Automobilismo | Raul Torras promete regresso a Macau

A estreia de Raul Torras no Grande Prémio de Motos de Macau teve tanto de curta, como de intensa. Apesar do aparatoso acidente e do enorme susto, o espanhol de 42 anos promete voltar ao Circuito da Guia já no próximo ano

 

[dropcap]O[/dropcap] piloto espanhol Raul Torras foi um dos dois motociclistas acidentados que visitou o Centro Hospitalar Conde São Januário na manhã do dia 15 de Novembro. Ainda a recuperar das mazelas da queda à passagem do vigésimo quarto minuto do primeiro treino-livre do evento, Torras admite que lhe saiu a lotaria naquele momento particular. Mesmo com a aposta contínua que a organização da prova tem feito na segurança do circuito nos últimos anos, as consequências de um acidente naquele ponto da pista e àquela velocidade poderiam ter sido bem mais graves. “Sinto-me fisicamente muito, mas muito, dorido”, disse Torras ao HM. “O golpe foi muito, muito forte, e a uma velocidade muito alta. Afortunadamente sofri ‘poucas’ lesões.”

Torras perdeu o controlo da sua Yamaha R1 na entrada da Curva do Mandarim Oriental e acabou por bater no muro exterior. O piloto ficou assombrosamente inerte no asfalto, enquanto a moto japonesa acabou por se imobilizar já em chamas longos metros depois.

Estreante no Circuito da Guia, apesar de ter no seu currículo várias presenças nas principais provas de estrada de nível mundial, o piloto foi rapidamente assistido pela equipa de intervenção e transportado de emergência para o Centro Hospitalar Conde São Januário, onde lhe foi diagnosticada uma hemorragia cerebral e uma inflamação da clavícula direita. “É quase um milagre que três dias depois tive alta hospitalar e pude regressar a casa a andar pelos meus próprios pés”, admite o catalão. “Pese embora, como digo, três semanas depois ainda tenho muitas dores nas costas, pescoço e ombros e ainda não consigo fazer a vida normal.”

A recuperar

Mal chegou ao seu país Natal, Torras iniciou o processo de recuperação, porque deixar as pistas nunca foi opção e quer estar pronto o mais depressa possível para voltar à competição. “Agora, sinto-me muito melhor. Iniciei a reabilitação do ombro, tenho mais mobilidade. As dores persistem, mas com menos intensidade”, explica, sendo que “se tudo correr bem, espero estar totalmente recuperado em quatro ou cinco semanas.”
Torras reconhece que o seu acidente não foi provocado por ter saído mal da curva, mas antes por ter tocado no muro interior. As motos chegam a atingir os 250 km/h neste ponto da pista e o segredo passa por encontrar a trajectória certa, o “apex” perfeito.

“O acidente foi culpa minha”, admite hoje o piloto da equipa MartiMotos. “Eu não calculei bem onde estava o vértice da curva, fechei muito o interior e bati na parede com o ombro. Isso desequilibrou-me, fez-me abrir a trajectória e ir contra o muro exterior. Como as curvas são totalmente cegas, é muito difícil saber e, ou, calcular onde está o ápice da curva.”

Missão por completar

Apesar da infeliz primeira passagem pela RAEM, Torras ficou cliente da prova de motociclismo de estrada mais importante do continente asiático e já pensa em competir entre nós em 2019. “À parte de tudo isto, estou ansioso pelo próximo ano. De Macau gostei muito. O Grande Prémio de Macau e a sua organização parecem-me o melhor que já conheci”, afirma Torras que representou o seu país em provas diversas, como a célebre Ilha de Man TT, a North West 200 ou o Grande Prémio de Ulster.

O infortúnio à quinta volta ao Circuito da Guia não o atemorizou, bem pelo contrário, apenas lhe deu um motivo para regressar com mais força, pois Torras acredita que tem agora uma missão a completar. “Claro que eu quero voltar! Embora tenha rodado pouco, realmente gostei de estar aí. Conheci pessoas muito porreiras e quero voltar para, pelo menos, terminar a corrida.

A queda deixou-me com um ‘espinho na cabeça’. É como deixar algo ‘a meio’ e não gosto desse sentimento. Quero terminar o que comecei”, afiança o número 49, que não hesita repetir, “gostei muito da organização do Grande Prémio de Macau. Devo felicitá-los a todos e espero vê-los no próximo ano!”

12 Dez 2018

Três recordes nacionais na abertura dos Mundiais de piscina curta na China

[dropcap]O[/dropcap]s recordes nacionais de Gabriel Lopes, nos 100 metros costas, Miguel Nascimento, nos 100 livres, e da estafeta masculina dos 4×100 livres marcaram hoje a participação portuguesa nos Mundiais de natação de piscina curta, em Hangzhou, na China.

No primeiro dia de competição, Gabriel Lopes superou o seu recorde de Portugal nos 100 metros costas, ao terminar em 17.º, com 51,48 segundos, ficando a um lugar das meias-finais, entre 48 nadadores inscritos.

Miguel Nascimento esteve ligado à obtenção dos outros dois recordes. O benfiquista esteve em excelente nível, superando o recorde nacional absoluto dos 100 livres durante o primeiro percurso da estafeta 4×100 livres, com 47,61 segundos, um máximo que pertencia a Alexandre Agostinho (47,64) desde 2009, em Istambul, na Turquia.

O quarteto que acabou por bater o recorde nacional absoluto, ao assegurar o 10.º lugar nos 4×100 metros livres, com o tempo de 3.15,56 minutos, foi formado, além de Miguel Nascimento (47,61 segundos, recorde nacional), por Gabriel Lopes (48,14), Diogo Carvalho (50,33) e Alexis Santos (49,48).

Miguel Nascimento tinha sido o primeiro elemento da selecção a participar nos Mundiais de piscina curta (25 metros), nos 400 metros livres, tendo terminado no 17.º lugar, com 3.44,79 minutos, entre 41 inscritos.

Nos 200 metros estilos, Diogo Carvalho (Galitos) foi 10.º (1.54,34 minutos), próximo do seu recorde nacional de 1.53,45, entre 43 inscritos. O apuramento para a final fechou em 1.53,69. Por seu lado, Alexis Santos (Sporting) foi 13.º, com 1.54,71 minutos, melhorando o recorde pessoal (1.54,85).

Na participação feminina, Diana Durães foi 23.ª nos 200 metros livres, com 1.59,30 minutos, entre 56 inscritas, a menos de um segundo do seu recorde nacional (1.58,62).

A atleta do Benfica voltou à piscina para nadar os 400 metros estilos, onde registou 4.39,81 minutos (20.º lugar), numa prova em que a colega de equipa Vitória Kaminskaya foi 17.ª (4.38,49), entre 30 inscritas, e o apuramento para a final fechou nos 4.31.13.

11 Dez 2018

Japonês Daiya Seto bate recorde mundial dos 200 metros mariposa em piscina curta

[dropcap]O[/dropcap] nadador japonês Daiya Seto bateu hoje o recorde mundial dos 200 metros mariposa em piscina curta, em Hangzhou, na China, com o tempo de 1.48,24 minutos, superando o seu anterior recorde de 1.49,88.

Daiya Seto, bronze olímpico nos 400 metros, superou o sul-africano Chad le Clos, que registou 1.48,32, e o chinês Zhuhao Li, que demorou 1.50,39 a completar a prova, na final da prova dos Mundiais que estão a decorrer na China. O atleta japonês tinha fixado o anterior máximo já nas eliminatórias.

11 Dez 2018

Cancelo foi o segundo jogador mais valorizado segundo Observatório Internacional

[dropcap]O[/dropcap] defesa-direito internacional português João Cancelo, companheiro de Cristiano Ronaldo na Juventus, foi o segundo jogador com maior valorização absoluta no último trimestre, segundo um relatório do Observatório Internacional de Futebol (CIES).

De acordo com o CIES, Cancelo, jogador formado no Benfica e que passou pelo Valência antes de se transferir este ano para a heptacampeã italiana, viu o seu valor passar de 27,8 milhões de euros (ME) para 74,2 ME, tendo sido apenas superado pelo avançado inglês Jadon Sancho, do Borussia Dortmund, líder da liga alemã, que passou de 9,7 ME para os 87,9 ME.

Além de Cancelo, que ainda esteve emprestado uma temporada pelo Valência ao Inter de Milão, o top-20 neste trimestre inclui outro jogador luso, Bernardo Silva, igualmente formado nos ‘encarnados’ e que actua no campeão inglês Manchester City, depois de ter passado pelo Mónaco.

Bernardo Silva, que já se sagrou campeão em França pelos monegascos e também pelos ‘citizens’, ocupa a sexta posição na tabela de valorização absoluta, tendo valorizado de 98,8 ME para 128,6 ME.

Jadon Sancho evidenciou-se no arranque de época pelo Dortmund, na qual disputou já 14 jogos e marcou cinco golos na ‘Bundesliga’, além de ter actuado nos cinco encontros da ‘Champions’ e anotado um tento, tendo visto o valor de mercado ‘disparar’ 806%, que o coloca também na liderança da tabela de valorização relativa.

11 Dez 2018

Cristiano Ronaldo admite decepção por não ter vencido a Bola de Ouro

[dropcap]O[/dropcap] futebolista português Cristiano Ronaldo, avançado da Juventus, admitiu estar decepcionado por não ter conquistado a Bola de Ouro, entregue ao ex-colega no Real Madrid croata Luka Modric, numa entrevista conjunta publicada ontem por três jornais desportivos italianos.

“Acho que a mereço [a Bola de Ouro] cada ano. Trabalho para isso, mas se não ganhar o mundo não acaba. Respeito a decisão. No campo dei tudo para ganhar e os números não mentem”, refere Cristiano Ronaldo, em entrevista publicada pela La Gazzetta dello Sport, Corriere dello Sport e Tuttosport.

O internacional português, que no início da época trocou os espanhóis do Real Madrid pelos italianos da Juventus, felicitou Modric e observou que que “a vida continua” e para o ano prometeu “continuar a dar tudo para voltar a ganhar o troféu” que já ergueu por cinco vezes (2008, 2013, 2014, 2016 e 2017).

Traçado um balanço extremamente positivo da transferência para a Juventus, que considerou ter sido no “momento certo”, Cristiano Ronaldo lançou o desafio ao rival argentino Lionel Messi, do FC Barcelona, para lhe seguir as pisadas e mudar-se para Itália.

“Gostaria que Messi viesse para Itália um dia, podia fazer como eu e aceitar o desafio. Mas se ele está feliz lá [em Espanha], eu respeito. Ele é um jogador fantástico, um bom rapaz”, disse Cristiano Ronaldo, considerando que, tendo em conta a rivalidade histórica entre ambos, talvez o argentino sinta alguma falta dele.

Questionado sobre se gostaria de ver alguns dos seus antigos colegas de equipa na Juventus, Cristiano Ronaldo esquivou-se à resposta, elogiando o coletivo da Juventus, em que todos são de igual forma importantes, embora admita que a porta esteja sempre aberta aos bons jogadores, como Marcelo, por exemplo.

11 Dez 2018

Karting | Ardigò volta a vencer o Grande Prémio de Macau

[dropcap]M[/dropcap]arco Ardigò venceu pela quinta vez o Grande Prémio Internacional de Karting de Macau que se disputou no pretérito fim-de-semana no Kartódromo de Coloane. O piloto profissional da equipa oficial TonyKart levou a melhor na final da Taça Macau (KZ) sobre o pole-position e seu compatriota Paolo de Conto da rival CRG. O veterano italiano que tem vários títulos de campeão do mundo no seu currículo regressou ao lugar mais alto do pódio, naquela que foi a sua sétima participação no principal evento de karting da RAEM.

Numa disciplina em que os italianos são reis e senhores, o pódio de uma prova disputada com condições climatéricas traiçoeiras foi completo por mais um piloto transalpino, Luca Corbeli, também ele a representar as cores da poderosa TonyKart. O construtor de Brescia ficou também com a melhor volta da final, com o finlandês Simo Puhakka, o quarto classificado ao fim das 20 voltas, a realizar um tempo canhão de 56.975 segundos.

Os italianos Matteo Vigano e Alessio Piccini, este último vencedor desta prova o ano passado, ambos também pilotos da TonyKart Racing Team, seguiram-se na classificação de uma prova que voltou a não contar para qualquer competição da CIK-FIA.

Leong cumpriu

A maior esperança do contingente da casa, Charles Leong Hon Chio, foi o sétimo classificado e o melhor dos pilotos asiáticos na prova. O piloto de 17 anos, que este ano competiu na Fórmula 3, abriu uma excepção e voltou ao karting este fim-de-semana. Arrancando do oitavo lugar da grelha de partida para a final de domingo, Leong perdeu uma posição ainda na volta inicial, para depois se envolver numa luta interessante com o italiano Luigi Musio, em que levou a melhor, aproveitando a desistência do espanhol Pedro Aguilar para terminar no sétimo posto.

“Foi o melhor possível, porque à minha frente só ficaram pilotos de fábrica e campeões do mundo”, disse Leong ao HM, que tripulou um kart CRG da equipa local Solar Racing Team. “Estou satisfeito, porque já não conduzia um karting há um ano e os pilotos europeus que ficaram à minha frente têm outro ritmo e material melhor. Conduzir estes karts com caixa-de-velocidades é muito, mas mesmo muito, divertido”.

Numa prova onde se notou a ausência do campeão de Macau, o retirado João Afonso, o território teve ainda outro piloto a finalizar nos dez primeiros. Cheong Chi Hou conseguiu terminar no novo lugar.

Outros vencedores

A prova organizada pela Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) teve várias outras corridas e vencedores, pois voltou a ser a etapa final do Campeonato Open de Karting da Ásia Pacífico (AKOC, na sigla inglesa).

Morghan Loganathan de Singapura venceu a Taça AAMC, enquanto Emiliano Cyrus levou o troféu da classe Mini ROK também para a cidade de estado. Na categoria Open Master/Veteranos Fórmula 125 o triunfo coube ao japonês Masanori Kato. O malaio Putera Adam foi o mais forte na categoria Fórmula 125 JR OPEN/ROK JR/X30 Junior, ao passo que o chinês Huang Xizheng ficou com os louros da Fórmula 125 SR OPEN/ROK GP SR/X30 Sénior.

11 Dez 2018

Torneio da Soberania vai contar com Hélio Sousa, um dos heróis de Riade

O “fininho” de Setúbal, como ficou conhecido Hélio de Sousa, campeão do mundo de sub-20 em 1989, em Riade, vai marcar presença no Torneio da Soberania

 

[dropcap]O[/dropcap]s veteranos do Vitória de Setúbal vão voltar a representar Portugal no Torneio da Soberania, a disputar nos próximos dias 14 a 16. No regresso a Macau, os sadinos trazem Hélio Sousa, um histórico do clube, campeão do mundo de sub-20 em Riade, 1989, (Arábia Saudita) e actual seleccionador nacional de sub-19.

“Se bem que é a segunda vez que o Vitória de Setúbal participa no nosso torneio, este ano traz uma referência muito especial para o torneio: o Hélio Sousa. É o cartaz mais importante da equipa”, realçou Francisco Manhão, fundador e antigo presidente da Associação dos Veteranos de Futebol de Macau, a entidade que organiza o evento e ontem deu ontem a conhecer as equipas que vão integrar a 18.ª edição da prova.

Além de Portugal, representado pelo Vitória de Setúbal, bem como de Macau, Hong Kong, Taipé, participa a China (representada pela província de Sichuan), a Coreia do Sul e o Vietname. Francisco Manhão não arrisca avançar com um favorito, embora destaque em particular o potencial de três das oito formações de antigos futebolistas.

É o caso da Coreia do Sul, cuja hegemonia no Torneio da Soberania – onde se sagrou campeã por oito vezes, a última das quais na competição do ano passado – não deixa ninguém indiferente. “Penso que é a equipa mais disciplinada e, portanto, tem uma grande vantagem”, apontou.

Para Francisco Manhão, o Vietname também desperta grande interesse desde logo porque, desta vez, traz mesmo a selecção nacional de veteranos, sendo de esperar que também tenha “uma palavra a dizer no torneio”.
Olhar atento também para o Vitória de Setúbal e não só porque conta com Hélio Sousa. “Este ano parece que vem mais bem preparado, começaram os preparativos com bastante antecedência e tiveram muitas competições em que participaram”, realçou Francisco Manhão, dando o exemplo de uma conquista recente dos sadinos num torneio em Angola.

Já da China vem uma equipa da província de Sichuan, que fará a sua estreia. “É sempre bom [ter] uma equipa nova”, apontou Francisco Manhão. E a RAEM? “O mais importante é a equipa da RAEM ter ganhado a primeira edição. É dar oportunidade para as outras equipas também, não é? Macau não pode ganhar sempre”, gracejou.
O torneio divide-se em dois grupos: o primeiro, de equipas por convite, junta Portugal, Coreia do Sul, Malásia e Vietname, enquanto o segundo as restantes quatro formações (Macau, Hong Kong, China e Taiwan), cuja ordem vai ser definida por sorteio na próxima quinta-feira. A final realiza-se domingo, dia 16, no relvado do Canídromo.

Sonhos antigos

Francisco Manhão faz um balanço positivo da prova, que entra no 18.º ano, enaltecendo o crescente interesse de muitas equipas em alinharem, nomeadamente de Portugal, dando o exemplo do Estoril. “Isto é bom sinal”, observou Francisco Manhão, para quem o torneio tem sido “bem promovido” por via de elementos do Vitória de Setúbal, do Marítimo e do Sporting. “Acho que isso ajudou bastante a promover o interesse desses clubes” pela prova.

Francisco Manhão não esconde que gostaria de contar com o Benfica ou o FC Porto, mas reconhece as limitações. “É muito difícil [trazê-los], porque têm muitas exigências e somos uma associação sem fins lucrativos que está sempre dependente de subsídios” para organizar o evento desportivo de cariz anual, orçado em aproximadamente um milhão de patacas. Em paralelo, apontou, não seria “justo”: “Se conseguíssemos oferecer aquilo que eles pedem, como seria com as restantes equipas?” “Eu bem gostaria que viesse o Benfica ou o Porto porque, de facto, têm equipas de veteranos muito poderosas, com estrelas antigas e seria um bom cartaz para o torneio”, admitiu.

A pensar em 2019

Para 2019, “ano especial”, dado que se assinalam os 20 anos da RAEM e da Associação dos Veteranos de Futebol de Macau, Francisco Manhão gostaria de fazer mais: “Em vez de ser só quatro dias de torneio penso que deve fazer mais alguma coisa, como uma exposição fotográfica desde a primeira edição [do Torneio da Soberania] e outras actividades desportivas para ter mais impacto e despertar o interesse do público em geral”.

7 Dez 2018

GP Macau | Taças do Mundo de Turismos e GT continuam no cartaz

[dropcap]E[/dropcap]speravam-se algumas decisões importantes do último Conselho Mundial da FIA de 2018 no que respeitava ao futuro das três Taças do Mundo da Federação Internacional do Automóvel que fazem parte do programa do Grande Prémio de Macau. De São Petersburgo, na Rússia, veio a esperada confirmação da continuidade da Taça do Mundo de Carros de Turismo, o voto de confiança de como o Circuito da Guia é o palco certo para a Taça do Mundo FIA de GT e uma nebulosa incerteza em relação à prova de Fórmula 3.

Como anunciado aqui há duas semanas, o circuito citadino da RAEM acolherá a nona das dez jornadas triplas da Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) de 2019. Todavia, Macau deixa de ser prova de fim de época, rumando o campeonato à Malásia, em data a determinar, para a prova de encerramento de temporada. Em declarações à imprensa francesa, François Ribeiro, o CEO da Eurosport Events, empresa que tem os direitos de promoção do campeonato, referiu que a maioria dos pilotos do WTCR mostraram-se a favor que o Circuito da Guia, pela sua natureza, não fosse palco da última e decisiva prova do campeonato.

Para além de ter anunciado também algumas alterações no sistema de pontuação e o limite de dois carros por equipa e quatro carros por construtor no campeonato, o número máximo de inscritos para a temporada completa passa de 28 para 32. A FIA confirmou também que aceitará a participação de “wild cards”, ou pilotos convidados, no campeonato, mas estes não marcarão pontos. Recorde-se que foi através de “wild cards” que Macau esteve representado este ano na Corrida da Guia com seis concorrentes. O número de “wild cards” do WTCR estava limitado a dois por prova, mas Macau quebrou essa limitação, permitindo a participação de André Couto, Filipe Souza ou Rui Valente.

Luz verde aos GT

Apesar do número de inscritos ter ficado aquém das expectativas na edição do passado mês de Novembro, a Comissão de GT da FIA deu o seu aval para que a próxima edição da Taça do Mundo FIA de GT seja realizada no território, decisão “sujeita à homologação do circuito e acordo com o promotor”. O comunicado da federação internacional também refere que uma “classe dedicada a pilotos Prata será introduzida”.

Em 2017, a própria FIA exigiu que a prova realizada dentro da Taça GT Macau fosse apenas para pilotos Ouro e Platina de acordo com o sistema de categorização do órgão máximo que regula o desporto automóvel a nível mundial. Esta decisão terá afastado a participação de alguns pilotos, principalmente privados que são essenciais para construir uma grelha de partida com mais de duas dezenas de participantes.

Stéphane Ratel, cuja empresa SRO Motorsport Group coordena esta corrida em parceria com a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), afirmou que as duas corridas sem incidentes da pretérita edição vão ajudar à reabilitação da Taça do Mundo FIA de GT, esperando cativar o interesse de mais construtores e pilotos privados em 2019.

Incerteza na F3

No país dos czares, a FIA anunciou o calendário do seu novo campeonato de Fórmula 3, organizado pelas mesmas pessoas que fazem o mundial de Fórmula 1, mas não se pronunciou sobre o Grande Prémio de Macau.

Notícias que vieram a lume na imprensa internacional especializada na quarta-feira deram conta da possibilidade do Grande Prémio manter a aposta nos monolugares actuais, que têm homologação até ao final de 2019, para a corrida de Fórmula 3 do próximo ano, em vez de dar as boas-vindas aos mais modernos, mais seguros e mais rápidos monolugares da última geração. Contudo, a FIA deixou a porta aberta a estes monolugares da última geração no Grande Prémio, visto que a última ronda da temporada do novo campeonato de Fórmula 3 está marcada para o mês de Setembro na Rússia, dando tempo mais que suficiente para preparar a viagem de final de ano à RAEM.

As negociações entre a FIA e a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau sobre este assunto deverão decorrer nas próximas semanas. Todavia, há uma dúvida que sobressai caso a opção recaia sobre os monolugares vistos este ano a competir na prova de Fórmula 3. É que a FIA não permite o uso da nomenclatura “Fórmula 3” em qualquer campeonato que não utilize os Fórmula 3 da última geração. Isto é, campeonatos de Fórmula 3 que usam monolugares das gerações anteriores não podem usar a nomenclatura “Fórmula 3”.

O defunto Campeonato Europeu FIA de F3 chamar-se-á a partir do próximo ano Formula European Masters e o ex-campeonato espanhol da especialidade, que usa os mesmos carros, é designado de Euroformula Open.

Se o entendimento das entidades responsáveis ditar a manutenção dos chassis Dallara F317 e se a FIA mantiver a coerência, a possibilidade do Grande Prémio de Macau outorgar a Taça do Mundo de Fórmula 3 pelo quarto ano consecutivo poderá ficar comprometida. Por outro lado, esta opção adiará apenas por um ano uma decisão mais importante que é o próprio futuro da corrida que atribui o título de vencedor do Grande Prémio de Macau.

7 Dez 2018

GP | Nova geração de carros de Fórmula 3 preocupa organização

Associação Geral de Automóvel Macau-China teme que velocidades atingidas pelo novo monolugar na Curva do Lisboa causem acidentes com proporções mais graves

 

[dropcap]A[/dropcap]Associação Geral de Automóvel Macau-China (AAMC) está preocupada ao nível da segurança devido à adopção do novo modelo de Fórmula 3. Em causa está a velocidade com que se prevê que os novos monolugares podem chegar à Curva do Hotel Lisboa, onde a piloto Sophia Flörsch sofreu este ano um aparatoso acidente. A notícia foi avançada, ontem, pelo portal motorsport.com, que cita fontes próximas da AAMC.

Enquanto o actual modelo de Fórmula 3 debita 240 cavalos e pode alcançar os 270 km/h, a nova versão do monolugar, que vai ser utilizada na próxima temporada, no novo campeonato de F3, pode chegar aos 300 km/h, uma vez que tem 380 cavalos.

Segundo o portal motorsport.com, a AAMC está preocupada com os eventuais riscos. Com carros que atingem velocidades de topo mais elevadas, a organização teme que um acidente semelhante ao que afectou a alemã Flörsch tenha consequências muito mais graves. Na altura em que se trava para a Curva do Lisboa os monolugares atingem a velocidade de ponta, o que quer dizer que em vez de chegar ao local a 270 km/h, a velocidade vai crescer até aos 300 km/h.

Ao mesmo tempo, para os novos monolugares correrem em Macau terá de haver ainda alterações no circuito ao nível das exigências FIA, com a pista a precisar de uma homologação de nível 2. Actualmente o nível de homologação é o 3. Quanto mais elevado o nível, mais apertadas são as exigências em determinados critérios, como por exemplo a segurança. A mesma notícia avança que a AAMC está relutante em fazer as alterações ao circuito citadino, para que este possa receber o nível de homologação mais elevado.

Apesar de tudo existe ainda uma grande incógnita: o peso dos futuros monolugares, que poderá influenciar a velocidade atingida. O actual carro de Fórmula 3 pesa 580 kg, mas o peso do futuro monolugar ainda não é conhecido.

Modelos antigos

A solução para o problema poderá assim passar pela manutenção dos actuais modelos. Segundo fontes anónimas citadas no artigo, Bruno Michel, organizador dos futuros campeonatos de F2 e F3, terá mesmo dito às equipas que os campeonatos vão terminar entre 28 e 29 de Setembro em Sochi, na Rússia.

Como o Grande Prémio de Macau só se realiza em Novembro, poderá assim haver a hipótese de se disputar como um evento fora do campeonato. Uma das grandes vantagens seria a possibilidade de convidar pilotos para aparições esporádicas.

No entanto, é ainda referido no artigo que o Governo de Macau está disponível para colaborar com a Federação Internacional do Automóvel na implementação dos novos carros de Fórmula 3 e mantém-se aberto a negociações.

6 Dez 2018

Bolinha | Kin Wa estreia-se como campeão ao derrotar Ching Fung por 1-0

[dropcap]U[/dropcap]m golo a três minutos do final do encontro permitiu ao Kin Wa sagrar-se campeão do Campeonato de Futebol de Sete, também conhecido como Bolinha, num Campo D. Bosco com muito público. O Kin Wa ganhou assim por 1-0, na sexta-feira, ao Ching Fung, orientado por João Rosa, que tinha eliminado o favorito Benfica de Macau da competição.

Foi aos 47 dos 50 minutos, numa altura em que as equipas já começavam a preparar-se para a possibilidade do jogo ser decidido na marcação das grandes penalidades, que Danilo Lins tirou Ismael Ortega da frente e entrou na área do Ching Fung. Enquadrado com a baliza, mesmo que descaído um pouco para o lado direito do ataque, o brasileiro rematou com força e a bola seguiu junto ao poste de Iu Kong Fong, que já não conseguiu evitar o golo.

O tento veio resolver um encontro que tinha sido equilibrado, com ambas as equipas a disporem de oportunidades, que poderia ter feito com que a vitória caísse para cada um dos lados.

Mas se foi a três minutos do fim que a equipa de Inácio Hui se colocou na frente, o golo até poderia chegar mais cedo. Logo no início, aos três minutos, houve queixas de uma grande penalidade, depois de Lins ter sido agarrado na área por Ortega. O árbitro mandou seguir.

Equilíbrio e oportunidades

Ainda antes do intervalo, Ronald Cabrera entrou na área do Ching Fung e assistiu Danilo. O brasileiro rodou e rematou com força, já na área, mas a bola saiu por cima da baliza defendida por Iu.

Também ao Ching Fung não faltaram oportunidades. No ataque, Arnold Mbuyu fez da velocidade um verdadeiro perigo para o Kin Wa e aos 36 minutos, já na segunda-parte, tudo poderia ter sido diferente. O africano arrancou no flanco esquerdo do ataque, entrou na área e com o guardião Fong Chi Hang pela frente, assistiu o colega Ronieli, que surgiu no poste oposto. Quando o atacante do Ching Fung se preparava para desviar para o golo, surgiu Cabrera a cortar o lance. Um corte essencial para as esperanças da equipa de Inácio Hui, e que ainda fez com que o jogador ficasse no relvado a queixar-se com dores. Contudo, o atleta conseguiu prosseguir com a partida e no final também teve direito a levantar o troféu.

Já no jogo de atribuição do terceiro lugar, que se realizou antes da final, o Benfica de Macau venceu por 2-0 o Lun Lok. O primeiro golo foi apontado Vínicio Alves, aos 2 minutos, e o segundo aos 42 minutos, por Filipe Duarte.

3 Dez 2018

Rosa Mota vence mini-maratona de Macau aos 60 anos, três décadas após ouro em Seul

[dropcap]A[/dropcap] portuguesa Rosa Mota venceu a mini-maratona de Macau, aos 60 anos e três décadas após ter conquistado a medalha olímpica em Seul, na Coreia do Sul, ao correr 5.200 metros em 22:02 minutos.

A ex-campeã do mundo e da Europa, que foi convidada pela organização da 37.ª Maratona Internacional para assumir o papel de ‘embaixadora’ anti-doping, bateu o tempo alcançado em 2016, quando também ganhou a corrida, então com 24:47 minutos.

“É uma alegria estar aqui em Macau, numa competição tão bem organizada. Como não tinha nenhum compromisso e fiquei livre, decidi ir correr”, afirmou à Lusa no final da prova.

“Sim, este ano fiz 60 anos e passaram 30 desde que ganhei a medalha de ouro em Seul, mas hoje só falo da importância de fazer chegar a todos estes atletas a mensagem sobre os perigos do doping e de como a batota não tem lugar no desporto”, enfatizou a ex-campeã olímpica.

A mini-maratona, assim como a meia-maratona, integraram o programa da 37.ª Maratona Internacional de Macau.

Os atletas portugueses Vera Nunes e João Antunes concluíram a maratona na sexta (femininos) e oitava (masculinos) posições, respetivamente. Na meia-maratona, tanto António Rocha como Carla Martinho garantiram o terceiro lugar nas provas masculina e feminina, respectivamente. Os atletas quenianos venceram as provas masculinas e femininas da maratona e da meia-maratona.

3 Dez 2018

Mini-maratona | Quénia somou vitórias em masculinos e femininos

Elijah Kiprono Kemboi foi o grande vencedor da maratona, depois de percorrer os 42,195 quilómetros em 2h15m18. Na meia maratona, Josphat Menjo foi o mais rápido e repetiu a vitória do ano passado

 

[dropcap]O[/dropcap] queniano Elijah Kiprono Kemboi foi o grande vencedor da 37.ª edição da Maratona de Macau, depois de ter completado os 42,195 quilómetros em 2h15m18. Também a prova para senhoras, teve como vencedora uma atleta do Quénia, neste caso Mercy Jerotich Kibarus, que demorou 2h35m16 para percorrer a distância da prova.

No que diz respeito à prova masculina, a maratona foi extremamente equilibrada, o que se reflecte nas diferenças finais. Com um top três totalmente queniano, Kemboi impôs ao compatriota Joseph Munywoki, que demorou mais 14 segundos para completar o percurso, com um tempo de 2h15m32. Munywoki repetiu a segunda posição do ano passado. Já no terceiro lugar terminou Samwel Kiptanui Maswai, a 25 segundos do primeiro classificado e a 11 do segundo.

No 13.º lugar, Chan Ip Chong foi o melhor atleta de Macau com um tempo de 2h41m55. Já o melhor atleta português presente na prova foi João Antunes, num 9.º lugar, com o tempo de 2h31m36, a pouco mais de um minuto do tempo do vencedor.

Na prova feminina, a vencedora foi a queniana Mercy Jerotich Kibarus à frente da norte-coreana Kwang Ok Ri, que completou a prova em 2h35m51, ou seja mais 35 segundos do que a vencedora. O terceiro lugar foi para a ucraniana Oleksandra Shafar, que alcançou o bronze com uma marca de 2h36m39.
A melhor atleta de Macau foi Long Hoi com um tempo de 3h02m04 e a melhor atleta portuguesa foi Vera Nunes, com uma marca de 2h42m03.

Menjo repetiu vitória

Na meia-maratona, Josphat Menjo repetiu a vitória do ano passado mas piorou o registo. O queniano completou ontem o percurso em 1h05m21, quando no ano passado apenas tinha precisado de 1h04m49. No segundo lugar ficou o compatriota Joseph Ngare, com uma marca de 1h06m01 e no lugar mais baixo do pódio terminou o português António da Rocha, com um registo de 1h07m59.

Kuan Un Iao foi o melhor atleta do território com um sexto lugar e com um registo de 1h13m45.
Na prova feminina, nova vitória do Quénia. Esther Karimi foi a vencedora com o registo de 1h14m02, à frente da compatriota Edinah Jeruto Koech, que estabeleceu a marca de 1h15m31. No lugar mais baixo do pódio ficou a portuguesa Carla Martinho com o tempo de 1h17m30.

A melhor atleta de Macau foi Wu Yangyan a mais de 15 minutos da vencedora, com um tempo de 1h31m56.

3 Dez 2018

José Morais é o novo técnico dos sul-coreanos do Jeonbuk FC

[dropcap]O[/dropcap] português José Morais é o novo treinador do Jeonbuk FC, depois de ter rescindido contrato com o Karpaty Lviv, anunciou o clube sul-coreano de futebol na sua página oficial.

“Eu conheço a reputação do Jeonbuk. Vai ser um novo desafio e eu quero conhecer as expectativas dos jogadores”, reagiu o técnico português.

O clube coreano considera que “José Morais tem a experiência necessária para liderar a equipa”, destacando o facto de o treinador ter trabalhado com José Mourinho, como adjunto, como um “aspecto positivo para transmitir a filosofia que a equipa pretende”

José Morais vai assumir o comando técnico dos bicampeões sul-coreanos, que se encontram no primeiro lugar da liga local, com 85 pontos conquistados em 37 jogos, com 21 pontos de vantagem sobre o segundo classificado.

O português já treinou em Portugal o Benfica B, o Estoril, o Académico Viseu e o Santa Clara, tendo no estrangeiro passado por clubes na Alemanha, Suécia, Jordânia, Arábia Saudita, Tunísia, Iémen, Turquia, Grécia, Inglaterra e esta última época na Ucrânia, sendo a Coreia do Sul o 13.º país onde o técnico vai trabalhar.

30 Nov 2018

Maratona | Rosa Mota celebra 30 anos da vitória em Seul

Em 1988, a atleta estava em diferendo com a Federação Portuguesa de Atletismo e tentou participar nos Jogos Olímpicos por Macau. Na altura, Manuel Silvério tratou do processo do lado do Governo do território. Agora recorda o caso

 

[dropcap]M[/dropcap]acau não é membro do Comité Olímpico Internacional (COI) nem participa nos Jogos Olímpicos, ao contrário do que acontece em Hong Kong. Ainda no ano passado, Chui Sai On ignorou o exemplo da RAEHK, e deixou muito claro que Macau nunca vai participar nos Jogos Olímpicos, porque não é um país soberano. Todavia, a história poderia ter sido muito diferente, e o território poderia ter mesmo feito a estreia, há 30 anos, com a medalha de ouro na maratona.

Foi em Março de 1988 que a polémica começou e que a histórias de Macau e Rosa Mota se cruzaram, pela primeira vez. José Pedrosa, treinador e actual marido de Rosa Mota, decide que a atleta, uma das principais favoritas ao ouro dos Jogos Olímpicos de Seul, não ia participar no Mundial de Estrada de 15 quilómetros. Apesar da ausência da atleta, Portugal conseguiu um terceiro lugar por equipas, devido à performance das atletas Conceição Ferreira, Albertina Dias e Albertina Machado.

Contudo, a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) não gostou da atitude de Rosa Mota e abriu um inquérito à situação. Como consequência, a corredora foi castigada com a impossibilidade de se inscrever em provas internacionais e a participação nos Jogos Olímpicos de Seoul ficou mesmo em causa.

Contactos locais

Sem alternativas, o treinador da atleta, José Pedrosa, entra em contacto com o Governo de Macau. O episódio é recordado por Manuel Silvério, antigo presidente do Instituto do Desporto, e que na altura ocupava o cargo de adjunto do presidente do Conselho dos Desportos.

“Ela contactou-me através do treinador José Pedrosa e estivemos reunidos, os três. Eles viajaram até Macau para ultrapassarem o conflito com a Federação Portuguesa de Atletismo. Na altura, acreditavam que a Rosa Mota poderia participar nos Jogos Olímpicos integrada numa eventual comitiva de Macau”, recordou Manuel Silvério, em declarações ao HM.

Com o diferendo entre a FPA e Rosa Mota a subir de tom, sugiram, então, dois entraves à participação da atleta por Macau: por um lado, o território ainda não tinha formalizado a intenção de aderir ao COI, e por outro, a vontade política do Governo de Lisboa era hostil à ideia.

“Em termos de jurisdição, era possível. Mas havia um grande impedimento, que é o facto de Macau não ser membro do Comité Olímpico Internacional. Também havia uma outra questão: nos Jogos Olímpicos é o país que participa, e se a Rosa Mota fosse participar por Macau, Portugal perdia a face”, explicou.

Neste sentido, a questão acabou mesmo por ganhar uma componente política e em Portugal figuras como Mário Soares (então Presidente da República), Cavaco Silva (primeiro-ministro) e Roberto Carneiro (ministro da Educação) envolveram-se no caso.

Pressão política

A este ritmo não tardou a que a mensagem chegasse a Manuel Silvério: “Houve um grande entusiasmo com a ideia, mas tenho de lembrar que também fomos um bocado ingénuos, no sentido em que Macau tinha de obedecer a Lisboa. O Governo de Lisboa não mandava na FPA, mas acabou por ver-se ‘obrigado’ a actuar, em benefício do interesse nacional”, explicou. “Na altura o meu superior aconselhou-me, e quero deixar claro que não me obrigou, a distanciar-me do problema. Se ela corresse por Macau, Portugal levava uma bofetada”, revelou Manuel Silvério, que lidou com todo o processo. O então presidente do Conselho dos Desportos, tinha como superior Francisco Murteira Nabo, que em Macau desempenhou os cargos de secretário-adjunto para a Educação, Saúde e Assuntos Sociais e, mais tarde, o cargo de secretário-adjunto para os Assuntos Económicos.

Com o diferendo resolvido, Rosa Mota correu com as cores de Portugal e a 23 de Setembro de 1988 fez história, ao tornar-se na primeira atleta portuguesa, e única, a vencer uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Hoje, Manuel Silvério olha para todo o processo sem arrependimentos. Mesmo na altura, diz, ficou tudo resolvido.

“Ainda bem que houve um entendimento entre a atleta e a FPA. Também eu acabei por ser convidado para assistir à maratona de Seul e estava a cerca 10 metros de distância quando ela cortou a meta”, apontou. “Na altura falou-se que poderia ter sido uma medalha para Macau. Mas ainda bem que a diligência para que o Governo local não tivesse colaborado funcionou. Foi melhor assim”, acrescentou.

Atleta apadrinha corrida local

A atleta de 60 anos, que em 2016 venceu a mini-maratona de Macau, regressa ao território para apadrinhar a Maratona de Macau, que se vai correr no domingo e é organizada pelo Governo. Ontem à noite, a atleta ainda não sabia se iria fazer a mini-maratona a correr ou a andar, ao lado do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. “É um evento que faz parte do meu calendário anual e espero regressar durante muitos anos. Era bom sinal, até porque a maratona em Macau é sempre um dia de festa e é muito bom ver as ruas cheias de pessoas a fazerem desporto”, disse, ontem, Rosa Mota ao HM. A ex-maratonista actualmente não comenta assuntos não relacionados com as provas em participa.

30 Nov 2018

Futuro da Taça GT Macau não está em risco

[dropcap]Q[/dropcap]uinze inscritos na edição de 2018 da Taça do Mundo FIA de GT foi um choque tanto para os aficcionados, como para as várias partes envolvidas na organização da prova que fez parte da 65ª edição do Grande Prémio de Macau e que foi ganha contundentemente pelo brasileiro Augusto Farfus Jr.

Mas ao contrário do que poderia ser de esperar, os construtores envolvidos não desanimaram com o desapontante número de concorrentes e prometem voltar no próximo ano, mesmo que para isso a regra introduzida pela FIA em 2017, que impede a participação de pilotos bronze e prata, rotulados como “pilotos privados”, seja abolida.

Em conversa com os jornalistas após a corrida, Chris Reinke, o director desportivo da Audi, disse que “para o futuro, esta corrida precisa de ter uma grelha de partida com 20 carros, ainda melhor se forem 25. Do meu ponto de vista, a primeira prioridade deve ser preservar o conceito existente e conquistar mais construtores.”
Caso este objectivo não seja concretizado, Reinke é a favor da “possibilidade de abrir a grelha de partida novamente a pilotos prata ou bronze para que se atinja o volume necessário de concorrentes”.

Stefan Wendl, o responsável máximo da competição-cliente da Mercedes-AMG, também é a favor que a corrida siga essa via, pois os “pilotos privados endinheirados podem até acabar por ajudar a financiar a participação das equipas de fábrica.”

Stéphane Ratel, cuja a sua empresa SRO Motorsport Group coordena esta corrida em parceria com a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), acredita que qualquer novo construtor precisa de acreditar que tem hipóteses contra aqueles que têm coleccionado informação da pista nos últimos e hoje são praticamente invencíveis.

Da dúzia de construtores que pode participar nesta prova, apenas a Ferrari, por não ter equipa de fábrica na categoria GT3, e a Bentley, por discordar da localização da prova, não tem qualquer interesse nestancorrida. Todavia, apenas cinco participaram oficialmente na edição de 2018: Audi, BMW, Nissan, Mercedes-AMG e Porsche. Se a Honda teve uma experiência traumatizante em 2017, a Lamborghini não compareceu porque a sua equipa oficial no continente asiático está de mala feitas para a Europa. Igualmente ausentes, a Aston Martin e a McLaren vão disponibilizar novos modelos para o mercado apenas em 2019.

O Conselho Mundial da FIA reúne-se a 5 de Dezembro em São Petersburgo, na Rússia, e não há certezas que saia já uma resolução do que fazer com a prova da RAEM. Apenas se sabe que a FIA cedeu à pressão dos construtores e mudou a data da prova de Xangai do Campeonato do Mundo FIA de Endurance (WEC) que teimosamente coincidia com o Grande Prémio de Macau, o que era do desagrado de algumas marcas, como a Porsche ou a BMW.

Regresso às origens

Caso o voto da FIA seja na direcção de deslocalizar a Taça do Mundo de GT para outras paragens ou até mesmo colocar um ponto final à iniciativa, a presença dos carros de GT no Circuito da Guia não está condenada.

Vários ex-pilotos da Taça GT Macau estiveram presentes como espectadores no evento que marcou o mês de Novembro na RAEM e não escondem a vontade de regressar como faziam num passado recente. Por outro lado, haverá vontade dos organizadores do Campeonato da China de GT em ocupar, em certa medida, o espaço que ficará em aberto caso a Taça GT Macau perca o estatuto de Taça do Mundo FIA.

Apesar da importância do título que atribui a federação internacional, as próprias marcas não descartam regressar ao Circuito da Guia caso a corrida volte aos moldes anteriores, sem um ceptro mundial para outorgar.

“Nesse cenário, iremos avaliar a nossa participação, mas para nós, Audi Sport customer racing, provavelmente fará sentido (voltar), pois temos muitos clientes na Ásia”, afirma Reinke.

Já Frank-Steffen Walliser, o responsável máximo da Porsche Motorsport, que este ano também não deixou de marcar presença entre nós, deixa claro que a marca de Weissach voltará de qualquer maneira, até porque “haverá sempre a corrida de GT em Macau, isso é garantido, mas em que condições, logo veremos…”

30 Nov 2018

Liga dos Campeões | Treinador do FC Porto fala das dificuldades no jogo contra Schalke 04

[dropcap]O[/dropcap] treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, considerou ontem que o embate de hoje, com o Schalke 04, “será o mais difícil esta fase de grupos” da Liga do Campeões de futebol.

O técnico dos ‘dragões’ elogiou o adversário alemão, lembrando que o Schalke tem vindo a justificar o estatuto de vice-campeão do seu país, e que mesmo não tendo começado bem época “tem vindo melhorar”.

“É uma equipa fortíssima, tem como base um sistema táctico diferente do habitual, que cria dificuldades aos adversários. Arrisco-me a dizer que amanhã [quarta-feira] vamos ter o jogo mais difícil desta fase de grupos”, disse Sérgio Conceição.

O técnico do FC Porto lembrou que o único golo sofrido pela formação germânica em quatro jornadas do Grupo E foi frente aos ‘dragões’, no jogo inaugural, que terminou com empate 1-1, usando esse dado para antecipar as dificuldades que espera neste duelo.

“Ao contrário do que disse um comentador de polémica desportiva, que o Schalke era uma equipa mais fraca do que o Qarabag, considero que este é um adversário muito combativo e forte nos duelos. São rápidos e objectivos, e temos de estar precavidos para isso. Estamos num grupo muito equilibrado”, sublinhou o treinador dos ‘azuis e brancos’.

Mesmo sabendo que um empate será suficiente para o FC Porto garantir a passagem aos oitavos de final, Sérgio Conceição assegurou que o foco da sua equipa está na vitória.

“Encaramos todos jogos com mesmo propósito: ganhar os três pontos e fazer uma boa prestação. Para o jogo de amanhã [quarta-feira] mantemos essa vontade de sermos iguais a nós próprios, sabendo que a vitória nos dará o primeiro lugar”, garantiu o técnico, que soma oito vitórias consecutivas.

Também na antevisão a este duelo com o Schalke 04 esteve o médio espanhol Oliver Torres, antecipando “um jogo difícil, que pode ser decidido pelos detalhes”.

“Vai ser um jogo muito difícil, porque o adversário precisa de pontuar, tal como nós para garantirmos a qualificação. Estes jogos decidem-se em pequenos detalhes e temos de estar muito concentrados”, analisou o médio.

Para Oliver Torres, o segredo do sucesso do FC Porto tem sido o “trabalho, concentração, rigor e ambição”, predicados que diz partilhar para, nos últimos jogos, ter reconquistado uma posição mais relevantes nas escolhas de Sérgio Conceição.

“Tive muitas conversas com o treinador. Ele foi claro no que me estava a faltar para ter lugar. Tento treinar da melhor maneira, aprender e ajudar os companheiros. Para mim, jogue 10, 60, 90 ou zero minutos, vou estar sempre a dar melhor pela equipa”, disse o médio espanhol.

Os ‘dragões’ têm a maior parte das suas opções disponíveis para este desafio, mas não podem contar com o lesionado Aboubakar, e com Soares, que não foi inscrito para esta primeira fase da Liga dos Campeões.

28 Nov 2018

Dakar 2019 terá 17 portugueses e será “um dos mais duros de sempre”

[dropcap]A[/dropcap] edição de 2019 do rali Dakar terá 18 portugueses a participar e será “uma das mais duras de sempre”, revelaram ontem os organizadores, na cerimónia de apresentação da prova, que decorreu em Paris. “Será um Dakar fora do normal. Pela primeira vez decorre num único país, terá dez dias e com uma geografia em que 70% serão areia e dunas”, revelou o director da competição, o francês Etienne Lavigne.

Entre os dias 7 e 17 de Janeiro, a caravana enfrenta cerca de 5.000 quilómetros, dos quais 3.000 cronometrados, mas o responsável da Amaury Sport Organization (ASO) avisa que esta edição, totalmente disputada no Peru, será “uma das mais duras de sempre”.

“Este ano, enfrentamos terrenos que exigem uma boa preparação física. As dunas e a areia são cenários que exigem muita técnica e conhecimentos de pilotagem. A somar a isso há a navegação, a orientação no labirinto de dunas. É preciso encontrar o caminho certo e passar os pontos obrigatórios do percurso. Isso implica três exigências, um Dakar físico, um Dakar técnico, um Dakar difícil”, explicou Etienne Lavigne.

A partida será dada em 7 de Janeiro, em Lima, aonde a caravana regressa no dia 17. Entre os 534 participantes, divididos pelos 334 veículos inscritos, há 17 portugueses. Paulo Gonçalves (Honda), Joaquim Rodrigues Jr. (Hero), Mário Patrão (KTM), David Megre (KTM), Fausto Mota (Yamaha), António Maio (Yamaha), novo campeão nacional, Sebastian Bühler (Yamaha) e Miguel Caetano (Yamaha), participam na competição das motas.

Nos automóveis participa Pedro Mello Breyner, num Alta Ruta 4×4 Peru, navegado pelo peruano Juan Godoy. O navegador alentejano Filipe Palmeiro estará, desta vez, ao lado do checo Boris Garafulic, num MINI da X-Raid

Na categoria de SxS, que tem este ano o dobro dos participantes (30), estará Miguel Jordão, num Can Am, navegado pelo brasileiro Lourival Roldan. Também o antigo campeão nacional de todo-o-terreno, Ricardo Porém, garantiu vaga pela primeira vez, com um Can Am, navegado por Jorge Monteiro. Também Bruno Martins (Can Am) e Rui Ferreira estarão presentes.

Nos camiões, José Martins volta a ser o condutor do DAF, navegado pelo francês Jean-Jacques Martínez e pelo espanhol Jordi Obiols.

Em 2019 haverá mais nove participantes do que na edição deste ano. São 126 carros, 167 motas e 41 camiões. Tal como em 2018, os carros serão os primeiros a partir na segunda etapa. Na quinta e na nona, a partida será em grupo, enquanto que na oitava, em Ica, serão os dez primeiros classificados da jornada anterior nos carros, os dez primeiros nas motas e os cinco primeiros nos camiões a saírem na frente.

A etapa maratona, em que os pilotos não podem receber assistência externa, será entre o quarto e o quinto dia. Esta 41.ª edição do Dakar terá um recorde de estreantes (135 pilotos, o que corresponde a um terço). É também a edição com mais pilotos femininos (17) desde que a prova passou para a América do Sul, em 2009.

28 Nov 2018

Benfica sofre goleada em Munique e segue para a Liga Europa

[dropcap]O[/dropcap] Benfica ficou ontem fora da luta pelo acesso aos oitavos de final da Liga dos Campeões em futebol, ao ser goleado por 5-1 no reduto do Bayern Munique, que se qualificou, na quinta jornada do Grupo E.

Arjen Robben, aos 13 e 30 minutos, Robert Lewandowski, aos 36 e 51, e Franck Ribéry, aos 76, apontaram os tentos dos bávaros, enquanto Gedson Fernandes, aos 46, facturou para os ‘encarnados’, que seguem para a Liga Europa.

Na classificação, em que falta só determinar quem será o primeiro classificado, os bávaros lideram, com 13 pontos, contra 11 do Ajax, quatro do Benfica e nenhum do AEK Atenas, que visita a Luz na última ronda, em jogo para ‘cumprir calendário’.

28 Nov 2018

Charles Leong finaliza Campeonato Asiático de F3 no 4.º lugar

[dropcap]C[/dropcap]harles Leong terminou a primeira participação no Campeonato Asiático de Fórmula 3 num quarto lugar, a 82 pontos do vencedor. O piloto de Macau foi o melhor piloto asiático do campeonato, atrás dos britânicos Raoul Hyman e Jake Hughes, primeiro e segundo classificados, e do norte-americano Jaden Conwright.

Ao longo do ano, o piloto da Dragon Hitech GP somou seis pódios, com um segundo lugar e cinco terceiros lugares, tendo alcançado a melhor posição na primeira ronda do campeonato, disputada no Circuito Internacional de Sepang. Contudo, ao HM, o piloto admite que esperava mais da época de estreia.

“Não é o lugar em que esperava terminar o campeonato. Sinto que tive muito azar nas últimas corridas. De uma certa forma, senti que toda a minha má sorte se acumulou para me afectar, principalmente na última ronda do campeonato”, disse Charles Leong, piloto local.

“A nível de resultados foi um ano que não correspondeu às minhas expectativas, queria ter ficado melhor classificado, mas não foi possível”, acrescentou.

Charles Leong tinha chegado à última ronda do campeonato com hipótese de lutar pelo terceiro lugar. Contudo, problemas com o carro em duas das três corridas impediram-no de se aproximar de americano Jaden Conwright, não indo além de um 13.º e de um 15.º lugares. Na última corrida do fim-de-semana, acabou por chegar ao nono lugar, depois de ter arrancado do fim da grelha.

Já o americano selou a questão do lugar mais baixo do pódio com um terceiro lugar na última corrida e ainda com os oito pontos do sexto lugar, logo na primeira corrida do fim-de-semana de provas na Malásia.

Futuro em aberto

Em aberto continua ainda o futuro do piloto, que vai estar entre 6 e 9 do próximo mês a participar Taça Internacional de Macau KZ, em Coloane. Este é um facto que também se fica a dever às alterações no Campeonato Europeu de Fórmula 3, que vai integrar o campeonato GP3, mudando o nome para Campeonato Internacional de Fórmula 3.

Por este motivo há ainda uma grande incerteza entre as diferentes equipas que competem nas duas categorias: “Neste momento ainda há muita indefinição sobre o futuro da modalidade, devido às alterações na Fórmula 3, com o novo campeonato. Nem as equipas sabem muito bem o que se vai passar. Por isso estamos todos na expectativa e ainda não sei o que vai acontecer no próximo ano”, reconheceu. “Mas espero poder ir competir para a Europa”, frisou.

28 Nov 2018

Alexander Albon será o segundo piloto da Toro Rosso na Fórmula 1 em 2019

[dropcap]O[/dropcap] tailandês Alexander Albon vai ser o segundo piloto da escuderia Toro Rosso para a temporada de 2019 na Fórmula 1, anunciou hoje a equipa em comunicado.

O piloto tailandês, mas de origem britânica, chega à categoria principal do automobilismo mundial depois de uma época em que discutiu o título de Fórmula 2 até à derradeira prova, disputada no fim de semana em Abu Dhabi, tendo perdido o campeonato para o britânico George Russell (será piloto da Williams).

“Fez uma temporada impressionante na Fórmula 2, ganhando duas corridas e terminando em segundo da classificação geral”, enalteceu o director da formação italiana, o austríaco Franz Tost.

Albon tem 22 anos e vai substituir o neozelandês Brendon Hartley, devendo fazer dupla com o russo Daniil Kvyat, que regressa em 2019 à Toro Rosso.

Apesar de ter nascido em Londres, Albon corre sob bandeira tailandesa. “É incrível saber que vou estar na Fórmula 1 na próxima temporada. Trabalhei muito e tentei impressionar sempre que pude”, sublinhou Alexander Albon, que já fez parte da Red Bull Junior Team em 2012 e que era apontado à Fórmula E, na qual corre o português António Félix da Costa.

Será o primeiro tailandês a correr na Fórmula 1 desde o príncipe Birabongse, entre 1950 e 1954, que correu pela Maseratti, pela qual somou oito pontos.

“Sempre fui louco pelos desportos motorizados e, desde que entrei num carro, o meu objectivo era chegar à Fórmula 1”, confessou Albon, citado pelo comunicado da equipa.

27 Nov 2018

Automobilismo | Acção regressa a Coloane entre 6 e 9 de Dezembro

Charles Leong vai defender as cores do território na Taça Internacional de Macau KZ, que fica marcada pela ausência do macaense João Afonso. Ao HM, o piloto revelou que se retirou para dedicar mais tempo à família

 

[dropcap]C[/dropcap]erca de 150 pilotos vão estar no kartódromo de Coloane, entre 6 e 9 de Dezembro, a lutar pelos títulos da diferentes classes do karting. A competição foi apresentada ontem, a Taça Internacional de Macau KZ volta a estar em destaque e a principal ausência é a do piloto local João Afonso, que se retirou.

“Esperamos um fim-de-semana com corridas fantásticas e muita competição. Principalmente no que diz respeito à Taça de Macau KZ estamos à espera de provas muito competitivas, porque há vários regressos de pilotos que não estiveram presentes no ano passado, mas que este ano vão estar”, disse Herculano Ribeiro, vice-presidente da Associação Geral-Automóvel Macau-China (AAMC).

Entre os nomes presentes vão estar pilotos de cerca de 20 países, como Itália, Reino Unido, Tailândia, Finlândia, Espanha, entre outros. O vencedor do ano passado Alessio Piccini está de regresso e encabeça o esquadrão italiano que conta ainda com Paolo de Conto, Marco Ardigo e Matteo Vigano. Também o espanhol Pedro Hiltbrand e o finlandês Simo Olavi Puhakka são nomes em destaque na edição deste ano.

Por sua vez, o território vai fazer-se representar com Charles Leong, que se estreou este ano na prova de Fórmula 3 no Circuito da Guia, e que faz um regresso esporádico ao karting. Kin On Leong, Zi Hou e Hermes Lai vão ser outros dos pilotos presentes.

“Não sei o que esperar, uma vez que já há algum tempo que não compito nos kartings. Mas as minhas expectativas são de andar junto dos pilotos da frente, embora reconheça que vou ter de me voltar a adaptar, até porque agora estou mais habituado aos Fórmula 3”, afirmou Charles Leong.

“Mas conheço muito bem a pista e pode ser essa uma das grandes vantagens para o fim-de-semana onde vou ter de competir com os melhores pilotos”, acrescentou.

Afonso ausente

O grande ausente da prova vai ser o macaense João Afonso, que depois de uma longa carreira decidiu parar, ainda no mês de Junho. Ao HM, o piloto explicou porquê: “Deixei a modalidade. Fiz a corrida em Macau em Junho deste ano e no fim considerei que era a altura de arrumar as botas, como se diz”, afirmou João Afonso.
“Acho que parei numa fase em que já não sinto tanto a falta da competição, e agora quero dedicar mais tempo à família e viajar um pouco”, acrescentou.

O piloto de Macau fez igualmente um balanço da carreira. “Foram dez anos de corridas e cheguei ao patamar que pretendia. Foram 10 títulos de Macau e três da Ásia. Acho que já chega”, afirmou em tom divertido.

27 Nov 2018

Grande Prémio | Sophia Floersch quer regressar a Macau

Sophia Floersch foi operada à coluna vertebral na semana passada depois de um aparatoso acidente no Grande Prémio de Macau, mas a piloto alemã está a recuperar e pretende voltar ao Circuito da Guia já em 2019. Floersch foi ainda nomeada Embaixatriz do Turismo de Macau pelos Serviços de Turismo

[dropcap]A[/dropcap] piloto alemã de F3 Sophia Floersch teve alta ontem, e regressou a casa depois da intervenção a que foi submetida à coluna vertebral, na sequência do aparatoso acidente na prova final do Grande Prémio (GP).

Em franca recuperação, a piloto pretende estar de volta às corridas, e especificamente ao GP de Macau, já no próximo ano. “Estou muito grata por estar aqui e ter uma boa recuperação. Estou a andar. Tenho que trabalhar nos próximos meses, mas com certeza voltarei a correr aqui no próximo ano”, disse Sophia Floersch ontem em conferência de imprensa realizada para actualização do seu estado de saúde.

De acordo com o chefe do Serviço de Ortopedia do Hospital Conde de São Januário, Lau Wai Lit, a piloto, apesar de necessitar ainda de algum tempo para recuperar totalmente, irá estar em forma daqui a alguns meses. “Depois da cirurgia teve uma boa recuperação”, referiu Lau, e “já pode andar sozinha, mas a coluna ainda necessita de tempo para recuperar. Vai demorar alguns meses, mas não vai afectar a forma como andará no futuro”, assegurou o especialista.

Seis meses de fisioterapia foi o tempo necessário apontado pelo médico ortopedista Chan Hong Mou para uma recuperação plena, sendo que dentro de um ano Floersch poderá voltar às competições.

Circuito seguro

Questionada sobre se as condições do circuito local poderiam estar na origem do acidente que sofreu, a piloto alemã foi clara “foi uma questão de azar e foi um acidente que acontece uma vez na vida. Não há insegurança nesta pista” disse. A piloto destacou ainda que Macau é um circuito que “todos os pilotos adoram”.

O acidente protagonizado por Sopfia Floersch envolveu mais cinco pessoas. Entre as que ficaram sob os cuidados hospitalares, o comissário de pista teve alta na passada sexta-feira, e o fotógrafo continua internado mas “terá alta muito em breve”.

No final da conferência de imprensa de ontem a piloto alemã foi ainda distinguida como Embaixatriz do Turismo de Macau pela directora dos Serviços de Turismo Helena de Senna Fernandes. “Sophia Floersch tem uma boa impressão de Macau e por isso, queremos manter esta ligação e esperamos que ela nos ajude a promover o Grande Prémio e também o Turismo de Macau”, disse a responsável.

26 Nov 2018

CTCC | Ávila termina em quinto, Couto foi 11.º e 13.º

[dropcap]R[/dropcap]udolfo Ávila (VW Lamando) terminou a participação no Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC) num 5.º lugar à geral, após ter alcançado um 10.º e um 5.º lugar nas duas provas do fim-de-semana, no Circuito Internacional de Xangai. Ao nível do construtores, o mais valorizado, a SAIC VW ficou no segundo lugar.

“A prioridade da equipa para o fim-de-semana era tentar conquistar o título de construtores e fico desapontado por não o termos conseguido. A nível pessoal, este fim-de-semana foi muito complicado porque nunca tive um carro à altura”, disse Rodolfo Ávila, piloto local, em comunicado.

Ao nível de pilotos, Ye Hong Li (KIA) foi o grande vencedor, também com a marca coreana a conquistar o títulos de construtores. André Couto também esteve presente no fim-de-semana em Xangai, ao volante de um KIA, mas não foi além do 11.º e 13.º lugares.

26 Nov 2018

Bolinha | Benfica de Macau perde nos penáltis e fica afastado do título

Em três grandes penalidades, as águias não conseguiram concretizar nenhuma e estão afastadas da final. O vencedor da Bolinha vai sair do encontro entre Ching Fung e Kin Wa

 

[dropcap]C[/dropcap]hing Fung e Kin Wa vão disputar a final do campeonato de futebol de sete, na próxima sexta-feira, após a equipa orientada por João Rosa ter derrotado o Benfica de Macau, nas grandes penalidades. Na luta pelo terceiro lugar vão estar as águias e o Lun Lok.

Na sexta-feira passada, no campo do D. Bosco, o encontro entre Ching Fung e o Benfica de Macau era o mais aguardado e com o jogo a ser decidido na lotaria dos penáltis não faltou emoção. Com o relvado encharcado, mas ainda assim em condições aceitáveis para a prática do futebol, o tempo regulamentar chegou ao fim com o marcador a indicar o resultado de 1-1.

O Ching Fung foi a primeira equipa a marcar, aos oito minutos, e o golo, que nasceu de uma falha defensiva do Benfica de Macau, foi um presságio para a noite de desinspiração que os encarnados iam ter pela frente. Num lance que se adivinhava simples, o guarda-redes Batista e o defesa Amâncio não se conseguiram entender sobre quem devia dominar a bola. Com os dois atletas das águias a hesitarem, Arnold Mbuyu não facilitou, apoderou-se do esférico e desviou para o 1-0.

Em desvantagem, não foi necessário muito para que o Benfica de Macau igualasse os acontecimentos. Foi aos 15 minutos, que Pang Chi Hang se lançou em direcção à área do adversário pela zona central. Apesar do avançado do Benfica ainda ter dois defesas à sua frente, o número 10 do Ching Fung, U Hoi Ka, optou por fazer a falta cirúrgica.

O livre foi marcado pelo próprio Pang, a meia altura. Apesar da bola não ter seguido com muita força, o esférico acaba por bater no relvado ainda à frente do guardião Iu Kong Fong, que se deixa bater.
Com erros para os dois lados, e ainda na primeira parte, o encontro chegou ao intervalo com o resultado de 1-1.

Como na segunda parte também não houve golos, o encontro teve mesmo de ser decidido através da lotaria dos penáltis.

Na marcação das grandes penalidades, Iu Kong Fong corrigiu o erro da primeira parte e defendeu os penáltis marcados por Filipe Duarte e Pang Chi Hang. Além disso contou com a bola enviada à barra por Nicholas Torrão. Do lado do Ching Fung foi necessário marcar apenas dois penáltis. Apesar de Ismael Ortega ter permitido a defesa de Batista, Mbuyu não facilitou e carimbou o apuramento da equipa para a final.

Ao fechar do pano

No outro encontro, o Kin Wa venceu o Lun Lok por 2-1 e apurou-se para a final, quando faltavam três minutos para o fim do encontro. Logo no primeiro tempo, Lam Ka Seng cabeceou, após canto, para o golo, quando o marcador indicava 27 minutos.

No segundo tempo, Joadson Barbosa empatou para o Luk Lok, 1-1, na sequência de uma grande penalidade. Contudo, a três minutos do fim da partida, o guardião do Lun Lok, Vong Ka Hou, comete um erro e derruba na área Lam Ka Him, que nem estava enquadrado com a baliza. O árbitro não teve dúvidas e apontou grande penalidade, que foi convertida por Danilo.

26 Nov 2018