Hoje Macau EventosLiteratura | Afonso Reis Cabral vence o Prémio José Saramago [dropcap]O[/dropcap] escritor Afonso Reis Cabral, de 29 anos, é o vencedor do Prémio José Saramago, no valor de 25.000 euros, pelo seu romance “Pão de Açúcar”, foi ontem anunciado. O prémio, promovido pela Fundação Círculo de Leitores, é atribuído bienalmente, desde 1999, distinguindo uma obra literária no domínio da ficção, em língua portuguesa, por um escritor com idade não superior a 35 anos. “Pão de Açúcar” foi editado no ano passado, e aborda um caso verídico que aconteceu no Porto, o assassinato da transexual Gisberta, em 2006, depois de sucessivos actos de violência e na sequência de um ataque, perpetrado por jovens entre os 12 e os 16 anos, à guarda da instituição católica Oficina de São José. O júri do Prémio José Saramago foi presidido pela editora Guilhermina Gomes e dele fizeram também parte a poetisa angolana Ana Paula Tavares, o autor português António Mega Ferreira, a escritora brasileira Nélida Piñon e a presidente da Fundação Saramago, Pilar del Rio. Afonso Reis Cabral venceu, em 2014, o Prémio LeYa, com o romance “O Meu Irmão”. Em 2017, foi-lhe atribuído o Prémio Europa David Mourão-Ferreira, na categoria de Promessa, e, em 2018, o Prémio Novos, na categoria de Literatura. “Pão de Açúcar”, publicado no final do ano passado, é o seu segundo romance. O seu mais recente livro, “Leva-me contigo”, é o relato da sua caminhada de Vila Real a Faro, cumprida entre Abril e Maio deste ano, num total de 738,5 quilómetros, ao longo da Estrada Nacional número 02.
Hoje Macau EventosCinemateca Paixão | Ciclo de cinema alemão está de regresso Já estão à venda os bilhetes para a quarta edição do Festival de Cinema Alemão KINO, que acontece a partir de dia 19 deste mês na Cinemateca Paixão. Em exibição estarão dez filmes recentes e quatro películas de Volker Schlöndorff, o realizador em foco escolhido pela organização [dropcap]O[/dropcap] cinema falado em alemão está de regresso à Cinemateca Paixão, em parceria com o Instituto Goethe de Hong Kong. A quarta edição do Festival de Cinema Alemão KINO apresenta dez obras alemãs recentes, dois filmes na secção “Especiais Macau” e quatro películas do Realizador em Foco, que este ano é Volker Schlöndorff. O festival arranca com “O Balão”, baseado numa história real, que transporta o telespectador para a Alemanha de há quarenta anos. O filme retrata uma família que planeia escapar da Alemanha Oriental para o ocidente num balão de ar quente. O filme é um hino à esperança e à luta pela liberdade. Segue-se “Uma Mulher Normal”, filme inserido no grupo de filmes mais actuais do cinema alemão, e que se baseia na história do chocante assassínio dito de “honra”, seguindo a experiência de opressão vivida por uma mulher muçulmana. Gundermann revela-nos a relação entre a polícia secreta da Alemanha Oriental, a Stasi, e o cantor e letrista Gerhard Gundermann, tragicamente falecido em 1998. A película “Estradas” relata a amizade entre dois jovens em busca dos seus entes queridos, numa viagem hilariante e empolgante, enquanto que “O Mais Belo Casal” investiga o desejo escondido através da experiência traumática e negra de um casal de meia-idade. A Cinemateca Paixão vai também exibir “Sweethearts”, que mostra a amizade entre uma mãe solteira e criminosa, Mel, e a sua refém. O festival revela ainda o documentário “Chris, o Suíço”, que examina a morte misteriosa do jornalista Chris, primo da realizadora. Por sua vez, “O Caso Collini” expõe um escândalo da Primeira Guerra Mundial e um assassínio. Analisar Schlöndorff A quarta edição do festival KINO debruça-se sobre o trabalho de Volker Schlöndorff, considerada uma figura proeminente do movimento do Novo Cinema Alemão. Segundo uma nota oficial da Cinemateca Paixão, a sessão proporciona uma visão dos seus percursos criativos ao longo de vinte anos, trazendo filmes como Baal (1969), O Jovem Törless (1965) e A Lenda de Rita (2000). Estas obras duras ilustram as excelentes adaptações do cânone literário feitas por Schlöndorff, criticando a opressão social através da figura do anti-herói rebelde. O KINO inclui no seu programa uma palestra sobre o trabalho deste realizador, que será conduzida por Derek Lam. Na secção “Especiais de Macau”, será exibido o filme “Lotte na Bauhaus”, que retrata a luta de uma mulher para se emancipar e evoluir de forma criativa. Antes da sessão, a autora alemã Theresia Enzensberger conversará sobre as mulheres durante os primeiros anos da Bauhaus, uma escola de arte que surgiu na Alemanha antes da Primeira Guerra Mundial. O público poderá também assistir a dois episódios de “Babylon Berlin”, uma série alemã que conta a história de Gereon Rath, um inspector policial numa missão secreta na República de Weimar no período a seguir à Grande Guerra. A sessão será seguida por uma conversa com o escritor Arne Jysch, que adaptou o livro original numa novela gráfica. Os bilhetes para o KINO estão à venda, online e na Cinemateca Paixão, desde o passado sábado.
Hoje Macau EventosCinemateca Paixão | Ciclo de cinema alemão está de regresso Já estão à venda os bilhetes para a quarta edição do Festival de Cinema Alemão KINO, que acontece a partir de dia 19 deste mês na Cinemateca Paixão. Em exibição estarão dez filmes recentes e quatro películas de Volker Schlöndorff, o realizador em foco escolhido pela organização [dropcap]O[/dropcap] cinema falado em alemão está de regresso à Cinemateca Paixão, em parceria com o Instituto Goethe de Hong Kong. A quarta edição do Festival de Cinema Alemão KINO apresenta dez obras alemãs recentes, dois filmes na secção “Especiais Macau” e quatro películas do Realizador em Foco, que este ano é Volker Schlöndorff. O festival arranca com “O Balão”, baseado numa história real, que transporta o telespectador para a Alemanha de há quarenta anos. O filme retrata uma família que planeia escapar da Alemanha Oriental para o ocidente num balão de ar quente. O filme é um hino à esperança e à luta pela liberdade. Segue-se “Uma Mulher Normal”, filme inserido no grupo de filmes mais actuais do cinema alemão, e que se baseia na história do chocante assassínio dito de “honra”, seguindo a experiência de opressão vivida por uma mulher muçulmana. Gundermann revela-nos a relação entre a polícia secreta da Alemanha Oriental, a Stasi, e o cantor e letrista Gerhard Gundermann, tragicamente falecido em 1998. A película “Estradas” relata a amizade entre dois jovens em busca dos seus entes queridos, numa viagem hilariante e empolgante, enquanto que “O Mais Belo Casal” investiga o desejo escondido através da experiência traumática e negra de um casal de meia-idade. A Cinemateca Paixão vai também exibir “Sweethearts”, que mostra a amizade entre uma mãe solteira e criminosa, Mel, e a sua refém. O festival revela ainda o documentário “Chris, o Suíço”, que examina a morte misteriosa do jornalista Chris, primo da realizadora. Por sua vez, “O Caso Collini” expõe um escândalo da Primeira Guerra Mundial e um assassínio. Analisar Schlöndorff A quarta edição do festival KINO debruça-se sobre o trabalho de Volker Schlöndorff, considerada uma figura proeminente do movimento do Novo Cinema Alemão. Segundo uma nota oficial da Cinemateca Paixão, a sessão proporciona uma visão dos seus percursos criativos ao longo de vinte anos, trazendo filmes como Baal (1969), O Jovem Törless (1965) e A Lenda de Rita (2000). Estas obras duras ilustram as excelentes adaptações do cânone literário feitas por Schlöndorff, criticando a opressão social através da figura do anti-herói rebelde. O KINO inclui no seu programa uma palestra sobre o trabalho deste realizador, que será conduzida por Derek Lam. Na secção “Especiais de Macau”, será exibido o filme “Lotte na Bauhaus”, que retrata a luta de uma mulher para se emancipar e evoluir de forma criativa. Antes da sessão, a autora alemã Theresia Enzensberger conversará sobre as mulheres durante os primeiros anos da Bauhaus, uma escola de arte que surgiu na Alemanha antes da Primeira Guerra Mundial. O público poderá também assistir a dois episódios de “Babylon Berlin”, uma série alemã que conta a história de Gereon Rath, um inspector policial numa missão secreta na República de Weimar no período a seguir à Grande Guerra. A sessão será seguida por uma conversa com o escritor Arne Jysch, que adaptou o livro original numa novela gráfica. Os bilhetes para o KINO estão à venda, online e na Cinemateca Paixão, desde o passado sábado.
Hoje Macau EventosDST | Japão vence 30.º concurso internacional de fogo-de-artifício [dropcap]O[/dropcap] Japão venceu o 30.º concurso internacional de fogo-de-artifício de Macau (CIFAM), tendo a China e a França ficado no segundo e terceiro lugares, respectivamente, anunciou a Direcção dos Serviços de Turismo (DST). As últimas apresentações do concurso, que começou a 7 de Setembro, decorreram no sábado, junto à Torre de Macau, e couberam às companhias pirotécnicas do Japão e da Austrália. Este ano, a DST convidou pela primeira vez 12 equipas para seis noites de espectáculos pirotécnicos, que decorreram em 7, 13, 21 e 28 de Setembro e a 1 e a 5 de Outubro, sob o tema “Dupla Celebração em Macau”. As 12 equipas participantes na edição deste ano do CIFAM eram, por ordem de actuação, da Malásia, Filipinas, Portugal, Coreia do Sul, Reino Unido, Roménia, África do Sul, Canadá, França, China, Japão e Austrália. Para este ano, o orçamento do concurso, cuja primeira edição se realizou em 1989, foi superior a 24 milhões de patacas, que contemplou a realização de actividades complementares e de uma palestra ao longo dos seis dias de espectáculo.
Hoje Macau EventosDST | Japão vence 30.º concurso internacional de fogo-de-artifício [dropcap]O[/dropcap] Japão venceu o 30.º concurso internacional de fogo-de-artifício de Macau (CIFAM), tendo a China e a França ficado no segundo e terceiro lugares, respectivamente, anunciou a Direcção dos Serviços de Turismo (DST). As últimas apresentações do concurso, que começou a 7 de Setembro, decorreram no sábado, junto à Torre de Macau, e couberam às companhias pirotécnicas do Japão e da Austrália. Este ano, a DST convidou pela primeira vez 12 equipas para seis noites de espectáculos pirotécnicos, que decorreram em 7, 13, 21 e 28 de Setembro e a 1 e a 5 de Outubro, sob o tema “Dupla Celebração em Macau”. As 12 equipas participantes na edição deste ano do CIFAM eram, por ordem de actuação, da Malásia, Filipinas, Portugal, Coreia do Sul, Reino Unido, Roménia, África do Sul, Canadá, França, China, Japão e Austrália. Para este ano, o orçamento do concurso, cuja primeira edição se realizou em 1989, foi superior a 24 milhões de patacas, que contemplou a realização de actividades complementares e de uma palestra ao longo dos seis dias de espectáculo.
Hoje Macau EventosColagens | Livraria Portuguesa recebe trabalhos de Burry Buermans [dropcap]A[/dropcap] entidade D’As Entranhas Macau – Associação Cultural inaugura esta sexta-feira, por volta das 18h30, a exposição de colagens de Burry Buermans Retrospectiva, na Galeria de Arte da Livraria Portuguesa. A mostra apresenta uma selecção de 20 trabalhos do artista plástico belga, realizados com colagens, a partir de livros antigos, revistas e jornais , cujos desenhos e imagens datam de 1874 até ao presente. A exposição estará patente até ao dia 31 de Outubro, tendo entrada livre. Nascido em 1982, Burry Buermans nasceu na Bélgica e vive em Portugal desde 2012. Autodidacta no domínio das artes plásticas, desde cedo experimentou diferentes formas artísticas. Percorreu um longo caminho à procura do seu próprio meio de expressão, até que acidentalmente encontrou as colagens. Sem recurso ao Photoshop, a sua inspiração são as notícias diárias, o cinema e a sua própria fantasia de assinatura belga, absurda e surreal. O seu lema de vida é “perseguir os seus sonhos, onde quer que eles o levem”, e assim recuperou velhos carros Trabant, começou uma companhia de teatro, produziu e decorou as suas próprias festas e andou pelo mundo à boleia. Já expôs na Bélgica e em Portugal.
Hoje Macau EventosColagens | Livraria Portuguesa recebe trabalhos de Burry Buermans [dropcap]A[/dropcap] entidade D’As Entranhas Macau – Associação Cultural inaugura esta sexta-feira, por volta das 18h30, a exposição de colagens de Burry Buermans Retrospectiva, na Galeria de Arte da Livraria Portuguesa. A mostra apresenta uma selecção de 20 trabalhos do artista plástico belga, realizados com colagens, a partir de livros antigos, revistas e jornais , cujos desenhos e imagens datam de 1874 até ao presente. A exposição estará patente até ao dia 31 de Outubro, tendo entrada livre. Nascido em 1982, Burry Buermans nasceu na Bélgica e vive em Portugal desde 2012. Autodidacta no domínio das artes plásticas, desde cedo experimentou diferentes formas artísticas. Percorreu um longo caminho à procura do seu próprio meio de expressão, até que acidentalmente encontrou as colagens. Sem recurso ao Photoshop, a sua inspiração são as notícias diárias, o cinema e a sua própria fantasia de assinatura belga, absurda e surreal. O seu lema de vida é “perseguir os seus sonhos, onde quer que eles o levem”, e assim recuperou velhos carros Trabant, começou uma companhia de teatro, produziu e decorou as suas próprias festas e andou pelo mundo à boleia. Já expôs na Bélgica e em Portugal.
Andreia Sofia Silva EventosGrand Lisboa | Exposição de artistas lusófonos inserida na iniciativa “Art Macao” Obras de artistas oriundos dos países lusófonos, pertencentes à colecção da Fundação PLMJ, estão em exposição no Grand Lisboa, inserida na iniciativa “Art Macao”. Paulo Corte-Real, curador da mostra, fala da presença de uma multidisciplinariedade que pretende revelar diferentes visões artísticas ao público de Macau [dropcap]M[/dropcap]ais de 20 obras de artistas do bloco lusófono estão à vista, desde sexta-feira, no Grand Lisboa, um dos casinos explorados pela Sociedade de Jogos de Macau (SJM). A mostra, intitulada “Autores Lusófonos na coleção da Fundação PLMJ” fecha a série de exposições que a SJM promoveu este ano no âmbito do festival de arte que o Governo lançou em conjunto com as operadoras de jogo, com um orçamento global de 3,8 milhões de euros, e que tem como nome “Art Macao”. Com curadoria de Paulo Corte-Real, a exposição apresenta obras do acervo da Fundação PLMJ, uma sociedade de advogados que desenvolve uma actividade regular no sector do coleccionismo e que tem colaborado com autores e artistas plásticos do mundo lusófono. O português Pedro Cabrita Reis, o artista de Macau Tang Kuok Hou, o moçambicano Celestino Mudaulane e os angolanos Délio Jasse e Yonamine estão entre os 18 artistas representados na exposição. Ao HM, Paulo Corte-Real destaca o facto de estarmos perante uma mostra multidisciplinar, talvez a diferença principal face às restantes exposições que se vão fazendo pelo território com a lusofonia como tema. “Esta mostra consiste numa exposição de obras de artistas representantes do universo lusófono que desenham uma geografia plural pertencente a uma geração que desenvolveu o seu trabalho num contexto de uma diáspora que se estende por cidades e lugares de todo o mundo”, explicou o curador. No Grand Lisboa podem ser vistas obras que têm como objectivo “mostrar ao público o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nas Artes Visuais nos paises lusófonos, através de um olhar atento a novas propostas estéticas e às experiências que, no âmbito da Lusofonia, nos trazem novas leituras e uma perspectiva global sobre o nosso tempo e a sua correspondente criação artística”, acrescentou Paulo Corte-Real. Em representação de Portugal estão trabalhos de Pedro Cabrita Reis e Rita Ferreira. Se um é um “peso pesado da arte contemporânea portuguesa”, outro pertence a uma geração mais recente. “A Rita Ferreira é uma artista em ascensão. Por outro lado, o trabalho do Pedro Cabrita Reis é já sobejamente reconhecido e foi dos primeiros ser adquiridos pela Fundação da PMLJ”, frisou. Paulo Corte-Real fala ainda da importância desta colecção. “Há muito que a Fundação se dedica a coleccionar trabalhos da lusofonia, e achei que tinha uma boa hipótese de dar a conhecer ao público de Macau o trabalho que se está a desenvolver nestes países.” De Macau, destaque para a presença de fotografias de Rui Calçada Bastos e Tang Kuok Hou. Se o primeiro é um português que residiu em Macau durante muitos anos, o segundo é natural do território. Também aqui Paulo Corte-Real quis estabelecer um contraste. “Estamos perante duas visões distintas do espaço urbano”, rematou. Lusofonia desde 2010 A Fundação PLMJ, ligada ao escritório de advogados com o mesmo nome, adquire há vários anos obras de arte portuguesa, tendo começado, em 2010, a investir em obras de artistas do espaço da CPLP. Nesta mostra do hotel Grand Lisboa, constam também nomes como o de José Chambel, natural de São Tomé e Príncipe, Yonamine, de Angola e ainda Filipe Branquinho, oriundo de Moçambique. Na inauguração, que decorreu na sexta-feira, estiveram presentes, entre outros, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves, o cônsul honorário de Portugal em Hong Kong, Ambrose So, e a presidente do conselho de administração da SJM, Daisy Ho. Com o apoio das concessionárias e subconcessionárias de jogo, o festival internacional Art Macau teve início oficial em Junho. A organização prometeu transformar os ‘resorts’ integrados, consulados (entre os quais o de Portugal) e alguns espaços públicos em ‘galerias’ de arte, juntando mostras de arte de artistas ocidentais e chineses. Com Lusa
Andreia Sofia Silva EventosGrand Lisboa | Exposição de artistas lusófonos inserida na iniciativa “Art Macao” Obras de artistas oriundos dos países lusófonos, pertencentes à colecção da Fundação PLMJ, estão em exposição no Grand Lisboa, inserida na iniciativa “Art Macao”. Paulo Corte-Real, curador da mostra, fala da presença de uma multidisciplinariedade que pretende revelar diferentes visões artísticas ao público de Macau [dropcap]M[/dropcap]ais de 20 obras de artistas do bloco lusófono estão à vista, desde sexta-feira, no Grand Lisboa, um dos casinos explorados pela Sociedade de Jogos de Macau (SJM). A mostra, intitulada “Autores Lusófonos na coleção da Fundação PLMJ” fecha a série de exposições que a SJM promoveu este ano no âmbito do festival de arte que o Governo lançou em conjunto com as operadoras de jogo, com um orçamento global de 3,8 milhões de euros, e que tem como nome “Art Macao”. Com curadoria de Paulo Corte-Real, a exposição apresenta obras do acervo da Fundação PLMJ, uma sociedade de advogados que desenvolve uma actividade regular no sector do coleccionismo e que tem colaborado com autores e artistas plásticos do mundo lusófono. O português Pedro Cabrita Reis, o artista de Macau Tang Kuok Hou, o moçambicano Celestino Mudaulane e os angolanos Délio Jasse e Yonamine estão entre os 18 artistas representados na exposição. Ao HM, Paulo Corte-Real destaca o facto de estarmos perante uma mostra multidisciplinar, talvez a diferença principal face às restantes exposições que se vão fazendo pelo território com a lusofonia como tema. “Esta mostra consiste numa exposição de obras de artistas representantes do universo lusófono que desenham uma geografia plural pertencente a uma geração que desenvolveu o seu trabalho num contexto de uma diáspora que se estende por cidades e lugares de todo o mundo”, explicou o curador. No Grand Lisboa podem ser vistas obras que têm como objectivo “mostrar ao público o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nas Artes Visuais nos paises lusófonos, através de um olhar atento a novas propostas estéticas e às experiências que, no âmbito da Lusofonia, nos trazem novas leituras e uma perspectiva global sobre o nosso tempo e a sua correspondente criação artística”, acrescentou Paulo Corte-Real. Em representação de Portugal estão trabalhos de Pedro Cabrita Reis e Rita Ferreira. Se um é um “peso pesado da arte contemporânea portuguesa”, outro pertence a uma geração mais recente. “A Rita Ferreira é uma artista em ascensão. Por outro lado, o trabalho do Pedro Cabrita Reis é já sobejamente reconhecido e foi dos primeiros ser adquiridos pela Fundação da PMLJ”, frisou. Paulo Corte-Real fala ainda da importância desta colecção. “Há muito que a Fundação se dedica a coleccionar trabalhos da lusofonia, e achei que tinha uma boa hipótese de dar a conhecer ao público de Macau o trabalho que se está a desenvolver nestes países.” De Macau, destaque para a presença de fotografias de Rui Calçada Bastos e Tang Kuok Hou. Se o primeiro é um português que residiu em Macau durante muitos anos, o segundo é natural do território. Também aqui Paulo Corte-Real quis estabelecer um contraste. “Estamos perante duas visões distintas do espaço urbano”, rematou. Lusofonia desde 2010 A Fundação PLMJ, ligada ao escritório de advogados com o mesmo nome, adquire há vários anos obras de arte portuguesa, tendo começado, em 2010, a investir em obras de artistas do espaço da CPLP. Nesta mostra do hotel Grand Lisboa, constam também nomes como o de José Chambel, natural de São Tomé e Príncipe, Yonamine, de Angola e ainda Filipe Branquinho, oriundo de Moçambique. Na inauguração, que decorreu na sexta-feira, estiveram presentes, entre outros, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves, o cônsul honorário de Portugal em Hong Kong, Ambrose So, e a presidente do conselho de administração da SJM, Daisy Ho. Com o apoio das concessionárias e subconcessionárias de jogo, o festival internacional Art Macau teve início oficial em Junho. A organização prometeu transformar os ‘resorts’ integrados, consulados (entre os quais o de Portugal) e alguns espaços públicos em ‘galerias’ de arte, juntando mostras de arte de artistas ocidentais e chineses. Com Lusa
Hoje Macau EventosExposição | Antigo Tribunal acolhe mostra de pintura chinesa [dropcap]É[/dropcap] inaugurada na próxima sexta-feira, dia 11, a “Exposição das Obras dos Membros da Associação dos Calígrafos e Pintores Chineses Yu Un”, uma iniciativa do Instituto Cultural (IC) e da Associação dos Calígrafos e Pintores Chineses Yu Un de Macau. De acordo com um comunicado, a mostra apresenta 162 peças (conjuntos) de pinturas chinesas tradicionais, caligrafias e gravação de sinetes, cobrindo uma vasta gama de temas, incluindo paisagens, flores, pássaros, características naturais e poesia clássica antiga, entre outros. As peças são criadas de várias formas e estilos diferentes, reflectindo a herança criativa e artística dos membros que participam na exposição. A mostra estará patente entre 12 de Outubro e 2 de Novembro, sendo a entrada livre e aberta ao público diariamente de terça-feira a sexta-feira, entre as 10:00 e as 20:00 horas, incluindo os dias feriados. A Associação dos Calígrafos e Pintores Chineses Yu Un de Macau foi fundada há mais de 60 anos, sendo considerada o pilar da arte tradicional chinesa local. Tem como objectivo de promover a pintura, a caligrafia e gravação de sinetes chineses, herdando de forma activa a cultura chinesa e a essência nacional, com o apoio de um grupo de antecessores e académicos. Uma nota oficial aponta que, ao longo dos anos, a associação tem realizado exposições, reuniões académicas, intercâmbios com o exterior, entre outras actividades, a fim de fornecer uma plataforma de exibição e apreciação para os amantes da pintura, caligrafia e escultura de sinetes locais, para que mais velhos e mais novos possam aprender e trocar informações.
Hoje Macau EventosExposição | Antigo Tribunal acolhe mostra de pintura chinesa [dropcap]É[/dropcap] inaugurada na próxima sexta-feira, dia 11, a “Exposição das Obras dos Membros da Associação dos Calígrafos e Pintores Chineses Yu Un”, uma iniciativa do Instituto Cultural (IC) e da Associação dos Calígrafos e Pintores Chineses Yu Un de Macau. De acordo com um comunicado, a mostra apresenta 162 peças (conjuntos) de pinturas chinesas tradicionais, caligrafias e gravação de sinetes, cobrindo uma vasta gama de temas, incluindo paisagens, flores, pássaros, características naturais e poesia clássica antiga, entre outros. As peças são criadas de várias formas e estilos diferentes, reflectindo a herança criativa e artística dos membros que participam na exposição. A mostra estará patente entre 12 de Outubro e 2 de Novembro, sendo a entrada livre e aberta ao público diariamente de terça-feira a sexta-feira, entre as 10:00 e as 20:00 horas, incluindo os dias feriados. A Associação dos Calígrafos e Pintores Chineses Yu Un de Macau foi fundada há mais de 60 anos, sendo considerada o pilar da arte tradicional chinesa local. Tem como objectivo de promover a pintura, a caligrafia e gravação de sinetes chineses, herdando de forma activa a cultura chinesa e a essência nacional, com o apoio de um grupo de antecessores e académicos. Uma nota oficial aponta que, ao longo dos anos, a associação tem realizado exposições, reuniões académicas, intercâmbios com o exterior, entre outras actividades, a fim de fornecer uma plataforma de exibição e apreciação para os amantes da pintura, caligrafia e escultura de sinetes locais, para que mais velhos e mais novos possam aprender e trocar informações.
Hoje Macau EventosIIM | Livro de Vasco Callixto, de 1978, reeditado e apresentado em Lisboa O Instituto Internacional de Macau lança, na próxima semana, uma nova edição da obra “Viagem a Macau – Uma Relíquia de Portugal no Oriente”, da Vasco Callixto, lançado no território em 1978. A apresentação oficial dá-se na próxima quinta-feira no Palácio da Independência, em Lisboa [dropcap]A[/dropcap] obra “Viagem a Macau – Uma Relíquia de Portugal no Oriente”, lançada em 1978 e da autoria de Vasco Callixto, ganha uma nova vida com uma reedição promovida pelo Instituto Internacional de Macau (IIM), “como forma de prestar uma singela e justíssima homenagem ao autor, cujo mérito merece ser amplamente reconhecido”. O lançamento oficial será feito na próxima quinta-feira, 10 de Outubro, em Lisboa, no Palácio da Independência, em parceria com o Instituto de Luís Gonzaga Gomes e a Sociedade Histórica da Independência de Portugal. De acordo com uma nota oficial do IIM, “este livro serve para revelar às novas gerações as impressões da primeira viagem do autor a terras orientais, compreendendo uma parcela da Tailândia, Hong Kong e Macau, uma permanência de vinte dias”. “Embora tenha voltado a Macau em 1992, num complemento de uma viagem à Austrália, a viagem de 1977 é uma viagem inesquecível e o livro que deu origem, o mais representativo de quanto o Autor viu e apreciou em Macau”, acrescenta a mesma nota. Para o IIM, “ler este livro hoje permitira ao leitor recuar quatro décadas e ficar a conhecer a Macau de ontem, uma Macau saudosa cem por cento portuguesa, que transmitia orgulho e emoção a quantos portugueses pisavam a terra de Macau, apesar dos ventos da História”. Pela Ásia Vasco Callixto, nascido em 1925, é um jornalista e autor de vários livros na área do turismo, muitos deles sobre viagens à Ásia. De acordo com o blogue Macau Antigo, da autoria do jornalista João Botas, Vasco Callixto celebrou, em 2011, meia década de inúmeras viagens realizadas pelos cinco continentes com o lançamento do livro “50 Anos de Viagens”. Dez anos depois de ter lançado “Viagem a Macau”, o autor publicou “Viagem à Índia”, seguindo-se “Por Estradas da Venezuela”, em 1989, e “Uma Volta ao Mundo em Português”, lançado em 1996. Na obra “Viagem a Macau” é relatada a viagem que o autor realizou, num total de 26751 quilómetros feitos de avião, mais 140 quilómetros de barco e outros 285 quilómetros de carro, num percurso compreendido entre as cidades de Lisboa, Paris, Banguecoque, Hong Kong, Macau e Genebra. Citado pelo blogue Macau Antigo, Vasco Callixto recorda a viagem ao pequeno território do sul da China administrado, à época, por portugueses. “Fui a primeira vez a Macau em 1977, pelo grande desejo que tinha em conhecer Macau e muito lamento ter ficado sem conhecer Timor. Estive lá uns vinte dias, vi tudo e assisti ao Grande Prémio, conheci o governador Garcia Leandro e o Dr. Jorge Rangel e os jornais locais e voltei a Macau em 1992, por quatro ou cinco dias, tendo então ido à China mas só até Zhongshan, à casa de Sun Yat Sen.”
Hoje Macau EventosIIM | Livro de Vasco Callixto, de 1978, reeditado e apresentado em Lisboa O Instituto Internacional de Macau lança, na próxima semana, uma nova edição da obra “Viagem a Macau – Uma Relíquia de Portugal no Oriente”, da Vasco Callixto, lançado no território em 1978. A apresentação oficial dá-se na próxima quinta-feira no Palácio da Independência, em Lisboa [dropcap]A[/dropcap] obra “Viagem a Macau – Uma Relíquia de Portugal no Oriente”, lançada em 1978 e da autoria de Vasco Callixto, ganha uma nova vida com uma reedição promovida pelo Instituto Internacional de Macau (IIM), “como forma de prestar uma singela e justíssima homenagem ao autor, cujo mérito merece ser amplamente reconhecido”. O lançamento oficial será feito na próxima quinta-feira, 10 de Outubro, em Lisboa, no Palácio da Independência, em parceria com o Instituto de Luís Gonzaga Gomes e a Sociedade Histórica da Independência de Portugal. De acordo com uma nota oficial do IIM, “este livro serve para revelar às novas gerações as impressões da primeira viagem do autor a terras orientais, compreendendo uma parcela da Tailândia, Hong Kong e Macau, uma permanência de vinte dias”. “Embora tenha voltado a Macau em 1992, num complemento de uma viagem à Austrália, a viagem de 1977 é uma viagem inesquecível e o livro que deu origem, o mais representativo de quanto o Autor viu e apreciou em Macau”, acrescenta a mesma nota. Para o IIM, “ler este livro hoje permitira ao leitor recuar quatro décadas e ficar a conhecer a Macau de ontem, uma Macau saudosa cem por cento portuguesa, que transmitia orgulho e emoção a quantos portugueses pisavam a terra de Macau, apesar dos ventos da História”. Pela Ásia Vasco Callixto, nascido em 1925, é um jornalista e autor de vários livros na área do turismo, muitos deles sobre viagens à Ásia. De acordo com o blogue Macau Antigo, da autoria do jornalista João Botas, Vasco Callixto celebrou, em 2011, meia década de inúmeras viagens realizadas pelos cinco continentes com o lançamento do livro “50 Anos de Viagens”. Dez anos depois de ter lançado “Viagem a Macau”, o autor publicou “Viagem à Índia”, seguindo-se “Por Estradas da Venezuela”, em 1989, e “Uma Volta ao Mundo em Português”, lançado em 1996. Na obra “Viagem a Macau” é relatada a viagem que o autor realizou, num total de 26751 quilómetros feitos de avião, mais 140 quilómetros de barco e outros 285 quilómetros de carro, num percurso compreendido entre as cidades de Lisboa, Paris, Banguecoque, Hong Kong, Macau e Genebra. Citado pelo blogue Macau Antigo, Vasco Callixto recorda a viagem ao pequeno território do sul da China administrado, à época, por portugueses. “Fui a primeira vez a Macau em 1977, pelo grande desejo que tinha em conhecer Macau e muito lamento ter ficado sem conhecer Timor. Estive lá uns vinte dias, vi tudo e assisti ao Grande Prémio, conheci o governador Garcia Leandro e o Dr. Jorge Rangel e os jornais locais e voltei a Macau em 1992, por quatro ou cinco dias, tendo então ido à China mas só até Zhongshan, à casa de Sun Yat Sen.”
Andreia Sofia Silva EventosArquitectura e Urbanismo | Novo livro sobre Macau apresentado em Portugal “Macau: Diálogos sobre Arquitectura e Sociedade” é o resultado de uma união de estudos dispersos e entrevistas sobre várias questões que habitam o mundo do urbanismo e da arquitectura da Macau contemporânea. O livro, editado pela Circo de Ideias, do Porto, foi coordenado pelos fundadores da BABEL, Tiago Quadros e Margarida Saraiva [dropcap]F[/dropcap]oi apresentado esta segunda-feira, na cidade do Porto, em Portugal, o livro “Macau: Diálogos sobre Arquitectura e Sociedade”, editado pela Circo das Ideias e coordenado pelos fundadores da plataforma cultural BABEL, o arquitecto Tiago Quadros e a curadora Margarida Saraiva. A obra reúne entrevistas realizadas a Nuno Cera, que realizou uma residência artística na Casa Garden com o apoio da Fundação Oriente, e outros nomes fortemente ligados à realidade urbana do território, como é o caso de Hendrik Tieben, Thomas Daniell, Mário Duque, Wang Weijen, Diogo Burnay, Jianfei Zhu, Jorge Figueira, Werner Breitung e Pedro Campos Costa. Ao HM, Tiago Quadros contou mais detalhes de um projecto que começou a ser pensado em 2013. “Havia a noção de que muito do conhecimento produzido sobre Macau, ao nível da arquitectura e estudos urbanos, estavam extremamente disseminados nos países de origem dos autores. Quisemos com isto reunir os autores desses estudos e tentar fixar esse conhecimento no mesmo livro.” A obra faz-se não apenas do contributo de arquitectos mas também de urbanistas e académicos. O contributo do artista Nuno Cera acabou por surgir de forma espontânea depois da sua presença em Macau, recorda Tiago Quadros. “A dada altura as coisas começaram a acontecer de modo natural e pensámos que seria interessante que parte do trabalho do Nuno fosse incluído quase como um ensaio natural mas existindo como um corpo próprio, e não apenas como ilustração das entrevistas.” Na apresentação do livro estiveram presentes o fotógrafo José Maçãs de Carvalho, que tem vindo a desenvolver inúmeros projectos em Macau e Hong Kong, e o arquitecto Bernardo Amaral, que viveu no território. As problemáticas Em “Macau: Diálogos sobre Arquitectura e Sociedade” é contada a história do desenvolvimento urbano do território nos últimos anos. “O livro procura ter uma abordagem retrospectiva das últimas décadas, e consegue fazer isso com as intervenções do Diogo Burnay, que fala muito dos anos 60 e 70. Mas depois procura também ter uma abordagem prospectiva em relação aquilo que vai acontecer no futuro próximo e quais serão as expectativas.” Neste campo, entram problemáticas como o espaço público e “a importância que tem e deveria ter numa cidade como Macau, onde a cultura local está muito orientada para o usufruto da população desse mesmo espaço publico, que é muito desqualificado”, apontou Tiago Quadros. Jorge Figueira apresenta ainda uma “abordagem mais contemporânea sobre a produção teórica que fez sobre Macau nos últimos anos, cruzando várias questões como a arquitectura e filosofia, muito sobre a produção caleidoscópica produzida pelos casinos em Macau.” O livro aborda ainda a problemática da habitação, como aponta Tiago Quadros, que dá como exemplo o desenvolvimento na zona do COTAI. “O plano do COTAI incluía a criação de áreas de habitação pública, que depois foi colocada em zonas mais periféricas como Seac Pai Van. Tem havido uma pressão muito grande por parte da população e o Governo assume que quer fazer, mas na verdade muito poucas soluções têm sido avançadas.” São também abordadas questões como a preservação do património e a arquitectura dos casinos, que “têm um efeito natural na vida do seu público”. Tiago Quadros assume que esta é uma obra que dá respostas a quem não faz parte desta área. “Macau está muito bem representada neste livro. Há um conjunto de pessoas entrevistadas que tem um trabalho muito relevante na área da arquitectura e estudos urbanistas e que ganham voz nesta publicação. Qualquer pessoa que procure ou queira fazer um trabalho de investigação sobre Macau nestas áreas tem neste livro muitas fontes e pistas e um suporte importante para desenvolver esse trabalho.” Acima de tudo, a obra contém “visões e abordagens muito distintas sobre temas diferentes”, sendo uma das qualidades do livro, defende Tiago Quadros.
Andreia Sofia Silva EventosArquitectura e Urbanismo | Novo livro sobre Macau apresentado em Portugal “Macau: Diálogos sobre Arquitectura e Sociedade” é o resultado de uma união de estudos dispersos e entrevistas sobre várias questões que habitam o mundo do urbanismo e da arquitectura da Macau contemporânea. O livro, editado pela Circo de Ideias, do Porto, foi coordenado pelos fundadores da BABEL, Tiago Quadros e Margarida Saraiva [dropcap]F[/dropcap]oi apresentado esta segunda-feira, na cidade do Porto, em Portugal, o livro “Macau: Diálogos sobre Arquitectura e Sociedade”, editado pela Circo das Ideias e coordenado pelos fundadores da plataforma cultural BABEL, o arquitecto Tiago Quadros e a curadora Margarida Saraiva. A obra reúne entrevistas realizadas a Nuno Cera, que realizou uma residência artística na Casa Garden com o apoio da Fundação Oriente, e outros nomes fortemente ligados à realidade urbana do território, como é o caso de Hendrik Tieben, Thomas Daniell, Mário Duque, Wang Weijen, Diogo Burnay, Jianfei Zhu, Jorge Figueira, Werner Breitung e Pedro Campos Costa. Ao HM, Tiago Quadros contou mais detalhes de um projecto que começou a ser pensado em 2013. “Havia a noção de que muito do conhecimento produzido sobre Macau, ao nível da arquitectura e estudos urbanos, estavam extremamente disseminados nos países de origem dos autores. Quisemos com isto reunir os autores desses estudos e tentar fixar esse conhecimento no mesmo livro.” A obra faz-se não apenas do contributo de arquitectos mas também de urbanistas e académicos. O contributo do artista Nuno Cera acabou por surgir de forma espontânea depois da sua presença em Macau, recorda Tiago Quadros. “A dada altura as coisas começaram a acontecer de modo natural e pensámos que seria interessante que parte do trabalho do Nuno fosse incluído quase como um ensaio natural mas existindo como um corpo próprio, e não apenas como ilustração das entrevistas.” Na apresentação do livro estiveram presentes o fotógrafo José Maçãs de Carvalho, que tem vindo a desenvolver inúmeros projectos em Macau e Hong Kong, e o arquitecto Bernardo Amaral, que viveu no território. As problemáticas Em “Macau: Diálogos sobre Arquitectura e Sociedade” é contada a história do desenvolvimento urbano do território nos últimos anos. “O livro procura ter uma abordagem retrospectiva das últimas décadas, e consegue fazer isso com as intervenções do Diogo Burnay, que fala muito dos anos 60 e 70. Mas depois procura também ter uma abordagem prospectiva em relação aquilo que vai acontecer no futuro próximo e quais serão as expectativas.” Neste campo, entram problemáticas como o espaço público e “a importância que tem e deveria ter numa cidade como Macau, onde a cultura local está muito orientada para o usufruto da população desse mesmo espaço publico, que é muito desqualificado”, apontou Tiago Quadros. Jorge Figueira apresenta ainda uma “abordagem mais contemporânea sobre a produção teórica que fez sobre Macau nos últimos anos, cruzando várias questões como a arquitectura e filosofia, muito sobre a produção caleidoscópica produzida pelos casinos em Macau.” O livro aborda ainda a problemática da habitação, como aponta Tiago Quadros, que dá como exemplo o desenvolvimento na zona do COTAI. “O plano do COTAI incluía a criação de áreas de habitação pública, que depois foi colocada em zonas mais periféricas como Seac Pai Van. Tem havido uma pressão muito grande por parte da população e o Governo assume que quer fazer, mas na verdade muito poucas soluções têm sido avançadas.” São também abordadas questões como a preservação do património e a arquitectura dos casinos, que “têm um efeito natural na vida do seu público”. Tiago Quadros assume que esta é uma obra que dá respostas a quem não faz parte desta área. “Macau está muito bem representada neste livro. Há um conjunto de pessoas entrevistadas que tem um trabalho muito relevante na área da arquitectura e estudos urbanistas e que ganham voz nesta publicação. Qualquer pessoa que procure ou queira fazer um trabalho de investigação sobre Macau nestas áreas tem neste livro muitas fontes e pistas e um suporte importante para desenvolver esse trabalho.” Acima de tudo, a obra contém “visões e abordagens muito distintas sobre temas diferentes”, sendo uma das qualidades do livro, defende Tiago Quadros.
Andreia Sofia Silva EventosColóquio | Livro “O Macaense” será apresentado em Macau em 2020 Lançado na sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa, o livro “O Macaense: Identidade, Cultura e Quotidiano” deverá ter nova apresentação em Macau no início do próximo ano. A obra apresenta inúmeras reflexões sobre o que é ser macaense e recorda uma entrevista concedida por Henrique de Senna Fernandes ao Diário de Notícias [dropcap]O[/dropcap]lhar para dentro, pensar a identidade por quem a detém e por quem a sente. É este o propósito do livro “O Macaense: Identidade, Cultura e Quotidiano”, lançado na passada sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa (UCP) e coordenado por nomes como Roberto Carneiro, presidente da Fundação Escola Portuguesa de Macau (FEPM), Jorge Rangel, Fernando Chau e José Manuel Simões, da Universidade de São José. Ao HM, Fernando Chau confessou que a obra deverá ser lançada em Macau no início do próximo ano, tendo como objectivo uma diferenciação do olhar sobre o que é ser macaense. “A ideia base (da edição do livro) partiu do Roberto Carneiro. Já há muitos estudos e livros publicados sobre esta temática, mas a questão da identidade vai mudando. A ideia era obter testemunhos daqueles que tiveram uma experiência com Macau.” “Quisemos adicionar mais uns pontos que podem ser interessantes à questão da identidade macaense. Espero que possa contribuir para um melhor entendimento da identidade e para um diálogo. A identidade é uma coisa em evolução”, acrescentou um dos coordenadores da obra. O presidente da FEPM explicou que o objectivo da obra passa por “divulgar e investigar o que é o macaense”. “É uma espécie de mistura entre português e chinês, mas que deu origem a algo autónomo, a uma comunidade autónoma”, afirmou. “É uma hibridação entre duas culturas que gera uma terceira cultura, que não tem a ver com sangue, não tem a ver com uma coisa biológica, tem a ver com culturas que estão abertas uma à outra”, continuou. Trabalho académico “O Macaense” volta a publicar uma entrevista de Henrique de Senna Fernandes concedida à historiadora Tereza Sena e publicada no Diário de Notícias em 1987, quando a transição já estava à espreita. José Sales Marques escreve sobre a ligação entre a comunidade macaense e a Grande Baía, enquanto que Marisa Gaspar escreve sobre os macaenses em Portugal, entre outros contributos. A obra, que ao longo de 286 páginas compila análises de 22 autores, é resultado de um trabalho que durou uma década e que “teve vários arranques falsos”, mas que acabou por avançar e foi finalizada “em tempo recorde”. O antigo ministro da Educação referiu que este é “um livro académico” e que está aberto a mais investigação. “Há poucas coisas de fundo sobre o que é ser macaense. Este livro dá profundidade ao que é ser macaense no mundo, o seu papel no futuro”, detalhou. Fernando Ilharco, actual presidente do Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da UCP, considerou que a obra “tenta reflectir à volta da experiência portuguesa de 500 anos em Macau”, ao mesmo tempo que procura “identificar esta presença na figura do macaense, que é uma figura híbrida entre o português e o chinês”. “Parece-me que é uma obra que pode contribuir para afirmar o relacionamento e a natureza da cultura e da diáspora portuguesa”, reforçou o responsável do CEPCEP. Para o presidente do centro de estudos, a transformação de Macau num jogador-chave na região “depende muito da China”. “Há um quadro de grande desenvolvimento de Macau, porque Macau é importante para o desenvolvimento da China, é importante na globalização da China, é importante no ‘interface’ com o mundo de língua portuguesa”, contou. Fernando Ilharco apontou que este projecto “é algo de natural”. “O centro de estudos mais antigo da Universidade Católica é o CEPCEP, por isso este projecto é algo de natural. Passados 20 anos da saída de Portugal da Ásia, passados 20 anos da passagem da soberania de Macau para a China, fazemos um balanço de um mundo global”, referiu. “É um projecto que é um marco, mas numa linha de investigação de cultura e povos portugueses na Ásia e no Extremo Oriente que nós pretendemos continuar a alimentar e a explorar”, concluiu.
Andreia Sofia Silva EventosColóquio | Livro “O Macaense” será apresentado em Macau em 2020 Lançado na sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa, o livro “O Macaense: Identidade, Cultura e Quotidiano” deverá ter nova apresentação em Macau no início do próximo ano. A obra apresenta inúmeras reflexões sobre o que é ser macaense e recorda uma entrevista concedida por Henrique de Senna Fernandes ao Diário de Notícias [dropcap]O[/dropcap]lhar para dentro, pensar a identidade por quem a detém e por quem a sente. É este o propósito do livro “O Macaense: Identidade, Cultura e Quotidiano”, lançado na passada sexta-feira na Universidade Católica Portuguesa (UCP) e coordenado por nomes como Roberto Carneiro, presidente da Fundação Escola Portuguesa de Macau (FEPM), Jorge Rangel, Fernando Chau e José Manuel Simões, da Universidade de São José. Ao HM, Fernando Chau confessou que a obra deverá ser lançada em Macau no início do próximo ano, tendo como objectivo uma diferenciação do olhar sobre o que é ser macaense. “A ideia base (da edição do livro) partiu do Roberto Carneiro. Já há muitos estudos e livros publicados sobre esta temática, mas a questão da identidade vai mudando. A ideia era obter testemunhos daqueles que tiveram uma experiência com Macau.” “Quisemos adicionar mais uns pontos que podem ser interessantes à questão da identidade macaense. Espero que possa contribuir para um melhor entendimento da identidade e para um diálogo. A identidade é uma coisa em evolução”, acrescentou um dos coordenadores da obra. O presidente da FEPM explicou que o objectivo da obra passa por “divulgar e investigar o que é o macaense”. “É uma espécie de mistura entre português e chinês, mas que deu origem a algo autónomo, a uma comunidade autónoma”, afirmou. “É uma hibridação entre duas culturas que gera uma terceira cultura, que não tem a ver com sangue, não tem a ver com uma coisa biológica, tem a ver com culturas que estão abertas uma à outra”, continuou. Trabalho académico “O Macaense” volta a publicar uma entrevista de Henrique de Senna Fernandes concedida à historiadora Tereza Sena e publicada no Diário de Notícias em 1987, quando a transição já estava à espreita. José Sales Marques escreve sobre a ligação entre a comunidade macaense e a Grande Baía, enquanto que Marisa Gaspar escreve sobre os macaenses em Portugal, entre outros contributos. A obra, que ao longo de 286 páginas compila análises de 22 autores, é resultado de um trabalho que durou uma década e que “teve vários arranques falsos”, mas que acabou por avançar e foi finalizada “em tempo recorde”. O antigo ministro da Educação referiu que este é “um livro académico” e que está aberto a mais investigação. “Há poucas coisas de fundo sobre o que é ser macaense. Este livro dá profundidade ao que é ser macaense no mundo, o seu papel no futuro”, detalhou. Fernando Ilharco, actual presidente do Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da UCP, considerou que a obra “tenta reflectir à volta da experiência portuguesa de 500 anos em Macau”, ao mesmo tempo que procura “identificar esta presença na figura do macaense, que é uma figura híbrida entre o português e o chinês”. “Parece-me que é uma obra que pode contribuir para afirmar o relacionamento e a natureza da cultura e da diáspora portuguesa”, reforçou o responsável do CEPCEP. Para o presidente do centro de estudos, a transformação de Macau num jogador-chave na região “depende muito da China”. “Há um quadro de grande desenvolvimento de Macau, porque Macau é importante para o desenvolvimento da China, é importante na globalização da China, é importante no ‘interface’ com o mundo de língua portuguesa”, contou. Fernando Ilharco apontou que este projecto “é algo de natural”. “O centro de estudos mais antigo da Universidade Católica é o CEPCEP, por isso este projecto é algo de natural. Passados 20 anos da saída de Portugal da Ásia, passados 20 anos da passagem da soberania de Macau para a China, fazemos um balanço de um mundo global”, referiu. “É um projecto que é um marco, mas numa linha de investigação de cultura e povos portugueses na Ásia e no Extremo Oriente que nós pretendemos continuar a alimentar e a explorar”, concluiu.
Hoje Macau EventosUM | Português deve aproveitar fenómeno do multilinguismo para crescer Gilvan Müller de Oliveira esteve na Universidade de Macau, para participar no II Seminário da Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo. O linguista defende que a língua portuguesa deve aproveitar a oportunidade do multilinguismo do século XXI para se expandir e afirmar-se definitivamente como uma língua internacional [dropcap]O[/dropcap] linguista brasileiro Gilvan Müller de Oliveira defendeu esta quarta-feira que a língua portuguesa deve saber aproveitar as oportunidades decorrentes do multilinguismo, um forte instrumento económico, histórico e de humanização, e que é “a verdadeira língua do século XXI”. Fenómeno atribuído à globalização e um elemento no radar da UNESCO, o multilinguismo é “uma oportunidade para o português”, mas também “para todas as línguas”, destacou o antigo director executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), instituição da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com sede em Cabo Verde, em entrevista à Lusa em Macau. “O que nós temos hoje é um contexto em que não só uma língua cresce em detrimento de outras, mas todo um conjunto de línguas cresce”, afirmou o académico, à margem do arranque do II Seminário da Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo, que decorre até quinta-feira na Universidade de Macau. Gilvan Oliveira coordena esta Cátedra a partir de Florianópolis, no estado brasileiro de Santa Catarina. O “projecto jovem”, mas “em fase de expansão” envolve 22 universidades em 13 países, dando destaque aos blocos lusófono e dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), estes últimos “países altamente multilingues, com modelos de gestão civilizacional e linguística muito diferentes entre si”. Sucesso africano Sobre o uso do português nos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), o linguista considerou estar “a avançar rapidamente”, dando como exemplo de sucesso o caso de Moçambique, onde existe hoje um sistema de escolas bilingues “que fazem com que o aluno compartilhe o português e uma outra língua moçambicana”. “O caso de Moçambique é um caso notório. Havia em Moçambique pouco mais de 11 por cento de falantes de português no momento da independência, e agora já são mais de 55% por cento de falantes, quer dizer que o Estado nacional moçambicano, tomando para si a tarefa de ensinar português e de criar um sistema educacional e um sistema de transmissão radiofónica e televisiva, contribuiu para uma rápida expansão da língua”, referiu. Neste sentido, frisou, “a responsabilidade do Estado no ensino do português e da organização dos espaços e da circulação da língua é uma peça fundamental para o crescimento da língua”. Além disso, a língua portuguesa beneficia de uma característica especial: “Não há dois países de língua portuguesa que fazem fronteira, cada país é uma ‘ilha’, cercada por vizinhos que falam outras línguas, e isso é extremamente positivo para a expansão da língua”, salientou. Olhar para a frente Na África do Sul, por exemplo, o português é hoje uma das línguas opcionais para os exames secundários e “onde se tem expandido de forma muito firme, graças e sobretudo ao papel que Moçambique desempenha na vizinhança, e crescentemente Angola desempenha na vizinhança da Namíbia, como o Brasil desempenha nos seus vizinhos falantes de espanhol, e mesmo Portugal, com todos os projectos do português na Extremadura [espanhola]”, disse. “Esses países provocam o crescimento do uso da língua internamente, mas também para fora, crescentemente expandido as fronteiras de circulação, para fora e para dentro, na recepção à migração”, apontou. O académico considera que a língua de Camões tem aproveitado oportunidades decorrentes do contexto global do multilinguismo, expandindo-se “em vários contextos”, mas que é preciso abandonar a “mentalidade de uma época passada” e pensar no português como uma língua internacional. “Ainda pensamos muito no português como uma língua nacional, há dificuldades de ver o português como uma língua internacional. Há dificuldades de considerar, por exemplo, uma responsabilidade crescente para o IILP [Instituto Internacional da Língua Portuguesa] na construção desta comunidade internacional que compartilha uma língua, que ao mesmo tempo é compartilhada com outras línguas”, apontou. Assim, e sublinhando que o multilinguismo é, a par da tradução electrónica, “a verdadeira língua do século XXI”, o professor defende que a língua portuguesa tem muito a ganhar com a participação neste fenómeno. “Quanto mais o português puder participar neste multilinguismo, e puder ser uma opção para falantes de vários países, e ao mesmo tempo se nós pudermos também falar outras línguas, só temos a ganhar economicamente”, considerou. “Evidentemente, cresce o valor económico do português à medida que a língua está conectada com outras línguas e quando o número de bilingues e trilingues cresce, porque é isso que faz a incorporação de ideias, projectos, narrativas históricas e literárias, ou a tradução”, acrescentou. No entanto, não é só o valor económico que cresce, vincou, como também o valor humano e histórico. Partindo do exemplo de um instrumento desenvolvido pelas universidades que integram a Cátedra, e a partir do qual uma tese de doutoramento em indonésio foi sumarizada e traduzida para português, Oliveira sublinhou a vantagem das produções intelectuais não passarem por uma só língua. “À medida que podemos usar as ideias deles e eles as nossas, aumenta o valor económico, o valor humano, o valor histórico, como ponte entre línguas, e nesse sentido a Cátedra tem sido uma oportunidade para a recuperação dessas memórias”, disse. As Cátedras UNESCO são projectos de quatro anos sujeitos a avaliação, que podem ser renovadas indefinidamente “se produzirem informação relevante para que os estados membros atuem”, explicou. A Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo (2018-2022) foi estabelecida em Fevereiro do ano passado e tem como instituição responsável a Universidade Federal de Santa Catarina, no Brasil.
Hoje Macau EventosUM | Português deve aproveitar fenómeno do multilinguismo para crescer Gilvan Müller de Oliveira esteve na Universidade de Macau, para participar no II Seminário da Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo. O linguista defende que a língua portuguesa deve aproveitar a oportunidade do multilinguismo do século XXI para se expandir e afirmar-se definitivamente como uma língua internacional [dropcap]O[/dropcap] linguista brasileiro Gilvan Müller de Oliveira defendeu esta quarta-feira que a língua portuguesa deve saber aproveitar as oportunidades decorrentes do multilinguismo, um forte instrumento económico, histórico e de humanização, e que é “a verdadeira língua do século XXI”. Fenómeno atribuído à globalização e um elemento no radar da UNESCO, o multilinguismo é “uma oportunidade para o português”, mas também “para todas as línguas”, destacou o antigo director executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), instituição da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com sede em Cabo Verde, em entrevista à Lusa em Macau. “O que nós temos hoje é um contexto em que não só uma língua cresce em detrimento de outras, mas todo um conjunto de línguas cresce”, afirmou o académico, à margem do arranque do II Seminário da Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo, que decorre até quinta-feira na Universidade de Macau. Gilvan Oliveira coordena esta Cátedra a partir de Florianópolis, no estado brasileiro de Santa Catarina. O “projecto jovem”, mas “em fase de expansão” envolve 22 universidades em 13 países, dando destaque aos blocos lusófono e dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), estes últimos “países altamente multilingues, com modelos de gestão civilizacional e linguística muito diferentes entre si”. Sucesso africano Sobre o uso do português nos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), o linguista considerou estar “a avançar rapidamente”, dando como exemplo de sucesso o caso de Moçambique, onde existe hoje um sistema de escolas bilingues “que fazem com que o aluno compartilhe o português e uma outra língua moçambicana”. “O caso de Moçambique é um caso notório. Havia em Moçambique pouco mais de 11 por cento de falantes de português no momento da independência, e agora já são mais de 55% por cento de falantes, quer dizer que o Estado nacional moçambicano, tomando para si a tarefa de ensinar português e de criar um sistema educacional e um sistema de transmissão radiofónica e televisiva, contribuiu para uma rápida expansão da língua”, referiu. Neste sentido, frisou, “a responsabilidade do Estado no ensino do português e da organização dos espaços e da circulação da língua é uma peça fundamental para o crescimento da língua”. Além disso, a língua portuguesa beneficia de uma característica especial: “Não há dois países de língua portuguesa que fazem fronteira, cada país é uma ‘ilha’, cercada por vizinhos que falam outras línguas, e isso é extremamente positivo para a expansão da língua”, salientou. Olhar para a frente Na África do Sul, por exemplo, o português é hoje uma das línguas opcionais para os exames secundários e “onde se tem expandido de forma muito firme, graças e sobretudo ao papel que Moçambique desempenha na vizinhança, e crescentemente Angola desempenha na vizinhança da Namíbia, como o Brasil desempenha nos seus vizinhos falantes de espanhol, e mesmo Portugal, com todos os projectos do português na Extremadura [espanhola]”, disse. “Esses países provocam o crescimento do uso da língua internamente, mas também para fora, crescentemente expandido as fronteiras de circulação, para fora e para dentro, na recepção à migração”, apontou. O académico considera que a língua de Camões tem aproveitado oportunidades decorrentes do contexto global do multilinguismo, expandindo-se “em vários contextos”, mas que é preciso abandonar a “mentalidade de uma época passada” e pensar no português como uma língua internacional. “Ainda pensamos muito no português como uma língua nacional, há dificuldades de ver o português como uma língua internacional. Há dificuldades de considerar, por exemplo, uma responsabilidade crescente para o IILP [Instituto Internacional da Língua Portuguesa] na construção desta comunidade internacional que compartilha uma língua, que ao mesmo tempo é compartilhada com outras línguas”, apontou. Assim, e sublinhando que o multilinguismo é, a par da tradução electrónica, “a verdadeira língua do século XXI”, o professor defende que a língua portuguesa tem muito a ganhar com a participação neste fenómeno. “Quanto mais o português puder participar neste multilinguismo, e puder ser uma opção para falantes de vários países, e ao mesmo tempo se nós pudermos também falar outras línguas, só temos a ganhar economicamente”, considerou. “Evidentemente, cresce o valor económico do português à medida que a língua está conectada com outras línguas e quando o número de bilingues e trilingues cresce, porque é isso que faz a incorporação de ideias, projectos, narrativas históricas e literárias, ou a tradução”, acrescentou. No entanto, não é só o valor económico que cresce, vincou, como também o valor humano e histórico. Partindo do exemplo de um instrumento desenvolvido pelas universidades que integram a Cátedra, e a partir do qual uma tese de doutoramento em indonésio foi sumarizada e traduzida para português, Oliveira sublinhou a vantagem das produções intelectuais não passarem por uma só língua. “À medida que podemos usar as ideias deles e eles as nossas, aumenta o valor económico, o valor humano, o valor histórico, como ponte entre línguas, e nesse sentido a Cátedra tem sido uma oportunidade para a recuperação dessas memórias”, disse. As Cátedras UNESCO são projectos de quatro anos sujeitos a avaliação, que podem ser renovadas indefinidamente “se produzirem informação relevante para que os estados membros atuem”, explicou. A Cátedra UNESCO em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo (2018-2022) foi estabelecida em Fevereiro do ano passado e tem como instituição responsável a Universidade Federal de Santa Catarina, no Brasil.
Hoje Macau EventosFórum Macau | Brasil estrela da semana cultural entre China e países lusófonos O Brasil é o país em destaque da 11.ª semana cultural entre a China e os países lusófonos em Macau, que reúne, entre 12 e 18 de Outubro, vários artistas do espaço lusófono na região [dropcap]M[/dropcap]úsica, dança, teatro, exposições, artesanato e gastronomia reafirmam-se como as “actividades centrais” de um certame que este ano abre portas ao cinema brasileiro e onde a Índia está também representada, através de Goa, Damão e Diu, indicou ontem o secretário-geral adjunto do Fórum de Macau, Rodrigo Brum, em conferência de imprensa. Com forte presença no cartaz e por ocasião do terceiro festival de cinema brasileiro na China, que decorre em Novembro e passa, pela primeira vez, a integrar Macau na sua rota, o Brasil é o “primeiro convidado de honra” desta semana cultural, a que se seguirão outros países nas próximas edições, afirmou o responsável. De Portugal, viaja até Macau o grupo originário de Coimbra “Anaquim”, que em 2018 lançou o seu quarto álbum de originais, a artesã Andreia Marques, cujo trabalho se foca no uso de técnicas ancestrais de tecelagem, e o colectivo artístico Primeira Pedra. O cartaz de música e dança inclui, além dos portugueses, artistas de Angola (Lino Cerqueira Fialho), Brasil (DJ Dolores), Cabo Verde (DJODJE), China (circo de acrobacias da província de Hebei), Guiné-Bissau (José Manuel, Karina Gomes, Miss Bity e Eric Dario), Moçambique (Grupo RM), São Tomé e Príncipe (Leguelá) e Timor-Leste (Voz of Crocodile). Olhares e horizontes No campo das artes plásticas, destaque para o brasileiro Rodrigo Braga, com a mostra “Horizontes deslizantes”, e para o guineense António Ferreira Seguy (“Chipi”), com “Outros Olhares”, ambas patentes na Doca dos Pescadores. Em paralelo, a galeria da residência consular de Portugal em Macau irá apresentar obras de 20 jovens de Macau. A 11.ª semana cultural integra ainda uma mostra de artesanato, com a participação de artistas da China, Portugal e de todo o bloco lusófono, e de gastronomia, com chefes de cozinha provenientes de Angola, Brasil, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau, anunciou a organização. Uma das novidades deste ano é o “desfasamento da semana cultural”, já que a mostra de teatro decorre “na semana imediatamente a seguir”, uma decisão estratégica com a qual a organização espera atrair mais visitantes. Esta última mostra integra, além do colectivo “Primeira Pedra”, companhias de Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau. Sob o tema “Uma Faixa e uma Rota Cultural”, numa alusão à iniciativa chinesa lançada em 2013, o evento tem em 2019 um orçamento de cerca de nove milhões de patacas, precisou a coordenadora do gabinete de apoio ao secretariado permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), Mok Iun Lei. A responsável salientou que o evento assinala, com “mais elementos culturais”, o 20.º aniversário do regresso de Macau à China, em 1999, e os 40 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Portugal, em 1979.
Hoje Macau EventosFórum Macau | Brasil estrela da semana cultural entre China e países lusófonos O Brasil é o país em destaque da 11.ª semana cultural entre a China e os países lusófonos em Macau, que reúne, entre 12 e 18 de Outubro, vários artistas do espaço lusófono na região [dropcap]M[/dropcap]úsica, dança, teatro, exposições, artesanato e gastronomia reafirmam-se como as “actividades centrais” de um certame que este ano abre portas ao cinema brasileiro e onde a Índia está também representada, através de Goa, Damão e Diu, indicou ontem o secretário-geral adjunto do Fórum de Macau, Rodrigo Brum, em conferência de imprensa. Com forte presença no cartaz e por ocasião do terceiro festival de cinema brasileiro na China, que decorre em Novembro e passa, pela primeira vez, a integrar Macau na sua rota, o Brasil é o “primeiro convidado de honra” desta semana cultural, a que se seguirão outros países nas próximas edições, afirmou o responsável. De Portugal, viaja até Macau o grupo originário de Coimbra “Anaquim”, que em 2018 lançou o seu quarto álbum de originais, a artesã Andreia Marques, cujo trabalho se foca no uso de técnicas ancestrais de tecelagem, e o colectivo artístico Primeira Pedra. O cartaz de música e dança inclui, além dos portugueses, artistas de Angola (Lino Cerqueira Fialho), Brasil (DJ Dolores), Cabo Verde (DJODJE), China (circo de acrobacias da província de Hebei), Guiné-Bissau (José Manuel, Karina Gomes, Miss Bity e Eric Dario), Moçambique (Grupo RM), São Tomé e Príncipe (Leguelá) e Timor-Leste (Voz of Crocodile). Olhares e horizontes No campo das artes plásticas, destaque para o brasileiro Rodrigo Braga, com a mostra “Horizontes deslizantes”, e para o guineense António Ferreira Seguy (“Chipi”), com “Outros Olhares”, ambas patentes na Doca dos Pescadores. Em paralelo, a galeria da residência consular de Portugal em Macau irá apresentar obras de 20 jovens de Macau. A 11.ª semana cultural integra ainda uma mostra de artesanato, com a participação de artistas da China, Portugal e de todo o bloco lusófono, e de gastronomia, com chefes de cozinha provenientes de Angola, Brasil, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau, anunciou a organização. Uma das novidades deste ano é o “desfasamento da semana cultural”, já que a mostra de teatro decorre “na semana imediatamente a seguir”, uma decisão estratégica com a qual a organização espera atrair mais visitantes. Esta última mostra integra, além do colectivo “Primeira Pedra”, companhias de Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Macau. Sob o tema “Uma Faixa e uma Rota Cultural”, numa alusão à iniciativa chinesa lançada em 2013, o evento tem em 2019 um orçamento de cerca de nove milhões de patacas, precisou a coordenadora do gabinete de apoio ao secretariado permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), Mok Iun Lei. A responsável salientou que o evento assinala, com “mais elementos culturais”, o 20.º aniversário do regresso de Macau à China, em 1999, e os 40 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e Portugal, em 1979.
Hoje Macau EventosFundação Macau | 43 obras distinguidas no Concurso de Literatura [dropcap]O[/dropcap] “12.º Concurso de Literatura de Macau”, organizado pela Fundação Macau e a Associação dos Escritores de Macau, contou com a participação de um total de 239 obras, 43 das quais foram premiadas. A cerimónia de entrega dos prémios realizou-se na segunda-feira no Centro de Ciência de Macau. O presidente da Fundação Macau, Wu Zhiliang, referiu que o concurso se dividiu em dois grupos de participação, um local e outro aberto a autores fora da RAEM. Os denominadores comuns das obras foram a escrita em chinês e ter Macau como tema central. Wu Zhiliang acrescentou que o objectivo da iniciativa é expandir a marca do evento, de forma a que escritores de todo o mundo prestem atenção a Macau, e escrevam sobre o território e a sua população, segundo o jornal do Cidadão. Durante a cerimónia de entrega dos prémios, o secretário da Associação de Escritores da China, Wu Yiqin, disse que o intercâmbio cultural e literário cada vez mais frequente entre Macau e o Continente permite que autores de ambas as origens melhorem mutuamente.
Hoje Macau EventosFundação Macau | 43 obras distinguidas no Concurso de Literatura [dropcap]O[/dropcap] “12.º Concurso de Literatura de Macau”, organizado pela Fundação Macau e a Associação dos Escritores de Macau, contou com a participação de um total de 239 obras, 43 das quais foram premiadas. A cerimónia de entrega dos prémios realizou-se na segunda-feira no Centro de Ciência de Macau. O presidente da Fundação Macau, Wu Zhiliang, referiu que o concurso se dividiu em dois grupos de participação, um local e outro aberto a autores fora da RAEM. Os denominadores comuns das obras foram a escrita em chinês e ter Macau como tema central. Wu Zhiliang acrescentou que o objectivo da iniciativa é expandir a marca do evento, de forma a que escritores de todo o mundo prestem atenção a Macau, e escrevam sobre o território e a sua população, segundo o jornal do Cidadão. Durante a cerimónia de entrega dos prémios, o secretário da Associação de Escritores da China, Wu Yiqin, disse que o intercâmbio cultural e literário cada vez mais frequente entre Macau e o Continente permite que autores de ambas as origens melhorem mutuamente.
Andreia Sofia Silva Eventos“Macau – Aqui Cheira a Silencio” inaugurada na Universidade de Lisboa [dropcap]A[/dropcap] UNITYGATE – Plataforma de Intercâmbio Cultural entre Ocidente e Oriente uniu-se ao Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa (UL) para apresentar uma mostra fotográfica da autoria de Ana Battaglia Abreu, resultado de um trabalho realizado entre os anos de 2015 e 2016, e que deu lugar a uma exposição no consulado-geral de Portugal em Macau em 2017, uma iniciativa inserida na programação da UNITYGATE. As imagens expostas retratam “os recantos, cores e silêncios de Macau”, sendo uma exposição “pensada especificamente para um ano de comemorações da transferência de soberania de Macau para a China”, que aconteceu em 1999. As fotografias pretendem convidar o público a depositar “um olhar diferente sobre a cidade, o seu passado e presente, e os seus recantos secretos de encantos, cores e silêncios interiores no meio da agitação e frenesim actual, e que preservam um passado cultural no presente”. A mesma nota oficial dá conta que a ideia é “esta exposição ser colocada de forma dinâmica através de uma instalação, permitindo ser vista e sentida pelo publico de uma maneira original e única”. Neste sentido, “a sua temática desenvolve-se à volta de um olhar sobre Macau e na sua procura do Silêncio (que nos remete à cultura antiga pelos sentidos) em oposição ao ruído e agitação que tanto caracteriza Macau hoje em dia”. Danças em festival Outro evento que também se insere na programação da plataforma UNITYGATE, é a quinta edição do Festival Palco do Mundo, que se realiza este fim-de-semana, nos dias 28 e 29, em Mafra, a poucos quilómetros de Lisboa. A ideia é juntar num só cartaz grupos de dança de todo o mundo, estando prevista a actuação, no domingo, da Associação de Arte de Dança Luso-Chinesa de Macau, em representação das danças tradicionais chinesas. Da China vem o grupo Escola Folha de Bambu, de Mafalda Costa. Este festival tem apenas cinco anos de existência e “é realizado por uma rede de pessoas e parcerias que investem nas suas premissas essências”. O objectivo é “unir pela arte, cruzando culturas, artes e saberes, do tradicional ao contemporâneo numa visão holística e eco sustentável”, revela a UNITYGATE em comunicado. No sábado, dia 28, está prevista a realização de inúmeros workshops que também estabelecem uma ligação ao Oriente, como o workshop de origamis japoneses, Tai Chi Chuan e danças orientais.