Andreia Sofia Silva SociedadeMantém-se número de alunos no Costa Nunes, procura continua grande O regresso de algumas famílias a Portugal não teve qualquer impacto no número de alunos que vão frequentar o Jardim de Infância D. José da Costa Nunes no ano lectivo que arranca na segunda-feira. A escola vai continuar com quatro turmas, mantendo-se um total de 287 alunos. Os números foram adiantados ao HM por Marisa Peixoto, directora da instituição de ensino infantil. Como não poderia deixar de ser, a pandemia continua a ser uma preocupação, mas a responsável encara o arranque do ano lectivo com tranquilidade, destacando que “a maioria” dos professores estão vacinados, e que alguns alunos vão entrar mais tarde. Numa lógica de equipa que ganha não mexe, o novo ano lectivo do jardim de infância reflecte a continuidade do trabalho feito antes. “Vamos manter as mesmas actividades. Estamos a pensar num ou outro projecto novo, mas não posso adiantar mais”, disse apenas Marisa Peixoto. Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM), entidade gestora do jardim de infância, adiantou que o Costa Nunes “continua a ser um jardim de infância muito solicitado”. Critérios são precisos Tendo em conta a grande procura, Miguel de Senna Fernandes adiantou que, nos próximos anos, haverá necessidade de criar critérios de admissão para os alunos. “Continuamos a ter problemas de espaço, e este é também um problema da Escola Portuguesa de Macau (EPM). Normalmente, os alunos do Costa Nunes vão para a EPM e temos de colmatar esse problema.” “A tendência é sempre para aumentar o número de alunos”, referiu o responsável, antevendo a necessidade de criar critérios de admissão, que darão sempre prioridade à comunidade portuguesa. “É sempre mau [termos estes critérios], mas o jardim de infância não tem espaço para todos. Os critérios serão sempre discutíveis, mas é de facto um problema que se coloca”, acrescentou Miguel de Senna Fernandes. O edifício do jardim de infância terá obras de reparação este ano para restauro de espaços degradados e corrigir problemas de infiltrações.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Alunos de Macau mais informados que colegas de Zhuhai Um estudo de um grupo de académicos da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau e do Colégio de Ciências e Tecnologia de Zhuhai mostra que os estudantes universitários da RAEM estão um pouco mais informados sobre a covid-19, principalmente em vertentes técnicas Os estudantes universitários de Macau são mais conhecedores das medidas de prevenção da covid-19 do que os colegas de Zhuhai. A conclusão faz parte de um estudo elaborado em parceria por um grupo de oitos académicos de Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau e do Colégio de Ciências e Tecnologia de Zhuhai. Segundo o método de pesquisa, 977 alunos de Macau e 2.818 de Zhuhai responderam a um inquérito de resposta múltipla, em que lhes foi pedido para identificarem comportamentos ou condições que contribuíam para evitar a transmissão do vírus. As perguntas incidiram sobre os componentes dos desinfectantes, condições de inactivação da covid-19 no ambiente, contactos de transmissão e medidas de precaução quanto à utilização de máscaras quando se tem tosse ou espirros. A principal diferença entre os frequentadores do ensino universitário de Macau e Zhuhai surgiu nas perguntas com carácter mais técnico, ou seja, sobre os componentes dos desinfectantes. Em ambos os casos, menos de um quarto dos alunos acertou na questão, em Macau 24,6 por cento conseguiram com sucesso identificar os componentes que não “matam o vírus”, enquanto em Zhuhai o número foi de 17,5 por cento. Ao nível das formas de transmissão do covid-19 os inquiridos mostraram-se bem mais informados, com 84,5 por cento dos alunos a responderem correctamente. Entre os educandos do outro lado da fronteira o número foi relativamente mais baixo de 76,9 por cento. Conhecimentos semelhantes Se no que diz respeito às formas de transmissão do vírus e aos componentes dos desinfectantes que não são eficazes, os residentes locais estão melhor informados, o mesmo não acontece nas condições em que o vírus morre no ambiente. Neste capítulo, em Zhuhai 76,9 por cento das respostas foram correctas, contra 76,8 por cento em Macau. Os dados foram também muito semelhantes a nível dos comportamentos a adoptar em caso de espirros ou tosse, com 75,9 por cento dos estudantes de Macau a darem as respostas certas, e 75,0 por cento dos colegas de Zhuhai a mostrarem conhecer os hábitos mais saudáveis. Os inquéritos foram realizados em Agosto do ano passado, quando ainda não tinha passado um ano do início da pandemia, e os resultados foram publicados em Agosto deste ano, na revista científica online PeerJ. O artigo tem como título “Um Estudo Comparativo entre os Conhecimentos de Prevenção da Covid-19 dos alunos de Macau e Zhuhai”, e foi assinado pelos académicos Tao Xiaoyu, Chan Dong, Liang Rining, Zhang Xiaoyu, Yu Xi, Chung Sookja, Yu Yaqin e Xiao Ying.
Hoje Macau SociedadeMacau Legend | Prejuízo de 688,6 milhões no primeiro semestre A Macau Legend registou um prejuízo de 688,6 milhões de dólares de Hong Kong durante os primeiros seis meses de 2021. Os números constam do relatório sobre o primeiro semestre de actividade e mostram que as perdas se agravaram face ao prejuízo de 550,2 milhões de dólares registado no mesmo período do ano passado. Segundo o relatório, o registo negativo foi explicado com a situação pandémica. “Os resultados dos dois períodos [2020 e 2021] foram afectados de forma significativa pelas medidas de distanciamento social e as restrições de viagem impostas pelas autoridades em resposta à pandemia da covid-19”, é explicado. “O número de visitantes a chegar a Macau e ao Laos registaram quebras severas nos dois períodos, em comparação com 2019”, é acrescentado. Apesar dos resultados negativos, a empresa aumentou as receitas que saltaram para 527,4 milhões de dólares de Hong Kong, em comparação com 364,1 milhões no período homólogo. A Macau Legend gere os casinos Landmark, Babylon e Legend Palace na RAEM, além de também estar presente no Laos, com o casino Savan Legend Resort. A empresa está igualmente a construir um casino em Cabo Verde, cuja primeira fase diz “estar praticamente concluída”. Desde 2019 que a Macau Legend, fundada pelo empresário David Chow, tem como principal accionista Levo Chan, que amealhou fortuna através da empresa promotora de jogo Tak Chun.
Hoje Macau Manchete SociedadeJogo | Receitas com quebra de quase 50 por cento em Agosto As receitas brutas dos casinos de Macau registaram em Agosto o pior resultado do ano. Apesar da subida em termos anuais ser de 234 por cento, as 4,44 mil milhões de patacas facturadas em Agosto representam uma quebra de 47,4 por cento em relação a Julho. Na base do decréscimo está o surto local de covid-19 do início do mês Agosto foi o pior mês do ano a nível das receitas do jogo, com o montante a não ir além de 4,44 mil milhões de patacas. Até ao último mês, o pior registo do ano tinha sido estabelecido em Junho, quando foram apuradas 6,53 mil milhões de patacas. Os dados publicados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) indicam que as receitas do jogo em Macau desceram 47,4 por cento em Agosto relativamente ao mês anterior, subindo, no entanto, 234 por cento em termos anuais. Em Agosto de 2020, as receitas tinham sido de 1,33 mil milhões de patacas. Nos primeiros oito meses do ano, os casinos registaram uma subida de 70,1 por cento nas receitas comparativamente a igual período do ano passado, com 61,9 mil milhões de patacas de receitas brutas acumuladas contra 36,3 mil milhões de patacas no mesmo período de 2020. A culpa é do surto Os números apresentados ontem foram influenciados por um surto de covid-19 em Macau. No mês passado, uma família de quatro pessoas, regressada do Interior da China, foi diagnosticada com a variante delta do novo coronavírus, o que levou as autoridades a declararem o “estado de prevenção imediata” por considerarem que o território estava “em risco de sofrer um surto comunitário” de covid-19, reforçando as restrições na cidade. O território foi notificado, a 3 de Agosto, pelas autoridades de Zhuhai de que dois residentes de Macau tinham testado positivo à covid-19, um deles um motorista dos Serviços de Saúde. As autoridades pediram à população para não sair de Macau, anunciaram o encerramento de espaços culturais, desportivos e de diversão, à excepção dos casinos, bem como a suspensão ou cancelamento de actividades que levassem à aglomeração de pessoas. A situação levou também as autoridades a desencadearem uma operação maciça de testes à população, com resultados negativos em mais de 710 mil testes. Com mais de 680 mil habitantes, Macau registou, desde o início da pandemia, apenas 63 casos.
João Santos Filipe SociedadeDesporto | Jovens queixam-se de falta de espaços Mais de metade dos jovens, numa proporção de 54 por cento, acredita que o Governo deve aumentar o número de instalações para práticas desportivas. A conclusão faz parte de um relatório elaborado pela Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau, com base em 747 questionários. Segundo a apresentação feita ontem por Chan Ngoi Chon, secretário-geral do grupo, pelo menos 54 jovens deram conta da falta de espaços em Macau para a prática desportiva. Quanto às especificidades e desportos que mais carecem de infra-estruturas, Chan Ngoi Chon apontou a necessidade de construir mais piscinas e campos de badminton. Além disso, sublinhou que as autoridades devem construir estádios temporários insufláveis, tal como acontece no Interior. Ainda de acordo com o relatório da associação, o Governo tem especiais responsabilidades nesta questão, porque entre os jovens que tinha praticado desporto no último ano, pelo menos 75 por cento tinha recorrido a espaços públicos. Apesar da Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau ser abertamente pró-Governo, não deixou de apontar defeitos à gestão do espaço por parte do Executivo de Ho Iat Seng. O dirigente associativo criticou ainda a complexidade elevada do sistema de aluguer de espaços, situação justificada com a gestão estar a cargo de várias entidades, sem um sistema unificado. Uma das consequências é a variação do preço pago para alugar instalações semelhantes.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeOntem foi o derradeiro dia do Caravela, um marco da comunidade portuguesa No dia 29 de Junho de 1995, com a transferência de soberania no horizonte e numa Macau bem mais turbulenta em comparação com os dias de hoje, abria a Pastelaria Caravela, no Pátio do Comandante Mata e Oliveira, bem no coração de Macau. Ontem, mais de um quarto de século depois, o espaço que se tornou num local de culto para as comunidades portuguesa e macaense abriu pela última vez. Segundo apurou o HM, a renda elevada, um trespasse fracassado e crise a que a pandemia votou Macau estiveram na origem do naufrágio. Nem a bóia de salvação atirada pelo Governo, na forma de apoios às Pequenas e Médias Empresas, chegou para manter o Caravela à tona. O último dia decorreu com a languidez e calmaria que viria a ditar o encerramento. Sentado na esplanada, o advogado António Lobo Vilela, em Macau há 25 anos, é apanhado de surpresa pelo encerramento da Pastelaria Caravela. “A sério, vai fechar? Não fazia ideia”, comenta surpreendido. “É passagem obrigatória, faz parte do percurso normal de um português em Macau”, comenta o cliente que todos os dias não dispensa uma bica. A partir de agora, António Lobo Vilela não tem dúvidas de que a comunidade portuguesa ficará órfã do local no centro da cidade. Mas, sem dramas, antevê que a adaptação será rápida. “As pessoas vão lembrar-se do Caravela, mas haverá outro poiso”, projecta o jurista. Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau, encara o fim do Caravela com emotividade. “Impressiona-me ver fechar este café, faz-me confusão. Tenho pena de ver fechar estes espaços, porque fazem parte da história da cidade e da sua diferença. Cada espaço destes que desaparece é um bocadinho da história e da identidade de Macau que se vai apagando”, reflecte Amélia António. Cenas de filme e teatro Em mais de 26 anos, o Caravela coleccionou histórias, dramas, celebrações e tudo o que se possa imaginar num lugar habitado por pessoas em transição. No Pátio do Comandante Mata e Oliveira nasceram histórias dos Dóci Papiaçam di Macau, “em ambiente de plena cavaqueira”. Miguel de Senna Fernandes recorda “as belas tardes que ali se passaram” e garante que irá guardar boas memórias do Caravela. “Tenho muita pena que feche, porque as pessoas reuniam-se ali, conversavam, era um espaço de cavaqueira. Em Macau, são fundamentais espaços deste género, onde não é apenas a cusquice, mas sobretudo o convívio que marcam. As comunidades precisam sempre de espaços de referência onde possam conviver, e o Caravela era um desses espaços”, comenta o advogado e director do grupo de teatro que mantém vivo o patuá. Face aos factos consumados do encerramento, Miguel de Senna Fernandes remata que “é mais um espaço que se perde, mais um que diz muito respeito às comunidades portuguesa e macaense”. Porém, nem sempre de felizes cenas se fez o espaço. Albano Martins, que foi contabilista da sociedade que fundou o Caravela, com Francisco Cordeiro, Francisco Gonçalves e Adriano das Neves ao leme, recorda como um dia ficou cravada uma bala na coluna de entrada da pastelaria. Um guarda prisional acabaria por perder a vida no Caravela, na sequência do tiroteio. Albano Martins estava em Pequim, quando foi informado do pânico que se instalara no pátio, em especial entre os empregados da pastelaria. O economista lembra, inclusive, que o Caravela era bastante frequentado por agentes da Polícia Judiciária durante a violenta época de guerra de seitas, facto que terá mesmo afectado o negócio porque alguma clientela receava ser apanhada por uma bala perdida de um ajuste de contas que não eram as suas. Na larga maioria dos dias dos primeiros anos do Caravela, o maior rebuliço era comercial, chávenas a tilintar e a máquina registadora a facturar, numa época em que “só o dinheiro das bicas dava para pagar todos os custos”, lembra o economista. Cenário que contrasta com a tarde de ontem. Com a esplanada a meio gás, conversas cruzadas entre bicas, super bocks e tostas mistas. Como quem não quer a coisa, o assunto do fim passa ao de leve entre a freguesia, cristalizado na frase uma cliente que exclama “acabou-se a esplanada!”. Com a chegada das 18h, a clientela habitual chega para beber um último copo, o da inadvertida despedida a um lugar que ficará para sempre ligado a tempos de mudança, a chegadas e partidas. Esta é só mais uma.
Hoje Macau SociedadeComércio | Exportações crescem 5,2 por cento em Julho Em Julho, exportaram-se 1,12 mil milhões de patacas de mercadorias, o equivalente a uma subida de 5,2 por cento, relativamente ao mesmo período do ano passado. De acordo com uma nota divulgada pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) do total do montante, fazem parte 943 milhões de patacas resultantes da reexportação (+3,7 por cento) de máquinas e aparelhos e relógios de pulso e ainda 176 milhões de patacas resultantes da exportação doméstica (+13,6 por cento) de produtos de padaria, pastelaria e cobre. Em sentido inverso, importaram-se 15,39 mil milhões de patacas de mercadorias, ou seja, mais 111,7 por cento, em termos anuais. Fazendo as contas desde o início do ano, o valor exportado de mercadorias até Julho situou-se em 7,83 mil milhões de patacas, representando um acréscimo de 29,5 por cento em relação a 2020. Já o valor importado de mercadorias, foi de 89,22 mil milhões de patacas, ou seja, mais 143,6 por cento em termos anuais. Segundo a DSEC, o défice da balança comercial nos sete primeiros meses de 2021 fixou-se em 81,39 mil milhões de patacas, mais 50,80 mil milhões em relação a 2020 (30,59 mil milhões de Patacas). Quanto ao comércio de mercadorias com os países de língua portuguesa, registou-se uma tendência decrescente, tanto ao nível das exportações (-60,6 por cento) como das importações (-3,5 por cento).
Hoje Macau SociedadeEnsino | Pandemia atrasa regresso às aulas Pelo menos 30 alunos das Escola Pui Ching e Escola Sagrado Coração de Jesus vão falhar o regresso às aulas, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau. Segundo os requisitos do Governo, os alunos que tenham estado no Interior, fora de Zhuhai e Zhongshan, nos 14 dias antes do regresso à escola têm de ser testados, só depois é que são autorizados a participar nas aulas presenciais. Com as orientações a terem sido anunciadas a 23 de Agosto e as aulas a começarem amanhã, houve famílias que não conseguiram fazer os alunos regressar imediatamente a Macau e tratar de todas as formalidades. É por isso que ainda há pelo menos 30 alunos das escolas em causa que vão ter de esperar mais uns dias. Apesar de tudo, segundo os dados da Rádio Macau houve 550 alunos testados, tendo o “processo corrido bem”. Segundo a direcção da Escola Pui Ching, os educandos não vão ter faltas e vão ser pensadas alternativas para que não sejam prejudicados no acesso ao conteúdos leccionados. Kuok Keng Man, vice-director da instituição, adiantou igualmente vai haver abertura do ano lectivo no auditório da escola e que este ano há 40 alunos matriculados com menos de três anos. Kuok revelou também que foram adquiridos equipamentos para controlar a saúde dos alunos.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCTM | Escavação destrói ligações e causa apagão na Zona Central As obras de construção na Rua da Sé deixaram o Centro de Macau sem telecomunicações durante várias horas, devido à destruição de um cabo. A CTM esteve no local a fazer reparações e diz que os custos vão ser discutidos com a construtora A escavação numa obra na Rua da Sé destruiu um cabo de telecomunicações e causou um apagão que afectou mais de 1.000 utilizadores de serviços de comunicações e gerou 400 pedidos de esclarecimentos. O incidente aconteceu na segunda-feira, por volta das 17h00, e resultou em vários cabos de rede fixa de telefone, internet, serviços de televisão por cabo, entre outros, destruídos. O apagão afectou residências, espaços comerciais e serviços da Administração e obrigou a Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) a fazer uma intervenção de emergência, que começou logo na segunda-feira e se prolongou até terça-feira, inclusive durante a madrugada. Nas reparações esteve envolvida uma equipa com cerca de 30 engenheiros. Segundo os dados apresentados pela CTM, ao canal chinês da Rádio Macau, por volta das 08h30, ou seja, cerca de 12 horas depois do início dos trabalhos de reparação, 90 por cento dos serviços tinham sido reestabelecidos. Contudo, muitos outros continuavam com problemas durante a maior parte do dia, como aconteceu na redacção do HM, que só voltou a ter acesso à internet cerca das 22h30. Em contra-relógio Após o sucedido, o vice-presidente do Serviço de Rede da CTM, Declan Leong, deslocou-se ao local na manhã de ontem para acompanhar o andamento das reparações e fazer um ponto da situação. À emissora local, Declan Leong afirmou que tinham sido afectados cerca de 1.000 clientes da empresa e que houve mais de 400 pedidos de esclarecimento sobre o sucedido. Sobre as operações de reparação, o responsável afirmou que houve uma estratégia de dar prioridade aos serviços tidos como mais importantes, como os centros de saúde e Administração Pública. Leong reconheceu ainda que os danos foram sérios e que a reparação é apenas uma solução temporária, o que significa que nos próximos dias a CTM vai pedir à empresa responsável pelas obras para fazer uma intervenção permanente. O representante da CTM também não quis entrar em detalhes sobre eventuais compensações e custos de reparação do serviço, limitando-se a dizer que era uma questão que irá ser discutida com a construtora, nos próximos dias. A CTM pareceu também afastar responsabilidades no sucedido, uma vez que segundo Declan Leong é disponibilizado às construtoras um mapa com a localização da passagem dos cabos e toda a informação considerada essencial para que não haja acidentes durante as escavações.
Andreia Sofia Silva SociedadeProfessor da UM colabora em livro de homenagem a Gomes Canotilho Joaquim Gomes Canotilho, considerado um dos grandes especialistas na Constituição portuguesa, celebrou 80 anos recentemente e, para marcar a efeméride, a editora Fórum vai editar o livro “Direito Constitucional – Diálogos em homenagem ao 80º aniversário de J. J. Gomes Canotilho”, que inclui a colaboração de Paulo Canelas de Castro, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Macau (UM). Ao HM, Canelas de Castro adiantou que escreveu sobre “as novas tendências de desenvolvimento na área do Direito internacional à luz da globalização, questionando se esta ainda é um paradigma dominante das relações internacionais”. Paulo Canelas de Castro destaca ainda a importância que o trabalho de Gomes Canotilho teve na elaboração do Direito de Macau. O constitucionalista “contribuiu muito através da participação em conferências internacionais, quer antes ou depois da transição, que ajudaram a conceptualizar e ordenar a prática do Direito em Macau”. Gomes Canotilho “influenciava as pessoas porque tem um pensamento muito organizado e rico do ponto de vista da doutrina, conceitos, e da melhor forma de organizar a prática do Direito. Sempre colhi testemunhos de admiração sobre a sua vinda ao território”, acrescentou o professor da UM. Parceiros na sala de aula Paulo Canelas de Castro cruzou-se com Gomes Canotilho ainda na faculdade, onde foi seu aluno. Mais tarde seria assistente do constitucionalista, que foi também seu orientador de doutoramento. “Foi sempre uma pessoa com quem mantive uma relação amiga de grande admiração pessoal. Entendi que a melhor forma de o homenagear era mostrar como ele ajudou a formar modos de pensar na área do Direito internacional. É um contributo modesto, porque o importante é a celebração de uma obra notável.” Para o docente da UM, Gomes Canotilho é “um jurista com uma capacidade polivalente, que abarca todas as áreas do Direito público e administrativo”. Além disso, “é também um finíssimo cultor do direito internacional e tem um grande mérito de trazer para Portugal o Direito do ambiente”.
Hoje Macau Manchete SociedadeQingmao | Posto fronteiriço abre dia 8 de Setembro O posto fronteiriço de Qingmao vai começar a operar a 8 de Setembro às 15h, de acordo com um comunicado emitido ontem pelo Gabinete de Comunicação Social. Na manhã do dia 8 será organizada a cerimónia de inauguração do edifício situado no cruzamento entre a Avenida do Comendador Ho Yin e Estrada do Canal dos Patos na Ilha Verde. As autoridades sublinham que esta estrutura será aberta com o propósito de aliviar o fluxo de pessoas das Portas do Cerco, e tem como mais-valia a proximidade com a estação de comboios de Zhuhai. Em termos da organização do espaço, o átrio das partidas fica no terceiro andar e o das chegadas no segundo andar, onde será aplicado o modelo “Inspecção Fronteiriça Integral” com a instalação de 50 canais de passagem automática, A entrada em funcionamento do novo posto fronteiriço implica a redefinição da zona em termos de transportes e acessibilidades. A Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego destacou que junto e dentro do posto existem cinco parques de estacionamento público, disponibilizando um total 4.782 lugares, incluindo 2.192 lugares para automóveis ligeiros e 2.590 lugares para motociclos e ciclomotores. Além disso, a zona será servida por um total de 16 carreiras de autocarro, com seis paragens nas imediações do posto.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Jovem que originou surto teve alta A jovem de 12 anos, infectada com covid-19 depois de uma visita de estudo à China já teve alta, após ter testado negativo por duas vezes. O resto da família continua internada. Com as eleições à porta, continua a não se saber como vão votar os residentes em quarentena Já teve alta a rapariga da família de quatro pessoas infectadas com covid-19. A jovem, de 12 anos, ficou infectada com o novo coronavírus depois de uma visita de estudo à China. Os familiares continuam internados. “Temos ainda três pacientes [no Centro Clínico de Saúde Pública do Alto de Coloane], mas esta paciente fez três testes de ácido nucleico, dois com resultado negativo, e teve agora alta hospitalar, estando a cumprir o período de isolamento”, adiantou Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus. Os responsáveis do centro foram ainda questionados sobre a ausência de informações a duas semanas das eleições legislativas, nomeadamente sobre se será usado o carimbo nas mesas de voto, tocado por muitas pessoas, e como será garantida a votação aos residentes que se encontram a cumprir o período de quarentena obrigatório. “A Comissão para os Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) manteve sempre contacto com os Serviços de Saúde e já realizamos várias reuniões sobre esta questão, mas há ainda muitos pormenores a discutir. Quando tivermos informações definidas vamos divulgá-las. Temos tempo para discutir medidas concretas. Os pormenores devem ser avançados pela CAEAL”, disse Leong Iek Hou. 70% vacinado Tai Wa Hou, coordenador do programa de vacinação, mostrou-se satisfeito com o facto de cerca de 70 por cento dos profissionais de saúde já estar vacinado contra a covid-19. “Houve um avanço, porque antes a taxa rondava os 40 por cento. Falámos que estas pessoas devem ter sentido de responsabilidade”, frisou. Relativamente ao regresso às aulas, e à necessidade de realização de testes, um total de 11 mil pessoas já submeteram o pedido, sendo que 80 por cento já foi testada. O Centro de Coordenação continua a reunir com as escolas para promover a vacinação no âmbito do serviço de proximidade. “O regresso às aulas irá fazer-se no tempo previsto”, foi referido na conferência de imprensa de ontem.
Hoje Macau SociedadeEconomia | PIB cresceu 69,5% no segundo trimestre O Produto Interno Bruto (PIB) de Macau cresceu 69,5 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, segundo estimativas divulgadas na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). De acordo com o organismo, entre Abril e Junho, o PIB “inverteu a tendência decrescente, registando-se um aumento anual de 69,5 por cento em termos reais”. “A economia de Macau recuperou o crescimento positivo, principalmente devido à baixa base de comparação do segundo trimestre de 2020, no qual foi marcante o grande entrave às actividades económicas, originado pelas restrições na entrada de visitantes sob o impacto da pandemia (…) e devido ao acréscimo contínuo da procura externa”, pode ler-se numa nota oficial. Para o resultado do segundo trimestre, contribuiu o aumento das exportações de serviços e da procura interna, registando-se, contudo, uma subida nas importações de bens e de serviços, mas também no investimento em obras públicas e no comércio de mercadorias. A DSEC destacou ainda que o número de visitantes no segundo trimestre cresceu 43 vezes em termos anuais e que houve aumentos significativos nas exportações de serviços do jogo e associados à indústria turística.
Pedro Arede SociedadeDSEC | Taxa de desemprego mantém-se nos 2,9% Entre Maio e Julho de 2021, a taxa de desemprego de Macau foi de 2,9 por cento, mantendo-se idêntica em relação ao período anterior (Abril e Junho de 2021). De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), idênticas foram também as taxas de desemprego dos residentes (3,9 por cento) e de subemprego (3,5 por cento). Segundo o organismo, a população desempregada era composta por 11.000 pessoas, menos 100, face ao período anterior, sendo que a maioria dos que procuram trabalho, exerceram funções relacionadas com “lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos e no ramo da construção”. Além destes, o número de desempregados à procura do primeiro emprego representou 9,2 por cento do total, ou seja, mais 1,7 pontos percentuais, dado que “os novos graduados entraram no mercado de trabalho”. A população subempregada fixou-se em 13.400 pessoas, menos 200, em relação ao período anterior. Por seu turno, o número de empregados fixou-se em 372.900 e os residentes empregados eram 275.000, ou seja, menos 3.000 e 1.400, respectivamente. No período em análise a população activa que vivia em Macau totalizou 383.900 pessoas e a taxa de actividade foi de 67,9 por cento.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCasa de Vidro | Amélia António chega a acordo com o Governo A Casa de Portugal em Macau chegou a acordo com o Instituto Cultural para operar o restaurante na Casa de Vidro, estando previsto o desconto faseado do dinheiro já pago em rendas sem usufruto do espaço. As obras necessárias na cozinha também estão em andamento Está resolvido o impasse que impedia a Casa de Portugal em Macau (CPM) de operar um restaurante na Casa de Vidro, na praça do Tap Seac. Com o concurso público ganho em Novembro de 2019, questões contratuais e a necessidade de obras impediam a CPM de avançar com o projecto. Ao HM, Amélia António explicou que foi firmado um acordo com o Instituto Cultural (IC), que incluiu um aditamento ao contrato já celebrado. As mais de 200 mil patacas que a CPM já pagou em rendas, sem poder usufruir do espaço, vão ser descontadas de forma faseada. “Esta foi a solução possível para podermos avançar, pois contaram o tempo de contrato a partir de uma data que não foi a data da escritura. Conseguiu-se recuperar esse tempo.” No entanto, segundo o contrato, a CPM tinha direito a nove meses sem pagamento para preparar as instalações. “Estamos a tratar da instalação ao mesmo tempo que já estamos a pagar [renda]”, lamenta. Obras avançam Outro ponto que a CPM pretendia discutir com o Executivo era a construção de uma segunda porta, sem a qual o restaurante não poderia abrir ao público. Obra que segundo o acordado será da responsabilidade do Governo. “Recusámos fazer obras naquele edifício, numa fachada de vidro. O IC acabou por concordar serem eles a fazer a porta. Só se conseguiu a licença para essas obras no final de Junho. E só a partir daí é que pudemos contactar empresas especializadas em equipamentos de cozinha.” Amélia António espera que tudo fique pronto “ainda este mês ou no início do próximo” para que o restaurante comece a operar. Isto porque “não é possível aguentar estas despesas sem funcionar”. “O que estava em discussão foi resolvido, mas a situação é complicada, porque perdemos muito tempo com obras e instalações. O que havia a resolver com o IC está resolvido, não direi que é da forma ideal, mas foi a forma possível. Perdeu-se mais de um ano e o tempo de contrato acaba por ser menor”, concluiu.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCreches | IAS garante que vagas satisfazem “plenamente” a procura O Governo acredita que as creches subsidiadas e o sector privado são suficientes para responder à procura. Além disso, o IAS afirma pagar, por ano, uma média de 30 mil patacas por vaga em creches subsidiadas O Instituto de Acção Social (IAS) garante que as vagas existentes nas creches do território chegam “plenamente” para a procura, pelo menos desde 2019, de acordo com uma resposta a interpelação de Song Pek Kei. Segundo Hon Wai, presidente do IAS, não só as vagas são suficientes, como o horário de funcionamento das creches foi alargado este ano. “As vagas proporcionadas pelas creches para crianças com idade igual a 2 anos concretizam plenamente as suas necessidades de admissão”, lê-se na resposta de Hon Wai. “Desde o novo ano lectivo de 2021, as aulas de meio dia das creches subsidiadas passaram a ser aulas de dia inteiro, para aumentar a oferta das aulas”, é explicado. Apesar das condições actuais, o IAS diz que vão abrir mais duas creches no norte da península. “Devido à procura de vagas de creches na zona norte, planeia-se a criação de duas creches naquela zona”, é indicado. Em 2021, as creches subsidiadas disponibilizaram 600 vagas, entre as quais 200 na zona central, 100 na zona sul e 300 nas ilhas. Segundo o IAS, a oferta é complementada com creches privadas “que ainda têm vagas disponíveis para a admissão de crianças”. Subsídio de 30 mil patacas O Governo indicou ainda que paga cerca de 30 mil patacas por vaga nas escolas subsidiadas, o que equivale a um valor superior a 200 milhões de patacas. “O IAS atribui, anualmente, o subsídio regular no valor superior a 200 milhões de patacas para creches subsidiadas, sendo que o subsídio atribuído anualmente, em média, para cada vaga é de mais de 30 mil patacas, para que as taxas mensais das creches subsidiadas possam manter um nível baixo”, foi explicado. Quando junta aos apoios um “determinado número de creches que presta serviços gratuitos”, o Governo considera que “a política de creches” e os “serviços de Macau” correspondem “às necessidades da sociedade”. Além disso, é deixada a promessa de esforços do Governo para diversificar os diferentes serviços de creches. Nas contas apresentadas a Song Pek Kei, o IAS acrescenta também que há oito vagas por mês para casos de serviço de acolhimento urgente/temporário.
Hoje Macau SociedadeMoradores de edifício pedem investigação a estacionamento Residentes da Torre 8 do Edifício San Seng Si Fa Un pediram ontem ao Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) que investigue a legalidade do estacionamento que dizem bloquear o acesso à porta principal. O grupo de moradores do prédio da Avenida de Artur Tamagnini Barbosa, no Toi San, entregou uma carta no CCAC. Segundo o representante, de apelido Wong, os moradores acreditam que a aprovação dos lugares de estacionamento no pódio, local onde fica o acesso principal do edifício, envolveu “um processo administrativo irregular”. Wong revelou que os lugares de estacionamento foram marcados no chão por uma empresa de nome Xiecheng – Sociedade de Gestão de Obras, há cerca dois anos. Logo na altura, os moradores ficaram insatisfeitos com a situação e chamaram a polícia. Porém, a empresa terá argumentado que tinha registado aqueles lugares como seus, logo em 1999, ou seja, ainda antes da transição. Os habitantes do Edifício San Seng Si Fa Un entraram depois em contacto com o Instituto de Habitação (IH) para resolver o assunto, mas o órgão do Governo recusou qualquer responsabilidade no caso que envolve um prédio para habitação económica, construído em 1989. Questão de segurança Ao contrário do habitual, o prédio tem a entrada no pódio, onde está o estacionamento. Por isso, Wong afirmou que há a preocupação que os carros estacionados sejam um problema para os bombeiros, caso seja necessário fazer operações de salvamento. Contudo, também a queixa feita junto do Corpo de Bombeiros, não teve qualquer desenvolvimento. Face à situação, os envolvidos esperam que o CCAC possa analisar o processo da criação do parque de estacionamento e eventuais irregularidades. A entrega da carta foi acompanhada pelo deputado Leong Sun Iok, da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Leong deixou o desejo de que o CCAC dê uma resposta clara às questões levantadas e que apoie os residentes clarificando totalmente esta situação.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeTestes covid-19 | Governo anuncia plano melhorado com mais postos e novas regras O Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus anunciou ontem um plano de melhoria do sistema de testagem em massa da população, com três categorias distintas, a fim de evitar a concentração de pessoas e as longas filas de espera que se verificaram na primeira ronda de testes. Haverá postos destinados à população, sujeitos a marcação prévia, postos para testes pagos e ainda para idosos e pessoas com necessidades especiais, num total de 52 locais. Além disso, foi estabelecido um grupo de trabalho apenas para este fim, dividido em cinco subgrupos. A fim de evitar falhas no sistema informático de marcação, como as que ocorreram na primeira testagem, foi criado um sistema de base de dados. “Construímos uma base de dados sobre marcação e registo [para os testes], em conjunto com os Serviços de Administração e Função Pública e com a CTM. Em caso de falhas conseguiremos, em 15 minutos, mudar para esse sistema”, explicou Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM). Este plano garante “uma optimização do fluxo de pessoas”, ao serem divulgadas informações sobre filas de espera nos locais de testagem quatro vezes por hora. Será criado um website para esse efeito. Em relação ao tempo de espera, as autoridades vão criar ainda três categorias. A verde corresponde a um tempo de espera inferior a 30 minutos, amarelo de 59 minutos e vermelho superior a uma hora. Divulgação atempada Alvis Lo garantiu ainda que, com este plano, o anúncio de uma nova ronda de testes em massa poderá ser feito com dez horas de antecedência, e os resultados divulgados no prazo de três dias. “Estamos confiantes de que teremos uma melhor preparação se, no futuro, tivermos uma nova ronda de testes”, frisou. Outra das mudanças, prende-se com o facto de os resultados dos testes feitos nos postos destinados à população deixarem de ser carregados para os códigos de saúde. “Na primeira testagem em massa havia pessoas que tinham de passar a fronteira e que se concentraram no primeiro dia [para fazer os testes]. Mas agora teremos postos de testes pagos para estas pessoas.” Tai Wa Hou, responsável pelo programa de vacinação, adiantou ainda que a partir do dia 1 de Setembro arranca um serviço de proximidade com as escolas a fim de aumentar a taxa de vacinação dos jovens. Também neste dia, a validade do teste de ácido nucleico para quem viaja para Macau de avião passa das actuais 48 horas para sete dias.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | Operadoras com prejuízos de quase 10 mil milhões em seis meses Antes da pandemia, as concessionárias somavam lucros superiores a 22 mil milhões de dólares de Hong Kong. No entanto, a covid-19 deitou tudo a perder, e os anos têm sido particularmente difíceis com prejuízos acumulados de 30 mil milhões Na primeira metade do ano, as concessionárias do jogo registaram um prejuízo de 9.449 milhões de dólares de Hong Kong, devido à situação pandémica. Os resultados contrastam com 2019, o último ano sem pandemia, quando nos primeiros seis meses o somatório das operadoras representou um lucro de 22.189 milhões de dólares de Hong Kong. Se no período de 2019 todas as operadoras apresentavam lucros, a situação nos últimos seis meses foi bastante diferente. À excepção da Galaxy, que conseguiu resultados positivos de 960 milhões de dólares de Hong Kong, todas as outras empresas registaram perdas. A concessionária mais afectada na primeira metade do ano foi a Melco Resorts com prejuízos de 3.261 milhões de dólares de Hong Kong. Contudo, os resultados da empresa de Lawrence Ho têm em conta os investimentos fora de Macau, ao contrário das outras concessionárias analisadas. Entre os investimentos, está a construção do casino City of Dreams Mediterrâneo, no Chipre, que deve abrir em meados do próximo ano. As americanas Sands China e Wynn Macau foram as outras operadoras mais prejudicadas com a pandemia, ao apresentarem perdas de 2.475 milhões e 2.157 milhões de dólares de Hong Kong, respectivamente. Finalmente, a SJM Resorts espera ter começado uma nova época para a empresa com a abertura informal do casino Grand Lisboa Palace, mas perdeu 1.466 milhões de dólares de Hong Kong. Fraco consolo À excepção da Galaxy, poucas serão as concessionárias que estarão felizes com os resultados, uma vez que continuam a perder dinheiro. No entanto, a comparação com 2020 demonstra que já está a haver uma adaptação ao novo normal. Se olharmos para os primeiros seis meses do ano passado, e tendo em conta que em Janeiro os efeitos da pandemia ainda não se faziam sentir, houve prejuízos totais de 22.321 milhões de dólares de Hong Kong. Com as perdas deste ano, percebe-se que no primeiro semestre dos dois anos as operadoras perderam mais de 30 mil milhões. Mas, no ano passado a Melco já era a campeã das perdas com um prejuízo de 5.698 milhões de dólares de Hong Kong. Não muito longe, estava a Sands China, com prejuízos de 5.573 milhões, que não deixam de estar ligados ao investimento feito nas remodelação do espaço agora denominado Londrino, no Cotai. Ainda em relação ao ano passado, o top três das perdas foi encerrado pela Wynn, com prejuízos de 3.918 milhões de dólares de Hong Kong. Com a adaptação em curso, percebemos que entre 2020 e 2021, apenas a SJM viu os resultados piorarem. Porém, a operadora esteve focada na abertura do novo casino. Do outro mundo A comparação entre os três anos analisados mostra que a pandemia e as restrições de circulação estão a ser um autêntico rombo para as operadoras. Antes da pandemia, as concessionárias registaram nos primeiros seis meses de 2019 lucros de 22.189 milhões de dólares de Hong Kong. A Sands China, do então magnata Sheldon Adelson, foi aquela que mais ganhou com 8.305 milhões de dólares. Contudo, a empresa de Lui Che Woo não ficou muito longe e conseguiu lucros de 6.680 milhões de dólares de Hong Kong. No período analisado de 2019, não houve qualquer empresa com resultados negativos. Quem menos ganhou foi a MGM China, com um lucro de 1.022 milhões de dólares de Hong Kong. Mas, esse lucro que parece mínimo na comparação com as outras operadoras, não deixa de ser maior do que aquele registado nos últimos meses pela Galaxy e certamente invejado pelas outras concessionárias.
Pedro Arede Manchete SociedadeSem-abrigo | Dez pessoas a viverem na rua após pico pandémico Em resposta enviada ao HM, o Instituto de Acção Social revelou estar a acompanhar a situação de dez sem-abrigo que vivem nas ruas de Macau. Entre Janeiro e Julho de 2021, 42 pessoas recorreram à Casa Corcel para pernoitar. Em 2020, devido à pandemia, o número de utentes subiu para 101, um recorde desde que há registos Até 31 de Julho de 2021, havia 10 sem-abrigo a viver nas ruas de Macau. Segundo uma resposta enviada ao HM pelo Instituto de Acção Social (IAS), além do acompanhamento destas 10 pessoas, entre Janeiro e Julho de 2021, registaram-se 42 utentes a viver na Casa Corcel, estrutura gerida pela Cáritas de Macau que visa prestar serviços de alojamento temporário e de acompanhamento a sem-abrigo. Dessas 42 pessoas, 27 continuam actualmente a pernoitar e a utilizar os serviços da Casa Corcel, detalhou também o IAS. Os dados partilhados pelo IAS reflectem, contudo, uma melhoria no panorama, dada a tendência decrescente do número de pessoas que tem recorrido ao alojamento temporário nos últimos meses, após o pico de utentes registado em 2020, a reboque da pandemia. Isto, quando o número de utentes da Casa Corcel subiu de 75, em 2019, para 101, em 2020. “Em 2019, 75 pessoas utilizaram o serviço de alojamento temporário na Casa Corcel. No início de 2020, devido ao impacto da pandemia do novo coronavírus, às restrições fronteiriças e às medidas de prevenção epidémica, subiu para 101 o número de utentes. Actualmente, o número voltou a diminuir, registando-se um total de 27 utentes até ao dia 31 de Julho de 2021”, pode ler-se na resposta enviada ao HM. De frisar ainda que 2020 fixou mesmo um recorde desde que há registos (2014). Se 2020 foi o ano em que se registaram mais utentes nos serviços de alojamento temporário (101), 2018 e 2017 completam o pódio dos anos em que a Casa Corcel registou mais utentes, com 88 e 87 pessoas, respectivamente. Pelos pingos da chuva Segundo o IAS, a tipologia dos sem-abrigo de Macau tem vindo a alterar-se desde os anos 90, sendo que actualmente os casos são “mais ocultos”, já que há mais pessoas a pernoitar nos restaurantes ou casinos abertos 24 horas. “O antigo Centro para Desalojados, criado em 1994, acolhia pessoas sem abrigo do sexo masculino e de meia idade, que eram na sua maioria mendigos, catadores de lixo ou indocumentadas. Actualmente, os sem-abrigo são pessoas que têm problemas familiares ou estão desalojados por motivo de, por exemplo, desalojamento forçado. Em comparação com a situação dos anos 90, os casos actuais têm tendência a ser mais ocultos, como permanecem nos restaurantes que funcionam 24 horas ou em casinos, em vez de estarem nas ruas”, explicou o IAS. Através da rede de acompanhamento de assistentes sociais, o IAS espera apoiar os sem-abrigo a estabelecer “novos hábitos e relacionamentos”, a reintegrar-se na sociedade e a construir “confiança para a vida”, de forma a deixarem de ser sem-abrigo. Sobre o trabalho da Casa Corcel, o organismo detalhou que, para além de aconselhamento individual, os assistentes sociais integram também equipas de serviço extensivo ao exterior que mantêm “contacto regular” com os sem-abrigo. O objectivo das entrevistas passa por proporcionar o “apoio social necessário”, através da recolha de dados sobre a sua situação e necessidades do dia-a-dia. Aqui é diferente Recorde-se que, por ocasião do novo surto local de covid-19 e da alteração repentina das medidas epidémicas, várias pessoas acabaram por dormir ao relento na madrugada de 4 de Agosto. Reagindo às críticas, o assunto levou o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, a apontar que em Macau ninguém precisa de dormir na rua e que o cenário não trazia “má imagem” ao território, bastando olhar para a situação dos sem-abrigo nos Estados Unidos da América, para provar isso mesmo. “Graças à situação de Macau não temos ninguém que precise de dormir na rua. Nos EUA conseguimos ver muitos sem-abrigo e, mesmo assim (…) a imagem dos EUA não foi afectada. Claro que não queremos que os nossos residentes ou TNR fiquem como os sem-abrigo a dormir na rua”, apontou Ho Iat Seng na altura.
João Santos Filipe Manchete SociedadeIAS | Apoios no segundo trimestre superiores a 355,3 milhões Em comparação com o ano anterior, o Instituto de Acção Social distribuiu às instituições locais que prestam serviços mais três milhões de patacas. A Cruz Vermelha recebeu o subsídio mais elevado, no valor de 13,4 milhões de patacas No segundo trimestre do ano o Instituto de Acção Social (IAS) atribuiu mais de 355,3 milhões de patacas em subsídios às instituições locais. Os números publicados ontem, no Boletim Oficial, representam um aumento de quase três milhões de patacas, face ao ano anterior, quando tinham sido distribuídos 352,0 milhões de patacas. De acordo com os dados, a Cruz Vermelha de Macau foi a instituição que recebeu o maior subsídio individual no valor 13,4 milhões de patacas. Descrito como “subsídio do 2.º trimestre”, o valor é praticamente o dobro daquele que tinha sido recebido no ano anterior pela mesma altura, 6,7 milhões de patacas. A instituição presidida por Eddie Wong recebeu um outro subsídio do IAS, para “serviços de transladação médica” no montante de 5,2 milhões de patacas. Também neste caso, houve uma subida face ao mesmo período do ano anterior, quando o apoio tinha sido de 2,1 milhões de patacas. O segundo maior montante atribuído foi para o Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior Pou Tai com quase 11,6 milhões de patacas. Este complexo pertence ao Governo, mas está a ser gerido pelo Mosteiro de Pou Tai, fica localizado na Taipa, e tem como responsável Hung Oi Ming. O valor em relação ao ano anterior não sofreu alterações. O top três dos maiores subsídios no segundo trimestre foi para o Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior “Retribuição”, gerido pela Cáritas Macau. O valor foi de cerca de 8,1 milhões de patacas para o espaço localizado na Avenida do Vale das Borboletas, em Seac Pai Van, que opera desde 2017. Outros números As instituições apoiadas financeiramente desempenham serviços junto de crianças, idosos ou pessoas com outras dificuldades. Além dos subsídios do segundo trimestre, o IAS distribuiu montantes devido à adesão das instituições ao Regime de Previdência Central Não Obrigatório. Entre as instituições contempladas com apoios, constam vários serviços disponibilizados por associações tradicionais, como os Moradores, as Mulheres ou a Tung Sing Tong. Contudo, é também possível encontrar na lista a Santa Casa da Misericórdia de Macau. A instituição liderada por António Freitas recebeu um subsídio de cerca de 262 mil patacas. Também a Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM), recebeu vários apoios, que somados representaram cerca de 6,72 milhões de patacas. Os subsídios abrangeram o Centro de Reabilitação da instituição, os serviços aos jovens consumidores de drogas, serviços para o exterior da instituição, a secção feminina e ainda o projecto B Cool.
Hoje Macau SociedadeDSAT | Transmac advertida devido a abastecimento irregular A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) confirmou ter feito uma advertência à empresa de transportes públicos Transmac, devido a um abastecimento no terminal subterrâneo das Portas do Cerco. A situação foi denunciada por alguns cidadãos nas redes sociais, que assistiram ao abastecimento de um autocarro durante uma paragem na estação em causa. Em declarações ao jornal Ou Mun, a DSAT afirmou ter avisado a empresa e deixado muito claro que são proibidos abastecimentos de combustíveis nas paragens de autocarros. Segundo a mesma fonte, o Governo afirmou ainda ir acompanhar o caso de acordo com as cláusulas do contrato assinado com a transportadora. O autocarro em causa faz o percurso MT4 e a operação foi confirmada pela empresa. De acordo com as explicações, a situação foi excepcional, uma vez que um dos autocarros teve uma avaria e foi necessário fazer o abastecimento no local. No entanto, a empresa comprometeu-se, no futuro, a corrigir os procedimentos e tomar medidas para evitar este tipo de operações. A Transmac insistiu ainda na formação do pessoal, e sublinhou a necessidade de as operações de emergência serem feitas respeitando as normas vigentes e as distâncias de segurança nos abastecimentos.
Pedro Arede Manchete SociedadeDesfalcado em 50 mil patacas em quarto de hotel A Polícia Judiciária (PJ) deteve na passada segunda-feira uma residente de Macau de 40 anos suspeita de roubar 50 mil dólares de Hong Kong (HKD) a um cidadão de Hong Kong de 82 anos, que veio jogar aos casinos do território pela segunda vez no espaço de dois meses. Segundo informações reveladas ontem em conferência de imprensa, a PJ tomou conhecimento do caso através da queixa apresentada no passado dia 11 de Agosto pelo próprio homem, após este se ter apercebido que acabara de perder 50 mil HKD num quarto de hotel. De acordo com o relato da vítima, foi quando veio jogar a Macau no mês passado que conheceu a mulher de 40 anos que terá sido responsável pelo desfalque e com quem, desde logo, apalavrou um novo encontro para Agosto. Feita a quarentena pela segunda vez, o octogenário encontrou-se com a suspeita e acabaram por ir juntos para um quarto de hotel localizado no centro da cidade, por volta das 21h00. Vencido pelo cansaço, o homem viria a adormecer, dando oportunidade à suspeita para pegar nos 50 mil HKD e fugir sem que este se apercebesse. Por volta das 22h00, ao acordar da sesta, o homem verificou que o dinheiro tinha sido roubado e que a mulher que o acompanhava já não se encontrava no quarto. Azar ao jogo Iniciada a investigação, a PJ conseguiu comprovar que, após sair do hotel, a mulher apanhou um táxi para sair de Macau no passado domingo, pelo posto fronteiriço das Portas do Cerco. Contudo, viria a ser detida no dia seguinte, ao tentar voltar ao território pelo mesmo local. A polícia averiguou ainda que após roubar os 50 mil HKD, a suspeita apostou a totalidade do montante num casino, acabando por perder tudo. O caso seguiu ontem para o Ministério Público (MP), onde a mulher irá responder pela prática do crime de furto qualificado. A provar-se a acusação, a residente de Macau pode vir a ser punida com uma pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias.
João Luz Manchete SociedadeHengqin | Centro de computação garante estabilidade e ordem social As autoridades de Zhuhai anunciaram um acordo com o centro de computação de Hengqin para desenvolver ferramentas digitais de governação que garantam estabilidade e ordem social. O centro na Ilha da Montanha é descrito como a maior e mais potente plataforma de Inteligência Artificial da China Sem o alarido dos filmes de ficção científica, o Governo Municipal de Zhuhai anunciou ontem que assinou um acordo com o Centro de Computação Avançada de Hengqin para o desenvolvimento de infra-estruturas digitais que respondam a exigências de governação nas mais diversas matérias sociais. O protocolo irá alargar o papel do centro de computação no exercício do poder executivo e naquilo que as autoridades da cidade vizinha intitulam de “governação digital”. Assim sendo, o centro de computação de Hengqin irá responder a necessidades de “protecção e coordenação de assuntos de interesse público, segurança pública, estabilidade social e gestão de situações de emergência”, anunciou ontem o o Governo Municipal de Zhuhai. O acordo assinado pelo Gabinete de Gestão de Dados da cidade vizinha na passada sexta-feira com o centro de computação vai garantir no futuro o “armazenamento seguro de dados, autorização de dados, transmissão de informação, cálculo de índice de privacidade, modelação conjunta, verificação de algoritmos, e análise de convergência”. As autoridades da cidade vizinha destacam também que a aposta nos projectos de Inteligência Artificial e análises de dados são vias para impulsionar a inovação, a economia digital e também servir de motor de arranque tecnológico da área da Grande Baía. Um mundo aqui ao lado O Centro de Computação Avançada de Hengqin é, de acordo com as autoridades de Zhuhai, a maior e mais potente plataforma de Inteligência Artificial de toda a China e materializa a aposta no processamento digital da gestão de assuntos governamentais. Na zona de Xiangzhou, centro político e financeiro de Zhuhai, a Inteligência Artificial é usada na gestão do trânsito, segurança em áreas residenciais, parques industriais, escolas, estaleiros de construção, assim como monitorização ambiental. O centro foi estabelecido em Maio de 2019 pela Academia Chinesa de Ciências e pelos Governos de Guangdong, Zhuhai e Hengqin. As autoridades da cidade do Interior adiantaram também que, desde a sua fundação, o centro serviu uma centena de projectos, incluindo investigação científica de equipas da Universidade de Macau.