Saúde | Serviços alertam para vírus da varicela “mais activo”

O Governo lançou ontem um alerta para o aumento de casos de varicela em Macau. Desde o início do ano, as autoridades registaram 195 casos de infecção, quase o dobro em relação ao mesmo período de 2024. Cerca de três quartos das infecções são contraídas por crianças

 

O vírus da varicela em Macau está a tornar-se mais activo, indicaram ontem os Serviços de Saúde, apelando a pais, instituições de ensino e creches para estarem atentos a sintomas e adoptarem uma postura preventiva.

De acordo com os dados sobre doenças transmissíveis de declaração obrigatória, as autoridades apuraram que na semana passada houve uma “tendência de aumento do número de casos de varicela, com a média semanal de 12 casos a partir de 6 de Abril a subir para 23 na semana passada”.

O organismo liderado por Alvis Lo salienta que “este número é superior ao do período homólogo do ano passado (10 casos)”.

As autoridades dão conta ainda de um caso de infecção colectiva de varicela que foi detectado recentemente na Escola Secundária Pui Ching, afectando um total de 21 estudantes.

A partir de 1 de Maio, os alunos “apresentaram sintomas de erupção cutânea e pequenas bolhas na cabeça, na cara, nos membros, nas costas e no peito, tendo sido submetidos a tratamento médico”. As autoridades acrescentam que não se registaram complicações graves e que a “maioria dos doentes foi vacinada com uma dose de varicela”.

Desde o início

Entre 1 de Janeiro e 6 de Maio deste ano, foram registados 195 casos de varicela em Macau, um número que quase duplicou as infecções durante o período homólogo do ano passado, quando se registaram 105 casos.

Cerca de três quartos dos casos dizem respeito a crianças, a maioria com idades compreendidas entre 8 e 17 anos, representando 65,1 por cento do total, enquanto as pessoas com idade igual ou inferior a 7 anos representam apenas 6,1 por cento do total. Os Serviços de Saúde salientam que desde o início do ano não houve registo de casos graves ou mortais.

As autoridades acrescentam que parte da população inoculada contra a varicela continua susceptível de ser afectada por aquilo a que os profissionais de saúde chamam de infecção disruptiva. Porém, “os sintomas são geralmente ligeiros e atípicos, com menos bolhas e a duração da doença é relativamente curta”. Segundo o Governo, os casos de varicela na Escola Secundária Pui Ching tratam-se de infecções disruptivas.

8 Mai 2025

Wynn Macau | Lucros operacionais encolhem mais de um terço

A Wynn Macau teve lucros operacionais de 127,1 milhões de dólares no primeiro trimestre, menos 38,3 por cento em termos anuais. A operadora de jogo apurou nos dois casinos que tem na região 720 milhões de dólares em receitas, menos 12,2 por cento face aos primeiros três meses de 2024

 

A Wynn Macau anunciou ontem os resultados financeiros relativos ao primeiro trimestre de 2025, que revelam uma quebra significativa dos lucros operacionais, menos 38,3 por cento, para um total de 127,1 milhões de dólares.

De acordo com um comunicado divulgado pela concessionária de jogo, as duas propriedades operadas pela empresa registaram receitas de 865,9 milhões de dólares entre Janeiro e Março, uma queda de 13,3 por cento em comparação com o mesmo período de 2024. As apostas nos casinos Wynn Macau e Wynn Palace foram responsáveis pela maioria do volume de negócios da empresa, arrecadando 720 milhões de dólares em receitas, menos 12,2 por cento do que no primeiro trimestre do ano passado.

Craig Billings, director executivo da empresa-mãe, a norte-americana Wynn Resorts, disse no mesmo comunicado que os grandes apostadores tiveram mais sorte do que o normal no primeiro trimestre, algo que “afectou negativamente os resultados”.

Neste segmento, conhecido como jogo VIP, as apostas diminuíram apenas 1,25 por cento nos dois casinos da Wynn Macau, mas as receitas caíram muito mais, 34,4 por cento em termos homólogos, para 120,2 milhões de dólares.

Em média, os casinos de Macau conseguem arrecadar pelo menos 3 por cento das apostas no jogo VIP, mas este valor caiu para 1,09 por cento nos primeiros três meses do ano, no caso do casino Wynn Macau.

O chamado mercado de massas continuou a ser de longe o principal segmento para a operadora, representando receitas de 710,9 milhões de dólares entre Janeiro e Março, menos 6,9 por cento do que no mesmo período de 2024. Recorde-se que em 2019 o bacará VIP representava 46,2 por cento das receitas totais dos casinos de Macau. Mas nos primeiros três meses do ano este segmento ficou-se por uma fatia de 25,1 por cento.

O mundo lá fora

A Wynn Resorts, que está a construir um hotel-casino nos Emirados Árabes Unidos, disse que continua “a explorar oportunidades para desenvolver mais negócios de jogos ou relacionados no mercado nacional e internacional”.

Numa teleconferência com analistas, após o anúncio dos resultados, Craig Billings, reconheceu que a empresa poderia concorrer a novas concessões para casinos no Japão, mas apenas “se as condições fossem adequadas”. Billings deu ainda como exemplo a Tailândia, país que está a discutir a legalização dos casinos e que descreveu como “um potencial mercado incrível, com transporte aéreo, infra-estruturas, turismo, etc. inacreditáveis”.

Billings disse não esperar qualquer impacto para a Wynn Macau da guerra comercial criada pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos às importações vindas da China, Hong Kong e Macau.

Na terça-feira, a agência de notação financeira Fitch Ratings considerou que a guerra comercial pode prejudicar as operadoras de jogo em Macau, que ficam “sujeitas a retaliação” e vulneráveis ao abrandamento económico chinês.

7 Mai 2025

Administração | Ng Wai Han sai dos SAFP para dirigir DICJ

Com a passagem de Adriano Marques Ho para os Serviços de Alfândega, a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos passou a ser liderada interinamente pelo seu sub-director Lio Chi Chong. O secretário para a Economia e Finanças nomeou ontem Ng Wai Han, a primeira mulher à frente da entidade reguladora do jogo de Macau

 

A Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) tem uma nova directora. Um despacho assinado pelo secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, publicado ontem no Boletim Oficial, nomeia Ng Wai Han como directora da DICJ pelo período de um ano. A comissão de serviço de Ng Wai Han iniciou-se logo ontem com a publicação do despacho.

Recorde-se que o cargo estava vago desde que Adriano Marques Ho foi conduzido ao posto de director-geral dos Serviços de Alfândega em Dezembro, durante a reformulação dos titulares de elevados cargos públicos com a tomada de posse do novo Governo de Sam Hou Fai. Para o lugar de Adriano Marques Ho, que dirigiu a DICJ desde Junho de 2020, o novo Executivo nomeou o sub-director Lio Chi Chong.

Ng Wai Han passou a ser a primeira mulher na liderança da DICJ, depois do exercício de funções de Manuel das Neves, Paulo Martins Chan e Adriano Marques Ho.

A ascensão da ex-directora de Serviços de Administração e Função Pública ao topo da hierarquia da DICJ marca uma diferença de perfil de dirigentes, que até agora eram provenientes da área das forças de segurança.

Trabalho e administração

O secretário para a Economia e Finanças refere que “Ng Wai Han possui competência profissional e aptidão para o exercício do cargo de directora da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, que se demonstra pelo curriculum vitae”.

A nova líder da entidade reguladora do jogo no território é licenciada em Direito pela Universidade de Sun Yat-Sen, onde também fez mestrado em Direito Penal.

Em 1999, entrou para a função pública, para o cargo de técnica superior (área jurídica) da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), onde permaneceu até 2013. Entre 2013 e 2016, chefiou as divisões de Estudos do Departamento de Estudos e Informática e de Controlo dos Direitos Laborais do Departamento de Inspecção do Trabalho. Em Maio de 2016, passou a liderar o Departamento de Inspecção do Trabalho e um ano depois foi nomeada subdirectora, substituta da DSAL, e subdirectora até 2020, altura em que mudou para os Serviços de Administração e Função Pública, depois de duas décadas na DSAL.

Entre Junho de 2020 e Agosto de 2023, Ng Wai Han foi subdirectora dos SAFP e um mês depois passou a dirigir os SAFP, cargo que ocupou até ontem.

7 Mai 2025

Conselho de Estado | Xia Baolong em Macau entre hoje e terça-feira

“O director do Gabinete de Trabalho de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China e director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado, Xia Baolong, visitará Macau de 8 a 13 de Maio”, revelou ontem o Gabinete de Comunicação Social.

O representante volta assim a Macau “para se inteirar da situação local”, e “conhecer a actualidade socioeconómica de Macau e os trabalhos de governação do novo Governo da RAEM”.

“O Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, em nome do Governo da RAEM, agradece a atenção e apoio prestados desde sempre pelo Governo Central, e dá as calorosas boas-vindas à visita do director Xia Baolong, a Macau”, indicou o GCS, acrescentando que o Executivo irá “proceder, de forma empenhada, às devidas disposições para garantir o pleno sucesso da visita de Xia Baolong”.

Há sensivelmente um ano, Xia Baolong também fez uma visita de uma semana a Macau. Mais recentemente, no início de Fevereiro, o responsável passou dois dias em Hengqin.

7 Mai 2025

Subsídio infância | IAS diz que é incentivo à natalidade

Os bebés nascidos este ano irão receber, nos primeiros três anos de vida, um total de 87 mil patacas no âmbito da concessão do novo subsídio de infância. Hon Wai, presidente do Instituto de Acção Social, defendeu ontem que esta nova medida pode promover o crescimento da taxa de natalidade

 

Estão em marcha os preparativos para a criação do novo apoio às famílias que desejem ter mais filhos, e que foi anunciado nas últimas Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano. Segundo afirmou ontem Hon Wai, presidente do Instituto de Acção Social (IAS), no programa matinal Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau, tal medida pode mesmo contribuir para um aumento da natalidade.

“Esperamos que este subsídio possa encorajar as famílias locais a ter filhos. Claro que para aumentar a natalidade temos de considerar vários aspectos, e com este subsídio esperamos poder dar algum apoio financeiro para aliviar a pressão económica das famílias de Macau. Lançamos o subsídio de assistência de infância, e para aumentar a natalidade vamos rever o sistema de serviços de creches”, referiu.

No caso de uma criança nascida este ano, o subsídio de infância implica a atribuição, por parte do Governo, de um total de 87 mil patacas em três anos, tendo em conta o montante mensal de 1.500 patacas.

As 87 mil patacas que as crianças nascidas este ano irão receber dizem respeito ao subsídio da infância somado ao subsídio de nascimento e cheques pecuniários.

Os destinatários do subsídio de assistência na infância têm que ser residentes permanentes, incluindo os bebés nascidos em 2022. Conforme já foi referido, trata-se de um novo apoio que chega a 15 mil bebés e crianças. Nesta fase, o IAS trabalha na elaboração do regulamento administrativo, pois a medida deverá entrar em vigor por altura do Verão.

O montante mensal serve, sobretudo, para aliviar a carga das famílias com despesas essenciais como a compra de fraldas, leite em pó ou alimentação, tendo sido calculado com base nos dados fornecidos pelo Conselho dos Consumidores.

“Baseamo-nos no Conselho dos Consumidores face aos preços médios de artigos de bebé, pelo que estimamos custos semanais na ordem dos 900 a 1.300 patacas”, disse no programa.

Após uma análise preliminar, o Governo decidiu que as inscrições serão feitas através da plataforma da Conta Única de Macau, pois esta tem as informações essenciais dos pais e filhos. Hon Wai apontou também que as informações sobre a estrutura básica deste apoio já estão definidas, podendo ficar disponíveis na Conta Única.

“Prevemos que milhares de pais estejam abrangidos pelo programa e possam pedir o subsídio na mesma altura, pelo que o IAS precisa assegurar o funcionamento da plataforma e assegurar questões como a cibersegurança”, disse.

Estudo sobre creches

No mesmo programa, a chefe da Equipa de Trabalho na Área dos Serviços da Primeira Infância do IAS, Wong In Leng confirmou que o IAS vai estudar o panorama da procura pelo serviço de creches e as instalações disponíveis para crianças com idade inferior a dois anos.

Wong In Leng garantiu ainda que além de ser reforçada a formação para profissionais que tomam conta de crianças, vai ser feita uma avaliação externa a nível institucional a fim de assegurar a qualidade das creches.

A responsável concluiu que o IAS atribui anualmente mais de 240 milhões de patacas às creches subsidiadas, sendo que cada vaga é apoiada em 34 mil patacas. As creches oferecem mais de 900 vagas gratuitas.

7 Mai 2025

Citigroup | Guerra comercial ainda está a passar ao lado

No início de Maio, os grandes apostadores deslocaram-se em força aos casinos do território. O Citigroup admite que poderá ter assistido de alguma forma a despesas de vingança, ou seja, de um consumo intenso após períodos de privação

 

Nos primeiros dias de Maio, o impacto da guerra comercial entre os EUA e a China não se fez sentir mas mesas dos casinos. O cenário foi traçado pelo banco de investimento Citigroup, no mais recente relatório sobre o sector do jogo.

O feriado do 1.º de Maio coincide com a semana dourada no Interior, um dos principais períodos de férias, e apesar do ambiente económico mais complicado a nível mundial, os jogadores, inclusive os VIP, não deixaram de vir a Macau.

De acordo com o Citigroup, citado pelo portal GGR Asia, os “actuais conflitos comerciais entre a China e os Estados Unidos parecem não estar a desencorajar os jogadores de desfrutarem das ofertas de jogo e dos elementos não jogo de Macau”, é escrito.

Os analistas George Choi e Timothy Chau até vão mais longe e consideram que as observações realizadas nos casinos foram de deixar “o queixo caído”, face ao número de jogadores. Para esta realidade contribuiu o número de grandes apostadores, aqueles que fazem apostas superior a 1 milhão de dólares de Hong Kong por jogada, que marcaram presença nas mesas.

Os analistas até colocaram a hipótese de terem assistido a “despesas de vingança”, expressão utilizada para descrever um consumo intenso e elevado, depois de momentos de privação. “Foi a primeira vez que nos deparámos com mais do que um jogador VIP a apostar vários milhões de dólares de Hong Kong no mesmo dia”, observaram. “Isto sugere provavelmente que os actuais conflitos comerciais entre a China e os EUA não estão, até agora, a afectar as preferências dos jogadores”, sugeriu o Citi.

Casa cheia

Todavia, não foi apenas em termos de jogadores VIP que o mercado do jogo mostrou uma grande vitalidade. O mesmo aconteceu a nível das massas, com o Citigroup a indicar que o número de visitantes, na ordem dos 220 mil por dia, apresentou médias superiores às do período do Ano Novo Lunar, outra das épocas altas do turismo.

Face a estes valores, o Citigroup indica que os números mostram que existe uma certa “falta de elasticidade da procura do jogo”, ou seja, que a procura pelo jogo tende a sofrer poucas variações, apesar de ser afectada por factores negativos.

Em termos de quota de mercado entre as seis concessionárias, e tendo em conta o segmento mais elevado do mercado de massas, o segmento premium, os analistas apontaram que Sands China, Wynn Macau e MGM China obtiverem 63 por cento do mercado, com Galaxy, Melco e SJM a obterem os 37 por cento restantes. Esta tendência foi considerada como dentro do expectável.

O banco indicou ainda que a MGM China “saltou para o primeiro lugar com uma quota de aproximadamente 30 por cento das apostas de massa premium observadas” devido à presença de um grande apostador que fazia apostas na ordem dos 2,9 milhões de dólares de Hong Kong.

7 Mai 2025

Zona A | Estação de monitorização da qualidade do ar na calha

Será construída uma estação de monitorização da qualidade do ar na Zona A dos novos aterros. Em relação à qualidade do ar, o director dos SMG referiu a descida da concentração de poluentes atmosféricos em 2023, segundo dados da rede de monitorização da Grande Baía. Isto apesar da qualidade ar ter piorado em Macau em 2023 e 2024

 

Depois de uma sequência de dias com qualidade do ar perigosa ou insalubre, que inclusive motivou o alerta dos Serviços de Meteorológicos e Geofísicos (SMG) para a população evitar sair à rua, o director do organismo deu conta de melhorias na qualidade do ar verificada em 2023 a nível regional.

Numa resposta à interpelação escrita do deputado Lei Chan U, Leong Weng Kun salienta os resultados das medidas a nível regional e o trabalho da Rede de Monitorização da Qualidade do Ar de Guangdong-Hong Kong-Macau para a Região do Delta do Rio das Pérolas”.

Segundo o director dos SMG, o relatório de 2023 da rede inter-regional aponta que “os valores médios anuais de concentração de vários poluentes atmosféricos registados em 2023 caíram entre 17 e 86 por cento em relação aos níveis de pico”. Leong Weng Kun conclui que “as medidas de redução de emissões implementadas pelas três regiões foram eficazes na melhoria da qualidade do ar regional”.

Porém, as estatísticas anuais do ambiente de 2023 e 2024 de Macau pintam um cenário bem diferente. Em 2023, foram registados mais dias com má qualidade do ar face ao ano anterior. Aliás, os dias com ar “insalubre” e “moderado” foram muito superiores aos com “boa” qualidade. O panorama piorou no ano passado, segundo as estatísticas do ambiente o número de dias com qualidade do ar “insalubre” e “muito insalubre” voltou a aumentou em relação a 2023.

Além do oxigénio

O director dos SMG salienta também o estudo elaborado pelas três regiões para compreender as causas do ozono na região da Grande Baía e as características de transmissão a nível inter-regional.

Apesar da descida da qualidade do ar, Leong Weng Kun afirma que, “nos últimos anos, o Governo da RAEM tem implementado uma série de medidas para melhorar a qualidade do ar, incluindo a redução da emissão de poluentes atmosféricos através de medidas de incentivo e regulação, visando os precursores de ozono”. O responsável dá os exemplos da proibição de importação e trânsito de tintas para construção, tintas para veículos e adesivos para obras de decoração com alto teor de compostos orgânicos voláteis.

Em relação à monitorização da poluição atmosférica, Leong Weng Kun revela que estão “actualmente em curso os trabalhos preparatórios” para construir uma estação de monitorização da qualidade do ar na Zona A dos Novos Aterros Urbanos”.

7 Mai 2025

Alojamento local | Lo Choi In reconhece desafios, mas pede estudo

A deputada ligada à comunidade de Jiangmen aponta que, apesar da proibição do alojamento local em Macau, existem anúncios em todo o lado e que uma simples busca na internet apresenta ofertas para quase todos os gostos

 

Lo Choi In quer saber se o novo Governo tem planos para estudar a viabilidade do alojamento local em Macau. A questão faz parte de uma interpelação escrita pela deputada ligada à comunidade de Jiangmen, divulgada no portal da Assembleia Legislativa.

De acordo com Lo Choi In, as pensões ilegais encontram-se actualmente num regime misto, em que apesar de serem proibidas, não foram criminalizadas, o que tem feito com que continuem presentes em Macau. Além disso, indica, o aumento do número de um novo tipo de turistas do Interior da China também tem contribuído para que a procura por estes espaços continue a crescer.

Neste contexto, em que a deputada pergunta se não seria melhor estudar a viabilidade legal do alojamento local, dado que se torna cada vez mais impossível o combate ao fenómeno. “A lei da proibição de prestação ilegal de alojamento não criminalizou a oferta de alojamento local em Macau. A intenção legislativa passou por deixar margem para que no futuro se pudesse avançar para a legalização”, justificou a deputada, que votou a favor da proposta. “Todavia, a lei impõe uma sanção administrativa para a oferta de alojamento local de 800 mil patacas, o que também reflecte a preocupação da comunidade com o alojamento ilegal”, reconheceu. “Será que os serviços competentes podem tomar a iniciativa de se juntarem a algumas instituições académicas, grupos de interesse da comunidade e estudar a viabilidade do alojamento local, de modo a examinar e explorar as vantagens e desvantagens para Macau?”, questionou.

À frente de todos

Lo Choi In considera também que apesar dos problemas do alojamento ilegal esta é uma realidade cada vez mais presente

A deputada menciona que nos últimos tempos o seu gabinete tem recebido cada vez mais queixas de residentes, porque nos prédios onde vivem, principalmente nas épocas altas do turismo, é cada vez mais frequente verem turistas do Interior da China a entrar e sair de habitações com malas de viagem. Houve ainda queixas sobre turistas que abordam residentes para perguntar onde ficam os alojamentos locais, sem terem noção de que se trata de uma prática ilegal.

Além do aumento do número de queixas recebidas, Lo indica que uma pesquisa online em motores de busca gerais ou de oferta de alojamento mostram vários alojamentos ilegais disponíveis em Macau.

Face a este crescimento, e dada a ilegalização, a deputada pede ao Governo que intensifique os esforços para combater o fenómeno e que faça uma campanha para que os turistas percebam os riscos que correm, em caso de acidentes, por ficarem nestes alojamentos.

Lo Choi In pede ainda ao Governo que torne mais eficazes os mecanismos para denunciar os alojamentos ilegais, principalmente através dos meios online, que considera serem os mais eficazes.

7 Mai 2025

Banca / PME | Prudência com crédito devido a clima económico

O sector bancário apertou os critérios de atribuição de crédito a pequenas e médias empresas no novo plano de bonificação de juros lançado há duas semanas pelo Governo. Andy Wu pede aos empresários que façam uma avaliação rigorosa dos riscos de recorrer aos empréstimos, numa altura em que o crédito malparado continua em níveis elevados

 

Fez ontem duas semanas que o Governo lançou mais um plano de bonificação de juros de créditos bancários para pequenas e médias empresas (PME), que irá decorrer até 22 de Abril de 2026. Depois de outras rondas de planos semelhantes, empresas e representantes do sector indicam que os critérios bancários para a aprovação de empréstimos se tornaram mais exigentes em comparação com os planos aplicados durante o período pandémico.

O actual plano prevê cinco milhões de patacas como montante máximo dos créditos a conceder a cada empresário comercial, com o prazo máximo de bonificação de três anos e o limite máximo da taxa anual de bonificação de 4 por cento.

Um empresário, que não se quis identificar ao jornal Ou Mun, afirmou ter analisado os critérios e detalhes do plano, por estar interessado em alivar a pressão de liquidez da empresa. Porém, o empresário notou que os requerimentos são mais rigorosos do que os referentes aos empréstimos semelhantes em 2021 e 2022. Apesar de achar que cumpre os critérios de aprovação, o empresário indicou ao Ou Mun não ter a certeza se irá conseguir o empréstimo.

Também em condição de anonimato, um profissional do sector bancário indicou ao jornal Ou Mun que as instituições bancárias apenas tomaram os planos 2021 e 2022 como referência, mas que os ambientes financeiros e económicos mudaram desde então, obrigando os bancos a mudar os critérios de avaliação de risco.

Como aqui chegámos

Apesar de maior ou menos foco em aspectos de responsabilidade social, ou deveres fiduciários perante accionistas, o profissional ouvido pelo jornal Ou Mun considera que, de um modo geral, os bancos de Macau assumem uma posição de parceria com as PME como parte da sua missão operativa.

Como tal, a fonte indica que se as empresas tiverem um registo sem crédito malparado, os pedidos de crédito serão aceites.

Ao mesmo jornal, o presidente da Associação Comercial Federal Geral das Pequenas e Médias Empresas de Macau, Andy Wu, sugeriu ao Governo, banca e associações da área do comércio e negócios que reforcem a divulgação dos critérios, formalidades e prazos do plano de bonificação de juros. O responsável afirmou compreender a prudência da banca e indicou esperar que os empresários também sejam ponderados no pedido de crédito, na avaliação dos riscos e na capacidade operativa.

O crédito malparado bateu no passado mês de Fevereiro o valor mais elevado desde 1990, ano em que a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) começou a compilar estes dados. Os últimos dados da AMCM, divulgados na semana passada, referentes a Março e ao primeiro trimestre de 2025 revelam que apesar de ter descido 2,7 por cento, a dívida aos bancos de Macau era de cerca de 56,1 mil milhões de patacas.

7 Mai 2025

Literatura | O interesse do linguista Hugo Schuchardt no patuá de Macau

Hugo Schuchardt teve um genuíno interesse pelas línguas crioulas luso-asiáticas, com particular destaque para o patuá, falado pela comunidade macaense. O linguista, que nasceu em 1842, foi tema de uma palestra conduzida pelo investigador Hugo Cardoso, ligado à Universidade de Lisboa

 

Porto, 1883. José Leite de Vasconcelos escreve uma carta ao linguista alemão Hugo Schuchardt que vinha desenvolvendo estudos, ainda que à distância, sobre as línguas faladas na Ásia com origem no português, os chamados crioulos. A carta, escrita segundo o acordo ortográfico da época, entretanto digitalizada e hoje à guarda do arquivo da Universidade de Graz, na Áustria, surge no contexto de pedidos do próprio Schuchardt a Leite de Vasconcelos a propósito do crioulo que se falava então em Macau, conhecido como patuá.

“Meu respeitável amigo: Só hoje posso responder à V. Exa. Aqui no Porto não há os livros que diz, mas escrevi para Lisboa ao meu amigo Vianna e ele respondeu-me que o de Balsemão não aparece, e que na Hist. de Macau não vem nada sobre o dialecto port. de Macau. Se aqui no Porto os houvesse, eu de certo lhes daria uma olhada (V. Exa. queria dizer umlancedeolhos, umavistadeolhos, que é o usual. Desculpe V. Exa. esta reflexão, que V. Exa. de certo estimará).

Já tenho pedido informações sobre os crioulos, mas ainda não obtive nada; este estudo também me interessa pelo que respeita ao portug. Aguardo com interesse os 2 novos opúsculos que me promete. (…) Sem mais sou amigo obrigado, J. Leite de Vasconcelos, Porto, S. Victor, 25”.

O interesse de Hugo Schuchardt sobre os crioulos luso-asiáticos tem sido estudado por Hugo Cardoso, investigador e docente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), especialista em crioulos e que desenvolveu investigação na Universidade de Macau.

O académico conduziu recentemente uma palestra na Biblioteca Nacional, em Lisboa, sobre o linguista nascido em Gotha, na Alemanha, em 1842 e falecido em Graz, Áustria, em 1927, sendo considerado um dos mais importantes linguistas dos finais do século XIX e primórdios do século XX. A sessão teve como designação “Hugo Schuchardt e a busca pelos crioulos luso-asiáticos”.

Apesar do interesse de Schuchardt sobre o crioulo de Macau, não chegou a publicar nenhum trabalho académico sobre o assunto, conforme disse ao HM Hugo Cardoso. “Schuchardt não publicou nenhum trabalho sobre Macau. Contudo, ao percorrer a sua correspondência, percebe-se que Macau também estava no seu radar, uma vez que ele discute o crioulo de Macau com diversos dos seus correspondentes, incluindo Leite de Vasconcelos e Gonçalves Viana”, adiantou.

Depois do linguista alemão, destaca Hugo Cardoso, “houve efectivamente várias pessoas que se debruçaram sobre o crioulo de Macau, incluindo Danilo Barreiros, José dos Santos Ferreira (Adé), Graciete Batalha, Ana Maria Amaro e, mais recentemente, o Prof. Raúl Gaião e o Prof. Mário Pinharanda Nunes”. Destaque ainda para o estudo de Marie Arana-Ward “sobre o crioulo falado pelos descendentes de macaenses em Hong Kong”.

Eis outra troca de correspondência com Leite de Vasconcelos, datada de 28 de Dezembro de 1889, em que são mencionados livros e dicionários sobre português e chinês. “Exmo. Amigo: Apresso-me a responder ao seu bilhete, visto que tem pressa. O que conheço de china-português é o seguinte: J. A. Gonçalves, − Diccionario portuguez-china e china-portuguez. Macau 1831; – Arte china, constante de alphabeto e grammatica. Macau 1829. Há mais trabalhos portugueses, mas são em latim, e um é ms. (…) Estimo que tivesse boas-festas. Amigo obrigado, José Leite de Vasconcellos”.

O papel de Coelho

Hugo Cardoso, cuja tese de doutoramento se intitula “A língua Indo-Portuguesa de Diu”, antigo território da chamada Índia portuguesa juntamente com Goa e Damão, falou na Biblioteca Nacional dos estudos de Hugo Schuchardt em torno deste crioulo e também do linguajar de Batávia/Tugu, na Indonésia.

Para o docente da FLUL, pioneirismo no estudo dos crioulos é expressão que rima com Schuchardt. O linguista alemão foi “absolutamente pioneiro neste domínio, não só no estudo dos crioulos luso-asiáticos ou sequer dos crioulos de base lexical portuguesa globalmente, mas no estudo das línguas crioulas em geral” e, por essa razão, é “uma figura maior da história da linguística”.

Hugo Cardoso destaca ainda que “no que diz respeito aos crioulos de base lexical portuguesa, antes dele, tinha havido alguma actividade, especialmente por parte de Adolfo Coelho, que, em 1881, publicara ‘Os dialectos românicos ou neo-latinos na África, Ásia e América’, em que fazia um apanhado de diversos crioulos de base portuguesa”. Porém, nesta obra, Adolfo Coelho refere apenas três crioulos luso-asiáticos: “o de Ceilão (no Sri Lanka), o de Malaca e o de Macau -, dando alguns exemplos que conseguira obter a partir de publicações prévias (tais como a revista ‘Ta-Ssi-Yang-Kuo’ de Macau)”.

O académico não tem dúvidas de que “Hugo Schuchardt foi seguramente inspirado pelo trabalho de Coelho, mas os seus esforços para obter dados primários de muitos outros locais asiáticos ampliaram grandemente a cartografia dos crioulos luso-asiáticos e resultaram nas primeiras notícias publicadas e primeiras descrições gramaticais de muitos deles (como os de Diu, Cananor, Mahé, Cochim, Mangalor, etc.)”.

Inspirações futuras

Segundo Hugo Cardoso, o linguista alemão deixou trabalhos que inspiraram académicos futuros e muitos materiais do arquivo pessoal. “Um efeito do seu trabalho foi o de inspirar outros agentes a desenvolverem trabalho semelhante: aí destaca-se a figura de Sebastião Rodolfo Dalgado, que conduziu as suas próprias pesquisas e fez as suas próprias publicações sobre os crioulos indo-portugueses que Schuchardt não tinha abordado, sobre Damão, Bombaim, Ceilão e Negapatão”.

No caso de José de Leite Vasconcelos, que escreveu a carta citada no início deste texto, “também se correspondeu com Schuchardt e revela, nos seus estudos linguísticos, o impacto do trabalho de Schuchardt”.

Questionado pelo HM sobre as possíveis interligações entre os crioulos de Diu, Batávia e de Macau, Hugo Cardoso refere que existem “continuidades entre os diversos crioulos luso-asiáticos, mas também muitas diferenças”. “O crioulo de Batávia/Tugu é o que mais se assemelha ao crioulo de Macau, por exemplo, a nível do léxico. Mas isso é compreensível porque já foi demonstrando que o crioulo de Macau tem uma ligação histórica importante com os crioulos que se desenvolveram no sudeste asiático, em particular o de Malaca”.

Segundo um artigo académico do próprio Hugo Cardoso escrito em parceria com Tjerk Hagemeijer e Nélia Alexandre, intitulado “Crioulos de base lexical portuguesa”, estes “foram, na maioria dos casos, línguas orais até ao século XIX, quando começaram a surgir as primeiras recolhas de tradições orais, textos e traduções”, estando ligados “à expansão marítima em África e em Ásia, resultado do contacto entre o português e diferentes línguas africanas e asiáticas”.

Ainda segundo o mesmo artigo, “alguns destes crioulos, nomeadamente na Ásia, extinguiram-se, tendo ficado apenas registos da transição do século XIX para o século XX. À excepção dos crioulos da Alta Guiné, a vitalidade dos crioulos portugueses vivos está, de uma forma geral, a diminuir”.

No caso dos crioulos de origem portuguesa na zona da Ásia Meridional, surgiram a partir da chegada de Vasco da Gama a Calecute, Índia, em 1498, sobretudo a partir da fase em que toda a base do império português a Oriente se centra em Goa. Segundo o mesmo artigo académico, desenvolveram-se vários crioulos, o chamado “Indo-Português”, em zonas costeiras da Índia, Sri Lanka, Bangladesh e Birmânia. “Actualmente, a sua presença é bem mais reduzida: sobrevivem os de Diu, Damão, Korlai, Cananor e Sri Lanka (Ceilão) – o qual, apesar de ter, em tempos, sido usado um pouco por toda a ilha, actualmente se restringe às cidades de Batticaloa e Trincomalee”, é destacado no artigo. O autor chama a atenção para a extinção, em 2010, do crioulo de Vaipim, em Cochim, devido ao “falecimento do que parece ter sido o último falante fluente nessa região”. Existem depois os crioulos do sudeste asiático e da Ásia oriental, onde se inclui Macau. O patuá é actualmente “falado com fluência nativa apenas por algumas pessoas em Macau e na diáspora macaense”, é referido.

7 Mai 2025

Zona A | Trabalhador e escavadora caiem ao mar

O consórcio das empresas Top Builders e da estatal China Road And Bridge Corporation é responsável pelas obras de ligação à península, pelas quais vai receber 608,8 milhões de patacas. A proposta destas empresas excedia em 80 milhões outra das participantes no concurso

 

Foto: DR

Um trabalhador e uma escavadora de grandes dimensões caíram ao mar, na sexta-feira de manhã, depois do colapso de uma ponte provisória para a construção da ligação A3 entre a Zona A dos Novos Aterros Urbanos e a Península de Macau. O acidente foi captado em imagens, que acabaram partilhadas nas redes sociais.

O sinistro aconteceu em menos de 20 segundos. O homem foi atirado ao mar porque se encontrava no interior da máquina escavadora que terá feito com que a estrutura temporária não aguentasse. Acabou por ser salvo com ajuda dos colegas, que lhe atiraram uma bóia, já depois de ter conseguido sair da máquina, ainda dentro do mar.

Horas mais tarde, em comunicado, a Direcção dos Serviços de Obras Pública (DSOP), a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) e a Direcção para os Serviços Laborais (DSAL) confirmaram o acidente e a existência de lesões, ligeiras.

“No estaleiro da empreitada de concepção e construção da via de acesso (A3) entre a Zona A dos Novos Aterros Urbanos e a Península de Macau, ocorreu um incidente em que uma máquina de construção e o seu operador caíram no mar, devido ao desmoronamento parcial da ponte de cavalete provisória, e o operador saiu do mar por si próprio e foi transportado para o hospital pelo empreiteiro”, foi reconhecido. “Sabe-se de forma preliminar que, o operador envolvido ficou ligeiramente ferido e estava consciente após o incidente, e vai ser submetido a uma inspecção médica detalhada”, foi acrescentado.

As autoridades consideraram ainda que o incidente teve “grande importância” e pediram uma suspensão total dos trabalhos.

Por sua vez, a DSAL garantiu ir ajudar o trabalhador a pedir uma indemnização pelo sucedido, dado que sofreu ferimentos ligeiros, enquanto a DSOP terá exigido ao “empreiteiro e à entidade fiscalizadora que colaborassem plenamente com a Administração na investigação das causas do incidente”. Foram ainda prometidas sanções, no caso de se considerar que houve responsabilidade das duas partes.

Obra de milhões

A construção da ligação A3 entre a Zona A dos Novos Aterros Urbanos e a Península de Macau tem como empreiteiro o consórcio constituído pelas empresas Top Builders e a estatal China Road And Bridge Corporation.

Estas venceram o concurso público para a construção da obra por 608,8 milhões de patacas, prometendo realizar os trabalhos em 855 dias. A proposta foi a quarta mais barata das 10 apresentadas, e todas tinham um tempo de realização dos trabalhos de 855 dias. No entanto, pelo menos uma das propostas, apresentada pelo consórcio constituído pelas Companhia de Construção e Investimento Predial Ming Shun e Sociedade de Construção e Engenharia Long Chon prometia realizar o mesmo trabalho por 528,0 milhões de patacas, uma diferença superior a 80 milhões de patacas.

6 Mai 2025

Banca | Lucros disparam 44,8% no primeiro trimestre

Os bancos obtiveram lucros de 3,76 mil milhões de patacas no primeiro trimestre, de acordo com os dados oficiais da Autoridade Monetária de Macau (AMCM)

 

Os bancos obtiveram lucros de 3,76 mil milhões de patacas no primeiro trimestre, mais 44,8 por cento do que no mesmo período de 2024. De acordo com dados oficiais da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), a principal razão para a subida foram os serviços e operações bancárias, cujas receitas aumentaram 42,1 por cento para 2,76 mil milhões de patacas.

Os dados, divulgados na sexta-feira, revelam ainda que as aplicações financeiras renderam aos bancos do território 528,6 milhões de patacas, três vezes mais do que nos primeiros três meses do ano passado.

Na direcção contrária, a banca de Macau registou uma queda de 3,1 por cento, para 3,75 mil milhões de patacas, na margem de juros, a diferença entre as receitas dos empréstimos e as despesas com depósitos.

Isto depois da AMCM ter aprovado três descidas da principal taxa de juro de referência nos últimos três meses de 2024, a última das quais um corte de 0,25 pontos percentuais, introduzida em 19 de Dezembro, seguindo a Reserva Federal norte-americana.

Os bancos de Macau obtiveram um lucro de 4,01 mil milhões de patacas em 2024, uma queda de 21,3 por cento e o valor mais baixo desde 2010, sobretudo devido à queda da margem de juros. Os empréstimos, a principal fonte de receitas da banca a nível mundial, diminuíram 4,7 por cento nos últimos 12 meses, fixando-se em 1,02 biliões de patacas no final de Março.

Malparado a cair

Pelo contrário, os depósitos junto dos bancos de Macau aumentaram 10,3 por cento, para 1,36 biliões de patacas, disse a AMCM. O crédito malparado na banca de Macau caiu 2,7 por cento em Março, para 56,1 mil milhões de patacas, depois de em Fevereiro ter atingido o valor mais elevado desde que a AMCM começou a compilar estes dados, em 1990.

Em Março, os empréstimos vencidos representavam 5,5 por cento dos empréstimos dos bancos de Macau, mais 1,3 pontos percentuais do que no mesmo mês de 2023. Uma percentagem que atinge 6,7 por cento no caso do crédito a instituições ou indivíduos fora da região chinesa.

A Autoridade Bancária Europeia, a agência reguladora da UE, por exemplo, considera que os bancos com pelo menos 5 por cento dos empréstimos malparados têm “elevada exposição” ao risco e devem estabelecer uma estratégia para resolver o problema.

Ainda assim, a percentagem de crédito bancário vencido em Macau está longe do recorde de 25,3 por cento alcançado em meados de 2001, em plena crise económica mundial causada pelo rebentar da bolha especulativa das empresas ligadas à Internet.

6 Mai 2025

PIB | Macau com a primeira redução desde finais de 2022

O aumento de turistas no território não se reflectiu no consumo nos primeiros três meses do ano. A queda do Produto Interno Bruto face ao período homólogo ainda não tem em conta os potenciais efeitos da guerra comercial

 

A economia de Macau encolheu 1,3 por cento em termos homólogos no primeiro trimestre deste ano, a primeira queda desde o final de 2022, quando a região começou a levantar as restrições devido à pandemia, foi anunciado na sexta-feira. Entre Janeiro e Março, o Produto Interno Bruto (PIB) de Macau atingiu 99,78 mil milhões de patacas, adiantou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Num comunicado divulgado na sexta-feira, a DSEC apontou como razões para o decréscimo a “base de comparação relativamente elevada” do primeiro trimestre de 2024 e a “alteração do padrão de consumo dos visitantes”.

O benefício económico dos serviços turísticos – o sector que domina a economia de Macau – caiu 3,8 por cento, apesar de o primeiro trimestre ter sido o segundo melhor de sempre no que toca ao número de visitantes.

De acordo com dados oficiais, Macau recebeu até Março 9,86 milhões de turistas, mais 11,1 por cento do que no mesmo período de 2024, mas os visitantes têm gastado menos na cidade. Os dados mais recentes apontam para uma queda de 14,6 por cento na despesa per capita dos turistas durante o ano passado.

A economia de Macau cresceu 23 por cento no primeiro trimestre de 2024 e terminou o ano a subir 8,8 por cento.

A última vez em que o PIB da região encolheu foi no final de 2022. A China continental – de longe a principal fonte de visitantes de Macau – começou a gradualmente levantar todas as restrições devido à pandemia de covid-19 em meados de Dezembro de 2022.

“Procura estável”

Apesar da redução do PIB, a DSEC sublinhou que a procura interna esteve “relativamente estável”, com o investimento privado a subir 7,8 por cento, as despesas do Governo a aumentar 1 por cento e o consumo privado a crescer 0,6 por cento.

Em 10 de Abril, a Universidade de Macau (UM) reviu em baixa a previsão para o crescimento económico da região, em parte devido ao potencial impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos da América na confiança dos turistas chineses.

O Centro de Estudos de Macau e o Departamento de Economia da UM prevêem que o PIB do território suba 6,8 por cento, menos 1,1 pontos percentuais do que na anterior previsão, feita em Janeiro. O coordenador do projecto e economista Kwan Fung disse que a revisão em baixa se deve ao declínio no consumo dos visitantes e às “tarifas norte-americanas sobre o mundo”, algo que “tem impacto indirecto na economia de Macau”. O professor do Departamento de Economia da UM disse que as tarifas vão “afectar o crescimento de todas as economias, especialmente o consumo dos turistas do Interior da China”.

No início de Março, a agência de notação financeira Fitch previu que o crescimento da economia de Macau irá desacelerar para 6,9 por cento este ano, devido a uma recuperação “mais lenta” do turismo e do jogo.

“No entanto, uma desaceleração acentuada da economia chinesa, como os aumentos substanciais das tarifas dos EUA, e uma forte desvalorização do yuan representam riscos negativos para as perspectivas de Macau”, referiu a Fitch.

6 Mai 2025

Dia do Trabalhador | Detido em primeiro protesto em seis anos

A polícia deteve no Dia do Trabalhador um homem que protestava contra o número de trabalhadores migrantes em Macau, invocando violação da lei do Direito de Reunião e Manifestação. Também a Associação Poder do Povo cancelou uma manifestação, depois de as autoridades terem sugerido não quererem estrear a aplicação da Lei relativa à Segurança do Estado

 

No dia 1 de Maio, Dia do Trabalhador, um homem foi detido por agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) quando se manifestava contra a importação de trabalhadores não-residentes.

Fonte do CPSP disse à Lusa que o homem exibiu ‘slogans’ (palavras de ordem) e entoou cânticos a exigir a redução de trabalhadores migrantes, à porta da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, no que se tratou do primeiro protesto público no Dia do Trabalhador desde 1 de Maio de 2019, antes da pandemia da covid-19.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o homem a colocar oito folhas de papel no chão com a mensagem “Governo, corte nos trabalhadores migrantes! Animem-se!” ao lado das bandeiras de Macau e da China.

A RAEM empregava no final de Março quase 183.400 mil trabalhadores migrantes, ainda longe do pico máximo de 196.538, atingido no final de 2019, no início da pandemia. Segundo o CPSP, os agentes fizeram repetidas advertências por violações da lei do Direito de Reunião e Manifestação, mas o homem recusou-se a obedecer e foi levado para a esquadra, para ser identificado.

Durante a pandemia, as forças de segurança recusaram-se a aprovar o percurso de qualquer protesto, invocando razões de “ordem e segurança” ou de saúde pública. As autoridades levantaram as restrições anti-pandémicas no final de 2023, mas os protestos não voltaram às ruas da cidade.

Estas proibições chegaram ao Comité dos Direitos Humanos da ONU que, em 2022, avaliou “um crescente número de informações de restrições indevidas ao exercício da liberdade de manifestações pacíficas”.

Seria uma pena

A Associação Poder do Povo, que também exige a redução do número de trabalhadores migrantes, cancelou uma manifestação planeada para o Dia do Trabalhador devido à “pressão da polícia”, noticiou na quinta-feira o jornal All About Macau.

A associação afirmou que esperava 20 mil participantes, mas cancelou o evento depois de a polícia ter alegado que poderia violar a lei de Segurança Nacional.

O presidente do grupo, Lam Weng Ioi, afirmou que apresentou um pedido formal de manifestação em Abril, mas foi convocado para repetidas reuniões da polícia para “analisar a situação” e “evitar circunstâncias incontroláveis”. Lam alegou que as autoridades levantaram questões sobre a “responsabilidade conjunta dos organizadores” e o aviso de quebra da “segurança nacional”, o que levou o grupo a apresentar um recurso por escrito.

Em declarações ao Canal Macau da TDM, o dirigente associativo contou que as autoridades adiantaram várias possibilidades como a intervenção de “pessoas com más intenções” que poderiam aproveitar as actividades para criar confusão, ou de participantes que poderiam comprometer a ordem pública, e que a associação seria responsável por qualquer distúrbio ou irregularidade. “Dissemos que íamos ter uma equipa especial para manter a ordem. No entanto, os agentes policiais duvidaram da nossa capacidade de controlar a ordem do local”, afirmou Lam Weng Ioi à televisão pública.

As autoridades sugeriram ainda que a manifestação do Dia do Trabalhador poderia infringir as leis de segurança nacional. “Foi mencionada, indirectamente, (a violação da) Lei relativa à Defesa da Segurança do Estado. Disseram-me que não houve nenhuma detenção, anteriormente, com base nessa lei e que não queriam que nós fossemos o primeiro caso de aplicação da Lei relativa à Defesa da Segurança do Estado”, contou o presidente da Associação Poder do Povo.

A PSP confirmou ter recebido uma notificação de manifestação para o dia 1 de Maio, mas afirmou que o organizador a retirou voluntariamente.

Au Kam San discorda

Na sequência do caso do indivíduo detido por protestar a importação de trabalhadores não-residentes para Macau, às portas da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, no Dia do Trabalhador, o ex-deputado Au Kam San defendeu que o acto em causa não era uma manifestação. Como tal, a actuação dos agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública não foi correcta.

Numa publicação no Facebook, o ex-deputado discordou do argumento da polícia de que o sujeito não havia feito um aviso prévio à manifestação por se tratar apenas de um indivíduo e de um protesto de pequena escala e que o conceito de manifestação depende do número de pessoas envolvidas. Mesmo assim, salientou não ser necessária autorização para aviso prévio de manifestação, um direito fundamental previsto na Lei Básica da RAEM.

6 Mai 2025

PME | Eventos promovidos pela Melco geraram 1 milhão de dólares

A Melco Resorts afirma ter gerado cerca de 1 milhão de dólares para pequenas e médias empresas locais através de eventos promovidos no ano passado. No relatório de sustentabilidade de 2024, a operadora de jogo destaca ainda os resultados em termos de gestão de resíduos e gastos de energia

 

Acaba de ser publicado o relatório de sustentabilidade da Melco Resorts & Entertainment relativo ao ano passado que dá destaque aos ganhos obtidos por pequenas e médias empresas (PME) locais com os eventos promovidos pela operadora. No que diz respeito à parte “Engajamento e investimento na comunidade”, lê-se que foram gerados “mais de 1,02 milhões de dólares para empresas locais e [ONG] organizações não governamentais em Macau através de 21 eventos para PME, com 603 PME e ONG participantes”. Além disso, na área do voluntariado, a Melco destaca que “cerca de 3.600 participantes ofereceram o seu tempo e esforço em mais de 359 iniciativas de voluntariado”, tendo sido obtidos “mais de 17,42 milhões de dólares que foram doados para causas dignas nas nossas comunidades”.

Citado pelo relatório, Lawrence Ho, presidente e director-executivo da Melco, refere que “21 iniciativas ‘Heart of House’ e eventos comunitários geraram mais de 1 milhão de dólares americanos para as empresas locais em Macau, proporcionando a 603 PME e ONG oportunidades para se ligarem, expandirem e crescerem”. Segundo o responsável, no ano passado foram “aprofundadas as parcerias com PME e ONG”.

No que diz respeito ao relacionamento com as PME locais, a Melco destaca ainda a ligação com a cadeia de fornecimento, pois “86 por cento das aquisições surgiram de empresas locais em Macau”, sendo que, desse total, “59 por cento foram aquisições de PME locais”. Cenário semelhante ocorreu nas restantes operadoras que a Melco detém no Chipre e Manila, com aquisições locais a rondar os 40 e 76 por cento, respectivamente.

No tocante às acções de formação na empresa, a Melco diz ter investido, em média, “582 dólares americanos por trabalhador a tempo inteiro em actividades de aprendizagem e desenvolvimento, o que equivale a uma média de 38 horas de formação”. Neste contexto, “100 por cento dos colegas participaram em acções de formação”, pode ler-se. Além disso, “mais de 758 mil participantes assistiram a mais de 1.400 cursos oferecidos pela ‘Melco Learning Academy’, o que equivale a mais de 870.000 horas de aprendizagem ministradas”. Destaque ainda para o facto de, em todos os empreendimentos da Melco, “as mulheres representarem 23 por cento dos conselhos de administração e 32 por cento dos quadros superiores”.

O relatório dá também conta que “63 por cento das posições ao nível da vice-presidência, ou acima desse posto, foram preenchidas a partir de comunidades locais, aumentando para 70 por cento em Macau”, pode ler-se.

Tudo pelo ambiente

Outra das áreas destacadas no relatório de sustentabilidade da Melco diz respeito às políticas amigas do ambiente. Uma das áreas que está “em progresso” é o consumo de energia, no sentido de se obter mais razoabilidade de consumo. “Em 2024, apesar de um aumento de 39 por cento em termos do número de visitantes e da subida de 19 por cento na taxa de ocupação dos quartos de hotel, juntamente com a adição de uma propriedade e um novo resort integrado ao nosso portefólio, a intensidade energética aumentou 10 por cento em relação a 2023, mas foi 19 por cento inferior ao nosso ano de referência de 2019”.

Um dos objectivos “alcançados” prende-se com as medidas de eficiência energética, que “desde 2018 resultaram numa poupança anualizada de mais de 62,5 milhões de kWh, um aumento de 9 por cento em relação a 2023”. Outra meta “alcançada” diz respeito à instalação de “mais de 25.000 painéis fotovoltaicos em todas as propriedades em Macau, Manila e Chipre, gerando cerca de 10.000 kWh anualmente”. Assim, nas propriedades da Melco “o consumo de electricidade proveniente de fontes renováveis aumentou 72 por cento em relação a 2023”.

No tocante aos meios de transporte do grupo, “os autocarros, veículos eléctricos e híbridos representam 55 por cento da nossa frota combinada, com estações de carregamento, um aumento de 25 por cento em relação a 2023”.

Em termos de gestão de materiais e resíduos, a Melco diz ter evitado o gasto de plástico na ordem de 13,2 milhões de garrafas, graças à instalação “do sistema de filtragem de água NORDAQ que serve quase todos os quartos de hotel nos resorts integrados da Melco”.

Além disso, é apresentado o exemplo do empreendimento City of Dreams, em Manila, onde foi estabelecido “um sistema de economia circular em que os resíduos alimentares são decompostos no local, e o excesso doado a uma quinta local para cultivar alguns dos vegetais servidos aos hóspedes”.

Em termos de consumo de água, o relatório indica que “apesar do aumento do número de visitantes e da taxa de ocupação hoteleira”, o “consumo total de água e a intensidade da água aumentaram apenas 6 e 2 por cento em comparação com 2023, respectivamente, e foram 6 e 30 por cento inferiores, respectivamente, ao ano de referência de 2019”. Contudo, esta é uma meta que, segundo a empresa, está ainda “em progresso”.

Outro objectivo realçado no relatório foi a “economia anual de mais de 510.820 metros cúbicos de água por meio de medidas de eficiência hídrica, um aumento de 10 por cento em relação a 2023″.

“Tal como investimos nas pessoas e nas comunidades, continuamos a desenvolver esforços ambientais com a mesma determinação. (…) A intensidade do consumo de energia e água, bem como as emissões de gases com efeitos de estufa, permaneceram de forma significativa abaixo da nossa linha base de 2019, mesmo adicionando uma nova propriedade e um resort integrado”, salienta Lawrence Ho.

O empresário referiu também o aumento “da quantidade de materiais valiosos desviados através da reciclagem e compostagem nas operações globais – 58 por cento em relação ao ano passado”. “Nos nossos espaços de restauração também combatemos o desperdício alimentar, com o ‘Desafio do Prato Limpo’ a contribuir para uma redução de 9 por cento do desperdício nas áreas de restauração de Macau e Manila”.

“Mudança de mentalidade”

Para Lawrence Ho, maior sustentabilidade na Melco requer “uma mudança de mentalidade” verificada em “pequenas acções que, em escala, podem ter um impacto significativo”.

Em relação à cadeia de fornecimento dos hotéis e resorts integrados do grupo, destacam-se também bons resultados. “Embora os números nem sempre mostrem saltos exponenciais, o nosso foco no fornecimento responsável permanece inabalável, com 18 por cento de todos os frutos do mar comprados por peso a serem de fontes sustentáveis, e 100 por cento dos nossos pontos de venda de alimentos e bebidas em Macau e Manila servirem ovos de galinhas criadas ao ar livre”, lê-se.

Há, assim, “um esforço que reflecte uma ambição mais profunda de incorporar a sustentabilidade nas aquisições”, disse Lawrence Ho, que acrescentou que “mais do que um serviço, a hospitalidade tem a ver com a experiência que cria, com as pessoas que apoia e com o impacto que deixa”.

“Todos os anos, a Melco desafia-se a ir mais longe, acreditando que o luxo e a responsabilidade não são forças opostas, mas sim parceiros no progresso, o que se reflecte na forma como defendemos uma governação forte, gerimos o nosso impacto ambiental, apoiamos as nossas pessoas e comunidades e lideramos o jogo responsável. Esse compromisso com o progresso moldou nossa abordagem em 2024, como um ano de recalibração no qual continuamos a fortalecer as operações, reacender o ímpeto e garantir que nossos resorts integrados permaneçam na vanguarda da excelência”, concluiu.

6 Mai 2025

Jogo | Receitas com subida anual de 1,7% para 18,9 mil milhões

Quando se faz a análise às receitas brutas do jogo entre Janeiro e Abril, os casinos acumularam 76,5 mil milhões de patacas, o que significa um crescimento ligeiro de 0,8 por cento

 

Em Abril, as receitas brutas do jogo registaram um crescimento anual de 1,7 por cento para aproximadamente 18,9 mil milhões de patacas, de acordo com os dados publicados ontem pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

Em comparação, em Abril do ano passado as receitas do jogo tinham apresentado um crescimento de 18,5 mil milhões de patacas, o que na altura tinha significado um crescimento de 26 por cento, face às receitas de 14,7 mil milhões de patacas de Abril de 2023.

As receitas mais recentes estão ainda longe dos montantes que chegavam às mesas do território antes da pandemia da covid-19 e da campanha contra os principais promotores do jogo de Macau. Em 2019, as receitas de Abril foram de 23,6 mil milhões de patacas. Em relação aos valores actuais, a diferença para 2019 é de 4,7 mil milhões de patacas, o que representa menos 20 por cento.

No entanto, Abril não deixou de ser o terceiro mês consecutivo em que as receitas cresceram face ao período homólogo, com aumentos mensais que variaram entre 0,8 por cento e 6,8 por cento. A excepção foi Janeiro, quando se registou uma quebra em termos anuais de 5,6 por cento.

Melhor que o previsto

No entanto, o valor de Abril ficou acima do esperado pelos analistas do banco Citigrupo, que em 24 de Abril previram receitas de 18,25 mil milhões de patacas para o mês, o que teria representado uma queda homóloga de 2 por cento.

Também Vitaly Umansky, analista da empresa de consultadoria Seaport Research Partners, tinha previsto, a 1 de Abril, uma descida de 0,1 por cento nas receitas, em comparação com o mesmo mês de 2024, devido a uma recente campanha da polícia contra o câmbio ilegal de dinheiro, alegadamente no Interior de alguns casinos locais.

Quando se faz a análise às receitas brutas do jogo entre Janeiro e Abril, os casinos acumularam 76,5 mil milhões de patacas, o que significa um crescimento ligeiro de 0,8 por cento. Nestes quatro meses, o valor acumulado das receitas está abaixo da média de 20 mil milhões de patacas por mês, que foi tido em conta na elaboração do actual orçamento do Governo, aprovado durante a vigência do anterior Executivo, liderado por Ho Iat Seng.

Macau obteve em 2024 receitas totais de jogo de 226,8 mil milhões de patacas, mais 23,9 por cento do que em 2023, mas apenas 73,2 por cento do registado em 2019, antes da pandemia de covid-19.

2 Mai 2025

Demografia | TNR com valor mais elevado desde 2020

Macau empregava no final de Março quase 183.400 trabalhadores migrantes, o valor mais elevado desde Junho de 2020, no início da pandemia de covid-19. Entre o início de 2023 e o fim do primeiro trimestre deste ano, passaram a trabalhar em Macau mais 31.500 não-residentes

 

No fim do primeiro trimestre deste ano, trabalhavam em Macau cerca de 183.400 trabalhadores não-residentes (TNR), o valor mais alto desde Junho de 2020, quando a pandemia da covid-19 começou a afectar o mundo. Segundo dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública, divulgados pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, este número representa um crescimento de quase 3.900 trabalhadores nos últimos 12 meses.

Os trabalhadores sem estatuto de residente aumentaram em quase 31.500 desde Janeiro de 2023, quando terminou a política ‘zero covid’, que esteve em vigor em Macau e na China continental durante quase mais de três anos. Nesse mês, a mão-de-obra vinda do exterior, incluindo da China continental, tinha caído para menos de 152 mil, o número mais baixo desde Abril de 2014.

Desde o pico máximo de 196.538, atingido no final de 2019, no início da pandemia, e até Janeiro de 2023, a cidade perdeu quase 45 mil TNR, que correspondiam a 11,3 por cento da população activa.

Macau, que à semelhança da China seguia a política ‘zero covid’, reabriu as fronteiras a todos os estrangeiros, incluindo TNR, a partir de 8 de Janeiro de 2023, depois de quase três anos de rigorosas restrições.

Por partes

O sector da hotelaria e da restauração foi o que mais contratou nos últimos 12 meses, ganhando 3.792 trabalhadores sem estatuto de residente, seguido dos empregados domésticos (mais 1.688) e das actividades imobiliárias (mais 1.193). A área da hotelaria e restauração tinha sido precisamente a mais atingida pela perda de mão-de-obra durante a pandemia, tendo despedido mais de 17.600 funcionários não-residentes desde Dezembro de 2019.

Macau acolheu, no primeiro trimestre deste ano, 9,86 milhões de visitantes, mais 11,1 por cento do que no mesmo período de 2024 e o segundo valor mais elevado de sempre para um arranque de ano.

A crise económica criada pela pandemia levou a taxa de desemprego a atingir 4 por cento no terceiro trimestre de 2022, o valor mais alto desde 2006. Mas, e apesar da subida do número de TNR, a taxa de desemprego estava em 1,9 por cento nos primeiros três meses deste ano.

A economia de Macau cresceu 8,8 por cento em 2024, graças à retoma do jogo e da procura interna, de acordo com dados oficiais. O produto interno bruto (PIB) representou 86,4 por cento do valor registado em 2019, antes do início da pandemia.

2 Mai 2025

Função Pública | Dez fins-de-semana prolongados em 2026

No próximo ano, os trabalhadores da função pública vão ter 10 fins-de-semana com pelo menos três dias de descanso, e um outro período de três dias e meio seguidos de descanso, por altura das celebrações do Ano Novo Lunar

 

A função pública vai gozar de um total de dez fins-de-semana prolongados em 2026, entre tolerâncias de ponto, dias de descanso compensatório e feriados. O calendário de feriados e dias de descanso definidos pelo Governo para o próximo ano foi divulgado na quarta-feira, através de um despacho publicado no Boletim Oficial.

O primeiro fim-de-semana prolongado chega em Abril, entre o dia 3, uma sexta-feira, em que se assinala a Morte de Cristo, e o dia 7, uma terça-feira, utilizada para compensar o facto do feriado do Cheng Ming, coincidir com o domingo. No meio destes cinco dias também segunda-feira, dia 6, é definido como período de descanso compensatório, devido à Véspera da Ressurreição de Cristo, que se assinala no sábado, 4 de Abril.

O segundo fim-de-semana prolongado tem lugar no início de Maio, entre o dia 1, uma sexta-feira, em que se assinala o Dia do Trabalhador, e domingo dia 3 de Maio. No quinto mês do ano tem lugar um segundo fim-de-semana prolongado de três dias para a função pública, dado que o dia do Buda coincide com domingo dia 24 de Maio, pelo que o dia 25 de Maio, segunda-feira, foi declarado período de descanso compensatório.

O último descanso prolongado na primeira metade do ano tem lugar em Junho, entre 19 e 21, dado que o dia relativo ao Tung Ng (Barco-Dragão) coincide com essa sexta-feira.

Um belo pára, arranca

Entre Julho e Agosto não há qualquer feriado no próximo ano. Porém, a partir de Setembro todos os meses têm pelo menos um fim-de-semana prolongado para a função pública. O primeiro acontece em Setembro, devido ao facto de Sam Hou Fai ter definido segunda-feira, dia 28, como período de descanso compensatório, dado que o feriado do Bolo Lunar se assinala a 26 de Setembro, um sábado.

Outro período de descanso, chega com o estabelecimento da República Popular da China e com as respectivas celebrações, um novo fim-de-semana prolongado, desta feita de quatro dias. O dia da implantação assinala-se a 1 de Outubro, uma quinta-feira, e dado que o dia seguinte também é feriado, os trabalhadores podem descansar de quinta a domingo.

Ainda em Outubro, o dia do Culto dos Antepassados (Chong Yeong) coincide com o domingo dia 18, pelo que a segunda-feira seguinte foi definida como novo dia de descanso compensatório. O primeiro fim-de-semana de Novembro é igualmente prolongado, devido ao facto de o Dia de Finados coincidir com segunda-feira, dia 2.

Os últimos fim-de-semana prolongados acontecem na data de estabelecimento da RAEM. Dia 20 de Dezembro coincide com um domingo, pelo que segunda-feira, dia 21, foi definida como dia de descanso compensatório. A este dia, segue-se o feriado do Solstício de Inverno, o que contribui para um descanso de quatro dias. Depois de se trabalhar no dia 23 de Dezembro, chegam mais dois dias de feriados, 24 e 25 de Dezembro, devido ao Natal, que colam com o fim-de-semana de 26 e 27 de Dezembro, em mais um período de descanso de quatro dias.

Outros feriados

Além dos fins-de-semana prolongados, a função pública vai gozar de um período de descanso de três dias e meio, durante as celebrações do Ano Novo Lunar. Os três feriados desta festividade decorrem entre 17 e 19 de Fevereiro, mas o Governo decretou meio dia de tolerância de ponto a 16 de Fevereiro.

Como tradicionalmente acontece, o primeiro feriado é 1 de Janeiro, dia da Fraternidade Universal. Também 8 de Dezembro é dia de feriado, dia da Imaculada Conceição.

Além destes dias, o Executivo definiu ainda 31 de Dezembro como dia de tolerância de ponto da parte da tarde. No total são 20 feriados, dos quais seis resultam em dias de compensação e duas tolerâncias de ponto, da parte da tarde.

2 Mai 2025

Transportes | Chui Sai Peng defende voos para Portugal e Espanha

José Chui Sai Peng defende a internacionalização do mercado da aviação civil de Macau e sugeriu ao Governo a criação de ligações aéreas entre a RAEM, Portugal e Espanha. O deputado pediu também a abertura de mais voos para países asiáticos

 

O deputado José Chui Sai Peng defendeu na quarta-feira a criação de um voo de ligação entre Macau e Portugal, mas também entre Macau e Espanha, no contexto da necessidade de aumentar a internacionalização das ligações aéreas a partir do Aeroporto de Macau. “Nas Linhas de Acção Governativa é referido que vai ser melhorada a rede aeroportuária de Macau para atrair mais visitantes internacionais. Macau já tem acordos aéreos com 50 país. Para que o território possa ser um interlocutor entre a China e o estrangeiro, quando iremos ter ligações com Portugal? Como vamos estabelecer mais ligações com a Península Ibérica, ter mais destinos na Ásia e também uma conexão com a zona do Delta do Rio das Pérolas? Como vai ser concretizado o ‘hub’ na zona do Rio das Pérolas?”, questionou o legislador.

Da parte do responsável pela Autoridade de Aviação Civil ficou a promessa de que gradualmente os planos de internacionalização de voos serão concretizados. De frisar que recentemente o próprio cônsul português em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, disse ter ficado “muito irritado” com o facto de a única ligação directa de Macau para a Europa não ser feita por Lisboa ou pelo Porto. “Há dias escrevi [uma carta] para Lisboa, muito irritado, quando a Etiópia Airlines inaugurou [há duas semanas] o seu voo de carga triangular Adis Abeba-Madrid-Macau e com isso criou a primeira ligação directa de Macau para a Europa”, afirmou Alexandre Leitão, citado pelo Diário de Notícias (DN).

Obras em curso

De resto, durante o debate de quarta-feira o Governo deixou a promessa do arranque da construção, ainda este ano, de “um ‘hub’ de transporte aéreo internacional de Macau na margem oeste do Rio das Pérolas”, sendo que, neste contexto, o projecto de terminal de carga “Upstream” do Aeroporto Internacional de Macau em Hengqin já começou, afirmou o secretário Raymond Tam.

Este “hub”, que deverá estar concluído em 2027, terá “uma parte das funções aeroportuárias, como a inspecção de segurança, paletização e distribuição de carga, transferidas para Hengqin”. Assim, pretende-se fazer “uma ligação ininterrupta entre as cidades de origem de mercadorias na Grande Baía, aperfeiçoando a rede logística inter-regional”. O projecto conjuga-se com a expansão do Aeroporto Internacional de Macau, que deverá ser realidade em 2030, permitindo, segundo Raymond Tam, “aumentar significativamente a capacidade de processamento de passageiros e carga, contribuindo para o reforço da competitividade do Aeroporto Internacional de Macau enquanto ‘hub’ aéreo regional”.

2 Mai 2025

Sismos | Macau vai ter estação de monitorização em parceria nacional

O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam, apresentou na quarta-feira o relatório das Linhas de Acção Governativa 2025 para a sua tutela, e adiantou aos deputados que será criada uma estação de monitorização de sismos em parceria com autoridades do Interior da China

 

O Governo de Macau anunciou na quarta-feira a criação, em conjunto com as autoridades do Interior da China, de uma estação de monitorização sísmica, como parte dos planos das autoridades para reforçar a prevenção de desastres. “Será optimizada a rede de monitorização meteorológica e sísmica, estando prevista, em colaboração com os serviços competentes do Interior da China, a construção de uma estação de monitorização sísmica”, declarou o secretário para as Obras Públicas e Transportes, ao apresentar, na Assembleia Legislativa (AL), as Linhas de Acção Governativa (LAG) para a tutela, para 2025.

Raymond Tam Vai Man justificou a nova estação com a intenção de “aumentar a capacidade de análise e avaliação no âmbito de catástrofes naturais”. O espaço, concretizou na AL a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), vai estar localizado em Hengqin.

“A área terrestre de Macau é pequena e a densidade populacional é muito alta, por isso é difícil encontrar espaço para a criação de estações de monitorização e agora com as políticas favoráveis com a província de Guangdong, conseguimos construir uma estação de monitorização conjunta na Zona de Cooperação [Aprofundada entre Guangdong e Macau]”, respondeu aos deputados o director dos SMG, Leong Weng Kun. O responsável notou que o espaço deverá contribuir para “aumentar a capacidade de prevenção e o conhecimento do público sobre informações meteorológicas”.

Estar de acordo

Macau e Zhuhai assinaram a 20 de Março o “Projecto de Cooperação Abrangente e Aprofundada no Âmbito de Meteorologia”, para reforçar a cooperação e partilha de equipamento de detecção meteorológica, programas informáticos e partilha de dados, de acordo com um comunicado divulgado pelos SMG nessa altura.

Com a cooperação espera-se também reforçar a “prevenção conjunta de sistemas de alerta de catástrofes meteorológicas, promover a investigação científica e tecnológica e o desenvolvimento da inteligência artificial aplicada à actividade meteorológica”.

Macau costuma ser afectado entre Maio e Novembro pela passagem de tufões, sendo Julho a Setembro o período em que se regista maior incidência de tempestades tropicais. Este ano, o território deverá ser afectado por entre cinco a oito tempestades tropicais, anunciaram em Março os SMG.

Metro Ligeiro | Secretário admite lacunas de funcionamento

O secretário para os Transportes e Obras Públicas Raymond Tam disse na quarta-feira que o Metro Ligeiro está ainda aquém das expectativas da população. “Tenho de confessar que os serviços do Metro Ligeiro, nomeadamente os serviços de pagamento electrónico, estão ainda aquém das expectativas da população de Macau”, referiu, prometendo medidas para que o meio de transporte melhore “de forma gradual”.

Ambiente | Planeamento de políticas será estudado este ano

O secretário para os Transportes e Obras Públicas Raymond Tam anunciou na quarta-feira que este ano será “iniciado o estudo para o próximo planeamento da protecção ambiental”, para sustentar novas “políticas ambientais alicerçadas numa visão científica e prospectiva”. Ainda na área do ambiente, o governante prometeu medidas para atingir o objectivo nacional da “Dupla Meta de Carbono”. Como tal, serão “impulsionadas acções concretas de redução de emissões, incluindo a elaboração legislativa para o controlo das emissões provenientes de fontes móveis de poluição não rodoviárias, o abate de veículos altamente poluentes, o aperfeiçoamento da rede de carregamento de veículos eléctricos, a exploração do potencial de aplicação de energia fotovoltaica em espaços públicos e a optimização da estrutura energética”, concluiu o relatório.

Habitação | Governo admite rever toda a política

Com a redução da procura por habitação económica, o Governo admite rever toda a política habitacional. “Estamos a rever a nossa política neste momento, tendo em conta as alterações registadas. Vamos avaliar se há necessidade de rever a política de cinco classes de habitação, mas é um assunto que está ainda a ser estudado”, disse Raymond Tam, secretário para os Transportes e Obras Públicas no debate sobre as Linhas de Acção Governativa para este ano. O governante referiu que “serão revistas e aperfeiçoadas as políticas da habitação pública, promovendo a construção de habitações social e económica e garantindo uma disponibilização racional, de modo a satisfazer as necessidades habitacionais dos residentes com diferentes níveis de rendimento”. Os lotes da Zona A dos Novos Aterros deverão estar concluídos entre 2026 e 2028.

2 Mai 2025

Droga | Registados cinco casos a envolver “petróleo do espaço”

Com o registo de casos de consumo de petróleo do espaço a subir para cinco, as autoridades continuam a preparar a ilegalização desta droga. Além disso, prepara-se a compra de testes de despistagem e outros equipamentos para combater o novo fenómeno

 

O subdirector da Polícia Judiciária (PJ), Sou Sio Keong, afirmou que até ontem tinham sido detectados cinco casos relacionados com petróleo do espaço no território. O número foi adiantado em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, durante o programa Fórum Macau, com as autoridades a prometerem tomar as medidas necessárias para combaterem a disseminação desta droga.

Entre os cinco casos detectados, todos estavam relacionados com o consumo do petróleo do espaço através de cigarros electrónicos e em dois casos a existência da droga foi identificada com recurso a testes reagentes.

Sou Sio Keong garantiu também que as autoridades estão a preparar a criminalização desta droga, com a alteração da legislação, e que estão a preparar a compra de testes reagentes e outros equipamentos, para poderem actuar o mais rapidamente, quando a proibição da nova droga entrar em vigor.

A droga denominada petróleo do espaço recebeu este nome porque os utilizadores, após o consumo, sentem que estão no espaço. O principal componente da droga é o anestésico etomidato. É uma droga cada vez mais popular em Hong Kong, onde já foi proibida, mas também houve casos de consumo no Interior e em Taiwan.

Na região vizinha, as autoridades prometeram uma política de “tolerância zero”, com várias campanhas de publicidade anti-petróleo do espaço, depois de terem ocorrido três mortes que se acredita tenham acontecido devido ao consumo deste estupefaciente.

Alterações frequentes

Antes das declarações de Sou Sio Keong, a revisão da lei de proibição da produção, do tráfico e do consumo ilícitos de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas tinha sido anunciada pelo chefe do Gabinete do secretário para a Segurança, Chang Cheong, na resposta a uma interpelação da deputada Ella Lei.

De acordo com a informação partilhada no início do mês, a proposta do Governo está praticamente concluída, tendo agora de ser discutida no âmbito do Conselho Executivo, para depois entrar na Assembleia Legislativa. Além do etomidato, a nova lista de substâncias proibidas vai passar também a incluir a metomidate, propoxate e isopropoxate. A proposta deve ser aprovada na Assembleia Legislativa sem dificuldades.

A revisão mais recente à lei da proibição e tráfico de drogas aconteceu no Verão do ano passado, altura em que as substâncias 2-Methyl-AP-237, etazene, etonitazepyne, protonitazene e adb-butinaca passaram a ser proibidas.

À margem da discussão sobre as drogas, Sou Sio Keong alertou também para a existência de mais burlas, e agora com recurso à inteligência artificial (IA), o que pode tornar a detecção mais difícil. Por este motivo, Sou indicou que a PJ realizou novos vídeos de alerta, em que se explica que as novas ferramentas podem simular a voz e a imagem de pessoas conhecidas das vítimas.

30 Abr 2025

Portugal / Apagão | Macau atento à segurança de estudantes

As autoridades de Macau disseram ontem que estão a acompanhar de perto o impacto do corte generalizado de energia em Portugal e Espanha devido a preocupações com a segurança dos estudantes da RAEM. A DSEDJ recomendou que ficassem em locais seguros, mantendo contacto com familiares

 

O Governo de Macau está atento ao impacto do corte de electricidade que paralisou na segunda-feira a Península Ibérica e em contacto com os estudantes da RAEM em Portugal e Espanha. Ontem de manhã, a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) emitiu um comunicado a afirmar que “os estudantes devem acompanhar as informações oficiais, priorizar a sua segurança e manter contacto com as famílias”. Na manhã de ontem, o organismo liderado por Kong Chi Meng indicava que “até ao momento, não foram registados pedidos de ajuda por parte de estudantes”.

Ainda assim, a DSEDJ enviou alertas por telemóvel a recomendar que os estudantes permaneçam em locais seguros e sigam as actualizações das autoridades locais e das instituições de ensino que frequentam.

Apesar de o fornecimento de energia eléctrica ter sido restabelecido, a DSEDJ realça que “os governos de Portugal e de Espanha declararam o estado de emergência”. Como tal, se os estudantes em zonas afectadas enfrentarem situações de emergência, devem contactar a polícia local ou a embaixada ou consulado chinês, através da linha 24 horas do Serviço Global de Protecção Consular e Emergência do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O mesmo comunicado sugere ainda como alternativas de contacto em casos de emergência Linha Aberta para o Turismo 24 horas, a Delegação Económica e Comercial de Macau, em Lisboa e a própria DSEDJ.

Regresso à normalidade

Um corte generalizado no abastecimento eléctrico afectou na segunda-feira, desde as 11h33 (18h33 em Macau), Portugal e Espanha, que continuava ontem sem ter explicação por parte das autoridades. Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades foram algumas das consequências do “apagão”.

O restabelecimento de energia aconteceu de forma gradual ao longo de segunda-feira, começando pela zona centro do país. O operador de rede de distribuição de electricidade E-Redes informou que até à meia-noite de segunda-feira (07h de ontem em Macau) estavam ligadas parcialmente 424 subestações, alimentando cerca de 6,2 milhões de clientes, mas não consegue prever a reposição integral.

30 Abr 2025

Desemprego | Joey Lao relativiza “leve subida” da taxa

A subida de 0,2 por cento do desemprego no primeiro trimestre deste ano não preocupa Joey Lao, que considera a flutuação normal e abaixo dos níveis de Hong Kong e Singapura. Porém, o presidente da Associação Económica de Macau alerta para os problemas operativos das pequenas e médias empresas

 

Nos primeiros três meses deste ano, a taxa de desemprego global aumentou 0,2 pontos percentuais face ao último trimestre de 2024, fixando-se em 1,9 por cento. A taxa de desemprego de residentes teve uma subida semelhante, atingindo 2,5 por cento no período em análise.

O presidente da Associação Económica de Macau e ex-deputado, Joey Lao, considera que a flutuação da taxa, que se mantém num nível de pleno emprego, é normal.

A ideia foi partilhada numa opinião publicada ontem no jornal Ou Mun, em que o economista argumenta que, de um modo geral, o mercado de trabalho de Macau mantém “boa saúde” e que, por isso, a população não precisa preocupar-se excessivamente com a situação.

Apesar da subida ligeira do desemprego, Joey Lao salientou que a taxa global continua abaixo dos 2 por cento, um nível muito inferior ao verificado em regiões vizinhas. O dirigente da Associação Económica de Macau deu como exemplo a taxa de desemprego em Hong Kong que se fixou em 3,2 por cento nos primeiros três meses de 2025. Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego geral e a taxa de desemprego dos residentes de Singapura foi de 2,9 por cento e 3,1 por cento, respectivamente, subindo em relação aos últimos três meses do ano passado.

Boas bases

O ex-deputado salienta que o Governo de Macau tem conseguido manter o desemprego em níveis seguros, apesar do elevado grau de incerteza que afecta a economia global e das disrupções no comércio externo, mostrando que a base económica de Macau e o mercado laboral mantêm a estabilidade.

No artigo de opinião publicado ontem, o economista mostra maior preocupação com as dificuldades operativas das pequenas e médias empresas. Como tal, Joey Lao salientou que o Governo tem mostrado que conhece os desafios enfrentados por este segmento do tecido empresarial e por isso voltou a lançar um plano de bonificação de juros de créditos bancários em 2025 e a prestar apoio às PME para reformularem os seus negócios e tornarem-se mais competitivas.

Além disso, o ex-deputado também vincou que o Governo de Sam Hou Fai garantiu nas Linhas de Acção Governativa que, para assegurar a estabilidade do mercado laboral, será dada prioridade aos residentes no acesso ao emprego.

30 Abr 2025

Grande Baía | Sam Hou Fai considera Jiangmen exemplo a seguir

O Chefe do Executivo terminou a visita de dois dias a três cidades da Grande Baía, tendo inclusive passado pela sua cidade natal, Zhongshan, que elogiou devido ao desenvolvimento acelerado

 

Numa visita a Jiangmen, o Chefe do Executivo afirmou que as experiências da cidade do Interior da China são exemplos que Macau deve seguir. As declarações de Sam Hou Fai foram citadas num comunicado divulgado pelo Gabinete de Comunicação Social (GCS), sobre a deslocação do líder da RAEM à Grande Baía.

Ao ser recebido na tarde de segunda-feira por Chen Anming, secretário do Comité Municipal de Jiangmen do Partido Comunista Chinês (PCC), Sam Hou Fai afirmou que “a cidade de Jiangmen é muito conhecida pelos seus recursos humanos e pela riqueza histórica cultural dos chineses ultramarinos”. O líder político da RAEM destacou que Macau também tem uma grande comunidade de chineses nascidos fora da China e que deve seguir “as experiências de sucesso de Jiangmen”, para promover este tipo de turismo.

Em relação à cooperação entre as cidades, o governante da RAEM indicou “que as duas partes podem aproveitar os recursos comuns para se desenvolverem em conjunto e criarem produtos turísticos de alta qualidade na área do património cultural mundial”.

Por outro lado, Sam Hou Fai destacou os “recursos terrestres ricos”, a “boa rede de transportes” de Jiangmen para fora da Grande Baía e uma base industrial bem instalada que, considerou, criar “uma grande perspectiva de avanço integral”.

Face às perspectivas de crescimento de Jiangmen, o Chefe do Executivo afirmou que Macau “espera, em conjunto e de mãos dadas, agarrar as oportunidades geradas pelo desenvolvimento da Grande Baía, gozar da actual base aprofundada entre as duas cidades, aproveitar as vantagens-núcleos de cada uma das cidades” e “criar um novo capítulo de desenvolvimento altamente qualificado”.

Outras paragens

Antes de se deslocar a Jiangmen, a comitiva liderada por Sam Hou Fai fez uma paragem em Zhongshan, a sua terra natal, onde reuniu com Guo Wenhai, secretário do Comité Municipal de Zhongshan do Partido Comunista Chinês e presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular Municipal de Zhongshan.

De acordo com o comunicado oficial, Sam Hou Fai sublinhou no encontro que Macau e Zhongshan “possuem uma ligação profunda em termos históricos, com trocas de contactos frequentes” e que “têm mantido uma relação amigável”.

O Chefe do Executivo elogiou ainda a cidade natal por se ter “desenvolvido rapidamente, apresentando boas tendências de progresso, tanto a nível social como económico, com potencialidades de cooperação com Macau em várias áreas”.

Sam Hou Fai afirmou ainda “esperar também que as empresas das duas localidades possam agarrar as oportunidades e trabalhar de mãos dadas na expansão dos seus negócios”.

30 Abr 2025