 por cento e na Taipa e em Coloane a descerem 8,2 por cento.

Em termos de área útil, os preços de habitações do escalão dos 75 aos 99,9 metros quadrados registaram a maior quebra face ao período anterior, com a descida dos preços a atingir 3,6 por cento. Os preços de apartamentos mais pequenos, com área útil inferior a 50 metros quadrados, caíram 0,8 por cento entre Agosto de Outubro. Contudo, o índice do escalão dos 50 aos 74,9 metros quadrados subiu 0,9 por cento.

10 Dez 2024

EPM | Grupo parlamentar do PS acusa Governo de desinteresse

Um grupo de 14 deputados do PS reagiu à carta da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Portuguesa de Macau (APEP) devido à falta aprovação de licenças especiais de docentes e exige explicações do Ministério da Educação

 

O Grupo Parlamentar do Partido Socialista (PS) acusou o Governo de Portugal, constituído pelos Partido Social Democrata (PSD) e Partido do Centro Democrático e Social (CDS), de desinteresse por Macau e pela comunidade portuguesa no território. A posição consta de uma pergunta enviada ao Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI), após a carta enviada pela Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Portuguesa de Macau (APEP) ao Presidente de Portugal, com queixas sobre o impasse na aprovação de licenças especiais de docentes.

“A postura do actual Executivo demonstra não só uma evidente falta de atenção da situação da Escola Portuguesa de Macau, que não tem, localmente professores habilitados para leccionar em língua portuguesa, como também um desinteresse do Governo de Portugal por Macau e pela comunidade portuguesa aí residente”, acusa o Grupo Parlamentar do PS. “Para a Escola Portuguesa de Macau poder continuar a ministrar o ensino em português e contribuir para preservar a língua e a cultura portuguesas na Região Administração Especial de Macau, necessita, logicamente, de professores portugueses e tal só é possível com a autorização de licenças especiais do Ministério da Educação, Ciência e Inovação”, é indicado. “Não considera que a ausência de uma estratégia clara para atentar às questões da Escola Portuguesa de Macau indica um desinteresse e uma falha no cumprimento das responsabilidades legais e culturais do Estado Português?”, é questionado.

Erro de planeamento?

Nas perguntas enviadas ao MECI, os deputados do PS indicam que no âmbito do plano do Governo “Mais Aulas, Mais Sucesso”, que visa reduzir o número de alunos sem professores de forma prolongada, uma das metas passa por reduzir em 25 por cento os destacamentos de professores.

A medida terá entrado em vigor a Julho de 2024 e os socialistas pretendem que o Governo explique se o indeferimento das licenças especiais de docentes está relacionado com a medida e se houve falhas de planeamento. “O indeferimento de licenças especiais de profissionais do quadro do Ministério da Educação para leccionarem em Macau está relacionado com a medida ‘reduzir as mobilidades estatutárias” apresentada no plano ‘Mais Aulas, Mais Sucesso?’. Se sim, não deveria o Sr. Ministro ter antecipado o problema aqui apresentado?”, é questionado.

O PS pretende ainda que o ministro explique a razão de não ter “acautelado” que “os alunos poderiam ficar sem professores” dado que “não há capacidade de contratação local de professores em língua portuguesa”. “Como é que pretende resolver esta questão e assegurar a qualidade educativa oferecida pela Escola Portuguesa de Macau?”, é perguntado.

As questões enviadas ao ministério estão assinadas pelos deputados: Isabel Ferreira, João Paulo Rebelo, Rosário Gambôa, Gilberto Anjos, Eduardo Pinheiro, Mara Lagriminha Coelho, Miguel Matos, Palmira Maciel, Sofia Canha, Ana Abrunhosa, Clarisse Campos, Elza Pais, Miguel Cabrita e Patrícia Caixinha.

Situação “delicada”

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, admitiu que a Escola Portuguesa de Macau vive um período conturbado, mas garante que o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, está atento ao desenrolar da situação.

“A Escola Portuguesa está a atravessar uma fase delicada, que requer um acompanhamento muito atento por parte das nossas autoridades. É uma matéria específica do Ministro da Educação, eu sei que ele está muito atento ao que se passa”, afirmou José Cesário, em declarações prestadas ao Canal Macau.

“E nós estamos a articular-nos com ele e a informá-lo sobre o modo como a situação vai evoluindo”, acrescentou. Os pais na EPM queixam-se de falta de professores na instituição, e de dificuldades de recrutamento em Portugal, depois de em Maio vários professores terem sido dispensados.

10 Dez 2024

Governo | Rosário diz que jornalistas e AL foram o mais difícil

Na hora da despedida, o secretário para os Transportes e Obras Pública, Raimundo do Rosário, afirmou que a parte mais difícil do seu trabalho foi lidar com os jornalistas e com os deputados.

“Vocês e a Assembleia Legislativa. Vocês são a parte mais difícil”, afirmou Raimundo do Rosário, à comunicação social, numa altura em que se prepara para deixar Macau. “Têm sempre críticas contra mim, críticas irracionais. Os órgãos da comunicação social e a Assembleia Legislativa são as partes mais difíceis”, frisou.

A postura do secretário não é surpreendente, dado que ao longo dos últimos 10 anos, mostrou-se várias vezes agastado com críticas de deputados e perguntas de jornalistas. Chegou inclusive a afirmar algumas vezes no hemiciclo que os deputados só sabiam criticar.

“Ao longo destes dez anos, quando andava sozinho na rua, nunca fui criticado por um residente ou tratado de forma agressiva. Fui sempre recebido com simpatia ou então com silêncio. Portanto, o que quero dizer é que aquilo que encontrei na rua é completamente diferente do que vejo referido nos jornais”, contou. “Nunca recebi queixas dos residentes na rua”, acrescentou.

O governante revelou também estar a “fazer as malas” e agradeceu a colaboração das pessoas com quem trabalhou nos últimos 10 anos. “A coisa mais feliz é que estamos quase a terminar todas as coisas importantes. Estou muito feliz e tenho de agradecer aos meus 3.000 colegas pela ajuda e cooperação em diferentes tarefas, incluindo o 5G, habitação económica e social, Metro Ligeiro, pontes, hospital e outras obras. Mais de 90 por cento das construções já foram feitas”, defendeu.

10 Dez 2024

MP | Ip Son Sang afirma que vai continuar “na área judicial”

O ainda Procurador da RAEM, Ip Son Sang, afirma que vai “continuar na área judicial”, apesar de ter o futuro desconhecido. As declarações foram prestadas à margem da Marcha por Um Milhão.

“A minha profissão é magistrado. Fui Procurador do Ministério Público nos últimos 10 anos, portanto, continuo a ser magistrado. Após deixar o cargo vou continuar na área judicial”, disse o responsável.

Sem revelar o seu futuro, que poderá passar pelo Tribunal de Última Instância, de forma a evitar a despromoção, Ip fez ainda um resumo do trabalho feito nos últimos 10 anos e que começou com um dos casos mais mediáticos da RAEM, as investigações contra o ex-superior Ho Chio Meng.

“Durante estes dez anos, os trabalhos no MP foram pesados, porque houve vários casos e julgamentos, como é conhecido pelos residentes. Houve até alguns casos que chocaram toda a sociedade, incluindo o caso que envolveu a gestão interna do MP”, reconheceu. “Portanto, reforçámos a fiscalização sobre os magistrados, o prosseguimento e a consulta dos casos bem como o arquivamento das investigações. Tomámos uma série de medidas para fazer estes trabalhos”, realçou.

Por outro lado, Ip Son Sang deu uma prova de confiança ao sucessor, Chan Tsz King: “O próximo Procurador trabalhou anteriormente no Ministério Público e mudou-se para o CCAC. Com o regresso de Chan Tsz King ao MP, acredito que vai haver uma mudança necessária no organismo”, destacou.

10 Dez 2024

CCAC | Arquivada investigação à construção de estátua de Kun Iam

O CCAC concluiu não ter poderes para realizar a investigação que tinha anunciado em Outubro de 2023. O recuo foi admitido por Chan Tsz King, sem que se saiba quanto foi pago em compensações pelo não cumprimento do contrato para entregar a gigantesca estátua

 

Chan Tsz King admitiu que o Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) encerrou a investigação à polémica em torno da construção de uma estátua gigante da deusa Kun Iam em Coloane. As declarações foram prestadas pelo futuro Procurador da RAEM, à margem da iniciativa de caridade Marcha por um Milhão.

“O caso envolve uma questão relacionada com a tomada de decisões políticas. As investigações abertas pelo CCAC, sobre a estátua, já foram arquivadas, uma vez que a questão teve como base as opiniões da sociedade face ao assunto”, afirmou Chan Tsz King, comissário do CCAC, aos órgãos de comunicação social. “Sobre este tipo de opiniões, após a análise, achamos que o CCAC não tem competências legais para tratá-las”, acrescentou.

A estátua da deusa Kun Iam em Coloane foi uma das maiores polémicas a envolver o Governo de Ho Iat Seng, e decorreu no Verão do ano passado, depois de o Executivo ter anunciado os planos para construir uma estátua gigante rodeada por betão numa das poucas zonas verdes do território. Além disso, o projecto, que também incluía a reconstrução de várias zonas perto da Praia de Hac Sá, tinha um custo previsto de 1,6 mil milhões de patacas.

Valores não conhecidos

Na altura em que o Governo apresentou o projecto, circulou uma petição online que em poucos dias reuniu mais de sete mil assinaturas, ao mesmo tempo que vários “memes” a satirizar a estátua se tornaram virais.

Meses mais tarde, em Outubro, o CCAC, pela voz de Chan Tsz King, confirmou ter iniciado uma investigação sobre o orçamento e a forma como todo o projecto foi coordenado pelas autoridades locais.

No entanto, aos órgãos de comunicação social, Chan não explicou o motivo para abrir uma investigação a um assunto para o qual considerou meses mais tarde não ter poderes de investigação, nem justificou o desperdício de recursos numa investigação que nesta perspectiva estava condenada a nunca avançar.

Além disso, o arquivamento do caso foi anunciado sem que o Governo alguma vez tenha anunciado o custo que teve de ser pago ao autor da estátua, dado que tinha sido assinado um contrato para a prestação do serviço.

10 Dez 2024

Turismo | Alerta para falta de atracções e jogo na Tailândia

Dois analistas disseram à Lusa que uma eventual legalização do jogo na Tailândia e a ausência de novas atracções além dos casinos pairam sob o futuro da economia de Macau, altamente dependente do turismo.

Nos primeiros nove meses do ano, o Produto Interno Bruto da região recuperou para 87,3 por cento do nível registado antes da pandemia, mas os serviços turísticos continuam a representar 79,7 por cento da economia.

“Há aqui uma recuperação económica fantástica na área dos casinos e tudo que está ligado ao turismo, hotelaria, restauração”, confirmou o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa Carlos Cid Álvares. Mas este admitiu que “há um não crescimento ou até uma queda nos pequenos negócios” longe dos casinos.

O analista da consultora de jogo IGamix, Ben Lee, lembrou que, tal como os antecessores, o próximo líder de Macau “voltou a proferir palavras muito fortes e encorajadoras” no que toca à diversificação da economia.

Glenn McCartney, professor da Universidade de Macau, acredita que as operadoras ficaram sem mãos a medir depois dos casinos se terem tornado “uma oferta muito aliciante” para os grandes jogadores. Mas este segmento VIP, que chegou a representar 60 por cento das receitas dos casinos em 2013, foi afectado pela detenção do líder do grupo junket Suncity, em Novembro de 2021.

Ben Lee acredita que a formação jurídica de Sam Hou Fai poderá ajudá-lo a combater a “burocracia de Macau e os interesses instalados”. Glenn McCartney sublinhou a importância de áreas como o turismo médico e “a economia nocturna”, para garantir que os visitantes passam mais tempo e gastam mais dinheiro em Macau.

O Governo tailandês está a preparar um projecto de lei que permite a construção de empreendimentos integrados de jogo, semelhantes aos de Macau, abertos a estrangeiros.

9 Dez 2024

Exportações lusófonas para a China caem 0,3% até Outubro

As exportações lusófonas para a China caíram 0,3 por cento nos primeiros dez meses de 2024, com um decréscimo de 23 por cento em Outubro a inverter o melhor arranque de ano de sempre, indicam dados oficiais.

As exportações atingiram 119,3 mil milhões de dólares entre Janeiro e Outubro, de acordo com dados dos Serviços de Alfândega da China divulgados na quinta-feira.

Nos primeiros nove meses do ano, as exportações tinham registado o valor mais elevado desde que o Fórum Macau começou a apresentar estes dados, em 2013. Mas o cenário inverteu-se em Outubro, mês em que as exportações caíram 23 por cento, em comparação com o mesmo período de 2023, para 10,2 mil milhões de dólares.

Os dados mostram que a descida se deveu sobretudo ao segundo maior fornecedor lusófono do mercado chinês, Angola, cujas vendas caíram 4,8 por cento para 14,8 mil milhões de dólares. As exportações da Guiné-Bissau para a China quase triplicaram nos primeiros dez meses de 2024, embora o país não tenha vendido mais de mil dólares em mercadorias.

Outro lado da moeda

Pelo contrário, no que toca ao maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, as exportações do Brasil cresceram 0,3 por cento, para 99,6 mil milhões de dólares, um novo máximo para os primeiros dez meses do ano.

As vendas de mercadorias de Portugal para a China aumentaram 8,6 por cento para 2,58 mil milhões de dólares, enquanto as exportações de Moçambique subiram 11,9 por cento para 1,46 mil milhões de dólares. Na direcção oposta, os países lusófonos importaram mercadorias no valor de 71,9 mil milhões de dólares da China, um aumento anual de 18,3 por cento e um novo recorde para os primeiros dez meses do ano.

O Brasil foi o maior comprador no bloco lusófono, com importações a atingirem 60,8 mil milhões de dólares, seguido de Portugal, que comprou à China mercadorias no valor de 5,12 mil milhões de dólares.

Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 191,2 mil milhões de dólares entre Janeiro e Outubro, mais 6 por cento do que em igual período de 2023 e um novo máximo para os primeiros dez meses do ano.

A China registou um défice comercial de 47,4 mil milhões de dólares com o bloco lusófono no período entre Janeiro e Outubro deste ano.

9 Dez 2024

Políticas locais não ajudam a atrair talentos, dizem especialistas

Especialistas disseram à Lusa que o programa de captação de quadros qualificados de Macau tem critérios mais apertados do que outras jurisdições e oferece vistos demasiado curtos para atrair talentos necessários para diversificar a economia.

O programa entrou em vigor em Julho de 2023 e procura captar para a região, nomeadamente com benefícios fiscais, quadros do sector financeiro e das áreas de investigação e desenvolvimento científico e tecnológico, entre eles Prémio Nobel.

Mas “o Governo de Macau não fez um bom trabalho” ao elaborar regras “muito estranhas” para um programa “de uma qualidade terrível”, disse Leon Ieong Meng U à Lusa. “Nunca ouvi falar de outros programas em outros sítios que tenham a nota média do bacharelato como um dos critérios”, sublinhou o investigador da Universidade de Macau.

Além disso, “os níveis de exigência são excessivamente elevados, mais altos do que em Hong Kong ou Singapura”, apontou Leon Ieong. O analista da consultora de jogo IGamix Ben Lee também apontou à Lusa a região de Hong Kong como um exemplo.

“Eles têm um sistema de migração qualificada que aceita de braços abertos qualquer pessoa com experiência (…) que faça falta. Macau é o oposto”, lamentou o consultor. Um candidato ao programa de Macau “precisa de ser um medalhado de ouro olímpico ou laureado com o Prémio Nobel para obter um visto de mais de um ano”, sublinhou Ben Lee.

Palavras de um Nobel

O Prémio Nobel da Medicina em 1991, Erwin Neher, admitiu à Lusa que é difícil atrair para Macau mesmo “jovens investigadores que demonstraram ter potencial para se tornarem figuras de destaque”, porque não lhes é concedido o estatuto de residente.

Muitos investigadores esperam quatro anos por um apartamento no campus ou para colocar os filhos num jardim de infância, lamentou o alemão de 80 anos, que lidera o Laboratório de Biofísica e Medicamentos Inovadores da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau.

“As pessoas quando vêm não querem a incerteza de um visto anual, que não sabem se será renovado ou não”, explicou o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, Carlos Cid Álvares. “Eu não digo que querem ser residentes de Macau, mas se calhar terem o visto por três ou quatro anos, que é para trazerem as suas famílias”, defendeu o presidente do Banco Nacional Ultramarino.

No final de Outubro, o secretário-geral da Comissão de Desenvolvimento de Talentos disse que Macau aprovou 464 das mais de mil candidaturas ao programa. Chao Chong Hang admitiu que a esmagadora maioria destes quadros vem da China continental (80%) ou de Hong Kong (10%), mas sublinhou que 47% tem “experiência de trabalho ou de estudo no estrangeiro”.

Apesar do desemprego estar há cinco meses num mínimo histórico de 1,7%, mesmo a indústria dominante de Macau enfrenta dificuldades. “Temos executivos seniores no topo dos operadores de casinos a serem rejeitados e a não receber mais do que um ‘blue card’”, disse Ben Lee.

Em Outubro, Chao Chong Hang prometeu “criar melhores condições para internacionalizar” a captação de quadros, mas não revelou quantas candidaturas tinham vindo dos países de língua portuguesa. A aposta nos serviços comerciais e financeiros entre a China e os mercados lusófonos consta do plano de diversificação da economia de Macau até 2028, “a mais importante missão” dada por Pequim, recordou Leon Ieong.

O programa de captação de talentos é “uma peça complementar muito importante” para a diversificação, acrescentou o especialista em política da região. Mas “a diversificação não se faz de um dia para o outro, se calhar vai demorar 20 anos a acontecer e a base disto tudo são as pessoas”, alertou Carlos Cid Álvares.

9 Dez 2024

Febre de dengue | Registado mais um caso importado

Os Serviços de Saúde (SS) registaram, esta quarta-feira, mais um caso importado de febre de dengue, sendo este o 38.º caso importado registado em Macau. Trata-se de uma mulher de 30 anos, residente, moradora do edifício Praia Park, bloco 10, na zona de Seac Pai Van, em Coloane.

Entre os dias 23 e 25 de Novembro, a mulher deslocou-se às regiões de Zhongshan e Foshan com a família para visitar familiares, tendo começado a sentir os primeiros sintomas no dia 29, nomeadamente febre, dores musculares ou nas articulações, entre outras.

Regressada a Macau, a mulher deslocou-se ao Hospital Kiang Wu para tratamento médico, nos dias 2 e 4 de Dezembro, tendo sido diagnosticada com febre da dengue apenas esta quarta-feira. Os SS denotam que o seu estado de saúde “é considerado estável”, e que os familiares com quem vive não apresentam sintomas de doença.

Os SS detectaram também, na quarta-feira, um caso colectivo de gastroenterite numa turma da creche da Escola Kao Yip, na Rua Nova da Ilha Verde, tratando-se de cinco crianças que apresentaram, no dia 30 de Novembro, sintomas como vómitos e diarreia, tendo sido submetidos a tratamento médico. Três crianças foram internadas, sendo o estado clínico “considerado estável”. Os restantes doentes não sofreram de doenças graves ou outras complicações graves. Foi excluída a possibilidade de gastroenterite alimentar em conformidade com as horas de refeições de pacientes. “De acordo com as horas de ocorrência da doença, os sintomas, o período de incubação, é provável que o agente patogénico esteja relacionado com uma infecção viral”, descrevem os SS.

6 Dez 2024

Burlas | Registados mais casos com falsos agentes

Há mais casos de burla realizados por falsos agentes das Forças de Segurança de Macau (FSM). Segundo uma nota divulgada ontem pela Polícia Judiciária (PJ), foram recebidas “informações de várias empresas de Macau, de diversos sectores” sobre o facto de vários “indivíduos nas redes sociais se fazerem passar por agentes das FSM”.

A burla é feita através do envio de mensagens nas redes sociais em que se pede às vítimas cotações de produtos. “Mais tarde é pedido aos comerciantes que encomendem produtos específicos a determinados fornecedores, tais como coroas de flores, vinho tinto ou colchões. Antes de procederem à encomenda, o burlão envia uma captura de ecrã falsa sobre a remessa bancária, alegando ter efectudo o pagamento integral da mercadoria, levando o comerciante a avançar com o pagamento ao falso fornecedor.”

Porém, a PJ relata que alguns dos “comerciantes envolvidos reconheceram a tempo estarem perante uma situação de burla e evitaram ser enganados”, sendo que este esquema foi utilizado “em meados de Novembro, tendo causado prejuízos a várias lojas”. A mesma nota dá conta que “todos os sectores estão vulneráveis a esta prática de burla”.

6 Dez 2024

Toi San | Incêndio provoca evacuação de 60 moradores

Um incêndio que deflagrou num edifício residencial na Avenida de Artur Tamagnini Barbosa obrigou à evacuação de 60 moradores. Duas pessoas sentiram-se mal, uma delas foi reencaminhada para o hospital devido à inalação de fumo. O fogo começou num apartamento em remodelação devido a um curto-circuito e à presença de materiais inflamáveis

 

Às 23h da noite de quarta-feira, um incêndio no Bloco 6 do edifício San Seng Si Fa Un, no bairro do Toi San, um apartamento que estava em remodelação incendiou-se, levando ao alarme dos moradores e à intervenção do Corpo de Bombeiros, que acorreram ao local na Avenida de Artur Tamagnini Barbosa. As chamas obrigaram à evacuação de cerca de 60 moradores, muitos deles que se viram obrigados a sair para o exterior em pijama. Do interior de um apartamento no 7.º andar do prédio podiam ver-se chamas e ouviram-se estrondos de pequenas explosões.

Os bombeiros chegaram ao local, extinguiram as chamas e socorreram duas pessoas. Um idoso de 77 anos sentiu-se mal e num estado de exaltação recusou tratamento médico. Porém, uma moradora de 33 anos teve de ser reencaminhada para o Centro Hospitalar Conde de São Januário devido à inalação de fumo. As autoridades acrescentaram que a mulher não perdeu os sentidos e que o seu quadro clínico não inspirava cuidados de maior.

Ouro sobre azul

Como é frequente nos incêndios urbanos que deflagram em Macau, mais uma vez uma avaria no equipamento eléctrico poderá ter estado na causa do incêndio. Segundo a avaliação preliminar das autoridades, foi encontrada no chão da cozinha uma lâmpada partida, que terá caído de um candeeiro de tecto.

Os bombeiros acrescentam que a lâmpada poderá ter sobreaquecido e rebentado. Porém, ao cair no chão entrou em contacto com material inflamável, provavelmente diluente, de acordo com a investigação.

Instrumentos e materiais de construção que estavam na cozinha pegaram fogo, e as paredes do apartamento ficam enegrecidas.

6 Dez 2024

Macau Legend | Governo cabo-verdiano acusado de “acto ofensivo”

A Macau Legend acusou o Governo cabo-verdiano de “acto ofensivo” por ter extinto, sem avisar, contratos e concessões do empreendimento de jogo e turismo previsto para a capital, Praia, que nunca chegou a concluir.

O empreendimento de milhões de euros, anunciado há dez anos, deixou parte da marginal da cidade entaipada, bloqueando o que era antes a Praia da Gamboa, com um hotel-casino de oito andares que permanece vazio.

O Governo diz que agiu para resolver a situação, mas a empresa contesta. “Estes actos administrativos de resolução de contratos e reversão dos bens para o Estado foram decretados sem que a Macau Legend Development (MLD) tivesse sido previamente notificada de qualquer decisão do procedimento administrativo em curso”, lê-se num comunicado publicado pela empresa no semanário Expresso das Ilhas.

“A MLD lançará, de imediato, mão dos meios legais ao seu dispor para defesa dos seus direitos e confia que, enquanto as razões relativas a estes contratos não forem dirimidas, o Estado de Cabo Verde não praticará mais nenhum acto ofensivo dos seus direitos, enquanto investidora”, acrescentou.

No âmbito do processo administrativo, a promotora diz que tem mantido o Governo a par de “negociações com investidores interessados” no empreendimento, pedindo “a definição dos elementos essenciais” para proteger “os interesses públicos de Cabo Verde”.

A empresa queixa-se de o Governo ter ignorado os pedidos e de só a ter notificado da decisão de extinguir tudo e reverter os bens, por correio electrónico, um dia depois da publicação em Boletim Oficial.

6 Dez 2024

Turismo | Cultura tailandesa e gastronomia animam fim-de-semana

Este fim-de-semana, realizam-se o Festival Cultural da Tailândia, o primeiro Carnaval Vegetariano de Macau, e arranca a Noite Luminescente na Travessa do Armazém Velho, iluminando a zona dos Ervanários. Os três eventos contam-se entre os mais de 40 financiados este ano pela DST, que até Novembro atraíram 660 mil pessoas

 

A cidade vai estar em festa este fim-de-semana, com uma série eventos “para mostrar a inclusão diversificada de ofertas e o encanto nocturno de Macau aos residentes e visitantes da cidade”, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Turismo (DST).

Amanhã e domingo, o Festival Cultural da Tailândia regressa à zona da Mitra, animando a Rua de Abreu Nunes onde vão estar instaladas cerca de duas dezenas de tendinhas de comida tailandesa. Como é hábito, além da cerveja Chang e pad thai, não vão faltar “danças tradicionais, e danças e cantares tailandeses, entre outros espectáculos de palco”. Turistas e moradores locais também vão poder relaxar com massagens tailandesas e testemunhar a tradicional bênção do arroz, uma cerimónia budista tradicional para abençoar as colheitas de arroz.

Para quem prefere outras opções gastronómicas que não incluam cachaço de porco ou camarão, começa hoje a primeira edição do “Carnaval Vegetariano de Macau”, que decorre até à próxima terça-feira na Doca dos Pescadores, mostrando a “diversificação de Macau enquanto Cidade Criativa de Gastronomia”, salienta a DST.

O evento que irá encher a Legend Boulevard com um autêntico festim para os sentidos, com 60 tendas de comida vegetariana e produtos culturais e criativos. “A actividade de cinco dias inclui ainda espectáculos culturais e artísticos, palestras culturais, venda de produtos, tendas de jogos, instalações para tirar fotografias e cerimónia de lanternas alusivas ao retorno de Macau à pátria”, acrescenta a DST.

Luz urbana

Amanhã, regressa à zona dos Ervanários “A Noite Luminescente na Travessa do Armazém Velho”, que vai iluminar o velho bairro do Porto Interior com “efeitos de luz, instalações luminosas, corredor de luz com caracteres chineses e decorações”.

Até ao fim de Fevereiro, a iniciativa que é uma extensão do evento Iluminar Macau 2024, irá contar também com “jogos online e workshops presenciais para adicionar experiências diversificadas, promover o fluxo de pessoas na zona e estimular o consumo nocturno”.

A DST salienta que estes três eventos que arrancam este fim-de-semana fazem parte de 41 actividades aprovadas para financiamento este ano. O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes revelou ontem que, entre Janeiro e Novembro deste ano, foram organizados 31 projectos ao abrigo do programa de apoio financeiro da DST, incluindo visitas guiadas, feiras, oficinas artesanais, produção gastronómica ou passeios marítimos.

A DST refere que até Novembro, os eventos apoiados atraíram mais de 660 mil participantes, e contaram com a participação directa de cerca de 1.600 estabelecimentos comerciais, “promovendo o consumo e o desenvolvimento do turismo nas zonas comunitárias”.

6 Dez 2024

Rádio táxis | Inquérito revela procura alta e pouca oferta

Lançado pela Aliança do Sustento e Economia de Macau, o inquérito sobre o serviço de rádio táxis revela que há muita procura, mas pouca oferta, com mais de metade dos inquiridos a queixarem-se da falta de veículos disponíveis. Mais de 90 por cento dos inquiridos disse preferir chamar um táxi desta forma

 

Macau continua a sofrer com a falta de táxis. É o que revela um inquérito lançado pela associação Aliança do Sustento e Economia de Macau sobre os serviços de rádios táxis, que aponta continuar a haver muita procura para a pouca oferta existente.

Se 90,79 por cento dos inquiridos demonstraram vontade de chamar este tipo de táxis para as suas deslocações, o que significa que o serviço tem bastante potencial, verifica-se a falta de oferta, os longos períodos de espera e a insatisfação com a qualidade dos serviços. Mais de metade dos inquiridos, 61,13 por cento, respondeu que não existem veículos suficientes para o serviço, enquanto 59,78 por cento dos utentes afirmou que o tempo de espera é demasiado longo ou simplesmente não conseguem pedir um condutor. Além disso, 41,94 por cento dos utentes criticam a qualidade dos serviços.

A equipa responsável pelo inquérito aponta que estes dados mostram que há ainda problemas com o serviço de rádio táxis que precisam ser resolvidos para impulsionar o funcionamento e utilização deste meio de transporte.

Como resolver?

O inquérito questiona também os residentes sobre as políticas que devem ser adoptadas. Assim, 60,1 por cento dos entrevistados pedem a supervisão do Governo, enquanto 54,86 por cento dos entrevistados preferem que haja, simplesmente, mais oferta de veículos. Por sua vez, 48,21 por cento dos entrevistados pedem que a qualidade dos serviços seja melhorada, enquanto 38,36 por cento dos entrevistados querem uma maior oferta em termos de tarifas cobradas.

A equipa responsável pelo inquérito conclui, assim, que cabe às autoridades assumir um papel activo na melhoria deste serviço, a fim de resolver os problemas e dificuldades sentidos por residentes e turistas. A mesma equipa também entende que são necessários mais táxis, para dar resposta ao futuro desenvolvimento da zona A dos novos aterros.

Foram também colocadas questões sobre as razões para os entrevistados pedirem um rádio táxi, sendo que a maioria usa este serviço para sair de Macau em viagem, com 78,94 por cento dos residentes e 67,88 por cento dos turistas a optarem pelo serviço para deslocações ao aeroporto.

Por sua vez, 50,78 por cento dos residentes e 49,09 dos turistas chamam um rádio táxi para deslocações aos terminais marítimos, enquanto que em relação aos postos fronteiriços, há 68,69 por cento de turistas a escolher um rádio táxi, número superior ao dos residentes, uma vez que apenas 60,9 por cento dos locais opta por pedir um táxi deste género.

O inquérito realizou-se entre os dias 19 de Junho e 4 de Setembro deste ano, contando com um total de 1.564 respostas válidas, com a participação de 959 residentes de Macau, 61 trabalhadores não residentes, 495 turistas e 49 pessoas de fora destas categorias.

6 Dez 2024

Português | Macau em grupo de reflexão sobre a língua

Representantes de vários países falantes de português estão reunidos, pela primeira vez, numa sessão de dois dias que termina hoje, na Praia, Cabo Verde, para articular temas como a definição de novas palavras ou estratégias de ensino, entre outros.

O Grupo Multilateral de Reflexão é uma ideia do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) e pretende “promover uma gestão mais multilateral” do Português, juntando entidades com um papel “na definição de políticas públicas para o uso, a promoção e difusão da língua portuguesa”, foi anunciado em comunicado.

O IILP faz parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e neste encontro vão participar representantes de cinco Estados-membros: Cabo Verde, Angola, Brasil, Portugal e Timor-Leste, a par de uma delegação da Região Administrativa Especial de Macau, pela primeira vez envolvida a este nível em acções do IILP.

A agenda prevê a partilha de informação sobre “o panorama do ensino do português em cada país” e análise de “possíveis mecanismos de articulação e de definição de critérios comuns” em matérias como “os processos de renovação do léxico”, ou seja, do conjunto de palavras da língua.

6 Dez 2024

Turistas | Previstos números acima dos 33 milhões

Cheng Wai Tong, subdirector dos Serviços de Turismo, declarou que Macau pode receber mais turistas até ao final do ano do que os 33 milhões de visitantes esperados.

Segundo a TDM Rádio Macau, o responsável falou na possibilidade de Macau receber 34 milhões, tratando-se de um número importante no pós-pandemia, tendo em conta que, em 2019, o território recebeu 39,4 milhões de turistas.

Cheng Wai Tong declarou que “ainda não há dados sobre as reservas hoteleiras relativas às férias de Natal”, mas disse que “os dados são optimistas” quanto às metas para os números de turistas. Para o subdirector da DST, os meses de Agosto e Dezembro são os que mais turistas geram, daí que as expectativas para este ano possam ser 1 milhão de visitantes acima dos 33 milhões de visitantes inicialmente previstos.

5 Dez 2024

Burla | Detido por dar a penhorar relógio falso

Um cidadão chinês foi detido na terça-feira no Posto Fronteiriço de Hengqin suspeito de burlar uma mulher em 100 mil dólares de Hong Kong ao emprestar-lhe, para penhora, um falso relógio de luxo.

Segundo o jornal Ou Mun, no passado dia 16 de Novembro os dois intervenientes conheceram-se num casino. No dia seguinte, o homem pediu à mulher 50 mil dólares de Hong Kong para apostar.

Depois de perder o dinheiro ao jogo, entregou um relógio à mulher com o intuito de que esta o penhorasse, alegando que valia 100 mil dólares de Hong Kong. A partir daqui homem ficou incontactável, enquanto a mulher foi a uma casa de penhores onde foi informada que o relógio não valeria mais do que algumas centenas de dólares de Hong Kong. Sentindo-se defraudada, a mulher denunciou então o caso às autoridades. O caso já está no Ministério Público, sendo que o homem é suspeito da prática do crime de burla de valor elevado.

5 Dez 2024

Seul | DST emite alerta a pedir precauções a turistas de Macau

A turbulência política vivida na Coreia do Sul nos últimos dias, levou a Direcção dos Serviços de Turismo a emitir um alerta para os cerca de 1.500 residentes da RAEM que estão ou vão para o país. Até às 15h de ontem, o Governo da RAEM não tinha recebido pedidos de auxílio de residentes

 

Na sequência da declaração de lei marcial na Coreia do Sul, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) lançou um alerta aos residentes de Macau que se encontram na Coreia do Sul, ou que planeiam viajar em breve para o país, para se “manterem atentos e prestarem atenção às informações mais recentes” das autoridades sul-coreanas.

A lei marcial foi decretada na terça-feira à noite na Coreia do Sul pela primeira vez em mais de 45 anos, depois de ter sido imposta em 1979, após o assassinato do presidente Park Chung-hee. Numa comunicação de surpresa ao país, o Presidente Yoon Suk-yeol declarou a lei marcial para “erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem constitucional”.

A lei marcial foi levantada algumas horas depois, mas a instabilidade política e o futuro da liderança do país continua a ser uma incógnita (ver página 11).

A situação levou vários países a emitir alertas de viagem para o país. Ontem de madrugada, a DST enviou avisos a cerca de 1.500 residentes que estão na Coreia do Sul, ou que estavam prestes a viajar para o país. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, o subdirector da DST, Cheng Wai Tong, apelou à vigilância dos residentes e afirmou que o Governo da RAEM está a observar a situação, sem haver decisão sobre a necessidade de emitir alerta a desaconselhar viagens para o país asiático.

O responsável adiantou ainda que, até às 15h de ontem, a linha aberta da DST não tinha recebido pedidos e ajuda ou consultas de residentes na Coreia do Sul.

Limitar passeios

Apesar do levantamento da lei marcial, a DST afirmou que devido à situação política, os residentes devem reduzir saídas ao mínimo essencial e obedecer às autoridades locais. O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes acrescentou que se os residentes necessitarem de assistência podem ligar para a linha hotline de turismo, disponível 24 horas por dia, ou contactar a embaixada chinesa na Coreia do Sul.

Por seu turno, o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, Andy Wu, indicou ter sido informado pelas agências de viagem locais da inexistência de excursões de Macau na Coreia do Sul neste momento. No entanto, o representante realçou que Seul é uma cidade popular para turistas não-excursionistas de Macau. Para esses residentes, Andy Wu fez eco, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, das recomendações da DST.

5 Dez 2024

Escarlatina | Lançado alerta face a aumento do número de casos

Os Serviços de Saúde de Macau emitiram ontem um comunicado onde dão conta que “a situação da escarlatina está mais activa”, fazendo um apelo a encarregados de educação, creches e escolas para “estarem alerta”. Nos últimos dias, e conforme os dados de monitorização de doenças infecciosas de declaração obrigatória, “o número de casos declarados [de escarlatina] subiu de cinco na primeira semana de Outubro para 22 casos detectados na semana passada”.

Para os SS, “este é o número mais alto registado em comparação com Outubro, dando uma média de dez casos por semana”, e também maior face ao período homólogo do ano passado.

Até terça-feira desta semana, foram registados 1.654 casos de escarlatina no território, sendo que 93 por cento dos casos ocorreu em crianças com idades compreendidas entre 1 e 9 anos de idade. Os SS esclarecem ainda que “54 casos necessitaram de internamento hospitalar, tendo tido alta após recuperação”, não tendo sido registados casos graves ou mortais.

Este ano foram registados, até ao momento, dois casos colectivos de escarlatina. A escarlatina é uma doença respiratória aguda transmissível causada pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes).

5 Dez 2024

MacauPass / MPay | Cartão usado em mais de 300 cidades

O Governo da RAEM e o Ministério dos Transportes chinês acordaram a possibilidade usar um cartão emitido pela MacauPass, em formato físico ou no MPay, para pagar tarifas de transportes urbanos em mais de 300 cidades chinesas. Por outro lado, visitantes chineses podem usar o cartão China T-union nos autocarros de Macau

 

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) acordou com o Ministério dos Transportes a adesão da MacauPass ao programa China T-union, o sistema usado para pagar transportes urbanos no Interior da China, mas também para fazer compras.

Assim sendo, passou a ser possível desde ontem pedir um cartão especial da MacauPass, em formato físico ou digital através da aplicação MPay. O novo cartão custa 68 patacas e se for comprado através do MPay aceita os pontos de desconto MCoins até um valor de 10 patacas.

O MacauPass – China T-union pode ser usado para pagar tarifas de transportes públicos em mais de 300 cidades chinesas e mais de 1.700 aglomerados populacionais de menor dimensão. O cartão pode também ser utilizado em cerca de 280 ligações ferroviárias urbanas. Na aplicação MPay, o cartão digital da China T-union é criado numa carteira separada onde são depositados montantes em patacas que depois são convertidos em renminbis para pagar transportes no Interior da China. Para saber se o cartão é admitido num transporte público basta procurar o logótipo da “China T-union”.

Ligações estreitas

Num comunicado emitido ontem, a DSAT explica que o objectivo passa por apoiar “a utilização dos transportes públicos locais e os benefícios de tarifas, mas também facilitar o acesso aos principais meios de transportes nas principais cidades do país”. O Governo acrescenta que a medida pretende responder ao aumento da procura de emprego e de viagens para o Interior da China por parte dos residentes de Macau, “estreitando cada vez mais o intercâmbio de pessoas entre os dois lados”.

O mesmo irá acontecer no sentido inverso. Os visitantes do Interior da China e de Hong Kong podem desde ontem usar os seus cartões da China T-union para pagar as tarifas dos autocarros públicos de Macau. Importa referir que o cartão Ocpotus da RAEHK passou a emitir desde meados de Setembro o Octopus China T-union, que poderá ser utilizado na RAEM.

A DSAT salienta que os cartões que não são emitidos em Macau “não beneficiam de desconto nas tarifas. Os visitantes podem também usar o cartão para pagar contas em restaurantes, bilhetes para espectáculos e compras em lojas.

Para quem preferir a versão física do cartão, pode requerer a sua emissão, que custa 68 patacas, em três centros dos serviços de MacauPass, no Nape na Rua de Paris, nº10, na Estrada Marginal da Areia Preta, nº 183 e na Taipa na Avenida de Kwong Tung, nº 79.

Se os titulares perderem o MacauPass – China T-union não podem reclamar a perda de dinheiro porque o cartão não tem a inscrição da identidade do titular.

5 Dez 2024