Fotografia tirada nas Filipinas dá a Mário Cruz o terceiro lugar no World Press Photo

[dropcap]O[/dropcap] fotojornalista português Mário Cruz ficou em terceiro lugar na categoria Ambiente, em imagem ‘single’, no World Press Photo 2019, com a fotografia de uma criança num colchão rodeado de lixo, a flutuar num rio filipino, foi ontem anunciado.

Os vencedores do World Press Photo deste ano foram anunciados numa cerimónia em Amesterdão, na Holanda.

Na mesma categoria de Ambiente, em imagem ‘single’, o primeiro lugar foi atribuído ao fotógrafo sul-africano Brent Stirton, com uma foto do treino no Zimbabué de uma mulher que pertence ao Akashinga, grupo formado por mulheres que luta contra a caça ilegal nas reservas naturais.

No segundo lugar ficou o fotógrafo norte-americano Wally Skalij, do jornal Los Angeles Times, com a fotografia de dois cavalos amarrados a um poste e que foram salvos das chamas num violento incêndio que atingiu em Novembro a Califórnia, nos Estados Unidos.

A imagem premiada de Mário Cruz mostra uma criança a recolher materiais recicláveis, para obter algum tipo de rendimento que lhe permita ajudar a família, deitada num colchão rodeado de lixo, que flutua no rio Pasig, que já foi declarado biologicamente morto na década de 1990.

Para o fotojornalista, esta imagem “é um apelo que merece reacção rápida”.

“Nós vemos imagens de praias com lixo no areal e ficamos incomodados, mas estas pessoas em Manila [capital das Filipinas] estão rodeadas de lixo diariamente, já há muitos anos, e isto merece a nossa reacção rápida”, afirmou Mário Cruz em declarações à Lusa, aquando do anúncio da nomeação para o World Press Photo.

A fotografia vencedora foi captada nesse sentido: “No fundo é um apelo para que não se ignore o que não pode ser ignorado”, disse.

Os habitantes daquelas comunidades tentaram, sem sucesso, ir viver para a capital das Filipinas e acabaram por criar construções ilegais junto ao rio, onde vivem, sem saneamento, e muitos deles da reciclagem do lixo que é atirado fora.

“É um problema que se arrastou, e está a agravar-se tomando dimensões preocupantes”, alertou o fotojornalista, acrescentando que viu estuários, criados para impedir as cheias, cheios de lixo.

“Neste momento só se vê lixo. É dramático olhar para um canal de água e não ver a água, só plástico, e isso merece sem dúvida uma reacção”, reiterou Mário Cruz, que é fotojornalista da agência Lusa, mas desenvolveu este projecto a título pessoal.

Além de Mário Cruz, outros dois fotógrafos foram premiados na categoria Ambiente em imagem ‘single’: o sul africano Brent Stirton (que ficou em primeiro lugar) e o norte-americano Wally Skalij (em segundo).

A fotografia premiada faz parte de um trabalho que Mário Cruz desenvolveu nas Filipnas, baptizado “Living Among What’s Left Behind” (“Vivendo entre o que é deixado para trás”, em português), que reúne imagens que o fotojornalista captou durante um mês nas Filipinas, onde visitou comunidades que vivem ao longo do rio Pasig, testemunhando uma situação extrema de poluição ambiental que os habitantes enfrentam há décadas.

Esse trabalho deu origem a uma exposição, patente até 26 de maio no Palácio Anjos em Algés, concelho de Oeiras, onde é possível ver-se 40 imagens, das milhares captadas pelo fotógrafo nas Filipinas.

No dia da inauguração da mostra, no passado sábado, foi apresentado um livro, editado pela Nomad e desenvolvido pelo Estúdio Degrau, com “70 fotografias, entre o preto e branco e as cores, que retratam, de forma crua, a realidade que Mário Cruz encontrou em Manila”, de acordo com a equipa editorial da Nomad.

A capa do livro foi produzida “através do processamento de 160 quilogramas de resíduos industriais e desperdícios de uso doméstico”, sendo cada uma “criada individualmente e à mão, resultando em exemplares com capas únicas, que simbolizam a abundância de lixo deixado para trás”.

Esta é a segunda vez que Mário Cruz, de 31 anos, é premiado no World Press Photo.
Em 2016, o fotojornalista português conquistou o primeiro lugar na categoria Temas Contemporâneos do World Press Photo, com um trabalho sobre a escravatura de crianças – dos meninos Talibés – no Senegal (“Talibés – Modern Days Slaves”), que deu origem a um livro, depois de publicado na Newsweek, e que constituiu um alerta global. No Senegal, foram distribuídos panfletos com fotografias feitas por si, tendo sido resgatadas centenas de crianças.

12 Abr 2019

Obras de Leonardo da Vinci e outros mestres renascentistas expostas em Macau

[dropcap]D[/dropcap]esenhos de Leonardo da Vinci, Michelangelo e outros mestres renascentistas italianos estão a partir de ontem patentes no Museu de Arte de Macau (MAM), numa exposição que assinala a primeira colaboração com o British Museum.

No ano em que se cumprem os 500 anos da morte de Da Vinci, o Museu de Arte de Macau, com 20 anos de existência, concretizou por fim o “desejo antigo” de trabalhar com o “primeiro museu público do mundo”, disse à agência Lusa a curadora do MAM, Margarida Saraiva.

“Era um desejo antigo trabalharmos com o British Museu, que tem uma das maiores colecções de arte do mundo. Nesta ocasião juntou-se a celebração do 20.º aniversário do MAM e os 500 anos da morte” do autor de Mona Lisa, explicou à margem da inauguração.

A mostra apresenta 52 desenhos originais de 42 mestres da Renascença italiana – entre da Vinci, Michelangelo, Ticiano, Rafael, Rosso Fiorentino, Mantegna e Correggio – e explora a importância do desenho no processo criativo dos artistas entre 1470 e 1580.

Em Macau, uma terra que “sempre foi uma plataforma de arte” e onde o missionário renascentista italiano Matteo Ricci esteve “durante alguns anos”, a exposição serve também para falar deste antigo enclave português como “um lugar de encontros”, sublinhou a curadora.

“O papel, a base de qualquer desenho, é uma invenção chinesa. É a grande disponibilidade de desenho de papel na Itália da Renascença que faz com que o desenho tenha a importância que tem”, recordou.

Mas se Itália deve à China o papel, a China deve aos italianos a “perspectiva”, introduzida na corte chinesa por Matteo Ricci em 1601, através de um mapa-mundo que já descrevia “todas as descobertas geográficas que acompanham o período da Renascença”.

Impresso na China um ano depois, o mapa fez com que a perspectiva passasse a ter, desde então, um “impacto na arte produzida na China”, salientou.

A exposição, intitulada “Desenhos da Renascença Italiana do British Museum” e que pretende ser inclusiva – foram usadas técnicas de impressão 3D para criar experiências tácteis de algumas das obras de arte apresentadas -, está patente no MAM até 30 de Junho.

12 Abr 2019

“Photometragens” de João Miguel Barros é inaugurada hoje nas Oficinas Navais, nº1

“Photometragens” traz a partir de hoje, pelas 18h30, aos Estaleiros Navais nº 1, doze histórias independentes e aleatórias de João Miguel Barros. As narrativas são contadas através de mais de 100 fotografias, acompanhadas por palavras, como se de um “livro de contos” se tratasse

 

[dropcap]V[/dropcap]inha da direita, seguro do caminho a seguir, mas foi forçado a parar. Estava, sem dúvida, numa encruzilhada e obrigado a fazer opções. E logo agora, de novo, depois de um processo doloroso que o obrigara a fazer escolhas próprias de quem não tem escolha…”. Este é um excerto do texto que acompanha a história do primeiro capítulo de “Photometragens”, a exposição do João Miguel Barros que tem inauguração marcada para hoje, pelas 18h30, nos Estaleiros Navais, nº1.

Na parede da nova estrutura situada na Barra, está uma instalação com 30 imagens que mostram fragmentos desordenados de um viaduto. “A composição desta instalação é a mistura dos muitos sentidos possíveis que uma pessoa pode escolher. É um bocadinho caótico, mas o título acaba por ser ‘Sentido único’”, explica o fotógrafo ao HM.

Este é o primeiro dos doze capítulos da mostra onde o artista junta palavras à imagem para conseguir “uma síntese de uma reflexão sobre aquilo que se vê e se sente”. “Nós olhamos muito mas vemos pouco e isto é uma tentativa de cristalizar em imagens muito simples”, revela.

Por outro lado, trata-se de uma exposição para ser vista como quem “lê um livro de contos porque são narrativas independentes entre si em que não existe uma unicidade temática”.

Ao “Sentido único”, seguem-se as “As árvores”, um segundo capítulo que “acaba por ser um bocadinho a síntese de dois mundos”, aponta, referindo-se ao oriente e ocidente, regiões entre as quais o autor se move. Aqui, e do lado esquerdo da parede está uma imagem que apresenta árvores de bambu. A história continua com outras espécies e termina com duas fotografias de oliveiras “uma coisa muito portuguesa”. No texto que acompanha a narrativa lê-se: “A vida levou-o a outras paragens. Ficou sem a imensidão desses descampados, mas conseguiu conquistar o direito a ter meia dúzia de oliveiras no seu quintal, que admirava pela sua eterna juventude”.

É com as fotografias das oliveiras como referência que João Miguel Barros fala da sua predilecção pela imagem a preto e branco como sendo uma opção pessoal para “recriar a realidade”. “As cores são normalmente o que se vê. Quanto queremos recriar temos que partir para outras formas de representar a realidade”, refere.

Mar em movimento

“Ainda miúdo perguntava ao avô, no meio de muitas histórias de bravos marinheiros e gigantes marinhos por descobrir: ‘quantas marés cabem neste mar?’. E recordava que invariavelmente ele lhe respondia: ‘todas as que conseguires contar’”, é com base neste excerto que João Miguel Barros convida o público para um capítulo interactivo, o das “Marés vivas”.

Neste terceiro momento, as imagens além das palavras, vão ser acompanhadas por um vídeo em que as pessoas são convidadas a sentar-se e olhar para o mar em movimento. “Na experiência que tive quando este vídeo passou no Museu Berardo as pessoas sentavam-se e começavam a contar as marés. O mar tem este sentido hipnótico”, diz o fotógrafo. Para João Miguel Barros trata-se da série “mais completa, apresentando ainda um conjunto de nove fotografias que mostram a evolução da água que vai avançando na areia ao longo de maré”.

“Visões Nocturnas III” marca o quarto capítulo de “Photometragens” e reflecte o fascínio do fotógrafo pela imagem nocturna. “Esta é uma das séries das ‘Visões Nocturnas’ que são centradas na noite ou nas escuridões”, aponta. Esta obscuridade permite várias interpretações.

Ao passar por esta parte da mostra o autor comenta que “a maioria destes capítulos são contemplativos, mas em todos eles há uma preocupação fundamental que tem que ver com o contar uma história”. A ideia torna-se tão mais importante quando se vive uma altura em que a fotografia está acessível a todos. “Toda a gente faz fotografais fantásticas com um telemóvel mas o que distingue o nível a seguir da fotografia é a história e a capacidade de a contar, e aquilo que ainda está acima disso é a capacidade de contar histórias com uma dimensão humana. Ainda não estou nesse patamar”, sublinha.

À noite sucede-se “O precipício” que nasceu “de uma experiência em que há um corpo que se tenta equilibrar em cima de uma corda”. Aqui o fotógrafo tenta captar o movimento em contra luz. Mais uma vez João Miguel Barros destaca o seu gosto especial pelos pretos e brancos e explica agora que as edições que faz não vão além de meros ajustes. “Nunca coloco numa imagem o que não existe nem tiro o que lá está. Não faço manipulação de imagens nesse sentido.

O que é feito é apenas um ajustamento àquilo que é o padrão estético escolhido para o trabalho em causa”, aponta.

O mar regressa na série que integra o sexto capítulo, “Salgados II”. A história resulta das idas do autor à praia homónima que frequenta todos os anos, conhecida não só pela sua beleza, mas também enquanto ponto privilegiado de observação de pássaros. É o contacto com a natureza e com quem nela habita que João Miguel Barros traz nesta série feita numa madrugada.

Factor surpresa

“Entre o olhar e a alucinação” já é um trabalho conhecido no território. As três imagens de “Photometragens” foram expostas em 2017 fazendo parte da primeira exposição individual do autor. A série traz ao público “a ambiguidade daquilo que vemos à nossa frente quando não há nada, aquilo que realmente estamos a ver e o que de repente pode acontecer sem sabermos o que vamos ver”, explica o fotógrafo.

Uma característica que sobressai em grande parte desta mostra é a presença de imagens em grande formato . A ideia é que as imagens comuniquem com quem as vê numa escala semelhante. “As fotografias em grande formato falam para o público por igual, ou seja , a dimensão da fotografia faz com que a imagem fale com as pessoas à mesma escala. Quando quisermos comunicar de forma intimista podemos escolher uma fotografia de pequeno formato. Têm que se escolher fotografias pequenas até para obrigar à aproximação necessária”, explica o fotógrafo.

Depois da alucinação, o público é convidado a ver o “Teatro Vazio”. Este capítulo composto por duas imagens, as mais antigas de todo o projecto, registadas em 2013, é uma homenagem às pessoas invisuais, adianta João Miguel Barros. Trata-se de uma história “um bocadinho emocional”, de uma bailarina que tinha tido naquele palco os seus momentos de glória e que agora ali regressa para recordar o que já não existe. É uma homenagem secreta aos invisuais, às pessoas que não conseguem ver”, revela. Nas palavras que acompanham as imagens o autor destaca o excerto: “Com o bastão a varrer o espaço à sua frente, caminhando amparada pela linha contínua das bordas das cadeiras da coxia, saiu dali, de um lugar onde tantas vezes fora feliz, mas onde sempre voltava nos momentos em que queria perturbar o silêncio castigador”.

Homenagem reconhecida

“Com o tempo, e sem tempo, passou a viver enclausurado nas cordas do ringue. Batendo. Levando. Chorando. Rangendo os dentes protegidos. E ocasionalmente sorrindo de raiva. Sim, sorrindo. No seu último combate perdeu os sonhos da sua vida. Mas saiu inteiro, pelo seu pé, continuando a sorrir” é um excerto do texto que acompanha o capítulo nono, “Homenagem”, talvez o trabalho mais conhecido do artista e reúne uma selecção de imagens do projecto premiado internacionalmente que documenta um combate de boxe em Macau, em 2017. “Não gosto de boxe, aliás nem percebo as regras do boxe e confesso que quando o combate acabou pensei que o pugilista ganês tinha ganho mas afinal o outro é que levantou o braço”, recorda. Este projecto não ficou por ali e depois do combate João Miguel Barros continuou a seguir o pugilista do Gana. Aliás, este projecto chama-se “Homenagem” justamente por causa do pugilista Emmanuel Danso. Daqui vai surgir um novo projecto, “Blood, sweat and tears”, que já reúne cerca de 150 imagens e que pretende prestar reconhecimento ao atleta.

Regresso nocturno

A noite regressa com “Visões nocturnas I” em que João Miguel Barros se aventurou a invadir as traseiras das lojas de luxo de Hong Kong, por onde se estendem pequenas ruelas, escuras e quase proibidas. “As ruelas têm um mundo de clandestinidade e de gente a viver numa escravatura que é absolutamente estranha”, recorda. “Acaba também por ser uma homenagem às pessoas que na sua invisibilidade dão força àquela economia pujante que é Hong Kong” acrescenta.

Depois da noite, a ponte velha de Macau torna-se mágica. O penúltimo capítulo de “Photometragens” traz a ponte de Macau envolta em neblina. “Naquele dia caía na cidade uma neblina branca que escondia as margens do rio de todos os olhares. Naquele dia a ponte tinha algo de mágico”, conta. Segundo o autor, é o nevoeiro que “paira sempre sobre Macau ainda que às vezes esteja sol”.

A fechar este “livro de contos” está uma imagem isolada, “A caminho do outro lado”. “Acaba por ser um fechar de ciclo e o texto acaba por ser uma ironia porque a perspectiva que dei à fotografia dá a entender que se trata de uma construção a caminho do céu. No texto que a acompanha digo: ‘foi por isso que o novo chefe da cidade, querendo a paz com os deuses, mandou construir aquela estrada gigantesca, para lhe permitir sussurrar à porta divina os seus desejos de eternidade’”, remata.

12 Abr 2019

Hong Kong | The Jesus and Mary Chain a 28 de Maio

Demasiado grandes para categorizações de estilo, os The Jesus and Mary Chain regressam a Hong Kong para um concerto que promete rebentar com tímpanos mais frágeis. Fãs dos irmãos Reid: anotem o dia 28 de Maio nas agendas. O local de peregrinação será o espaço KITEC Music Zone em Kowloon Bay

 

[dropcap]A[/dropcap]deptos de post-punk, noise e shoegaze regozijem! The Jesus and Mary Chain têm concerto marcado em Hong Kong, no próximo dia 28 de Maio, no espaço KITEC Music Zone em Kowloon Bay. A banda de culto escocesa regressa à região vizinha depois da actuação ao vivo em Maio de 2012.

À altura, Jim Reid, vocalista da banda confessou que olhava a hipótese de tocar na China como uma “oportunidade para uma nova experiência”. Em declarações à Agência France-Presse, o homem que canta “Just Like Honey” declarou que “hoje em dia a banda teria muito mais sucesso”, comparando com o início dos anos 80, quando se formaram.

A Internet foi a razão apontada por Jim Reid, uma vez que “apesar das rádios poderem estar mais viradas para a pop, e ainda preferirem passar Lady Gaga, graças à Internet, bandas com guitarras têm um sítio para ser ouvidas”.

Inspirados pela revolução cultural trazida pelo punk dos The Sex Pistols, e por bandas como The Velvet Underground, The Stooges e The Shangri-Las, os irmãos Jim e William Reid decidiram aventurar-se numa carreira musical cheia de altos e baixos. Desde cedo, as simples melodias pop dos The Jesus and Mary Chain viveram marcadas pela desafinação dos instrumentos, o noise e feedback das guitarras e pela voz tranquila de Jim Reid.

Os inícios e os fins

Formados em East Kilbride, na Escócia, em 1983, os irmãos Reid decidiram que para a banda chegar a algum lado teriam de se mudar para Londres, não sem antes Bobbie Gillespie ter sido recrutado para a bateria. Gillespie, em contas de outro rosário rock, viria mais tarde a ser a fundar os Primal Scream.

Em pouco tempo, os The Jesus and Mary Chain ganharam a reputação de arruaceiros de palco, com os concertos a degenerarem, com alguma frequência, em sessões de pugilato embriagado e datas canceladas devido ao receio de motins. A violência parecia vinda de um sítio angustiante, com a banda a debitar acordes distorcidos do seu primeiro disco, o histórico “Psychocandy”, repleto de barulho mas onde se escondiam belas melodias servidas com letras obscuras.

Com um arrebatador disco de estreia na bagagem, a banda escocesa lançou em 1987 “Darklands”, um registo que aperfeiçoaria o som que os notabilizou desde o início numa direcção mais madura. “Happy When it Rains” e “April Skies” tornaram-se e autênticos hinos de rock alternativo.

Com cinco registos na discografia, onde se inclui “Honey’s Dead”, a banda seguiu por uma sucessiva vaga fins e reinícios. Em 2017, regressaram aos discos com “Damage and Joy”, quase 20 anos depois do álbum antecessor.

A influência dos The Jesus and Mary Chain no panorama musical é incalculável, mas a sua personalidade sonora pode-se ouvir em bandas tão importantes como My Bloody Valentine, Dinosaur Jr., Spiritualized, The Horrors e todas as bandas indie que aliam o barulho estridente do feedback a melodias de pop melancólico.

Quem estiver interessado em assistir ao concerto, deve apressar-se a comprar bilhete, que custa 540 dólares de Hong Kong, uma vez que a lotação do KITEC Music zone promete esgotar. Mas há que ter uma coisa em atenção: não esperem muita simpatia de Jim Reid e companheiros, nem esfuziantes mensagens de carinho, porque a postura em palco da banda não é das mais calorosas.

A ver vamos se Jim Reid canta mais de metade do alinhamento virado para o público.

11 Abr 2019

Casino Lisboa soma 13 anos e “mais de 22 milhões de visitantes”

[dropcap]O[/dropcap] Casino Lisboa, que celebra 13 anos no próximo dia 19, recebeu “mais de 22 milhões de visitantes” ao longo deste período, o que corresponde a cerca de dois milhões por ano, divulgou ontem a Estoril Sol, cujo presidente do conselho de administração é Stanley Ho. Os empresários Ambrose So e Pansy Ho, ligados às concessionárias de jogo Sociedade de Jogos de Macau e MGM China, respectivamente, também fazem parte do conselho de administração.

“A elevada afluência de público – uma média diária de cerca de 5.000 entradas – reflecte, de forma inequívoca, o êxito do Casino Lisboa”, que surgiu da reconversão do Pavilhão do Futuro da Expo’98.

As celebrações deste ano são protagonizadas, no dia 19, pelos Orelha Negra, que actuam, com entrada livre, a partir das 22:00, no palco central do Arena Lounge, seguindo-se o DJ João Afonso.
Samuel Mira a.k.a. Sam the Kid, Dj Cruzfader, Francisco Rebelo, João Gomes e Fred, formam a banda Orelha Negra, banda que se deu a conhecer em 2010.

O Auditório dos Oceanos, uma das valências do casino no Parque das Nações, teve em cartaz, ao longo destes 13 anos, 147 espectáculos diferentes, num total de 2.561 sessões, aos quais assistiram “mais de 1,25 milhões de espectadores”.

“STOMP”, “Momix”, “Crazy Horse”, “Os Melhores Sketches dos Monty Python”, “A Verdadeira Treta”, “Apanhados na Rede”, “Slava Snow Show”, “40 e Então?”, “Nome Próprio”, “God”, “Filho da Treta”, “Mais Respeito que Sou Tua Mãe” e “Raul” foram alguns dos espectáculos deste palco, inaugurado em 2006 pela cantora lírica Natalie Choquette.

No ano passado, este palco recebeu sete produções. A peça protagonizada por Maria Rueff, “Zé Manel Taxista”, foi a que mais sessões registou (42). Este ano já subiram ao palco quatro produções, entre as quais “Lusitânia Comedy Club – O Porquê da Coisa”, que lidera o numero de sessões deste ano (11).

O Arena Lounge, o espaço central do Casino Lisboa, foi palco de espectáculos musicais e actuações de novo circo. Acolheu “mais de 650 bandas, além da música ambiente, da rubrica Juke Box” e 180 artistas circenses, de vários países.

A Orquestra Bamba Social & Tiago Nacarato foi a única que este ano esteve em cartaz, no Arena Lounge que, no ano passado, somou dez espectáculos, entre os quais concertos de Sérgio Godinho & Capicua e dos The Gift, que protagonizaram a passagem do ano.

A Galeria de Arte do Casino Lisboa recebeu 125 exposições de arte contemporânea, desde 2006. Foi inaugurada com uma mostra do colombiano Fernando Botero.

No ano passado foram apresentadas sete exposições, entre as quais “Raul”, dedicada ao actor Raul Solnado (1929-2009), concebida por Patrícia Reis, do ateliê 004, e por José Poeira, da produtora de espectáculos UAU.

Este ano já se realizaram as exposições de pintura “Percursos II – Variações”, de José Cardoso, e “Otros Mundos II”, de Sílvia Zang.

10 Abr 2019

Obra de José Saramago ganha nova urgência com o regresso dos populismos, diz João Botelho

[dropcap]A[/dropcap] obra de José Saramago “O Ano da Morte de Ricardo Reis” ganha uma nova urgência com o regresso dos populismos, afirma o realizador João Botelho, que decidiu adaptar o romance para o cinema face à sua actualidade.

Depois de pegar noutros autores importantes da literatura portuguesa, como Agustina Bessa-Luís, Fernando Pessoa ou Eça de Queirós, o realizador João Botelho queria adaptar José Saramago, acabando a actualidade por o ‘empurrar’ para “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, que tem como pano de fundo a afirmação do Estado Novo e o surgimento da extrema direita na Europa.

Na obra de José Saramago, Ricardo Reis regressa do Brasil, um mês depois de o seu ‘criador’ Fernando Pessoa morrer. A Lisboa que encontra, em 1935/1936, é cinzenta e triste, onde quase sempre chove.

Os mais pobres juntam-se para o bodo, assiste-se à escolha das cores do fascismo português num comício no Campo Pequeno, um gerente de hotel sempre à procura de saber tudo simboliza os bufos, ao mesmo tempo que o heterónimo de Pessoa lê notícias que vêm do resto da Europa, de Mussolini, de Hitler, do arranque da Guerra Civil espanhola.

“Eu acho que, nos tempos que correm, estamos a viver umas épocas muito parecidas, muito estranhas, com o regresso dos populismos, nacionalismos, guerras religiosas em que parece que estamos na Idade Média e este texto é actual”, disse João Botelho, que falava à agência Lusa durante as rodagens do filme, em Coimbra.

Luís Lima Barreto, que interpreta Fernando Pessoa na longa-metragem de Botelho, também salienta “uma maior urgência” em adaptar esta obra.

“Este filme há dez anos ainda se podia perguntar o porquê de se o fazer. Neste momento, as pequenas referências que há no filme são tão parecidas com o que se está a passar no mundo que até faz impressão”, diz.

O actor conta que, a estudar o texto, prendeu-se com uma frase de Pessoa a Ricardo Reis: “O mundo ainda está pior do que quando o deixei”. “Neste momento, as coisas estão absurdamente perigosas”, constata.

Também o actor brasileiro Chico Diaz, que interpreta Ricardo Reis, considera “extremamente oportuno” o momento de adaptação da obra.

“Vem com muita força para tornar clara a discussão que estamos a viver no mundo inteiro. O filme veio para tornar essa discussão bem fértil”, acrescenta, apontando para o seu próprio país que está a viver “um momento ímpar, que chega a ser surreal”, onde “a razão se perdeu”.

Nesse sentido, acredita que também é oportuno que a discussão se faça “através da poesia”, porque “eles não suportam poesia, não suportam a arte”.

Pilar del Río, que preside à Fundação José Saramago e que esteve presente em Coimbra, durante as rodagens, evoca o “Ensaio sobre a Lucidez” e a sua epígrafe – “Uivemos, disse o cão” -, para salientar que se está num momento em que “qualquer ser humano com consciência tem de uivar”.

Quando soube que João Botelho ia adaptar o filme, a tradutora, jornalista e companheira de Saramago desejou “ser um Estado com capacidade de condecorá-lo”, notando o risco de se atrever “com uma obra tão grande”, depois de Saramago também ter tido a coragem de enfrentar um símbolo de Portugal, com uma carga “de sabedoria, de humor de ironia, com uma perspectiva contemporânea, que destroça toda essa mitologia dos anos 30”.

“A História é importante neste momento, porque estamos a incorrer, novamente, alegremente, cantando e dançando – como dizia o outro – nas mesmas atrocidades, a cair na perversão, no desprezo do outro e no elogio da ditadura”, afirma.

Nesse sentido, Pilar del Río defende que é preciso ler, não precisa de ser Saramago ou sequer literatura, mas “ler pensamento, filosofia, história”.

“Ao ler, somos mais fortes. Se somos mais fortes, não seremos tão facilmente empurrados pelos ventos”, realça.

Além de um filme, a adaptação de João Botelho vai originar uma série de cinco episódios a ser emitida na RTP, informou o produtor Alexandre Oliveira, acrescentando que o orçamento é de cerca de dois milhões de euros e que a estreia comercial está prevista para 2020. As filmagens vão decorrer até final de maio, sendo grande parte do filme rodado em Lisboa.

10 Abr 2019

Escritora Olga Tokarczuk venceu Booker Internacional há um ano e regressa aos finalistas

[dropcap]A[/dropcap] escritora polaca Olga Tokarczuk, vencedora no ano passado do Prémio Man Booker Internacional de literatura, regressa este ano aos seis finalistas, ontem anunciados pela organização, dos quais será conhecido o vencedor no dia 21 de Maio.

Numa lista dominada por mulheres, o escritor colombiano Juan Gabriel Vásquez é o único homem nomeado, com “A Forma das Ruínas”, também o único romance, entre os finalistas deste ano, até agora editado em Portugal, distinguido no Correntes d’Escritas, no ano passado.

A francesa Annie Ernaux, a alemã Marion Poschmann, a chilena Alia Trabucco Zeran e a omanita Jokha Alharthi são as outras quatro autoras candidatas ao prémio Man Booker Internacional, com os seus respectivos tradutores. O prémio tem o valor de 50 mil libras e é repartido igualmente por escritor e tradutor.

Os seis finalistas foram seleccionados da “lista longa” conhecida há cerca de um mês, apurada entre os 108 títulos em 25 idiomas, apresentados a concurso este ano. Os seis livros finalistas deste ano foram escritos originalmente em cinco idiomas: árabe, francês, espanhol, alemão e polaco.

O livro “Drive your plow over the bones of the dead”, de Olga Tokarczuk, com tradução de Antónia Lloyd-Jones, colocou novamente a autora na corrida ao prémio Man Booker Internacional, depois de há um ano ter vencido com “Flights”/”Viagens”, obra editada em Portugal pela Cavalo de Ferro.

Da mesma lista de finalistas consta o colombiano Juan Gabriel Vásquez, com “The Shape of the ruins”, traduzido por Anne McLean, e que se encontra publicado em Portugal desde 2017, pela Alfaguara, como “A Forma das Ruínas”, romance vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa, em 2018, no festival Correntes d’Escritas da Póvoa de Varzim.

Também traduzido para inglês, do espanhol, outro finalista é o romance “The Remainder”, da chilena Alia Trabucco Zerán. A tradução é assinada por Sophie Hughes.

Outros finalistas são “The Pine Island”, da alemã Marion Poschmann, com tradução de Jen Caleja, “The Years”, da francesa Annie Ernaux, traduzido para o inglês por Alison L. Strayer, e “Celestial Bodies”, de Jokha Alharthi, de Omã, traduzido por Marilyn Booth.

A lista foi seleccionada por um painel de cinco jurados: a autora e premiada historiadora Bettany Hughes (Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural 2018), a tradutora e presidente do grupo PEN do Reino Unido, Maureen Freely, a filósofa Angie Hobbs, o escritor e comediante Elnathan John e o ensaísta e romancista Pankaj Mishra.

Bettany Hughes, que preside o júri do Man Booker Internacional 2019 afirmou: “Aqui está a sabedoria em todas as suas formas. Obras inesperadas e imprevisíveis levaram-nos a escolher esta vigorosa lista [de finalistas]. Subversivos e intelectualmente ambiciosos, com ‘golpes’ bem-vindos de inteligência, cada um destes livros sustenta um diálogo criativo. Fomos apanhados pela lucidez e a força subtil de todas as traduções”, lê-se no comunicado divulgado esta noite pelo prémio Man Booker Internacional.

O jornal The Guardian destaca o facto de os finalistas apresentarem este ano o maior número de sempre de mulheres escritoras – cinco, em seis.

Tendo em conta a lista de vencedores do prémio, desde a sua criação, se Olga Tokarczuk repetir a vitória, verificar-se-á então, pela primeira vez, a entrega do prémio a um mesmo autor, e em dois anos sucessivos.

O escritor albanês Ismail Kadare, o húngaro László Krasznahorkai, o coreano Han Kang e o israelita David Grossman foram outros autores distinguidos com o Man Booker Internacional, incluindo os de língua inglesa Chinua Achebe, da Nigéria, Alice Munro, do Canadá, e os norte-americanos Philip Roth e Lydia Davis.

O prémio é atribuído todos os anos a um único livro, traduzido para inglês e publicado no Reino Unido, sendo elegíveis tanto romances, como antologias de contos.

Este é o último prémio atribuído sob o patrocínio do Man Group, multinacional que, desde 2002, manteve uma parceria com a Fundação Booker Prize.

No dia 1 de Junho, dez dias após o anúncio do vencedor do Prémio Man Booker Internacional de 2019, passa a vigorar um novo acordo de financiamento dos prémios, com a Fundação Crankstart, pondo fim a 18 anos daquele patrocínio.

Posteriormente, o prémio original será novamente conhecido como Prémio Booker e o prémio que distingue os melhores trabalhos de ficção traduzidas para língua inglesa passará a chamar-se Prémio Booker Internacional.

10 Abr 2019

Associação assinala centenário de Fernando Namora

A Associação dos Amigos do livro em Macau vai assinalar o centésimo aniversário do escritor português Fernando Namora, no próximo dia 15, com a realização de uma tertúlia. O evento tem lugar na Livraria Portuguesa, pelas 18h e é acompanhado por duas exposições: uma com as obras de Namora, e outra com as capas de livros desenhadas por Victor Palla

 

[dropcap]O[/dropcap] médico e escritor português Fernando Namora comemoraria 100 anos no próximo dia 15. A data não é esquecida pela Associação dos Amigos do Livro em Macau que agendou para esse dia o primeiro de três eventos de celebração da efeméride.

Para o efeito, a Livraria Portuguesa vai receber os membros da associação e os seus convidados para uma tertúlia. O objectivo é recordar os textos e poemas de Namora. “Além de ser um escritor português muito conhecido nos anos 70 e 80 e traduzido para várias lingas acho que está um pouco esquecido”, começa por dizer o também escritor e médico membro da associação, Shee Va, ao HM para explicar a pertinência em recordar o autor português. “Nas escolas não se fala dele, as pessoas não falam dele”, acrescenta.

No entanto, o “esquecimento” de Fernando Namora não tira o mérito ao trabalho que deixou, até porque “é um escritor que marca uma época e está muito ligado ao neo-realismo apesar de no final da vida ter passado para uma fase muito mais individual”.

Por outro lado, foi um homem de liberdade, apesar de ter vivido “numa época em que se vivia o fascismo e em que existiam todas as restrições em relação à escrita”. “Ele manifestou-se como um homem livre. Expressava o seu pensamento nos livros e por essa qualidade acho que temos que o enaltecer”, sublinha Shee Va.

Exposições paralelas

A acompanhar as leituras, o organização vai promover a exposição de algumas das obras de Fernando Namora. “Vamos ter uma exposição bibliográfica com os livros que se encontram em Macau”, aponta o membro da Associação dos Amigos do Livro. A exposição conta com uma tradução para chinês dos “Retalhos da vida de um médico”, uma crítica literária das obras reeditadas de Fernando Namora que Shee Va encontrou num jornal de 1958 e uma crítica do “O homem disfarçado”.

Uma segunda exposição, desta feita dedicada às capas de livros do escritor produzidas pelo arquitecto Victor Palla, vai ainda integrar a celebração. Shee Va aproveita para recordar que Fernando Namora também foi pintor. “Ele queria seguir arquitectura mas por imposição da mãe acabou por seguir medicina. O primeiro livro que publicou, um livro de poemas chamado “Relevos” tem uma capa desenhada por ele”, conta.

A efeméride vai ainda ser assinalada com um outro encontro no dia 23 de Abril em associação com o IPOR. Os detalhes ainda estão por definir até porque, sendo o dia mundial do livro, a associação gostaria de trazer “as palavras de Fernando Namora para a rua”. “Seria uma forma de juntar a celebração com as comemorações do dia mundial do livro e de tentar promover a leitura na rua. Seria uma forma de não ficar-mos retidos num espaço interior e de trazer a literatura em português à população”, acrescenta.

Para finalizar a celebração do centenário do nascimento de Fernando Namora, a Associação dos amigos do Livro em Macau vai estar,  no dia 17 de Maio, na Escola Portuguesa numa acção que junta convidados alunos e professores.

Futuro planeado

Com o objectivo de aproximar a literatura do público local, a Associação dos Amigos do Livro em Macau quer promover mais actividades, sobretudo aquelas que possam aproximar as palavras das pessoas. Na calha, está a produção de peças de teatro de rua e “o contar histórias”. O desafio maior é “ver como se consegue atrair o público”.

Entretanto, e para Novembro, está agendada a celebração do centésimo aniversário do poeta Jorge de Sena.

Para juntar o público chinês e português Shee Va adianta que vai trazer ao território a poesia, pintura e caligrafia chinesa de modo a mostrar a complementaridade entre estas formas de arte.

“Consegui encontrar uma poetisa chinesa que viveu há 700 anos e a poesia chinesa está também muito ligada às artes gráficas porque é passada para a tela e pela caligrafia. Por isso vou juntar caligrafia, pintura e literatura num evento”. A ideia é dar aos leitores lusófonos uma maior compreensão da própria pintura chinesa, recorrendo à poesia, e à caligrafia.

10 Abr 2019

FRC | Jornalista Alexandre Afonso discute importância da voz esta quinta-feira

[dropcap]A[/dropcap] Fundação Rui Cunha acolhe esta quinta-feira, às 18h30, uma conferência intitulada “A importância da voz: cuidados, treino e descanso fundamentais ao jornalista”.

A iniciativa está integrada no âmbito das celebrações do Dia Mundial da Voz 2019, e conta com a organização do Centro de Ensino e Formação Bilíngue Chinês-Português e do Centro de Investigação de Estudos Luso-Asiáticos do Departamento de Português da Universidade de Macau.

Alexandre Afonso trabalha há 21 anos na Antena1, tendo assumido funções de Coordenação em 2005. Desde Novembro de 2012 que é coordenador geral do desporto da Antena 1.

Agraciado com vários prémios, do Sindicato dos treinadores a outras entidades privadas, destaque para o prémio Artur Agostinho, após ter acompanhado a selecção portuguesa no Europeu de 2016, quando relatou o inesquecível golo marcado por Éder que daria o título a Portugal.

Actualmente, está também ligado a dois projectos televisivos, na narração de jogos da Liga espanhola para o canal Zap – LaLiga, para Angola, e na narração de futebol internacional nos canais de desporto da ElevenSports.

9 Abr 2019

Estudo | Consumo de música está mais barato e mais poluente

[dropcap]A[/dropcap] compra e escuta de música estão mais baratas, por causa da Internet, mas têm um maior impacto no ambiente pelo consumo de energia poluente, segundo um estudo divulgado ontem pela Universidade de Glasgow, Escócia.

A investigação, intitulada “O custo da música”, analisou a indústria discográfica e o consumo de música nos Estados Unidos, concluindo que os consumidores gastam menos pela música que ouvem, em particular com o aumento dos serviços de escuta ‘online’ em ‘streamming’.

No entanto, a energia gasta para carregar a bateria de todos os dispositivos para a partilhar e ouvir, como telemóveis e computadores, representa um aumento das emissões de gases de efeito de estufa no ambiente.

No estudo são avançados dados concretos sobre o panorama nos Estados Unidos: em 1977, no pico das vendas dos discos de vinil, o consumo de música gerou 140 milhões de quilos de dióxido de carbono, mas em 2016 o armazenamento, transmissão e escuta de música ‘online’ levou à emissão de 200 milhões a 350 milhões de quilos de CO2.

Do ponto de vista do impacto ambiental, os investigadores apresentam um dado positivo sobre a desmaterialização do consumo de música. O uso de plástico na indústria discográfica desceu drasticamente para oito milhões de quilos, em 2016, quando em 1977 foi de 58 milhões de quilos, produzidos e utilizados.

Em 1988, altura em que prevaleceu o uso e compra de cassetes, a indústria discográfica usou 56 milhões de quilos de plástico e produziu 136 milhões de quilos de gases poluentes. Em 2000, considerado o período de maiores vendas de CD, os valores subiram para 61 milhões de quilos de plástico e 157 milhões de CO2 emitidos.

9 Abr 2019

Hangar 18, Emily Burns e Kiri T amanhã ao vivo no espaço Live Music Association

O palco do LMA recebe amanhã três concertos. A vocalista de Hong Kong Kiri T, a britânica Emily Burns e os neozelandeses Hangar 18 prometem inundar a Coronel Mesquita com pop e rock alternativo

 

[dropcap]P[/dropcap]op rock musculado, movido a guitarras com distorção e composições apelativas em termos comerciais a puxar para o refrão. Estas são as imagens de marca dos Hangar 18, o quarteto oriundo de Auckland, que toca amanhã no LMA. A banda neozelandesa vai partilhar o palco com duas artistas pop, a britânica Emily Burns e a Hong Konger “via Nova Iorque” Kiri T.

Com uma sonoridade que pisca o olho a Green Day e afins, os Hangar 18 formaram-se em 1995, altura em que o pop rock e o punk se fundiram num género musical capaz de agradar a um público mais vasto. Depois de baterem as estradas da Nova Zelândia e de tocarem em todo o lado no seu país de origem, o grupo foi para estúdio e gravou um EP que seria o prelúdio para “Grey Area”, o primeiro disco da banda lançado em 1997. Com um álbum na bagagem, conquistaram os mercados asiáticos, em especial Filipinas, Malásia, Singapura, Hong Kong e Índia. “Grey Area” foi o catalisador que levou os Hangar 18 em tour pela Ásia.

Com uma vasta experiência ao vivo, os Hangar 18 partilharam palcos com bandas como No Doubt, Collective Soul, Ocean Colour Scene, Silverchair, Everclear, entre outros. Em 1997, em plena fase de transferência de soberania em Hong Kong, a banda fez parte do cartaz de luxo do “The Unity Music Festival”, onde actuaram ao lado de vultos como Grace Jones e Boy George

De seguida, a banda entrou num hiato de 16 anos. O regresso fez-se compondo novo material. Antes do lançamento do novo disco, o grupo publicou IDKY, um single escrito em parceria com uma lenda viva do rock Kiwi, Jason Kerrison. O novo registo dos Hangar 18 contou na produção e mistura com a mestria de Steve James que produziu bandas como The Sex Pistols.

No feminino

Mas nem só de riffs de guitarra se vai fazer a noite de amanhã no LMA. Emily Burns, promessa da pop britânica, também sobe ao palco da Coronel Mesquita. Nascida em Edimburgo, na Escócia, Emily cedo desenvolveu uma paixão pela escrita que, naturalmente, a levaram à criação de letras que acabaram por ganhar músculo sonoro.

A perseguição do sonho de uma carreira musical levou-a passar a sua música em rádios locais da BBC e, mais tarde, a gravar o mini-disco “Seven Scenes From The Same Summer” e o single “Damn Good Liar”.

Como um barómetro dos tempos modernos, Emily Burns conseguiu atingir o impressionante número de mais de 15 milhões de streams, e conquistar audiências com sonoridades que têm um apelo universal e teimam em ficar no ouvido.

Baseada em Nova Iorque, mas oriunda de Hong Kong, Kiti T também sobe ao palco do LMA esta quarta-feira. A compositora, cantora, pianista e produtora é um fenómeno de pop, dona de um som polido e voz aveludada acompanhada por batidas fortes. Nos últimos anos, a cantora actuou em palcos como o Clockenflap e acabou de lançar “Golden Kiri” o disco de estreia que deverá marcar grande parte do alinhamento que programou para o público do LMA.

A música começa na Coronel Mesquita por volta das 21h30 e os bilhetes custam 100 patacas se forem comprados antecipadamente e 120 patacas à porta.

9 Abr 2019

Weimar foi o berço da Bauhaus e inaugura hoje novo museu dedicado ao movimento

[dropcap]O[/dropcap] novo museu da Bauhaus, inaugurado hoje, em Weimar, durante as celebrações do centenário da escola de arte, arquitectura e design, pretende ser “um local de experimentação, discussão aberta e experiência sensorial”.

O novo museu minimalista, focado na fase inicial da escola fundada por Walter Gropius, em 1919, tem o formato de um cubo, com uma “impressionante iluminação nocturna”, apresentando a colecção mais antiga da Bauhaus num espaço de dois mil metros quadrados, revela a Fundação Klassik de Weimar.

O espaço, desenhado pelo arquitecto Heike Hanada, destaca a história da Bauhaus, explorando questões relacionadas ao design nos dias de hoje e no futuro. Parte da Pergunta de Gropius: “Como queremos viver juntos?”

“No centro do nosso conceito está o objectivo de apresentar o modernismo como uma batalha de ideias concorrentes, exemplificada pelos objectos expostos (…) O aparecimento da Bauhaus há 100 anos recorda-nos que também somos os projectistas do nosso mundo e devemos continuar assim”, revela Hellmut Seemann, o presidente da Fundação Klassik de Weimar.

Foram necessários “muitos anos de planeamento e construção”, destaca o arquitecto Heike Hanada, sublinhando que “o momento finalmente chegou”.

“É a conclusão de um prédio com uma impressionante presença urbanística. O museu é reduzido a uma forma claramente definida. O edifício de betão cinza claro dá ao cubo uma estabilidade e solidez dinâmica. A ligação entre a cidade e o parque foi muito importante para mim, já que o museu é definido pela sua função na esfera pública. Isso reflecte-se nos espaços abertos e nas escadas em cascata que convidam as pessoas a passear”, descreve.

A escola Bauhaus abriu em 1919 em Weimar, mas mudou-se em 1925 para Dessau devido à pressão económica e política exercida pelo partido político de Hitler, que ganhava cada vez mais poder no sul do país. O regime nazi acabaria por conduzi-la ao encerramento definitivo em 1933.

O novo museu foi construído nas proximidades do “Gauforum”, edifício construído precisamente na época do nazismo, em 1937, que acolhe a exposição permanente “Trabalhos Forçados”, algo que foi propositado.

“Permite-nos não apenas discutir as ideias desta influente internacionalmente escola de arte, arquitectura e design, mas também discutir as rupturas e ambivalências do modernismo que convergem em Weimar”, sublinha Benjamin-Immanuel Hoff, ministro da Cultura da Turíngia, que se congratulou por ter sido possível planear e construir o museu dentro do prazo.

As celebrações da inauguração do novo museu da Bauhaus em Weimar estendem-se durante todo o fim de semana, com concertos, leituras, projecção de filmes, teatro, música electrónica, entre outros, revela a organização.

6 Abr 2019

Mostra de Mário Cruz sobre poluição e vida entre o lixo em Manila inaugurada hoje

[dropcap]U[/dropcap]ma mostra do trabalho do fotojornalista Mário Cruz sobre as comunidades que vivem nas margens de um rio de lixo nas Filipinas, que lhe valeu a nomeação para o World Press Photo 2019, abre hoje ao público, em Algés, perto de Lisboa.

“Living Among What’s Left Behind” é o resultado de um trabalho que levou Mário Cruz a viajar até às Filipinas, à cidade de Manila, para fotografar o rio Pasig, atulhado de lixo e declarado morto na década de 1990, mas sobretudo para retratar a vida das comunidades que vivem junto e sobre ele.

São milhões que vivem e sobrevivem no meio do lixo e graças ao lixo que eles próprios produzem e a seguir recolhem, em barracas que constroem com as próprias mãos, sem quaisquer condições higienossanitárias.

O rio Pasig é um esgoto a céu aberto, onde flutuam desperdícios industriais, resíduos domésticos
e por vezes até cadáveres de animais e humanos, mas foram as pessoas que vivem e morrem nestas condições que atraíram o foco de Mário Cruz.

O resultado mereceu-lhe um dos três primeiros lugares na categoria ambiente do World Press Photo, o mais prestigiado prémio de fotojornalismo do mundo, pela foto de uma criança deitada num colchão que flutua sobre o lixo.

Esta imagem tem uma posição central na mostra, ocupando uma parede numa sala, cujo chão está coberto de lixo plástico e sobre o qual os visitantes são convidados a caminhar, um gesto simbólico que pretende criar impacto e alertar para a importância da sustentabilidade.

Além de um conjunto de fotografias a preto e branco e a cor, algumas emolduradas, outras em grande formato coladas directamente na parede, a exposição conta também com um núcleo de vídeo e outro de fotografias instantâneas.

A exposição faz-se acompanhar do lançamento de um livro, que documenta todo o trabalho de Mário Cruz naquela região de Manila. As capas foram produzidas através de 160 quilos de lixo, foram feitas à mão e cada cópia tem uma capa original. A exposição está patente até dia 26 de Maio.

6 Abr 2019

Escritora Ana Filomena Amaral aponta importância da China na defesa do ambiente

[dropcap]A[/dropcap] escritora portuguesa Ana Filomena Amaral apontou ontem a importância da China no combate aos problemas ambientais, tema da sua trilogia “Mãe Nossa”, após uma viagem ao país, onde foi surpreendida pela “afabilidade” das pessoas.

“Se eles conseguiram este desenvolvimento, nos últimos dez, 15 anos, se realmente apostarem na defesa do ambiente e do planeta, com certeza o farão”, disse Filomena Amaral à agência Lusa, no final de uma viagem de duas semanas pela China.

Para além de participar no Festival Literário de Macau Rotas das Letras, a escritora esteve ainda em Pequim, no festival literário internacional da Bookworm, e visitou as cidades de Datong, Xangai e Guilin.

Em entrevista à Lusa, Filomena Amaral considerou a defesa do planeta como a “luta iminente de todas as sociedades”. O país asiático, que é o maior emissor de gases poluentes do mundo, prometeu atingir o pico nas emissões de dióxido de carbono até 2030. Nos últimos anos, tem sido de longe o maior investidor do mundo em energias renováveis, apesar de quase dois terços da sua produção energética continuarem a assentar na queima do carvão.

Face ao recuo dos Estados Unidos no combate às alterações climáticas, que inclui a retirada do Acordo de Paris, a China tem assumido a liderança nesta matéria, parte da sua ambição em ter maior preponderância em questões globais.

“A China, com o peso que tem, se inverter o seu comportamento, não há dúvida que será um excelente exemplo para todos”, notou a escritora, cujo último romance, “O Director”, é o primeiro livro da trilogia “Mãe Nossa”, dedicada aos problemas ambientais.

Questionada sobre o que mais a surpreendeu na China, Filomena Amaral apontou a afabilidade das pessoas. “Achei um povo muito amigável”, disse.

A autora destacou ainda o “impressionante” desenvolvimento da China, nomeadamente da linha ferroviária de alta velocidade.

“Fizemos cerca de 2.500 quilómetros em dez horas”, contou sobre a viagem entre a pitoresca região de Guilin, próximo do Vietname, até Pequim, norte da China.

A primeira linha chinesa de alta velocidade – um troço de 117 quilómetros entre Pequim e Tianjin – começou a funcionar em 2008, quando a capital chinesa organizou os Jogos Olímpicos, 28 anos depois do nascimento do TGV francês.

Hoje, a malha ferroviária de alta velocidade da China compõe dois terços do total do mundo.

No entanto, apesar deste desenvolvimento, Filomena Amaral diz “faltar ainda qualquer coisa na China”. “Notei uma uniformização das pessoas”, disse, apontando a ausência de “liberdade de expressão e criação”.

Na segunda maior economia do mundo, o papel dirigente do Partido Comunista continua a ser um “princípio cardial”, abarcando a sociedade civil, imprensa, academia ou organizações religiosas.

“É muito castrante para as pessoas, sobretudo para os artistas: falta toda uma cultura de liberdade”, realçou.

5 Abr 2019

‘Chef’ português entra para ‘panteão’ de titulares do ‘green card’ chinês

[dropcap]A[/dropcap]o fim de nove anos, um casamento e dois filhos, o português Paulo Quaresma alcançou um feito raro na China: obteve autorização de residência permanente, tornando-se um dos poucos estrangeiros a ter ‘green card’ chinês.

“Este documento permite-me ter os mesmos direitos que os locais”, explica à agência Lusa o português, de 44 anos, e ‘chef’ de cozinha num hotel de cinco estrelas em Pequim.

A China emite apenas algumas centenas de ‘green cards’ por ano, sobretudo para investidores estrangeiros ou profissionais altamente qualificados em sectores-chave para o país. Até 2017, apenas 10.000, dos cerca de um milhão de estrangeiros a viver no país, tinham obtido aquela autorização de residência, que é válida por dez anos.

A física norte-americana Joan Hinton, uma das poucas mulheres cientistas que participou no Projecto Manhattan, que produziu as primeiras bombas atómicas, foi a primeira estrangeira a receber uma autorização de residência permanente do Governo chinês, em 2004.

Hinton viveu no país durante mais de 50 anos, após a fundação da República Popular, em 1949.
A embaixada portuguesa em Pequim disse à Lusa não ter registo de outro português que tenha obtido aquele documento. Já o consulado português em Cantão, sul da China, contabilizou apenas um caso.

Com cerca de 1.400 milhões de habitantes, o país asiático é, tradicionalmente, um dos maiores emissores do mundo de população emigrante. Segundo dados da ONU, o número total de emigrantes chineses ronda os 50 milhões.

Mas a posição da China nos fluxos migratórios mundiais tem-se alterado, à medida que três décadas de rápido desenvolvimento converteram o país na segunda maior economia mundial, atraindo pessoas de todo o mundo. Dados consulares apontam para mais de 1.100 portugueses a residir na China continental, em 2016.

Paulo Quaresma destaca “uma certa liberdade”, já que deixou de depender do visto de trabalho, emitido através da entidade patronal, para permanecer na China.

“Fica tudo mais simples”, descreve. “Não preciso renovar o visto todos os anos e até para uma empresa me contratar já não é uma carga de trabalhos”, nota.

Os titulares do ‘green card’ têm os mesmos direitos que os cidadãos chineses em áreas como educação, segurança social, mercado imobiliário, negócios ou mercado de trabalho.

Com mais de 20 anos de profissão, o ‘chef’ português chegou a Pequim em 2010 para dirigir a cozinha do “Camões”, restaurante aberto num hotel de cinco estrelas do centro de Pequim, propriedade de David Chow, CEO da Macau Legend Development.

Entretanto, casou com uma mulher chinesa, com quem teve dois rapazes. Apesar de as autoridades chinesas priorizarem profissionais estrangeiros em centros de pesquisa ou empresas de alta tecnologia considerados “chave” para o desenvolvimento da China, o processo de Quaresma acabou por ser mais rápido e simples do que o previsto.

“Estava estimado durar entre um e dois anos, e durou seis meses. Disseram que eventualmente me iam ligar para entrevistas, mas nunca ninguém me contactou”, conta. O programa está também aberto a estrangeiros casados com cidadãos chineses há pelo menos cinco anos.

“Os ‘green card’ são destinados a pessoas muito inteligentes”, reconhece Paulo Quaresma. “E eu fui inteligente em ter casado com a minha mulher”.

5 Abr 2019

Amazon quer criar rede de satélites para levar a internet a zonas excluídas

[dropcap]A[/dropcap] Amazon confirmou na quinta-feira que está a desenvolver um projecto de criação de uma rede de satélites para fornecer um serviço de internet de alto débito em regiões do mundo onde as ligações são más ou inexistentes.

Este projecto da empresa norte-americana de comércio ‘online’, baptizado de Kuiper, foi mencionado pela primeira vez pelo sítio especializado em notícias de tecnologia GeekWire, referindo-se a documentos depositados junto de agências de regulação norte-americanas, nos quais é detalhado o projecto, orçado em vários milhares de milhões de dólares.

“O projecto Kuiper é uma nova iniciativa para lançar uma constelação em baixa órbita terrestre de satélites que vão fornecer ligações de alto débito a comunidades mal ou não servidas no mundo”, indicou fonte da Amazon à agência de notícias France-Presse.

“Trata-se de um projecto de longo prazo que prevê servir dezenas de milhões de pessoas”, acrescentou a mesma fonte.

A GeekWire detalhou que os documentos entregues descrevem um projecto de colocação em órbita baixa de 3.236 satélites a altitudes que vão de 590 a 630 quilómetros.

A convenção internacional estabelece a fronteira do espaço a 100 quilómetros da superfície terrestre, na designada ‘linha de Karman’.

O grupo, sediado em Seattle, no noroeste dos EUA, procura associar-se a outras empresas.
Mas nada indica que neste momento o projeto possa envolver também a sociedade espacial Blue Origin, propriedade do presidente e fundador da Amazon, Jeff Bezos, que realizou este ano o décimo voo de ensaio do seu novo foguetão, New Shepard.

5 Abr 2019

Louvre associa-se à Airbnb e oferece uma noite para casal no maior museu do mundo

[dropcap]O[/dropcap] Louvre e a plataforma de alojamentos turísticos Airbnb associaram-se, por ocasião do 30.º aniversário da Pirâmide, para oferecerem uma noite especial para um casal naquele lugar cultural, na companhia da Gioconda e da Vénus de Milo, anunciou o museu francês.

A noite funciona como um prémio, no âmbito de um concurso, que quem ganhar pode escolher um convidado ou uma convidada, anunciou hoje o museu parisiense.

O vencedor será escolhido por um júri que avaliará a resposta – mais divertida, apropriada ou criativa – a uma questão posta, desde hoje sobre a plataforma Airbnb: “Qual considera ser o anfitrião ideal de Mona Lisa?”.

A noite de festa oferecida no maior museu do mundo, depois das portas fechadas, será a de 30 Abril para 1 de Maio.

Todo o programa privilegiado será planeado pelos dois visitantes. Eles serão porém guiados por uma historiadora de arte ao longo de toda a visita personalizada. Depois, tomarão o aperitivo com a Gioconda num salão ao lado do precioso quadro de Leonardo da Vinci.

Já o jantar terá lugar numa sala ao pé da Vénus de Milo. Assistirão a um concerto intimista nos salões Napoleão III e dormirão sob uma pequena pirâmide reconstituída debaixo da grande Pirâmide, ao nível do Belvedére.

“Com o apoio da Airbnb, nós ajudaremos a descobrir as nossas colecções às pessoas que não visitam espontaneamente o museu, como sempre, de uma forma que torna a arte acessível a todos”, explicou Anne-Laure Beatrix, administradora geral adjunta do Museu do Louvre.

A partir de Maio, e ao longo do ano, uma série de experiências serão disponibilizadas para reserva na plataforma Airbnb.

Estas experiências, constam da programação do museu que será divulgada dentro de algumas semanas, e permitirão redescobrir o museu e as suas 35.000 obras de arte sob um ângulo novo, com visitas extras e concertos intimistas.

Com 10,2 milhões de visitantes em 2018, o museu francês é o mais visitado do mundo. A Airbnb concluiu a sua parceria num momento em que está sob fogo de críticas da presidente da Câmara de Paris por não respeitar as regras em termos de alojamentos.

A Câmara intentou uma acção judicial contra a plataforma, passível de uma indemnização de 12,5 milhões de euros, por ter colocado em linha 1.000 alojamento não registados, como prevê a lei francesa do alojamento local.

5 Abr 2019

Neuroot, histórica banda holandesa, no dia 11 no Live Music Association

Com quase 40 anos de carreira, os Neuroot chegam a Macau para um concerto no LMA no próximo dia 11 de Abril. A banda holandesa entra em palco, às 21h, para celebrar a tradicional velocidade e agressividade do punk hardcore

 

[dropcap]O[/dropcap] punk não está morto. A prova viva do velho chavão são os Neuroot, que estão prestes a pisar o palco em Macau. A banda holandesa de punk hardcore, que teve como altura mais prolífera os anos entre 1981 e 1987, esteve inactiva durante mais de uma dúzia de anos, até que, em 2013, o baixista Marcel Stol decidiu que estava na altura de voltar ao estúdio e à estrada.

No próximo dia 11 de Abril, a banda holandesa começa no LMA a tour Asian Invasion 2019, seguindo depois para um espectáculo em Hong Kong, três datas em Taiwan (Taipe e Kaohsiung) e outros três concertos no Japão (Tóquio, Nagoya e Osaka).

Seguindo os pergaminhos tradicionais do punk hardcore, a sonoridade dos Neuroot é incansavelmente rápida, barulhenta e agressiva, apesar dos anos terem passado pelos membros da banda.

A grupo holandês estreou-se com a edição em K7, como mandava a lei do underground, com “Macht Kaput Was Euch Kaput Macht”, corria o ano de 1983. Três anos depois editavam o EP “Right Is Might”. Em 1986, lançam um dos marcos da sua discografia, um registo histórico para o punk rock holandês: “Plead Insanity”, um clássico nos dias de hoje.

Depois do passado

Após o retorno, e cinco anos de concertos, os Neuroot lançaram em 2018 “Obuy And Die”, um registo que reúne sete músicas originais gravadas no Rocketdog Studios em Westervoort na Holanda.

Com uma longevidade que faz inveja à maioria dos projectos musicais, o regresso ao estúdio e aos palcos não é encarado pela banda como a rendição à indústria discográfica. Apesar do mais recente disco ser marcado por um ritmo um pouco mais lento e, talvez, mais melodioso que os velhos fãs poderiam esperar, “Obuy And Die” injecta uma dose completa de agressão, mensagem política típica do punk com uns laivos de metal à mistura.

No próximo dia 11 de Abril, quem se deslocar à Coronel Mesquita pode contar com músicas rápidas, pulsantes, compostas por sons crus e agressivos típicos dos concertos da cena anarco-punk europeia do início dos anos 80.

O início do concerto está marcado para as 21h e os bilhetes custam 120 patacas à porta, ou 100 patacas se forem comprados com antecedência.

3 Abr 2019

Cinema | Cartaz do Índie Lisboa celebra os 20 anos de transferência de soberania de Macau

[dropcap]F[/dropcap]oi hoje apresentado em Lisboa o cartaz da edição deste ano do festival de cinema Índie Lisboa. Além da antestreia de “Hotel Império”, filme de Ivo Ferreira, bem como de três episódios da sua nova série, intitulada “Sul”, serão exibidos alguns filmes que visam celebrar o aniversário dos 20 anos da transferência de soberania de Macau para a China.

Na categoria “Especial Macau 20 anos” será exibido “Foco Macau – 20 anos depois” de Lou Ka Choi, bem como “The Cricket Dynasty”, de Chang Seng Pong, ambos de 2018. O cartaz conta também com a película “G.D.P.: Grandmas’ Dangerous Project”, de Peeko Wong, e “Rabbit Meets Crocodile”, de Sam Kin Hang, um filme de animação também produzido em 2018. “Sheep”, de Mak Kit Wai, também do mesmo ano, encerra o cartaz dedicado ao cinema local.

O Índie Lisboa leva também um pedaço do cinema asiático a Lisboa, com a curtas-metragen chinesa“A Fly in the Restaurant”, de Xi Chen e Xu An, bem como “Wong Ping’s Fables 1”, de Hong Kong. “A Million Years”, uma curta de Danech San, em representação do Cambodja, também será exibida.

No painel das longas metragens há também lugar para “Present.Perfect.”, de Shengze Zhu, um documentário que nasce de uma produção conjunta entre os EUA e Hong Kong, realizada este ano.

O Índie Lisboa acontece entre os dias 2 e 12 de Maio em vários locais da capital lisboeta e contará com mais de 50 filmes portugueses, presentes em toda a programação, entre estreias mundiais, estreias nacionais e primeiras obras. Há 17 filmes na competição de curtas-metragens.

2 Abr 2019

FBI devolve a família judia pintura roubada há 75 anos pelos nazis em França

[dropcap]O[/dropcap] FBI devolveu esta segunda-feira uma pintura do holandês Salomon Koninck aos seus legítimos proprietários, uma família francesa judia, 75 anos após ter sido roubada pelos nazis em França na Segunda Guerra Mundial.

A peça, “Um filósofo afiando a sua pena”, pintado por Koninck em 1639, foi entregue à família Schloss, numa cerimónia realizada no consulado francês em Nova Iorque, Estados Unidos, com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros daquele país europeu, Jean-Yves Drian.

“Foi roubado no nosso território pela Gestapo e levado para Munique com a cumplicidade de colaboradores franceses, em 1943, e tinha sido perdido o seu rasto”, explicou Drian, que estava acompanhado pelo procurador do distrito sul de Nova Iorque, Geoffrey Berman, e um representante do gabinete de investigação criminal do FBI em Washington, Michael Driscoll.

“Finalmente que se reencontrou com os seus donos, os herdeiros de Adolphe Schloss [um coleccionador de arte francesa] e os seus cinco filhos”, acrescentou o ministro.

Presentes na cerimónia estavam também os bisnetos de Schloss, Laurent e Michel Vernay, assim como a sua nora, Eliane Demartini, que descreveu o regresso da pintura como uma “pequena vitória” e lembrou que ainda há muitas peças de arte que foram roubadas, mas que continuam desaparecidas.

O governante francês destacou que o seu país prossegue esforços para acelerar a identificação e restituição de obras roubadas durante o regime de Hitler, e observou que mais de dois terços das 100.000 peças usurpadas pelos nazis foram encontradas logo após o fim do conflito.

“Um filósofo afiando a sua pena” foi encontrado em 2017, quando o seu então proprietário, o chileno Renate Stein, contactou a casa de leilões Christie com a intenção de o vender em Nova Iorque, depois da sua família o ter adquirido na Alemanha, nos anos 50.

Drian também enfatizou o actual aumento do anti-semitismo e frisou os esforços do seu Governo para o combater, denunciando a falta de acção por parte dos Estados Unidos.

“Algo similar deve ser feito em território norte-americano, onde muita nostalgia do nazismo se esconde por detrás da Primeira Emenda para desencadear a propaganda do ódio”, sublinhou.

Por sua parte, o procurador do distrito sul de Nova Iorque observou que o que aconteceu com a pilhagem de obras de arte que se encontravam nas mãos dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial “não foi apenas injusto, mas desumano”.

“Temos um imperativo moral de agir, que é o que estamos a fazer agora e continuaremos a fazer”, acrescentou.

Por sua parte, o representante do FBI explicou as árduas investigações que têm ser realizadas neste tipo de casos para demonstrar a origem das peças, e ressaltou a importância vital da colaboração das casas de leilões na identificação e comunicação de peças roubadas.

2 Abr 2019

Navios-escola de Portugal e Espanha repetem viagem de circum-navegação de Magalhães

[dropcap]P[/dropcap]ortugal e Espanha apresentaram ontem o programa de acções conjuntas para comemorar os 500 anos da primeira volta ao mundo, da qual faz parte uma viagem de circum-navegação pelos navios-escola “Sagres” (português) e “Juan Sebastián Elcano” (espanhol).

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, e a vice-primeira-ministra espanhola, Carmen Calvo, fizeram ontem em Madrid uma primeira apresentação das comemorações da viagem “comandada” pelo português Fernão da Magalhães e “finalizada” pelo espanhol Juan Sebastián Elcano entre 1519 e 1522.

“A expedição foi organizada e financiada pelo Reino de Espanha e concebida e proposta por um navegador português, Fernão de Magalhães”, explicou Santos Silva.

O responsável português sublinhou que cada país terá de “interpretar e valorizar a viagem à sua maneira”, sem fazer qualquer referência à polémica inicial, já ultrapassada, quando a imprensa de direita espanhola acusou Portugal de estar a promover uma candidatura unilateral, junto da UNESCO, da viagem de circum-navegação do globo a património da humanidade.

“Esta expedição poderia ser considerada como o primeiro grande feito de globalização do nosso planeta”, consideram os Governos português e espanhol numa declaração publicada.

A viagem de circum-navegação da rota de Magalhães-Elcano, a empreender entre 2020 e 2021 pelos navios-escola dos dois países é uma das acções previstas no programa que também inclui a candidatura da viagem a Património Mundial da Humanidade “promovida conjuntamente por Portugal e Espanha, juntamente com os demais países da Rota”.

Para o ministro dos Negócios Estrangeiros, “talvez a actividade que marque mais plenamente o significado desta associação entre” os dois países ibéricos seja a conferência internacional “Oceanos, Conhecimento e Globalização” que terá lugar em Portugal e Espanha no primeiro trimestre de 2021.

“A ideia é simplesmente aproveitar-se da circum-navegação como fonte de inspiração para pensar, hoje, o futuro dos oceanos e o futuro da globalização”, considerou Santos Silva, acrescentando que se pode e deve “interpretar Magalhães e Elcano como ponto de partida para pensar a regularização da globalização e o aproveitamento cooperativo e sustentável dos recursos comuns da Humanidade”.

Uma exposição itinerante organizada pelos Ministérios da Cultura dos dois países, a co-produção de uma série televisiva, a elaboração de um estudo sobre a “Projecção mundial do espanhol e do português” e a apresentação de uma Declaração dos Ministros da Cultura da União Europeia sobre o significado da circum-navegação são outras acções apresentadas.

As embaixadas de Portugal e de Espanha também vão coordenar a organização de actividades conjuntas nos países da Rota de Magalhães-Elcano: Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Filipinas, Brunei, Indonésia, Timor-Leste, Moçambique, África do Sul e Cabo Verde.

A participação de Portugal como país convidado na Feira do Livro de Sevilha de 2019 – 23 de Maio a 2 de Junho – subordinada ao tema “Lendo vou, viajando venho” também faz parte das comemorações.

“A nossa ambição é que o mundo entenda que há 500 anos um conjunto de homens valentes” fez esta viagem, disse a vice-primeira-ministra espanhola, Carmen Calvo, que também fez referência ao programa do país para as comemorações com “193 actividades”.

O programa de acções conjuntas do V centenário da viagem de circum-navegação complementa os programas nacionais que já foram apresentados por Portugal e por Espanha.

Nas actividades espanholas destaque para palestras na Sociedade Geográfica de Lisboa, um colóquio sobre literatura de viagens e vários concertos, em Lisboa e na Universidade de Coimbra.

A companhia aérea nacional espanhola Iberia também irá baptizar com o nome de Juan Sebastián o próximo avião A350 que receber, mantendo ele essa designação até 2022.

Pelo lado de Portugal está previsto, entre outras acções, a construção de uma réplica das naus que constituíram a esquadra de Fernão de Magalhães, a reedições de livros e cartas náuticas, mapas, como o Planisfério de Cantino (1502), conferências científicas e seminários temáticos.
Augusto Santos Silva e Carmen Calvo vão repetir a apresentação das comemorações conjuntas esta tarde em Lisboa.

2 Abr 2019

Congresso internacional dedicado ao português em Novembro

[dropcap]P[/dropcap]rofessores e investigadores de todo o mundo vão reunir-se em Macau, em Novembro, para um congresso internacional dedicado à língua portuguesa, disse ontem à Lusa o director do Instituto Português do Oriente (IPOR).

“Podemos esperar um grande encontro de lusitanistas, de nível mundial, não só dos países lusófonos, como de outras regiões”, afirmou Joaquim Ramos, sublinhando a “dimensão global” do evento.

O congresso “Macau e a língua portuguesa: Novas pontes a Oriente”, organizado em conjunto pelo IPOR e pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM), vai realizar-se entre 27 e 29 de Novembro, num ano de várias celebrações. “Estamos a organizar isto em colaboração com Instituto Politécnico de Macau, onde vamos incluir também as celebrações dos 30 anos do IPOR, portanto acho que fazia sentido incluir aqui uma dimensão mais científica”, indicou.

Neste sentido, o congresso vai “reunir professores, investigadores, editores e pessoas ligadas à cultura”, para partilharem as suas pesquisas sobre temas relativos à língua portuguesa, disse Joaquim Ramos, sem adiantar nomes.

2 Abr 2019

Palestra | Ana Cristina Alves fala sobre noções ocidentais face à língua chinesa

[dropcap]A[/dropcap] Fundação Rui Cunha (FRC) organiza, em parceria com a Universidade de Macau (UM) a oficina “Diálogo Intercultural – Caracteres Chineses e Noções Ocidentais”, protagonizada por Ana Cristina Alves, docente da UM. A oficina de duas horas e meia será dividida em duas partes, a primeira para a apresentação teórica dos temas e conceitos propostos para discussão, a segunda reservada ao diálogo com os participantes.

O objectivo desta iniciativa consiste em “pensar algumas características fundamentais dos pensamentos grego e chinês comparativamente”, bem como descobrir “quais os preconceitos e más interpretações relativos ao ‘Mesmo’ e ao ‘Outro’”. Serão também abordados temas como as filosofias contemporâneas e o diálogo útil entre culturas: Dào (道), Rén (仁) Xīn (心) nas filosofias chinesa e ocidental, sendo que será feita uma leitura filosófica dos pictogramas chineses.

Ana Cristina Alves é doutorada em Filosofia da História, Cultura e Religião, tendo obtido o grau na sequência da defesa duma dissertação sobre estudos de género: a Mulher na China (2007), na qual analisa os princípios Yin/Feminino e Yang/Masculino na tradição cultural chinesa do Clássico das Mutações (《易经》) à actualidade.

Tem ainda vários trabalhos publicados, entre os quais se destacam: na área de Filosofia, A Sabedoria Chinesa (2005), na de literatura infantil em coautoria com Celina Veiga de Oliveira, Oito Cartas de Macau (1998); em cultura e tradução em coautoria com Wang Suoying, Contos da Terra do Dragão (2000) e Mitos e Lendas da Terra do Dragão (2009); nos estudos de tradução, Culturas em Diálogo: A Tradução Chinês-Português (2016); e na área linguística, dicionário de Chinês-Português/ Português-Chinês.

As sessões vão decorrer até quinta-feira, entre as 19h e 21h30, na sala E21-1046 da UM. Apenas a sessão de hoje irá decorrer na FRC e tem entrada livre.

2 Abr 2019

Cartaz do Hush!! 2019 com quase 40 bandas e DJs

Os nomes das bandas e DJs que compõem o cartaz do Hush!! 2019 estão aí. Durante os dias 28 e 30 de Abril e 1 de Maio, a Praia de Hac Sa será o epicentro da celebração da música ao vivo, num evento com uma tradição em Macau de mais de uma década. No cartaz despontam bandas internacionais e locais como Youngr e Concrete/Lotus

 

[dropcap]O[/dropcap]s dias de areia preta nos pés e sons melodiosos com vista para o mar estão no horizonte próximo. Ao longo dos dias 28 e 30 de Abril e 1 de Maio, a Praia de Hac Sa terá três palcos montados, por onde vão passar quase quatro dezenas de bandas e DJs.

O primeiro dia de concertos tem como destaque incontornável o britânico Youngr, uma estrela em ascensão no panorama da pop electrónica. Ainda a caminho de uma audiência mais alargada, o músico baseado em Manchester deu-se a conhecer em 2016 com uma versão de “Sweet Disposition” de Temper Trap. Em duas semanas, a cover rebentou a internet e conseguiu 15 milhões de visualizações, exposição que catapultou o jovem britânico para a ribalta. Desde então, Youngr, ou Dario Darnell fora dos palcos, lançou o seu primeiro single “Out Of My System”, que conseguiu até hoje mais de 11 milhões de streams no Spotify.

Estava pavimentada a estrada para o álbum de estreia, “This Is Not An Album”, lançado no ano passado e que levou o britânico em tour pela Ásia, América e Europa. É de salientar que Youngr tem a música no sangue, uma vez que o seu pai é Kid Creole, uma lenda viva do funk e disco que mistura influências caribenhas e convida a dançar desde 1980. Youngr sobe ao palco Hot Wave no dia 28 ao final da tarde.

No mesmo dia e no mesmo palco, antes da performance de Youngr, os fãs da soul mais relaxada não vão, por certo, querer perder o concerto de Phum Viphurit, um músico tailandês de 22 anos que cresceu na Nova Zelândia. Com um forte pendor romântico, Phum Viphurit tem uma sonoridade acústica, algures entre o indie folk e o funk que promete arrebatar corações no areal de Hac Sa.

O dia seguinte

O segundo dia do Hush!! 2019 será marcado só por um concerto: Jun Kung & the Latin Connection featuring Steve Thornton.

Jun Kung é um produtor e músico local, com carreira em Hong Kong onde é conhecido como um dos mais icónicos e influentes bateristas da actualidade. Os melómanos podem esperar um concerto ritmado, abrilhantado com a participação especial do percursionista Steve Thornton, oriundo de Brooklyn em Nova Iorque. O norte-americano tem no seu currículo trabalhos com lendas como Miles Davis, Sadao Watanbe, Herbie Hancock, Mongo Santamaria, McCoy Tyner, Tracy Chapman, Mariah Carey e Michael Jackson.

No último dia do Hush!! 2019, destaque para os locais Concrete/Lotus, o projecto constituído por Kelsey Wilhelm e Joana de Freitas que explora a melódica progressão entre sonoridades acústicas e electrónica.

Ainda dentro das bandas locais, destaque para o concerto de João Gomes e Banda, no palco Hot Wave, às 13h15. Sensivelmente à mesma hora, mas no palco Summer Chill, actuam os 80 & Tal.
Ainda no capítulo das bandas de Macau, destaque para os Evade, que sobem ao palco Hot Wave, no dia 28 de Abril, ao final da tarde. O grupo de música electrónica, lançou o seu EP de estreia, “Evade EP”, há dez anos atrás. Em 2012 saiu para os escaparates Destroy & Dream”, lançado pela editora de Singapura Kitchen Label.

Também no primeiro dia, destaque para outra banda local, os Pyjamars, que actuam às 14h45 convidando à dança com as suas sonoridades situadas algures entre o Disco Funk, Acid Jazz e a música electrónica. Os Pyjamars, banda cujo nome alude à propensão para as improvisações em elaboradas jams com influências espaciais, venceram a sexta edição da Competição de Rock Clássico de Macau e o Concurso de Música Original e Jovem, entre outras distinções regionais.

Finalmente, impossível não referir as SCANDAL, banda japonesa que fecha o palco principal do Hush!! 2019. O grupo feminino, oriundo de Osaka, foi formado em 2006 e fez parte de várias bandas sonoras de séries de animação como “Bleach” e “Fullmetal Alchemist: Brotherhood”. Com um imaginário profundamente influenciado pela anime, as SCANDAL têm rockado palcos do mundo inteiro e contam com sete álbuns na discografia.

2 Abr 2019