Imobiliário | Vendas de casas atingem valor mais elevado do ano

Com preços mais baratos em Abril, aumentaram as vendas de casas em Macau. Todavia, tanto as transacções de habitações como os preços estão muito longe do período pré-pandemia

 

Em Abril as transacções de habitação atingiram o valor mais elevado desde o início do ano, com um total de 283 casas vendidas. Os valores ficam acima do registo no período homólogo, com um aumento de 14 transacções. Os dados mais recentes foram divulgados pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF).

Em Abril de 2024, o número de compras e vendas de habitações declaradas tinha sido de 269, o que significa um crescimento de 5,2 por cento nas vendas de habitação no espaço de um ano. Quando a comparação é feita entre Abril e Março deste ano, o aumento foi mais significativo, na ordem dos 19,9 por cento. Em Março tinham sido declaradas 236 transacções de imobiliário destinado a habitação.

Em Abril deste ano o maior número de transacções foi registado na Península de Macau, onde os preços são mais baixos, com 219 transacções. Na Taipa foram registadas 52 transacções, enquanto em Coloane houve 12 vendas. Em Abril do ano passado tinham sido declaradas 199 transacções só na Península de Macau, enquanto na Taipa tinham sido registadas 56 e 14 em Coloane.

O mercado continua a registar um número de vendas de casas muito abaixo do que acontecia em 2019, antes da pandemia e dos casos judiciais que visaram as grandes empresas promotoras do jogo. Em Abril de 2019 foram declaradas 787 transacções de habitação, o que significa que actualmente o mercado da compra e venda de habitação tem uma dimensão pouco superior a um terço.

Preços a caírem

Apesar da procura de habitação estar a crescer, o mesmo não se pode dizer em relação aos preços, que apresentaram uma diminuição.

De acordo com os dados mais recentes da DSF, em Abril deste ano o preço médio do metro quadrado foi de 75.183 patacas. No período homólogo, o preço médio era de 87.041 patacas por metro quadrado, o que significa uma diferença de 11.858 patacas, ou menos 13,6 por cento. Todavia, em comparação com Março deste ano, os preços mostram uma recuperação, com um aumento de 1.142 patacas, o que significa um ligeiro crescimento de 1,5 por cento.

A realidade mais recente do mercado está muito longe de Abril de 2019, quando o preço médio do metro quadrado era de 107.430 patacas. Esta é uma diferença de 30,0 por cento, face a esse período, ou de 32.247 patacas. Em relação a Abril deste ano, o preço mais elevado foi registado em Coloane, onde o metro quadrado foi transaccionado por 88.108 patacas. Na Taipa o preço foi de 82.627 patacas por metro quadrado, enquanto na Península de Macau foi de 71.882 patacas por metro quadrado.

21 Mai 2025

Emprego | Especialista aconselha jovens a aceitar o que encontram

Um especialista em recursos humanos considera que os jovens licenciados devem baixar as expectativas e aceitar os empregos que encontrarem. Face ao actual mercado de trabalho, a prioridade deve ser garantir um salário e pensar em oportunidades de carreira mais tarde

 

Um responsável de uma empresa de recursos humanos, que não quis ser identificado, defendeu ao jornal Ou Mun que o mercado laboral de Macau não está numa fase acessível para residentes e que os jovens licenciados devem aceitar o primeiro trabalho que encontrem, ainda que seja pouco qualificado ou nada tenha a ver com a sua formação de origem.

O responsável disse que existem poucas vagas de emprego no mercado e que a base salarial inicial é baixa, pelo que dificilmente os recém-licenciados locais irão encontrar um emprego à sua medida.

O responsável disse que, por norma, os licenciados procuram um emprego com um salário base de 11 a 12 mil patacas, mas nesta fase o mercado “não é favorável aos residentes”, pois o sector hoteleiro, por exemplo, disponibiliza poucas vagas e os trabalhadores não-residentes (TNR) ocupam a maioria dos cargos porque recebem salários mais baixos.

Desta forma, “as possibilidades de contratação são raras para quem tem uma licenciatura em gestão hoteleira”, disse a mesma fonte.

O especialista exemplificou o panorama laboral também com uma empresa que organiza eventos, no sector de convenções e exposições, onde o salário inicial é de apenas sete mil patacas, o que faz com que “só os TNR tenham vontade de assumir a vaga”.

“Os candidatos a emprego sem experiência laboral preferem trabalhar em escritórios, mas estes empregos são agora ocupados por TNR, sobretudo em centros de explicações e empresas de construção, pelo que os residentes têm poucas possibilidades de serem recrutados”.

Cortes precisam-se

O especialista aponta para uma solução frequentemente repetida: a diminuição de não-residentes. “Se o número de TNR não for cortado de forma significativa, a dificuldade de procura de emprego por parte dos residentes vai continuar. Os salários iniciais são mais baixos e os recém-licenciados têm de estar psicologicamente preparados para isso”, aponta.

Assim, o responsável sugere que os jovens “procurem um trabalho que não corresponda necessariamente à área de licenciatura e não tenham esperanças em ter um salário alto, aproveitando a vaga ao invés de procurar o emprego ideal”.

Para aqueles que desejem mudar de emprego, o responsável aconselha a observação do mercado, pois “o salário do potencial novo emprego pode não ser o ideal, mas nesta fase o ambiente de negócios não é muito bom”, concluiu.

Questionado pelo Ou Mun sobre o panorama laboral no segundo semestre deste ano, o representante da empresa de recursos humanos disse que tudo vai depender do posicionamento do sector a retalho, pois há marcas que estão a planear uma expansão em Macau e, aí, podem surgir mais vagas, podendo ser uma possibilidade de emprego para recém-licenciados.

Porém, o mesmo responsável salientou que o ambiente económico ainda está fraco, mas que pode melhorar no segundo semestre deste ano, estimando que a taxa de desemprego pode diminuir 0,1 por cento.

21 Mai 2025

Conselho Executivo pede revisão urgente da lei para proibir “space oil”

O Conselho Executivo espera que a proibição da droga “space oil” seja aprovada com um carácter de urgência pela Assembleia Legislativa. A informação foi divulgada num comunicado, depois da proposta do Executivo ter sido discutida ontem pelo órgão consultivo, seguindo agora para o hemiciclo.

De acordo com o Conselho Executivo, as alterações legislativas que vão proibir o etomidato, ou óleo do espaço, e outras 19 substâncias, visam seguir as recomendações de 2024 da Comissão das Nações Unidas para os Estupefacientes sobre as substâncias sujeitas a controlo internacional. “Duas destas substâncias são estupefacientes e substâncias psicotrópicas, e as restantes 18 substâncias são precursores que podem ser utilizados para a produção de droga”, foi explicado.

A proibição é concretizada através da actualização da lei da produção, do tráfico e do consumo ilícitos de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, em vigor desde 2009, com a introdução das substâncias proibidas nas tabelas deste diploma legal.

Contexto regional

Todavia, a proposta do Governo da RAEM vai além das proibições da Comissão das Nações Unidas para os Estupefacientes, o que foi explicado com o contexto regional da RAEM. “Tendo em conta o surgimento nos últimos anos de quatro novas substâncias: o Etomidate, o Metomidate, o Propoxate e o Isopropoxate nas regiões vizinhas e o consequente aumento, considerável, do risco de abuso daquelas substâncias em Macau, a proposta de lei sugere o seu controlo legislativo”, foi revelado.

O etomidato é um anestésico geral, destinado ao uso hospitalar, com a circulação no mercado proibida. As autoridades indicam que em Macau foram detectados quatro casos de consumo etomidato. Em relação às outras substâncias não foram registados quaisquer casos, o que não impede que se avance actualmente com a proibição.

“O Governo da RAEM presta grande atenção ao surgimento de novas drogas e, conforme as necessidades, tem vindo a actualizar oportunamente […] a fim de evitar que as novas drogas causem ameaças à segurança da saúde pública e para melhor prevenir e combater os crimes relacionados com a droga em sintonia com as regiões vizinhas e até com a comunidade internacional”, foi explicado.

21 Mai 2025

Vales de saúde | Aprovado aumento do valor para 700 patacas

Com o aumento de 100 patacas do apoio para aceder à saúde privada, o Governo prevê gastar 519,7 milhões de patacas do orçamento da RAEM

 

O Conselho Executivo deu ontem parecer positivo ao aumento dos vales de saúde para 700 patacas, o que significa um crescimento de 100 patacas face ao valor actual de 600 patacas. A posição foi comunicada através de um comunicado do órgão consultivo, e os novos vales poder ser utilizados no início do próximo mês.

“Em resposta às solicitações apresentadas pela sociedade, no corrente ano, o montante da comparticipação dos vales de saúde electrónicos atribuído para cada beneficiário é elevado para 700 patacas e o prazo de utilização é de dois anos, ou seja, de 1 de Junho de 2025 a 31 de Maio de 2027”, foi comunicado.

Tendo em conta o aumento de 100 patacas e o número de beneficiárias do programa prevê-se um gasto do orçamento da RAEM de 519,7 milhões de patacas com este apoio social. Os vales de saúde destinam-se aos residentes permanentes com documento de identificação válido emitido antes de 31 de Maio do próximo ano, o que significa que o programa vai abranger alguns residentes que ainda não são permanentes.

Para utilizar os vales de desconto, a apresentação nas clínicas pode ser feita depois da impressão dos vales ou através da aplicação Conta Única de Macau.

Os vales de saúde apenas podem ser utilizados em serviços prestados por profissionais de saúde que tenham aderido ao programa, não sendo aplicáveis aos profissionais de saúde que já são subsidiados pelo Governo. Os espaços aderentes são obrigados a apresentarem o dístico de participação no programa.

À semelhança da versão anterior do apoio, os novos vales vão poder ser utilizados na Ilha da Montanha, na Zona de Cooperação Aprofundada entre Macau e Guangdong. A manutenção desta aposta foi justificada com a vontade de “acelerar a construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin e elevar, ainda mais, o nível de desenvolvimento integrado entre Macau e Hengqin”.

Fiscalização à distância

Em relação à utilização dos vales de Macau na Zona de Cooperação, esta tem de ser feita nas clínicas que aderiram ao programa e “cumpram as normas estipuladas no Interior”, além da obrigação de serem constituídas ou detidas por residentes de Macau.

Em relação à utilização dos vales de saúde no Interior da China, apenas é possível recorrer à Conta Única de Macau, não valendo a apresentação em formato físico.

No comunicado de ontem do Conselho Executivo consta ainda uma mensagem em nome dos Serviços de Saúde a prometer fiscalização permanente deste apoio social. “Para reforçar a fiscalização e reduzir as infracções, os Serviços de Saúde irão adoptar meios electrónicos para monitorizar de forma contínua a situação de utilização de vales de saúde, tratando as irregularidades com a seriedade devida e apurando a responsabilidade dos infractores, com vista a erradicar com firmeza as irregularidades”, foi indicado.

21 Mai 2025

Eleições | CAEAL recorda que apelo ao voto em branco é crime

O presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa recordou que o apelo ao voto em branco pode violar o “princípio de uma eleição democrática” e resultar em responsabilização criminal

 

O presidente da comissão eleitoral para a Assembleia Legislativa (AL) afirmou ontem que quem apelar ao voto em branco ou nulo “viola o princípio de uma eleição democrática” e comete um crime.

“Uma pessoa não deve incitar outras pessoas a votarem em branco ou nulo. Estará a violar o princípio de uma eleição democrática”, notou Seng Ioi Man, em conferência de imprensa após uma reunião da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL). De acordo com a lei vigente, continuou o magistrado, “pedir a alguém para votar em branco ou nulo é um crime”.

A lei eleitoral para a AL, em vigor desde Abril de 2024, estabelece que “quem, publicamente, incitar os eleitores a não votar, votar em branco ou nulo, é punido com pena de prisão até três anos”. As eleições legislativas realizam-se a 14 de Setembro deste ano e vão ser as primeiras depois de a exclusão, em 2021, de cinco listas e 21 candidatos por “não defenderem a Lei Básica” de Macau, e não serem “fiéis à RAEM”.

Pedidos a fazer

De acordo com o calendário das legislativas, referiu ainda o presidente da CAEAL, os interessados devem, até 6 de Junho, preencher o pedido de reconhecimento da constituição de comissão de candidatura e devolvê-lo à comissão para “efeitos de apreciação da existência legal”.

“Não recebemos ainda qualquer pedido e, até à data de entrega, restam ainda três semanas. Apelamos aos interessados (…) que se já angariaram 300 candidaturas, apresentem o mais cedo possível apresentar o pedido”, disse.

“Sobre a apreciação da lista de candidatura, os candidatos devem defender a Lei Básica e ser fiéis à RAEM e, de acordo também com a lei eleitoral, cabe à Comissão de Defesa de Segurança do Estado [CDSE] tomar a decisão”, referiu Seng Ioi Man.

Seng disse ainda que “para quem não reúne as condições” a CDSE “irá emitir um parecer vinculativo, após o qual a comissão eleitoral “vai tomar a decisão”. “Perante este parecer vinculativo não cabe lugar a reclamação ou recurso”, frisou, notando que, em 15 de Julho, vai ser publicada a decisão sobre as listas candidatas.

21 Mai 2025

Imobiliário | Centaline prevê continuação de queda de preços

Nos primeiros três meses deste ano, o preço das fracções para habitação caiu 5,5 por cento face ao último trimestre de 2024. O director da agência imobiliária Centaline prevê a continuação da queda, estimando uma depreciação de 10 por cento, e pede novas medidas de apoio ao sector

 

O mercado imobiliário continua a sofrer, com vendas a níveis que não se comparam com o período antes da pandemia e os preços a caírem. E, segundo o director da agência imobiliária Centaline, Roy Ho, o sector ainda não bateu no fundo.

Segundo os dados oficiais divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, no primeiro trimestre de 2025 o preço das fracções autónomas para habitação desceu 5,5 por cento face aos últimos três meses do ano passado. A queda foi mais acentuada em termos anuais, com as casas a desvalorizarem 15,5 por cento.

Roy Ho espera que o mercado continue a cair no futuro próximo, estimando uma descida de cerca de 10 por cento. Em declarações ao jornal Exmoo, o empresário revelou preocupações com a tendência negativa da evolução do mercado imobiliário. “Não existem, actualmente, factores que sustentem a recuperação do sector, ou a subida dos preços. As transacções que se fazem nesta altura resultam, basicamente, dos preços mais baratos”, lamentou.

Seguindo esta inclinação, Roy Ho prevê que no próximo trimestre, entre Maio e Julho, cheguem ao mercado ofertas de desconto para habitações novas, factor que pode ser determinante para o preço das fracções ser “mais leve” durante esse período.

Importa referir que nos dois primeiros períodos deste ano, o mercado de compra de habitação foi dominado pela venda de fracções em edifícios novos. O director da agência salientou que a variação de preços pode oscilar bastante, dependendo da variação de vendas de apartamentos novos ou em segunda mão, que são, naturalmente, mais baratos.

Resposta do mercado

O responsável argumenta ainda que se o preço das habitações a estrear sofrer um corte, os dados estatísticos irão reflectir uma diminuição de vendas de fracções usadas. Face a este cenário, e apesar de não prever quebras de preços na ordem de 30 a 50 por cento, caso as habitações novas apresentem preços mais competitivos, Roy Ho considera que as maiores desvalorizações se devem verificar em imóveis localizados em prédios mais degradados.

O empresário aponta também para a possibilidade de compradores, que possam oferecer um valor de entrada maior, estarem em condições favoráveis para negociar preços mais competitivos com proprietários que precisem de verbas urgentemente.

Em relação às políticas para impulsionar o sector, Roy Ho entende que o Governo de Macau deve ir além das isenções fiscais e lançar um subsídio para a troca de casa, à semelhança do que foi feito por várias províncias de cidade chinesas e Hong Kong.

20 Mai 2025

Estacionamento | Pagamentos por meia hora alargados

A medida tinha sido aplicada pela primeira vez em Abril, de forma experimental, no Parque Público do Edifício Mong Son, mas vai agora abranger os parques de Qingmao, Hospital Macau Union, Edifício de Especialidade de Saúde Pública e Residência para Idosos

 

A partir de 28 de Março, o pagamento do estacionamento por períodos de meia hora vai ser estendido aos parques públicos do Posto Fronteiriço Qingmao, do Hospital Macau Union, do Edifício de Especialidade de Saúde Pública e da Residência para Idosos da Avenida do Nordeste. O anúncio foi realizado ontem através de um comunicado da Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego (DSAT).

Este é um modelo de pagamento que foi defendido durante anos por vários deputados e que começou a ser aplicado, de forma experimental, a 1 de Abril no Parque de Estacionamento Público do Edifício Mong Son. Segundo este modelo, os utilizadores apenas precisam de pagar meia hora de estacionamento, nos casos em que nem desse tempo de estacionamento necessitam. É uma forma de pagamento que contrasta com a de outros estacionamentos, onde é necessário pagar por pelo menos uma hora, independentemente do tempo de estacionamento ser muito inferior.

“Após uma avaliação abrangente da utilização actual dos parques de estacionamento público em Macau e dos hábitos de estacionamento dos condutores, a partir do dia 28 de Maio, quatro parques de estacionamento público em Macau passarão a adoptar o sistema de cobrança por meia hora”, foi justificado no comunicado da DSAT. “Esta Direcção de Serviços espera que esta medida permita uma utilização mais eficiente dos recursos de estacionamento nos parques de estacionamento público e acelere a rotatividade das vagas, continuando a monitorizar o funcionamento destes parques de estacionamento e a avaliar as opiniões da sociedade sobre o modelo de tarifação”, foi acrescentado.

Em Qingmao, a meia hora durante o dia vai custar 5 patacas, e desce para 4 patacas no período da noite. Nos restantes estacionamentos, a meia hora custa 4 patacas durante o período do dia, baixando para 2 patacas durante o período da noite. A DSAT admite ainda “no momento oportuno” estender este modelo de pagamento a mais estacionamentos públicos.

Redução de preços

Além do período de estacionamento de meia hora, os preços de estacionamento para motociclos e ciclomotores vão ser reduzidos para metade “com o objectivo de incentivar os motociclistas a utilizarem os parques de estacionamento público”. As alterações abrangem os parques públicos do Hospital Macau Union, do Edifício de Especialidade de Saúde Pública e da Residência para Idosos da Avenida do Nordeste.

Com estas alterações, os preços, após a redução, vão passar para 1 pataca por cada meia hora, durante o período do dia, e descem para 50 avos, por cada meia hora, durante o período da noite.

20 Mai 2025

Previdência central | Confirmada atribuição de 7 mil patacas

O Chefe do Executivo confirmou ontem a distribuição de 7.000 patacas este ano a título de repartição extraordinária de saldos orçamentais do regime de previdência central não obrigatório. A garantia tomou a forma de um despacho assinado por Sam Hou Fai, publicado ontem no Boletim Oficial

 

“É atribuída no ano de 2025 uma verba de 7.000 patacas, a título de repartição extraordinária de saldos orçamentais, ao titular da conta individual do regime de previdência central não obrigatório que preencha os requisitos legais.” Foi desta forma que o Chefe do Executivo oficializou ontem a distribuição do apoio, através de um despacho publicado no Boletim Oficial, algo que já havia anunciado durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa para este ano. O despacho entrou ontem em vigor.

Recorde-se que o Governo liderado por Ho Iat Seng suspendeu a atribuição do apoio, destinado a residentes idosos, durante três anos marcados pela crise nascida da pandemia da covid-19. Na altura, o Executivo justificou a medida com a falta de saldos financeiros devido à descida das receitas fiscais, enquanto a economia do território esteve paralisada pelas medidas de combate à pandemia.

Como e quando

A repartição extraordinária de saldos orçamentais foi iniciada para adicionar um apoio à rede de assistência social de residentes idosos e ao regime de segurança social. Os destinatários das 7.000 patacas são residentes permanentes com mais de 65 anos de idade que cumpram os requisitos para atribuição do apoio e que estejam inscritos nas listas para receber a verba.

No ano passado, as verbas começaram a ser distribuídas aos primeiros beneficiários no dia 25 de Setembro. O primeiro grupo que recebeu as 7.000 patacas no ano passado era composto por mais de 82 mil pessoas. Porém, no total, de acordo com dados do Fundo de Segurança Social, o universo de beneficiários do apoio foi de quase 390 mil pessoas.

Recorde-se que a RAEM fechou o terceiro trimestre deste ano com um excedente de contas públicas maior do que a previsão do Governo para todo o ano de 2025, de acordo o anúncio da Direcção dos Serviços de Finanças do final de Abril. Nos primeiros três meses, o excedente atingiu 9,25 mil milhões de patacas, mais 11,8 por cento do que no mesmo período de 2024.

20 Mai 2025

Macau | Aliança Democrática bate socialistas em noite de vitória nacional

A AD venceu as eleições presenciais em Macau, com 43,5 por cento dos votos, e vai manter-se como a principal força política na Assembleia da República. Seguiu-se o PS, com 28,5 por cento dos votos e o Chega, que somou 10,4 por cento

 

A Aliança Democrática (AD) venceu o voto presencial no Consulado de Portugal em Macau, no âmbito das eleições Legislativa de 2025, para escolher a nova constituição da Assembleia da República de Portugal. Com 133 dos 233 inscritos no consulado a votarem presencialmente, a eleição teve uma taxa de participação de 57,1 por cento, o que resultou numa taxa de abstenção de 42,9 por cento.

A lista liderada pelo Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, reuniu um total de 58 votos, entre os 133 votantes, o que representou uma proporção de 43,5 por cento dos votantes.

No segundo lugar ficou o Partido Socialista (PS) com 38 votos, o que significou uma proporção de 28,5 por cento, seguido pelo Chega (CH), com 14 votos, uma proporção de 10,4 por cento.

No quarto lugar, com seis votos, ficou a lista do Livre (L), de Rui Tavares, com uma proporção de 4,5 por cento dos votos, seguida pelas listas da Iniciativa Liberal (IL) e Coligação Democrática Unitária (CDU), cada uma com cinco votos, equivalentes a proporções de 3,8 por cento para cada lista.

Entre as forças que também reuniram votos constam o Bloco de Esquerda (BE), com dois votos (1,5 por cento), e o Reagir Incluir Reciclar (RIR), com um voto (0,8 por cento). Além dos votos nos partidos houve ainda quatro votos em branco, uma proporção de 3 por cento. Os votos presenciais têm ainda de ser somados com os restantes votos da emigração do círculo fora da Europa, e vão resultar na eleição de dois deputados.

Dentro de portas

A nível nacional, e numa altura em que faltam apurar os resultados dos círculos da emigração, a AD foi a vencedora da noite eleitoral, ao eleger 89 deputados e obter uma proporção de 32,7 por cento dos votos.

O segundo lugar foi ocupado pelo PS, com 58 deputados eleitos, uma proporção de 23,4 por cento dos votos, em igualdade com o Chega, que elegeu o mesmo número de deputados, mas com uma proporção de votos mais baixa (22,6 por cento).

No quarto lugar ficou a Iniciativa Liberal, com nove deputados eleitos (5,5 por cento dos votos), seguida pelo Livre, com seis deputados (4,2 por cento dos votos) e a CDU, que conseguiu três mandatos (3,0 por cento). Além destes grupos parlamentares, elegeram ainda um deputado as listas do Bloco de Esquerda (2,0 por cento), Pessoas-Animais Natureza (1,4 por cento) e Juntos Pelo Povo (0,3 por cento).

Emigrantes vão decidir

O apuramento dos resultados nacionais faz com que os votos da emigração possam ser decisivos para determinar a segunda maior força política na Assembleia da República.

Nas Legislativas do ano passado, a AD venceu os votos da emigração Fora da Europa, onde são contabilizados os votos de Macau, ao eleger um deputado. O segundo lugar neste círculo foi ocupado pelo CH, que elegeu o outro deputado. No círculo dentro da Europa, o CH foi o partido mais votado, tendo o PS elegido o outro deputado. Se estes resultados se repetiram, o CH ultrapassa o PS como a segunda força mais representada no parlamento. No entanto, estes resultados só deverão ser conhecidos dentro de aproximadamente 10 dias, uma vez que é necessário contar os votos por correspondência.

Tabela Resultados

2024

Lista Votos Percentagem

1 Aliança Democrática 59 41,8%

2 Partido Socialista 43 30,5%

3 Chega 14 9,9%

4 Bloco de Esquerda 7 5%

5 Iniciativa Liberal 7 5%

6 Livre 4 2,8%

7 CDU 3 2,1%

8 Alternativa Democrática Nacional 2 1,4%

Votos em Branco 1 0,75%

Votos Nulos 1 0,75%

Número de recenseados  213

Número de votantes 141

Taxa de abstenção 33,8%

2025

Lista Votos Percentagem

1 Aliança Democrática 58 43,5%

2 Partido Socialista 38 28,5%

3 Chega 14 10,4%

4 Livre 6 4,5%

5 Iniciativa Liberal 5 3,8%

6 CDU 5 3,8%

7 Bloco de Esquerda 2 1,5%

8 Reagir Incluir Reciclar 1 0,8%

Votos em Branco 4 3,0%

Votos Nulos 0 0,0%

Número de recenseados  233

Número de votantes 133

Taxa de abstenção 42,9%

20 Mai 2025

Saúde mental | Ron Lam pede fim da “política de avestruz”

Ron Lam acusa o Governo de seguir uma “política de avestruz” e de pouco ou nada fazer para travar a tendência crescente de suicídios dos últimos anos. O deputado defendeu ontem na Assembleia Legislativa mais transparência na divulgação de dados e medidas de prevenção na área da saúde mental

 

No período de intervenções antes da ordem do dia da sessão plenária de ontem da Assembleia Legislativa (AL), Ron Lam acusou o Governo de seguir uma “política de avestruz” em relação à saúde mental, fazendo referência a um tipo de política que esconde os verdadeiros problemas. “Solicito ao Governo que abandone a actual política de avestruz e crie, proactivamente, mecanismos específicos e objectivos, para divulgar à comunicação social as informações essenciais sobre os casos de suicídio”, defendeu o deputado.

Na mesma interpelação, o deputado sugeriu que o Executivo “continue a fornecer dados brutos em publicações e estudos estatísticos, para que a sociedade e os sectores em causa tomem conhecimento e prestem atenção à saúde mental e ao suicídio”, defendendo ser necessário “definir objectivos claros para reduzir o número de suicídios”.

No tocante à resposta governamental, o deputado apontou que “os serviços responsáveis pela sua execução, através da colaboração interdepartamental e do reforço do investimento, devem assegurar que as pessoas tenham acesso a apoio suficiente, por forma a travar, efectivamente, o agravamento do suicídio”.

O deputado não deixou de fazer críticas concretas à actual actuação, defendendo que “as informações divulgadas actualmente pelo Governo são limitadas”. “Por exemplo, os números das mortes por suicídio divulgados pelos Serviços de Saúde (SS) são trimestrais e através de notas de imprensa, com dados classificados segundo o sexo, residência de Macau e idades. Como esses dados não são completos, não é possível efectuar uma análise e comparação, e a sociedade também não consegue discutir mais aprofundada e racionalmente este tema”, frisou.

As críticas vão também para a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), pois “nunca responde às questões relacionadas com o suicídio de um aluno, ou seja, simplesmente não as divulga”. Além disso, “segundo algumas pessoas da área da psicologia, nos anteriores relatórios dos SS sobre o ‘Inquérito sobre o Comportamento da Saúde dos Alunos do Ensino Secundário de Macau’, foram incluídos os dados relativos a actos de automutilação dos alunos do ensino secundário, mas no recente relatório esses dados foram eliminados”, indicou o legislador.

A culpa é da economia

Durante o debate dedicado à votação, na especialidade, da alteração ao quadro geral dos docentes de escolas privadas, Ron Lam apresentou os mais recentes dados estatísticos que demonstram a tendência crescente de mortes por suicídio nos últimos anos, destacando que “segundo algumas vozes, se a economia e a sociedade continuarem numa sociedade adversa, é provável que o problema do suicídio passe a ser mais grave”.

Na interpelação oral, são citados dados já avançados por Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, quanto à ocorrência de 91 mortes por suicídio no ano passado, “com a taxa a atingir 13,6 por cada 100 mil pessoas, um valor significativamente superior à média internacional de cerca de 9 a 10 pessoas”. Ainda segundo o deputado, “a taxa de suicídio em Macau aumentou 44 por cento no espaço de 10 anos, em comparação com os 9,4 casos registados em 2015”, sendo que “a situação dos jovens também merece atenção”.

Em 2024, “registaram-se 4 casos de suicídio entre os 5 e os 14 anos, mais do que um caso pela primeira vez nos últimos 10 anos, e 9 casos entre os 15 e os 24 anos, sendo este o maior número verificado nos últimos 10 anos”. “Isto demonstra que é premente dar atenção e lidar com o problema do suicídio em Macau”, rematou.

20 Mai 2025

Suicídio | Mortes no primeiro trimestre desceram para 18 casos

Apesar da descida das mortes por suicídio nos primeiros três meses do ano, os vários casos registados nos últimos dias levaram o Governo a procurar reforçar a prevenção na comunidade. Na sexta-feira, as autoridades reuniram com associações e instituições comunitárias para descentralizar o apoio a grupos vulneráveis

 

Depois de no ano passado o registo de mortes por suicídio ter batidos recordes, as estatísticas relativas aos primeiros três meses de 2025 trouxeram algum alívio. No primeiro trimestre deste ano, 18 pessoas tomaram a sua própria vida, menos quatro em termos homólogos, representando uma descida de 18,2 por cento. De acordo com os dados oficiais, também as tentativas de suicídio caíram de 99 para 84 no período em análise, um decréscimo de 15,1 por cento.

Entre as pessoas que se suicidaram, 13 eram homens e cinco mulheres, com idades compreendidas entre os 29 e 72 anos. Das 18 mortes registadas nos primeiros três meses do ano, 16 eram residentes de Macau.

Porém, “foram registados bastantes casos de suicídios nos últimos dias”, salientou na sexta-feira o presidente do Instituto de Acção Social (IAS), Hon Wai, num seminário para trocar impressões com as associações e instituições relacionadas relativas à promoção da saúde mental e à prevenção do suicídio. “O Governo acha que existe a necessidade e a urgência de se associar às forças da comunidade para enfrentar o problema”, acrescentou Hon Wai, citado pelo Canal Macau da TDM.

Manter o alerta

O presidente do IAS revelou que o Executivo está preocupado com a situação e que a aposta passa por reforçar a prevenção comunitária para identificar e acompanhar grupos mais vulneráveis.

A posição foi adoptada no seminário dedicado a promover o conceito de “guardião da vida” e a apoiar “cuidadores de pessoas”. O objectivo do evento foi “promover a mensagem de que todos somos ‘guardiões da vida’ e incentivar a população a estar atenta à própria saúde mental e dos seus familiares e amigos, bem como recorrer aos serviços de apoio do governo e privados quando necessário”.

Segundos as autoridades, as principais causas do suicídio continuam a ser problemas emocionais, financeiros ou relacionados com o jogo e doenças mentais. Em termos de acompanhamento da situação, o presidente do IAS garantiu que “o Governo, além de continuar a intensificar a cooperação multi-departamental, vai também tentar descentralizar recursos para a comunidade e promover a participação de mais instituições de serviços sociais”.

Hon Wai voltou a alertar para a contenção na partilha de informações demasiado detalhadas por casos particulares de suicídio, “porque a disseminação das notícias pode ter impacto em algumas pessoas, até porque é sabido que são actos que podem ser imitados”.

Quem se sentir emocionalmente angustiado ou estiver numa situação de desespero deve ligar para a Linha Aberta “Esperança de vida da Caritas” através do telefone 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional.

19 Mai 2025

Turismo | Visitantes gastaram menos no primeiro trimestre

São mais, mas gastam cada vez menos. Entre Janeiro e Março, o consumo médio de cada visitante teve uma quebra de 13,2 por cento, valor que exclui os gastos nos casinos

 

O consumo médio de cada visitante, excluindo os gastos nos casinos, caiu 13,2 por cento no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2024, foi anunciado na sexta-feira.

Segundo a Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), a despesa per capita dos turistas não relacionada com o jogo foi de 1.989 patacas entre Janeiro e Março. Os dados oficiais mostram que a principal razão para a descida foi um aumento do peso dos visitantes que chegaram em excursões organizadas e passaram menos de um dia em Macau.

Nos primeiros três meses do ano, estes excursionistas representaram cerca de 59 por cento de todos os turistas que entraram na cidade, em comparação com menos de 54 por cento no mesmo período de 2024. Enquanto este tipo de visitante gastou per capita apenas 729 patacas, menos 10,8 por cento do que entre Janeiro e Março do ano passado, a despesa dos turistas que dormiram pelo menos uma noite em Macau atingiu 3.807 patacas, menos 5,4 por cento.

Ainda assim, a diminuição da despesa total dos visitantes não relacionada com o jogo foi menor, 3,6 por cento, para 19,6 mil milhões de patacas, porque o aumento do número de turistas “atenuou parte do decréscimo”, disse a DSEC.

Mais entradas

Macau recebeu entre Janeiro e Março 9,86 milhões de visitantes, mais 11,1 por cento do que no mesmo período de 2024 e o segundo valor mais elevado de sempre para um arranque de ano. “Temos cada vez mais turistas, mas o nível de consumo está a baixar”, alertou, na terça-feira, o líder do Governo de Macau, Sam Hou Fai.

O Chefe do Executivo apontou para “uma mudança no modelo de consumo, a forma de visita”, uma vez que “os jovens visitantes têm a sua própria maneira de fazer turismo, a experiência vai ser diferente”. Também a DSEC já tinha, em 2 de Maio, apontado a “alteração do padrão de consumo dos visitantes” como uma das principais razões para a queda de 1,3 por cento da economia de Macau entre Janeiro e Março.

Foi a primeira vez que o Produto Interno Bruto do território encolheu, em termos homólogos, desde o final de 2022, quando a região começou a levantar as restrições devido à pandemia de covid-19. O benefício económico dos serviços turísticos – o sector que domina a economia de Macau – caiu 3,8 por cento no primeiro trimestre do ano.

Em meados de Abril, Sam Hou Fai lembrou que “as poupanças aumentaram” no Interior – de longe a principal fonte de turistas para Macau – apesar de o país estar em deflação há três meses consecutivos. O líder do Governo defendeu que estes dados mostram que a população chinesa tem também “um sentimento de risco”, que já vinha antes de os Estados Unidos iniciarem uma guerra comercial com a China.

Sam Hou Fai admitiu que as tarifas poderão levar os visitantes a gastarem menos, sobretudo em caso de desvalorização do renminbi.

19 Mai 2025

Ilha Ecológica | Ron Lam defende suspensão do projecto

O deputado considera que com vários terrenos disponíveis e a necessidade de proteger o ambiente marítimo, não se justifica avançar para o mega aterro-lixeira

 

Ron Lam sugere ao Governo que suspenda o projecto de construção da Ilha Ecológica, uma ilha para servir de lixeira, que está planeada para a zona marítima a sul de Coloane, perto da Praia de Hac Sá. Segundo o deputado, o projecto deve ser suspenso, devido à necessidade de o país de proteger o ambiente marítimo e a paisagem de Coloane.

Ouvido pelo jornal do Cidadão, o também vice-presidente da Associação de Sinergia de Macau duvida que o projecto ainda seja necessário, principalmente depois da visita do director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, Xia Baolong. Ron Lam explicou que durante esta deslocação de seis dias, o dirigente do Interior destacou que a zona marítima do Rio das Pérolas não pode ser mais danificada.

O deputado de Macau recordou igualmente as palavras do Presidente Xi Jinping, que quando visitou o território, em 2009, na condição de vice-presidente, destacou a necessidade de proteger Coloane, considerado como o pulmão de Macau.

Tendo em conta estes dois momentos, Ron Lam considera que toda a gente sabe que o país deve proteger as zonas marítimas, e que o Governo local deve seguir esse caminho, dado que tem vários terrenos actualmente disponíveis e que nada justifica a construção da Ilha Ecológica. Ao mesmo tempo, o legislador admitiu recear que com a Ilha Ecológica se crie um precedente que vai levar a que todo o território passe a estar rodeado por aterros.

Sem confiança

Por outro lado, o deputado apontou que os residentes não têm confiança nos aterros do Governo nem são favoráveis à ideia, porque existe um historial de casos de desperdício de terrenos desocupados.

Ron Lam apontou que muitos residentes não sabiam da intenção de aterrar a Zona C dos Novos Aterros Urbanos, e que após a conclusão do projecto se mostraram contra. Antes de lançar este projecto, o Governo lançou várias sessões de consulta e de apresentação dos futuros aterros.

Para resolver o problema do lixo, Ron Lam considera que é mais apropriado é reduzir os resíduos na fonte. Além disso, o membro da Assembleia Legislativa indicou como outro caminho possível uma maior cooperação regional. O legislador considera igualmente que a reclamação da Zona D do Novos Aterros Urbanos, que deverá estar concluída em 2029, pode também absorver uma parte de resíduos criados.

Além destes argumentos, destacou que como o Governo Central atribuiu a Macau a jurisdição sobre 85 quilómetros quadrados de área marítima, o objectivo ao gerir esta zona deve passar por preservar o mar, em vez de aterrar grande parte desta área. A opção por mais aterros, afirma o deputado, seria uma violação da intenção original do Governo Central, quando atribuiu a jurisdição sobre estas águas.

Ron Lam sugeriu ainda ao Governo que equacione emitir licenças para iates, para que os turistas e os residentes possam recorrer mais a esta forma de turismo. O deputado defende que se imite o exemplo de Hong Kong. Actualmente, as pessoas só podem participar em passeios marítimos organizados por empresas de navegação.

19 Mai 2025

Cheque Pecuniário | Executivo ouve grupo restrito de associações e académicos

As duas sessões foram realizadas à porta fechada, e as opiniões de associações e académicos partilhadas em comunicado fazem eco das ponderações e hipóteses avançadas por Sam Hou Fai nas Linhas de Acção Governativa

 

Com o objectivo de alterar o plano de comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico, também conhecido como ‘cheque pecuniário’, o Governo realizou, à porta fechada, duas sessões para ouvir algumas associações e académicos. Entre as opiniões, não identificadas, citadas pelo comunicado dos gabinetes do secretário para a Economia e Finanças e da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, foi defendida a necessidade de instaurar um sistema de dias mínimos de permanência no território, mas com excepções, a pensar em quem vive no Interior da China.

A definição do número mínimo de dias em Macau para ter acesso ao cheque foi a primeira a ser destacada pelo Governo no comunicado conjunto, sendo ainda acrescentado que se deve seguir o modelo do regime de previdência central. Esta opinião não é diferente da possibilidade avançada anteriormente por Sam Hou Fai, durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa deste ano, quando abordou a opção de rever todo o programa. O número sugerido passou por uma permanência em Macau durante 183 dias.

Estas “opiniões” também indicam que a contagem do número de dias deve permitir uma certa flexibilidade, a pensar nas pessoas a “estudar no exterior” ou a passar a velhice ou trabalhar no Interior da China”. No comunicado, não é indicada a possibilidade de as pessoas passarem a velhice em Hong Kong, ou noutros locais, como em Portugal.

Poupança de recursos

Houve ainda quem defendesse que as alterações ao cheque poderiam resultar na poupança de “recursos”, que poderiam ser “utilizados para ajudar os grupos mais vulneráveis”, o que mais uma vez fez eco das ponderações anteriores do líder do Governo.

A primeira reunião foi realizada a 15 de Maio, pela secretaria para a Economia e Finanças, na sala de conferências da Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT), e foi presidida pelo secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip. O dirigente da DSEDT afirmou que o Governo propõe a “optimização” do plano, no entanto, os moldes dessas alterações não foram divulgados.

A segunda sessão de consulta a associações e académicos, convidados pelo próprio Governo, aconteceu no dia seguinte, tendo sido liderada pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultural, O Lam. De acordo com as declarações citadas pelo comunicado, a alteração ao modelo do cheque pecuniário é “uma das prioridades” das LAG da tutela dos assuntos sociais e cultura.

19 Mai 2025

Estudo | Alunos de línguas estrangeiras usam cada vez mais a IA

Um estudo de académicos da Universidade Politécnica de Macau conclui que 80 por cento de uma amostra de 25 alunos de português “usa regularmente” a inteligência artificial como ferramenta de estudo. Os autores do estudo alertam para a necessidade de conjugação com métodos tradicionais de ensino e de formação de docentes

 

Até que ponto a inteligência artificial (IA) está a ser usada por alunos chineses para aprender idiomas estrangeiros, e de que forma é feita esse uso? Um estudo desenvolvido pelos académicos e docentes da Universidade Politécnica de Macau (UPM) Vanessa Amaro e Manuel Pires conclui que o uso é crescente.

O trabalho, intitulado “Artificial e Natural: Interligências e Equilíbrios em PLE”, publicado na revista científica “Millenium – Journal of Education, Technologies and Health”, conclui que, de uma amostra de 25 estudantes da licenciatura em português da UPM, “80 por cento utiliza regularmente à IA. Os restantes recorrem a estas ferramentas de forma pontual, como para preparar apresentações ou na pesquisa de informações culturais sobre países lusófonos”.

Os estudantes em causa frequentam o terceiro e quarto ano do curso e foram escolhidos por possuírem “um nível mais avançado de domínio da língua portuguesa e maior experiência com diferentes abordagens pedagógicas, incluindo o uso de tecnologias no ensino”.

Além disso, “a maioria dos participantes tinha idades compreendidas entre 21 e 24 anos, oriunda de diversas províncias do Interior da China (cerca de 70 por cento) e de Macau”, sendo que “possuíam experiência prévia no uso de ferramentas de IA para a aprendizagem linguística”.

Em termos gerais, o trabalho destaca que a IA é cada vez mais importante “na aprendizagem de PLE [português como língua estrangeira]”, e que “a análise das interacções dos estudantes com a IA para a aprendizagem de línguas estrangeira é fundamental para garantir que as soluções tecnológicas sejam trabalhadas com base nas suas necessidades e expectativas”.

Refere-se ainda que os 25 alunos entrevistados assumem “uma atitude positiva em relação à integração da IA na aprendizagem do português, reconhecendo tanto as suas vantagens significativas quanto as suas limitações”. “Um tema recorrente foi a necessidade de manter o equilíbrio entre a utilização da IA e a interacção humana, destacando-se a vontade de um ensino de línguas aberto às novas tecnologias, mas sem comprometer os benefícios das relações interpessoais”, apontam os autores.

Dar à língua

Se 80 por cento dos alunos recorre frequentemente à IA, quais as finalidades desse uso? O estudo destaca que a IA consegue dar apoio “ao treino da pronúncia, especialmente no contexto da aprendizagem autónoma”. “Muitos destacaram a neutralidade das vozes geradas, que evita influências regionais, como um recurso eficaz para desenvolver hábitos correctos na produção oral.” Um estudante referiu aos autores do estudo que “a voz da IA é ajustada, não tem sotaque de qualquer região e, por isso, é bom para os alunos treinarem a compreensão oral com diversos tipos de textos para além dos materiais dados pelo professor na aula”.

Além do treino da pronúncia, as ferramentas de IA são também bastante utilizadas para a pesquisa de informações sobre os países de língua portuguesa. “Os estudantes reconheceram que estas ferramentas poupam tempo e permitem um acesso mais directo a conteúdos relevantes”, refere o trabalho, que destaca a resposta de um aluno: “ajuda-me a buscar informações sobre as tendências actuais no Brasil ou em Portugal, porque os livros e informações na internet estão dispersas e requerem várias buscas e muito mais tempo dispensado.”

Porém, é salientado, com base na experiência dos dois docentes, “que o uso excessivo de ferramentas de IA tem contribuído para a redução significativa no desenvolvimento de competências críticas entre os estudantes”.

“Cada vez mais trabalhos, tanto escritos como orais, carecem de profundidade analítica, apresentando estruturas lexicais e gramaticais avançadas que não correspondem ao nível real de proficiência dos alunos. Este desfasamento sugere uma relação superficial com os materiais de estudo, onde o esforço reflexivo e o pensamento autónomo são frequentemente substituídos pelas respostas geradas automaticamente pela IA”, conclui-se.

Complementaridade precisa-se

Segundo Vanessa Amaro e Manuel Pires, o estudo permite concluir que “a integração da IA no ensino de línguas estrangeiras é uma tendência irreversível, mas que requer uma abordagem pedagógica estruturada e cuidadosa”.

“A maioria dos estudantes [entrevistados] reconheceu a importância de adaptar o ensino de línguas à realidade tecnológica actual, salientando a necessidade de incorporar a IA de forma planeada nos currículos. O equilíbrio entre os métodos tradicionais e o uso das novas tecnologias é fundamental para garantir uma aprendizagem eficaz”, é concluído.

Um dos alunos defendeu mesmo ser “necessário haver um equilíbrio entre a IA e os métodos tradicionais”, pois “a aprendizagem de línguas pode ser melhor e mais interessante através da IA, mas falta-lhe a capacidade de criar ideias e imaginação, além dos aspectos interculturais da aprendizagem de línguas”.

Assim, para os alunos inquiridos, “a presença do professor, enquanto mediador do conhecimento, é vista como essencial, sobretudo no contexto específico de Macau, onde não ocorre uma imersão linguística durante o processo de aprendizagem do português”.

Por interacção humana entende-se, além da “transmissão de conteúdos linguísticos, a capacidade de interpretar aspectos culturais, sociais e emocionais, algo que a IA, apesar da sua eficiência técnica, não consegue replicar”.

Vanessa Amaro e Manuel Pires destacam ainda o facto de “os desafios éticos e pedagógicos da IA no ensino serem complexos e multifacetados”. Isto porque “a privacidade dos dados é uma preocupação central, pois muitas ferramentas de IA coleccionam informações pessoais que poderão ser utilizadas para fins que os usuários desconhecem”. Além disso, “o risco de viés algorítmico pode ser uma questão pertinente, pois se os algoritmos produzirem resultados que são sistematicamente incorrectos, tendenciosos ou injustos, tal pode acentuar dificuldades e desigualdades na aprendizagem e requerer redobrados cuidados na sua utilização e regulação”, é indicado.

Os autores consideram ainda que “a dependência excessiva da IA pode comprometer a interação humana, essencial para o desenvolvimento de competências sociais e culturais presentes nos processos educativos”.

Tendo em conta que “no ensino de línguas estrangeiras parecem existir diversas velocidades na integração da IA, havendo instituições de ensino superior que o fazem mais paulatinamente e ainda com bastantes reservas, assim como as que são mais desenvoltas e proactivas na forma como abraçam estas tecnologias”, cabe “fomentar o diálogo e a cooperação entre os diversos agentes de ensino para compreender o potencial da IA”.

19 Mai 2025

Economia | Prevista estabilidade no segundo trimestre

O Índice de Prosperidade Económica de Macau para o segundo trimestre aponta para estabilidade, mas apresenta desequilíbrios em alguns indicadores, como a baixa confiança dos consumidores chineses e o baixo valor das acções das concessionárias de jogo

 

De acordo com as mais recentes previsões do Índice de Prosperidade Económica de Macau, a economia local irá continuar estável no segundo trimestre, perspectiva que os analistas da Associação Económica de Macau arriscam apenas estimar para um período de curto-prazo.

O relatório divulgado na quarta-feira continua a revelar assimetrias na evolução dos vários indicadores avaliados. Seguindo a tendências dos últimos relatórios, a diminuição do poder de compra dos turistas chineses que visitam Macau e a fraca confiança dos consumidores do Interior da China, continuam a fazer pairar nuvens negras por cima das perspectivas económicas da RAEM. Outro indicador negativo, realçado pela Associação Económica de Macau, é a continuação do valor das acções das concessionarias de jogo “pairar no nível baixo durante muito tempo”.

O Índice de Prosperidade salienta também a fraca procura por crédito na economia local. O rácio de empréstimos/depósitos de residentes da banca de Macau caiu de 62,4 por cento para 51,1 por cento entre o final de 2022 e o passado mês de Março, é indicado.

Os analistas concluem que a menor vontade dos residentes e empresas em contrair empréstimos “reflecte uma atitude cautelosa face à actual situação e perspectivas económicas”. Embora o sistema bancário da RAEM disponha “de ampla liquidez”, os fundos não foram efectivamente convertidos em apoio ao crédito na economia real, o que indica falta de eficiência na afectação de capital e confiança no investimento.

A associação liderada pelo ex-deputado Joey Lao vinca também o arrefecimento verificado nos últimos anos nos projectos imobiliários e de investimento em grande escala, assim como os valores elevados do crédito malparado, factores que reduziram ainda mais a procura por empréstimos bancários.

Os dois lados

A associação indica também, por outro lado, que o volume da massa monetária bateu um novo recorde histórico, ultrapassando pela primeira vez 810 mil milhões de patacas, um aumento anual 8,8 por cento em termos anuais.

Outro indicador positivo, diz respeito ao número de visitantes e de hóspedes em hotéis que se mantém num nível “quente”. Depois de ter alertado para o impacto da guerra comercial lançada por Donald Trump, os analistas da Associação Económica de Macau voltaram a realçar o ambiente externo enquanto factor desestabilizador.

“Num contexto de fraca procura global, de insuficiente dinâmica de crescimento económico e com um ambiente financeiro restritivo e de riscos relacionados com disputas geopolíticas e tarifárias, Macau, enquanto economia orientada para a micro-exportação, tem de estar muito atento a potenciais riscos de queda nas suas tendências económicas a curto e médio prazo”, é indicado.

16 Mai 2025

Execução Orçamental | Receitas públicas com redução de 5%

Nos primeiros quatro meses do ano, registou-se uma queda de 0,06 por cento, para 29,8 mil milhões de patacas, das receitas dos impostos sobre o jogo. Além disso, houve uma despesa de 874,7 milhões de patacas em “acções e outras participações”

 

A receita corrente do orçamento da RAEM apresentou uma redução de 4,95 por cento nos primeiros quatro meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2024, sobretudo devido a uma queda nas receitas financeiras, foi ontem anunciado.

A receita corrente entre Janeiro e Abril foi de 34 mil milhões de patacas, de acordo com dados publicados ‘online’ pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) do território. A principal razão para a diminuição foram as receitas financeiras, que passaram de mil milhões de patacas nos primeiros quatro meses de 2024 para apenas seis mil patacas este ano.

Esta rubrica corresponde aos resultados da Autoridade Monetária de Macau, o regulador financeiro da região, e inclui receitas de investimentos e de juros e dividendos. Além disso, os dados também revelam uma queda de 0,06 por cento, para 29,8 mil milhões de patacas nas receitas dos impostos sobre o jogo, que, ainda assim, representaram 84,7 por cento do total.

As seis operadoras de jogo da cidade pagam um imposto directo de 35 por cento sobre as receitas do jogo, 2,4 por cento destinado ao Fundo de Segurança Social de Macau e ao desenvolvimento urbano e turístico, e 1,6 por cento entregue à Fundação Macau para fins culturais, educacionais, científicos, académicos e filantrópicos.

Gastos por explicar

Os impostos sobre o jogo caíram, apesar de os casinos de Macau terem registado receitas totais de 76,5 mil milhões de patacas nos primeiros quatro meses do ano, mais 0,8 por cento do que no mesmo período de 2024. Entre Janeiro e Abril, Macau recolheu 30,2 por cento da receita corrente projectada para 2025 no orçamento da região, que é de 112,6 mil milhões de patacas.

Pelo contrário, a despesa pública subiu 2,6 por cento nos primeiros quatro meses, para 24 mil milhões de patacas, devido a uma despesa de 874,7 milhões de patacas em “acções e outras participações”. A Lusa pediu à DSF mais informação sobre esta rubrica, mas não recebeu até ao momento qualquer resposta.

Em 15 de Abril, o novo líder do Governo, Sam Hou Fai, admitiu recear um défice orçamental em 2025, devido à desaceleração nas receitas do jogo. Macau terminou Abril com um excedente nas contas públicas de 10,3 mil milhões de patacas, menos 18,5 por cento do que no mesmo período do ano passado.

Ainda assim, este valor já é maior do que a previsão do Governo para todo o ano de 2025: 6,83 mil milhões de patacas. Macau fechou 2024 com um excedente de 15,8 mil milhões de patacas, mais do dobro do registado no ano anterior.

O último exercício foi o primeiro desde 2020, no início da pandemia, em que o território conseguiu manter as contas em terreno positivo, algo exigido pela Lei Básica, sem efectuar transferências da reserva financeira.

16 Mai 2025

Segurança Nacional | Alerta para riscos ligados a EUA e “países ocidentais”

O secretário para a Segurança avisou a população que a defesa da segurança nacional é uma obrigação de todos, e que é preciso manter a atenção para “actos hegemónicos” e difamações dos Estados Unidos da América e de países ocidentais

 

O secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, considera que a população tem de manter o “espírito de luta” e “não ceder”, face ao que considera “actos hegemónicos” e difamações dos Estados Unidos da América e de países ocidentais. A mensagem foi deixada na quarta-feira, no portal do secretário, e surge na sequência da visita a Macau de Xia Baolong, director do Gabinete de Trabalho de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China e director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado.

“Actualmente, face à evolução acelerada das mudanças centenárias no mundo e à competição estratégica mais intensa entre a China e os Estados Unidos da América, os riscos que afectam a segurança nacional e a estabilidade social de Macau tornam-se cada vez mais graves”, foi escrito no portal do secretário.

A mensagem identifica os riscos como os “actos hegemónicos dos EUA e dos países ocidentais” assim como “palavras e as acções que destroem, difamam e perturbam Macau”, considerando que “a sociedade de Macau deve identificar a situação, manter a posição com firmeza, cultivar o espírito de luta, e não pode ceder”.

Wong Sio Chak avisa ainda que é esperado que todos os residentes actuem como guardiões da segurança nacional. “A defesa da segurança nacional é da responsabilidade de todos. Todos os residentes de Macau são os beneficiários e guardiões da segurança nacional, ninguém fica de fora”, é vincado. “A sociedade de Macau deve permanecer unida, ter uma confiança firme, transmitir a boa tradição do amor à pátria e a Macau, potenciar as próprias vantagens, contribuir para a construção de um país forte e para a revitalização da nação chinesa, e contar bem a história de ‘Um País, Dois Sistemas’”, foi acrescentado.

Forças hostis e criminosos

Ao mesmo tempo, o governante destaca a necessidade de actuar em tempos de paz contra “forças hostis e criminosos”, porque mais vale prevenir do que remediar. “Devemos prever possíveis perigos em tempos de paz, pois mais vale prevenir do que remediar”, foi escrito. “A sociedade de Macau deve valorizar mais a actual situação favorável de estabilidade e prosperidade, deve ter consciência das crises, dar elevada importância aos problemas que enfrentamos no âmbito do desenvolvimento e segurança de Macau, apoiar o Governo da RAEM no reforço do desenvolvimento do sistema, resolver adequadamente os riscos, prevenir e combater resolutamente a interferência e a destruição das forças hostis e dos criminosos”, foi adicionado.

O texto destaca também que a tutela da segurança de Macau vai cumprir as “exigências feitas por” Xi Jinping e “cumprir dinamicamente a missão sagrada de salvaguardar a segurança nacional, criando uma segurança de alto nível para garantir um desenvolvimento de alta qualidade”.

16 Mai 2025

Hengqin | Dirigente demite-se após investigação por corrupção

O Governo da RAEM anunciou que um vice-director do Comissão Executiva da Zona de Cooperação Aprofundada se demitiu “por motivos pessoais”. O comunicado não menciona que Su Kun apresentou demissão horas depois de ter sido divulgada uma investigação por corrupção a uma empresa estatal responsável pelo desenvolvimento de Hengqin

 

Com Lusa

“A pedido de Su Kun, as suas funções de assessor do gabinete do secretário para a Economia e Finanças e subchefe da Comissão Executiva da Zona de Cooperação Aprofundada cessam a partir de 15 de Maio de 2025, por motivos pessoais.” Foi desta forma, em apenas uma frase, que o Governo da RAEM reagiu, através do gabinete do secretário para a Economia e Finanças, a um comunicado emitido horas antes pela comissão anticorrupção da província de Guangdong a anunciar a investigação a um caso de corrupção que envolve uma empresa estatal responsável pelo desenvolvimento de Hengqin.

Su Kun é um dos seis coordenadores-adjuntos da Comissão Executiva da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau. Segundo o portal do Governo de Macau, esta comissão “assume as funções de promoção da divulgação a nível internacional, captação de negócios e investimentos, introdução de indústrias, exploração de terrenos, construção de projectos específicos e gestão dos assuntos respeitantes à vida da população”.

Coisas da vida

A demissão de Su Kun acontece horas depois da comissão anticorrupção da vizinha província de Guangdong anunciar o início de uma investigação ao antigo presidente da empresa estatal responsável pelo desenvolvimento da zona especial de Hengqin.

Num comunicado, a Comissão Provincial de Inspecção Disciplinar de Guangdong disse que o antigo presidente do grupo Zhuhai Da Hengqin, Hu Jia, “é suspeito de graves violações disciplinares”, uma frase que normalmente se refere a corrupção.

A nota, também com apenas uma frase, diz que Hu está a ser alvo de “revisão e investigação disciplinar” por parte da Comissão Municipal de Inspecção e Supervisão Disciplinar de Zhuhai.

O grupo Zhuhai Da Hengqin foi criado em 2009 pelo município de Zhuhai para a construção e desenvolvimento da zona económica especial de Hengqin e é responsável pelo investimento, financiamento, construção, operação e gestão de infra-estruturas.

No website do grupo empresarial é indicado que Hu Jia é o presidente da Da Heng Qin Investment desde Dezembro de 2013, e foi director-geral de Maio de 2012 a Dezembro de 2013. É ainda referido que Hu ocupou “cargos de gestão numa série de empresas públicas, possui profundos conhecimentos financeiros e uma vasta experiência no funcionamento e gestão de empresas”. Além disso, “tem conhecimentos únicos no que diz respeito à inovação de modelos de finanças empresariais, conceitos de conceção urbana, gestão de grupos de empresas e introdução de talentos empresariais”.

É preciso integrar

A Lusa perguntou ontem ao Governo de Macau se a demissão de Su Kun está relacionada com a investigação por corrupção contra Hu Jia, mas até ao fecho desta edição não recebeu qualquer resposta.

Sam Hou Fai, que tomou posse em Dezembro como Chefe do Executivo, tem defendido uma maior aposta na integração com Hengqin. O desenvolvimento da ilha vizinha “é a nossa principal tarefa”, disse o líder do Governo da RAEM aos jornalistas, na terça-feira.

Sam falava numa conferência de imprensa de balanço de uma visita de seis dias a Macau do principal responsável do Partido Comunista Chinês para os assuntos das duas regiões semiautónomas, Xia Baolong. Na segunda-feira, o director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau, sob a tutela do Conselho de Estado, afirmou que “a construção de Hengqin deve ser tratada como uma prioridade de Macau”.

16 Mai 2025

Rui Leão, arquitecto e co-autor de “Layering the City” | Uma cidade a quatro mãos

Os arquitectos Rui Leão e Carlotta Bruni têm acumulado muitos desenhos ao longo dos anos, que foram agora materializados em “Layering the City”, obra que foi lançada na semana passada na Bienal de Arquitectura de Veneza. O livro resulta de duas vidas dedicadas à arquitectura e de duas teses de doutoramento defendidas no Royal Melbourne Institute of Technology

 

Como surge a iniciativa de publicar “Layering the City”, que faz um pouco a retrospectiva do vosso trabalho?

Este projecto nasce de um diálogo entre a minha tese de dissertação e a tese de dissertação da Carlotta [Carlotta Bruni], que ambas pegam em aspectos diferentes do nosso contributo como arquitectos para Macau, para a cidade. E, portanto, o projecto deste livro é o encontro dessas duas teses.

O título do livro remete para a ideia de uma cidade em camadas.

Não, o que acontece é que no caso dos nossos pontos de vista, meu e da Carlotta, há um trabalho trazido por cada um para o projecto, e que passa por dar uma resposta ao pedido programado, aquilo que o cliente pede, ao que vive na planta de alinhamento [do projecto], ou uma série de questões a nível cívico, do espaço público ou do direito à qualidade de vida. Há uma série de dimensões sociais [a ter em conta para] fazer espaços para as pessoas, mesmo quando são impossíveis [em termos] de política e na cidade. São essas camadas que vão entrando nos projectos e que, no fundo, passam por criar oportunidades para qualificar a vida da cidade, da pessoa, da rua. E isso não tem nada a ver com quem paga, tem a ver com o gerenciamento que o arquitecto faz na cidade através do projecto. São estas camadas, os “layers”, em que o arquitecto vai enriquecendo o que é a oferta do projecto para a cidade e cria vários micro-projectos dentro desse projecto maior, e que qualificam o passeio, os espaços sociais e o espaço público de uma maneira que não era pedida.

Portanto, num projecto de arquitectura persiste sempre a ideia das pessoas e dos espaços que habitam.

No caso de Macau há esta situação extrema em que o espaço público é sempre o mínimo, com um passeio estreitinho, e onde tudo se tem de resolver. Por haver falta de mais perfil de espaço público na cidade, este gerenciamento feito pelo arquitecto através do projecto acaba por ser uma forma de compensar a cidade, de reconciliar as pessoas com ela, ou o contrário.

A capa do livro remete para o projecto de habitação pública do Fai Chi Kei. Presumo que considerem o projecto um dos grandes marcos do vosso atelier.

Sem dúvida. Este foi o primeiro grande edifício de habitação em termos colectivos, em que tivemos oportunidade de aplicar ideias que tínhamos desenvolvidas para o espaço público, na praça do lago, ou mesmo no parque que está ao lado. Todos estes projectos têm muito envolvimento com o espaço público e esta foi a nossa primeira iniciativa com um programa de habitação. Fizemos uma série de experiências super importantes que nos permitiram demonstrar que era possível qualificar a habitação pública. Produzimos uma série de jardins, pracetas, jardins aéreos em vários pisos [do edifício]. Fomos coleccionando os pisos dois a dois e quatro a quatro para criar comunidades dentro do edifício, quase como se fosse uma farmácia chinesa que tem gavetas, sítios de interacção social desde o andar de baixo, e por aí fora. Tudo isso foi trabalhado com pequenos terraços públicos presentes ao longo do projecto, e nesse aspecto, ele é muito inovador. É, de facto, uma demonstração que, quer se trate de um edifício de habitação ou um museu, ele pode, de facto, contribuir para a qualificação de vida das pessoas. Qualquer programa [de arquitectura, no sentido de encomenda ou contrato] serve para o arquitecto agenciar isso no projecto.

Que outros projectos constam neste livro?

Temos a estação da Barra e a zona Intermodal [relacionadas com o Metro Ligeiro]. São dois projectos, para nós, muito importantes, porque também vêm reconfirmar a capacidade de sobrepor muitas e muitas camadas. No caso da estação da Barra, existe também um parque público em cima, além de se ligarem as duas marginais, a histórica e a nova. É um projecto todo em vidro, transparente, que me permite estar do lado do Matadouro e ver o rio e os barquinhos através do vidro. O edifício acaba por ser também uma espécie de polvo que faz ligações ao nível do chão, com os jardins à volta da estação que se conectam com a cobertura. Há uma certa complexidade, em que se cria quase um novo sistema de cidade e existe, ao mesmo tempo, uma sobreposição tentacular do comboio, dos autocarros e das pessoas que passam. O livro tem também projectos que não estão ainda construídos.

Como foi conjugar o conteúdo da sua tese de doutoramento com a de Carlotta Bruni?

O livro é composto por textos de alguns críticos sobre a nossa obra. Tem um texto do Jorge Figueira, por exemplo, e uma grande entrevista conduzida pela Ana Vaz Milheiro [académica] e tem depois os nossos textos.

Há uma presença do arquitecto Manuel Vicente nesta obra?

O Manuel Vicente está muito presente, até porque alguns destes projectos foram feitos em parceria com ele. Portanto, há uma continuidade destes primeiros projectos para os que vieram a seguir, já sem o Manuel Vicente, e que para nós é muito polida. No fundo, tem a ver com o que não só herdamos, mas o que trouxemos connosco do Manuel.

Apresentar esta obra na Bienal de Arquitectura de Veneza, e tendo em conta que a RAEM está também representada com uma exposição, é importante para o vosso trabalho e visibilidade do atelier?

Sim. A ideia de fazer a publicação, com a Actar Books, de Barcelona, tem a ver com o colocar a obra, e mais do que isso, a sua mensagem, que é muito específica a Macau e à nossa maneira de trabalhar, na comunidade internacional e de arquitectos, e isso passa muito pela Bienal. Foi também na Europa que se construiu um consenso ao nível das descrições [na arquitectura] desde há alguns séculos, e em que há uma discussão, nacional e internacional, em torno das questões da profissão. Queremos que a nossa obra esteja presente, quer através do livro, quer através da Actar Books, nessa comunidade internacional, para que faça parte do mundo.

Folhas e camadas

“Layering the City” pretende estabelecer com a comunidade internacional de arquitectos e apaixonados pela profissão um diálogo mostrando os últimos anos de trabalho e a visão do LBA – Arquitectura e Planeamento, de Rui Leão e Carlotta Bruni. A obra nasce da intersecção entre duas teses de doutoramente dos dois arquitectos: “Designing by Increments: opportunistic planning as urban strategy for Macau” (de Rui Leão) e “Shaping Macau’s Unpurposed Space: Design in Context” (de Carlotta Bruni).

Segundo uma nota de apresentação do livro, “as contribuições intelectuais do LBA evidenciam-se através das narrativas espaciais que integram contextos urbanos complexos com estratégias de design culturalmente sensíveis”.

Os dois arquitectos e a sua equipa “enfatizam a importância de criar espaços que se harmonizem com a sua envolvente, ao mesmo tempo que respondem às necessidades funcionais da vida urbana moderna”. Trata-se, assim, de uma “abordagem particularmente relevante em Macau, onde a justaposição do antigo e do novo é uma característica definidora da cidade”, lê-se.

16 Mai 2025

Covid-19 | Macau ultrapassou pico de infecções

As infecções de covid-19 têm vindo a diminuir progressivamente desde meio de Março, quando foi atingido o pico, mas os Serviços de Saúde alertam que o coronavírus ainda continua activo no território. As autoridades acrescentam que este ano não se registaram mortes resultantes da covid-19

 

Enquanto nas regiões vizinhas de Macau os casos de infecção de covid-19 continuam a aumentar, por cá as taxas de infecção têm vindo a descer gradualmente desde meio de Março, indicaram os Serviços de Saúde num comunicado divulgado na noite de terça-feira.

As autoridades acrescentam que apesar de a RAEM ter ultrapassado o ponto mais crítico de infecções de covid-19, o coronavírus continua activo no território. Como tal, apelam ao cuidado e à adoptação de atitudes preventivas, em especial entre grupos de risco, como idosos, pacientes de doenças crónicas e pessoas com sistema imunológico enfraquecido, nomeadamente tomando a vacinação completa contra a variante JN.1.

Em relação à evolução das taxas de infecção em Macau e nas regiões vizinhas, a entidade liderada por Alvis Lo explica que Macau entrou no pico infeccioso antes das zonas circundantes.

De acordo com os dados de monitorização laboratorial, a taxa de positividade do novo coronavírus detectada nos doentes com sintomas de gripe em Macau começou a aumentar no final de Fevereiro deste ano, atingindo o pico em meados de Março. Na semana entre 16 e 22 de Março, as autoridades registarm uma taxa de positividade de 44,3 por cento, valor que foi diminuindo a partir daí.

Nas últimas três semanas, a taxa de positividade desceu para 12 por cento, subiu para 17 por cento e depois voltou a descer para 11 por cento, “o que indica uma ligeira recuperação”, concluíram os Serviços de Saúde.

Anda aí

No que diz respeito a infecções colectivas que resultam em sintomas semelhantes à gripe, entre o início do ano e esta semana foram registados 111 casos, dos quais 26 eram de covid-19, detectados principalmente em lares de idosos. Nestes casos, as autoridades garantem ter prestados serviços médicos adequados a lares de idosos, prescrevendo medicamentos antivirais.

Ao longo deste ano, até agora, Macau não registou nenhum caso crítico ou fatal causado por infecção de covid-19, é indicado. A variante do coronavírus prevalente em Macau actualmente é a variante XDV relacionada com a JN.1, que é basicamente a mesma que circula nas áreas circundantes. Os dados mais recentes não mostram que a XDV cause doenças mais graves do que a JN.1, a XBB e as suas linhagens descendentes.

Como tal, os Serviços de Saúde asseguram que a vacina contra a variante JN.1 continua a ser eficaz para reduzir “risco de infecção e desenvolvimento de doenças graves causadas pela variante actualmente prevalente.

15 Mai 2025

BNU | Lucros de 133,2 milhões no primeiro trimestre

Os resultados positivos mostram uma redução de 30 milhões de patacas em comparação com primeiro trimestre do ano passado. A redução da margem líquida financeira foi o principal factor a contribuir para a diminuição dos ganhos

 

Nos primeiros três meses do ano, o Banco Nacional Ultramarino apresentou um lucro, não auditado, de 133,2 milhões de patacas, de acordo com um comunicado emitido ontem. O valor representa uma redução de 30 milhões de patacas, ou 18,4 por cento, em comparação com o primeiro trimestre de 2024, quando o lucro tinha atingido 163,2 milhões de patacas.

Apesar da redução dos lucros, o valor ainda está acima dos níveis de 2023, quando a instituição declarou um lucro para o primeiro trimestre de 122,4 milhões de patacas. Os valores apresentados ontem estão também próximos do que acontecia em 2019, o último ano antes da pandemia, quando os lucros no primeiro no primeiro trimestre chegaram aos 138 milhões de patacas.

Os resultados mais recentes foram explicados com uma diminuição da margem financeira líquida, que apresentou uma redução de 31,2 milhões de patacas, ou 11,8 por cento, em comparação com o período homólogo. Entre os factos que contribuíram para esta alteração, a instituição apontou as “alterações na composição dos depósitos e à evolução das taxas de juro de referência”.

Contudo, houve áreas onde o banco conseguiu obter melhores resultados, como aconteceu com as comissões líquidas, área onde foi gerado um aumento dos ganhos de 3,8 milhões de patacas, o equivalente a 18,1 por cento. O aumento foi explicado com “uma maior actividade económica e um maior envolvimento dos clientes”.

Malparado a pesar

No primeiro trimestre deste ano, as perdas por imparidade relacionadas com exposições de crédito, o crédito malparado, e com investimentos financeiros aumentaram para 5,4 milhões de patacas, face ao valor de 1,3 milhões de patacas no primeiro trimestre de 2024. De acordo com o BNU, este aumento teve em conta as “práticas prudentes de provisionamento”. “Apesar deste aumento, a qualidade dos activos do BNU mantém-se sólida, suportada por práticas de crédito conservadoras e por um robusto nível de provisões para responder às incertezas macroeconómicas em curso”, foi garantido.

Ao mesmo tempo, as despesas operacionais registaram um aumento de 1,1 por cento em termos homólogos, o que de acordo com a instituição mostrou “a eficácia das iniciativas de optimização de custos do Banco”. “Os ganhos de eficiência decorrentes da simplificação de processos e da revisão estratégica da oferta de serviços ajudaram a compensar os investimentos acrescidos em transformação digital, desenvolvimento de talentos e reforço da marca”, foi considerado.

No ano passado, a instituição liderada por Carlos Cid Álvares encerrou o ano com um lucro de 585,1 milhões de patacas.

15 Mai 2025

IAS | Número de famílias apoiadas sobe para valor mais alto desde 2020

Apesar de o valor do limiar da pobreza em Macau não ser actualizado há quase cinco anos, o número de famílias apoiadas no âmbito do Programa de Inclusão e Harmonia na Comunidade voltou a ultrapassar estes mês a barreira das 5.500. O registo de Maio representou um crescimento anual de quase 13 por cento

 

O número de famílias monoparentais, com pessoas portadoras de deficiência, ou com doentes crónicos que vai receber o subsídio especial de Maio do Programa de Inclusão e Harmonia na Comunidade subiu para 5.540. Com um crescimento de 12,9 por cento face a igual período do ano passado, este é o valor mais alto, pelo menos desde 2020, de acordo com o Instituto de Acção Social (IAS). Este programa destinar-se a “aliviar a pressão de vida” das famílias monoparentais, com pessoas com deficiência ou com doentes crónicos consideradas “em situação vulnerável”.

No ano passado, o número de famílias aprovads para receber o apoio de Maio para fazer face à pobreza tinha sido de 4.905, uma redução face a 2023, quando o número de famílias auxiliadas tinha sido de 4.049. Desde 2021 que o número de famílias que reúnem condições para aceder a este apoio não ultrapassava as 5.000, ano que que totalizaram 5.043. No entanto, o valor mais elevado dos anos recentes foi registado em 2020, durante a pandemia, quando um total de 5.503 famílias foram apoiadas.

O Programa de Inclusão e Harmonia na Comunidade prevê a distribuição de dois apoios, um em Maio e outro em Outubro, que são acedidos através de candidaturas aprovadas pelo IAS. Importa referir que os dados apresentados apenas têm apenas em consideração a distribuição do apoio nos meses de Maio dos anos anteriores.

Tendências naturais

Entre as 5.540 famílias subsidiadas conta-se um total de 1.300 agregados familiares que recebem igualmente o subsídio para pessoas em situação de carência económica.

Estas famílias são as mais pobres do território, cujos rendimentos mensais ficam abaixo do que é considerado o limiar do risco social de pobreza. Esse patamar representa rendimentos de 4.350 patacas por mês, no caso de um único indivíduo, sobe para 7.990 patacas por mês em agregados familiares com duas pessoas, 11.020 patacas, em famílias com três pessoas, 13.390 patacas com quatro pessoas, 15.120 patacas quando o agregado é constituído por cinco pessoas, subindo progressivamente até 20.270 patacas para agregados com oito ou mais membros. Estes números não sofrem qualquer alteração desde 2019, no primeiro mês do mandato de Ho Iat Seng, pelo que não têm em conta a inflação dos anos posteriores, o que faz que com face a estes montantes o poder de compra seja actualmente inferior ao de Dezembro de 2019.

Em relação às famílias com rendimentos abaixo do risco social de pobreza, o número de apoios tem vindo a cair todos os anos desde 2020. Nesse ano, havia 1.618 agregados a receber o subsídio de Maio do Programa de Inclusão e Harmonia na Comunidade, valor que foi reduzido para 1.576, em 2021, depois para 1.486 em 2022, 1.385, em 2023, 1.308 no ano passado, até chegar a 1.300 famílias este ano.

Menos não é mais

O aumento do número das famílias apoiadas explica-se com o crescimento dos agregados familiares com rendimentos mensais acima do risco social de pobreza, mas inferiores aos limites máximos para estes apoios. Para agregados com mais de uma pessoa, o limite máximo dos rendimentos mensais para aceder a este apoio é de 7.830 patacas, sobe para 13.983 patacas por mês nos agregados com duas pessoas, 18.737 patacas em famílias com três membros, 22.094 patacas em agregados com quatro membros, 24.192 patacas em famílias com cinco membros. O valor sobe progressivamente até chegar ao limite de 29.392 patacas por mês, quando as famílias têm oito ou mais membros.

Em 2020, o número de famílias nestas condições era de 3.885, mas caiu para 3.467 em 2021 e para 3.125 em 2022, o valor mais baixo desde 2020. Contudo, desde esse ano o número de famílias neste intervalo de rendimentos aumentou para 4.240. Este é um aumento de 335 famílias face ao primeiro ano da pandemia.

Apoios de 22,55 milhões

O Programa de Inclusão e Harmonia na Comunidade prevê a distribuição de um total de 22,55 milhões de patacas em Maio deste ano, o valor mais alto desde 2020, quando foram distribuídos 23,67 milhões de patacas.

O programa prevê a distribuição de apoios que variam entre 2.650 patacas, para agregados familiares com uma única pessoa, e 10.100 patacas, quando o agregado é constituído por oito ou mais membros, pelo que um aumento do número de famílias apoiadas, não tem de reflectir necessariamente um aumento do total dos apoios distribuídos.

Este apoio é distribuído destina-se às famílias monoparentais com filhos em jardins-de-infância, na escola primária, secundário ou no ensino superior; assim como aos agregados familiares com membros com doenças crónicas ou deficiências que não estejam internadas em lares públicos ou subsidiados pelo Governo ou nos estabelecimentos médicos dependentes nos Serviços de Saúde.

15 Mai 2025

Metro | Aliança do Povo defende aceleramento de ligação à China

A Aliança do Povo quer que o planeamento da rede do Metro Ligeiro tenha em conta as ligações a Zhuhai e à rede ferroviária nacional. Uma responsável da associação ligada à comunidade de Fujian defende que o Metro Ligeiro deve ser o principal transporte em Macau, com os autocarros a desempenharem um papel complementar

 

O Metro Ligeiro deve ser o principal meio de transporte público em Macau, enquanto os autocarros passam para um papel secundário e complementar. A posição foi tomada por Tong Ho Laam, vogal do conselho executivo da Aliança de Povo de Instituição de Macau, o nome oficial, em declarações ao jornal Ou Mun.

Face ao expectável aumento da procura e pressão sobre a rede de transportes públicos e o trânsito na cidade, a responsável indicou que o Governo deve promover activamente a estratégia de tornar o Metro Ligeiro o principal meio de transporte da cidade, de forma a aliviar a pressão rodoviária. Tong Ho Laam entende que quando a rede de estações do Metro Ligeiro for alargada, irá aumentar a eficácia geral dos transportes colectivos e garantir melhores experiências a residentes e turistas. Uma das melhorias que pode ser implementada a curto-prazo é a possibilidade de se usar pagamentos electrónicos e harmonizar a ligação com os autocarros.

Além disso, a dirigente da Aliança do Povo defende que o planeamento de estações do Metro Ligeiro deve ser feito em articulação com a estratégia regional de desenvolvimento industrial. Um ponto essencial passa por garantir a conexão com a rede ferroviária nacional, através de Zhuhai, trabalho que deve ser acelerado de forma a reforçar a posição de Macau na Grande Baía.

A vogal acredita que a ligação ao Interior da China, nomeadamente a Hengqin, pode trazer um novo impulso ao sector industrial local para prosseguir as áreas emergentes nos polos de inovação tecnológica e medicina chinesa tradicional da Ilha da Montanha.

Cura para todos os males

Tendo em conta os desafios energéticos resultantes do combate às alterações climáticas, a dirigente associativa defende que o desenvolvimento do Metro Ligeiro deve ser pensado numa perspectiva de longo-prazo, tendo em conta a protecção ambiental. Para tal, a RAEM deveria reservar terrenos para instalações de produção de energia verde, para alimentar o Metro Ligeiro. Tong Ho Laam apontou este objectivo como uma forma da RAEM se destacar em termos ambientais na zona da Grande Baía, adoptando a liderança na meta da neutralidade carbónica, ao mesmo tempo que promove a diversificação económica.

15 Mai 2025