Médio brasileiro Paulinho deixa o Guangzhou FC por não poder entrar na China

O futebolista brasileiro José Paulo Bezerra, conhecido como Paulinho, anunciou hoje a sua saída do clube chinês Guangzhou FC, face à impossibilidade de voltar à China, que encerrou as fronteiras, como medida de prevenção contra a covid-19.

Na sua conta oficial no Instagram, o médio, que jogou também no Barcelona e Tottenham, afirmou que se trata de uma “despedida precoce”, mas que, “infelizmente, a pandemia alterou profundamente a dinâmica mundial”.

“Devido à pandemia, eu e o clube pensamos ser melhor chegar a um acordo. Então, o meu ciclo como jogador do Guangzhou termina aqui”, explicou Paulinho, numa mensagem filmada.

O futebolista relembrou a passagem pelo Guangzhou FC – anteriormente conhecido como Guangzhou Evergrande -, com o qual disputou 172 jogos, marcou 74 golos e conquistou oito títulos.

A imprensa chinesa referiu a tristeza dos adeptos do clube, mas apontou que também é um “grande alívio financeiro” para o Guangzhou FC, após as últimas regras aprovadas pela Associação Chinesa de Futebol, que estipulam em 600 milhões de yuan o orçamento máximo do clube.

Paulinho, de 33 anos, junta-se assim ao seu compatriota Talisca, que deixou o Guangzhou FC no mês passado e foi contratado pelo Saudi Al-Nassr. O jogador está por enquanto sem clube.

Os primeiros casos do novo coronavírus foram detetados pela primeira vez na cidade de Wuhan, no centro da China, em dezembro passado, mas, com exceção de surtos esporádicos e localizados, a vida regressou ao normal no país asiático.

Perante a propagação da doença por todo o mundo, a China praticamente fechou as fronteiras, em 26 de março de 2020, permitindo a entrada de estrangeiros no país só em casos considerados essenciais.

21 Jun 2021

Euro 2020 | Selecção portuguesa goleada em Munique

Bastava sair da ilusão do passado lusitano para perceber a ingenuidade de Portugal. A Alemanha estava debilitada, vinha de um jogo menos conseguido frente à França e parecia presa fácil para as tropas de Fernando Santos. Mesmo com todos os défices, a Mannschaft dominou e goleou o campeão europeu em título por 4-2. Sem grande surpresa, devido ao desempenho luso, a presença da selecção das quinas pode ter os dias contados

 

Por Martim Silva

Há uma certa bênção no início, quando tudo o que faz parte do jogo é um presente. A paixão é pura e o futuro é limpo. O caminho é claro. Mas todos sabemos que isto nem sempre acontece. O jogo contra a Hungria trouxe todo um percurso ideal, que visto de fora não tinha como correr mal. Uma vitória clara sobre um não candidato promoveu exaltações desnecessárias e Coca-Colas a menos. Foi com este espírito que Portugal foi a jogo contra a campeã mundial de 2014, no segundo encontro a contar para o Grupo F do Euro 2020.

Os alemães riram-se perante a atitude portuguesa de equipa pequena. Foi assim quase o jogo todo. A Alemanha com bola e Portugal sem ela. Não se demorou muito a perceber que esta nova versão germânica não foi a mesma que defrontou os gauleses. O adversário era diferente, também. Portugal não se compara com a França. Perante tanta bola e perigo do adversário, a equipa orientada por Fernando Santos após um contra-ataque bem trabalhado conseguiu colocar-se em vantagem no marcador. Logo aos 15 minutos de jogo e após passe de Bernardo Silva a isolar Diogo Jota, o avançado do Liverpool recebe de peito e assiste para o golo de Cristiano Ronaldo. O caminho parecia claro, a estrelinha do seleccionador português voltava a brilhar.

Mas cada conquista portuguesa é seguida de desastre e de Adamastores. Com aquilo que Portugal tinha feito no primeiro quarto de hora da partida, o resultado parecia injusto. No futebol não há certezas e nem sempre ganha quem se espera. Contudo, quem trabalha e se sente confortável na adversidade é capaz de mundos e fundos. No meio da incompetência portuguesa de não conseguir retirar o esférico ao adversário, os alemães marcaram dois golos em 4 minutos, ambos auto-golos: um de Rúben Dias aos 35 minutos e outro de Raphaël Guerreiro aos 39 minutos.

A ingenuidade conquistada após o triunfo sobre a Hungria, desaparecia. Já não existiam mais bengalas para apoiar as costas decrépitas da selecção das quinas. A nação portuguesa perdia fé e os alemães continuavam hirtos, confiantes e sem medo dos pontos fortes do campeão europeu de 2016. O onze inicial e as dinâmicas ofensivas portuguesas foram iguais às do jogo frente à Hungria. Bruno Fernandes continuava distante da bola, Bernardo Silva colado à direita e Cristiano Ronaldo livre em todo o campo. Danilo Pereira e William Carvalho foram titulares, novamente, jogando um ao lado do outro.

Não se conhece nenhuma equipa do topo europeu que jogue com dois trincos puros como titulares e tenha sucesso. Mas Fernando Santos vê um jogo completamente diferente.

Seguindo o mesmo guião da primeira parte, Portugal continuou idêntico na segunda. A única luz da selecção das quinas apareceu com a entrada de Renato Sanches após o intervalo. O médio do Lille deu capacidade de progressão com bola e solidez defensiva nos duelos. Mas o futebol é um desporto colectivo. Sem bola e a ver os alemães a trocá-la, Portugal procurava o jogo directo, não estando capacitado para fazer três passes certos. Por volta dos 51 minutos, Kai Havertz marca o terceiro golo germânico. Robin Gosens fez o quarto tento alemão 9 minutos depois. Diogo Jota marcou o segundo golo lusitano aos 67 minutos após assistência de Ronaldo.

Esquecer o passado

No fim da partida, e ainda dentro do calor do jogo, Fernando Santos apelidou a Alemanha como “uma das melhores equipas do mundo” não admitindo fazer alterações no jogo derradeiro frente à França. “Vamos ter de olhar para o jogo e falar com os jogadores. Eles tentaram. Agora é limpar a cabeça que temos um jogo muito importante com França. Quero é seguir em frente (…). Querer a lua como já queríamos para este jogo é um bocadinho perigoso para os meus jogadores”.

Para o seleccionador português, a pressão deitada em cima das costas dos seus jogadores é infundada e desnecessária. Para Fernando Santos, o caminho é este. Portugal foi campeão europeu e vencedor da Liga das Nações desta maneira. Porquê duvidar? Mas o treinador português parece não entender o elementar. Um campeão tem sempre pressão e só a consegue pôr de lado quando se comportar como tal. O jogo de Portugal contra a Alemanha mostrou uma equipa sem rumo ou ideias para fazer mais do que aquilo que fez. Conquistar um Euro desta maneira, só indo a Meca.

 

França evita susto com empate – Gauleses estiveram a perder frente à Hungria

Talvez com algum excesso de confiança à mistura, a selecção francesa entrou em campo com a certeza da conquista dos três pontos. Com os húngaros a não mostrarem muito frente a Portugal, as favas pareciam contadas. Apesar do favoritismo francês, a Hungria continuava com solidez defensiva, já o tinha mostrado no jogo anterior, e a criar mais perigo do que se esperava.

Sendo o adversário um autêntico osso duro de roer, a França acartou a tarefa de construir o jogo, ter a posse de bola e tentar encostar a Hungria às cordas. Os campeões mundiais não foram regulares neste momento do jogo. Quando tiveram a iniciativa da partida, não deixaram fluir o seu talento natural. A bola tardava a ir de um lado para o outro, os três médios Adrien Rabiot, Paul Pogba e N’Golo Kanté pouca influência exerceram dentro de campo. Com capacidade suficiente para ganhar o jogo, faltou engenho.

A Hungria, porém, castigou a passividade da França, chegando ao golo aos 46 minutos. O 1-0 para os húngaros chega com um remate do defesa Attila Fiola que ficou isolado frente a Hugo Lloris, guarda-redes francês, depois de um belo passe do seu compatriota Roland Sallai. Os franceses iam para intervalo com um sabor amargo na boca.

A segunda parte trouxe mais algum desperdício francês em frente da baliza. Na primeira parte, a baliza do guardião da Hungria, Peter Gulascsi, já tinha sido incomodada. Aos 58 minutos de jogo, Ousmane Dembélé, que entrou para substituir Rabiot, rematou ao poste após uma bela jogada individual. Mas aos 66 minutos, a França evitou um mal maior. Após sucessivos erros da defesa húngara, Griezmann marca o golo francês. Com este empate, a última jornada deste Grupo F é cada vez mais crucial.

Paulo Sousa complica contas espanholas

A missão parecia quase idêntica. Com a Polónia a perder com a Eslováquia e a Suécia a arrancar um nulo frente à Espanha, o palco estava montado para polacos e espanhóis deixarem de remar contra a maré. Em jogo que colocou frente a frente Paulo Sousa e Luis Enrique, foi Robert Lewandowski quem mandou em campo. O embate entre ambos foi jogado em Sevilha e desencadeou-se como qualquer jogo com toque de nuestros hermanos. Muita bola e agressividade na recuperação da mesma, tendo por base as tabelas curtas e possível ataque à profundidade com variações de flancos para apanhar os polacos em desvantagem numérica.

Apesar de várias oportunidades espanholas, a Polónia conseguiu criar mais perigo que a Suécia criou no jogo anterior, muito devido a Lewandowski, o avançado do Bayern de Munique. Com as limitações da exibição do craque polaco no jogo frente à Eslováquia, não havia maior palco para mostrar a qualidade de um dos possíveis nomeados para a Bola de Ouro deste ano. Com o golo espanhol marcado por Álvaro Morata aos 25 minutos, a segunda parte não parecia prometedora para o conjunto orientado pelo ex-internacional português. Mas da cabeça de Lewandowski saiu o golo polaco, marcado aos 54 minutos.

A Polónia foi capaz de criar ainda mais perigo e tendo em conta o típico domínio espanhol, o resultado foi justo. Os principais elogios à exibição de Lewandowski e à capacidade mental polaca, vieram do próprio Paulo Sousa. “A nossa mentalidade foi o ponto chave. Estamos a tentar mudar isso, para sermos mais ambiciosos no nosso jogo e isso foi algo que se viu na segunda parte. (…) Ao ter um líder como o Robert, que luta por todas as bolas e consegue ganhá-las, que leva pancada de todos, que liga com todos os colegas, a marcar, a cruzar, que está em todo o lado. A energia e determinação dele foram cruciais, porque o jogo pedia isso mesmo.” rematou o seleccionador da Polónia.

21 Jun 2021

Euro 2020 | Selecção lusa defronta Alemanha no primeiro teste de fogo

Há rivalidades históricas que fazem o coração luso bater mais rápido. Seja contra Inglaterra, França ou Alemanha, o orgulho português torna-se gigante e imbatível. Em termos práticos, os confrontos contra os alemães são como o Evereste. Desde o ano 2000 que Portugal não sorri contra os germânicos. Mas cada Evereste terá um Sir Edmund Hillary, alguém capaz de o escalar

Por Martim Silva

 

Nuno Mendes ainda não tinha nascido. João Félix tinha um ano de idade e Cristiano Ronaldo ainda estava nas camadas jovens do Sporting Clube de Portugal. O ano dava início ao milénio e Portugal vencia a Alemanha pela terceira e última vez em 21 anos. Estávamos em território francês e em pleno Euro 2000 quando Sérgio Conceição marcava três golos à Mannschaft no terceiro jogo da fase de grupos da competição.

Volvidas duas décadas, Portugal é campeão europeu e a Alemanha campeão mundial de 2014. Parece existir menos desequilíbrio entre ambas as equipas, algo que não concorda com o histórico de confrontos.

O grupo F do Euro 2020 é um autêntico grupo da morte. Portugal já passou o primeiro teste com menção de excelência, com a vitória frente à Hungria por 3-0. Já a Alemanha, não parecia a selecção que tantas noites em branco deu aos portugueses quando perdeu por 1-0 frente à França. Os dois jogos são ilustrativos do momento de forma das equipas. Esta selecção germânica não impressiona. Não tem nomes sonantes e já está na calha um novo seleccionador, o ex-treinador do Bayern de Munique, Hans Flick, que tomará conta da equipa depois deste Euro.

Contra a França, a Alemanha foi uma nulidade ofensiva, tendo tido bastantes dificuldades em ultrapassar a barreira gaulesa. Não foi um jogo anormal, porque a França não perde em competições oficiais desde Junho de 2019 frente à Turquia.

Apesar de qualquer inferioridade alemã, continua a existir poderio do lado do adversário da selecção das quinas, pelo menos no lado mental. Portugal terá uma certa desvantagem por ter de lidar com esse historial negativo de confrontos. Ter de passar esta barreira poderá desbloquear a tal “ansiedade” que Fernando Santos atribuiu à sua equipa no início da segunda parte contra a Hungria. Com isto em mente, Portugal irá defrontar o teste mais difícil desde 2016 quando derrotou a França, conquistando o Euro.

Não ter um adversário à altura desde 2016 pode ser problemático para a equipa lusa, mas não há nada melhor que ter logo um embate contra um gigante no segundo jogo da competição de maneira a preparar uma possível reconquista.

Chave da experiência

Com o teste mais difícil à porta desde que o Euro de Portugal teve início, não há necessidade para o medo se interiorizar no seio desta equipa porque o conjunto luso já mostrou que consegue alcançar grandes conquistas.

Sem defrontar a Alemanha desde 2014, e com a consciência da dificuldade da tarefa, jogadores como Pepe, Ronaldo e João Moutinho podem liderar os mais jovens e estreantes jogadores a não pensarem nos aspectos negativos do embate entre os dois gigantes europeus. Os três craques acima nomeados já experimentaram todas as surpresas, todos os sentimentos e todos os ensinamentos que o desporto rei lhes atirou à cara. Ter vozes destas ajudará o balneário português a ficar calmo e a entender que o seu lugar é a batalhar contra os melhores deste mundo.

A montanha é grande, e em termos teóricos pode parecer um trajecto impossível, mas para Bruno Fernandes, médio do Manchester United, a confiança é um dado adquirido.

“Espero uma selecção a tentar ganhar e o que espero de nós é uma equipa a tentar ganhar. É difícil prever porque o jogo tem vários momentos, decisões tomadas ao segundo e o nosso objectivo passa por ter bola e ganhar”. Ter jogadores a pensar desta maneira só trará indícios positivos ao jogo de sábado para domingo (00:00). Nuno Mendes falhou o treino de quinta-feira devido a uma mialgia na perna esquerda. Com esta baixa, Raphaël Guerreiro irá assumir, novamente, a titularidade na lateral esquerda.

A Alemanha só será um adversário complicado se a selecção lusa acreditar que sim. Com confiança e motivação em ser, novamente, campeão europeu, Portugal é capaz de mover mundos e fundos até ao objectivo final. Dia 11 de Julho é o dia mais importante e onde o foco deverá permanecer sempre. Contra os alemães marchar!

Itália vence Suíça com dois golos de Locatelli

Como a identidade histórica dos azzurri reside quase sempre nos processos defensivos, fica claro que a selecção de Roberto Mancini é muito mais que uma equipa a praticar o catenaccio de Helenio Herrera. Por fim a dizer presente no lote dos favoritos a conquistar o Euro, Itália venceu a Suíça por 3-0 numa exibição completa e premiada pelo puro talento ofensivo. O jogo começou de forma intensa, aliás se existe característica apontada às diversas equipas italianas é a garra, com a Suíça incapaz de sair do seu meio-campo devido à pressão alta que os médios Manuel Locatelli, Nicolò Barella e Jorginho exerceram em Remo Freuler e especialmente Granit Xhaka, os médios helvéticos. Apesar da dificuldade na 1.ª fase de construção, com médios e laterais italianos a pressionarem o lado onde estava a bola, a Suíça não era capaz de ocupar o espaço deixado nas costas de Barella e Locatelli, havendo uma grande distância entre estes dois e o médio mais recuado, Jorginho. Esperava-se mais desta selecção orientada por Vladimir Petkovic mas a noite pertenceu mesmo aos italianos, e, concretamente, a Locatelli. O médio do Sassuolo, cobiçado pela Juventus, marcou dois golos.

O primeiro foi logo aos 26 minutos a concluir uma boa jogada iniciada pelo próprio, finalizando após assistência de Domenico Berardi. O segundo, aos 52 minutos, foi através de um remate com o pé esquerdo à entrada da área suíça.

O terceiro e último golo foi marcado por Ciro Immobile aos 89 minutos. Mesmo com a vitória expressiva em mente, Mancini desvaloriza o favoritismo “No Euro há França, Portugal e Bélgica. Um destes é campeão mundial, outro é campeão europeu e o último é a melhor selecção no ranking. Estas equipas foram construídas ao longo de anos sendo normal estarem mais à frente que nós, mas tudo acontece no futebol (…)” concluiu o seleccionador italiano.

No reino da previsibilidade, venceu a Rússia

Depois de a Finlândia ter surpreendido a Dinamarca no jogo de abertura do Grupo B, expectava-se que o mesmo poderia acontecer frente à Rússia. Após a goleada por 3-0 contra a Bélgica, o conjunto russo quis dar outra resposta e o seleccionador Stanislav Cherchesov mexeu no onze procurando dar nova vida à sua equipa. Substituiu o experiente guarda-redes Anton Shunin pelo jovem Matvei Safonov e tirou do onze Yuri Zhirkov e Andrey Semyonov, tendo colocado o médio da Atalanta Aleksey Miranchuk e o defesa Igor Diveev.

A Finlândia apenas alterou uma peça no seu onze inicial, trocando Tim Sparv por Rasmus Schüller. As mudanças não melhoraram a estética do encontro. Ambas as equipas tinham processos ofensivos semelhantes, não mostrando grande variedade ou surpresa no ataque à baliza adversária. A organização ofensiva tinha sempre o mesmo tipo de jogada e finalidade, especialmente da parte da Rússia. Os processos ofensivos eram mais colectivos que individuais, no entanto os russos mostravam alguma incapacidade em chegar a zonas de finalização e a criar oportunidades de golo. Quanto à Finlândia, os processos criativos passavam mais pela individualidade de Glen Kamara, Teemu Pukki e Joel Pohjanpalo, também estes incapazes de incomodar a baliza de Safonov.

Apesar da falta de poderio ofensivo, Miranchuk acabou por decidir o encontro ainda antes do intervalo. Lançado pelo seu seleccionador, o médio ofensivo concluiu uma jogada de combinação com o avançado Artem Dzyuba dentro da grande área com um belíssimo golo ao canto superior esquerdo da baliza finlandesa. Foi-lhe atribuído o prémio de melhor em campo de forma justa. O médio russo teve uma óptima exibição e um golo ainda melhor.

18 Jun 2021

Vencedor do Grande Prémio aposta nos simuladores

Num momento em que a sua carreira enquanto piloto se encontra em “banho-maria”, o vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 4, Charles Leong Hon Chio, iniciou um projecto que pretende trazer “novo sangue” ao automobilismo de Macau, usando para isso os simuladores e o entusiasmo em redor do “sim racing”, a modalidade electrónica que replica os desportos motorizados

 

Mesmo após ter triunfado na corrida de Fórmula 4 do Grande Prémio de Macau do ano transacto, Charles Leong estava ciente que este resultado poucas possibilidades lhe poderia abrir no desporto motorizado. A pandemia veio afectar fortemente o ecossistema do automobilismo no continente asiático e as oportunidades de um jovem da RAEM evoluir nestas circunstâncias fora de portas são diminutas. Não querendo desperdiçar a sua experiência e conhecimento do desporto, Charles Leong co-fundou a G Racing Simulation, uma empresa que dá instrução de condução em simuladores.

Durante muitos anos, o karting era a escola única para a formação de pilotos para o automobilismo, mas cada vez há mais jovens a usarem os simuladores – pelo seu menor custo e conveniência – como ferramenta de aprendizagem. Charles Leong não hesitou em afirmar ao HM que “acredita em ambas, pois para o ex-praticante “tanto o karting, como os simuladores, são muito importantes. O karting é insubstituível. Porém, o simulador é uma ferramenta muito boa para testes e para ajustar hábitos de condução”.

Por outro lado, e apesar de ter no Kartódromo de Coloane a mais sofisticada infra-estrutura para a prática de karting no sudeste asiático, a regulamentação local é bastante desfavorável à iniciação na modalidade. A idade mínima para alugar um karting no Kartódromo de Coloane é de dezoito anos. Em Portugal, por exemplo, a idade de iniciação em competição no karting é aos cinco anos.

Por isso mesmo, “o simulador pode ajudar muitos pais a compreenderem o que realmente são as corridas e assim permitirem que os seus filhos possam experimentar o que se sente nas corridas”, explicou Charles Leong, que co-dirige a empresa localizada nas imediações da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau.

Perceber o real valor

Existe sempre a dúvida se um bom piloto no mundo virtual pode demonstrar o mesmo talento na vida real. O ex-campeão chinês de Fórmula 4 acredita que “tudo depende da pessoa”, mas “com um treino adequado”, o salto dos simuladores para os carros da vida real pode ser mais fácil e não há nada que o impeça de se “tornar num bom piloto”.

Esta transição de um mundo para o outro é passo muito exigente, até porque se uma realidade praticamente não requer investimento, a outra, reclama fundos que não estão disponíveis a todas as bolsas. “Primeiro de tudo, tenho que construir este mercado em Macau e permitir que as pessoas compreendam o que são as corridas e o ‘sim racing’”, admite Charles Leong. “Tenho que construir a comunidade e fazer parcerias com as pessoas certas”.

Depois, no que ao financiamento diz respeito, “precisamos da ajuda do mercado chinês de ‘sim racing’. Isto poderá ajudar-nos a promover e a criar uma boa proposta para diferentes pessoas”, explica o piloto-empresário de apenas 19 anos. “O financiamento poderá vir da Federação de União de Desportos Electrónicos de Macau ou do governo.

Contudo, a única forma de encontrar patrocínios será construir uma boa reputação, criar valor e permitir que as pessoas compreendam melhor o que são as corridas em Macau”.

GP por pensar

O primeiro piloto chinês de Macau a vencer a prova rainha do Grande Prémio ainda não sabe se voltará a competir na prova do mês de Novembro. Depois de ter competido na prova de Fórmula 3 por duas ocasiões e ter sido o vencedor na estreia da Fórmula 4 no Circuito da Guia, Charles Leong ainda não tem nada alinhavado para o maior cartaz automobilístico da RAEM.

“Para ser honesto, ainda não estou certo”, confirmou, salientando o facto do programa das corridas do evento estarem por definir, lembrando também que para além dos seus projectos empresariais, onde se incluí também o Pátio Café na Taipa, tem ainda compromissos universitários. “Provavelmente irei ao Reino Unido no mês de Setembro…” e talvez nessa altura tome uma decisão.

17 Jun 2021

Bahrein, de Hélio Sousa, goleou Hong Kong por 4-0

O Bahrein, treinado pelo português Hélio Sousa, despediu-se na terça-feira da fase de qualificação asiática para o Mundial de futebol de 2022 com uma vitória por 4-0 sobre Hong Kong, fechando o grupo C no terceiro lugar.

Avançam no torneio o Irão e previsivelmente o Iraque, respetivamente primeiro e segundo do grupo, depois de os iranianos, na terça-feira, terem derrotado os seus ‘vizinhos’ por 1-0, num jogo em que o portista Taremi foi titular.

O Irão ganha o grupo, com 18 pontos, mais um que o Iraque e três que o Bahrein. Para a terceira fase da qualificação asiática seguem diretamente os iranianos, enquanto os iraquianos ficam muito próximos de passarem como um dos quatro melhores segundos classificados, sendo que ainda há grupos por fechar.

Em Riffa, foi fácil a goleada dos comandados de Hélio Sousa, com golos de Dhiya (49), Sayed Hashim (54, de grande penalidade e 70) e Abdullatif (90, de grande penalidade).

O Qatar vai receber em 2022 o primeiro Mundial a disputar no Médio Oriente, a partir de 21 de novembro, enquanto a final está prevista para 18 de dezembro. O torneio será disputado em 28 dias, em vez dos 32 em que decorreu o Mundial da Rússia, em 2018, para minimizar a interrupção da temporada europeia.

16 Jun 2021

Euro 2020 | Espanha empata com Suécia em jogo marcado pelas oportunidades falhadas

Em jogo de estreia frente à Suécia, os espanhóis deixaram a pontaria em casa, desperdiçando uma mão cheia de oportunidades de golo. Espanha é um dos candidatos a conquistar o Euro 2020, tendo pela frente uma fase de grupos teoricamente fácil. Mas o futebol não é uma ciência exacta e apresenta muitas surpresas e variáveis. A Suécia não apresentou muitos argumentos ofensivos, mas foi capaz de segurar o nulo frente a uma selecção espanhola cheia de talento

 

Por Martim Silva

 

O favoritismo não ganha jogos. Espanha provou deste lema ao empatar com a Suécia a zero, na passada meia-noite, em Sevilha, a contar para o Grupo E do Euro 2020. O palco era o Olimpico de La Cartuja, estádio onde José Mourinho sagrou-se pela primeira vez campeão europeu com o FC Porto em 2003, mas as condições do relvado não faziam jus ao nome Olimpico. A Espanha é das poucas selecções que mantém a mesma identidade ao longo de décadas. Muita posse de bola e boa reacção à perda da mesma. Mas esta equipa de Luis Enrique, seleccionador de La Roja, é mais previsível que os conjuntos espanhóis vencedores do Euro em 2008 e 2012.

Já esta Suécia, sem Zlatan Ibrahimović, não tem também muitos argumentos para fazer mais do que se viu. A Espanha tinha bola, rodando-a de um lado para o outro, procurando espaço do lado contrário, mas a Suécia, sempre fechada no seu 4-4-2 em bloco baixo, não deixava grandes espaços por cobrir. E ainda assim a selecção espanhola criou chances de golo com o guarda-redes sueco, Robin Olsen, em grande plano.

Apesar das oportunidades criadas na primeira parte, os espanhóis tinham movimentos ofensivos pouco adaptados à realidade do encontro. Desta maneira, a Suécia não sofria golos, mas também mal conseguia passar do seu meio-campo. Alexander Isak, um jovem sueco de 21 anos, foi o único ponto de luz na escuridão nórdica. O avançado da Real Sociedad mostrava-se ao jogo como ninguém e foi o único protagonista ofensivo da selecção orientada por Janne Andersson. Isak foi quem mais trabalho deu a Aymeric Laporte, defesa central que se estreou em competições oficiais ao serviço de Espanha. Outra estreia marcante para os espanhóis foi a de Pedri González, jogador do Barcelona de apenas 18 anos, que frente à Suécia formou uma parceria letal com Jordi Alba, lateral esquerdo. Mas a primeira parte viu ainda Álvaro Morata, avançado espanhol da Juventus, falhar, novamente, um golo onde só tinha pela frente o guarda-redes. A inépcia de Morata em frente à baliza é chocante, e este tema é recorrente desde que se transferiu do Real Madrid para o Chelsea em 2017. Dani Olmo e Koke foram também responsáveis por não concretizarem as respectivas oportunidades de golo.

Mais do mesmo

A segunda parte foi o espelho da primeira. A pressão espanhola era constante sempre que perdia a posse de bola, com os suecos a não serem capazes de se organizar ofensivamente. Porém, à medida que o tempo passava, o bloco baixo da Suécia começava a quebrar. A concentração mental e física dos suecos estava nos limites. As tabelas entre Jordi Alba, um lateral que é um autêntico extremo, e Pedri começavam a criar espaços na última linha dos nórdicos e as oportunidades começavam a aparecer. Com Gerard Moreno em campo e Morata no banco, a equipa rematava mais à baliza e com mais perigo. Robin Olsen foi posto à prova por Moreno, Alba e Pedri, tendo sido responsável por 5 defesas no total da partida. A Suécia depositou toda a sua esperança em Olsen nos últimos minutos da partida, visto não conseguir ter posse de bola alguma: Espanha teve 85% da posse de bola.

Estando bem patente a incapacidade ofensiva sueca, notou-se a falta de Dejan Kulusevski, avançado sueco da Juventus, que estava indisponível para o jogo de ontem devido à covid-19. O jovem de 21 anos é o novo talento sueco, tendo sido aposta recorrente para jogar ao lado de Cristiano Ronaldo na Vecchia Signora. Os talentos suecos estão todos no ataque. Emil Forsberg, Isak e Kulusevski são as peças fundamentais de uma selecção minada com falta de talento. Apesar de tanta adversidade, a Suécia foi capaz de não sofrer golos contra um dos favoritos a vencer este Euro. Espanha tem um seleccionador melhor, jogadores melhores e uma cultura vencedora superior e não foi além do nulo. Isto não é nada de novo em competições internacionais. O Euro, e o Mundial, são palcos representativos de oportunidades únicas para treinadores e jogadores mostrarem o seu valor. Não há equipas a jogar a meio gás, sendo cada vez mais difícil dominar por completo mesmo os adversários, teoricamente, mais fracos. Com isto em mente, o novo líder do Grupo E, onde Espanha perfila, é agora a selecção da Eslováquia, provando a velha afirmação de João Pinto de que prognósticos só no fim do jogo.

 

Eslováquia vence Polónia por 2-1 em jogo disputado

Em jogo de estreia do Grupo E do Euro 2020, Polónia e Eslováquia deram um espectáculo que poucos esperavam. A Polónia, orientada pelo português Paulo Sousa, começou a primeira parte a dominar e a tentar criar ligações exteriores para depois efectuar movimentos de ataque à profundidade, mas a Eslováquia manteve-se concentrada. Quando recuperava a posse de bola, contra-atacava usando Ondrej Duda e Marek Hamsik como elos de ligação para libertar os alas Robert Mak e Lukas Haraslin.

E ao minuto 18, o próprio Mak através de uma jogada individual, onde ultrapassa dois adversários, remata ao poste da baliza de Wojciech Szczesny mas a bola bate nas costas do guarda-redes da Juventus, entrando. Szczesny tornou-se no primeiro guarda-redes a marcar um golo na própria baliza na história do Euro. O autogolo premiou o plano estratégico irrepreensível de Stefan Tarkovic, seleccionador eslovaco, na primeira parte.

Golpe fatal

Se nos primeiros 45 minutos o plano de Paulo Sousa não resultou, foram apenas necessários os 15 minutos de intervalo para o ataque polaco começar a ter mais fluidez. As ligações eram mais recorrentes e funcionavam com outra regularidade, levando a Polónia a marcar logo ao minuto 46 por Karol Linetty. Contudo, a mostragem do segundo cartão amarelo, e subsequente expulsão, ao minuto 62 a Grzegorz Krychowiak ditou o fim de uma segunda parte promissora. Imediatamente após a expulsão do médio polaco, a Eslováquia, através do central Milan Skriniar adianta-se no marcador. O defesa fez aquilo que Robert Lewandowski não conseguiu fazer durante a partida inteira: golo.

A Eslováquia não é uma selecção muito competente em organização ofensiva, mas consegue ser compacta em bloco baixo, tendo jogadores mais do que capazes para criar perigo na área adversária. Hamsik tem 33 anos e Duda 26 anos e ambos foram dos melhores em campo. Por vezes, a idade não é um mau trunfo.

 

Patrick Schik bate recorde de 41 anos com golo do meio-campo

A primeira parte do jogo entre Escócia e República Checa, correspondente ao Grupo D do Euro 2020, foi um típico jogo inglês. Muita bola longa, muitos duelos aéreos e pouca bola rente ao chão. A organização ofensiva de Escócia e República Checa roçou o rudimentar. A principal fonte de ataque escocesa residia nos pés de Andy Robertson, jogador do Liverpool, que se limitava a bombardear bolas para a área sem grande estratégia. A República Checa pouco fez também, mas saiu para o intervalo por cima, com um golo de cabeça de Patrik Schik aos 42 minutos. A Schik já voltamos mais adiante.

Contudo, e após uma primeira parte murcha, o segundo tempo mudou de feição, trazendo mais oportunidades de golos, especialmente para a Escócia. Houve um remate à trave e duas oportunidades de golo que levaram o guardião checo, Tomas Vaclík, a defesas impressionantes. Mas a Escócia sempre com uma organização ofensiva incapaz de solucionar os diversos problemas que a defesa checa lhe colocava. Ryan Gauld, jogador escocês do Farense, foi dos jogadores que mais oportunidades flagrantes criou na Liga NOS na época 2020/2021, e teria sido uma ajuda bem-vinda a esta selecção.

A juntar ao desperdício da Escócia, veio o momento alto da partida e talvez do Euro. Ao minuto 52, Patrik Schik volta a marcar. Um golo do meio-campo com uma curva notável que bateu o recorde de distância de um golo na história do Euro. O recorde perdurava desde 1980 e o remate do ponta de lança checo percorreu 45.4 metros até chegar à baliza do guarda-redes, David Marshall. É talvez o golo da competição e com este estrondo, Schik junta-se a Lukaku na lista dos melhores marcadores do Euro e a República Checa sobe ao 1.º lugar do Grupo D.

16 Jun 2021

Euro 2020 | Portugal entra com o pé direito e vence Hungria por 3-0

Com a pressão natural de um campeão a defender o seu estatuto, Portugal entrou da melhor maneira em território hostil. Em Budapeste, e em clara desvantagem numérica nas bancadas, a selecção deu conta do recado, tendo sido superior à Hungria em todos os sentidos. O que parecia, inicialmente, um sonho desmedido de revalidação de título, tem agora pernas para andar

Por Martim Silva

 

No primeiro jogo do Euro 2020 com estádio cheio, a selecção das quinas não tremeu. Para todos os efeitos, Portugal é campeão europeu em título e tem um estatuto a defender. O adversário era o mais fraco dos três oponentes do Grupo F, mas a consistência na grandeza é reservada apenas para os melhores deste mundo. A vitória de Portugal sobre a Hungria dá esperança de que o tabaco que Fernando Santos levou para estágio acabe mesmo no dia 11 de Julho.

O primeiro encontro do Euro 2020 a ser jogado com um estádio cheio não podia ter um nome qualquer. O campo Ferenc Puskás em Budapeste tem o nome de um dos melhores jogadores da história do futebol e do Real Madrid. O estádio do Major Galopante, alcunha de Puskás, serviu de palco para o início da caminhada europeia de Portugal. Em plena capital do ex-Império Austro-Húngaro, Cristiano Ronaldo comandou as tropas para um jogo inicialmente tremido, nervoso e com diversos tiros ao lado. Portugal derrotou a Hungria por 3-0, mas o jogo não é só o resultado.

A equipa das quinas começou com muita bola e com os húngaros a não se importarem muito com isso. Fernando Santos apostou em Danilo Pereira e William Carvalho de início no meio-campo, mas a criação de jogo parecia inconsistente. Danilo é bom nos duelos e na cobertura de espaços, mas não se enquadra na construção de jogo da selecção. Na primeira parte, Bruno Fernandes teve pouca bola e Portugal sofreu com isso. A proximidade que o médio do Manchester United tem com o esférico deve ser mais vezes aproveitada. Além destes pormenores, Portugal não podia ter feito um jogo melhor. Dominou a Hungria, subiu as linhas até ao meio-campo e começou a tentar passar o 5-3-2 do italiano Marco Rossi, seleccionador húngaro. As oportunidades foram caindo nos pés de Diogo Jota, avançado do Liverpool, mas o guarda-redes Peter Gulasci estava atento à pontaria do jogador luso. Cristiano Ronaldo também falhou um remate mesmo em frente da baliza, numa primeira parte que parecia agoirada.

Já a Hungria, com uma estratégia de bloco baixo e aposta no contra-ataque, estava confiante nos processos defensivos. O central Endre Botka e o lateral esquerdo Attila Fiola foram autênticos guerreiros na paragem das investidas portuguesas. Apesar das dificuldades incutidas pelo adversário, na primeira parte, Fernando Santos enalteceu a qualidade da sua equipa

‘Uma primeira parte muito bem conseguida em, praticamente, todos os momentos do jogo. Em posse de posse de bola, a procurar a variação, a procurar entrar.’

Aposta certeira

Ao intervalo, e com o seleccionador luso a pedir aos jogadores para manterem o ‘coração e a cabeça a funcionar’, o jogo continuava igual. A Hungria usava Adam Szalai, ponta de lança do Mainz, como referência de jogo mais directo com o apoio de Rolland Sallai, jogador do Friburgo, o mais habilidoso da equipa de Marco Rossi com a bola nos pés.

Contudo, e à medida que o tempo ia passando, Portugal parecia caminhar para um novo empate na caminhada europeia. Por volta dos 70 minutos, Fernando Santos lançou Rafa Silva, extremo do Benfica, que foi determinante nas suas arrancadas para a baliza adversária. Apesar de uma entrada atribulada, aos 84 minutos assiste para o primeiro golo da selecção, marcado por Raphaël Guerreiro numa jogada com vários ressaltos à mistura. Minutos depois com uma boa arrancada de Renato Sanches, jogador do Lille que entrou para o lugar de William Carvalho, Rafa Silva recebe a bola do ex-Benfica e ao entrar na grande área da equipa húngara sofre uma falta do central Willi Orban. Cristiano Ronaldo converteu a grande penalidade, marcando o seu primeiro tento nesta competição. Porém, o jogador do Benfica não ficaria por aqui. O terceiro golo português foi um recital de bom futebol com 33 passes que culminaram no 11.º golo do capitão luso em Euros, tornando-se, desta maneira, no melhor marcador de sempre da competição. Rafa Silva fez, novamente, a assistência.

Fernando Santos apelidou a vitória como justa e não podia ter mais razão. Portugal foi superior em todos os momentos da partida. Para vencer os tubarões, Alemanha e França, precisará de exibições idênticas.

Com mais de 60 mil adeptos num estádio em plena Hungria, Ronaldo e a selecção não sentiram a pressão. Pelo contrário, deram-lhe as boas-vindas. Sob os ombros de Ronaldo e com a convicção de Fernando Santos de que ‘Portugal está preparado para jogar com qualquer adversário’, serão poucas as selecções que conseguirão dificultar a caminhada portuguesa rumo à reconquista.

Em Roma, sê romano

Itália e Suíça não se defrontam desde o ano de 2010, mas volvidos 11 anos muito mudou. A Itália foi vice-campeã europeia em 2012, chegando aos quartos de final em 2016. A Suíça, em 2016, alcançou os oitavos de final do Euro, a sua melhor classificação de sempre. Em 2021, porém, a Itália é de caras um dos favoritos a conquistar o troféu de campeão europeu de selecções, enquanto a Suíça, com algum talento à mistura, consegue impor dificuldades a qualquer equipa. O embate entre ambas ocorre na madrugada de quarta para quinta-feira (03:00), no que se avizinha ser o jogo da jornada. A selecção italiana demoliu, no resultado pelo menos, a Turquia de forma evidente e não podendo contar com o seu melhor jogador, Marco Verratti. Verratti é, facilmente, dos melhores médios do Mundo. Tem a facilidade de jogar como 6 ou como 8, com uma percentagem de passe por jogo a rondar os 92% e consegue ser astuto quando defende. Saber-se que já treina com a selecção, só dará alegrias aos adeptos italianos.

A Suíça estará em território inimigo porque este será o segundo de três jogos que a Itália disputará em solo romano. A cerimónia de abertura do Euro 2020 deu-se no Estádio Olimpico em Roma e a seleção azzurri completará a fase de grupos sem ter de sair de casa. Para a Suíça, esta será a batalha mais difícil de travar. Os helvéticos são inferiores aos italianos e superando esta pressão e hostilidade inicial de jogarem em casa do adversário, podem abrir caminho para um jogo mais disputado do que, em teoria, é esperado.

Daquilo que se viu da Suíça contra o País de Gales, Itália não terá muitas dificuldades em vencer a selecção de Vladimir Petkovic, treinador suíço que já orientou a Lazio.

O lateral Alessandro Florenzi está em dúvida para o encontro. Saiu no intervalo do jogo inaugural contra a Turquia devido a uma lesão muscular, sendo substituído no onze por Giovanni Di Lorenzo.

França domina Alemanha e reforça favoritismo

Sendo o primeiro jogo entre dois gigantes europeus, esperava-se alguma paridade. A França venceu a Alemanha apenas por 1-0, com um autogolo de Mats Hummels aos 20 minutos de jogo após um cruzamento do lateral francês, Lucas Hernández, mas a diferença entre as duas equipas não podia ser mais gritante. A Alemanha não tem grandes referências a não ser no meio-campo, a zona onde o jogo ficou decidido. Ilkay Gündoğan, que já frequentou o Club Cubic em Macau, e Toni Kroos tiveram desempenhos notáveis nas respectivas equipas esta temporada, mas eram as únicas unidades à frente da linha defensiva alemã, com a difícil tarefa de controlar os três médios franceses: Adrien Rabiot, N’Golo Kanté e Paul Pogba.

A desvantagem numérica germânica fez com que a França tivesse sempre espaço nas costas dos médios da Mannschaft. Enquanto Rabiot e Pogba controlavam a zona média do terreno, Benzema fazia de médio ofensivo, Kylian Mbappé descaía para a esquerda e Antoine Griezmann procurava movimentos de ruptura.

Apesar do meio-campo francês ter sido uma das chaves da vitória do campeão mundial de 2018, a organização defensiva gaulesa foi determinante. Presnel Kimpembe e Raphael Varane, com o apoio de Benjamin Pavard na lateral direita e Lucas Hernández na lateral esquerda, formam a melhor linha defensiva deste Euro. Por muito que a Alemanha controlasse o esférico, acabou o jogo com 62% de posse de bola, a defesa dos bleus mantinha-se tranquila e cómoda. O grande segredo da equipa francesa está neste aspecto, por muito que se foque, e com razão, na frente de ataque. Depois de Portugal dominar a Hungria e a França esmagar a Alemanha, o confronto entre os dois finalistas de 2016 será impróprio para cardíacos.

16 Jun 2021

Portugal estreia-se esta noite em Budapeste contra a selecção magiar

Portugal inicia hoje a defesa do título europeu contra a Hungria, no primeiro jogo do Grupo F. Além da Hungria, Portugal tem no seu grupo a Alemanha e França, não tendo o rótulo de favorito nesta competição. Com a exclusão de João Cancelo dos planos de Fernando Santos, devido à covid-19, e as dúvidas em relação ao onze inicial, Portugal enfrenta mais dificuldades do que em 2016. Mas qualquer campeão tem sempre um peso nas costas

 

Por Martim Silva

A defesa do título europeu, que Portugal conquistou em 2016, começa esta noite, às 00:00 (hora de Macau) frente à Hungria, no primeiro jogo do Grupo F. Portugal, apesar de ter a grande parte dos seus 26 jogadores a jogar nas maiores equipas da Europa, não é considerado favorito. No grupo de Portugal, para além da Hungria, está o campeão mundial e vice-campeão europeu de 2016, a França, bem como a campeã mundial de 2014, a Alemanha.

Num grupo com dois campeões mundiais e o campeão europeu em título mais a Hungria, o Grupo F pode vir a ser o mais interessante de acompanhar neste Euro 2020.

Mas a missão de Portugal, apesar de, em teoria, ser mais complicada do que em 2016 não é motivo para baixar os braços. Além das dificuldades do grupo F, a selecção nacional ficou sem João Cancelo, lateral direito do Manchester City, que testou positivo à covid-19, tendo sido substituído por Diogo Dalot, lateral do AC Milan que ajudou Portugal a chegar à final do Europeu sub-21. João Cancelo foi uma das peças fundamentais do Manchester City de Pep Guardiola na época 2020/2021. Com ele em campo, a equipa de Pep Guardiola venceu a Premier League e a Taça da Liga Inglesa, tendo também chegado à final da Liga dos Campeões. João Cancelo é uma baixa de peso e Portugal perde um jogador polivalente, confiante com a bola nos pés e muito forte no drible.

Com esta perda em mente, há algumas dúvidas acerca do possível onze inicial para defrontar a Hungria. Será que a lateral esquerda da selecção das quinas fica encarregue a Nuno Mendes, jogador do Sporting? Ou continua a cargo de Raphael Guerreiro, jogador do Borussia Dortmund? Nuno Mendes, na sua primeira época completa como jogador do Sporting foi campeão nacional e vencedor da Taça da Liga, tendo sido fulcral na formação de Rúben Amorim no Sporting. Nuno Mendes trouxe largura e profundidade ao campeão nacional, tendo sido eleito para a equipa do ano da Liga NOS. Um dos argumentos contra uma possível titularidade de Nuno Mendes é a falta de experiência. O jovem leonino tem apenas 18 anos e Raphael Guerreiro já leva um Mundial (2018) e um Euro (2016) onde foi titular em grande parte dos jogos.

A defesa nem será a principal dor de cabeça de Fernando Santos, seleccionador nacional. O meio-campo português, motivo de deliberação durante vários anos tomou agora outro nível. Foram convocados Danilo Pereira, João Palhinha, William Carvalho, Renato Sanches, Rúben Neves, Sérgio Oliveira e João Moutinho. Bruno Fernandes será titular indiscutível, tal como Bernardo Silva. Mas a parte mais recuada do meio-campo será um bom desafio para Fernando Santos. Palhinha teve uma época muito acima da média. Renato Sanches foi campeão francês com o Lille. Sérgio Oliveira foi dos melhores jogadores da Liga NOS. Os restantes jogadores já têm experiência na selecção de Fernando Santos. Será que o seleccionador opta por quem conhece há mais tempo ou dará chances a quem se destacou este ano?

No ataque nacional também residem algumas opções de peso. Quem jogará ao lado de Cristiano Ronaldo? Será André Silva, João Félix, Pedro Gonçalves ou Diogo Jota? Todos estes jogadores têm motivos para estarem ao lado do melhor jogador português da actualidade. Diogo Jota, apesar de ter estado lesionado durante grande parte da época, teve um impacto imediato no Liverpool. João Félix, apesar da inconsistência, foi campeão espanhol. André Silva teve apenas Robert Lewandowski à sua frente na lista de melhores marcadores da Bundesliga na época de 2020/2021. Já Pedro Gonçalves foi o melhor marcador da Liga NOS, tendo sido campeão nacional e vencedor da Taça da Liga de Portugal. Todos estes jogadores apresentam bons argumentos para jogar ao lado de CR7.

Duro de roer

Mas no caminho de Portugal não está uma selecção qualquer. A Hungria não perde desde 2020 (derrota frente à Rússia para a Liga das Nações) e tem jogadores como Peter Gulacsi, guarda-redes do RB Leipzig, Willi Orban, defesa do RB Leipzig e Adam Nagy, jogador do Bristol City que já esteve na mira do Benfica. Esta selecção da Hungria já deu problemas a Portugal no Euro de 2016, tendo empatado 3-3 contra o actual campeão europeu.

Portugal tem tido selecções com tremenda qualidade durante anos. Mas faltavam troféus. O primeiro, o Euro, foi conquistado em 2016 com o golo de Éder aos 109 minutos. O segundo, a Liga das Nações, em 2018. Mas estes dois troféus não chegam para saciar a sede de Portugal e, concretamente, para a sede de Ronaldo. O CR7 fará, possivelmente, o seu último Euro, e o Mundial de 2022 será também o último.

Retirar-se da Selecção Nacional com dois europeus e um possível Mundial, solidificaria Ronaldo como o melhor jogador português de sempre. Portugal joga às 00:00 frente à Hungria. A reconquista começa hoje!

 

Itália, Inglaterra, Holanda e Bélgica entraram com o pé direito

A estreia do Euro 2020 não podia ter mais referências italianas. Alessandro Nesta e Francesco Totti, lendas da Lazio e da AS Roma, respectivamente, inauguraram a cerimónia de abertura do Euro. Andrea Bocelli cantou. E o primeiro encontro, entre Itália e Turquia, jogou-se no Estádio Olímpico de Roma. Parecia que o dia não iria correr nada mal à selecção de Roberto Mancini, seleccionador italiano.

A Itália venceu a Turquia de forma confortável por 3-0, apesar de uma primeira parte a zeros, onde ambas as equipas tiveram dificuldade em impor o seu jogo ofensivo. Os golos italianos foram marcados por Merih Demiral (autogolo), Ciro Immobile e Lorenzo Insigne.

Após a alegria italiana, o Euro de 2020 ficou marcado por um dos episódios mais impressionantes da história do futebol. Na derrota da Dinamarca frente à Finlândia (0-1) Christian Eriksen desmaiou enquanto o jogo decorria, tendo sido reanimado ainda dentro de campo. (ver texto ao lado). Por causa deste terrível susto, o jogo não teve grande espetáculo.

Já a Bélgica, um dos favoritos a conquistar o Euro, derrotou a Rússia por 3-0. Romelu Lukaku, um dos melhores avançados do Mundo, marcou dois golos em apenas 3 remates. O outro tento foi marcado por Thomas Meunier, que também assistiu num dos golos de Lukaku.

No primeiro jogo grande do Euro, a Inglaterra defrontou e derrotou a Croácia por 1-0 com golo de Raheem Sterling. A partida foi pobre em ideias ofensivas, mas o talento destas duas selecções abunda em todos os sentidos.

Por fim, os Países Baixos foram também postos à prova contra a Ucrânia mas acabaram por vencer o jogo por 3-2. O primeiro golo da Ucrânia, marcado por Andriy Yarmolenko, jogador do West Ham, é uma autêntica obra de arte. Os golos dos holandeses foram marcados por Gini Wijnaldum, Wout Weghost e Denzel Dumfries. Além do golo de Yarmolenko, Roman Yaremchuk marcou o segundo tento ucraniano.

15 Jun 2021

Automobilismo | O triste fim de vida dos carros de corrida locais

Longe vão os tempos em que os pilotos locais participavam no Grande Prémio de Macau com os seus carros do dia-a-dia. Hoje, os carros de corrida são máquinas construídas ao detalhe a pensar nas pistas, o que lhes tem dado uma vida curta nesta região do globo. Depois de cumprido o seu ciclo de vida, a impossibilidade de terem uma segunda vida nas corridas, faz com que muitas viaturas, algumas com “pedigree”, se percam para sempre.

Tal como o ser humano, os automóveis envelhecem. Foram excelentes companheiros de aventura, prestaram bons serviços, com eles celebramos alegrias, mas chega aquela altura e a esmagadora maioria está condenada ao abate.

Há alguns, ora por valor sentimental ou pela sua raridade, têm outro destino. Infelizmente, nas últimas quatro décadas, a grande parte dos carros que vimos correr nas provas locais do Circuito da Guia desapareceram.

Um ciclo de vida de um carro de corrida ao mais alto nível dura entre três a quatro anos, mas não é assim tão excêntrico ver viaturas com mais de dez anos ainda em actividade. Onde o automobilismo está mais desenvolvido, um carro de corrida é considerado muitas vezes um objecto de arte e pode ser guardado em colecção privadas, ou então competir em corridas de carros da sua geração, habitualmente chamadas de corridas de clássicos ou históricos.

“Até ao início dos anos 1990s, os carros que competiam nas corridas para os pilotos locais do Grande Prémio eram carros de estrada de matrícula de Macau. Depois do Grande Prémio, como não podiam andar na rua assim, era necessário voltar a colocá-los na forma original. Era preciso remover o arco de segurança, que era aparafusado, ou montar os bancos dos passageiros”, esclareceu ao HM, o ex-piloto e co-fundador do Automóvel Clube de Macau, Isaías do Rosário.

“Foi mais ou menos nessa altura que começaram a aparecer carros de pilotos de Hong Kong provenientes do Japão. No início existia uma regra que impedia os pilotos de Macau conduzirem carros que não fossem de Macau. No entanto, mais tarde, passou a ser autorizado para os pilotos de Macau o uso de carros provenientes de outras origens, mas estes só podiam permanecer no território na semana do Grande Prémio e depois tinham que sair do território, ficando a maior parte deles em Hong Kong ”, acrescenta Isaías do Rosário, recordando ainda que “só em 1995, quando eu como engenheiro dos serviços de viação de Macau, consegui esclarecer, tranquilizar e sugerir os procedimentos de importação desses carros de competição a uma alta dirigente dos serviços de economia e que dessa forma os mesmos não iriam circular nas estradas de Macau, aspeto que era de grande preocupação por parte das autoridades, é que finalmente foi possível manter os carros de corrida em Macau”. Curiosamente, ainda hoje vigoram esses procedimentos.

Poucas alternativas

O ciclo de vida de um automóvel de competição está intimamente ligado à sua performance e à estabilidade dos regulamentos técnicos que regem os campeonatos e corridas. Quando um carro deixa de ser competitivo, ou quando um campeonato muda de regulamentos, impossibilitando a sua participação nas corridas, o seu destino fica periclitante. Até porque para os proprietários não há muitas alternativas quando estas viaturas saem de circulação.

Guardar estes carros no outro lado das Portas do Cerco podia ser uma solução razoável em termos logísticos e de espaço, mas estes só podem entrar no Interior da China em regime provisório e sujeitos a pagar a sua estadia diária nos circuitos que os acolhem.

Vender é sempre a primeira opção quando um carro está em fim de vida, caso contrário, “temos que guardar dentro de uma garagem ou podes enviá-lo para alguns circuitos do Interior da China para poderes treinares ou realizares testes”, explicou ao HM o piloto macaense Álvaro Mourato. “Eu tentei oferecer o meu Honda Civic EK4 ao Museu do Grande Prémio de Macau, mas foram criados muitos entraves e por isso acabei por levá-lo para a sucata”.

Felizmente, para o piloto macaense, o seu “Honda Integra DC5 e o Peugeot RCZ foram vendidos”, mas a realidade é que “é muito difícil de guardar carros em Macau, pois o custo é elevado”.

Chance em Zhaoqing

Os tempos idos em que os carros de competição podiam voltar à sua forma original, “reformando-se” como viaturas de uso diário, já não se repetem. Segundo o experiente piloto português Rui Valente, na actualidade, tal coisa “é quase impossível, pois acaba por ser caro e estes carros (de corrida e em final do ciclo de vida) não valem muito”.

É quase unânime que se estes bólides, alguns deles ainda com saúde para muitos quilómetros, tivessem mais oportunidades para terem uma segunda vida naquilo que os ingleses chamam de “club racing”, ou automobilismo de lazer, haveria outra vontade dos seus proprietários em mantê-los. “Neste momento, já há quem se tenha arrependido de ter abatido os antigos Honda (da categoria N2000), pois nunca pensaram que poderiam continuar a correr com eles no Circuito Internacional de Guangdong em Zhaoqing”.

Com o ciclo de vida das viaturas das categorias 1600cc Turbo e 1950cc ou Superior apenas prolongado pela pandemia, cerca de meia centena de carros corre o risco de terminar as suas carreiras dentro de pouco tempo esquecidos numa sucata qualquer. A menos que haja quem siga as pisadas de Rui Valente e descubra que um carro não precisa de ser novo para dar gosto de conduzir.

11 Jun 2021

Um Euro diferente

Antes da pandemia, o Euro 2020 já tinha tudo para ser diferente. Ao contrário do habitual, não vai ser realizado num único país, ou em dois. Vão ser 11 cidades de 11 países, entre os quais alguns a estrearem-se como anfitriões de fases finais como a Rússia, Azerbaijão ou Hungria. Esta é ainda a primeira vez que o Árbitro Assistente de Vídeo (VAR) vai ser utilizado no torneio. No entanto, nada serão tão atípico como um torneio denominado Euro2020 realizar-se no ano de 2021… No meio de tanta novidade e restrição, espera-se que as equipas proporcionem um bom espectáculo, pratiquem bom futebol… E que Portugal revalide o título de Campeão Europeu!

 

 

Os 26 convocados de Portugal

Guarda-redes

Anthony Lopes 30 anos O. Lyon

Rui Patrício 33 anos Wolverhampton

Rui Silva 27 anos Granada

Defesa

João Cancelo 27 anos Manchester City

Nélson Semedo 27 anos Wolverhampton

José Fonte 37 anos Lille OSC

Pepe 38 anos FC Porto

Rúben Dias 24 anos Manchester City

Nuno Mendes 18 anos Sporting

Raphael Guerreiro 27 anos Borussia Dortmund

Médios

Danilo 29 anos PSG

Palhinha 25 anos Sporting

Rúben Neves 24 anos Wolverhampton

Bruno Fernandes 26 anos Manchester United

João Moutinho 34 anos Wolverhampton

Renato Sanches 23 anos Lille OSC

Sérgio Oliveira 29 anos FC Porto

William Carvalho 29 anos Bétis

Avançados

Pote 22 anos Sporting

André Silva 25 anos Eintracht Frankfurt

Bernardo Silva 26 anos Manchester City

Cristiano Ronaldo 36 anos Juventus

Diogo Jota 24 anos Liverpool

Gonçalo Guedes 24 anos Valência

João Félix 21 anos Atlético de Madrid

Rafa Silva 28 anos Benfica

Treinador: Fernando Santos

Ponto Forte

O ataque. Nada exemplifica melhor o poderio ofensivo da equipa de Portugal como a situação de André Silva. O avançado fez a melhor época da carreira, com 29 golos em 34 jogos, bateu o registo de Erling Haaland, apenas ficando na lista de melhores marcadores da Bundeslinga atrás de Lewandowski. O registo não chega para ser titular na equipa orientada por Fernando Santos.

Ponto Fraco

O centro da defesa. Rúben Dias encantou na Premier League e assumiu-se como central de categoria mundial. Contudo, Portugal tem um problema nesta área, que fica claro com a convocatória de apenas três jogadores para a posição. Os outros convocados são os experientes Pepe e José Fonte, mas com um calendário intenso pode faltar a velocidade nos momentos-chave.

A figura: Cristiano Ronaldo

O capitão da selecção da “Quinas” vive de desafios e recordes. Neste Europeu vai precisar de marcar seis golos para se tornar o melhor marcador de sempre ao serviço de uma selecção. Ronaldo tem actualmente 104 golos por Portugal, contra os 109 golos de Ali Daei, pelo Irão. O estabelecimento de um novo recorde com um golo decisivo da final seria o cenário perfeito para o artilheiro e a “redenção” da final de 2016, quando teve de abandonar o relvado lesionado.

Os Jogos

Sábado 12 de Junho

03h00 Turquia – Itália (Jogo 1)

21h00 País de Gales – Suíça (Jogo 2)

Domingo 13 de Junho

00h00 Dinamarca – Finlândia (Jogo 3)

03h00 Bélgica – Rússia (Jogo 4)

21h00 Croácia – Inglaterra (Jogo 5)

Segunda-feira 14 de Junho

00h00 Áustria – Macedónia do Norte (Jogo 6)

03h00 Holanda – Ucrânia (Jogo 7)

21h00 Escócia – República Checa (Jogo 8)

Terça-feira 15 de Junho

00h00 Polónia – Eslováquia (Jogo 9)

03h00 Espanha – Suécia (Jogo 10)

Quarta-feira 16 de Junho

00h00 Hungria – Portugal (Jogo 11)

03h00 França – Alemanha (Jogo 12)

21h00 Finlândia – Rússia (Jogo 13)

Quinta-feira 17 de Junho

00h00 Turquia – País de Gales (Jogo 14)

03h00 Itália – Suíça (Jogo 15)

21h00 Ucrânia – Macedónia do Norte (Jogo 16)

Sexta-feira 18 de Junho

00h00 Dinamarca – Bélgica (Jogo 17)

03h00 Holanda – Áustria (Jogo 18)

21h00 Suécia – Eslováquia (Jogo 19)

Sábado 19 de Junho

00h00 Croácia – República Checa (Jogo 20)

03h00 Inglaterra – Escócia (Jogo 21)

21h00 Hungria – França (Jogo 22)

Domingo 20 de Junho

00h00 Portugal – Alemanha (Jogo 23)

03h00 Espanha – Polónia (Jogo 24)

Segunda-feira 21 de Junho

00h00 Itália – País de Gales (Jogo 25)

00h00 Suíça – Turquia (Jogo 26)

Terça-feira 22 de Junho

00h00 Ucrânia – Áustria (Jogo 27)

00h00 Macedónia do Norte – Holanda (Jogo 28)

03h00 Rússia – Dinamarca (Jogo 29)

03h00 Finlândia – Bélgica (Jogo 30)

Quarta-feira 23 de Junho

03h00 Croácia – Escócia (Jogo 31)

03h00 República Checa – Inglaterra (Jogo 32)

Quinta-feira 24 de Junho

00h00 Suécia – Polónia (Jogo 33)

00h00 Eslováquia – Espanha (Jogo 34)

03h00 Portugal – França (Jogo 35)

03h00 Alemanha – Hungria (Jogo 36)

Oitavos-de-Final

Domingo 27 de Junho

00h00 2.º do Grupo A – 2.º do Grupo B (Jogo 43)

03h00 1.º do Grupo A – 2.º do Grupo C (Jogo 38)

Segunda-feira 28 de Junho

00h00 1.º do Grupo B – 3.º do Grupo A/D/E/F (Jogo 42)

03h00 1.º do Grupo C – 3.º do Grupo D/E/F (Jogo 41)

Terça-feira 29 de Junho

00h00 2.º do Grupo D – 2.º do Grupo E (Jogo 39)

03h00 1.º do Grupo F – 3.º do Grupo A/B/C (Jogo 37)

Quarta-feira 30 de Junho

00h00 1.º do Grupo E – 3.º do Grupo A/B/C/D (Jogo 40)

03h00 1.º do Grupo D – 2.º do Grupo F (Jogo 44)

Quartos-de-Final

Sábado 3 de Julho

00h00 Vencedor do Jogo 37 – Vencedor do Jogo 49 (Jogo 45)

03h00 Vencedor do Jogo 42 – Vencedor do Jogo 38 (Jogo 46)

Domingo 4 de Julho

00h00 Vencedor do Jogo 40 – Vencedor do Jogo 44 (Jogo 48)

03h00 Vencedor do Jogo 41 – Vencedor do Jogo 43 (Jogo 47)

Meias-Finais

Quarta-feira 7 de Julho

03h00 Vencedor do Jogo 46 – Vencedor do Jogo 45 (Jogo 49)

Quinta-feira 8 de Julho

03h00 Vencedor do Jogo 48 – Vencedor do Jogo 47 (Jogo 50

Final

Segunda-feira 12 de Julho

03h00 Vencedor do Jogo 49 – Vencedor do Jogo 50 (Jogo 51)

Nota: Após a fase de grupos, além dos dois melhores classificados de cada grupo, apuram-se para os oitavos-de-final- os quatro terceiros melhores classificados. A posição em que são emparelhados depende dos factores de desempate.

11 Jun 2021

Automobilismo | Max Mosley, ex-presidente da FIA, faleceu aos 81 anos

Faleceu na passada segunda-feira, aos 81 anos e após ter perdido a batalha contra um cancro, Max Mosley, o ex-presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA) de 1993 a 2009. Figura controversa, dentro e fora do desporto, o advogado e ex-piloto britânico sugeriu por diversas vezes que Macau organizasse um Grande Prémio de Fórmula 1 nos anos 1990s.

Depois de uma curta carreira como piloto, que terminou na Fórmula 2 em 1969, Mosley dedicou-se à gestão de equipas de Fórmula 1, para rapidamente optar por cargos políticos dentro do desporto. Foi eleito presidente da então Federação Internacional do Desporto Automóvel (FISA) em 1991, tornando-se presidente da FIA em 1993. Por lá ficou até Outubro de 2009, quando abandonou a presidência da FIA, já com a sua imagem manchada após uma reportagem publicada num tabloide britânico em que participava numa orgia com conotações nazis, as quais sempre negou.

Criticado por muitos por ter uma visão muito centrada na Fórmula 1 e esquecer o resto das disciplinas do automobilismo, Mosley foi o grande impulsionador da segurança no desporto e, com o apoio do seu velho amigo Bernie Ecclestone, ajudou a que o “Grande Circo” conquistasse a relevância mundial que hoje goza. Visionário em muitos aspectos, Mosley cedo percebeu a importância do continente asiático e foi com ele que começou realmente a expansão asiática das principais competições de automobilismo.

Ao contrário do seu antecessor, o francês Jean-Marie Balestre, Mosley sempre manteve uma boa relação com as autoridades desportivas de Macau. À conta da sua amizade pessoal e confiança com Alfredo César Torres, o então influente responsável máximo do desporto motorizado em Portugal, o Grande Prémio caiu nas boas graças da FIA, recebendo a corrida de Fórmula 3 o título de Taça Intercontinental da FIA em 1997.

Quando visitou o Grande Prémio em 1993, durante o 40º aniversário do evento, Mosley terá perguntado à Comissão Organizadora da prova “porquê que Macau não organiza uma corrida de Fórmula 1”? Aliás, à época, aos olhos da FIA, Macau, que tinha acabado de estrear uma sofisticada infra-estrutura permanente, reunia mais condições que o Mónaco para receber a caravana da disciplina rainha do desporto automóvel. Contudo, na altura, a Comissão Organizadora, com o português João Manuel Costa Antunes ao leme, considerava a que não havia condições para acolher os monolugares de Fórmula 1 e, por condições, referia-se às ruas estreitas e outras necessidades que um circuito de Grau 1 da FIA já exigia há trinta anos.

Nos primeiros anos da década de 1990s, este foi um assunto falado por várias vezes na imprensa, pois Bernie Ecclestone e a FIA, por intermédio de Max Mosley, gostariam de ter no no calendário do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 o território ultramarino sob administração portuguesa, pois este era visto como uma excelente porta de entrada para a China, numa época em que não existia qualquer outra alternativa na região. O assunto só caiu no esquecimento quando Zhuhai avançou com a construção do seu circuito permanente.

O Circuito Internacional de Zhuhai foi politicamente acarinhado por Mosley desde a primeira hora. Com indicações claras que Macau não iria cair na tentação da Fórmula 1, o primeiro circuito permanente da República Popular da China teve todo o apoio do inglês. A pista da cidade adjacente à RAEM chegou mesmo a fazer parte do calendário do mundo de Fórmula 1 em 1999, mas a crise financeira que afectou o sudeste asiático atirou o circuito chinês para fora do calendário. Mosley teve a oportunidade de ver o seu sonho finalmente cumprido em 2004, quando o “Império do Meio” quando a caravana do mundial de Fórmula 1 desembarcou no ultra-moderno e imponente circuito de Xangai.

26 Mai 2021

Grande Baía | Construtor fez um carro da categoria TCR

Durante algum tempo ouviu-se com frequência no bas-fond do automobilismo chinês falar sobre a existência de um terceiro construtor chinês, cuja identidade nunca foi propriamente revelada, muito interessado em juntar-se à Lynk & Co e à MG na popular categoria de carros de Turismo TCR. Tratava-se da GAC Motor, um construtor automóvel de Cantão

 

Em 2017, a BAIC Motor e a Shanghai Lisheng Racing Co. Ltd apresentaram o BAIC Senova D50 TCR. O carro, desenhado em parceria com a empresa italiana Hexathron Racing Systems, foi inspirado na regulamentação técnica da categoria TCR, mas nunca recebeu a homologação TCR para ser aceite noutras competições que usam esta plataforma. No entanto, este carro foi usado durante três temporadas no troféu monomarca do Interior da China, tendo sido visto entre nós por duas ocasiões, durante os Grande Prémios de Macau de 2016 e 2017, dando corpo à Taça da Corrida Chinesa.

A BAIC é uma presença regular no desporto automóvel nacional e internacional, tanto no Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC), como em provas de todo-o-terreno, inclusive tendo participado na última edição do rali Dakar. Durante alguns anos o construtor automóvel de Pequim terá avaliado a possibilidade de construir um verdadeiro TCR, tendo como base no Senova D50 de troféu. No entanto, essa ideia, por diversas razões, nunca se materializou. Já o TCR da Grande Baía saiu do papel.

O GA6 TCR da GAC ​​Trumpchi foi construído pela Maxpeeding Rods em parceria com a Chongqing Guogui Racing Technology. Este carro, que foi totalmente modificado e fabricado de acordo com as especificações TCR, terá recebido apoio do grupo Guangzhou Automobile Group Motor Co Ltd (GAC Motor). O grupo tem uma forte presença dentro do Interior da China, estando igualmente a entrar em novos mercados no Sudeste Asiático, Médio Oriente e América do Sul. Ao mesmo tempo, a marca fundada em 1955 também não é estranha aos desportos motorizados, com participações em ralis, todo-o-terreno e velocidade. A ideia de construir um TCR passava por colocá-lo a competir no TCR China, para depois projectar a marca noutras paragens internacionais, usando para isso a plataforma criada pelo empresário italiano Marcello Lotti e usada em inúmeros campeonatos e corridas internacionais como a Corrida da Guia.

Feito como lá fora

O GAC ​​Trumpchi GA6 TCR foi equipado com um motor de dois litros turboalimentado e com uma caixa de velocidades sequencial da francesa Sadev, igual àquela utilizada nos TCR das marcas Audi, SEAT ou Volkswagen. Segundo o preparador: “vale ressaltar que a carroceria do carro adopta um esquema modular, e a gaiola de protecção em liga que atende aos regulamentos da federação de automobilismo da China é personalizada por meio de digitalização 3D”.

Para o ECU (centralina electrónica), foi escolhido um Emtron KV12, com o preparador a fazer igualmente referência “ao sistema de suspensão independente personalizada, aos travões (da marca inglesa) AP, ao tanque de combustível de 60 litros da ATL, ao sistema de levantamento automático pneumático do chassis aos extintores da OMP que garantem o profissionalismo e a segurança do carro de corrida”.

Fim prematuro

Dois exemplares do GA6 TCR foram vistos a testar no circuito de Tianma, em Xangai, pela primeira vez no Verão de 2019 e já com os números e autocolantes oficiais do TCR China nas portas. Um carro chegou mesmo a ser colocado em exposição no Salão do Automóvel Modificado da China, realizado no Complexo de Feiras de Importação e Exportação da China em Pazhou, Guangzhou, no final do ano de 2019. Em 2020, quando se esperava a estreia dos GA6 TCR nas pistas, deu-se a pandemia e os calendários de todas as competições automóveis chinesas foram dilacerados. Isto, apesar do campeonato TCR China ter conseguido as suas doze corridas inicialmente planeadas, incluindo a finalíssima de luxo nas ruas da RAEM.

Do projecto do GA6 TCR nunca mais se ouviu falar, este terá sido colocado numa gaveta a aguardar melhores dias e, essencialmente, verbas da casa-mãe para poder ombrear com os Lynk & Co do grupo Geely e os MG do grupo SAIC.

Apesar dos carros ainda existirem, estes nunca foram homologados pela organização internacional do TCR, o que na teoria os impede de correr em qualquer competição que cumpra a regulamentação, incluíndo o TCR China. Para obter esta homologação seria necessário enviar um exemplar para a Europa, de modo a que este fosse avaliado pelos técnicos competentes, o que neste cenário de crise sanitária e restrições nas viagens internacionais, não é definitivamente fácil para qualquer estrutura com base na China Interior.

17 Mai 2021

Sporting campeão: Hora tardia ‘rouba’ força à festa em Macau, sem tirar drama e lágrimas

A hora tardia do jogo ‘roubou’ força às celebrações em Macau do título nacional de futebol do Sporting, mas a diferença de sete horas não despojou os adeptos do drama nem das lágrimas contidas durante 19 anos.

A mais de 10.000 quilómetros de Portugal, os sportinguistas vibraram com a vitória sobre o Boavista (1-0) já na madrugada de quarta-feira, mas a distância só ‘emprestou’ intensidade aos festejos num bar na ilha da Taipa que adiou especialmente a hora de fecho para projetar o jogo que ‘carimbou’ o 19.º título, à 32.ª jornada.

Num grupo composto por muitos jogadores do Sporting de Macau, seniores e veteranos, já próximo do final do jogo, alguém do grupo procurou sossegar o nervosismo e tensão geral, face às perdidas do Sporting e à vantagem ‘maga’ do marcador: “Somos do Sporting, qual é a novidade? Temos de sofrer”.

“É claro que não era preciso sofrer tanto, mas sendo sportinguista, e, sabendo como tem sido a história do Sporting, (…) é claro que tínhamos de sofrer [neste jogo]”, desabafou no final do encontro Pedro Paulo Santos, ainda a recuperar das emoções.

Entre abraços, Carlos Oliveira, reforçou o sentimento: “Foi um grande alívio emocional, (…) mas correu bem”.

Afinal, salientou, “isso é o sportinguista, se formos ver os campeonatos para trás da história recente (…) é sempre sofrimento até à última”, para reconsiderar logo de seguida: “Bom, foi a três jornadas do fim”, portanto, “correu bem”.

Pedro Paulo Santos até preferia que o título fosse garantido na jornada seguinte, pelo simbolismo e pela rivalidade, mas não conseguiu disfarçar satisfação imediata.

“Até esperava que fosse no jogo com o Benfica, tinha tido um sentimento especial, obviamente, apesar de ser muito triste ver os estádios vazios, era bom festejar o título na Luz, mas estou contente do Sporting ter conseguido já a três jornadas do fim, que se mantém invicto há 32 jornadas”, assinalou.

Os festejos, tinham arrebatado o fôlego e a fluência a Ismael Gulamo, mas não a memória. O sportinguista sublinhou que a conquista do campeonato foi um feito de todos, lembrou a frase motivacional ‘leonina’ de “Onde vai um vão todos” e recordou o último campeonato que o Sporting venceu, o de “Jardel, do João Pinto, lembro-me de tudo”, reiterou.

Embalados pelo entusiasmo, já pela manhã que se levantava na capital mundial do jogo, e à falta de melhor cenário, mais de uma dezena de adeptos fez questão de se deslocar para o casino da MGM para tirar uma fotografia junto do leão, um símbolo que é partilhado pela operadora de casinos e, claro, pelo Sporting.

12 Mai 2021

André Couto regressou em Xangai e Rui Valente voltou em Zhaoqing

Para além da participação de Rodolfo Ávila na prova de abertura do Campeonato TCR China, que ontem aqui noticiamos, houve mais três pilotos do território em acção num fim de semana agitado para as cores de Macau.

Também no Circuito Internacional de Xangai, e depois de um ano praticamente afastado das pistas, André Couto fez o seu regresso ao automobilismo na prova de abertura da Taça Porsche Carrera Ásia. O piloto português não deixou “créditos por mãos alheias” na sessão de qualificação e realizou o segundo melhor tempo. A pole-position escapou-lhe por meros 0,169 segundos, a favor do jovem sino-inglês Daniel Hibbitt Lu do Team Jebsen.

Na corrida de sábado, Lu defendeu-se bem do ataque inicial de Couto e na segunda volta entrou em pista o Safety-Car para remover um carro imobilizado em zona perigosa. No recomeço, Couto ultrapassou Lu, mas não conseguiu descolar do pelotão perseguidor. Couto, Lu e Ling Kang realizaram várias voltas muito próximos, até que a duas voltas do fim, Couto alargou a trajectória e Lu, que vinha também ele a ser pressionado, tentou a ultrapassagem, tocando no Porsche 911 GT3 Cup (Tipo 992) nº7 de Couto que entrou em pião. O piloto da RAEM ainda voltou à pista para ver a bandeira de xadrez no 13º lugar.

Como a grelha de partida da segunda corrida da Taça Porsche é determinada pela segunda melhor volta na qualificação, Couto arrancou do 5º lugar para o segundo embate do seu fim de semana de estreia na disciplina. O piloto luso da equipa chinesa Toro Racing segurou a quinta posição na primeira metade da corrida, mas no final, claramente com dificuldades com o seu carro, algo que o piloto acredita ter sido derivado ao toque sofrido no dia anterior, acabou por ceder duas posições, terminando assim no sétimo lugar.

Ainda por Xangai, o piloto de Macau Alex Liu participou na prova de estreia do campeonato GT Super Sprint Challenge, que reuniu três dezenas de pilotos amadores com carros das categorias GT3, GT4 e GTC. Ao volante do seu Mercedes AMG GT3, Alex Liu foi o sexto classificado na primeira corrida e abandonou na segunda corrida devido a uma colisão com um adversário.

Maldita jante

No Circuito Internacional de Guangdong, Rui Valente voltou a vestir o fato e a calçar as luvas para o quarto evento do “GIC Super Track Festival”. Com as maleitas que apoquentaram o Honda Integra DC5 nas últimas provas já resolvidas, o veterano piloto das corridas de carros de Turismo obteve o quinto lugar na qualificação para a prova. Contudo, no domingo, quando a corrida de uma hora de duração caminhava para o fim e tudo apontava para mais um pódio de Rui Valente, uma jante construída localmente partida fez ruir as esperanças de um bom resultado.

“Estava tudo a correr nos conformes, até que a quinze minutos do fim deu nisto”, explicou Valente ao HM, apontando para os estragos na sua jante. “Estava no segundo lugar da geral no momento em que a jante partiu. Ainda assim fui às boxes e trocámos de jante, deu para terminar no 15º lugar”.

Entretanto, o quarteto macaense composto por Rui Valente, Ricardo Lopes, José Mariano da Rosa e Belmiro Aguiar adiou o seu regresso às pistas devido a compromissos que alguns dos elementos tinham na data prevista para a prova de seis horas. O objectivo de um regresso às pistas ainda esta temporada continua de pé e deverá acontecer mais tarde ainda este ano na pista dos arredores de Zhaoqing.

11 Mai 2021

Automobilismo | Ávila conquista primeiro pódio no Campeonato TCR China

Num fim-de-semana de contrariedades, marcado por problemas técnicos durante a qualificação e um violento acidente na corrida de sábado, o piloto português de Macau, Rodolfo Ávila, conquistou no domingo a quinta posição, o que lhe valeu o primeiro pódio no Campeonato TCR China. 

Sobre a corrida de sábado, onde o seu MG 6 XPower TCR registou inúmeros problemas técnicos e embateu contra o seu companheiro de equipa Cao Hongwei, Ávila sublinhou que o mais importante foi não ter havido feridos.

“Já estava no quinto lugar quando entrou o Safety-Car à terceira volta [devido a outro acidente]. No reinício, o meu companheiro de equipa ia tentar passar um dos Lynk & Co pela esquerda e de repente virou para a direita, sem olhar para os espelhos primeiro, e o meu carro estava lá. Ainda tentei controlar o carro, mas não havia nada a fazer. Felizmente ninguém se magoou, o que é o mais importante”, explicou o piloto, segundo um comunicado oficial.

Sobre o segundo confronto do fim de semana que lhe valeu o pódio após terminar na quinta posição, Ávila vincou ter sido “uma corrida muito difícil”, mas mantém a esperança para o resto da temporada.

“A equipa fez um excelente trabalho para conseguir recuperar carro, mas, como não tivemos a oportunidade de o testar antes da corrida, este estava com muita subviragem e bloqueava nas travagens. O quinto lugar foi mesmo o lugar possível. Apesar deste início de época difícil, tenho a certeza que a equipa irá recompor-se e que a partir da próxima corrida os resultados vão ser outros”, apontou.

De referir que Rodolfo Ávila terminou na terceira posição da segunda corrida apesar de ter alcançado o quinto lugar, pois os Lynk & Co não marcam pontos para o Campeonato TCR China, mas sim para a Taça TCR Ásia Norte.

Depois das duas primeiras corridas das dez que compõem o calendário da temporada de 2021, Ávila entra em pista a 12 e 13 de Junho no Circuito Internacional de Zhuzhou.

10 Mai 2021

TCR China | Ávila inicia temporada este fim-de-semana em Xangai

Rodolfo Ávila começa este fim-de-semana a temporada no TCR China, e regressa ao campeonato onde foi vice-campeão no ano passado ao volante do MG 6 XPower, com as cores da equipa MG XPower Racing. A primeira prova decorre no Circuito Internacional de Xangai, que normalmente é utilizado para receber a Fórmula 1 na ronda chinesa.

Com corridas agendadas para sábado e domingo, Ávila traça como metas lutar pelos títulos. “Estou muito satisfeito pela confiança que a MG XPower Racing voltou a depositar em mim. No ano passado, quando ninguém esperava, conseguimos lutar pelo primeiro lugar do campeonato  de pilotos até à última corrida e vencemos o campeonato de equipas”, afirmou o piloto de Macau, em comunicado. “Este ano vamos tentar voltar a oferecer muitas alegrias aos fãs da marca um pouco por todo o mundo e quem sabe estar na luta por ambos os títulos”, sublinhou.

Ávila parte em desvantagem face a alguma concorrência, uma vez que não conduz o monolugar desde Novembro, altura em que competiu em Macau. “Já não conduzo o MG 6 XPower TCR desde Novembro do ano passado. Vou precisar de tempo para voltar a ganhar o ritmo, mas, felizmente, conheço bem o carro e o circuito”, indicou. Porém, o piloto não se mostrou muito preocupado: “Esta é uma pista que também é familiar à equipa e acredito que vamos rapidamente recuperar o tempo em que estivemos parados”, conclui o único piloto de Macau inscrito no campeonato.

6 Mai 2021

Asa do acidente de Sophia Floersch em Macau desaparecida devolvida em Portugal

A história do acidente de Sophia Floersch no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 de 2018 teve um dos seus últimos episódios no passado fim de semana quando a asa dianteira do Dallara F317 “desaparecida” em Macau foi finalmente devolvida à equipa Van Amersfoort Racing (VAR) em Portugal.

A edição de 2018 ficará para sempre marcada pelo violentíssimo acidente da piloto alemã, que depois de um toque com Jehan Daruvala e a seguir embater em Sho Tsuboi voou em direcção ao palanque dos fotógrafos na Curva Lisboa. Para além dos ferimentos provocados em alguns fotógrafos e comissários de pista, Floersch fracturou a coluna, tendo, entretanto, todos os intervenientes recuperado das mazelas. Na altura, vários destroços do carro não foram entregues à equipa holandesa.

Para além do restritor de ar do motor, a asa da frente, que ficou separada do carro, não foi devolvida à equipa. Dias depois, esta mesma asa feita em fibra de carbono apareceu à venda num portal de leilões online sem autorização e para total espanto da equipa. A VAR conseguiu arranjar forma de apresentar queixa na Polícia em Macau e a asa foi prontamente recuperada pelas autoridades do território.

No sábado, a VAR anunciou nas redes sociais que finalmente a asa chegou às mãos da equipa, com uma fotografia da mesma e com a legenda: “reunidos em Portimão, dois anos e meio depois do acidente de Sophia Floersch em Macau”.

Mão portuguesa

A “desaparecida” asa dianteira foi entregue a Frits van Amersfoort, dono e fundador da equipa sediada em Zeewolde, pelas mãos de Rodrigo Brum, o ex-Secretário-Geral Adjunto do Secretariado Permanente do Fórum de Macau e que também exerceu funções em Macau nos anos 1990.

“Foi-nos devolvida enquanto estávamos em Portugal, na pista de Portimão, para a primeira corrida do campeonato Euroformula Open. Obrigado ao Sr Brum por trazer a parte que faltava”, é possível ler na rede social da equipa.

Através de um contacto comum, o economista português conseguiu “resgatar” a asa dianteira perdida do monolugar de construção italiana. Visto que a VAR não regressou ao Grande Prémio em 2019 e apesar de esta peça ter valor comercial não foi requisitada com urgência, a asa dianteira acabou por viajar com Rodrigo Brum de Macau até Lisboa.

No fim de semana transacto, a caravana da Euroformula Open, uma competição em tudo semelhante à Fórmula 3, esteve no Algarve, fazendo parte do programa de corridas do Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1. Aproveitando a ocasião, foi devolvida ao seu dono. O acidentado Dallara F317 Mercedes de Floersch nunca foi recuperado e ainda está nas oficinas da VAR. O que lhe irá acontecer a seguir será com certeza o último capítulo desta saga.

5 Mai 2021

Tóquio2020 | Atletas vão ser testados à covid-19 todos os dias

Os atletas participantes nos Jogos Olímpicos Tóquio2020 vão ser submetidos diariamente a testes à covid-19, anunciou ontem a organização, actualizando o plano anterior de rastrear os participantes a cada quatro dias.

O reforço na despistagem à infeção pelo novo coronavírus consta da nova versão do manual (‘playbook’) para as comitivas, no qual são elencadas as várias medidas face à pandemia, que, segundo o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, representam “um sinal de solidariedade e respeito da comunidade olímpica para com os anfitriões japoneses”.

Também hoje, a organização de Tóquio2020 adiou para junho a decisão – esperada para estes dias – sobre a possibilidade de as competições terem espectadores, isto depois de já ter sido definida a proibição de público proveniente de fora do Japão.

Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 foram adiados para 23 de Julho a 8 de Agosto de 2021, devido à pandemia de covid-19, enquanto os Paralímpicos foram reagendados para o período entre 24 de Agosto e 5 de Setembro.

Até 11 de maio, Tóquio, Kyoto, Osaka e Hyogo estão sob estado de emergência, devido ao aumento do número de infetados e ao aparecimento de novas variantes do SARS-CoV-2, o vírus que provoca a covid-19, obrigando a que os eventos desportivos sejam realizados à porta fechada.

Desde o início da pandemia, este é o terceiro estado de emergência no Japão, que contabiliza um total de cerca de 577 mil infectados pelo novo coronavírus e mais de 10 mil mortos. O fim do presente estado de emergência coincide com a visita do presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach.

Entretanto, numa reunião do comité de saúde do parlamento japonês, o responsável pelo painel governamental japonês de peritos sobre a pandemia defendeu que as autoridades locais “devem discutir” a realização dos Jogos Olímpicos no próximo verão, face ao aumento de infeções pelo novo coronavírus.

“Estamos a chegar ao momento em que devemos discutir [a realização] do evento, tendo em conta a situação do aumento dos contágios e a pressão sobre o sistema de saúde, como fatores mais importantes”, afirmou Shigeru Omi, no parlamento japonês.

Mesmo assim, a presidente do comité organizador, Seiko Hashimoto, reiterou a realização dos Jogos, salientando que “a questão é saber como organizar os Jogos de forma segura”.

Os responsáveis pela organização de Tóquio2020 apresentaram estas novas medidas restritivas, com a actualização do ‘playbook’, numa altura em que a população japonesa se tem manifestado a favor de um novo adiamento ou do cancelamento das competições.

29 Abr 2021

Automobilismo | André Couto com duplo programa desportivo na China

Após um ano em que esteve praticamente arredado das pistas, André Couto vai regressar ao activo este ano com dois programas desportivos na República Popular da China. O piloto português da RAEM vai participar no Campeonato da China de GT e na Taça Porsche Carrera Ásia

 

No final da pretérita semana, Couto participou nos dois dias oficiais de testes do Campeonato da China de GT que se realizaram no Circuito Internacional de Zhuhai. O piloto do território aproveitou para voltar a ganhar ritmo competitivo, enquanto se ambientou à sua nova equipa, a Toro Racing, e a um carro que até aqui nunca tinha conduzido, o Mercedes-AMG GT3.

“No global, foi um bom teste”, admitiu Couto ao HM. “A minha última corrida foi em Janeiro do ano passado, na Austrália, e o meu último teste, em Março, no Japão. No início estava um pouco apreensivo, pois foram muitos meses parado, mas no fim, acabou por correr tudo bem. Não tive dificuldades em termos físicos e senti-me confortável com a equipa”.

Dividido em duas categorias, uma para carros da categoria FIA GT3, e outra para os menos potentes carros da classe GT4, o Campeonato da China de GT é composto por cinco provas pontuáveis e uma extra-campeonato no Grande Prémio de Macau, em Novembro. Com início marcado para o último fim de semana de Maio, em Ningbo, Couto fará equipa com o piloto amador chinês Zang Kan, visto que os regulamentos obrigam a que as duplas tenham um piloto profissional e outro amador.

“Os meus planos passam por tentar fazer a época toda, mas tudo vai depender um pouco da evolução das restrições das viagens entre Macau e a China Interior. Se não houver nenhuma alteração na actual política de atribuição de vistos, talvez seja obrigado a faltar a uma prova”, explicou Couto que assim regressa ao campeonato onde se estreou em 2017.

Tempos prometedores

Apesar de ter uma vasta experiência em carros da categoria FIA GT3, a verdade é que Couto nunca tinha conduzido o Mercedes-AMG até à passada quinta-feira. E esta experiência com o carro da marca de Estugarda não podia ter corrido melhor, pois o piloto luso marcou o melhor tempo no cômputo dos dois dias de testes, superando Cheng Congfu (Audi R8 LMS GT3), o piloto oficial da Audi Sport Asia, ou Ye Hongli (Porsche 911 GT3-R), o vencedor da última edição da Taça GT Macau do Grande Prémio.

“Nunca tinha andado com o Mercedes. Fiquei positivamente impressionado com o carro, pois tem uma base muito boa, uma suspensão eficaz e tem uma traseira muito estável”, destacou o novo recruta da Toro Racing. “Também gostei muito da forma de trabalhar da equipa, que se aproxima ao que estou habituado. Falam inglês e compreendem as necessidades do piloto. O meu companheiro de equipa conseguiu tempos interessantes para um ‘gentleman driver’ e os patrões da equipa têm ambições. É uma equipa nova, com um grupo forte por detrás, e que quer crescer. Julgo que podemos ter um conjunto interessante para o futuro”.

Estreia na Taça Porsche

O convite da Toro Racing ao piloto de Macau estendeu-se do campeonato chinês de GT também para a Taça Porsche Carrera Ásia. Couto será o sexto piloto da RAEM a participar na competição monomarca da Porsche para o continente asiático, isto no ano de estreia do novo modelo Porsche 911 GT3 Cup (Tipo 992). Também será a primeira vez que Couto participa numa competição de automobilismo monomarca desde 2000, quando competiu no Campeonato Internacional de Fórmula 3000.

“A equipa vai ter dois carros, um deles para um piloto semi-amador e outro para mim. Vou fazer corrida a corrida, pois não sei se será possível completar a temporada devido aos vistos. A minha prioridade ainda são os GT, mas a Taça Porsche é igualmente competitiva e quero aproveitar ao máximo depois de um ano praticamente parado”, esclareceu Couto que na próxima semana viaja para Xangai, para os dias oficiais de testes da Taça Porsche que antecedem a primeira corrida do ano.

Após dezasseis anos a conduzir ao mais alto nível no Japão, Couto não esconde que ambiciona voltar ao país do sol nascente. “Mantenho contactos com o Japão e, quando as fronteiras reabrirem, gostava de regressar”, reconhece Couto, que aos 44 anos está longe de abrandar.

27 Abr 2021

Automobilismo | Rui Valente apronta regresso do quarteto macaense

Depois de um pódio e dois abandonos consecutivos, Rui Valente, o piloto de matriz portuguesa há mais tempo no activo, está confiante para a próxima prova, aquela que juntará novamente quatro nomes portugueses que escreveram alguns capítulos da história do automobilismo e motociclismo de Macau nas últimas quatro décadas

 

No fim de semana de 9-11 de Abril, no Circuito Internacional de Guangdong (GIC), Rui Valente disputou a sua terceira corrida da temporada, ele que foi até agora o único piloto da RAEM a realizar corridas de automobilismo esta temporada de 2021. Após uma qualificação prometedora, onde colocou o Honda Integra DC5 na primeira linha da grelha de partida, e uma perseguição inicial ao primeiro classificado à geral na corrida, um mais potente Lotus Exige, o experiente piloto do território viu-se traído por um problema eléctrico na sua viatura, o que o obrigou a abandonar.

Este infortúnio não foi o primeiro revés sofrido este ano. Na prova de abertura do “GIC Super Track Festival”, em Janeiro, Rui Valente terminou em terceiro lugar, mas na corrida anterior a esta, em Março, um problema da válvula de pressão do tanque de gasolina não permitiu que o nº14 realizasse uma corrida isenta de problemas. Depois de uma longa paragem nas boxes, Rui Valente ainda viria a ver a bandeira de xadrez, mas já muito longe dos lugares da frente.

Mesmo assim, a confiança continua alta antes da próxima prova, aquela que reunirá novamente no mesmo carro um quarteto de luxo composto por Rui Valente, Belmiro Aguiar, Ricardo Lopes e José Mariano da Rosa. Nos últimos dois anos, o piloto português com mais participações no Grande Prémio de Macau fez questão de tirar do retiro os seus ex-rivais de outros tempos que assim se viram “forçados” a ir buscar ao fundo do armário o fato e o capacete para alinharem nas corridas de longa duração organizadas pelo circuito dos arredores da cidade continental chinesa de Zhaoqing.

A equipa ainda terá avaliado a aquisição de um carro novo, mas, por agora, o “velhinho” Integra DC5 continuará a ser o “cavalo de batalha” nestas corridas de longa distância, aonde a fiabilidade e o consumo acabam por ter mais peso que a potência ou velocidade de ponta. Para enfrentar as agruras que terá pela frente, o carro japonês vai passar por uma cura de rejuvenescimento. “O carro vai receber um novo motor e uma nova caixa de velocidades e vamos resolver o problema dos ‘relays’ (ndr: um interruptor eletromecânico) de uma só vez”, explicou Rui Valente ao HM.

De forma a dinamizar a indústria do automobilismo na província de Guangdong, o GIC organiza este ano um campeonato com dez corridas com a duração de uma hora, aquelas que Rui Valente participa a solo, com o nome de “GIC Super Track Festival”, e três provas de seis, sete e oito horas de duração, que compõem o campeonato “GIC Super Endurance Race”, em que o quarteto macaense irá alinhar.

Expectativas à medida

A prova de seis horas está agendada para o fim de semana de 4 e 5 de Maio. Acima de tudo, esta é uma iniciativa em que os intervenientes querem desfrutar do prazer de voltar a competir, deixando para segundo plano os resultados.

Contudo, ninguém acredita que o quarteto lusófono da RAEM vá participar só por participar, e em termos desportivos o objectivo está bem definido, como refere Rui Valente, e passa por “fazer melhor que no ano passado”.

Entretanto, enquanto não há ainda datas oficiais para as corridas de apuramento para o Grande Prémio de Macau, o MINI Cooper S preparado na oficina situada no GIC está pronto para mais uma temporada em cheio. “É só mudar óleos, rever os travões e pronto”, revela o seu proprietário que o ano passado regressou ao pódio do Grande Prémio, com um terceiro lugar na categoria “1600cc Turbo” da Taça de Carros de Turismo de Macau.

19 Abr 2021

Tóquio 2020 | Cancelamento “é uma opção”, diz secretário-geral do partido do governo

O secretário-geral do partido do governo do Japão, Toshiro Nikai, afirmou hoje que o cancelamento dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 “é uma opção” de “último recurso”, caso a situação pandémica no arquipélago continue a agravar-se.

“Teremos que cancelar [os Jogos] sem hesitação se não for mais possível organizá-los”, disse Toshihiro Nikai, o secretário-geral do Partido Liberal Democrático (PLD), do primeiro-ministro Yoshihide Suga, em entrevista ao canal de televisão TBS.

Toshihiro Nikai realçou que os Jogos, previstos para decorrer de 23 de Julho a 8 de Agosto, são “uma grande oportunidade para o Japão”, destacando para o seu sucesso a presença de público, e admitiu que “ainda há muitos problemas a resolver”.

Questionado sobre a possibilidade de os Jogos serem cancelados se as infecções por coronavírus continuarem a aumentar no Japão, Toshihiro Nikai respondeu que “seria inevitável tomar uma decisão de acordo com a situação que surgir” antes do início do evento.

“Se chegar a hora em que nada mais puder ser feito [em termos de medidas para conter o vírus], devem ser cancelados”, disse Toshihiro Nikai, defendendo que a realização do evento não poderá servir para a propagação da pandemia.

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, interpretou os comentários de Toshihiro Nikai como “uma opção”, “nada mais”, e considerou-os como uma forte mensagem de incentivo para que os japoneses contenham o coronavírus por todos os meios.

Em reação à entrevista de Toshihiro Nikai à TBS, replicada pelos órgãos de comunicação locais, um responsável anónimo do PLD, citado pela agência de notícias japonesa Jiji Press, afirmou que os “Jogos não serão cancelados”.

Por sua vez, o ministro responsável pela campanha de vacinação, Taro Kono, citado pelo jornal Asahi, levantou a possibilidade de proibir totalmente o acesso de espetadores aos Jogos, que já só era permitido para japoneses e residentes no arquipélago.

A 99 dias da abertura dos Jogos, e tendo em conta os números de quarta-feira, o Japão ultrapassou, pela primeira vez, as 4.000 infeções diárias desde o final de janeiro, evolução que os médicos do país começaram a qualificar como quarta vaga.

15 Abr 2021

GP F3 | Prestígio da prova aguenta um segundo cancelamento

O anúncio da pretérita semana dos organizadores do Campeonato da China de Fórmula 4, em que se revelou que o Grande Prémio de Macau faz parte do calendário para 2021, relembra-nos que se a evolução da pandemia não melhorar, uma tradição com quase quarentena anos poderá novamente não se repetir este ano: o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3

 

Como dizia Trevor Carlin, o fundador da equipa de Fórmula 3 Carlin, “Novembro não é Novembro, sem a ida a Macau”. Sem surpresas, portanto, o último Conselho Mundial da Federação Internacional do Automóvel (FIA) decidiu colocar a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA no calendário internacional, mas esta acção não é vinculativa.

A última palavra, sobre a realização da prova, está sempre do lado da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau e das autoridades de saúde. Recorde-se que no ano passado a prova de Fórmula 3 não se realizou, pois os catorze dias de quarentena obrigatórios à chegada não eram viáveis para as equipas provenientes do estrangeiro.

O macaense Mário Sin, ex-membro da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, acredita que hoje as prioridades são outras. “O Grande Prémio de Macau é propriedade do Governo, não tem um problema de sobrevivência, daí a prioridade que o Governo tem agora é evitar ao máximo o contágio da COVID-19. Sendo assim, é muito provável que não vá baixar a guarda que tem tido até agora”, afirma esta figura incontornável do automobilismo local, acrescentando que “possivelmente não vamos receber a corrida de Fórmula 3 e outras se [o Governo] achar que a situação não é aconselhável. Veja que a China, por causa da pandemia, também abdicou da sua corrida de Fórmula 1. Por isso, se Macau tiver que desistir [da corrida de F3], está apenas a seguir os ‘bons’ conselhos de segurança da China em relação ao novo coronavírus”.

O piloto português Álvaro Parente, campeão britânico de Fórmula 3 em 2005 e que correu no Circuito da Guia tanto na prova de Fórmula 3, como na Taça do Mundo de GT da FIA, reconheceu ao HM que “é evidente que não é a situação ideal, dado que seria já o segundo ano sem competições internacionais em Macau. Mas atendendo à situação actual, é compreensível, dado que vão muitos pilotos e equipas da Europa e existem riscos na presente conjectura. Contudo, penso que o Grande Prémio de Macau é um nome muito forte no mundo do automobilismo e acredito que conseguirá manter o seu estatuto depois de dois anos sem provas internacionais”.

Estatuto intacto

O rumo que a FIA escolheu para a Fórmula 3 não é consensual. O que em tempos era uma competição que colocava frente a frente diversos construtores de chassis e motores é hoje uma competição monomarca Dallara-Mecachrome, o que tem sido alvo de várias críticas de alguns sectores.

“A F3 real perdeu a sua tradição quando a FIA passou de uma fórmula livre com competições em vários países para uma competição única, a FIA F3. Infelizmente, [Gerhard] Berger não ajudou enquanto presidente da Comissão de Monolugares da FIA, pois quis fechar os campeonatos nacionais para tornar a F3 europeia mais forte”, explicou ao HM Peter Briggs, ex-presidente da FOTA – Formula Three Association.

O inglês e ex-chefe de equipa que em tempos colaborou com Barry Bland, quando este último co-organizava a corrida de Fórmula 3 no território, afirma que “infelizmente, com o GP a tornar-se um evento de uma competição só (FIA F3), perdeu o seu sabor internacional de quando as equipas japonesas podiam encontrar as equipas europeias”.

Contudo, nem todos partilham da mesma opinião, como esclarece Álvaro Parente: “É um evento em que muitos pilotos gostam e querem participar. Estou seguro de que quando voltar a ter provas internacionais, Macau voltará a ser um evento com a projecção de que gozou até ao ano passado.”

Mesmo que não se realize a prova de Fórmula 3 nas ruas da RAEM este ano, tudo indica que isto não quererá dizer que a prova vai perder fôlego. Aliás, enquanto Macau conseguiu manter o seu evento de pé em 2020, outros, como o Grande Prémio de Pau, em França, ou até mesmo o Grande Prémio do Mónaco, não foram capazes de o fazer.

“O circuito da Guia não tem outro igual para uma prova de Fórmula 3 e a FIA há-de voltar com a Taça do Mundo”, sustenta Mário Sin. “Precisamos é manter a ‘nossa tradição’ de continuamente organizar o Grande Prémio de Macau, todos os anos e sem interrupção quaisquer que sejam as circunstâncias. É o único circuito que correu 65 anos sem parar, isto é uma mais valia que temos no nosso Grande Prémio de Macau e não deve haver um outro circuito das mesmas condições”.

A escolha possível

A escolha do campeonato chinês de Fórmula 4, como prova de substituição da corrida de Fórmula 3, fez franzir alguns sobrolhos, mas a realidade é que esta foi a única alternativa à disposição da organização do evento, visto que nenhuma outra competição de monolugares estava disposta a cumprir as zelosas imposições das autoridades de saúde locais. Para Peter Briggs, a solução encontrada “foi boa para os locais, mas para mais ninguém”.

“Caso o Governo consiga eliminar a situação obrigatória da quarentena para entrar em Macau, todo o problema ficará resolvido”, realça Mário Sin, no entanto, “quem sabe, um dia, um dos pilotos chineses que correram em Macau aparece nos campeonatos internacionais e possivelmente chegue até à F1. Daqui a alguns anos podemos orgulhosamente mencionar que este ou aquele piloto chinês correu aqui no Circuito da Guia”.

O Grande Prémio de Macau está agendado provisoriamente de 18 a 21 de Novembro, pendendo ainda de uma decisão final do Governo sobre se o evento avança e se sim, em que moldes. Para além de estar no calendário internacional como Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 e aparecer no Campeonato da China de Fórmula 4, o Grande Prémio também faz parte dos calendários da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR e do Campeonato da China de GT.

7 Abr 2021

China F4 anuncia corrida no Grande Prémio Macau

A organização do Campeonato da China de Fórmula 4, o MiTime Group, anunciou ontem nas redes sociais o calendário para a temporada de 2021, aonde se destaca um possível regresso ao Circuito da Guia no mês de Novembro.

Segundo a publicação, o campeonato “irá ao Circuito da Guia Macau pelo segundo ano consecutivo, tornando-se o destaque da 68ª edição do Grande Prémio de Macau”. Ainda é possível ler que “a grandiosidade do Grande Prémio de Macau de Fórmula 4 ainda está fresco na nossa memória.

Na temporada de 2021, o Campeonato da China de F4 Shell Heineken da FIA e o Grande Prémio da China Fórmula na sua corrida final irá novamente colocar um pé na Região Administrativa Especial de Macau, com duas corridas como foco do 68º Grande Prémio de Macau, com os pilotos e as equipas em acção no Circuito da Guia”.

O calendário de quatro provas ontem anunciado revela que o início da temporada está agendado para o fim de semana de 19 e 20 de Junho aqui ao lado, no Circuito Internacional de Zhuhai. Depois, a caravana da Fórmula 4 chinesa desloca-se ao circuito citadino de Wuhan, numa data a designar no mês de Setembro. Por fim, os monolugares Mygale-Geely irão acompanhar a Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo – WTCR em Ningbo, quinze dias antes da deslocação a Macau.

Este anúncio acaba por ser uma surpresa, pois acontece três semanas depois da Federação Internacional do Automóvel (FIA) ter colocado a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA em Macau no calendário internacional. O regresso das máquinas de Fórmula 3 ao evento de automobilismo da RAEM está obviamente pendente do alívio das restrições impostas à chegada de estrangeiros ao território.

A presença da Fórmula 3, não impede, no entanto, que haja também a corrida de Fórmula 4. No passado, houve programas do Grande Prémio de Macau que incluíram a prova de Fórmula 3, em concomitância com outras corridas de monolugares, como a Fórmula Renault, a Fórmula BMW, a Fórmula Masters China, a Fórmula Ásia ou a Fórmula Campus.

A estreia da Fórmula 4 em Macau aconteceu no ano passado, como alternativa ao cancelamento da habitual corrida de Fórmula 3, que se disputou ininterruptamente de 1983 a 2019. Charles Leong, piloto da RAEM, foi o vencedor de uma corrida que colocou em pista dezassete concorrentes.

1 Abr 2021

WTCR anuncia que correrá na China 15 dias antes do Grande Prémio de Macau

A organização da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA – WTCR anunciou ontem que irá disputar uma corrida na China Continental, nos dias 6 e 7 de Novembro, quinze dias antes da edição deste ano do Grande Prémio de Macau.

No seguimento de um acordo entre o grupo chinês MiTime e o promotor da WTCR, a Eurosport Events, a competição de carros de Turismo da FIA vai visitar pela terceira vez o circuito de Ningbo, na província de Zhejiang. Inaugurado 2017, o traçado de quatro quilómetros de perímetro pertence ao Grupo MiTime, uma subsidiária do Geely Auto Group, os donos das marcas automóveis Volvo, Lotus ou Lynk & Co.
Xavier Gavory, o director da WTCR e da Eurosport Events, disse que “a perspectiva de ter a WTCR a regressar ao Ningbo International Speedpark é bastante excitante e significa que a temporada de 2021 está completa”.

Já Weng Xiaodong, o presidente do grupo MiTime, acrescentou que foi “um acontecimento histórico trabalhar com a Eurosport Events para tornar possível o regresso de um evento da FIA WTCR à China. Estamos confiantes que faremos o melhor evento da história da WTCR”.

Mesmo com restrições

As 13ª e 14ª corridas da temporada da WTCR serão realizadas entre a prova no Inje Speedium, na Coreia do Sul, e a prova do Grande Prémio de Macau, que deverá fechar a temporada, de 19 a 21 de Novembro. Contudo, neste momento, são mais as dúvidas que as certezas, devido às restrições nas viagens internacionais, principalmente para o continente asiático. Por isso, existe uma ressalva no comunicado enviado às redações que diz que os “três eventos estão pendentes da redução das restrições que estão a afectar as viagens a nível mundial e os movimentos marítimos”.

Num mundo perfeito, esta prova na cidade costeira de Ningbo serviria os intentos de vários pilotos de carros de Turismo de Macau que quisessem preparar a sua participação na Corrida da Guia, ou numa outra corrida onde pudessem usar os seus carros da categoria TCR.

31 Mar 2021