Hoje Macau Manchete SociedadeDois hotéis fecharam portas em Julho Dois estabelecimentos hoteleiros fecharam portas em Macau em Julho, mês em que a região enfrentou o pior surto de covid-19 desde o início da pandemia, disseram à Lusa as autoridades. O território encerrou o mês de Julho com 115 hotéis e pensões a prestar serviços de alojamento ao público, menos seis do que em Junho, a maior queda desde que a Direção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC) começou a reunir este tipo de dados, em Janeiro de 1999, ainda durante a administração portuguesa. Uma porta-voz da DSEC disse à Lusa que quatro hotéis foram designados pelo Governo para “observação médica e autogestão de saúde”. Segundo dados do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, foram designados para observação médica em julho quatro hotéis na zona do Cotai, com um total de 1.685 quartos. Os outros dois hotéis “não estão abertos ao público devido à sua própria decisão comercial”, disse a porta-voz da DSEC. Na segunda-feira, o presidente da Associação de Hotéis de Macau, Luís Herédia, admitiu à Lusa que “poderá haver alguns [hotéis ou pensões] mais pequenos, com poucos quartos”, que tenham fechado para manutenção ou encerrado temporariamente, “dada a situação de pouca ocupação”. A DSEC não revelou o número de quartos dos dois estabelecimentos hoteleiros que encerraram ao público em Julho, “por razões de privacidade”. A Direção dos Serviços de Turismo de Macau disse à Lusa não ter informação sobre o encerramento de qualquer hotel ou pensão. Em Julho, a taxa de ocupação média hoteleira em Macau foi de 38,1%, menos 25,6 pontos percentuais do que no mês do ano anterior. Foi o quinto mês consecutivo de queda em termos anuais. Os 115 hotéis e pensões do território, com um total de 32 mil quartos, hospedaram 309 mil pessoas em Julho, menos 55,6% em termos anuais. Macau viveu, a partir de 18 de Junho, o pior surto de covid-19 desde o início da pandemia. Durante o surto, os turistas que chegassem a Macau teriam de se submeter a uma quarentena obrigatória no regresso à China continental, medida que foi levantada em 03 de Agosto. Em resultado, o número de visitantes em Macau caiu, em Julho, 98,8% em termos anuais. Macau recebeu mais de 18 mil visitantes no sábado, o número mais elevado desde que a China levantou a quarentena obrigatória a pessoas vindas da região, anunciou no domingo a DST. Também no domingo, a DST lançou, na cidade vizinha de Zhuhai, “uma caravana promocional itinerante ‘Sentir Macau, Sem Limites’” que vai passar por nove cidades da província de Guangdong. A partir de 08 Setembro, está ainda prevista a realização de uma “acção de grande envergadura”: a “Semana de Macau em Qingdao”, na província de Shandong, no leste da China.
Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Macau perdeu quase 4.600 TNR em Julho O número de trabalhadores estrangeiros sem estatuto de residente em Macau diminuiu em quase 4.600 em Julho, mês em que o território enfrentou o pior surto de covid-19 desde o início da pandemia. Segundo dados da Polícia de Segurança Pública, no final de Julho Macau tinha cerca de 157.800 trabalhadores estrangeiros sem estatuto de residente, com mais de metade (quase 108.400) oriundos da China continental. As estatísticas, divulgadas ontem pela Direção dos Serviços para os Assuntos Laborais, revelam que foram também os trabalhadores não-residentes da China os mais afectados (menos três mil) pela diminuição sentida em Julho, seguidos pelos filipinos (menos 700). Durante os dois meses de duração do surto recente, o número de trabalhadores não-residentes diminuiu em mais de 7.400. Desde que Macau fechou as fronteiras a estrangeiros sem o estatuto de residente, em Março de 2020, perdeu 17 por cento da mão-de-obra não-residente, com quase 31.700 pessoas a perderem o emprego. Em Abril deste ano, o território tinha levantado as restrições fronteiriças a trabalhadores filipinos, estudantes universitários e profissionais do ensino estrangeiros, como professores portugueses. A isenção foi mais tarde alargada a trabalhadores oriundos da Indonésia.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCosta Nunes | Felizbina Carmelita Gomes é a nova directora do jardim de infância Marisa Peixoto era, desde 2017, directora do jardim de infância D. José da Costa Nunes, mas decidiu abandonar as funções, continuando como educadora de infância. Para o seu lugar foi escolhida Felizbina Carmelita Gomes, que dirigia a Escola Primária Luso-Chinesa da Flora O novo ano lectivo começa com caras novas no Jardim de Infância D. José da Costa Nunes. Marisa Peixoto, que era directora desde 2017, apresentou a demissão do cargo e volta a ser educadora de infância na instituição, contou a mesma ao HM. A informação foi confirmada por Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação da Promoção da Instrução dos Macaenses (APIM), entidade que gere o jardim de infância. Felizbina Carmelita Gomes, antiga directora da Escola Primária Luso-Chinesa da Flora, é a senhora que se segue na direcção do Costa Nunes. “A Marisa manifestou a sua vontade de ir para o directo [continuar como educadora de infância], continuando no Costa Nunes. Ponderámos a situação e todas as coisas têm o início e o fim. Gostaríamos que ela continuasse, mas são ciclos da vida”, frisou. O presidente da APIM assegura que Felizbina Carmelita Gomes tem as melhores referências, além de que sempre tinha passado por escolas públicas. “É uma boa altura para ter outro tipo de experiências [no ensino privado]. Precisamos de uma pessoa que tenha capacidades de gestão, porque não basta ser-se educadora ou pedagoga. [A Felizbina] é uma pessoa com experiência de ensino e direcção”, adiantou. Miguel Senna Fernandes assegura que Marisa Peixoto “fez um trabalho excelente”, tendo em conta que era apenas educadora de infância e não tinha experiência em cargos de direcção e gestão. “Agradecemos a coragem que teve”, tendo em conta a fase de mudança, com a saída, à data, de Lola Flores do Rosário, e do caso de abuso sexual que acabaria arquivado, em 2019, por falta de provas. Um vasto currículo Felizbina Carmelita Gomes estava já reformada quando aceitou o desafio de Miguel Senna Fernandes. Recebeu, em Março deste ano, um louvor da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, pelos 39 anos em que esteve à frente da Escola Primária Luso-Chinesa da Flora. Felizbina Carmelita Gomes desempenhou funções de docente de língua portuguesa, no ensino primário luso-chinês, desde 1982. Em 1998, foi nomeada subdirectora da Escola Primária Luso-Chinesa da Flora e, posteriormente, de 1999 a 2022, exerceu o cargo de directora da escola, antes de se reformar.
Andreia Sofia Silva SociedadeMP | Suspeitos de ataque com faca em prisão preventiva Três pessoas, alegadas autoras do ataque com uma arma branca a dois homens foram constituídas arguidas, duas ficaram em prisão preventiva, um caso que aconteceu na segunda-feira numa loja na Areia Preta. O terceiro arguido está sujeito ao termo de identidade e residência, não se pode ausentar do território e fica obrigado a apresentar-se periodicamente às autoridades. Além disso, não pode contactar com os outros dois arguidos. Todos estão indiciados pelo crime de ofensa grave à integridade física, posse de arma proibida e ofensa simples à integridade física. Um dos suspeitos é uma mulher que, há dias, se fez acompanhar do companheiro, também arguido, a casa do seu ex-marido, um dos agredidos, “para reclamar a pensão de alimentos e demais obrigações pecuniárias”. No entanto, como o casal não encontrou o homem, “perturbou” o seu pai. Segundo uma nota do Ministério Público, o casal “ficou à espera junto da porta do edifício do domicílio do primeiro ofendido [ex-marido]”, e enquanto esperavam a mulher pediu ao terceiro arguido para “se dirigir ao local, a fim de lhes prestar apoio”. “Na parte da tarde do mesmo dia, os três arguidos encontraram os dois ofendidos [pai e filho], resultando daí de imediato uma disputa. O segundo arguido [companheiro da mulher] espetou, por duas vezes, na parte esquerda do peito do primeiro ofendido [ex-marido], uma faca afiada, o que lhe causou ferimentos corporais graves.” Por sua vez, “o segundo ofendido [o pai], foi espancado, tendo ficado com uma fractura na cara, além de ter sido esfaqueado na parte esquerda do peito”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeIAM | Condenado a quatro anos de prisão, Choi U Fai está “em parte incerta” O Instituto para os Assuntos Municipais está a tentar notificar Choi U Fai para o processo disciplinar que está a decorrer, depois de o veterinário ter sido condenado pelo crime de abuso de poder e fraude fiscal O ex-chefe da Divisão de Inspecção e Controlo Veterinário do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), Choi U Fai, que foi condenado a quatro anos de prisão, está “em parte incerta”. A revelação consta de um aviso publicado ontem no Boletim Oficial, pelo presidente do IAM, José Tavares. Em causa está a notificação de um processo disciplinar movido contra o ex-funcionário público que gerou polémica, após encaminhar para a mesma clínica mais de 500 galgos do Canídromo para esterilização. “É notificado o ex-trabalhador do Instituto para os Assuntos Municipais, Choi U Fai (徐裕輝), ora em parte incerta, para apresentar defesa escrita no prazo de 45 (quarenta e cinto) dias a contar do dia da publicação da presente notificação”, pode ler-se no aviso, que revela que o ex-veterinário está em parte incerta. O HM sabe que Choi U Fai também não se encontra a cumprir pena na Prisão de Coloane, apesar da sentença de quatro anos ter transitado em julgado, após um recurso submetido para o Tribunal de Segunda Instância. Queixa de Zoe Tang O ex-veterinário chefe foi condenado a quatro anos de prisão, em 2020, num processo que começou em 2018, iniciado por uma queixa de Zoe Tang, que hoje lidera a ANIMA. A associação foi essencial para o processo de salvamento e realojamento dos 500 galgos do Canídromo que foram abandonados pela Companhia de Corridas de Galgos Macau (Yat Yuen). Durante o processo para encontrar uma nova casa para os animais, Choi U Fai encaminhou quase todos para serem esterilizados numa clínica onde tinha uma participação dissimulada. Por esse motivo, foi suspenso em 2019, quando o Comissariado contra a Corrupção começou a investigar o caso. Mais tarde, no início de 2020, Choi foi condenado a uma pena única de quatro anos de prisão pelo Tribunal Judicial de Base (TJB). O TJB entendeu que Choi cometeu o crime de abuso de poder, porque aproveitou “o seu poder”, “com a intenção de obter lucros para si ou outra pessoa”. O suspeito foi igualmente condenado por fraude fiscal por não ter declarado os bens que devia declarar. Apesar do recurso apresentado pela defesa de Choi, a decisão do TJB acabaria por ser posteriormente confirmada pelo Tribunal de Segunda Instância, que colocou um ponto final ao caso.
João Santos Filipe SociedadeJulho com menos 1.343 voos comerciais Em Julho deste ano houve menos 1.343 voos comerciais a passar pelo Aeroporto de Macau, em comparação com o ano anterior. Os dados foram revelados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), no âmbito das estatísticas dos transportes e comunicações referentes a Julho de 2022. Segundo a informação disponibilizada, em Julho deste ano realizaram-se 392 voos comerciais, menos 77,4 por cento em termos anuais. Esta queda significa que em Julho deste ano tinha havido cerca de 1.343 voos comerciais. Importa recordar que o mês passado ficou marcado por uma situação de confinamento parcial no território. Em relação ao período entre Janeiro e Julho, foram efectuados 5.880 voos comerciais, menos 36,1 por cento, relativamente ao período homólogo de 2021. Já o peso bruto da carga aérea transportada situou-se em 30.963 toneladas, mais 38,3 por cento. No pólo oposto, o peso bruto da carga aérea foi de 3.806 toneladas, crescendo 9,1 por cento em termos anuais. A carga exportada (3.464 toneladas) aumentou 13,8 por cento, porém, a carga importada (251 toneladas) desceu 41,9por cento. Além disso foi também revelado que no final de Julho de 2022 havia 247.333 veículos matriculados em Macau, mais 0,8 por cento, face ao final do idêntico mês de 2021. Destes veículos o número de automóveis ligeiros (113.199) e o de motociclos (106.517) subiram 0,8 por cento e 2,2 por cento, respectivamente.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeAbuso sexual infantil | Exigida maior rapidez na intervenção da polícia O aumento de 70 por cento dos casos de abuso sexual de crianças na primeira metade do ano pode ser consequência directa das políticas de combate à pandemia, defendem Paul Pun e Christiana Ieong. A fundadora da creche SMART pede intervenção rápida no acompanhamento de potenciais casos, assim como um esforço conjunto para aumentar a consciencialização para o problema As medidas restritivas implementadas pelas autoridades locais para lidar com a pandemia da covid-19 podem constituir uma causa quase directa para o aumento de casos de abuso sexual de menores. As mais recentes estatísticas da criminalidade, relativos ao primeiro semestre do ano, revelam um grande aumento da prática de crimes de abuso sexual de crianças, uma das excepções um panorama de ampla redução da criminalidade no território. Nos primeiros seis meses do ano, registaram-se 17 casos, mais sete face ao primeiro semestre do ano passado, representando um aumento de 70 por cento. Grande parte destes casos estão ligados ao uso de aplicações móveis de namoro, adiantaram as autoridades. Christiana Ieong, presidente da assembleia-geral do Zonta Club de Macau, e fundadora da creche SMART, considera que as autoridades policiais deveriam ser mais rápidas a lidar com a questão. “Como esperávamos isto é resultado da restrita política anti-pandemia e dos confinamentos e, com uma elevada taxa de desemprego e uma recessão económica, a situação vai piorar, pelo que deveria receber uma imediata atenção e acção por parte do Governo”, disse ao HM. A responsável defende uma abordagem mais decisiva, “uma resposta mais rápida e forte da parte da polícia em relação aos casos reportados”. É necessária “eficiência na forma como são tratados estes casos por parte do Ministério Público e pelos tribunais, como meio dissuasor para casos futuros”. Christiana Ieong considera que faltam campanhas de sensibilização para esta questão, com a colaboração do Instituto de Acção Social e de organizações não governamentais, incluindo visitas a famílias consideradas de risco. “Deve haver um encorajamento para que familiares, vizinhos, amigos e professores possam reportar os casos. Gostaria de chamar a atenção do Governo da RAEM que, ao implementar estas medidas [de combate à pandemia] deve prestar atenção aos efeitos adversos na saúde mental das pessoas. Caso contrário, pagaremos um elevado preço a longo prazo”, adiantou a dirigente do Zonta Club de Macau. Consciência precisa-se Para Paul Pun, secretário-geral da Caritas Macau, o confinamento e a crise económica podem ser uma das causas para o aumento dos casos de abuso sexual de menores. “Uma das razões pode ser o facto de, hoje em dia, serem descobertos mais casos. Por outro lado, há três anos que não vivemos num estado de normalidade, a possibilidade de viajar foi fortemente condicionada e existem limitações para fazer uma série de coisas.” No entanto, “o confinamento pode não ser a única razão para esta situação”, pois, como argumenta Paul Pun, o abuso sexual de menores está relacionado com questões mentais ou psicológicas do abusador. “A fim de eliminar ou controlar este tipo de crime é essencial ter mais consciência sobre o bem-estar das crianças. Não apenas na escola. É preciso que a comunidade tenha maior percepção sobre os direitos das crianças”, rematou.
Andreia Sofia Silva SociedadeSemana Dourada | Sector do turismo pede validade dos testes de sete dias A pensar na tradicional época alta do turismo, os profissionais do sector ambicionam o alargamento para setes dias do prazo de validade dos testes de ácido nucleico, exigidos à entrada em Macau. Andy Wu, presidente da Associação da Indústria Turística de Macau, é um dos responsáveis que gostaria de ver implementada a medida. Actualmente, é exigido um prazo de validade de 24 horas para quem chega de Zhuhai e 48 horas para quem vem de outras regiões do Interior. A sugestão tem em vista a possibilidade de receber mais turistas durante o período de férias e feriados da Semana Dourada. O dirigente associativo defende que o aumento do período de validade dos testes é essencial para que os visitantes tenham mais confiança em viajar para Macau, porque, nesta fase, existem muitos receios, o que faz com que Macau não receba mais do que 20 mil turistas por dia. Andy Wu adiantou que, antes de 6 de Agosto, Macau parecia uma cidade fantasma, e a situação só melhorou com as recentes mudanças nas regras para passar a fronteira, apesar da validade dos testes não ter sido alterada. O responsável frisou ainda que o sector turístico deposita grandes expectativas no período de férias e feriados entre Setembro e Outubro, tendo em conta as acções promocionais feitas pelo Governo e as rotas aéreas da Air Macau. Espera-se, por isso, que as visitas de turistas oriundos de outras províncias chinesas, que não apenas Guangdong, possam aumentar. Andy Wu destacou ainda o facto de, desde o regresso do programa de excursões locais, haver cerca de mil inscrições por dia. Entre os dias 6 e 27 deste mês já houve 2.723 pessoas que se inscreveram, enquanto que 32.298 pessoas se inscreveram nas estadias subsidiadas em hotéis. O presidente da associação espera que, na próxima ronda de excursões locais, o número de roteiros e quartos de hotel disponíveis possa ser mais equilibrado, uma vez que o sector criou mais roteiros para os residentes. Expectativas em alta O presidente da Associação dos Hoteleiros de Macau, Lou Chi Leong, disse, também ao jornal Ou Mun, que tem expectativas elevadas tendo em conta as diversas acções promocionais programadas para o próximo mês, prevendo que o volume de turistas chegue aos 20 mil por dia, e 30 mil durante o Festival da Lua. Quanto à taxa ocupação hoteleira, o dirigente antevê para os dias com maior procura lotações entre 70 e 80 por cento. Lou Chi Leong adiantou que, depois da isenção da quarentena após o último surto, a taxa de ocupação hoteleira chegou aos 50 e 60 por cento graças ao incentivo do programa de excursões locais. Os dados mais recentes divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos revelam que a taxa média de ocupação hoteleira em Julho foi de 38,1 por cento, uma redução anual de 25,6 por cento.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | Grupo Suncity apresenta perdas e falha pagamento de três dívidas Agora com o nome Let Group Holdings, o grupo empresarial que nasceu da maior companhia de junkets de Macau admite estar numa situação difícil depois de falhar o pagamento de várias dívidas. A guerra na Ucrânia foi uma das justificações para os resultados negativos O Grupo Suncity, agora com o nome Let Group Holdings, está em situação de incumprimento, depois de ter falhado o pagamento de três dívidas. A comunicação foi feita na segunda-feira, dia do incumprimento, à Bolsa de Hong Kong, com o conselho de administração da empresa a admitir que está “a trabalhar para resolver a situação” e a pensar “em várias soluções”. Segundo a informação disponibilizada, a empresa falhou o pagamento de três obrigações. A primeira diz respeito a uma nota promissória com um valor de 303 milhões de dólares de Hong Kong, excluindo juros, e tinha sido emitida à empresa Star Hope. Esta é uma empresa controlada a 100 por cento por Alvin Chau, ex-presidente do grupo junket, e que se encontra actualmente detido a aguardar julgamento, por crimes relacionados com jogo ilegal. A primeira sessão está agendada para sexta-feira. A informação também revela que a Star Hope vendeu a nota promissória ao grupo Major Success, que é controlado por Andrew Lo, actual presidente executivo do Let Group, e sucessor de Alvin Chau à frente dos destinos do grupo. Obrigações convertíveis Os incumprimentos envolvem também duas obrigações convertíveis, ou seja, empréstimos que quando não são devolvidos se transformam, para o credor, em capital social da empresa. O primeiro afecta igualmente a Major Success, que à semelhança da nota promissória, tinha adquirido a obrigação à Star Hope, de Alvin Chau. Em causa estão 177 milhões de dólares de Hong Kong, que se vão converter em 199.666.666 acções da empresa, o que significa um preço por acção de 0,90 dólares de Hong Kong. Andrew Lo volta a ser prejudicado no que diz respeito à segunda obrigação convertível, uma vez que é o proprietário da empresa Better Linkage, a quem o Let Group Holdings falhou o pagamento de 120 milhões de dólares de Hong Kong. Neste caso, quando accionados os respectivos mecanismos de incumprimento, a dívida vai converter-se em 133.333.333 acções, ao preço de 0,90 dólares de Hong Kong, por acção. Perdas e Ucrânia Em relação às contas da primeira metade do ano, o Let Group Holdings anunciou perdas de 388,1 milhões de dólares de Hong Kong. Na primeira metade do ano passado, o grupo tinha apresentado um lucro de 251,1 milhões de dólares de Hong Kong. A Let Group Holdings é actualmente responsável pela operação de dois casinos: um em Manila, nas Filipinas, e outro em Vladivostok, na Rússia. Sobre o segundo negócio, a empresa mostra-se preocupada com as sanções impostas ao país liderado por Vladimir Putin. “As sanções do Ocidente impostas à Rússia, como resultado do conflito Rússia-Ucrânia podem causar danos significantes a longo prazo à economia russa e à indústria do turismo”, é reconhecido. “Podem afectar negativamente o nosso negócio de hotelaria e jogo”, foi alertado. Além da aposta no sector do turismo e jogo, a empresa é responsável pela gestão e exploração de centros comerciais no Interior. Em relação ao sector do imobiliário, o grupo revela ter abandonado projectos em Chouhu, Anhui e Shenzhen.
Andreia Sofia Silva SociedadeOcupação hoteleira | Quebra superior a 50% em Julho Dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que os estabelecimentos hoteleiros do território hospedaram em Julho 309 mil pessoas, total que representa uma quebra de 55,6 por cento em termos anuais. Destaque para a quebra de 57,1 por cento do número de hóspedes oriundos do Interior da China, que, em Julho, foram 238 mil. Os hóspedes de Macau foram 51 mil, uma quebra de 52,1 por cento em termos anuais. Quanto à taxa de ocupação média foi de 38,1 por cento, menos 25,6 por cento em termos anuais “devido ao contínuo impacto gerado pela pandemia do novo tipo de coronavírus”. A DSEC aponta que a taxa de ocupação média dos quartos de hotel de cinco estrelas foi de 21,4 por cento, uma quebra anual de 42,2 por cento. Os hóspedes ficaram, em média, 2,1 noites em Macau, o que percentualmente representa um ligeiro aumento de 0,4. Em Julho Macau tinha 115 hotéis, pensões e estabelecimentos similares, com 32 mil quartos de hotel, uma quebra de 10,9 por cento face a Julho de 2021. Os números revelam ainda a descida de 96,2 por cento do número de visitantes que participaram em excursões locais, tendo-se realizado, em Julho, apenas 200 excursões. O volume de residentes que compraram viagens para o exterior caiu 95,9 por cento, tendo sido adquiridas apenas 900 viagens ou serviços de transporte.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeMais de 60 escolas de Macau recomeçam as aulas esta semana O Governo anunciou ontem que um total de 66 escolas primárias e secundárias começam as aulas esta semana, na quinta e sexta-feira. Em comunicado, a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) fez um novo apelo para que os alunos transfronteiriços, professores e funcionários que façam o teste de ácido nucleico obrigatório para o regresso às aulas, sendo que este não substitui o teste destinado aos trabalhadores dos grupos alvo, nem serve para passar a fronteira. É referido numa nota que “os estudantes, docentes e funcionários transfronteiriços podem realizar o teste em Zhuhai ou Zhongshan, e não precisam de regressar a Macau para o efeito”. Além disso, os docentes, funcionários dos estabelecimentos de ensino superior e não superior, bem como estudantes das instituições de ensino superior, devem apresentar o comprovativo de vacinação, bem como os resultados negativos do teste todas as semanas, com uma validade de sete dias. A DSEDJ já reuniu com as escolas a fim de “esclarecer a preparação para o novo ano lectivo, no que concerne à atenção à saúde mental e física dos alunos, às medidas de prevenção epidémica, conteúdos relacionados com a ‘primeira aula do novo ano lectivo’, entre outros aspectos”. Matéria atrasada Vong Kuoc Ieng, director da escola Choi Nong Chi Tai, recordou, ao jornal Ou Mun, a situação anormal vivida no último ano lectivo, quando o surto pandémico obrigou as escolas a terminarem as aulas mais cedo, a meio de Junho. No caso desta instituição de ensino, mesmo que a maioria dos alunos tenham passado de ano, alguns ainda não têm o nível de conhecimentos exigido para o novo ano lectivo. A escola Choi Nong Chi Tai abre portas na quinta-feira e as primeiras aulas irão focar-se nos conteúdos programáticos antigos para que os alunos possam acompanhar a matéria que ficou para trás devido à suspensão das aulas. Ainda sobre o regresso às aulas, a DSEDJ reuniu na última terça-feira com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e com as duas operadoras de autocarros públicos para preparar o início das aulas e evitar congestionamentos. O CPSP promete destacar mais agentes “para tratar dos veículos estacionados ilegalmente” junto às escolas, além de “substituir alguns lugares de estacionamento por zonas provisórias de tomada e largada de passageiros, com vista a garantir a segurança rodoviária à volta das escolas e reduzir o tempo para a tomada e largada dos alunos”.
João Santos Filipe SociedadeEducação | Professor aponta dificuldades no ensino de música local Qi Zixiang, professor na Escola Secundária Kao Yip, defende que a música local devia ser mais valorizada ao nível do ensino. O docente considera importante o reforço educativo da música de cariz católico e Nanyin compostas em Macau O sistema de ensino local está a falhar na missão de ensinar aos alunos a música criada no território. A opinião é de Qi Zixiang, professor na Escola Secundária Kao Yip, e foi publicada como parte dos materiais preparados para o 21.º Seminário Internacional da Sociedade Internacional para a Educação Musical, que decorreu em Julho. Num documento intitulado “Um Balanço sobre a Reforma entre 1999 e 2007 do Currículo da Disciplina de Música no Ensino Secundário de Macau”, Qi aponta que um dos aspectos que está por concretizar é a valorização da música local, que muitas vezes é desprezada. O docente argumenta que esta manifestação cultural de Macau está excluída dos manuais escolares em que se baseia o ensino da disciplina e que existe incompreensão em relação à sua verdadeira importância. “A implementação [do ensino da música local no currículo] foi mal-sucedida por uma série de factores”, escreve o académico. “Alguns políticos acreditam que não existe muita música local, e que a música local é a tocada nos grandes eventos do território, como o Festival Internacional de Música de Macau”, acrescentou. Contudo, o problema, indica o académico, também tem a ver com a mentalidade de alguns professores. “Acrescente-se também a falta de vontade dos professores para ensinarem a música local em Macau. É o que concluo das minhas observações”, argumentou. O facto de as escolas locais utilizarem manuais do Interior, Hong Kong e Taiwan é apontado como outro problema, uma vez que não têm conteúdos sobre Macau. “Assim os livros de música negligenciam os géneros locais, como as músicas católicas, música Nanyin local e o estilo Xian Shui Ge”. A música Nanyin é um estilo clássico chinês, muito popular no sul da província de Fujian, mas que se difundiu em vários locais, como Taiwan, Hong Kong ou outros países do Sudeste Asiático, acompanhando a diáspora de outros tempos. Noite portuguesa, dia chinês Além de falar das dificuldades em promover o ensino da música local, Qi Zixiang considera que a disciplina de música pode assumir um papel mais importante na educação. Segundo o académico, as escolas orientam muito o ensino da disciplina para os concursos de música que existe no território e para os testes PISA, ou seja, o Programa Internacional de Avaliação de Alunos. No entender do professor de música, é essencial dar mais espaço para os alunos aprenderem diferentes técnicas, estilos musicais e fazerem a ligação com uma arte muito presente. Qi Zixiang deixa o desejo que o caminho possa ser melhorado, para que Macau assuma o papel de cidade internacional da Grande Baía, com uma produção cultural correspondente. Apesar das críticas apresentadas, o académico faz um balanço positivo da evolução do programa da disciplina de música após a transição. Segundo Qi, Macau passou de uma colónia desinteressada na educação, em que as autoridades permitiam que as escolas privadas adoptassem o tipo de ensino que bem desejassem, no que definiu como laissez faire educativo, para um sistema mais orientado, com subsídios e orientação por parte da actual Direcção de Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude. O académico elogia assim o trabalho feito nos últimos anos, reconhecendo que o caminho percorrido, com forte apoio económico, só foi possível devido ao grande desenvolvimento do jogo.
João Santos Filipe Manchete SociedadeGoverno espera receitas mínimas de 7 milhões por mesa de jogo A partir do próximo ano, a indústria do jogo de Macau vai um tecto máximo de 6 mil mesas e 12 mil máquinas de jogos, que podem ser exploradas nos casinos. A medida está prevista na lei do jogo, recentemente alterada, e os limites foram definidos na sexta-feira, através de dois despachos do Chefe do Executivo. “O referido despacho fixa o limite máximo do número total de todas as mesas de jogo e máquinas de jogo para as novas concessões de exploração de jogo, que começam a partir do início do próximo ano”, pode ler-se no comunicado emitido pelo Gabinete de Comunicação Social. O comunicado indica que os dois números foram escolhidos “tendo em consideração o número de mesas de jogo e de máquinas de jogo actualmente exploradas em Macau” e “o intuito de garantir o desenvolvimento ordenado e saudável do sector” à luz versão revista da Lei do Jogo. Os limites aprovados estão em linha com a realidade dos casinos, ao longo deste ano, mas mais distantes do ano de 2019, antes de se sentir o impacto da pandemia e da campanha contra o jogo VIP na indústria. Segundo os dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, no segundo trimestre havia 6.006 mesas nos casinos locais e 12.042 máquinas de jogo. No final de 2019, operavam 6.739 mesas e 17.009 máquinas de jogo. Limites mínimos Num outro despacho, publicado no mesmo dia, Ho Iat Seng definiu o limite mínimo das receitas para a mesas e máquinas. Se as concessionárias não alcançarem esse nível, têm de compensar a diferença, critério também exigido pela nova lei do jogo. De acordo com a escolha do Executivo, as mesas têm de gerar uma receita bruta anual de 7 milhões de patacas, enquanto no caso das máquinas as receitas brutas anuais têm de ser 300 mil patacas. Segundo este cenário, e considerado que eram atingidos os limites mínimos das mesas e máquinas, receitas brutas seriam de 45,6 mil milhões de patacas, entre 42 mil milhões gerados pelas mesas e 3,6 mil milhões das máquinas. Na primeira metade do ano, as receitas foram de 26,3 mil milhões de patacas, o que significa que se o ritmo se mantivesse, no final deste ano de crise, as receitas seriam de 52,6 mil milhões de patacas, sem contar com o que aconteceu em Julho, o pior do mês do ano devido a um surto. No último mês as receitas foram de 398 milhões de patacas.
Hoje Macau Manchete SociedadeTurismo | Sábado foi o dia de Agosto com mais visitantes Entraram em Macau no sábado um total de 18.620 visitantes, o número mais alto de entradas no território desde a retoma, no início de Agosto, da isenção da quarentena em Zhuhai. As autoridades apontam que esta medida, “aliada ao efeito progressivo do trabalho promocional” do turismo fez com que “o número de visitantes tenha subido nos últimos dias”. Entre o dia 20 e a última sexta-feira o território registou uma média diária de visitantes de 14.737, uma subida de 18 por cento face à média diária de turistas entre os dias 13 e 19 deste mês, em que se registaram 12.485 entradas, e mais 4.578,4 por cento em relação à média diária de Julho, de 315 visitantes. Um dos exemplos de acções promocionais da Direcção dos Serviços de Turismo é a caravana “Sentir Macau, Sem Limites”, uma iniciativa que começou ontem, em Zhuhai. Além disso, arranca Setembro a “Semana de Macau em Qingdao‧Shandong”, com o objectivo de “divulgar a diversidade da oferta “turismo +” da cidade, [a fim de] atrair visitantes do Interior da China a visitar e despender em Macau durante o Dia Nacional e outros períodos de férias”.
Hoje Macau Manchete SociedadeTurismo | Governo diz ter cumprido objectivos do plano de desenvolvimento Divulgado no ano passado, o Plano Geral do Desenvolvimento da Indústria do Turismo regista um índice de cumprimento de objectivos e critérios de 82 por cento, aponta a Direcção dos Serviços de Turismo. Acções promocionais e alguns eventos são exemplos das iniciativas tomadas para impulsionar o sector A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) diz já ter cumprido em 82 por cento o Plano Geral do Desenvolvimento da Indústria do Turismo, divulgado no ano passado. Em comunicado, as autoridades adiantam que, dos 77 planos de acção definidos para serem cumpridos de forma faseada, 76 “já foram iniciados”, estando a ser acompanhados. Por sua vez, 63 desses planos de acção “já atingiram os critérios estipulados”. O plano do Governo para o sector contém sete acções principais, tendo como objectivo “proporcionar experiências diversificadas aos visitantes e promover o desenvolvimento da indústria turística regional, a procura interna e o consumo nos bairros comunitários”. A aposta é ainda feita “na optimização dos produtos e instalações turísticas e no fortalecimento do turismo de qualidade e na cooperação”, entre outras iniciativas. Uma das acções da DST, que alia turismo a comércio electrónico, prende-se com a criação de uma loja de referência na aplicação da Ctrip, uma das plataformas de viagens mais importantes na China. Com esta loja online é possível exibir os produtos locais e “incentivar os visitantes a deslocarem-se a Macau para consumir”. A DST aponta ainda que tem promovido o turismo desportivo, para que mais visitantes possam participar em eventos desportivos de larga escala no território. Como exemplo, foi dado apoio “à indústria turística na organização de uma regata internacional de vela, que incluiu um fórum de desenvolvimento do desporto e turismo”. Inaugurações e cooperações Outro dos projectos apontados pela DST é a reabertura do Museu do Grande Prémio após obras de ampliação. Além disso, é destacado o Terminal Marítimo na zona da Barra, promovendo-se “a abertura de novas rotas e a exploração de novos produtos de turismo marítimo”. No ano passado foram ainda “acrescentadas novas instalações hoteleiras, de lazer e entretenimento, com vista a proporcionar uma experiência diversificada aos visitantes”. No que diz respeito à ligação do turismo com o sector das exposições e convenções, a DST diz ter organizado sessões de apresentação desta área nas seis cidades da Grande Baía, nomeadamente Guangzhou, Dongguan, Zhongshan, Zhaoqing, Huizhou e Shenzhen. O objectivo foi “promover o intercâmbio entre operadores turísticos de Macau e do Interior da China, e explorar oportunidades de negócio”. A DST adiantou ainda que, “em conjunto com a indústria turística” local, tem vindo a “explorar planos concretos” para o desenvolvimento do turismo entre Macau e a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin. Relativamente à área das indústrias criativas, as autoridades promoveram pinturas murais e embelezamento de infra-estruturas urbanas em bairros antigos da Taipa e na zona da Horta da Mitra. A organização de grandes eventos culturais e de entretenimento tem sido outra das apostas da DST, tal como o programa “Passeios, gastronomia e estadia para residentes de Macau” ou a “Gala de Drones Brilha sobre Macau”. Pretende-se, com estes eventos, “promover a procura interna e impulsionar o consumo nos bairros comunitários”. A DST destaca ainda o facto de a Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau ter ganho certificação pela UFI – Associação Global da Indústria de Exposições. O Governo apresentou ainda o primeiro relatório de monitorização e plano de trabalho para os próximos quatro anos ao Secretariado da Rede das Cidades Criativas da UNESCO.
João Santos Filipe SociedadeDSEC indica que combate à covid-19 aumentou desemprego As medidas de confinamento no território, identificadas pelo Governo como “estado relativamente estático” levaram ao aumento do desemprego, principalmente entre residentes. A informação foi avançada pela DSEC, com a publicação dos números do desemprego, na sexta-feira. “Entre Maio e Julho de 2022 a taxa de desemprego atingiu 4,1 por cento e a taxa de desemprego dos residentes foi de 5,4 por cento, mais 0,4 e 0,6 pontos percentuais, respectivamente, face ao período passado (Abril a Junho de 2022), devido à suspensão da maioria das actividades industriais e comerciais durante o ‘estado relativamente estático’, originada pelo novo surto pandémico”, pode ler-se no comunicado. Os números mostram ainda o efeito na taxa de subemprego: “A taxa de subemprego situou-se em 13,4 por cento, tendo aumentado 9,3 pontos percentuais”, foi indicado. A população subempregada atingiu 50.600 pessoas, tendo “aumentado significativamente de 34.900”, aponta a DSEC, em relação ao período anterior. “Salienta-se que a maior parte da população subempregada pertencia ao ramo de actividade económica das lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos, ao ramo dos hotéis, restaurantes e similares e ao ramo do comércio a retalho”, foi explicado. Menos pessoas e empregos De acordo com os dados, entre Maio e Julho, a população activa totalizou 377 mil pessoas. Entre essas, 361 mil tinham trabalho, e deste universo 274 mil eram residentes. Os números reflectem uma redução de 2.900 e 1.500, respectivamente, no número de pessoas empregadas e do número de residentes com trabalho. Ao mesmo tempo, a população desempregada era composta por 15.600 pessoas, mais 1.700, face ao período transacto. Destaca-se que de entre os desempregados à procura de novo emprego, a maioria trabalhou anteriormente nos sectores do jogo e construção. Por outro lado, o número de desempregados à procura do primeiro emprego representou 8,7 por cento do total da população desempregada, ou seja, mais 1,7 pontos percentuais, um fenómeno normal nesta época, quando os recém-licenciados entram no mercado de trabalho.
João Santos Filipe Manchete SociedadeGoverno criticado por passar responsabilidade da diversificação para concessionárias Em vez de pedir às concessionárias que encontrem soluções para diversificar a indústria com elementos não-jogo, deve ser o Governo a assumir o lugar do “condutor”. A crítica ao Executivo de Ho Iat Seng foi deixada na feira Global Gaming Expo Asia 2022, que se realiza este ano em Singapura, devido às restrições de viagem existentes em Macau. De acordo com a opinião de Chen Sin, director executivo da empresa Mohegan Gaming and Entertainment, que no passado esteve ligada à Macau Legend e Las Vegas Sands, tem de ser o Governo a planear e orientar as concessionárias no que pretendem com os elementos não-jogo. “O Governo tende a contar com as concessionárias porque pensa que têm recursos e capacidade global para atrair muitos desses elementos [não-jogo] para Macau. Mas, na realidade, devia ser o Governo a assumir o lugar do condutor”, defendeu. O director executivo da Mohegan Gaming and Entertainment considerou ainda que o Governo da RAEM tem objectivos nobres, mas que na prática há falhas que impedem a concretização dessas metas. “Falta de ligação entre o objectivo da política pública [de Macau] – que é nobre e boa – e o nível prático”, afirmou Chen Sin. “Falta também […] liderança a nível governamental, e até a nível de trabalho, que falha em […] coordenar e desenvolver políticas e desenhar mecanismos que podem conduzir essa oferta [de elementos não-jogo] em Macau”, acrescentou. À beira da renovação Apesar de sublinhar que um concurso público é sempre uma caixa de surpresas, e que pode efectivamente mudar o panorama local, Jorge Godinho considerou que existe grande probabilidade de as actuais concessionárias e subconcessionárias serem as vencedoras do procedimento que está a decorrer. “Há um consenso claro de que existe 90 por cento de hipóteses de as actuais concessionárias e subconcessionárias serem as vencedoras, mas não colocaria as hipóteses em 100 por cento”, afirmou Jorge Godinho. “Nunca se sabe o que pode acontecer num concurso público, e a história mostra-nos que um concurso público é uma caixa cheia de surpresas”, sustentou. Neste capítulo, Jorge Godinho falou ainda da história de Macau e do concurso público, que surpreendeu a sociedade local, quando Stanley Ho obteve o monopólio do jogo, ainda durante a Administração Portuguesa.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeAeroporto | Governo diz ter reduzido espera entre quatro a seis horas As autoridades adiantaram ontem que as novas medidas de testagem no aeroporto levaram à redução do tempo de espera entre quatro a seis horas. Está, para já, afastada a possibilidade de a quarentena baixar de sete dias, por haver ainda riscos de contágio ao fim de cinco dias Regressar a Macau continua a ser uma dor de cabeça para muitos residentes que se vêm obrigados a esperar várias horas no terminal marítimo do Pac On pelos resultados dos testes de ácido nucleico feitos à chegada. No entanto, Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, adiantou que as novas medidas, que passam pela testagem logo à saída do avião, entre outras, reduziram o tempo de espera entre quatro a seis horas. “Nos últimos dias melhorámos os procedimentos, encurtando o tempo de espera entre quatro a seis horas. Houve uma melhoria visível comparando com a situação antiga. Claro que teremos de rever novamente os procedimentos e encurtar ainda mais a espera”, adiantou ontem na habitual conferência de imprensa. As autoridades foram também confrontadas com relatos de pessoas que, no Pac On, testam preliminarmente positivo e negativo pouco depois. Além disso, todos os passageiros continuam a aguardar na mesma sala, misturando-se os casos negativos e positivos. Leong Iek Hou admitiu a possibilidade de a carga viral de cada pessoa poder mudar repentinamente. “O teor do vírus pode mudar de uma hora para a outra, por isso quem está numa situação sensível pode ter primeiro um resultado positivo e depois outro negativo. Para cada teste é necessário esperar, em média, duas horas pelo resultado. Quem tiver um resultado preliminar positivo é enviado logo para o hotel, a fim de reduzir o tempo de espera, e é feito um segundo teste. Antes todos esperavam na sala”, adiantou. Foi também referido que como a Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla inglesa) é a entidade responsável pela análise dos testes nos hotéis, quem sair da quarentena tenha de lá se dirigir para levantar certificados de testagem na circunstância de haver discrepância entre o código de saúde e o resultado do teste. A questão foi levantada depois de ter sido revelado que algumas pessoas depois de cumprirem quarentena e terem testado negativo, têm no código de saúde resultado positivo. “Pode acontecer uma pessoa sair da quarentena e continuar a ter um certificado positivo, porque pode ainda ter carga viral e ainda assim satisfazer as condições para ter alta.” Sete dias continuam De fora da equação está a possibilidade de vir a ser reduzido o período de quarentena, actualmente de sete dias mais três de auto gestão de saúde. “O período máximo de incubação do vírus é de sete dias, e 90 por cento das pessoas apresentam sintomas durante este período. Reduzindo a quarentena para cinco dias há 20 por cento de risco de transmitir o vírus na comunidade”, disse Leong Iek Hou. As autoridades dizem estar atentas ao regresso de um maior número de pessoas de fora, analisando sempre a capacidade de o território as acolher mantendo controlada a situação epidémica, e também tendo em conta o número de hotéis disponíveis para quarentena. O regresso dos estudantes locais de Hong Kong para Macau está ainda a ser discutido pelas autoridades competentes, não existindo, para já, um número de alunos que poderão voltar. Uma coisa é certa: terão de cumprir os sete dias de quarentena e as restantes directrizes como as restantes pessoas. Na conferência de imprensa de ontem foi também abordada a situação de alguns trabalhadores de grupos alvo estarem a pagar pelos testes, mesmo que tenha sido decretado que as empresas ou o Governo suportam esses custos. As autoridades referiram que os trabalhadores não têm, de facto, de pagar por isso, e que já foram emitidas orientações. “[Se os responsáveis das empresas dizem que não sabem de nada] sugiro que comuniquem com as autoridades competentes do Governo, para que estas situações sejam relatadas.” Neste momento, há 188 mil trabalhadores incluídos nos grupos alvo, com um aumento de 20 a 30 mil trabalhadores, devido à inclusão de novas profissões. Relativamente à vacinação, está a ser negociada a compra de vacinas BioNTech para crianças dos seis meses aos cinco anos. Mais de 622 mil pessoas estão vacinadas com a primeira dose, enquanto cerca de 293 mil têm duas doses e 294 mil três doses da vacina, ou seja, menos de metade da população de Macau tem a vacinação completa contra a covid-19. Apenas 7,370 pessoas foram inoculadas com quatro doses da vacina.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTufão | Ma-on passou perto de Macau sem causar grandes estragos ou inundações Apesar de ter levado quase 100 pessoas aos centros de acolhimento e de ter causado seis incidentes, principalmente com queda de objectos pendurados, o tufão Ma-on esteve longe de se concretizar na ameaça prevista Esperavam-se inundações na sequência da passagem do tufão Ma-on, mas a madrugada e a manhã de ontem foram relativamente calmas, com as inundações longe de atingirem níveis superiores a um metro, como apontavam as previsões dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG). Apesar de a cidade ter acordado com vestígios do vento, as rajadas registadas na Ponte da Amizade e Ponte Governador Nobre Carvalho, as mais fortes, não terão ultrapassado 80 quilómetros por hora. Nos outros pontos da cidade, segundo os dados dos SMG, à excepção do Porto Interior, os ventos não ultrapassaram a velocidade de 50 quilómetros/hora. Mesmo no local mais propício a inundações, o vento máximo foi de 61 quilómetros por hora, fazendo-se sentir entre as 10h e as 11h. Segundo os dados do Centro de Operações de Protecção Civil, a passagem do tufão não terá causado feridos, mesmo tendo sido registados seis incidentes, até às 11h. Entre estes, quatro ocorrências foram relacionadas com queda de objectos, como janelas, anúncios publicitários ou reboco. Ao mesmo tempo, foi registada uma ocorrência de remoção de objectos em risco de queda, como árvores ou candeeiros, e também um acidente marítimo, que não foi especificado pelas autoridades. Quase 100 acolhidos Apesar de apenas terem sido registadas seis ocorrências, as pessoas não deixaram de se precaver. Por volta das 10h, o Instituto de Acção Social anunciou que tinha recebido 96 pessoas nos centros de acolhimentos. Algumas da quais haviam sido retiradas, ainda na noite anterior, de zonas do Porto Interior onde se esperava que a água atingisse níveis mais preocupantes. Antes da passagem do tufão, os SMG alertaram para a possibilidade de cheias com grande impacto para a população, principalmente no Porto Interior, uma vez que havia o risco de a tempestade (storm surge) coincidir com o período de maré alta. O cenário não se concretizou, segundo os SMG, porque o Ma-on passou perto do território a uma velocidade “mais rápida do que o esperado” e a trajectória e o local onde tocou na superfície também ficaram mais a Oeste do que as previsões iniciais. “Devido a estes dois factores, a situação das inundações na manhã de ontem não foi tão grave como o esperado”, foi explicado. O local mais afectado pelo tufão terá sido a Rua do Doutor Lourenço Pereira Marques, no Porto Interior, onde o nível da água chegou aos 20 centímetros, por volta das 07h. Contudo, às 11h, quando foi retirado o sinal número oito e içado o sinal número três, e os comerciantes começaram voltaram à rua e encontraram poucos vestígios das inundações. Confusão de almoço Para a maioria da população, os principais efeitos do tufão fizeram sentir-se na parte da tarde, quando muitos se deslocaram para os diferentes locais de trabalho. Como frequentemente acontece nestas situações, o trânsito ficou congestionado em algumas partes do território, como por exemplo nas estradas junto ao Jardim da Montanha Russa, onde se formaram filas de trânsito lento. Também nos autocarros houve maior afluência em comparação com outros dias, ainda assim muito longe do nível da situação causada pelo tufão Mulan, que passou por Macau no passado dia 10 de Agosto. Visita da praxe O facto de o impacto do tufão ter sido menor do que esperado, não significou que os mecanismos de protecção civil não tivessem sido activados e prontos para intervir em qualquer emergência. Por isso, por volta das 22h30, altura em que foi içado o sinal número 8, começaram a ser fechadas as pontes, os transportes públicos foram suspensos e moradores foram retirados das zonas baixas da cidade. Uma hora e meia antes, Ho Iat Seng, de acordo com os órgãos do Governo, esteve no COPC para acompanhar e coordenar os trabalhos de resposta e ainda exigir aos seus subordinados que envidassem “esforços conjuntos na prevenção das inundações nas zonas baixas da cidade”, para que garantissem “a segurança da vida e dos bens da população”. Antes da deslocação, Ho esteve nos locais de encontro e de permanência, ou seja, na Barra, Praia de Manduco, Porto Interior, estação de tratamento de águas na Ilha Verde e nas zonas baixas do Fai Chi Kei. Óbito | Mulher morre durante sinal número 8 As autoridades anunciaram ontem a morte de uma mulher que terá caído de um edifício na Avenida do Conselheiro Borja, quando estava içado o sinal número 8 de tufão. As autoridades indicaram que a morte foi confirmada no Hospital Conde São Januário, onde a mulher terá chegado sem pulso e sem respirar. A morte não foi relacionada pelas autoridades com incidentes registados pelo Centro de Operações de Protecção Civil, e o caso ainda estava a ser investigado. Ao longo deste ano, Macau está a registar um recorde absoluto de suicídios, com 47 ocorrências entre Janeiro e Junho. IAS | Creches e lares de idosos de zonas baixas abriram ontem à tarde As creches e instalações que prestam cuidados para idosos e reabilitação localizados nas zonas baixas retomaram ontem à tarde o funcionamento normal, de acordo com o Instituto de Acção Social (IAS), excepto os que “foram afectados pela ocorrência de «Storm Surge», inundações ou outras circunstâncias”. Apesar do regresso à normalidade, as autoridades recomendam aos utentes e familiares que consultem os horários dos centros, lares e creches no website do IAS.
Hoje Macau Sociedade“Ma-on” | Mais de 80 pessoas já estão em centros de acolhimento Pelo menos 88 pessoas já procuraram abrigo nos 16 centros de acolhimento de emergência a funcionar em Macau devido à passagem do tufão Ma-on, informaram as autoridades. O tufão está a 200 quilómetros do território, tendo sido emitido o sinal 8, numa escala de 10, com as autoridades a decretarem o estado de prevenção imediata. Para esta quinta-feira estão previstas “inundações significativas” nas zonas baixas da cidade, indicou a Direção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, que alertou para a intensificação do vento, prevendo-se rajadas de cerca de 180 quilómetros/hora. Com a emissão do sinal 8 foram suspensos os transportes públicos e a circulação nas pontes marítimas, com exceção do tabuleiro inferior da Ponte Sai Van. A prestação de serviços médicos não urgentes foi igualmente suspensa, assim como o funcionamento de postos de vacinação e testagem à covid-19. Dez voos foram cancelados ou alterados no Aeroporto Internacional de Macau. Pelo menos 23 parques de estacionamento localizados nas zonas baixas do território foram total ou parcialmente encerrados.
Hoje Macau Manchete SociedadeFuncionário da DSEDJ indiciado por burla com subsídios O Comissariado contra a Corrupção (CCAC) anunciou ontem que um trabalhador da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) é suspeito dos crimes de abuso de poder, participação económica em negócio, falsificação praticada por funcionário, falsificação informática, do crime de obtenção, utilização ou disponibilização ilegítima de dados informáticos, falsificação de documento e burla. O caso foi encaminhado para o Ministério Público. A investigação teve início em Setembro do ano passado, após uma denúncia. Segundo o CCAC, o funcionário da DSEDJ “controlava, secretamente, uma associação juvenil”, e em conluio com membros desta prestava falsas declarações sobre o número de pessoas que participavam nas actividades, assim como sobre o conteúdo, para obter subsídios públicos. No total, o homem terá conseguido subsídios num valor de cerca de 500 mil patacas, através da prestação de informações falsas. No âmbito do esquema, e utilizando as suas funções, na DSEDJ, o indivíduo alterava ainda as propostas apresentadas, quando estas estavam no servidor informático, para que os superiores aprovassem apoios maiores. Depois de saber que decorria uma investigação, retirou vários documentos dos servidores da DSEDJ, que entregou aos membros da associação, para que estes soubessem como responder durante os interrogatórios das autoridades. Além do funcionário público, também cinco membros da associação foram investigados e estão indiciados pela prática dos crimes de burla e falsificação de documentos.
Hoje Macau Manchete SociedadeReserva Financeira da RAEM perdeu 8,67 mil milhões em Junho A reserva financeira de Macau perdeu valor pelo sexto mês consecutivo, registando uma queda de 8,67 mil milhões de patacas em Junho, indicam dados divulgados ontem pelas autoridades. A reserva financeira da RAEM cifrou-se em 597,3 mil milhões de patacas no final de Junho, de acordo com a informação publicada no Boletim Oficial pela Autoridade Monetária de Macau. É a primeira vez que cai para menos de 600 mil milhões de patacas desde Junho de 2020, altura em que a China continental tinha imposto uma quarentena obrigatória a pessoas vindas de Macau, afectando a indústria do jogo. O valor da reserva básica, equivalente a 150 por cento do orçamento público de Macau para 2022, era de 155,8 mil milhões de patacas e a reserva extraordinária 458,9 mil milhões de patacas. A reserva financeira é maioritariamente composta por depósitos e contas correntes no valor de 262,7 mil milhões de patacas, títulos de crédito no montante de 152,3 mil milhões de patacas e até 175 mil milhões de patacas em investimentos subcontratados. Reserva reservada Mesmo no cenário de crise económica criada pela pandemia da covid-19, a reserva financeira de Macau tinha crescido em 2020 e 2021, apesar do Governo ter injectado mais de 90 mil milhões de patacas no orçamento para suportar despesas extraordinárias que resultaram de um plano de ajuda e benefícios fiscais para a população e para pequenas e médias empresas. Em Junho, o Governo anunciou mais sete medidas de apoio a empresas e a residentes de Macau, no valor total de dez mil milhões de patacas, sustentadas pela Reserva Financeira, que vão desde benefícios fiscais a uma moratória por um ano do pagamento de empréstimos bonificados. Em 9 de Agosto, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, avisou que a Reserva Financeira “não é abundante” e “é preciso ter cautela” na utilização para financiar apoios face à crise económica causada pela pandemia.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTestes | Trabalhadores fora dos grupos alvo padecem com custos Desde de 31 de Julho que quem chega do estrangeiro precisa de fazer testes de ácido nucleico com amostra individualizada. Para quem precisa de apresentar os resultados para trabalhar, e não faz parte dos grupos alvo, a medida pode chegar às 4 mil patacas Após regressarem de férias no estrangeiro, os trabalhadores excluídos dos grupos de risco estão a ser surpreendidos com elevados custos dos testes de ácido nucleico. Ao HM, chegou o relato de quem tem gasto entre 150 patacas a 200 patacas, por dia, para poder trabalhar. Desde um anúncio com a data de 31 de Julho, que o Governo passou a exigir que quem esteve no estrangeiro tem de fazer testes de ácido nucleico individualizado, durante um mês. A medida exclui o Interior e Hong Kong, mesmo para quem esteve em locais de alto risco nessas áreas, com surtos activos. A situação não é imediatamente sentida quando se sai da quarentena, porque durante o período de autogestão os testes são gratuitos, ou seja, pagos pelo Governo. Contudo, finda a autogestão, quem não faz parte dos grupos de profissionais com testes gratuitos, se tiver de ser testado, para trabalhar ou para qualquer outra situação, como participar num banquete, sente o peso na carteira. Actualmente, só é possível fazer os testes com amostra individualizada em quatro postos. No Auditório do Hospital Kiang Wu, Estádio da Universidade de Ciência e Tecnologia e Posto Fronteiriço Qingmao e Nam Yue. O custo é de 200 patacas por teste e é necessário fazer marcação. No Centro Hospitalar Conde de São Januário, o teste custa 150 patacas e pode ser feito sem marcação. Estes testes têm uma validade de 24 horas. Até 4 mil patacas Neste cenário, quem não pertence a grupos de risco, trabalhe em espaço com concentração de pessoas e a quem é exigido o teste à entrada do local de trabalho, arrisca-se a gastar entre 750 patacas e 1.000 patacas por semana. Quando considerado o mês inteiro, o valor sobe para 3.000 a 4.000 patacas. “O valor dos testes é tão caro, que mais vale uma pessoa desistir de trabalhar e ficar de mão esticada à espera da esmola do Governo”, desabafou, ao HM, um trabalhador nesta situação, que pediu para manter o anonimato. Regressado do estrangeiro, sem que alguma vez tivesse testado positivo, e já depois de cumprir uma quarentena, o queixoso não teve qualquer alternativa: “Se fizer a marcação para um dos postos normais, vou ao posto e eles recebem um aviso de que não posso fazer o teste ali, em que a amostra é misturada com outras cinco. Por isso, não há mesmo alternativa a não ser pagar”, acrescentou. Ao nível dos infectados A medida aplicada pelo Centro de Coordenação de Contingência coloca as pessoas que estiveram no estrangeiro ao nível dos infectados. A norma assume que todos foram infectados: “O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus afirma que é mais comum haver a situação de ‘recaída’ na realização do teste de ácido nucleico de Covid-19 para as pessoas infectadas com a Covid-19 com história recente de viagem no exterior e para as pessoas recuperadas da Covid-19”, foi justificado, no comunicado de 31 de Julho. No mesmo documento, foi também defendido que as amostras colectivas com pessoas vindas do estrangeiro e recuperadas levaram frequentemente à repetição dos testes com amostras conjuntas. Para evitar as repetições, o Governo adoptou a medida de teste singular, com os custos a recaírem sobre os infectados e pessoas vindas do estrangeiro. A medida foi implementada num Verão em que vários membros da comunidade portuguesa foram ao país para verem as famílias pela primeira vez em quase três anos.
João Santos Filipe SociedadeTufão | Ma-on passa a cerca de 100 quilómetros e vai causar inundações Com o sinal número oito içado ontem às 22:30h, o território preparou-se para mais um tufão, que deve passar a uma distância de 100 a 200 quilómetros do território. As autoridades alertaram para o perigo de inundações As autoridades alertaram ontem para o perigo de inundações com o nível de água superior a um metro em várias zonas do território devido à passagem do tufão Ma-on. O aviso foi deixado ontem, numa conferência de imprensa, quando se esperava que o tufão pudesse passar a cerca de 100 quilómetros do território. “O Ma-on vai passar no ponto mais próximo de Macau no início da manhã de amanhã [hoje]. Por volta das 7h também se espera que se registe maré alta. Como estes fenómenos podem correr à mesma altura, espera-se uma inundação que pode chegar a 1,5 metros”, afirmou Frankie Tam, chefe substituto da Divisão de Meteorologia dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, citado pela Rádio Macau. “O ciclone tropical Ma-on é grande, está localizado a 490 quilómetros para o sudeste de Macau e o raio, o chamado campo de vento forte, é de cerca de 200 a 250 quilómetros”, acrescentou. Desde das 11h de ontem que o aviso amarelo de storm surge foi emitido. À hora de fecho do HM, o sinal já tinha sido alterado para laranja, devido à influência da maré astronómica, sendo relativamente baixa a possibilidade de passar a vermelho. As cheias com maior impacto eram esperadas para o período entre as 4h e o meio-dia de hoje. Mais fraco do que Hato Apesar dos avisos à população, os responsáveis dos SMG afastaram o cenário de o Ma-on ter um impacto tão forte como o que foi sentido durante a passagem dos tufões Hato, o mais mortal dos últimos anos, e do Mangkhut, ambos classificados como super-tufões. “Este é um ciclone tropical severo. O Mangkhut e o Hato eram super-tufões. Este ainda é relativamente fraco. A intensidade é totalmente diferente. Por agora, segundo as nossas previsões, a força do Ma-on não vai atingir os níveis do Hato ou Mangkhut”, sublinhou Frankie Tam. Se, por um lado, os SMG destacaram as diferenças com os tufões de 2017 e 2018, por outro, não deixaram de antecipar um aumento da velocidade dos ventos, considerado “significativo”, que pode atingir o nível 7–9 da escala Beaufort. “Vão sentir-se ventos fortes, aguaceiros, que podem ser frequentes e ocasionalmente acompanhados de trovoadas” era antecipado. Com o sinal 8 içado na noite de ontem, os SMG não afastavam a possibilidade de lançarem o sinal n.º 9 durante o dia de hoje, contudo, a probabilidade era categorizada como “baixa”.