GP Macau | Taças do Mundo de Turismos e GT continuam no cartaz

[dropcap]E[/dropcap]speravam-se algumas decisões importantes do último Conselho Mundial da FIA de 2018 no que respeitava ao futuro das três Taças do Mundo da Federação Internacional do Automóvel que fazem parte do programa do Grande Prémio de Macau. De São Petersburgo, na Rússia, veio a esperada confirmação da continuidade da Taça do Mundo de Carros de Turismo, o voto de confiança de como o Circuito da Guia é o palco certo para a Taça do Mundo FIA de GT e uma nebulosa incerteza em relação à prova de Fórmula 3.

Como anunciado aqui há duas semanas, o circuito citadino da RAEM acolherá a nona das dez jornadas triplas da Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) de 2019. Todavia, Macau deixa de ser prova de fim de época, rumando o campeonato à Malásia, em data a determinar, para a prova de encerramento de temporada. Em declarações à imprensa francesa, François Ribeiro, o CEO da Eurosport Events, empresa que tem os direitos de promoção do campeonato, referiu que a maioria dos pilotos do WTCR mostraram-se a favor que o Circuito da Guia, pela sua natureza, não fosse palco da última e decisiva prova do campeonato.

Para além de ter anunciado também algumas alterações no sistema de pontuação e o limite de dois carros por equipa e quatro carros por construtor no campeonato, o número máximo de inscritos para a temporada completa passa de 28 para 32. A FIA confirmou também que aceitará a participação de “wild cards”, ou pilotos convidados, no campeonato, mas estes não marcarão pontos. Recorde-se que foi através de “wild cards” que Macau esteve representado este ano na Corrida da Guia com seis concorrentes. O número de “wild cards” do WTCR estava limitado a dois por prova, mas Macau quebrou essa limitação, permitindo a participação de André Couto, Filipe Souza ou Rui Valente.

Luz verde aos GT

Apesar do número de inscritos ter ficado aquém das expectativas na edição do passado mês de Novembro, a Comissão de GT da FIA deu o seu aval para que a próxima edição da Taça do Mundo FIA de GT seja realizada no território, decisão “sujeita à homologação do circuito e acordo com o promotor”. O comunicado da federação internacional também refere que uma “classe dedicada a pilotos Prata será introduzida”.

Em 2017, a própria FIA exigiu que a prova realizada dentro da Taça GT Macau fosse apenas para pilotos Ouro e Platina de acordo com o sistema de categorização do órgão máximo que regula o desporto automóvel a nível mundial. Esta decisão terá afastado a participação de alguns pilotos, principalmente privados que são essenciais para construir uma grelha de partida com mais de duas dezenas de participantes.

Stéphane Ratel, cuja empresa SRO Motorsport Group coordena esta corrida em parceria com a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), afirmou que as duas corridas sem incidentes da pretérita edição vão ajudar à reabilitação da Taça do Mundo FIA de GT, esperando cativar o interesse de mais construtores e pilotos privados em 2019.

Incerteza na F3

No país dos czares, a FIA anunciou o calendário do seu novo campeonato de Fórmula 3, organizado pelas mesmas pessoas que fazem o mundial de Fórmula 1, mas não se pronunciou sobre o Grande Prémio de Macau.

Notícias que vieram a lume na imprensa internacional especializada na quarta-feira deram conta da possibilidade do Grande Prémio manter a aposta nos monolugares actuais, que têm homologação até ao final de 2019, para a corrida de Fórmula 3 do próximo ano, em vez de dar as boas-vindas aos mais modernos, mais seguros e mais rápidos monolugares da última geração. Contudo, a FIA deixou a porta aberta a estes monolugares da última geração no Grande Prémio, visto que a última ronda da temporada do novo campeonato de Fórmula 3 está marcada para o mês de Setembro na Rússia, dando tempo mais que suficiente para preparar a viagem de final de ano à RAEM.

As negociações entre a FIA e a Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau sobre este assunto deverão decorrer nas próximas semanas. Todavia, há uma dúvida que sobressai caso a opção recaia sobre os monolugares vistos este ano a competir na prova de Fórmula 3. É que a FIA não permite o uso da nomenclatura “Fórmula 3” em qualquer campeonato que não utilize os Fórmula 3 da última geração. Isto é, campeonatos de Fórmula 3 que usam monolugares das gerações anteriores não podem usar a nomenclatura “Fórmula 3”.

O defunto Campeonato Europeu FIA de F3 chamar-se-á a partir do próximo ano Formula European Masters e o ex-campeonato espanhol da especialidade, que usa os mesmos carros, é designado de Euroformula Open.

Se o entendimento das entidades responsáveis ditar a manutenção dos chassis Dallara F317 e se a FIA mantiver a coerência, a possibilidade do Grande Prémio de Macau outorgar a Taça do Mundo de Fórmula 3 pelo quarto ano consecutivo poderá ficar comprometida. Por outro lado, esta opção adiará apenas por um ano uma decisão mais importante que é o próprio futuro da corrida que atribui o título de vencedor do Grande Prémio de Macau.

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