Pedro Arede Manchete SociedadeVacinas | Aumento de 25% de marcações “abaixo do previsto” após novo surto Os Serviços de Saúde consideraram que o aumento de 25 por cento de marcações diárias para a toma da vacina contra a covid-19 ficou “abaixo do previsto”, numa altura em que Pequim enviou mais 200 mil doses da Sinopharm. Ontem foi decretado o fim do estado de prevenção imediata Tai Wa Hou, membro da Direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário considerou ontem que o número de inscrições para tomar a vacina contra a covid-19 em Macau, após o plano de testagem em massa, ficou “abaixo do previsto”. Isto, explicou Tai, tendo em conta que após a reabertura dos postos de vacinação, a média diária do número de inscritos aumentou apenas 25 por cento. “Antes da testagem em massa administrávamos diariamente 3.000 doses. No entanto, nestes últimos dias, desde a retoma do plano de vacinação, vacinámos 5.000 pessoas por dia, ou seja, um aumento de 25 por cento que ficou abaixo do previsto. Achamos que as pessoas têm vontade de se vacinar, pelo que vamos continuar a apelar que o façam”, apontou ontem Tai Wa Hou, por ocasião da habitual conferência de imprensa sobre a covid-19 O também coordenador do plano de vacinação mostrou-se surpreendido com o facto de, ao contrário do que aconteceu em Guangdong, em Macau o surgimento de um novo surto de covid-19 não se traduzir num aumento assinalável da procura pela vacina e alertou para a falsa sensação de segurança deixada pela testagem em massa da população, que revelou apenas resultados negativos. “Há de facto mais vontade de aderir à vacinação, mas essa vontade está abaixo das nossas expectativas. Em Guangdong [após o surto] a vontade era de 100 por cento e as pessoas que querem tomar a vacina já estão todas vacinadas. As pessoas que não querem levar a vacina em Macau podem pensar que, depois de toda a população ter testado negativo, estão seguras. Achamos esta ideia incorrecta porque mesmo depois da testagem existem riscos. Estamos num momento crucial (…) e o mais importante é tomar vacina o mais rápido possível”, vincou. De fora do radar dos Serviços de Saúde (SSM), confirmou o responsável, continua a criação de medidas de incentivo à vacinação ou a imposição de restrições para não vacinados, prevalecendo “o princípio da voluntariedade e da escolha”. “Não ponderamos isso”, reforçou. Tai Wa Hou revelou ainda que estão a caminho de Macau 200 mil doses da vacina da Sinopharm enviadas por Pequim e que isso irá permitir reabrir todos os postos de vacinação do território e aumentar o limite diário de marcações para 10 mil. O resistente Tai Wa Hou revelou ainda que das 55 pessoas que recusaram inicialmente a fazer o teste durante o programa de testagem em massa 16 já fizeram o teste e 34 foram levadas pela polícia aos postos de testagem, só saindo de lá após a obtenção do resultado. Quanto aos restantes quatro indivíduos, os SSM não os conseguiram contactar. No entanto, dos 55, uma pessoa mostrou-se “firme” em não realizar o teste e, por isso, será submetido a uma quarentena compulsiva de 14 dias. “A pessoa disse que prefere ficar em quarentena do que fazer o teste e tanto o pessoal médico como a polícia, já explicaram as formalidades dos dois processos. Não vamos impor o teste (…) e, por isso, vai ter de fazer 14 dias de quarentena”, explicou Tai. Ontem, o Centro de Coordenação e Protecção Civil declarou o fim do estado de prevenção imediata. China | Quarentena para quem chega de Hainan e Henan Desde as 20h da passada segunda-feira, quem chegue de algumas localidades da Região Autónoma da Mongólia Interior, da Província de Hainan e da Província de Henan são submetidos a quarentena obrigatória de 14 dias. Segundo o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus nessas localidades estão incluídos a Vila de Fendou, do Distrito de Hailar, da Cidade-Prefeitura de Hulunbuire (Mongólia Interior), o Parque Industrial de Yunlong, da Zona de Desenvolvimento Industrial de Alta Tecnologia, e na Vila de Yunlong, do Distrito de Qiongshan, da Cidade de Haikou, (Hainan) e a Vila de Zhuangtou, do Distrito de Weishi, da Cidade de Kaifeng (Henan). Guangdong | Validade de testes alargada para 48 horas Desde as 06h de ontem, quem atravessar os postos fronteiriços entre a Província de Guangdong e Macau devem apresentar, um certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo, emitido dentro das 48 horas anteriores (em vez de 12 horas). Num comunicado divulgado na noite de segunda-feira, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus aponta ainda que a validade dos testes noutros postos fronteiriços, permanece inalterada. Rumores | MP promete sanções “severas” O indivíduo que alegadamente espalhou o rumor de que cinco trabalhadores da equipa de combate à pandemia tinham sido infectados com covid-19 está indiciado da prática do crime contra a segurança, ordem e paz públicas em incidentes súbitos de natureza pública. Caso seja provado que cometeu efectivamente o crime arrisca uma pena de 3 anos de prisão ou 240 dias de multa. Segundo ao Ministério Público, foi aplicada ao arguido a medida de coacção de obrigação de apresentação periódica. Em comunicado publicado ontem, o MP prometeu ainda penas severas: “Como não é nada fácil alcançar um resultado positivo no combate à epidemia e a tranquilidade social de Macau depende dos esforços conjuntos envidados pelos cidadãos na implementação de medidas de prevenção da epidemia, quaisquer infracções que venham a perturbar ou prejudicar o trabalho de combate epidémico sujeitar-se-ão a sanções severas nos termos da lei”, consta no comunicado.
Pedro Arede Manchete SociedadeDroga | Dois residentes detidos por tráfico e consumo de ice Além de dois residentes de Macau que tinham na sua posse 0,80 gramas de ice, foi detido um indivíduo que trabalhava num jardim público. No cacifo do funcionário foram encontradas mais embalagens. No total foram apreendidos 4,0 gramas de ice no valor de 13 mil patacas A Polícia Judiciária (PJ) deteve na passada segunda-feira dois residentes de Macau e um funcionário subcontratado pelo Governo de nacionalidade estrangeira que trabalhava num jardim público, por suspeitas da prática dos crimes de tráfico e consumo de estupefacientes. A operação resultou na apreensão total de 4 gramas de ice avaliados em 13 mil patacas. De acordo com informações reveladas ontem em conferência de imprensa, o caso veio a lume após a PJ ter sido alertada para duas pessoas que alegadamente dedicavam parte do seu tempo ao tráfico de droga na zona da Avenida Almeida Ribeiro. Iniciada a investigação, a PJ descobriu que as informações diziam respeito a um homem de 44 anos e uma mulher de 52 anos, amigos e residentes de Macau, que moravam na zona do NAPE. Por volta das 22h de segunda-feira, os agentes destacados para o caso montaram uma operação junto à residência dos suspeitos, acabando por interceptá-los na rua, quando finalmente acabaram por sair de casa. Na sua posse, o homem tinha 0,44 gramas de ice armazenados numa embalagem, ao passo que a mulher trazia consigo dois pacotes com 0,36 gramas de ice no total. Seguindo as informações prestadas pelos suspeitos, a PJ conseguiu identificar e interceptar por volta das 23h30 do mesmo dia, uma terceira pessoa que terá vendido os estupefacientes aos residentes de Macau. Na posse do homem de nacionalidade estrangeira, que trabalhava como jardineiro em espaços públicos, a PJ encontrou mais 0,6 gramas de ice. No decurso da investigação, o terceiro suspeito foi levado pela polícia para um jardim localizado na zona central, que era o seu local de trabalho habitual. No jardim público, as autoridades acabaram por apreender mais quatro pacotes de ice com o peso total de 2,6 gramas armazenados no interior do cacifo do funcionário. Sem colaborar Na residência do funcionário, na zona do Templo de Kun Iam não foram encontrados estupefacientes nem materiais para consumir droga, embora tenham sido identificados sacos de plástico usados para embalar droga. Durante o interrogatório, o funcionário do jardim recusou-se a colaborar com a polícia. Os exames médicos efectuados após a detenção revelaram ser negativos para a presença de droga no corpo. Por seu turno, na casa dos residentes de Macau foram encontrados utensílios destinados ao consumo de droga e os exames médicos revelaram ser positivos para a presença de droga. Sem adiantar quantidades, os dois admitiram ainda que pagavam 3.000 patacas por cada compra feita ao dealer. Contas feitas, foram apreendidos 4,0 gramas de ice, avaliados em 13 mil patacas. O caso seguiu ontem para o Ministério Público (MP), onde o jardineiro irá responder pelo crime de tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, pelo qual pode ser punido com pena de prisão entre 5 e 15 anos. Quanto aos dois residentes de Macau, ambos irão responder pelos crimes de tráfico e consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas e ainda, detenção indevida de utensílios. Pelos crimes de consumo e posse de material, podem ser punidos, por cada um deles, com pena de prisão de 3 meses a 1 ano ou com pena de multa de 60 a 240 dias.
João Santos Filipe SociedadeNúmero de trabalhadores não-residentes regista nova quebra Entre o primeiro e o segundo trimestre, Macau perdeu 852 trabalhadores não-residentes, de acordo com os dados publicados ontem pela Direcção de Serviços e Estatística e Censos (DSEC). No segundo trimestre a população total manteve-se estável, 682,5 mil habitantes, o mesmo número declarado no final de Março. Em relação aos trabalhadores não-residentes (TNR), 14.431 tiveram a autorização de trabalho cancelada pelas autoridades, ao mesmo tempo que 13.579 viram os pedidos de trabalho aceites. A diferença entre os dois números faz com que o saldo de TNR seja negativo em 852, para os 172,3 mil TNR. Como habitual, a maioria dos TNR é proveniente do Interior da China, registando uma proporção de 65,6 por cento deste segmento demográfico. Os filipinos surgem em segundo lugar com uma proporção de 19,3 por cento, seguidos por vietnamitas, que têm uma proporção de 6,5 por cento. Se por um lado a população se manteve estável entre o primeiro trimestre do ano e o segundo, o mesmo não se pode dizer quando a comparação é feita com o período homólogo. No final de Junho de 2020, Macau tinha uma população de 685,4 mil habitantes e agora totaliza 682,5 mil, o que representa uma diferença de aproximadamente 2.500 pessoas. Apesar da redução, o número de habitantes está ainda acima dos níveis pré-pandémicos, uma vez que no final de Dezembro de 2019, o último trimestre sem impactos da covid-19, havia 679,6 mil pessoas a viver na RAEM. Celebração da vida No trimestre entre Abril e Junho deste ano, nasceram em Macau 1.299 bebés, contra 554 óbitos, o que traduz um saldo positivo de 745. Entre as mortes, os tumores foram a principal causa de mortalidade, responsáveis por 211 falecimentos. Em segundo lugar surgem as doenças do aparelho circulatório e doenças do aparelho respiratório, com 120 e 83 mortes, respectivamente. No que concerne a casamentos, durante o período em apreço 809 casais darem o nó, o que representa uma redução de 16,9 por cento face ao primeiro trimestre. Entre os 809 casais, 643 homens e 660 mulheres casaram pela primeira vez.
João Santos Filipe Manchete SociedadeQuarentena | Solidão, insónias e stress pós-traumático são consequências Um estudo académico analisou o impacto das quarentenas de 21 dias feitas em Hong Kong, destacando vários efeitos negativos. Falta de sustentação científica é um dos pontos mais criticados por quem passou pela experiência, com alguns inquiridos a revelarem mais receio da “observação médica” do que do novo coronavírus Uma parte significativa das pessoas que fizeram quarentena em Hong Kong vivenciou um profundo sentimento de isolamento, solidão, confinamento, preocupações financeiras e, em alguns casos, stress pós-traumático. Os efeitos da quarentena foram estudados pela académica Judith Blaine e publicados no estudo “Explorando as Consequências Psicossociais da Quarentena Obrigatória durante a Pandemia da Covid-19 em Hong Kong”, da revista Psicologia e Ciências Comportamentais. Segundo as conclusões do estudo com base em 130 inquéritos, os efeitos da quarentena não foram apenas físicos, mas principalmente psicológicos. “O mais comum foram os efeitos duradouros de medo, ansiedade, raiva, exaustão, falta de energia e dificuldade na reintegração social”, é indicado. No que diz respeito a efeitos psicológicos, um dos inquiridos que cumpriu o período de “observação médica” no hospital admitiu o medo de ter de repetir o procedimento: “Na altura em que saí do hospital, estava tão psicologicamente afectado e assustado, que não queria ir a lado nenhum. Não queria ir a nenhum lugar onde pudesse haver alguém que me levasse de novo para quarentena”, é relatado. A nível dos efeitos físicos, alguns participantes queixaram-se da falta de espaço no quarto para fazer exercício e de ar da rua, o que causou problemas nas costas, dores musculares e até confusão mental. Um dos participantes confessou mesmo que “não se lembra de nada” dos primeiros 14 dias de quarentena no hotel. Quarentena punitiva Outro dos problemas relacionado com a quarentena apontados pelos participantes foi a frustração provocada pela falta de justificação científica para adoptar um período de 21 dias. Por exemplo, um dos inquiridos afirmou acreditar que a quarentena “foi desenhada para dissuadir as pessoas de viajar e castigá-las por fazê-lo”. Neste aspecto, uma das queixas frequentes dos inquiridos foi a ausência de base científica, que as autoridades da RAEHK não conseguiram apresentar. Neste grupo de participantes descontentes com a duração, contam-se também pessoas que não se mostraram contra a quarentena em si por considerarem ser necessária para proteger a comunidade. Porém, todos os entrevistados foram “unânimes” na duração excessiva e “sem qualquer racionalidade”. “Não me importo de fazer quarentena para proteger a cidade, e até acho que é uma medida eficaz, mas a terceira semana é apenas cruel e desnecessária”, respondeu um dos inquiridos. “Prendem as pessoas durante 21 dias sem qualquer fundamentação científica. É odioso e provavelmente uma violação da Lei Básica”, afirmou outro inquirido. Mais medo da quarenta Entre os 130 inquiridos, alguns confessarem que estavam com mais medo da quarentena do que ser contaminados com a covid-19. “Para muitos, o medo de fazer quarentena de 21 dias num hotel ou ser enviado para instalações do Governo ultrapassa o medo de ser contaminado com covid-19”, aponta o estudo. Depois, é citado um dos inquiridos: “Pessoalmente, estou menos preocupado com a doença do que com as consequências, se for infectado todos aqueles com que tive contacto têm de ser postos de quarentena, que é uma espécie de prisão”, foi respondido. Se para muitos ser enviado para a quarentena é uma prisão e um castigo, houve quem aproveitasse o momento para ter “tempo para si”. Contudo, praticamente todos os inquiridos admitiram que as novas tecnologias fizeram com que os 21 dias fossem menos penosos. “Considero que temos muita sorte por atravessarmos esta pandemia numa altura em que a tecnologia nos permite manter o contacto com outras pessoas”, opinou um entrevistado. O adeus ao humanismo A académica Judith Blaine entende que os resultados do estudo demonstram que quem passou pela quarentena obrigatória considerou a experiência como um processo desprovido de humanismo. “O principal sentimento de todos os inquiridos é que a abordagem das autoridades para proteger a população não foi humanista”, afirmou a académica ao jornal South China Morning Post. “Muitas pessoas dizem que a quarentena não é humana, que não tem ética. Se for abordada de um ponto de vista meramente científico, a verdade é que não existe um lado emocional”, sustentou a investigadora. “Somos criaturas sociais […] Se formos privados durante 21 dias da parte social isso contraria a natureza humana”, sublinhou. Face às conclusões do estudo, a autora defendeu a necessidade de maior transparência e justificação das medidas, não só por levar as pessoas a serem mais favoráveis ao procedimento, mas também porque tem efeitos benéficos na componente psicológica. “Se as pessoas compreenderem a razão das medidas de quarentena e aceitarem totalmente o conceito da quarentena, as consequências psicossociais são mitigadas”, indicou. Finalmente, a investigadora defendeu ainda a necessidade de o processo de quarentena ser acompanhado de uma linha telefónica de apoio psicológico.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Recolhidas oito amostras ambientais positivas, depois de desinfecção Na inspecção a 100 objectos e superfícies em risco de contaminação, ligados aos quatro casos de covid-19, oito deram positivas, mesmo depois de terem sido desinfectadas. As amostras contaminadas tiveram origem no carro e na merenda do pai da família de quatro infectados O Governo confirmou ter recolhido oito amostras ambientais positivas, num total de 100 locais testados. O anúncio foi feito ontem à tarde e as amostras positivas foram detectadas nos locais de trabalho do pai da família infectada, o Centro de Saúde de Seac Pai Van, nomeadamente no carro e no frigorífico, onde o homem guardava a merenda. “Foram recolhidas mais de 100 amostras e apenas 8 foram positivas. São amostras dos locais que a família frequentava, recolhidas em locais e horas diferentes”, explicou Tai Wa Hou, coordenador do plano de vacinação contra a covid-19. “As amostras positivas foram recolhidas dentro do carro conduzido pelo pai e também num frigorífico no local de trabalho, onde ele colocava a merenda para comer” acrescentou. Algumas amostras positivas foram recolhidas em locais que já tinham sido desinfectados, pelo que os casos vão ser investigados. “Nos locais em que houve amostras positivas, a desinfecção tinha sido feita de forma muito rigorosa. Mas, claro que podem haver locais e cantos de alguns objectos em que o vírus resistiu”, afirmou o médico. “A desinfecção foi feita de forma rigorosa, mas apesar disso foram encontrados resultados positivos. Talvez esteja relacionado com a variante delta, que pode ser mais forte. Vamos investigar e se for preciso actualizar os critérios para exigir duas ou três desinfecções antes de abrir os espaços”, admitiu. Apesar das amostras, o Governo informou também que além das equipas de desinfecção e das pessoas já isoladas, mais ninguém entrou em contacto com os objectos infectados. 55 recusaram testes O Governo anunciou também que 55 pessoas recusaram ser testadas. Caso não mudem de atitude até hoje, o Executivo vai pedir à polícia que as encaminhe para testes ou para quarentena. “55 pessoas recusaram fazer o teste. Se até hoje [ontem] não fizerem o teste, a polícia vai contactá-los para os levar ao hospital. Se não fizerem o teste, então vão para quarentena de 14 dias”, disse o médico. “Estas são pessoas que conseguimos contactar e que só depois percebemos que não queriam fazer o teste. Alguns disseram-nos que o teste não era útil e outros que achavam que o teste devia ser voluntário e que não concordavam que fosse obrigatório”, indicou. “Falámos com eles, tentámos convencê-los e mesmo assim recusaram. É por isso que podemos ter de tomar outras medidas”, adicionou. Sobre as cerca de 4 mil pessoas que há dois dias ficaram com o código de saúde amarelo por falha dos SSM, ou por não terem feito efectivamente o teste, foi ontem revelado que as autoridades tentaram contactar todos os indivíduos. No entanto, Tai Wa Hou disse que não foi possível entrar em contacto com, pelo menos, metade das pessoas. SSM contactos por 149 pessoas de autocarros No domingo à noite os Serviços de Saúde lançaram o alerta para quem tenha viajado nos autocarros n.º 17 e n.º 19 contactasse as autoridades, devido ao risco de contaminação. Estes autocarros foram utilizados por um dos infectados e as autoridades publicaram mesmo uma lista com o número dos cartões Macau Pass das pessoas. Tai Wa Hou explicou ainda que o contacto foi facilitado nos casos em que os passageiros utilizaram Mpay ou MacauPass com identificação, ou seja que permite saber automaticamente quem são os proprietários. SSM identificaram a maioria de contactos próximos De acordo com Alvis Lo, os Serviços de Saúde contactaram com sucesso a maior parte dos contactos próximos da família de quatro pessoas infectada com covid-19. As declarações foram prestadas ontem no programa Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau. Segundo as informações avançadas, 1.253 pessoas estão em isolamento por serem contactos próximos, mas o director dos SSM acredita que o número vai continuar a subir nos próximos dias. Sobre a possibilidade de qualquer pessoa ser contaminada, Alvis Lo afirmou que os SSM preferem submeter todos a quarentena do que arriscar a que uma fuga e surto na comunidade. Por outro lado, o responsável apelou aos residentes para que não facilitem, apesar de todos os testes terem apresentado resultados negativos. Segundo Alvis Lo, os próximos sete a oito dias vão ser cruciais e a população deve utilizar sempre máscara, lavar as mãos e evitar ajuntamentos no dia-a-dia. SSM | Alvis Lo atira responsabilidade para mais tarde O Director dos Serviços de Saúde considera que as responsabilidades sobre o surto que surgiu em Macau devem ser “apuradas mais tarde”. Foi desta forma que o médico reagiu às questões sobre a prestação de falsas declarações de saúde por parte da aluna escola Hou Kong, aquando da deslocação ao Interior. A escola viajou para Xian em Julho, depois de ter sido alertada pela Direcção de Educação e Desenvolvimento de Juventude para que todas as viagens não essenciais fossem adiadas ou canceladas.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTaipa | Engenheiro detido por filmar debaixo de saias em supermercado Um residente de Macau foi detido por tirar fotografias por baixo da saia de uma mulher de 30 anos num supermercado na Taipa. No telemóvel do suspeito, a polícia encontrou vídeos do mesmo teor captados noutras ocasiões. Noutro caso, uma residente de Macau foi desfalcada em 277.000 HKD por um homem por quem se apaixonou online O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) deteve na passada sexta-feira um residente de Macau com 40 anos por suspeitas da prática do crime de devassa da vida privada. Em causa, está o facto de o homem, engenheiro de profissão, ter captado imagens de forma clandestina por baixo da saia de uma mulher com 30 anos, no interior de um supermercado localizado na Rua de Nam Keng, na Taipa. De acordo com informações facultadas ontem em conferência de imprensa, o caso veio a lume às 12h30 de sexta-feira, altura em que a CPSP apresentou queixa a relatar o sucedido. Segundo a mulher, enquanto percorria os corredores do supermercado começou a sentir que algo estava em contacto com as suas pernas. Voltando-se de imediato, a mulher deu de caras com um homem agachado por baixo da sua saia e com um telemóvel em riste. Logo, a vítima perguntou ao homem se tinha utilizado o dispositivo para filmar ou tirar fotografias às suas partes íntimas, pedindo-lhe igualmente para ver a galeria de imagens do telemóvel. Acedendo ao pedido, o engenheiro abriu a galeria e mostrou imagens lá alojadas a grande velocidade, não permitindo à vítima ver os conteúdos com atenção. Perante o sucedido, a mulher, também residente de Macau, disse que ia chamar a polícia. A ameaça levou o homem a iniciar uma fuga que só terminou na Rua de Bragança, local até onde se deslocou no seu próprio veículo. Após consultar as imagens captadas pelas câmaras de videovigilância, a CPSP conseguiu identificar e interceptar o homem nessa mesma rua. Durante o interrogatório, o engenheiro admitiu ter filmado por baixo das saias da vítima durante a visita ao supermercado. No entanto, ao verificar o dispositivo do suspeito, essas imagens tinham já sido removidas. Ao analisar a galeria de imagens detalhadamente, a CPSP descobriu, contudo, a existência de vídeos do mesmo teor captados noutras ocasiões. O caso seguiu no sábado para o Ministério Público (MP), onde o suspeito vai responder pela prática do crime de devassa da vida privada. A confirmar-se a acusação, o engenheiro pode ser punido com pena de prisão até 2 anos ou de multa até 240 dias. Amor dispendioso Noutro caso, a Polícia Judiciária (PJ) revelou que uma residente de Macau de 30 anos foi desfalcada em 277 mil dólares de Hong Kong (HKD), após ter conhecido um homem por quem se apaixonou numa rede social e que lhe pediu dinheiro para pagar o empréstimo da casa. Segundo a PJ, desde o dia 24 de Junho que, a pedido do homem que afirmou ser natural de Taiwan, que a mulher transferiu em três ocasiões, 84.500 HKD, 97.000 HKD e 92.000 HKD. Quando deixou de conseguir contactar o suspeito, a mulher apresentou queixa à polícia.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeGestão | Equipa de Macau vence Global Management Challenge A edição de 2019 do Global Management Challenge, competição internacional na área da estratégia e gestão, foi ganha por uma equipa de Macau. O evento aconteceu em Lisboa e contou com a participação de 16 países Macau deu cartas numa competição internacional nas áreas da estratégia e gestão. Segundo o semanário português Expresso, a edição de 2019 do Global Management Challenge foi ganha por uma equipa de quatro estudantes universitários de Macau. O estudante que liderou a equipa da RAEM, Zheng Bowen, afirmou que foi “uma honra participar e ser campeão do Global Management Challenge”. O aluno adiantou ainda que numa competição deste género é possível aprender estratégias de gestão, verificar os resultados das decisões e trabalhar em equipa. O líder da equipa de Macau acrescentou apenas que a Rússia foi um dos adversários mais fortes na competição, apesar de ter terminado em quarto lugar. A última vez que Macau venceu esta competição foi em 2017. O HM tentou chegar à fala com Zheng Bowen, mas até ao fecho desta edição não foi possível. Importa referir que a equipa participou no Global Management Challenge graças à parceria da Associação de Gestão de Macau. Competir desde 1980 O concurso Global Management Challenge é organizado desde 1980 e é considerado uma das maiores competições nas áreas da estratégia e gestão. A iniciativa, que leva as equipas participantes a confrontarem-se com diferentes culturas e formas de gerir empresas, é organizada pela SDG – Simuladores e Modelos de Gestão e também pelo semanário Expresso. No website da iniciativa pode ler-se que “ao longo dos anos [a competição alcançou] um enorme sucesso, tornando-se num evento de elevada notoriedade e visibilidade, prestigiando as organizações que nele participam”. O Global Management Challenge esteve agendado para Abril do ano passado, mas foi adiado devido à pandemia da covid-19. Participaram um total de 16 países, incluindo o território de Macau. Os participantes foram divididos aleatoriamente em quatro grupos, de quatro equipas cada, que disputaram uma semi-final que decorreu de 19 a 23 de Julho, também online. As duas melhores equipas de cada grupo passaram à final, que foi disputada online por Macau, República Checa, Portugal, Brasil, Polónia, Rússia, Quénia e Espanha, no dia 27 de Julho.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAcidente com carro descontrolado causa pânico na Travessa dos Bombeiros Uma colisão entre dois veículos na Travessa dos Bombeiros causou momentos de pânico, por volta da 13h, quando um dos carros perdeu o controlo e embateu violentamente num portão. Segundo o jornal Ou Mun, o sinistro levou a que uma mulher que seguia no veículo cinzento, o que sofreu o embate mais violento, tivesse de ser transportada para o hospital, com ferimentos ligeiros. As imagens do acidente circularam pelas redes sociais e mostram que o primeiro embate foi causado no cruzamento entre a Rua Xavier Pereira e a Travessa dos Bombeiros. Na origem, terá estado o facto de um dos condutores não ter respeitado a prioridade. A colisão fez com que os dois carros saíssem disparados contra a montra de uma clínica e que uma mulher, que caminhava no passeio naquela altura, tivesse de fugir, de forma a evitar ser atingida pelo Toyota cinzento. Contudo, quando o acidente parecia terminado, deu-se a parte mais violenta e perigosa do embate. Sem que nada o fizesse prever, o Toyota cinzento perde o controlo, começa a andar de marcha atrás uns 30 metros em aceleração e embate contra uma loja, que na altura estava fechada e selada com as grades metais de protecção. Mesmo depois do segundo embate, o carro continuou a fazer marcha-atrás até finalmente se imobilizar. No hospital O segundo embate feriu uma mulher, uma das passageiras do Toyota cinzento, que teve de ser encaminhada para o hospital. A residente de 70 anos foi transportada para o Hospital Kiang Wu, com queixas na anca. Quando as autoridades chegaram ao local, fizeram o teste de despistagem do álcool ao condutor do carro descontrolado, que não acusou o consumo de substâncias alcoólicas. O condutor do carro preto também não tinha bebido à hora do acidente. Além dos danos causados nas lojas, várias barreiras de protecção dos passeios foram derrubadas. Contudo, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) notificou o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) para que a substituição seja efectuada o mais rapidamente possível.
João Luz Manchete SociedadeMIECF | Mais de 400 empresas participam em edição online Terminou no sábado a edição de 2021 do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau, fortemente afectada pelo surto local revelado na semana passada. Apesar de não ter componente presencial, mais de 400 empresas expositoras participaram no evento e foram assinados 10 protocolos de cooperação A dois dias de arrancar, um surto local de covid-19 meteu uma pedra na engrenagem do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF). Com a cidade parada e passagens fronteiriças severamente afectadas, a MIECF passou para um plano exclusivamente online. Ainda assim, terminado o evento no sábado, a organização deu conta da realização de “247 sessões de bolsas de contactos, a assinatura online de 10 protocolos de cooperação”. No total, participaram mais de 400 empresas expositoras e foram exibidos mais de 750 produtos em plataformas online. Não obstante o cancelamento de todos os elementos presenciais, que tinham o Venetian como epicentro, a organização considera que o evento ajudou “as empresas de Macau, do Interior da China, dos Países de Língua Portuguesa aos quatro cantos do mundo, a aproveitar as oportunidades de negócio”. Com o tema “Rumo a uma nova era verde e de baixo carbono”, a MIECF procurou proporcionar às empresas participantes possibilidades de encontrar parcerias com uma maior precisão, oferecendo uma plataforma de comunicação. Trabalho de casa Ainda antes do anúncio que resumiria a MIECF ao plano cibernético, já as bolsas de contacto online promoviam parcerias comerciais. Ao longo de 14 dias, entre 25 de Julho e o sábado passado, realizaram-se 247 sessões de bolsas de contactos, “concentradas em temas como veículos eléctricos e respectivos equipamentos e instalações complementares, utensílios de mesa ecológicos, tecnologias biodegradáveis, serviços de protecção ambiental, materiais de construção ecológicos, entre outros”. Em relação às salas de exposição, em formato virtual, a edição deste ano da MIECF contou com a participação de mais de quatro centenas de empresas provenientes do Interior da China, Bélgica, Brasil, Portugal, Hong Kong e Macau, entre outros países e regiões, e exibidos produtos dirigidos ao mercado verde, assim como planos de gestão e tratamento de resíduos e projectos de centrais de incineração de resíduos.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCovid-19 | Passageiros dos autocarros 17 e 19 devem contactar autoridades Os passageiros que possuem MacauPass ou cartão de consumo electrónico, e que andaram nos mesmos autocarros que os quatro infectados com covid-19, devem contactar o Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavirus. Segundo um comunicado, uma doente, do sexo feminino, apanhou o autocarro número 17 às 16h11, dia 27 de Julho, tendo feito o percurso compreendido entre a paragem “Est. Coelho Amaral/ Horta E Costa” até à paragem “Edifício Nam Kwong”). No dia 1 de Agosto, a mesma doente apanhou o autocarro número 19 às 20h52, tendo feito o percurso entre a paragem “Est. Coelho Amaral/ Hospital Kiang Wu” até à paragem “Edf. Seng Yee”. No mesmo dia, apanhou o autocarro número 17, mas às 22h55, tendo feito o percurso entre a paragem “Terminal das Portas do Cerco” até à paragem temporária dessa carreira na Rua de D. Belchior Carneiro. Segundo uma nota de imprensa emitida este domingo, as pessoas que fizeram o mesmo percurso de autocarro devem contactar o Centro de Coordenação após verificarem os dados nas tabelas divulgadas. Deve ser enviado um SMS para o número 63337420 com os dados relativos ao itinerário e à data em que a pessoa apanhou o autocarro, quais as paragens de embarque e de saída e ainda o número do MacauPass. Devem também ser fornecidos dados pessoais como o nome, sexo, data de nascimento, tipo e número de documento de identificação, bem como o número de telefone. Na mesma nota é referido que os Serviços de Saúde de Macau (SSM) “já conseguiram encontrar a maioria dos passageiros que se encontravam nos mesmos autocarros com a doente, mas alguns deles ainda não foram identificados”. Dados do autocarro nº 17, dia 27 de Julho, em direcção ao Centro Cultural Dados relativos ao autocarro nº 19, dia 1 de Agosto, em direcção à Alameda da Tranquilidade Dados do autocarro nº 17, do dia 1 de Agosto, em direcção às Portas do Cerco / Jardim Luís de Camões
Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Resultados negativos em teste a toda a população de Macau As autoridades de Macau anunciaram hoje que todos os testes à covid-19 deram negativo em toda a população do território, na sequência da testagem massiva realizada em três dias. No total foram testadas 716.251 pessoas cujos resultados saíram às 02:00 de hoje e “todos com resultados negativos”, informou, em comunicado, Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. “O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus informa que foram testadas no âmbito do plano massivo 614.465 pessoas e que desde o dia 03 de agosto, 101.786 pessoas deslocaram-se, por sua iniciativa, aos postos de testes de ácido nucleico para realizar o teste”, acrescentou. Os quatro casos da variante Delta do novo coronavírus detetados numa família residente em Macau levaram na terça-feira o Governo do território a decretar o “estado de emergência imediata” e a realização de testes à covid-19 para toda a população, a partir de quarta-feira e durante três dias. As autoridades anunciaram o encerramento de espaços culturais, desportivos e de diversão, bem como a suspensão ou cancelamento de atividades que se podiam traduzir na aglomeração de pessoas. No arranque dos testes em massa, na quarta-feira, registaram-se filas enormes nos postos de testagem, a decorrer em 42 locais. Problemas informáticos causaram problemas na marcação dos testes e na criação do código QR de saúde que vigora no território, o que levou as autoridades a pedirem desculpa à população. Na origem dos quatro novos casos (uma família com dois filhos) esteve a filha do casal, que se deslocou a Xian, na China, em visita escolar, entre 19 e 24 de julho, informaram os responsáveis de saúde. Macau detectou 63 casos desde o início da pandemia, não registando qualquer morte. Nenhum profissional de saúde foi infetado ou identificado qualquer surto comunitário.
Pedro Arede SociedadeCasinos | Wynn e MGM recuperam receitas no segundo semestre Apesar de os resultados não serem ideais, as receitas das operadoras Wynn Macau e MGM China traduziram uma evolução positiva no segundo trimestre de 2021. As receitas operacionais, tanto do Wynn Palace (Cotai) como do Wynn Macau (península) registaram um crescimento significativo em relação ao trimestre anterior, salientou a empresa. Em comunicado, a Wynn Macau detalha que o Wynn Palace obteve lucros de 270,4 milhões de dólares americanos, um aumento de 261,7 milhões em relação ao total de 8,7 milhões de dólares acumulados no primeiro trimestre. Quanto ao Wynn Macau, as receitas foram de 184 milhões de dólares, um aumento de 172,1 milhões em relação ao total de 11,9 milhões de dólares acumulados no primeiro trimestre. Contudo, em termos gerais, a operadora Wynn Macau anunciou ontem um prejuízo de 116,6 milhões de dólares no segundo trimestre do ano. Já o grupo de capital norte-americano, Wynn Resorts, que inclui as operações em Las Vegas e em Boston, registou perdas de 131,4 milhões de dólares no mesmo período. “Ficámos satisfeitos por ver o forte regresso dos nossos visitantes tanto no Wynn Las Vegas como em Encore Boston Harbor durante o segundo trimestre, com o EBITDA (…) das nossas operações nos EUA bem acima dos níveis pré-pandémicos”, disse o director executivo da Wynn Resorts, Matt Maddox. “Embora tenha havido algumas convulsões ao longo do caminho para a recuperação em Macau, fomos encorajados pela forte procura que sentimos durante o período de férias de Maio”, acrescentou. Conter o surto Por seu turno, a MGM China, operadora de jogo que dispõe também de dois casinos em Macau, anunciou um EBITDA positivo (lucros antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) no segundo trimestre do ano. O grupo de maioria de capital norte-americano cresceu de um EBITDA positivo de 84 milhões de dólares de Hong Kong registado nos primeiros três meses, para 116 milhões. Para este resultado contaram sobretudo as operações do MGM de Macau, em contraste com o MGM Cotai, que apresentou um EBITDA negativo. Já o resultado semestral evidenciou um EBITDA positivo de 200,4 milhões de dólares de Hong Kong, quando no mesmo período do ano passado tinha registado mais de mil milhões de EBITDA negativo. As receitas também cresceram. Se nos primeiros seis meses de 2020 apenas tinham arrecadado 257 milhões de dólares de Hong Kong, agora a operadora apresentou receitas de 2,4 mil milhões. Sobre o novo surto de covid-19 no território, a operadora mostra-se atenta, mas optimista, em relação ao futuro “Há registo de novos casos de covid-19 entre residentes de Macau em Agosto, que deverão ter impacto a curto prazo ao nível do número de visitantes e das receitas brutas de jogo. Com o esforço do Interior da China e do Governo de Macau para conter o surto e atenuar as restrições fronteiriças, acreditamos que a procura por viagens a Macau vá aumentar ao longo do tempo”.
Pedro Arede Manchete SociedadeTestes | Alvis Lo admite limitações ao nível dos recursos humanos O director dos Serviços de Saúde admitiu que há cirurgiões a trabalhar em postos de testagem e que a distribuição de recursos humanos alocados ao programa de testes em massa pode afectar a prestação de cuidados médicos à população. Três centenas de técnicos de Guangdong chegaram ontem a Macau para ajudar ao programa de testagem O director dos Serviços de Saúde (SSM) Alvis Lo Iek Long, admitiu ontem que, enquanto decorrer o programa de testagem em massa da população, a prestação de serviços não prioritários pode ser afectada, incluindo ao nível dos cuidados de saúde. Segundo Alvis Lo, perante a actual conjuntura e dado que os recursos humanos são “limitados”, é evidente que “a maior prioridade é o controlo da situação epidémica”. “Para responder ao surto, os recursos são limitados e os trabalhadores dos nossos serviços têm, primeiro, que dar prioridade ao tratamento dos quatro casos confirmados em Macau e ao isolamento e investigação das pessoas de contacto próximo”, começou por dizer na habitual conferência de imprensa de actualização sobre a covid-19. Segundo o responsável, estão actualmente alocados ao trabalho de testagem em massa cerca de 850 profissionais de saúde e 330 trabalhadores de outros departamentos, sem qualquer formação médica. “É uma questão de distribuição de recursos. Há muitos serviços importantes que não podem ser suspensos e que nós mantemos. Mas, noutro tipo de serviços, os recursos podem ser reduzidos. Temos uma ordem de prioridades e sabemos que alguns cidadãos podem ser afectados mas agora, a nossa maior prioridade é o controlo da situação epidémica”, explicou. Ao HM, um paciente que está internado no Centro Hospitalar Conde de São Januário relatou que há três dias não é visto por um médico, ao contrário do acompanhamento diário que tinha recebido até então. Além disso, uma enfermeira terá também admitido que a situação era “difícil” e que o número de médicos no hospital tinha sido reduzido. No seguimento do tema, o director dos Serviços de Saúde apontou que, dada a situação, existem inclusivamente cirurgiões destacados para a recolha de amostras de testagem e que estão a desempenhar a tarefa pela primeira vez. “Os cirurgiões que começaram a recolher amostras (…) não conseguiam trabalhar de forma rápida. Mas hoje [ontem] verificámos que a velocidade de execução desses profissionais aumentou muito”, detalhou. Forças especiais Durante a conferência de imprensa, Alvis Lo Iek Long revelou ainda que chegaram ontem a Macau 300 técnicos de Guangdong destinados a apoiar Macau no trabalho de testagem em massa da população. Segundo Alvis Lo, à chegada, os referidos técnicos “finalizaram as formalidades fronteiriças” e só vieram a Macau para apoiar a actual ronda de testes, voltando para Guangdong assim que o programa estiver concluído. Para já, os técnicos serão distribuídos para apoiar os vários postos de teste de ácido nucleico. Horas mais tarde, em comunicado, o Governo agradeceu os “enormes esforços envidados pelo Governo da província de Guangdong” e vincou que o apoio dos técnicos vai elevar “a eficácia na realização massiva de testes”, reduzindo o tempo de espera da população. Covid-19 | Mais de metade da população testada. 115 mil negativos O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long revelou que até ao final da tarde de ontem tinham sido testadas 379 mil pessoas contra à covid-19, ou seja, 55 por cento da população. Além disso, do total de testados, 115 mil obtiveram resultados negativos, correspondente a todos os resultados apurados até à altura. Para o responsável, estes são indicadores demonstrativos de que, até às 09h de sábado, será possível concretizar a testagem de toda a população. “Em três dias temos de concluir os testes. Já concluímos a testagem a 55 por cento da população e faltam 41 horas para testar os outros 45 por cento, pelo que os cidadãos não têm de se apressar. Temos espaço e tempo para concluir os restantes testes”, considerou. Questionado sobre a demora no carregamento dos resultados dos testes nos códigos de saúde, Alvis Lo disse que, tendo em conta o fluxo de exames, o tempo necessário para que tal aconteça pode atingir dois dias. “Dado o grande volume de amostras recolhidas pelo programa de teste de ácido nucleico, o tempo necessário para o carregamento do resultado do teste no Código de Saúde pode atingir dois dias”. Sobre a possibilidade de realizar uma segunda ronda de testes à população, hipótese avançada no dia anterior pelo Chefe do Executivo, o director dos Serviços de Saúde foi peremptório em dizer que o assunto está em cima da mesa e que depende dos resultados da primeira ronda de testes à população. “Dependendo do resultado dos testes, e também dos resultados das pessoas com contacto próximo, não podemos excluir a possibilidade de realizar uma segunda testagem em massa. Se não pudermos controlar bem a transmissão, isso pode resultar numa grande pressão para o nosso sistema de saúde”, apontou Alvis Lo. Vacinas | Macau sem postos de vacinação O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus suspendeu o serviço de vacinação do Centro Desportivo Mong-Há, o único que estava disponível, para o transformar num novo posto de testagem contra a covid-19 integrado no programa de testagem em massa da população. Tai Wa Hou, membro da Direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, confirmou ontem, na conferência de imprensa da covid-19, que a vacinação estará suspensa, acrescentado que “depois da testagem em massa” será ponderada a data para voltar a administrar vacinas. O Centro Desportivo Mong-Há “suspendeu os serviços de vacinação, hoje [ontem] 5 de Agosto” e “passou a realizar testes de ácido nucleico”, pode ler-se num comunicado divulgado ao mesmo tempo que o fluxo de milhares de pessoas continuava a pressionar a capacidade de resposta dos postos de testagem, agora 42 no total (28 em Macau e 14 na área da Taipa e Coloane). Porém, logo no primeiro dia, a operação no novo centro de testes foi criticada pela população. Em declarações ao jornal Exmoo, uma residente de apelido Van revelou que os funcionários presentes não responderam às suas dúvidas. A residente contou ainda que quando viu que o centro seria aberto para testagem se dirigiu para o local, onde esperou das 9h45 até às 13h. A espera de mais de 3 horas pela abertura do posto motivou a queixa de Chan, outra residente que demonstrou receio pela multidão que se aglomerou, devido ao risco da falta de distanciamento social. Chan considerou que o Governo não preparou bem a abertura do espaço, antes do anúncio. Código de saúde | Alvis Lo exclui quarentenas para não testados O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long garantiu que quem não faça o teste de ácido nucleico até às 09h de sábado, não será punido ou obrigado a realizar quarentena, apesar da cor amarela no código de saúde. “Não queremos punir. Se o código de saúde for amarelo, não podem entrar em estabelecimentos. Claro que vamos tentar identificar essas pessoas e pedir-lhes novamente para fazer o teste de ácido nucleico. Forçar essa pessoa a uma quarentena (…) não será uma consequência directa, porque assim desperdiçamos recursos públicos e quem perde é toda a população”, referiu. Testes | Locais a pagar para quem precisa passar fronteira O centro de coordenação de contingência negociou com uma entidade terceira a possibilidade de cidadãos que precisem de passar a fronteira com urgência efectuarem o teste de ácido nucleico mediante pagamento e obter um certificado em papel em 12 horas. As autoridades ressalvam que para “concentrar registo e amostragem, melhorar o fluxo de pessoas nos locais, reduzir a aglomeração, o programa de teste de ácido nucleico para toda a população de Macau não disponibiliza o certificado de teste de ácido nucleico em papel. Os locais onde se paga para obter certificado de teste são no Posto fronteiriço de Hengqin, Centro Médico Kuok Kim (Macau), Kuok Kim (Fórum de Macau) e Kuo Kim (Pac On). Hou Kong | Director da escola pediu desculpa Iao Tun Ieong, director da Escola Secundária Hou Kong pediu desculpa pela inconveniência e insegurança provocadas pelo surto originado pela visita de estudo em que uma aluna foi infectada. “A população condena a escola e a aluna. Achamos que é compreensível, porque sentem raiva no coração. Por isso, publicámos pedidos de desculpa em jornais”, afirmou o responsável, citado pelo canal chinês da Rádio Macau. Iao Tung Ieong confessou ainda ter-se sentido muito triste por ver pessoas em fila, à chuva, para fazer o teste de ácido nucleico. No entanto, realçou o cuidado que estas visitas implicam. “Cada vez que realizamos uma visita, seguimos as instruções do Executivo. Naturalmente, as autoridades desaconselham deslocações ao exterior, mas não disseram para evitar zonas de baixo risco. Como tal, tivemos em consideração as instruções da Comissão Nacional de Saúde da China, que não levantaram questões de acessibilidade”, explicou. Iao Tun Ieong pediu o fim da condenação pública da aluna infectada, que caracterizou como uma vítima inocente, acrescentando que a escola procurou apoio psicológico para a jovem. China | Dois casos em Chongqin ligados a Macau As autoridades do Interior anunciaram ontem a descoberta de dois casos em Chongqing, que se acredita que tenham sido contaminados pela estudante de Macau da Escola Secundária Hou Kong. De acordo com as explicações das autoridades chinesas, citadas pelo jornal Ou Mun, as pessoas infectadas no Interior estiveram no Museu dos Guerreiros de Terracota, em simultâneo com a aluna de 12 anos, quando esta já tinha sintomas. O contacto que gerou a infecção aconteceu no dia 23 de Julho.
João Luz SociedadeGoverno manda encerrar cinemas, teatros, museus, bares e outros locais Desde a meia-noite, o Governo mandou cancelar actividades culturais, encerrar museus, cinemas, teatros, bares, discotecas, ginásios e várias instalações de ensino. O surto comunitário de covid-19 levou ao congelamento de concertos, exposições e ao fecho de portas de quase tudo, à excepção dos casinos e restaurantes Desde as 00h de hoje, foram “encerrados cinemas, teatros, parques de diversão em recintos fechados, salas de máquinas de diversão e jogos de vídeo, cibercafés, salas de jogos de bilhar e de bowling, estabelecimentos de saunas e de massagens, salões de beleza, ginásios de musculação, estabelecimentos de health club e karaoke, bares, night-clubs, discotecas, salas de dança e cabaret.” A ordem consta de um despacho executivo, assinado por Ho Iat Seng, e publicado ontem em Boletim Oficial. A medida foi tomada ao abrigo da lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis e justificada como forma para evitar a transmissão da covid-19 em Macau. Em paralelo, o Instituto Cultural (IC) “cancelou todas as actividades até 16 de Agosto, incluindo vários tipos de actividades em museus, bibliotecas públicas, artes performativas, património cultural e indústrias culturais e criativas, assim como os respectivos workshops e cursos de formação de Verão”. Os concertos e espectáculos do BOK Festival foram cancelados. A organização do evento anunciou na terça-feira à noite que, “devido a preocupações motivadas pelos casos covid-19 em Macau, todos os espectáculos e actividades do festival serão adiados”, sem haver, para já, data para os retomar. Seguindo a vaga de encerramentos, o Museu do Grande Prémio de Macau (GPM), o Museu das Comunicações, o Museu dos Bombeiros e o Edifício Ritz fecharam portas, “incluindo o balcão de informações turísticas e a sala de exposições”. A Direcção dos Serviços de Turismo acrescenta que a data da reabertura será notificada à população e que quem comprou bilhetes para visitar o Museu do GPM será contactado para ser reembolsado. Também as reservas feitas até 11 de Agosto de excursões locais “Passeios, gastronomia e estadia para residentes de Macau” foram canceladas e os serviços de turismo remeteram para informações futuras quanto à retoma do programa. Coisas da autarquia Como não poderia deixar de ser, também os equipamentos do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) serão afectados. A começar pelos centros de actividades do IAM, que vão todos encerrar, assim como as instalações e pavilhões cobertos e o teleférico da Colina da Guia, até data a comunicar no futuro. Instalações ao ar livre, tais como parques, jardins e zonas de lazer, permanecem, para já, abertas ao público. O organismo liderado por José Tavares irá encerrar o próprio Edifício do IAM, a Galeria Comemorativa da Lei Básica de Macau, o Salão de Exposições do Parque de Esculturas Étnicas Chinesas, os pavilhões no Jardim de Lou Lim Ioc, a Casa Cultural de Chá de Macau, Centro de Recursos de Educação Cívica, Ecoteca de Mong-Há. Além das instalações no Monte da Guia, da sala de actividades do Jardim Cidade das Flores e do Auditório do Carmo na Taipa, encerram também a zona de animais do Jardim da Flora, o Pavilhão do Panda Gigante e o Pavilhão de Animais Raros. Creche e desaparece No capítulo do ensino, o Instituto de Acção Social (IAS) informou ontem que o funcionamento das creches subsidiadas de Macau fica suspenso até amanhã. A reabertura será anunciada conforme a evolução da epidemia. O IAS apela ainda “à colaboração das creches privadas no sentido de cumprir a referida medida contra a epidemia”. A Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau também anunciou que os serviços de proximidade foram cancelados até amanhã, assim como as actividades do projecto Be Cool, que incluem aula de dança, desenho, boxe tailandês e karaté. A associação vai, no entanto, manter o programa de troca de seringas. As visitas a utentes de lares de idosos e em reabilitação vão ficar suspensas até dia 18 de Agosto, informou o IAS, acrescentando que os familiares têm a possibilidade de marcar deslocações em zonas designadas das instalações ou realizar chamadas de vídeo com utentes acamados. Também a educação patriótica foi interrompida, na sequência do surto local que paralisou Macau desde terça-feira à tarde. Assim sendo, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) anunciou ontem o encerramento da Base da Educação do Amor pela Pátria e por Macau para Jovens, do Pavilhão do Sentimento de Amor pela Pátria. Foram também encerradas as Pousadas de Juventude, Pavilhão de Exposições e Espectáculos Artísticos para Jovens, Pavilhão Desportivo da Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional, salas de estudo e instalações escolares. Em tempos de paralisação, nem as actividades desportivas escapam. O Instituto do Desporto revelou ontem a suspensão dos procedimentos da nova fase (que decorre em Setembro e Outubro) das classes de recreação e manutenção do “Desporto para Todos”, nomeadamente registo, sorteio e inscrição, que estavam previstos para se realizar entre amanhã e domingo. Por outro lado, o “desporto e saúde posto de atendimento e informação” previsto para 8 e 15 de Agosto, bem como estágios, acções de formação e competições organizadas por associações desportivas serão também suspensas até dia 16 de Agosto.
João Santos Filipe SociedadeAutoridades afirmam ter testado 50 mil pessoas em seis horas O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, afirmou ontem que nas primeiras horas do programa de testagem, ou seja, entre as 09h e as 16h, foram testadas 49.905 pessoas. O número está abaixo da média do Governo, mas o cenário não foi considerado preocupante para alcançar a meta de testar toda a população em três dias. “Com uma melhor comunicação vamos melhorar o processo. De acordo com as nossas previsões conseguimos fazer 10 mil testes por hora”, disse o director dos Serviços de Saúde. Alvis Lo garantiu também que até às 16h todos os testes tinham apresentado resultados negativos. A previsão do Executivo aponta assim para que por dia sejam testadas 240 mil pessoas. Contudo, nas primeiras horas a média foi de 8.318, o que significa que se o ritmo se mantiver vão ser testadas 199.632 pessoas por dia. Tendo em conta que em Junho a população de Macau era de 684.500 habitantes, segundo os números dos Serviços de Estatística e Censos, e que quem vive no outro lado da fronteira vai precisar de fazer um teste a cada 12 horas para poder passar a fronteira, o ritmo pode não ser suficiente para testar todos durante os três dias. No entanto, as autoridades afirmaram acreditar que os testes vão ser concluídos dentro do prazo definido. “Sabemos que algumas filas são longas e que as pessoas vão ter de esperar. Mas os postos funcionam 24 horas por dias e vamos concluir tudo [nos três dias]. Temos confiança”, garantiu Tai Wa Hou, médico responsável pelo programa de vacinação. Adeus azul Ainda de acordo com as informações disponibilizadas, até às 16h de ontem tinham sido feitas 286 mil marcações, com a maioria da população a pretender fazer o teste longo no primeiro dia do programa. Além disso, as autoridades reconheceram que, ao contrário do anunciado na madrugada anterior, não vai haver códigos de saúde com a cor azul. Inicialmente, o Governo fez materiais a divulgar que quem não tivesse sido testado teria um código de saúde azul. Só depois do teste, e dependendo do resultado, é que o código regressaria ao verde. Porém, a ideia acabou por ser abandonada por dificuldades técnicas. “Queríamos que o teste ficasse azul e depois fosse convertido em verde. Mas como sabem devido às mudanças e ao programa de testes houve falhas, e uma das soluções adoptadas pelo grupo de técnicos foi manter o sistema actual”, explicou Alvis Lo. “Devido à estabilidade do código de saúde não vai haver código azul”, frisou. No cenário actual, quem tiver código verde tem três dias para ser testado. Ao fim dos três dias, o código fica com a cor amarela, até que se faça um teste. Na madrugada de ontem, as autoridades tinham dito que a testagem da população só avançava se houve mais casos positivos. Porém, tudo mudou e Alvis Lo explicou o recuo: “Achámos que medidas rápidas e firmes podem ter uma melhor eficácia para obter zero casos”, apontou. “As filas de espera podem incomodar e causar problemas aso cidadãos, mas achamos que vale a pena”, defendeu.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Centros de testes sem capacidade para lidar com afluência Sistemas informáticos em baixo, concentrações e filas intermináveis nos centros de testagem e pessoas impedidas de entrar em hospitais e mercados por não serem capazes de completar a declaração de saúde. Foi este o cenário vivido no primeiro dia de testagem maciça O anúncio da obrigatoriedade de testar toda a população em três dias causou ontem o caos em Macau. De madrugada já circulavam imagens de pessoas que vivem do outro lado da fronteira a dormir nas ruas e estações de autocarros, por não terem teste de ácido nucleico válido para regressarem a casa. De manhã o cenário piorou. Segundo as instruções do Governo, era possível marcar o teste através do Código de Saúde. Todavia, o sistema começou a falhar logo pela manhã, às 8h40, ainda antes de os centros de testes abrirem, o que devia ter acontecido às 09h, ao mesmo tempo que nos 41 locais se concentravam pessoas, formando longas filas. No Centro de Actividades no Edifício do Bairro da Ilha Verde as coisas correram ainda pior e o espaço não começou a testar antes das 10h, de acordo com o jornal Ou Mun. À publicação, uma residente de apelido Cheang, que foi para o início da fila às 06h, queixou-se da falta de informação relativamente à prioridade de quem fez a marcação prévia. Cheang foi um dos muitos exemplos de residentes apanhados nos cenários de caos que caracterizaram os postos de testagem. Situação semelhante foi relatada por Lo, uma residente da terceira idade. Ao Ou Mun, afirmou ter chegado ao centro do Bairro da Ilha Verde entre as 07h e as 08h, munida de marcação. Porém, apesar da marcação teve de esperar porque a fila “era muito longa”. As queixas foram repetindo-se um pouco por todo o lado. Na Escola Secundária Pui Ching, que acumulou filas que chegaram ao Jardim Lou Lim Iok, uma residente mostrou a indignação de estar na mesma fila que pessoas sem marcação, apesar de ter chegado cedo ao local. A residente que não foi identificada pela emissora pública denunciou a “falta de organização”. As esperas de várias horas fizeram com que no Campo dos Operários uma pessoa tivesse de ser transportada para o hospital, segundo o jornal Exmoo, por se sentir mal devido à exposição solar. Na mesma zona, vários trabalhadores não-residentes dormiam nas ruas e paragens de autocarros, enquanto aguardavam pelos resultados dos testes para poderem passar a fronteira. Marcações só em chinês Além dos desafios logísticos e longas filas, quem não fala chinês enfrentou um desafio maior: durante grande parte do dia, o portal para as marcações dos testes apenas apresentava os nomes dos centros em chinês. A questão sobre a “falha” foi colocada durante a conferência com o Chefe do Executivo, que prometeu que o assunto ia ser resolvido o mais depressa possível. Várias horas depois do início dos testes e quando o Governo já apelava às pessoas para não comparecerem nos locais de testagem, surgiram os 41 nomes dos locais, e as respectivas moradas, em português. Contudo, o caos matinal não se ficou apenas pelos centros de testagem. Com os códigos de saúde a falharem, a identificação teve de ser feita mediante a apresentação do bilhete de identidade de residente para entrar em vários espaços, como no mercado do Iao Hon. Situação idêntica aconteceu no Hospital Kiang Wu, de acordo com o jornal Exmoo, onde algumas pessoas foram impedidas de entrar para outros fins que não a testagem. A razão apresentada foi o facto de a declaração de saúde não estar a funcionar. Alvis Lo culpa residentes Segundo o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, a responsabilidade pelas longas filas foi de quem apareceu nos centros de testes sem marcação. “Formaram-se algumas aglomerações porque houve pessoas que não fizeram marcação, o que causou muita insatisfação a quem fez”, afirmou na conferência diária sobre a pandemia. “Mas, agora, a ordem está muito boa”, frisou. Apesar da declaração, Alvis Lo pediu desculpas pelo sucedido: “Esta manhã houve muitas filas e apresento as minhas desculpas pelos inconvenientes causados”, reconheceu. “Acho que há sempre espaço para melhorias [no nosso trabalho]”, acrescentou.
Andreia Sofia Silva SociedadePedida “ponderação” no caso dos filhos de TNR nascidos em Macau A 3.ª comissão permanente da Assembleia Legislativa (AL) exige ao Governo “suficiente ponderação e cuidado” no que diz respeito ao caso dos bebés de trabalhadores não residentes (TNR) nascidos em Macau. Este alerta consta no parecer relativo à análise na especialidade do novo regime jurídico do controlo de migração e das autorizações de permanência e residência na RAEM. A nova lei, que revoga e substitui o actual diploma, de 2003, determina que, aquando do nascimento da criança, os pais devem apresentar o passaporte ou “outro documento de viagem” junto do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). No entanto, a comissão entende que “este novo regime poderá ter grande relevância prática, devendo haver suficiente ponderação e cuidado com estas situações”. No entender de deputados e juristas, deve “procurar assegurar-se que os menores recém-nascidos possam ser autorizados a permanecer na RAEM com os seus progenitores, em benefício dos próprios menores recém-nascidos e também da unidade familiar”. O mesmo parecer dá ainda conta que “não parece ter sido feita uma consulta [para] ouvir a opinião do Conselho dos Magistrados Judiciais, Conselho dos Magistrados do Ministério Público (MP) e da Associação dos Advogados de Macau”. Pode ler-se que “apesar de não parecer ser legalmente obrigatório, há vários aspectos ao longo da proposta de lei que terão impacto em aspectos do processo administrativo, da intervenção do MP e do funcionamento dos tribunais, onde seria sempre recomendável ouvir estas entidades”. A comissão “espera que nenhum destes aspectos, com um potencial impacto sobre o MP ou o funcionamento dos tribunais, tenha uma grande relevância prática e que não haja dificuldades de maior na aplicação da proposta de lei nesta matéria”, acrescenta-se. Possível suspensão Um dos exemplos apresentados no parecer diz respeito aos processos de autorização de residência ainda pendentes nos tribunais, colocando-se a possibilidade de “uma eventual modificação e extinção da instância”. Neste sentido, prevê-se que a Administração, “por ser tipicamente a ‘entidade recorrida’ no recurso contencioso de anulação de acto administrativo”, deve “comunicar ao tribunal quando ocorra uma decisão de reapreciação num processo administrativo relativo a uma autorização de residência.” A comissão frisou ainda os processos “que estejam em fase adiantada de resolução”. “Nestes casos, havendo um acordo entre as partes, poderá ser oportuno proceder à suspensão da instância para se aguardar pela regular conclusão do procedimento administrativo de reapreciação”, mesmo que a proposta de lei não preveja que “as partes possam requerer a suspensão da instância”. Além disso, o próprio tribunal “pode considerar que está perante um motivo justificado para ordenar” essa suspensão.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCensos | Recolha de informação arranca sábado Governo vai sortear diariamente 200 cupões de consumo em supermercados no valor de 200 patacas. Só as pessoas que preencherem os questionários online podem participar no sorteio, que implica um investimento de 20 mil patacas Os agentes da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) vão começar a visitar domicílios para recolher informação para os censos a partir de sábado e até 21 de Agosto. Os dados da mega operação para conhecer os habitantes de Macau foram apresentados ontem numa conferência de imprensa da DSEC, liderada pelo director Ieong Meng Chao. Durante quinze dias vão estar no terreno cerca de 2.200 agentes, que vão visitar os domicílios em grupos de dois e recolher as informações através de um tablet. Os agentes utilizam uniformes dos Censos 2021, têm um cartão de identificação própria e pastas cinzentas. Em caso de dúvida, os habitantes das fracções pode ainda digitalizar o código QR das cartas/questionários ou ligar para a linha azul dos Censos, através do número 8809 8809. Sobre as visitas domiciliárias, a DSEC apelou “a todos os cidadãos de Macau que prestem apoio e colaborem com os agentes de censos durante a visita domiciliária e que forneçam informação correcta”. Quem quiser evitar o contacto com os agentes pode ainda preencher os dados através da internet, meio disponível entre os dias 7 e 16 de Agosto. Como forma de incentivar as pessoas a adoptarem o preenchimento online, o Governo está vai realizar sorteios diários, que atribuem aos vencedores 200 patacas num carregamento de MPay ou em cupões de compras de supermercados. São sorteados 200 prémios por dia, 2.000 no total, o que implica um investimento das autoridades de 20 mil patacas. Reforço da segurança Ainda em relação aos procedimentos, nomeadamente informáticos, as autoridades prometeram “reforçar a cibersegurança para proteger os dados” recolhidos, bem como “a confidencialidade das informações fornecidas pelos agregados familiares”. “Os resultados dos Censos são muito importantes para o desenvolvimento de Macau. Os dados não só reflectem a evolução da estrutura demográfica e das respectivas características socioeconómicas, como também são referências relevantes no planeamento do futuro por parte do Governo (…) na definição de políticas nas áreas da educação, habitação, transportes, assistência médica e serviços sociais”, exemplificaram as autoridades. “Além disso, os dados são também essenciais para as instituições privadas decidirem sobre negócios e para os académicos realizarem estudos”, acrescentaram.
João Santos Filipe SociedadeVisita | Escola Hou Kong pediu desculpa A Escola Secundária Hou Kong pediu desculpa pelo incómodo e insegurança gerados na sociedade devido à infecção de Covid-19 trazida pela visita de estudo a Xi’an da instituição. Segundo as declarações à Rádio Macau, a escola informou todos os docentes e alunos que tiveram contacto com o grupo de 30 estudantes que devem apresentar-se nos Serviços de Saúde para testagem, bem como cumprir as medidas necessárias de prevenção da pandemia dos SSM. A Hou Kong comprometeu-se ainda a reunir toda a informação sobre os alunos em causa, e entregar todos os contactos ao Governo. Além disso, comprometeu-se a terminar todas as actividades de grupo, cumprindo as orientações da prevenção da pandemia. Ao canal chinês da Rádio Macau, a Escola não explicou o que levou a actuar tão tarde face à situação, mas disse ir “aprender as lições, continuando a divulgar bem a educação da prevenção da pandemia”. Entre os membros da direcção, consta Chan Hong, deputada e vice-directora da Hou Kong. A legisladora esteve ontem no hemiciclo no âmbito das interpelações orais, mas, segundo o Exmoo, assim que foi declarada a situação de emergência e divulgado o nome da escola aproveitou para deixar a AL e não mais regressar.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCovid-19 | Detectados quatro casos positivos locais depois de viagem ao Interior Viagem de “intercâmbio” da Escola Hou Kong resultou em infecção de quatro pessoas em Macau, onde estiveram 10 dias, antes de serem diagnosticadas. Ontem, o Governo declarou Estado de Prevenção Imediata, os esforços foram canalizados para a testagem e os infectados apresentam a variante Delta [dropcap]O[/dropcap] Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou ontem a detecção de quatro casos de infecção com a variante Delta da covid-19, que estiveram em contacto com a comunidade durante dez dias. A situação foi revelada ontem às 15h30 e o Chefe do Executivo declarou o Estado de Prevenção Imediata. Os infectados são um casal e os respectivos filhos, que habitam no edifício Mei Lin, na Rua de Coelho do Amaral, o que levou as autoridades a deslocarem-se ao local e a criar uma cerca sanitária, para testar moradores. O caso foi detectado depois de o homem de 51 anos, que é motorista nos Serviços de Saúde, e a mulher, de 43 anos e empregada numa loja de fruta, terem feito testes de ácido nucleico, na segunda-feira, em Zhuhai, cujos resultados confirmaram as infecções. O casal conseguiu regressar a Macau, antes do resultado positivo ser conhecido, porque tinham outros testes de ácido nucleico válidos, em vias de expirar. Contudo, não foram os únicos infectados, uma vez que o filho e a filha foram igualmente identificados como casos confirmados. Após a divulgação do contágio, as equipas de desinfecção deslocaram-se ao local de trabalho da mulher e ao mercado dos Três Candeeiros, que foram isolados. O mesmo aconteceu com o Centro de Saúde de Seac Pai Van e o Posto de Saúde de Coloane, onde o homem trabalha. Visita de estudo As autoridades acreditam que uma visita de estudo da Escola Hou Kong, que se deslocou a Xi’an entre 19 e 24 de Julho, está na origem da infecção de Macau. A visita teve como objectivo realizar actividades de intercâmbio. A filha do casal, assim como um grupo de 30 alunos da escola, viajaram nos voos CZ3761, entre Zhuhai e Xi’an, e regressaram no CZ3762, entre Xi’an e Zhuhai, onde estiveram em contacto com dois casos ligados ao surto de da Nanjing. “A filha passou por uma zona de alto risco, uma vez que a 19 de Junho partiu de Zhuhai para Xi’an para participar em actividades de intercâmbio e verificámos que o percurso coincide com os casos conexos a Nanjing e Zhongshan. A filha esteve no mesmo voo que envolveu as pessoas infectadas que partiram de Nanjing para Zhongshan e Zhuhai”, afirmou Alvis Lo, director dos Serviços de Saúde. “Esta é a possibilidade de infecção que achamos mais provável”, acrescentou. A médica Leong Iek Hou foi mais assertiva: “Concluímos que a infecção partiu da filha”, vincou. Leong explicou também que a infectada apresentou sintomas logo no dia 22 de Julho, quando estava em Xi’an com os 30 colegas da escola de Macau. “Apresentou sintomas como tosse, perda de paladar, até que a 27 de Julho finalmente apresentou melhorias”, revelou a médica. Foi com sintomas que a aluna da Escola Hou Kong entrou em Macau, a 25 de Julho, e terá levado a infectar o irmão, que teve sintomas como febre e nariz entupido, a 28 de Julho. Finalmente, a 1 de Agosto, o pai apresentou um quadro clínico que incluiu dores de garganta, assim como a mãe, apesar dos casos só terem sido detectados dois dias depois. Perguntas sem resposta A questão de a filha ter entrado em Macau com sintomas de covid-19, levantou questões sobre a declaração de saúde. Além disso, os voos em causa tinham sido anteriormente referidos pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus como um trajecto de risco, por estarem ligados a duas infecções. Apesar destes aspectos, e de nos voos estarem 30 alunos da escola Hou Kong, a situação de risco dos estudantes também não terá sido comunicada às entidades de saúde para monitorização. Neste cenário, a questão da responsabilização foi levantada na conferência de imprensa sobre a pandemia da covid-19. Como a aluna infectada é menor de idade, levanta-se a possibilidade de a escolar ser responsável por um eventual comportamento negligente. A pergunta ficou sem uma resposta concreta: “No dia 22 de Julho começou a ter tosse, mas os sintomas foram muito ligeiros. Nunca teve febre, mas vamos ver o código de saúde que declarou… As pessoas quando entram em Macau e têm sintomas têm de os declarar correctamente”, afirmou Leong. “Quanto à escola, vamos apurar se a aluna falou com os professores e directores. Quando tivermos informações vamos declarar”, acrescentou. Oito dias em comunidade À hora de fecho do HM ainda não era conhecido na totalidade o percurso dos infectados nos dias em que estiveram em Macau antes do diagnóstico e em livre contacto com a comunidade. As informações preliminares da médica Leong Iok Hou indicam que os infectados, além dos locais de trabalho, frequentaram os restaurantes Federal, entre as 13h e as 14h de 25 de Julho, e Nga Kai, a 27 de Julho, entre as 18h e as 19h30. No dia 26 de Julho, o filho esteve ainda entre as 13h e as 15h na Biblioteca do Jardim Luís de Camões. Por sua vez, o pai foi ainda vários vezes a Zhuhai às compras, e passou pelo menos cinco vezes a fronteira, antes de ser identificado como caso confirmado. Ontem, as autoridades não conseguiram confirmar o número de casos de contacto próximo e de contacto próximo secundário, apesar de a prioridade ser “perseguir os contactos próximos”. Todavia, foi anunciado que três colegas da mãe tinham sido levados para o Hospital Conde São Januário para serem testados e isolados. O mesmo aconteceu com as pessoas que trabalham nos centros de saúde com o homem de 51 anos. Também os 30 colegas da aluna iam ser testados, mas à noite as autoridades só tinham identificado 19, sem que houvesse confirmação de infecções. Contudo, uma das pessoas está em quarentena, depois de ter apresentado sintomas de febre. Cidade dividida por zonas Apesar das dúvidas, Alvis Lo, director dos SSM, deu uma certeza: a cidade vai ser dividida por zonas com cercas sanitárias, tal como já tinha sido anunciado anteriormente pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U. A primeira zona vermelha foi instalada no edifício Mei Lin e prolongada para dois edifícios vizinhos. Estas pessoas não podem sair de casa e são testadas no local. Na mesma rua foram ainda classificados outros edifícios como zona de código de saúde de cor amarela. Já na Rua da Emenda, e até a Rua Horta e Costa, também foram classificados edifícios na zona amarela. Além disso, a secretária diz que está tudo preparado para a eventualidade de fazer testagem da população em massa, uma medida que ontem às 22h ainda não estava decidida. Nas imediações dos prédios assinalados a vermelho, as autoridades perguntaram sobre o paradeiro de membros do agregado familiar que não estavam em casa, para efeitos de testagem, e disponibilizaram alimentos aos afectados. A secretária deixou ainda um apelo à população para ficar na RAEM. “Esperamos que a população de Macau que tenha estado exposta ou em contacto próximo se dirija imediatamente ao hospital e que as pessoas utilizem sempre máscara”, apelou.
Nunu Wu Manchete SociedadeAlegado rapto de bebé leva mãe a procurar ajuda de Wong Kit Cheng [dropcap]N[/dropcap]o domingo à tarde, uma mulher aflita publicou num popular grupo de Facebook uma mensagem a dar conta do alegado rapto do seu filho bebé, pela família do pai. De acordo com o relato, um dia, enquanto não estava em casa, o marido foi a sua casa e levou o bebé de cinco meses. Desesperada, e há dez dias (no domingo) sem saber o paradeiro do filho, resolveu publicar a história num grupo com mais de 27 mil membros, depois de pedir ajuda à Polícia Judiciária, ao Movimento Católico de Apoio à Família e ao Instituto de Acção Social. Além disso, recorreu ao gabinete da deputada Wong Kit Cheng. O HM contactou a deputada e representante da Associação Geral das Mulheres que não comentou o caso, para proteger a privacidade das pessoas em causa. Porém, confirmou ter recebido a senhora, prestado aconselhamento e encaminhado o caso para as entidades competentes. A mulher é uma trabalhadora não-residente, oriunda de Hong Kong, empregada numa loja de animais. Segundo o relato, tanto o marido como os sogros deixaram de atender as chamadas telefónicas ou responder a mensagens no WeChat. Finalmente, o marido terá, alegadamente, respondido de forma breve, dizendo que o bebé estava vivo e bem de saúde. Foi-lhe também negado o pedido de envio de fotografias ou vídeos da criança. Nariz na porta Na semana passada, recebeu uma mensagem do marido a dizer que tinha mandatado um advogado para tratar dos procedimentos do divórcio e de requerer a custódia do filho. Assim sendo, na sexta-feira, dirigiu-se à casa da família do marido e, depois de ouvir barulho que denunciava a presença de pessoas, bateu à porta. Ajudada pela alegada persuasão do porteiro e um agente policial que a acompanharam, finalmente, o sogro abriu a porta. Porém, este ter-se-á escusado a atender à vontade da mãe, que solicitava ver a criança. Segundo a senhora, o sogro terá afirmado pertencer à Polícia Judiciária, estatuto que terá feito com que o agente da polícia que acompanhava a mulher se retirasse. A porta fechou-se de seguida. O HM entrou em contacto com a mulher, mas, até ao fecho da edição, não obteve resposta.
Pedro Arede Manchete SociedadeBernstein | Surtos de covid na China vão afectar receitas de Agosto Após a recuperação de 29 por cento em Julho, relativamente ao mês anterior, as receitas brutas dos casinos de Macau podem vir a ser “negativamente afectadas” em Agosto. Segundo a Bernstein, com os novos surtos activos no Interior da China e mais restrições de viagem, as receitas podem mesmo vir a representar perdas de 60 por cento em relação ao cenário pré-pandemia [dropcap]O[/dropcap]s analistas da Sanford C. Bernstein prevêem que, chegados ao final de Agosto, as receitas brutas dos casinos de Macau possam vir a ser “negativamente afectadas” com o surgimento de novos casos de covid-19 um pouco por toda a China. A previsão surge depois de a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) ter revelado que, em Julho, as receitas dos casinos foram de 8,4 mil milhões de patacas (mais 29 por cento em relação a Junho), assumindo-se como o segundo melhor mês do ano, seguido do mês de Maio (10,4 mil milhões de patacas). Isto, tendo em conta que Junho foi, até agora, o pior mês de 2021, com os casinos a contabilizarem receitas de 6,5 mil milhões de patacas, num resultado que coincidiu com a descida no número de visitantes devido a um surto comunitário de covid-19 na província de Guangdong. Para os analistas da Bernstein, Vitaly Umansky, Louis Li e Kelsey Zhu, citados pelo portal GGR Asia, o aumento das receitas dos casinos em Julho ficou a dever-se “à recuperação do número de visitantes” alavancada pelo relaxamento de algumas medidas transfronteiriças no final de Junho e início de Julho, por parte do Governo de Macau. No entanto, a pandemia continuou sem dar tréguas e, na segunda metade de Julho, o surgimento de novos casos no Interior da China levou o Executivo a criar novas restrições de viagem, como a imposição de quarentenas à chegada a Macau ou a obrigatoriedade de apresentar um teste negativo à covid-19 realizado nas 48 horas anteriores, a quem chegue ao aeroporto internacional de Macau vindo da China. Talvez no fim do Verão Lembrando que, à data de ontem, o número de províncias a partir das quais os visitantes têm de fazer quarentena à chegada a Macau subiu para oito, a Bernstein prevê que as melhorias ao nível das receitas brutas de jogo possam acontecer apenas no final do Verão. “Tendo em conta que os casos de covid-19 continuam a espalhar-se pela China e a baixa probabilidade de que a reabertura das viagens entre Macau e Hong Kong possa acontecer em breve, prevemos que as receitas brutas de jogo em Agosto desçam 60 por cento em relação a Agosto de 2019. Esperamos começar a ver melhorias ao nível das receitas brutas de jogo final do Verão, à medida que as restrições de viagem começarem a dissipar-se”, pode ler-se na nota da Bernstein, citada pelo GGR Asia.
Pedro Arede Manchete SociedadeCovid-19 | Autoridades desaconselham viagens à China Com a ameaça da variante Delta à porta, os Serviços de Saúde pediram aos cidadãos para evitar viagens ao Interior da China. A partir de hoje, quem apresentar sinais de febre e queira tomar a vacina pode realizar gratuitamente um teste de ácido nucleico. Possibilidade de aumentar dias de quarentena para quem chega da China não foi descartada [dropcap]C[/dropcap]om a variante Delta a alastrar-se por várias cidades e províncias do Interior da China, os Serviços de Saúde apelaram ontem à população para evitar deslocações ao território. Isto, numa altura em que a taxa de vacinação continua longe do ideal. “Apelamos aos cidadãos que evitem deslocações a cidades e províncias do Interior da China. Se tiverem necessidade de ir, devem ponderar bem a situação epidemiológica [dessas regiões]”, apontou Tai Wa Hou, médico-adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, por ocasião da habitual conferência de imprensa sobre a covid-19. “O teor da cadeia mutante deste vírus [Delta] é muito rápido, tem uma alta capacidade de transmissão e leva mais tempo até acusar negativo. Estamos no Verão, há mais calor e a concentração de pessoas em pontos turísticos é maior. Este surto começou no aeroporto [de Nanjing] e está a espalhar-se por todas as províncias da China. A curto prazo, prevemos que o surto se alastre a outras regiões”, acrescentou. Dada a situação, Tai Wa Hou anunciou que a partir das 9h00 de hoje passam a ser disponibilizados testes de ácido nucleico gratuitos para os interessados em tomar a vacina que apresentem sintomas de febre. O resultado, que não serve para cruzar fronteiras, poderá ser consultado numa nova secção do código de saúde . “Vamos aumentar os testes de despistagem às pessoas que apresentem febre e, por isso, vamos adicionar uma funcionalidade ao código de saúde para aqueles que apresentem o código amarelo ou sintomas de febre. Essas pessoas que tiverem marcação [para tomar a vacina] podem fazer o teste de ácido nucleico a título gratuito no hospital, no terminal do Pac On ou no Fórum. Os resultados não serão apresentados no código de saúde e não podem ser usados para efeitos de passagem fronteiriça”, vincou o responsável. Perigo a aumentar Durante a conferência de imprensa, a médica Leong Iek Hou frisou que a variante Delta oferece ainda muitas incertezas aos profissionais de saúde e que, por isso, a somar ao facto de “apresentar períodos de incubação mais curtos e sintomas mais cedo”, os Serviços de Saúde não descartam aumentar o número de dias das quarentenas para quem chega do Interior da China. Questionado sobre a implementação de incentivos à vacinação e a possibilidade de vir a obrigar funcionários públicos a ser inoculados, Tai Wa Hou referiu que “não há necessidade” de tomar novas medidas, mas que é preciso “aumentar a sensibilização” sobre a segurança e a importância das vacinas. “Se a população for vacinada depois de a variante Delta chegar a Macau, pode ser tarde de mais. Espero que as pessoas fiquem em Macau e possam tomar a vacina o mais rápido possível”, referiu.
João Luz Manchete SociedadeCinema | ‘A Lenda do Grande Prémio de Macau’ nomeado para óscares do automobilismo O filme ‘A Lenda do Grande Prémio de Macau’, de autoria de Sérgio Basto Perez foi nomeado para os International Motor Film Awards 2021 na categoria de melhor filme de evento. A obra produzida pela DST apresenta a história do grande acontecimento desportivo local. Estreia na quinta-feira no Museu do Grande Prémio Um filme sobre o Grande Prémio de Macau foi nomeado para os ‘óscares’ do automobilismo, anunciou a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) na passada sexta-feira. “O filme ‘A Lenda do Grande Prémio de Macau’ (…), produzido pela DST, foi oficialmente seleccionado como uma das seis nomeações na categoria de “Best Event Film” – Melhor Filme de Evento nos ‘International Motor Film Awards 2021’, pode ler-se no comunicado. O filme, do realizador local Sérgio Basto Perez, “apresenta uma viagem pela história do Grande Prémio de Macau, guiada pelas vozes de pilotos de carros e de motos do passado e do presente, com um vislumbre da atmosfera única, carácter e emoção na ocorrência de um fim-de-semana no Grande Prémio de Macau”, acrescentou a DST. O filme foi desenvolvido para ser exibido no Museu do Grande Prémio de Macau, recentemente inaugurado. A estreia está marcada para 5 de Agosto, sendo projectado duas vezes por dia, à excepção de terça-feira, quando o museu está fechado ao público. História singular feita no plural “Nunca esperei ser nomeado para um festival com este prestígio. Ficámos nas nuvens com esta notícia”, afirmou Sérgio Basto Perez numa publicação de Facebook. O realizador local revelou também para aqui chegar foram necessários mais de 17 anos de trabalho, incluindo a exaustiva pesquisa de um vasto arquivo de imagens “do nosso mais prestigiado e amado evento”. Quanto à produção, o autor adianta que foi “desenvolvida como uma demonstração emotiva da singularidade da mais lendário corrida da Ásia, num dos circuitos urbanos com mais história.” Todos os filmes nomeados são elegíveis para as nomeações nos prémios de Realização Técnica, Melhor Fotografia, Melhor Acrobacia, Melhor Som e Melhor Edição, bem como para o “Grand Prix Award”. Os resultados do “International Motor Film Awards 2021” vão ser anunciados em 15 de Setembro, em Londres. A DST salientou que o evento internacional “reconhece os talentos em realização e produção, desde filmes de alta qualidade e anúncios publicitários, até às produções estudantis e independentes” e que “são considerados os óscares do mundo do automobilismo”. O realizador local enalteceu o compromisso e apoio da DST, do Instituto do Desporto, da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, da organização e equipa da Federação Internacional do Automóvel. Aproveitou também para agradecer o contributo de condutores e talentos locais do sector audiovisual.