Automobilismo | Macaenses deixam boas indicações em Zhaoqing

A pandemia global da covid-19 colocou de joelhos o automobilismo no continente asiático. Com as diversas competições a arrancarem muito timidamente, um pouco por todo o continente asiático, nesta segunda parte do ano, a três meses do 67º Grande Prémio de Macau, para muitos pilotos do território as corridas do passado fim-de-semana no Circuito Internacional de Guangdong (GIC) foram as primeiras desde Novembro do ano passado

[dropcap]A[/dropcap]o contrário de anos anteriores, em que estas provas serviam para o apuramento dos pilotos locais para o Grande Prémio de Macau, dadas as circunstâncias, as corridas do pretérito fim-de-semana serviram acima de tudo para pilotos e máquinas “desenferrujarem”. Este evento teve corridas para as três categorias locais da actualidade – “1600cc Turbo”, “1950cc e Superior” e GT. Com dezassete inscritos, os concorrentes da categoria “1950cc e Acima” tiveram as suas corridas, enquanto os participantes das categorias “1600cc Turbo” e GT realizaram as suas corridas em conjunto, permitindo assim uma grelha de partida com um total de dezanove carros.

Num fim-de-semana bastante quente, por si só bastante duro para as mecânicas das viaturas, e sem grande importância em termos desportivos, muito pilotos optaram por alinhar à partida com carros que habitualmente não são os seus “cavalos de batalha”. Entre eles, Filipe Souza, que como não tem ainda o seu Audi RS3 LMS TCR preparado, optou por alinhar com um Volkswagen Golf GTi, também da equipa T.A. Motorsport, e após ter largado do segundo lugar da grelha de partida, foi o vencedor destacado da primeira corrida da categoria “1950cc e Acima”, à frente de dois velhos conhecidos destas andanças: Kevin Wong (SEAT Leon TCR) e Ng Kin Veng (Audi RS 3 LMS).

Ainda na corrida da tarde de sábado, Rui Valente esteve em destaque, ao levar o seu decano Honda Integra DC5 ao sexto lugar da geral, ele que também optou por poupar o seu MINI “1600cc Turbo” para outras aventuras. Delfim Mendonça Choi, que trocou o seu Mitsubishi EVO7 por um mais modesto Honda FD2, foi o sétimo classificado, seguido dos Mitsubishi de Jerónimo Badaraco e Luciano Lameiras, dois pilotos que viram as suas corridas comprometidas por motivos diversos. Já Eurico de Jesus não terminou, enquanto Célio Alves Dias não arrancou.

Ainda entre os concorrentes da categoria “1950cc e Acima”, na segunda corrida do fim-de-semana, no domingo, Wong Wan Long efectivou o seu superior andamento em pista para vencer, mas o seu Mitsubishi EVO10 só cortou linha de meta com pouco mais de meio segundo de avanço para Filipe Souza. Numa corrida em que Kevin Wong completou as posições do pódio, Rui Valente voltou a estar em evidência, ao terminar no quinto posto, uma posição à frente de Eurico de Jesus, em carro igual. Luciano Lameiras foi oitavo, já com uma volta de atraso e Célio Alves Dias (Honda DC5) finalizou a corrida no 11º posto. “Nóni” Badaraco e Delfim Mendonça Choi cedo ficaram de fora da corrida.

Seis vencedores

No que respeito diz respeito à corrida dos carros de Grande Turismo e da categoria “1600cc Turbo”, Billy Lo, que utilizou um Audi R8 LMS da categoria GT3, um carro muito superior à concorrência, visto o ano passada na Taça do Mundo de GT da FIA, não teve qualquer oposição para vencer destacado à geral em ambas as corridas. Também um certo à-vontade, o muito experiente Leong Ian Veng, em BMW M4 GT4, venceu nas duas corridas entre os concorrentes que irão muito provavelmente competir novamente no Circuito da Guia em Novembro na Taça GT – Corrida Grande Baía.

Com onze carros “1600cc Turbo” e a correrem no meio dos oito GT, Ip Tak Meng (Peugeot RCZ) venceu na primeira contenda e foi segundo na segunda, perdendo apenas para o companheiro de equipa Cheong Chi On (Ford Fiesta). Sabino Osório Lei, num Ford Fiesta da equipa SLM Racing Team, foi o terceiro classificado na primeira corrida e foi forçado a abandonar à sétima volta na segunda. Os pilotos da RAEM voltarão a reunir-se no circuito permanente dos arredores da cidade continental chinesa de Zhaoqing no fim-de-semana de 12 e 13 de Setembro.

1 Set 2020

Automobilismo | Festivais de Corridas de Macau este fim-de-semana em Zhaoqing

Apesar de todas as restrições e obstáculos criados pela pandemia mundial da covid-19, a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) vai avançar com dois eventos para os pilotos da RAEM. No entanto, desta vez, quebrando uma tradição de quase duas épocas, os dois eventos que serão realizados do outro lado das Portas do Cerco, não irão ser de apuramento para o Grande Prémio de Macau

 

[dropcap]I[/dropcap]nicialmente agendados para o Circuito International de Zhuzhou, na província de Hunan, os dois Festivais de Corridas de Macau, mas agora numa versão aligeirada, serão pelo terceiro ano consecutivo realizados no Circuito Internacional de Guangdong (GIC, na sigla inglesa), nos arredores da cidade continental chinesa de Zhaoqing. A primeira prova está agendada para este fim-de-semana, enquanto que o segundo confronto está marcado para o fim-de-semana de 12 e 13 de Setembro.

Visto que estes dois eventos não contam com uma representação significativa de pilotos de Hong Kong, a AAMC terá achado por bem que estas duas provas não deveriam servir de apuramento para as corridas de apoio da 67ª edição do Grande Prémio. Assim, os pilotos de Macau que se apuraram para a 66ª edição do Grande Prémio terão “entrada directa” na edição de 2020, existindo a possibilidade que outros pilotos da RAEM possam também participar no evento, ocupando vagas que o ano passado foram preenchidas por pilotos da região vizinha ou por pilotos estrangeiros.

Estes dois eventos para os pilotos de carros de Turismo terão corridas separadas para três categorias diferentes. A categoria para viaturas com motores 1600cc de cilindrada turbo, será também aberta a concorrentes com carros até 1600cc mas sem turbo, o que abre a porta a vários modelos como o Honda Fit ou o Toyota Yaris que frequentemente competem nas provas amadoras na China Interior.

Por seu turno, a categoria “1950cc e Superior”, que no Grande Prémio de Macau se junta à “1600cc Turbo” para dar corpo à Corrida de Carros de Turismo de Macau, irá continuar a albergar os carros da defunta Road Sport Challenge, assim como os carros de Turismo da classe internacional TCR. A estes estarão autorizados a juntar-se os carros das categorias N2000 e S2000, viaturas que já não podem disputar o Grande Prémio, mas que ainda são vistos a correr em provas regionais de menor dimensão um pouco por todo sudeste asiático.

Por fim, a exemplo de 2019, haverá uma categoria destinada a carros de Grande Turismo, numa mistura de carros da categoria GT4 e viaturas provenientes da extinta Taça Lotus, e que foram vistos pela primeira vez a competir o ano passado no Circuito da Guia na “Taça GT – Corrida da Grande Baía”.

Todas estas categorias terão que realizar duas corridas por fim-de-semana. Como estas corridas são geralmente inscritas no calendário internacional da FIA, a participação nestas provas permitirá aos pilotos do território manter as licenças desportivas internacionais de nível “C” no ano seguinte, documento necessário para competirem no Grande Prémio e muito importante para todos aqueles que ambicionem realizar provas noutros países e de campeonatos internacionais.

Vários portugueses

Das três classes, aquela que reúne mais inscritos para o próximo fim-de-semana é a “1950cc e Superior”, com dezassete concorrentes à partida e várias caras conhecidas do automobilismo local. Jerónimo Badaraco vai conduzir um Mitsubishi EVO9, enquanto Luciano Castilho Lameiras, que terminou no pódio desta classe no pretérito Grande Prémio de Macau, irá alinhar com o seu Mitsubishi EVO10. Igualmente presente estará Delfim Mendonça Choi, com o Mitsubishi EVO7 preparado pela SLM Racing Team, cujos resultados a temporada passada foram bastante animadores.

O vencedor da classe na Taça de Carros de Turismo em 2019, Filipe Souza, também estará presente, mas não com o Audi RS3 LMS TCR, mas sim com um Volkswagen Golf GTI da equipa T.A. Motorsport, dado “que o Audi não está ainda pronto”. O facto dos Honda Integra DC5, um carro com uma longa história no automobilismo do território, ser aceite nestas corridas, permitirá que Rui Valente recorra ao seu exemplar, que tantas alegrias lhe tem dado no GIC Challenge, a competição organizada pelo circuito de Guangdong em que habitualmente participa. O piloto português prevê correr na classe “1600cc Turbo” no Grande Prémio, mas o seu Mini Cooper S está a ser poupado para a prova mais importante da temporada. “O Mini vou prepará-lo melhor para Macau e depois faço duas simulações de corrida para ver, sempre melhor assim do que estar a desgastá-lo”, explicou Rui Valente ao HM.

Célio Alves Dias e Eurico de Jesus, dois nomes incontornáveis do automobilismo do território, irão igualmente retirar das garagens os “velhinhos” Honda DC5 para estas corridas que, acima de tudo, servem para muitos dos pilotos voltarem a ganhar ritmo após nove meses sem qualquer actividade neste desporto.

Entre os onze carros inscritos na classe “1600cc Turbo”, destaque para a presença de Sabino Osório Lei, que irá conduzir um dos Ford Fiesta da SLM Racing Team, enquanto não define com que carro irá competir na grande prova do mês de Novembro. Por fim, há oito inscritos na classe de GT: um BMW M4 GT4, três Ginetta G50 GT4, um Audi R8 LMS e três Lotus Exige.

28 Ago 2020

Fórmula 1 confirma quatro últimas corridas da temporada. China ausente

[dropcap]A[/dropcap] Fórmula 1 confirmou esta terça-feira as últimas quatro corridas da temporada, que terá um total de 17 provas, incluindo o regresso do Grande Prémio da Turquia, ausente desde 2011.

“Podemos confirmar que Turquia, Bahrain (que recebe duas corridas) e Abu Dhabi integram o calendário revisto para esta temporada”, lê-se no comunicado da Fórmula 1, no qual fica, também, confirmada a ausência da China do calendário deste ano, prova que tinha sido inicialmente adiada.

Desta forma, o GP da Turquia realiza-se a seguir ao de Portugal, de 13 a 15 de novembro. Seguem-se as duas corridas no Bahrain, nos dias 29 de novembro e 06 de dezembro, com o campeonato a terminar no dia 13 de dezembro, em Abu Dhabi.

“Lamentamos não podermos cumprir algumas das corridas planeadas para este ano, mas estamos confiantes de que a nossa temporada começou de forma positiva e continuará a mostrar muita animação”, disse o norte-americano Chase Carey, responsável máximo da Fórmula 1.

26 Ago 2020

Miguel Oliveira conquista primeira vitória portuguesa em MotoGP

[dropcap]”F[/dropcap]izemos história, hoje, para Portugal”, afirmou ontem Miguel Oliveira (KTM), após ter conquistado a primeira vitória de um português no Mundial de MotoGP, ao vencer o Grande Prémio de Estíria, na Áustria.

“Não sei o que dizer, estou muito emocionado. Há tanto que gostaria de dizer. Quero começar por agradecer a toda a gente que acreditou em mim, a começar pela família, à equipa, os patrocinadores, os fãs portugueses, mostrámos que somos os melhores”, começou por dizer o português, após o triunfo na quinta prova da temporada.

Prosseguindo com o agradecimento ao “apoio” dos adeptos, Miguel Oliveira destacou o feito, inédito, do motociclismo nacional. “Fizemos história, hoje, para Portugal. Não podia estar mais feliz por tê-lo conseguido aqui em casa da Red Bull e da KTM”, sublinhou o piloto da Tech3.

Miguel Oliveira, que cumpre a segunda temporada em MotoGP, tinha como melhor resultado o sexto lugar no Grande Prémio da República Checa, em Brno, disputado em 9 de Agosto último.

O português seguia no terceiro lugar e, na última curva do circuito de Spielberg, aproveitou a ‘luta’ entre o australiano Jack Miller (Ducati) e o espanhol Pol Espargaro (KTM) para vencer a corrida.
Miller, que terminou no segundo lugar, felicitou Oliveira, destacando “a importância da vitória do Miguel para Portugal”.

Tudo começou com Miguel Oliveira a partir do sétimo lugar da grelha, conquistando várias posições na segunda partida, para as últimas 12 voltas, depois do acidente do espanhol Maverick Viñales (Yamaha).

Orgulho oficial

Com este resultado, Miguel Oliveira somou 43 pontos e subiu do 14.º ao nono lugar da classificação de pilotos, que continua a ser liderada pelo francês Fabio Quartararo (Yamaha), com 70, mais três do que o italiano Andrea Dovizioso (Ducati).

A próxima etapa do Mundial de MotoGP, que vai terminar em Portimão, em 22 de Novembro, está marcada para 13 de Setembro, em Misano, em Itália.

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto classificou como “extraordinária” a vitória de Miguel Oliveira (KTM) no Grande Prémio de MotoGP de Estíria, considerando que esta “enche de orgulho o país”.

“A vitória na Áustria, apenas na sua segunda época na prova rainha do motociclismo e a correr numa mota que não é de fábrica só confirma o que há muito sabíamos: O Miguel Oliveira é um piloto extraordinário”, afirmou João Paulo Rebelo, em declarações à agência Lusa.

O governante, que endereçou os parabéns ao piloto da Tech3, referiu que o triunfo no Grande Prémio de Estíria, em Spielberg, na Áustria, na quinta prova do campeonato, “enche de orgulho o país e o motociclismo nacional”.

24 Ago 2020

António Félix da Costa admite que título de Fórmula E é “a maior conquista da carreira”

[dropcap]O[/dropcap] piloto português António Félix da Costa (DS Techeetah) considera que o título conquistado na semana passada no Campeonato de Fórmula E, para carros elétricos, é a “maior conquista” da sua carreira. Em entrevista à Agencia Lusa, o piloto de Cascais recorda as duas vitórias em Macau em Fórmula 3, mas admite que o título de Fórmula E as supera.

“Os grandes prémios de Macau que venci foram, de facto, muito grandes e a felicidade que senti foi muito alta, mas este campeonato de Fórmula E chega a bater isso. O esforço, a dedicação, os anos que demorei a colocar-me na posição de conseguir ganhar… é o melhor resultado da minha carreira até agora”, diz.

António Félix da Costa revela que sentiu algumas dificuldades de adaptação ao DS após seis anos com um BMW, mas, no final, o esforço compensou.

“Ingressar numa equipa nova é sempre complicado. Estive seis anos na BMW, conhecia a equipa toda, os cantos à casa. O carro foi desenhado por mim na BMW. No início, não estava a acertar com as qualificações, não tinha ainda a confiança no carro. Mas, com o tempo e com trabalho, conseguimos aperfeiçoar essa fase, o que tornou a nossa vida mais fácil”, frisa.

O piloto de 28 anos acredita que a próxima temporada “vai ser muito complicada. “Esta equipa é campeã há três anos e toda a gente nos vai querer bater”, sublinha o luso.

O piloto português terminou o campeonato com uma vantagem de 71 ponto em relação ao segundo classificado, um recorde na disciplina.

Nas últimas corridas do campeonato, saltou à vista alguma tensão no relacionamento com o companheiro de equipa, o francês Jean-Eric Vergne, que era o bicampeão da categoria.

“É um piloto ganhador, que quer ser campeão. Não me ajudou, mas também não me prejudicou. Não me tratou pior do que trataria qualquer outro piloto. Mas já estava à espera, pelo que não foi uma surpresa”, declara Félix da Costa.

Quanto à possibilidade de Portugal vir a acolher uma corrida do campeonato, revela que já existiram conversações entre os responsáveis da categoria e a Câmara de Lisboa.

“Há essa vontade. Sei que há coisas a acontecer, Portugal está no mapa, mas a Fórmula E está a crescer de uma forma incrível, tem 20 países à espera para entrar no campeonato. Pode ser que com este título se desperte um pouco mais esse interesse e haja mais vontade”, atira.

O carro que deu o título ao piloto luso é já de segunda geração. “É um carro 100% elétrico. A forma como a potência chega às rodas é incrível, tens um binário instantâneo e muito consistente. Não precisas de mudanças, o motor elétrico está sempre pronto para o seu nível máximo”, explica, abrindo a porta “a uma terceira geração”, que deverá surgir “dentro de dois anos”.

“Terá quatro motores e o dobro da potência. Atualmente temos cerca de 370 cavalos”, revela.

Anda assim, muito longe da potência da Fórmula 1, que ficou como um espinho atravessado na garganta. Mas Félix da Costa garante que já ultrapassou a desilusão e já não pensa nisso.

“Já estou velho. Os miúdos que estão na calha têm todos 21, 22 anos. O meu foco já não está aí”, frisa.

Agora, o próximo objetivo passa pelas 24 Horas de Le Mans.

“Acho que se tivermos cabeça e minimizarmos os erros, podemos fazer um pódio”, conclui.

18 Ago 2020

TCR China | Souza não abdica de participação

[dropcap]U[/dropcap]ma das ausências mais notadas do evento de abertura do campeonato TCR China foi a de Filipe Souza. O piloto macaense previa realizar a temporada completa da competição chinesa, mas as limitações de circulação dos residentes de Macau na China Interior impediram que o experiente piloto do território se pudesse deslocar a Zhuzhou, na Província de Hunan, para as primeiras quatro corridas do ano. Agora que as restrições foram levantadas, Souza espera estar à partida das quatro provas que faltam em Xangai, Zhejiang e Zhuhai.

“Como agora já posso ir a todo o lado na China quero estar presente, por isso estou a preparar com a equipa a minha participação”, esclareceu Souza ao HM, ele que prevê conduzir o Audi RS 3 LMS TCR da equipa T.A. Motorsport, viatura que conduziu o ano passado, quando venceu a classe TCR dos “Pan Delta Super Racing Festival” na cidade de Zhuhai.

O piloto está ciente das dificuldades que terá de enfrentar, pois está arredado das pistas há várias meses e a concorrência no campeonato TCR China, onde também corre o conterrâneo Rodolfo Ávila, está este ano ainda mais forte. Porém, Souza encara os obstáculos que terá pela frente com positivismo e quer aproveitar a oportunidade para evoluir como piloto e assim melhor preparar a sua participação na 67ª edição do Grande Prémio de Macau, no mês de Novembro.

“Já vi que este ano o campeonato conta com a equipa oficial da Lynk & Co e que também a MG entrou no TCR China com bons pilotos. Isto é bom para mim e por isso estou a preparar-me para fazer o máximo de dias de testes possíveis no circuito de Zhuhai antes de fazer a minha primeira corrida este ano”, explicou Souza que a temporada transacta fez duas incursões neste campeonato. “O meu objectivo é ter mais corridas e começar um bom ritmo para preparar o Grande Prémio de Macau este ano. Não será nada fácil para mim este ano, porque já parei de guiar há quase nove meses. Claro que estou um pouco apreensivo, pois tenho que ganhar ritmo e velocidade.”

Apesar das dúvidas existentes, pois ainda não foi realizada qualquer competição automóvel Circuito Internacional de Xangai desde o início da pandemia, após terem cumprido duas jornadas duplas das seis que compõem a temporada, os concorrentes do campeonato TCR China regressam ao activo no fim-de-semana de 12 e 13 de Setembro, no circuito chinês construído para receber a Fórmula 1.

Corrida da Guia pontua para o TCR Ásia

Após o triunfo em 2019 na classe “1950cc ou Superior” da Taça de Carros de Turismo de Macau do Grande Prémio de Macau, Souza mantém o seu plano inicial inalterado e vai regressar à Corrida da Guia. Este ano a prova não será pontuável para a Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA (WTCR) e os moldes de como será disputada ainda não são do conhecimento público. Contudo, a semana transacta ficamos a saber que a prova irá pontuar para o “TCR Asia Series”, competição que será este ano decidida pela combinação de resultados da prova do Circuito da Guia e de uma corrida a disputar no mês de Dezembro, no circuito malaio de Sepang.

É desconhecido para já o interesse de concorrentes estrangeiros na Corrida da Guia, estando vários interessados na expectativa, aguardando por mais informações, principalmente da circulação de pessoas e quarentenas a aplicar. “Será complicado para pilotos de fora participarem este ano, portanto não sei se haverá muita gente interessada. No entanto, acredito que é possível reunir uma grelha de partida com cerca de vinte carros”, reconhece Souza, que vai para a sua sexta participação na Corrida da Guia, após se ter estreado em 2011.
Mas o programa desportivo de Souza para 2020 não se fica por aqui, pois o piloto macaense quer alinhar nas provas organizadas pela Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC). O calendário e a localização destas corridas ainda não foi tornado público, mas tudo indica que serão realizadas duas provas no Circuito Internacional de Guangdong, nos meses de Agosto e Setembro.

17 Ago 2020

Automobilismo | Um título português com muita influência chinesa

No passado domingo, António Félix da Costa conquistou o título do Campeonato FIA de Fórmula E. A vitória do português somou mais um troféu ao palmarés onde figuram duas vitórias no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3

 

[dropcap]A[/dropcap]ntónio Félix da Costa, duas vezes vencedor do GP de Macau de Fórmula 3, celebrou no domingo a conquista do título do Campeonato FIA de Fórmula E. Antes disso, na primeira das três jornadas duplas do campeonato de carros eléctricos disputadas no aeroporto Berlim-Tempelhof, ouviu-se “A Portuguesa” duas vezes. Contudo, os mais atentos terão ouvido também a “Marcha dos Voluntários” na consagração do piloto português. Isto porque o primeiro título internacional do automobilismo lusitano numa competição de viaturas eléctricas foi conquistado com a preciosa ajuda de uma equipa chinesa, a DS Techeetah. Antes do sucesso trazido pelo piloto de Cascais, a equipa conquistou o seu primeiro título de pilotos na temporada 2017/2018, através do francês Jean-Éric Vergne, numa época em que também assegurou o segundo lugar no Campeonato de Equipas. A partir da temporada 2018/2019, a Techeetah associou-se à DS Automobiles, tornando-se DS Techeetah, uma associação que se tem mostrado proveitosa para ambas as partes.

Na temporada 2018/2019, a equipa conquistou os ceptros de Campeã de Equipas e Campeã de Pilotos, com Jean-Éric Vergne, e no defeso contratou Félix da Costa que estava ao serviço da BMW.
Apesar de ser a equipa oficial do construtor automóvel DS Automobiles, que faz parte do Grupo PSA, como a Citroen e a Peugeot, e que fornece a motorização dos monologares pretos e dourados, a estrutura que levou Félix da Costa à conquista deste êxito para o automobilismo português é detida pela empresa chinesa SECA (Xangai) Limited.

Com sede em Xangai, a SECA é uma empresa líder no mercado chinês na área do marketing e gestão desportiva. A empresa é especializada na representação de talentos do desporto, gestão de eventos e desenvolvimento de conteúdos. Com fortes relacionamentos no desporto, entre os accionistas da empresa contam-se a China Media Capital (CMC) Holdings e Yao Ming, estrela incontestada do basquetebol chinês e membro do “NBA Hall of Fame”.

Se Yao Ming dispensa apresentações, a CMC, fundada e presidida por Ruigang Li, é um dos mais prestigiantes nomes no mundo dos investimentos e da gestão operacional no universo dos media e entretenimento na China e nos mercados globais. Com sede em Xangai, a CMC ajudou a criar e a desenvolver várias referências e líderes emergentes nos sectores dos media e entretenimento.

Do Vizela…

Apesar da entrada do capital chinês logo na segunda época da Fórmula E, a base operacional desta estrutura está desde o primeiro dia em Inglaterra. O esqueleto da equipa manteve-se praticamente inalterado na sua filosofia, e parte técnica continua a ser inteiramente europeia, liderada pelo britânico Mark Preston, que esteve mais de uma década ao serviço da McLaren na Fórmula 1, e que conta também Xavier Mestelan Pinon, um dos homens por trás do sucesso passado da Citroen no WRC e no WTCC.

Contudo, o presidente da DS Techeetah é o chinês Edmund Chan, nascido no Canadá, e que entre muitos cargos e negócios em várias actividades desportivas, é sócio fundador da Kosmos, em parceria com o futebolista espanhol Gerard Pique e o CEO da Rakuten, Hiroshima Mikitani. Curiosamente, o “patrão” Félix da Costa também faz parte da administração do Futebol Clube de Vizela. Isto, porque a empresa SECA Corporate, sediada em Hong Kong, entrou no capital da SAD do FC Vizela, em Abril de 2017, detendo 80 por cento das acções.

…à EFACEC

Igualmente ligada a este sucesso do automobilismo nacional, com forte componente chinesa, estará a portuguesa Efacec, recentemente nacionalizada, devido à participação de Isabel dos Santos na companhia portuguesa, arrestada pela justiça na sequência do caso “Luanda Leaks”.
Pioneira na mobilidade eléctrica e líder na produção de carregadores rápidos e ultrarrápidos para veículos eléctricos, a Efacec está a participar, de forma activa, em alguns dos maiores mercados de mobilidade eléctrica, principalmente na Europa e nos Estados Unidos.

A sua presença ao lado da equipa chinesa não é inocente e esta segunda temporada a patrocinar a equipa de capitais chineses era vista como “uma nova oportunidade para potenciar novos negócios e reforçar o posicionamento da empresa como referência nos domínios da mobilidade, energia e ambiente” e a “entrada no mercado da região Ásia-Pacífico constitui uma aposta estratégia da Efacec. A parceria com a CMC oferece todas as condições para a Efacec elevar a notoriedade da marca e conquistar novos negócios na região”.

11 Ago 2020

Rodolfo Ávila conquista nove pódios em Zhouzhou

[dropcap]A[/dropcap]o todo, foram nove os pódios conquistados pelo piloto de Macau, Rodolfo Ávila, durante o fim de semana, no Circuito Internacional de Zhuzhou. Cinco no Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC) e outros quatro na prova que assinalou o arranque da temporada do campeonato TCR China.
Num “super evento” de seis dias a contar para o CTCC, e que equivaleu a metade da temporada, em oito corridas, Rodolfo Ávila conquistou três segundas posições e dois terceiros lugares. O rescaldo do fim de semana não foi ainda mais brilhante, devido a uma falha mecânica no VW Lamando conduzido pelo piloto de Macau, registada quando liderava confortavelmente a última corrida da prova, obrigando-o a desistir.
“Foi talvez a semana mais dura da minha carreira, pois nunca tinha realizado tantas corridas num tão curto espaço de tempo. Ainda assim, estamos todos muito contentes pelo regresso das corridas depois de uma paragem tão longa devido a razões que são alheias ao automobilismo”, afirmou Ávila em comunicado. “A minha equipa fez um bom trabalho e evoluímos em termos de performance ao longo da semana. Gostava de ter saído daqui com uma vitória, mas tal não foi possível. Ainda faltam disputar outras oito corridas até ao final do ano, portanto ainda muito pode acontecer”.
Com estes resultados, o piloto de Macau ocupa agora o quarto lugar na classificação de pilotos, estando a 333 Racing à frente na classificação de equipas. O CTCC regressa em Setembro para uma jornada de duas corridas no Circuito Internacional de Xangai, no fim-de-semana de 12 e 13 de Setembro.

Vira o disco

Também no Circuito Internacional de Zhuzhou, Rodolfo Ávila deu início à sua temporada de 2020 do campeonato TCR China com quatro subidas ao pódio, conquistando uma segunda posição e três terceiras posições ao volante do MG6 da MG Xpower Team.
“Dadas as circunstâncias, o resultado global do fim-de-semana acaba por ser muito positivo. Não havia muito mais que pudesse fazer. O nosso carro não está ainda ao nível da concorrência e vamos ter que trabalhar para encurtar esta diferença nas próximas provas. Todavia, estes resultados são como um prémio para todos os membros da equipa que fizeram um enorme esforço para que conseguíssemos estar aqui na máxima força”, disse o piloto de Macau.
Os concorrentes do campeonato TCR China regressam ao activo no fim-de-semana de 12 e 13 de Setembro, também no Circuito Internacional de Xangai.

10 Ago 2020

Automobilismo | Rodolfo Ávila soma mais um pódio em Zhuzhou

Após quatro das oito provas do CTCC que estão a ser disputadas no Circuito Internacional de Zhuzhou, o piloto de Macau está no quarto lugar do campeonato. Ávila viu também ontem confirmada a participação no TCR China

 

[dropcap]R[/dropcap]odolfo Ávila (VW Lamando) subiu ontem ao lugar mais baixo do pódio na primeira das duas corridas que se disputaram no Circuito Internacional de Zhuzhou, a contar para o Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC). Na segunda prova, o piloto de Macau não foi além do sétimo lugar, depois de ter arrancado de sexto e queixou-se de problemas com os pneus.

“A primeira corrida correu como esperávamos e é sempre muito positivo ter uma presença constante nos lugares do pódio. Na segunda corrida, voltei a ter os mesmos problemas de ontem, com os pneus a terem uma queda de performance muito grande nas últimas cinco voltas”, afirmou Ávila, em comunicado, no final da prova. “Contudo, um dos meus companheiros de equipa venceu a corrida, o que é um sinal positivo e significa que estamos no bom caminho”, acrescentou.

Após quatro corridas, que se disputaram nos últimos dois dias, Ávila está no quarto lugar com 43,5 pontos. Em primeiro encontra-se o experiente David Zhu (BAIC), com 48,5 pontos, seguido por Martin Cao (KIA) e Dong Dong (VM Lamando).

Hoje é dia de “descanso” no que diz respeito a corridas, mas o piloto tem duas sessões de qualificação que definem a ordem de partida para as quatro corridas de amanhã e domingo, que também são disputado no Circuito Internacional de Zhuzhou.

No TCR China

Além da participação no CTCC, Rodolfo Ávila vai aproveitar o fim-de-semana para correr igualmente no Campeonato da China de Carros de Turismo (TCR China).

O piloto de Macau conduzir o MG6 da MG XPower Team nas seis jornadas duplas do campeonato. A primeira ronda é no Circuito Internacional de Zhuzhou, onde Ávila se encontra também a correr no CTCC, o que significa que nos próximos dois dias vai somar oito corridas. Já anteriormente, o piloto havia tripulado o MG6, mas só ontem teve a oportunidade de testar pela primeira vez o carro para a nova época.

“Obviamente que este não é um cenário ideal, mas depois de tantos adiamentos e interrogações, só estar aqui, pronto a participar nas primeiras corridas do ano, já me deixa bastante feliz”, reconheceu sobre a participação no TCR China. “Conheço bem ambos os carros, as equipas e também o circuito, portanto sinto-me capaz de enfrentar o desafio que temos pela frente. Vivemos tempos especiais e este será com certeza um evento especial”, considerou.

7 Ago 2020

CTCC | Ávila inicia campeonato com subidas ao pódio

[dropcap]R[/dropcap]odolfo Ávila (VW Lamando) alcançou um terceiro e um segundo lugares no primeiro dia de corridas do no Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC), no Circuito Internacional de Zhuzhou. Na primeira prova, o piloto arrancou do nono lugar e conseguiu subir ao lugar mais baixo do pódio.

Na segunda corrida, saiu da pole-position, uma vez que tinha sido o mais rápido na qualificação de terça-feira, e durante várias voltas esteve em primeiro. Contudo, acabaria por ser ultrapassado nas últimas voltas.

“Apesar de tudo, foi um bom arranque de temporada. Tivemos algumas dificuldades no dia de hoje, principalmente faltou-nos tracção, o que tornou difícil lutar de igual para igual com os Kia e os BAIC”, afirmou o piloto de Macau, em comunicado. “Na segunda corrida, que é mais longa cinco voltas, tivemos imensas dificuldades no último terço com os pneus, por isso não consegui manter a primeira posição. Vamos tentar encontrar agora uma solução para este problema, porque já provamos nestes dois dias que temos condições para lutar pela vitória”, acrescentou.

Hoje realizam-se mais duas corridas e amanhã o campeonato faz uma pausa de um dia. Depois, no sábado e domingo, realizam-se mais quatro provas do CTCC, todas no circuito de Zhuhzou.

6 Ago 2020

Rodolfo Ávila arranca para o CTCC na pole-position

[dropcap]R[/dropcap]odolfo Ávila inicia esta manhã a participação no Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC) com as cores da SAIC Volkswagen 333 Racing, a equipa oficial do construtor sino-alemão.

O piloto local enfrenta um verdadeiro exame de dificuldade acrescida no Circuito Internacional de Zhuzhou, na província de Hunan, onde já se encontra, uma vez que em quatro dias os pilotos vão realizar seis corridas.

A jornada representa assim metade do campeonato e o único dia sem corridas acontece na sexta-feira.
Apesar das dificuldades, o vice-campeão de 2018 mostrou-se optimista e não recusa a hipótese de chegar ao título: “Obviamente que gostaria de vencer o campeonato esta temporada, mas não serei o único com o mesmo objectivo. A prioridade, como em anos anteriores, serão os resultados globais da equipa e, como tal, poderei ter que abdicar de melhores resultados individuais em prol do conjunto”, afirmou, em comunicado.

“Vou encarar uma prova de cada vez, pois este é um campeonato longo. Ao todo são dezasseis corridas e a minha experiência diz-me que tudo pode acontecer”, aconteceu.

Adiamento forçado

O CTCC era para ter começado no fim-de-semana passado, mas devido à pandemia as corridas acabaram por ser canceladas. Estas são limitações que se juntam à pandemia da covid-19. Mesmo assim, Ávila confia no carro: “Esta foi uma pré-temporada atípica pelas razões que todos sabemos, portanto só esta semana tive a oportunidade para testar as evoluções introduzidas no VW Lamando. Contudo, estou confiante, pois terminámos 2019 com um carro muito forte e a concorrência teve as mesmas limitações que nós durante o defeso”, considerou.

Para a corrida de hoje, Ávila arranca da pole-position depois de ter feito o melhor tempo na sessão de qualificação, que decorreu ontem.

5 Ago 2020

Shangai SIPG, de Vítor Pereira, goleia e lidera liga chinesa

[dropcap]O[/dropcap] Shanghai SIPG, do técnico português Vítor Pereira, goleou no sábado o Hebei por 4-0, em jogo da segunda jornada da liga chinesa de futebol, e partilha a liderança da prova com o Beijing Guoan.

Um ‘bis’ do austríaco Marko Arnautovic, que marcou aos 45+1 e aos 48 minutos, e outro do brasileiro Ricardo Lopes (72 e 90+3), que já tinha bisado no encontro de estreia na jornada passada, garantiram o triunfo da formação de Xangai, que jogou em campo neutro, devido às restrições impostas na sequência da pandemia de covid-19.

Por causa do novo coronavírus, este ano, o modelo da liga chinesa, que viu o seu início suspenso durante cinco meses, é diferente, com as 16 equipas divididas em dois grupos, de acordo com as suas áreas geográficas, e com jogos apenas em Dalian e em Suzhou.

As equipas estão alojadas num único hotel em cada cidade, num regime de confinamento, com a interdição de contactos nos dois primeiros meses.

3 Ago 2020

Jogador português na China infectado com o novo coronavírus

[dropcap]O[/dropcap] futebolista luso-cabo-verdiano Hildeberto Pereira, que se transferiu na semana passada do Vitória de Setúbal para a China, está infectado com o novo coronavírus, referiu no sábado a imprensa chinesa.

Num comunicado, a Comissão Municipal de Saúde de Guangzhou, cidade no sul da China, revelou o resultado positivo do teste feito a um futebolista estrangeiro de 24 anos, que partiu de Portugal a 28 de Julho e aterrou em Guangzhou no dia seguinte, após passar pelo aeroporto de Amesterdão, nos Países Baixos.

Após aterrar, o futebolista seguiu para um local indicado pelas autoridades, onde iria cumprir a quarentena obrigatória de 14 dias. Após a confirmação do resultado positivo do teste, o homem foi transferido para um hospital de Guangzhou, refere o comunicado.

Segundo o jornal chinês Dalian Evening News, o futebolista em causa é Hildeberto Pereira, que assinou contrato com o Kunshan FC, do segundo escalão do futebol chinês, a China League One. O arranque da temporada de 2020 do futebol chinês foi suspenso após o surto de covid-19.

A Superliga chinesa, na qual atuam o defesa Daniel Carriço e o treinador Vítor Pereira, regressou a 25 de Julho, embora num formato mais curto, com os 16 clubes divididos em dois grupos, cujas equipas irão jogar duas vezes entre si, sempre sem público, em apenas duas cidades: Dalian e Suzhou. Não há ainda data de arranque para os restantes escalões do futebol chinês, incluindo a China League One.

3 Ago 2020

F1 ainda não desistiu de correr na Ásia em 2020

[dropcap]O[/dropcap] Campeonato do Mundo de Fórmula 1 está a debater-se com a mais complexa temporada que há memória e os seus actores fazem malabarismos para que o campeonato cumpra as quinze provas mínimas contractualizadas com parceiros e patrocinadores. Num ano atípico, dada a pandemias, após vinte e quatro anos de interregno, o Grande Prémio de Portugal está de volta. No outro lado da balança, o continente americano foi riscado do calendário. Ao todo já estão confirmados treze Grande Prémios, mas ainda falta saber o que a Fórmula 1 tem guardado para o continente asiático.

Se 2020 tivesse sido um ano normal, o “Grande Circo” iria visitar pela primeira vez o Vietname, teria corridas também em Xangai, na China, em Suzuka, no Japão, e o já habitual Grande Prémio de Singapura. Tanto a cidade de estado, cujo seu evento citadino nocturno é já uma marca no calendário, como o país do sol nascente cancelaram os eventos para este ano. O Grande Prémio da China, a primeira prova a ser adiada esta temporada, e que parecia firme na segunda metade do calendário, “caiu” com o anúncio da Administração Geral do Desporto no início do mês em que dizia que “a China não irá albergar qualquer evento desportivo internacional este ano, excepto eventos de teste para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim de 2022”. O reembolso dos bilhetes começou na semana passada.

Apesar de a maioria dos países do continente asiático continuarem de fronteiras praticamente fechadas ao mundo, a Liberty Media, empresa que detém os direitos desportivos e comerciais da Fórmula 1, ainda não desistiu que o seu campeonato visite esta parte do globo. “Esperamos fazer algumas corridas na Ásia, pois essa é a nossa ambição. Somos o mais flexível que podemos ser, pois a situação, ora fica melhor, ora fica pior, nos diferentes países”, disse Ross Brawn, o director desportivo da Fórmula 1, ao HM.

Apetecível Vietname

O Vietname, que este ano se estrearia na Fórmula 1, está empenhada em que o circuito citadino de Hanói albergue este ano um Grande Prémio, tendo sugerido à FOM a data de 22 de Novembro, seja com ou sem público. A data coincide com a edição deste ano do Grande Prémio de Macau, o que não será um problema para a FOM, mas ter-se-á de adequar com as restantes etapas asiáticas do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 deste ano.

“O Vietname é particularmente empolgante para nós, porque é o primeiro circuito em que estivemos directamente envolvidos em termos de desenho do circuito. Demos conselhos e trabalhamos com Herman Tilke no desenho do circuito para termos a certeza de que tínhamos tudo o que era preciso”, afirmou Ross Brawn, um dos obreiros dos últimos títulos da Ferrari na categoria rainha do automobilismo. “Estou muito entusiasmado com a corrida e tenho muitas esperanças de que a teremos.”

Realizar uma só viagem ao continente asiático seria bastante dispendioso e poderia não fazer muito sentido para as equipas. Portanto, a Fórmula 1 estará a tentar assegurar mais uma ronda no sudeste asiático, antes do fim da temporada que deverá acontecer em Dezembro no Médio Oriente, com corridas no Bahrein e Abu Dhabi. Conversações com o Circuito Internacional de Sepang, na Malásia, estarão em curso. O Grande Prémio da Malásia de Fórmula 1 fez parte do calendário de 1999 e 2017, no entanto, cortes nos apoios e uma receita de bilheteira aquém do desejado obrigaram a administração do circuito a apostar no motociclismo.

3 Ago 2020

Automobilismo | China GT anuncia duas corridas no Grande Prémio

A organização do Campeonato da China de GT anunciou esta semana nas redes sociais, em língua chinesa, o calendário para a temporada que está prestes a arrancar e que inclui, não uma, mas duas visitas ao Grande Prémio de Macau

 

[dropcap]D[/dropcap]epois de mais de meio ano de motores silenciados, a competição chinesa de carros de Grande Turismo (GT) irá iniciar-se no segundo fim-de-semana de Agosto no Circuito Internacional de Zhuzhou. Devido aos constrangimentos causados pela pandemia mundial da COVID-19, a temporada de 2020 do Campeonato da China de GT irá prolongar-se até ao final de 2021, contemplando assim um número recorde de dez eventos, quatro deles fora da China Interior.

Depois da jornada dupla em Zhuzhou e de uma outra no circuito de Fórmula 1 de Xangai, segundo o calendário agora apresentado, a caravana do campeonato chinês tem viagem marcada para o Circuito da Guia para a última prova do ano 2020. Mas o campeonato não termina com a deslocação à RAEM, visto que esta será uma “Super-Temporada”, a primeira de um campeonato nacional chinês de automobilismo. O organizador espera começar o novo ano na Malásia, onde esteve em 2019, para continuar na Tailândia, com uma prova em Buriram, e regressar a território chinês para mais três provas: Xangai, Zhuzhou e Xangai. “Em Novembro de 2021, a primeira Super-Temporada do China GT espera regressar a Macau outra vez e terminar no Grande Prémio de Macau”, é possível ler na comunicação.

A Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau ainda não se pronunciou publicamente sobre o programa da 67ª edição do evento, no entanto, é certo que a Taça GT Macau não será, pela primeira vez nos últimos seis anos, palco da Taça do Mundo FIA de GT. Pela comunicação da organização chinesa, que carece ainda de confirmação pública oficial por parte entidades responsáveis locais, que nesta matéria têm sempre a última palavra, o pelotão do Campeonato da China de GT irá ocupar o lugar deixado vago pela federação internacional.

O Campeonato da China de GT está dividido em duas categorias – uma para carros da categoria GT3 (iguais aos da Taça GT Macau) e outra para carros GT4 (vistos o ano passado a correr na Taça GT da Grande Baía) – e realiza duas corridas por fim-de-semana, não tendo sido revelado o formato que irá utilizar na sua anunciada comparência no Circuito da Guia. Habitualmente, cada carro é pilotado por dois pilotos, sendo um deles profissional e o outro amador.

A competição chinesa começou a ganhar peso e importância a partir de 2016 e tem na sua história um episódio de má memória para o automobilismo de Macau, pois foi neste campeonato que André Couto, ao volante de um Nissan GT-R Nismo GT3, teve o violento despiste na pista de Zhuhai com consequências físicas que o obrigaram a uma longa mas feliz recuperação física em 2017. Para além de Couto, também Rodolfo Ávila, Billy Lo, Mak Ka Lok ou Ip Un Hou representaram no passado a RAEM nesta competição sancionada pela autoridade desportiva nacional da China.

Boa alternativa

Uma presença do Campeonato da China de GT no maior evento automobilístico do sudeste asiático em 2020 irá certamente aumentar o perfil internacional de um campeonato ainda muito focado para o mercado interno, não obstante de contar hoje com um parque automóvel preenchido pelas as várias marcas envolvidas na disciplina: Audi, BMW, Mercedes-AMG, Porsche, McLaren, Lamborghini, etc.

“Caso se concretize, acho que irá tornar o campeonato mais competitivo e atraente para equipas asiáticas, embora tenha ainda uma forte componente chinesa”, admite Duarte Alves, que desde 2017 tem colaborado pontualmente com várias equipas do Campeonato da China de GT, quando o seu preenchido calendário no GT World Challenge Asia e no Super GT (Japão) assim o permite. “Acho que ao inserirem o Grande Prémio de Macau no calendário poderão elevar o estatuto do campeonato. No entanto, não sei como será o formato das corridas, porque regra geral são duas corridas, de uma hora de duração cada, com paragem nas boxes obrigatória, algo que não será fácil aplicar em Macau”.

O experiente engenheiro de Macau reconhece que esta é uma boa alternativa para a continuidade de uma corrida que foi introduzida no programa do evento em 2008. “Falando como fã do Grande Prémio de Macau, assumindo que a Taça GT terá continuidade, é muito positivo para os fãs das corridas de carros de GT3, pois será mais uma corrida desta categoria mas com pilotos profissionais e amadores, isto se as regras normais do Campeonato da China de GT se mantiverem para esta prova”.

24 Jul 2020

GIC Challenge | Rui Valente obtém vitória em Guangdong

Depois de vários contratempos e atrasos, fruto das restrições causadas pela pandemia global da COVID-19, Rui Valente foi o primeiro piloto de matriz portuguesa de Macau a dar início à sua temporada desportiva, e logo com um triunfo na prova de abertura do “GIC Challenge” no passado fim-de-semana no Circuito Internacional de Guangdong

 

[dropcap]U[/dropcap]sando a sua experiência de mais de três décadas de automobilismo, o piloto português da RAEM há mais tempo no activo, levou o seu “velhinho” Honda Integra DC5 a uma vitória incontestável numa corrida, que teve uma hora de duração, na sinuosa pista dos arredores da cidade chinesa de Zhaoqing.

“Estou muito satisfeito com esta vitória, mas não foi uma corrida fácil, pois teve início às 14h40 e foi disputada sob intenso calor”, explicou Rui Valente ao HM, lembrando que não só o piloto, mas também as mecânicas das viaturas sofrem com a elevada humidade e calor que se fazem sentir nesta altura do ano na região do Delta do Rio das Pérolas.

A regulamentação da prova não obriga a reabastecimentos, pois o depósito de gasolina destes carros consegue armazenar gasolina para uma hora seguida de competição. Contudo, as regras ditam que qualquer equipa que inscreva dois pilotos no mesmo carro, terá que efectuar uma paragem após meia hora de corrida. Como Rui Valente correu “a solo”, viu-se obrigado a entrar nas boxes por duas ocasiões, passando no “pitlane” a 60km/h, mas sem a necessidade de imobilizar a viatura. Este contra-tempo de visitar as boxes por duas ocasiões não desmoralizou o “nosso” piloto, que soube como superar as suas limitações e suplantar uma concorrência melhor apetrechada.

Estratégia perfeita

Numa corrida de “endurance”, em que há a necessidade de uma ida às boxes, a rapidez em pista só por si não é garantia de um bom resultado no final. A estratégia do piloto do Honda, um carro que ainda está nas especificações Grupo N (N2000), resultou em pleno, visto que os dois principais candidatos ao triunfo acabaram por ser surpreendidos pela táctica do veterano piloto do território.

“Arranquei de terceiro lugar na grelha de partida e envolvi-me na luta pelo primeiro lugar nas primeiras três voltas, mas depois fiz a minha primeira passagem pelas boxes, deixando-os a disputar a liderança”, contou Rui Valente. “Quando saí, dei mais quatro voltas, passei alguns concorrentes mais lentos e fiz uma nova passagem. Depois, daí em diante, foi sempre a abrir até à bandeira de xadrez”.

O favorito à vitória nesta corrida era um BMW 320si (ex-WTCC), que tinha sido o carro claramente mais rápido na qualificação, no entanto, o piloto perdeu muito tempo em batalhas por posições, caindo na classificação da corrida. “Tenho a segunda corrida do GIC Challenge a 15 de Agosto, e com certeza que os meus adversários vão fazer tudo para me superar, portanto vou ter que me defender. Vou tentar evoluir o velho Honda e torná-lo mais rápido nas rectas, com maior velocidade de ponta”, afirma o piloto que chegou a ser o único representante português na Corrida Guia nos anos 1990s e que nas corridas dos campeonatos de Macau corre actualmente com um MINI Cooper S.

Com este triunfo, Rui Valente foi o primeiro piloto não-chinês a vencer uma corrida de automobilismo na República Popular da China em 2020.

23 Jul 2020

AAMC | Taça é alternativa aos campeonatos de karting e motociclismo

A pandemia da COVID-19 teve impacto nos campeonatos de Karting e Motociclismo da Associação Geral Automóvel de Macau – China (AAMC), que está a considerar organizar uma taça até ao final do ano se a situação assim o permitir

 

[dropcap]O[/dropcap] Kartódromo de Coloane, que deveria receber as seis provas dos campeonatos da AAMC, como é habitual, já voltou a abrir portas, mas a associação ainda não organizou qualquer evento desportivo este ano devido às restrições impostas no combate à crise sanitária. Contudo, com cinco meses ainda pela frente, a AAMC está a ponderar uma alternativa para que as actividades motorizadas no território não tenham um ano sabático.

Numa comunicação, colocada no seu portal electrónico, a AAMC fez saber que: “Os Campeonatos AAMC de Karting e Motociclismo não se iniciaram devido ao novo coronavírus (COVID-19). Iremos continuar a actualizá-los com as últimas da situação. Se no futuro, com as melhoras em várias condições, iremos organizar uma taça de motociclismo e karting independente. As datas serão anunciadas oportunamente”.

Não só as competições do território foram afectadas. A primeira prova internacional de automobilismo da RAEM, que se realiza anualmente no mês de Junho e que conta para o Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC na sigla inglesa), foi cancelada logo no mês de Março. O principal evento do Kartódromo de Coloane é, no entanto, o Grande Prémio Internacional de Karting de Macau que decorre tradicionalmente no mês de Dezembro.

Do lado dos intervenientes, apesar da vontade de voltar a acelerar seja muita, esta paragem forçada é acima de tudo compreendida dado o cenário actual. “A verdade é que também não podemos fazer nada. Trata-se de uma situação bastante séria e ninguém quer arriscar. É complicado, mas paciência temos que seguir o”, explicou ao HM o piloto Álvaro Mourato, uma habitual presença nas corridas de ‘Mini Bike’.

Regras a cumprir

Macau não é caso único no continente asiático em que as competições motorizadas estão paradas. Na China Interior, depois do retorno das competições de carácter regional, só se espera o início dos campeonatos nacionais no final do mês de Julho. Na Malásia e Tailândia, dois dos países do sudeste asiático com maior expressão nos desportos motorizados, só retomaram há uma semana as suas competições, mas ainda com muitas limitações e sem eventos de vulto.

Para a reabertura do Kartódromo de Coloane, apenas para sessões de treinos por agora, foram impostas várias regras. Os participantes das sessões só têm acesso à pista trinta minutos antes da primeira sessão do dia e só poderão permanecer no recinto trinta minutos após a última sessão. Cada participante terá que preencher um formulário antes de se deslocar ao kartódromo e só poderá levar consigo um mecânico. Todas as pessoas presentes nas instalações têm que usar máscara, serem portadores de um certificado de saúde e terão que respeitar todas as regras do distanciamento social.

20 Jul 2020

André Couto ausente da primeira do Super GT

[dropcap]A[/dropcap]ndré Couto vai ser forçado a ficar de fora da primeira corrida da temporada de 2020 do campeonato nipónico Super GT, que decorre este fim-de-semana no circuito de Fuji, devido às restrições de viagens e movimento de pessoas no Japão motivadas pela pandemia mundial da covid-19.

O piloto português da RAEM, que este ano renovou contrato para defender as cores da equipa JLOC (Japan Lamborghini Owner’s Club) na categoria GT300, é um dos vários pilotos estrangeiros que vão estar ausentes da prova de abertura do maior campeonato de automobilismo do Japão. Couto teria que cumprir uma quarentena de catorze dias para entrar no país do sol nascente e depois outra idêntica em número de dias se quisesse regressar a casa, algo muito difícil de aplicar na prática para qualquer piloto não residente no Japão.

“Obviamente que gostaria de estar presente nesta primeira corrida da época, mas, devido às restrições impostas à entrada de cidadãos estrangeiros no Japão, tornou-se impossível a minha presença em Fuji este fim-de-semana. Estou em permanente contacto com a equipa e espero que estas restrições sejam aliviadas nas próximas semanas para que possa estar presente já na próxima corrida”, explicou ao HM o campeão da classe GT300 em 2015.

Devido à ausência dos seus dois pilotos estrangeiros – André Couto e o dinamarquês Denis Lind –
a equipa JLOC teve que reestruturar a sua formação de pilotos de ambos os carros para este fim-de-semana, só com pilotos nipónicos. Yuya Motojima irá mudar-se para o Lamborghini Huracan GT3 nº88, para se juntar a Takashi Kogure, enquanto Tsubasa Takahashi e Shinosuke Yamada unem-se no carro gémeo com o nº87.

Outras ausências

Também de fora da prova deverá ficar Duarte Alves, que está na mesma situação de Couto. O engenheiro português de Macau tem responsabilidades no Audi R8 LMS GT3, da categoria GT300, da equipa X-Works Racing, e ficará igualmente presencialmente afastado desta primeira corrida pelas mesmas razões.

“É uma situação difícil para a equipa, mas estamos a tentar contornar este problema com soluções interactivas que nos permitam manter o mesmo nível de preparação e afinações do carro ao longo do fim-de-semana”, esclareceu o engenheiro da equipa de Hong Kong no campeonato japonês e no GT World Challenge Asia.

O campeonato Super GT terá apenas oito provas esta temporada. Para evitar os movimentos das equipas, será apenas disputado dentro do país este ano e em apenas três circuitos: Fuji, Suzuka e Motegi. Quarenta e quatros carros estão inscritos para esta primeira prova do campeonato.

7 Jul 2020

André Pires já tem o convite para GP Macau 2020

[dropcap]O[/dropcap] piloto português André Pires aceitou o convite da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau e vai participar no 54º Grande Prémio de Motos de Macau, que está agendado de 19 a 22 de Novembro, no programa do 67º Grande Prémio de Macau.

“Já recebemos o convite e estamos ansiosos para ir…”, confirmou Pires ao HM na passada sexta-feira. O piloto de Vila Pouca de Aguiar encontra-se a disputar o Campeonato Nacional de Velocidade de Superbike, competição que arrancou logo após o desconfinamento em Portugal, com uma prova no Autódromo do Estoril e outra no Autódromo Internacional do Algarve.

“Estou com a mesma mota e com a mesma equipa, por isso iremos os mesmos”, explicou o piloto da Beauty Machines Racing Team que tripula uma Yamaha R1 afinada pelos técnicos portugueses. “O campeonato aqui já começou e estamos a treinar e a ganhar ritmo para podermos ir bem preparados a Macau”.

A lista de inscritos da prova será com certeza dada a conhecer mais tarde no ano, mas deverá contar com diversas caras conhecidas do evento. O incontornável britânico Michael Rutter, vencedor por nove vezes desta prova, e o espanhol Raul Torras, foram alguns dos pilotos que publicamente mostraram predisposição para viajarem até nós no final do ano.

Pires estreou-se na prova da RAEM em 2013, no sexagésimo aniversário do evento, com um 13º lugar da geral, sendo desde aí uma presença assídua no Circuito da Guia e, nos últimos anos, o único representante do motociclismo português na “Clássica do Oriente”. O ano passado, numa corrida atribulada que teve duas bandeiras vermelhas e apenas duas voltas competitivas, Pires foi obrigado a abandonar devido a uma queda na Curva Melco, sem consequências físicas para o piloto luso.

Satisfação pelo esforço local

Devido à pandemia da COVID-19, as mais relevantes competições de motociclismo de estrada têm sido praticamente todas canceladas este ano. Para além da Ilha de Man TT, também a North West 200, o Grande Prémio do Ulster, a Classic TT e o Manx GP, não irão acontecer em 2020. Para a grande parte dos pilotos profissionais da disciplina de “road racing”, o Grande Prémio de Motos de Macau irá figurar como a prova mais importante desta encurtada temporada e para alguns, talvez seja mesmo a sua única corrida de um ano para esquecer.

O programa oficial do 67º Grande Prémio de Macau ainda não foi dado a conhecer ao grande público, mas as entidades oficiais têm sido peremptórias em realçar o seu apoio ao maior cartaz desportivo de carácter anual da RAEM. O piloto português já tinha sublinhado aqui no HM a importância da deslocação ao Oriente pela maior parte dos pilotos da categoria este ano, mas não deixou de referir que no caso da sua equipa “estamos muito contentes por, mesmo com esta situação, as entidades responsáveis em Macau estarem a tentar realizar o Grande Prémio. Espero que seja mesmo possível, pois é sinal que as coisas estão a melhorar”.

Devido à conjectura actual, Pires poderá ser mesmo o único piloto, de carros e motos, a deslocar-se de Portugal para a prova, o que a acontecer, será o número mais baixo de sempre desde 1985. A primeira representação portuguesa vinda da metrópole, no que respeita a provas de motociclismo do Grande Prémio, aconteceu apenas em 1986.

6 Jul 2020

Estranha omissão Ferrari Driver Academy deixa jovens de Macau de fora

[dropcap]A[/dropcap]través da Ferrari Driver Academy (FDA), e em parceria com a Motorsport Australia, a Ferrari colocou a primeira pedra do seu projecto para encontrar talentos na região Ásia-Pacifico. A marca do “Cavalinho Rampante” identificou vinte e quatro países e territórios elegíveis para este programa que pretende levar um jovem talento desta zona do globo aos mais altos escalões do desporto motorizado. Curiosamente, ou talvez não, na lista de países e territórios onde consta a Coreia do Norte, não consta Macau!

Segundo o comunicado de imprensa, a Motorsport Australia será responsável pela execução anual das fases iniciais do programa de desenvolvimento no seu Centro de Excelência no Sydney Motorsport Park. Os países e territórios designados, alguns deles sem qualquer traço de história no automobilismo, foram a Austrália, Paquistão, Índia, Nepal, Butão, Bangladesh, Birmânia, Tailândia, Laos, Vietname, Camboja, Malásia, Singapura, Indonésia, Brunei, Filipinas, Japão, Coreia do Norte (!), Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Sri Lanka, Nova Zelândia e China.

Os candidatos dos países designados e qualificados para participar desta iniciativa, com idades compreendidas entre 14 e 17 anos, precisarão de viajar até Austrália, e custear as suas despesas, para participar da avaliação. Um número a designar dos melhores pilotos deste grupo inicial será convidado a continuar nas etapas seguintes do programa, onde a Motorsport Australia e a FDA irão determinar em conjunto os melhores dois pilotos do ano da região. Os dois melhores serão convidados a viajar até Itália, para na pista de testes de Fiorano competirem contra os pilotos das academias de todo o mundo. Ao piloto vencedor das várias academias será oferecido um volante na FDA num campeonato europeu de Fórmula 4.

O HM contactou a Scuderia Ferrari, que tem a tutela Ferrari Driver Academy (FDA), e a Motorsport Australia, para obter uma justificação para a omissão, propositada ou não, da RAEM da lista de países e território elegíveis para este programa, mas, apesar das insistências, até à publicação deste artigo não obteve qualquer resposta.

Macau não é um lugar estranho à FDA, pois os jovens da academia de pilotos da marca de Maranello costumam ser presença habitual no Grande Prémio de Macau. Só na corrida de Fórmula 3 do passado foram quatro os representantes da FDA em pista: Callum Ilott (6º), Marcus Armstrong (8º), Enzo Fittipladi (16º) e Robert Shwartzman (abandono).

1 Jul 2020

GT | Construtores apoiam o GP Macau

A Federação Internacional do Automóvel (FIA) abdicou da organização da Taça do Mundo de GT da FIA este ano, no entanto, a maioria dos construtores que dariam corpo a este troféu pretende estar representada no 67º Grande Prémio de Macau, se tiverem uma oportunidade para o fazer

 

[dropcap]O[/dropcap] programa do maior evento desportivo de caracter anual do território ainda não é do domínio público, no entanto, a realização da Taça GT Macau, uma corrida que foi introduzida no evento em 2008, não deverá ficar comprometida pela ausência de um título mundial a atribuir, visto ao interesse na corrida de várias equipas do continente asiático e não só. Por outro lado, esta era uma corrida que já tinha corrida quatro construtores confirmados – Audi, BMW, Mercedes AMG e Porsche – que, na sua maioria, mantêm-se interessados.

O evento do Circuito da Guia deixou de ser apenas um marco importante para as corridas de monologares e de carros de Turismo, como era até há uma década, mas também já se tornou numa paragem obrigatória para os grandes intervenientes das corridas de Grande Turismo, como a Audi. A marca de Ingolstadt venceu esta corrida por quatro ocasiões, com Edoardo Mortara a triunfar três vezes consecutivas na Taça GT Macau, de 2011 a 2013, e Laurens Vanthoor vencer na atribulada segunda edição da Taça do Mundo, em 2016.

Ao HM, Chris Reinke, o responsável máximo pela Audi Sport customer racing, deixou claro que a visita anual a Macau faz parte dos planos da marca através das equipas que defendem as cores da marca dos anéis que estão baseadas no continente asiático: “Para a Audi Sport customer racing, a Taça do Mundo em Macau é parte integral do nosso programa e única para nós, como evento. Gostaríamos de ter ‘começado’ em 2020, mas a tradicional Taça do Mundo de GT não terá lugar este ano devido à crise do novo coronavírus. Se houver uma corrida no circuito citadino da Guia e os clientes da Audi Sport quiserem participar, nós iremos apoiar como é hábito, como parte do apoio da Audi Sport customer racing Asia”, asseverou Reinke.

Em sintonia

Tal como a Audi, a Porsche tem vindo a construir uma forte clientela na região e não foi por acaso que em 2017 abriu um quartel general só para a competição automóvel em Xangai. Como tal, a marca de Weissach espera estar representada numa corrida que venceu uma única vez, logo na prova de de estreia em 2008.

“O Grande Prémio de Macau é uma corrida icónica na região e a Porsche Motorsport Asia Pacific tem tido enorme prazer em apoiar os seus clientes na disputa deste evento emblemático nos últimos anos. Olhando em frente, o nosso compromisso em apoiar os nossos clientes continua inalterado”, esclareceu Alex Gibot, o responsável máximo pela Porsche Motorsport Asia Pacific, ao HM.

Na edição passada da prova, num esforço de quatro Porsche 911 GT3-R e que se saldou em dois pódios, a Porsche Motorsport Asia Pacific esteve ao lado da alemã ROWE Racing e da chinesa Absolute Racing. A equipa que tem bases em Xangai e Zhuhai tem vindo a representar a Porsche no campeonato GT World Challenge Asia e pontualmente no Intercontinental GT Challenge, sendo uma potencial candidata a defender as cores da marca em Novembro.

BMW do contra

Durante décadas o Circuito da Guia foi um poço de alegrias para a BMW, aliás o Grande Prémio de Macau ajudou a construir o nome da marca da Baviera nesta parte do globo. Com algumas excepções, como as participações de Augusto Farfus, vencedor da Taça do Mundo de GT em 2018, infelizmente, nas duas últimas décadas a BMW tem se afastado da prova, como também tem perdido protagonismo para as suas rivais na região. Portanto, não é de estranhar que seja a única marca a admitir publicamente que retirou o Grande Prémio do seu calendário desportivo.

“Como a Taça do Mundo foi cancelada pela FIA, não haverá participação da BMW Motorsport”, explicou um porta-voz da BMW Motorsport, acrescentando que “as nossas equipas clientes são independentes e, como tal, podem decidir em que competições querem tomar parte”.

O HM tentou obter uma reacção da Mercedes-AMG, mas à data desta publicação, o construtor de Estugarda não respondeu à nossa solicitação. Contudo, o HM sabe que duas das equipas que utilizam os carros da marca da estrelinha terão mostrado interesse em regressar à RAEM este ano.

O programa e o formato das corridas do Grande Prémio de 2020 ainda não são do conhecimento público, mas o Coordenador da Comissão Organizadora, Pun Weng Kun, em declarações à imprensa na passada quinta-feira, pediu à população de Macau para continuar a apoiar o evento e afirmou que a organização tem várias opções à mão para a prova que está agendada de 19 a 22 de Novembro.

23 Jun 2020

Automobilismo | Badaraco vai tentar recuperar a Taça de Carros de Turismo de Macau

O vencedor da Taça de Carros de Turismo de Macau em 2017, na classe para viaturas com motores 1600cc turbo, Jerónimo Badaraco, vai tentar repetir o feito no próximo mês de Novembro. O experiente piloto macaense estava a contar participar nesta mesma corrida do programa do Grande Prémio de Macau em 2020, no entanto, o plano inicial, antes da pandemia da Covid-19, contemplava que alinhasse na categoria 1950cc ou Superior

 

[dropcap]“A[/dropcap]ntes da organização decidir que não havia qualificação este ano, era para correr na categoria 1950cc ou Superior. Mas como agora não vamos ter qualificação, a minha equipa, a Song Veng Macau Racing Team, decidiu continuar na classe 1.6T com o Chevrolet Cruze, o mesmo carro com que venci no ano de 2017”, explicou o “Nóni” ao HM.

Badaraco quer esquecer a prova do ano passado no Circuito da Guia, onde problemas técnicos no carro o afastaram de um possível lugar no pódio. Isto, após ter conseguido um promissor quinto lugar da geral na grelha de partida, sendo o terceiro mais rápidos dos concorrentes da categoria 1.6T. Em 2019, a corrida que junta dois tipos de regulamentos técnicos diferentes, algo que não é do agrado da generalidade dos pilotos, teve pela primeira vez como vencedor à geral um carro da categoria 1.6T – o Peugeot RCZ de Paul Poon.

“O ano passado se não tivesse um problema na caixa de velocidade nos treinos e depois um problema no motor na corrida, também teria conseguido chegar ao pódio. Por isso, acho que a minha equipa tomou uma boa decisão em manter-me na classe de 1.6T. Espero que este ano consigamos ter mais tempo para preparar melhor o carro e vamos ver se conseguimos conquistar mais um pódio”, afirma Badaraco que tem no seu currículo passagens pelo mundial (WTCC) e asiático (ATCC) de carros de Turismo.

Missão possível

Nos últimos anos, os Chevrolet Cruze da Song Veng Macau Racing Team provaram ser máquinas capazes de ombrear com os super-favoritos Peugeot RCZ da Suncity Racing Team, preparados pela equipa de Hong Kong Teamwork Motorsport. Esta luta prolongar-se-á, pelo menos, por mais dois anos, altura em que se espera que estes carros saiam de circulação.

“Tudo pode acontecer na pista, especialmente no Circuito da Guia”, realça o piloto de território que foi o último vencedor da Taça ACP (Automóvel Club de Portugal) em 1999. “Estamos confiantes, porque no ano 2017 vencemos os Peugeot da Suncity Racing Team. Isto quer dizer que nós somos capazes de os superar! Mas claro, nada é fácil, especialmente porque eles têm uma equipa boa e bons carros. Mesmo assim vamos lutar pela vitória”.

Antes da corrida mais importante de uma temporada que vai arrancar muito mais tarde que o previsto, Badaraco espera ainda colocar alguns quilómetros de treinos no seu carro, no entanto, por agora ainda não tem em mãos um plano concreto. “Como, por agora, não sabemos quando é que vai reabrir a fronteira, ainda não temos planos, mas de certeza que vou testar o carro quando pudermos passar a fronteira”.

A 67ª edição do Grande Prémio de Macau está agendado de 19 a 22 de Novembro, mas o programa de provas ainda não foi revelado.

17 Jun 2020

Moto GP | Mundial arranca em 19 de Julho, em Jerez de la Frontera

[dropcap]O[/dropcap] Mundial de Moto GP de 2020 vai começar em 19 de Julho no circuito espanhol de Jerez de la Frontera, sem a alternativa de Portugal no calendário revisto do campeonato de velocidade de motociclismo, anunciado ontem pela Dorna.

A empresa promotora do campeonato anunciou, para já, a realização de 13 provas, todas em solo europeu, cinco das quais em formato de jornadas duplas.

O campeonato do mundo de velocidade em motociclismo arranca, assim, em 19 de Julho, em Jerez de la Frontera, circuito que acolhe a segunda ronda, uma semana mais tarde.
Em 9 de Agosto é a vez de Brno, na República Checa, receber a terceira jornada, seguindo-se a Áustria, em 16 e 23 de Agosto, no Red Bull Ring de Spielberg.

São Marino, em 13 e 20 de Setembro, acolhe as sexta e sétima jornadas, no circuito de Misano.
O campeonato segue depois para a Catalunha (Espanha), em 27 de Setembro, e Le Mans (França), em 11 de Outubro.

O Motorland de Aragão (Espanha) recebe duas corridas, em 18 e 25 de Outubro e o campeonato encerra em Valência (Espanha), com nova jornada dupla, em 8 e 15 de Novembro.

Os Grandes Prémios das Américas (Estados Unidos), Argentina, Tailândia e Malásia carecem ainda de confirmação, que o promotor do campeonato pretende dar para antes de 31 de Julho.

O campeonato não terá mais de 17 eventos, incluindo o já realizado (nas categorias de Moto2 e Moto3) GP do Catar. Isto significa que pelo menos uma das corridas previstas não será realizada.

O piloto português Miguel Oliveira (KTM) vai cumprir em 2020 a segunda temporada em MotoGP, a classe ‘rainha’ do Mundial de velocidade de motociclismo, depois de ter sido 17.º classificado em 2019, com um total de 33 pontos.

12 Jun 2020

FIA | Responsável explica cancelamento da Taça do Mundo de GT

Foi através de um parágrafo atípico dentro de um comunicado de imprensa sobre a Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) que a Federação Internacional do Automóvel (FIA) revelou que não seria realizada este ano a sexta edição da Taça do Mundo FIA de GT no âmbito do Grande Prémio de Macau. Das duas frases dedicadas ao assunto, destacava-se apenas a seguinte: “A FIA irá trabalhar com as partes interessadas para investigar opções para trazer o evento de volta no futuro”

 

[dropcap]N[/dropcap]enhuma razão foi apontada por Paris para o cancelamento de uma corrida que tinha já quatro construtores confirmados: Audi, BMW, Mercedes AMG e Porsche. Contudo, em entrevista à revista francesa Auto Hebdo, Leena Gade, a Presidente da Comissão de GT da FIA, levantou um pouco véu sobre o assunto. “A decisão foi tomada pelos organizadores do evento em consulta com a FIA, pois a Taça do Mundo de GT da FIA é uma parceria entre as duas organizações”, clarificou.

De acordo com a engenheira britânica, “é difícil atribuir um único motivo (para a não realização da prova), pois foi uma combinação de factores. Do ponto de vista logístico, era impossível que qualquer uma das partes saiba quais serão as restrições de viagem ou quarentenas a aplicar daqui a cinco meses e mesmo que o Governo de Macau possa implementar medidas especiais, não pode influenciar o que outros governos poderão fazer àqueles que regressem de Macau. Além disso, a pandemia da Covid-19 mudou significativamente o mercado das corridas de GT e não podemos dizer quais serão os efeitos a longo prazo.

Como se trata de um evento extra-campeonato, teria sido muito mais difícil este ano para as equipas participarem. O combinar do orçamento reduzido dos construtores e o acumular de um número muito maior de corridas naquela altura do ano tornaria quase impossível construir uma boa grelha de partida”.

A responsável da FIA menorizou o facto de o Grande Prémio ser realizado no centro da cidade, não tendo sido este um factor que pendeu na decisão de cancelar o evento este ano. Isto, porque, segundo a própria, pilotos, equipas e oficiais de corrida estarão sempre numa zona reservada e de acesso vedado ao público em geral, se a organização assim o entender.

Porta aberta para 2021

Durante os cinco anos em que a Taça GT Macau deu corpo à Taça Mundial da FIA foram várias as vozes que publicamente mostraram o seu desagrado pela atribuição deste troféu numa pista com as características tão particulares do Circuito da Guia. Todavia, Leena Gade explicou à publicação semanal francesa que “mover o evento para outro local não resolveria os desafios que este deveria ter enfrentado em Macau. Os orçamentos seriam sempre cortados e os conflitos de data com outros eventos ainda existiriam. Além disso, acho que a razão pela qual a Taça do Mundo de GT da FIA funcionou até agora deve-se à presença de Macau. É um circuito histórico, usado apenas uma vez por ano, o que o torna especial e interessante. Se uma Taça do Mundo fosse realizada num circuito convencional, seria difícil esta se diferenciar”.

A ex-estrategista da Audi realçou as boas relações entre a FIA e a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC), esclarecendo que no próximo ano a federação internacional irá voltar a falar com as entidades responsáveis da RAEM. “Obviamente que discutiremos a edição de 2021 com eles primeiro”, referiu Leena Gade, acrescentando que, “no entanto, temos de ser realistas e o evento deve ser viável para todas as partes”, não deixando margens para dúvidas que “consideraremos todas as outras opções disponíveis para nós”.

O programa da 67ª edição do Grande Prémio de Macau ainda não é do domínio público, no entanto, a realização da Taça GT Macau, uma corrida que foi introduzida no evento em 2008, não deverá ficar comprometida pela ausência do título mundial, visto ao interesse na corrida de várias equipas do continente asiático e não só.

12 Jun 2020