Junta militar de Myanmar remodela Governo após extensão do estado de emergência

A junta militar no poder em Myanmar (antiga Birmânia) anunciou na quarta-feira à noite a substituição de cinco ministros, dois dias após prolongar o estado de emergência por seis meses, adiando as eleições previstas para este mês.

Num comunicado, a junta confirmou as saídas dos ministros responsáveis pelas tutelas de Religião, Eletricidade, Energia, Trabalho e Justiça, assim como do presidente da Comissão Anticorrupção e do presidente da Comissão de Direitos Humanos.

A junta militar referiu que os ministros da Eletricidade e da Religião abandonaram os cargos por motivos de saúde, mas não deu explicações sobre a saída dos restantes dirigentes nem identificou os substitutos.

Um dos dirigentes exonerados, o ministro da Energia, U Myo Myint Oo, foi sancionado pelos EUA no início do ano por estar por trás da gestão de atividades relacionadas com a produção e exportação de gás e petróleo, principal fonte de divisas da junta militar.

O anúncio surgiu dois dias depois de a junta ter prolongado o estado de emergência por seis meses, adiando teoricamente as eleições que estavam previstas para agosto.

O estado de emergência, que deveria expirar no final de julho, “será prorrogado por mais seis meses a partir de 01 de agosto de 2023”, declarou na segunda-feira o Presidente interino, Myint Swe, ao Conselho de Defesa.

O líder da junta, Min Aung Hlaing, justificou a decisão com combates e ataques em curso nas regiões de Sagaing (noroeste), Magway e Bago (centro), e Tanintharyi (sul).

Myanmar tem sido palco de um violento conflito civil que já causou quase 3.900 mortos e centenas de milhares de deslocados desde o golpe de Estado de 01 de fevereiro de 2021, de acordo com a Associação de Assistência a Presos Políticos, uma organização não-governamental birmanesa.

A Constituição em vigor no país do Sudeste Asiático prevê que os atos eleitorais só possam realizar-se num prazo de seis meses após o levantamento do estado de emergência.

Na terça-feira, a junta militar anunciou um perdão parcial para a antiga líder democrática de Myanmar, Aung San Suu Kyi, no âmbito de uma amnistia para mais de sete mil prisioneiros, por ocasião de um dos principais festivais budistas.

A amnistia anulou cinco das 19 condenações contra Aung San Suu Kyi, reduzindo em seis anos a pena total de 33 anos de prisão aplicada à ativista.

A junta militar perdoou ainda dois dos oito crimes pelos quais tinha sido condenado Win Myint, que liderava o país na altura do golpe de Estado de fevereiro de 2021, o que representa uma redução de quatro anos na pena total de 12 anos de prisão.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou na terça-feira “à libertação imediata da conselheira de Estado, Aung San Suu Kyi, do Presidente, Win Myint, e de todos os detidos arbitrariamente em Myanmar, e ao fim da violência e repressão e ao respeito pelos direitos humanos”.

3 Ago 2023

China quer limitar uso de dispositivos móveis por menores a até duas horas por dia

O regulador do ciberespaço da China ordenou hoje aos fornecedores de dispositivos móveis que criem um modo específico para menores, visando limitar o uso por crianças e adolescentes a um máximo de duas horas por dia.

A Administração do Ciberespaço chinesa disse ainda que menores de 18 anos devem estar impedidos de aceder a dispositivos móveis, incluindo telemóveis e computadores portáteis, entre as 22:00 e 06:00.

De acordo com a norma, este modo para menores deve ter uma função de troca automática, que permite ao utilizador aceder a uma versão adaptada à sua idade com um único clique e sair com a verificação e autorização dos pais.

Os utilizadores com idades entre 16 e 18 anos vão ter permissão para aceder a dispositivos móveis duas horas por dia. Para crianças entre os oito e 16 anos, o limite é uma hora, enquanto menores de oito vão ter permissão para apenas oito minutos.

Dependendo das “características físicas e mentais” de cada grupo, vão ser oferecidos conteúdos e informações “adequados ao seu desenvolvimento”, refere o documento, que sugere a audição de programas educativos e de músicas para menores de três anos.

Aplicações de partilha de vídeos curtos, semelhantes ao TikTok, estavam já obrigadas a oferecer um modo específico para menores, que limita o tempo de utilização e omite determinado tipo de conteúdo.

Em 2021, as autoridades chinesas restringiram a cerca de três horas por semana o acesso de internautas menores de idade a jogos em rede, visando “proteger efetivamente a saúde física e mental” e o “crescimento saudável” dos jovens.

As ações das principais firmas de tecnologia chinesas caíram após o anúncio, incluindo a aplicação de partilha de vídeos curtos Kuaishou Technology (-4%), a rede social Weibo (-5%) e o motor de busca Baidu (-4%).

3 Ago 2023

China pede mobilização de “toda a sociedade” para combater espionagem

O ministério de Segurança do Estado chinês pediu hoje a mobilização de “toda a sociedade”, visando “prevenir e combater a espionagem”, e anunciou medidas para “fortalecer a defesa nacional” contra “atividades de serviços de inteligência estrangeiros”.

Num artigo publicado através da conta oficial na rede social Wechat, o ministério explicou que o trabalho contra a espionagem combina operações “abertas e secretas” e que todos os órgãos estatais e organizações sociais, empresas e instituições têm a obrigação de prevenir e impedir a espionagem e “proteger a segurança nacional”.

O organismo, que deseja “construir uma sólida linha de defesa popular contra a espionagem”, instou os órgãos de comunicação, plataformas ‘online’ e fornecedores de serviços de informação a realizarem “educação específica sobre contraespionagem, dirigida a toda a sociedade”.

O ministério vai colocar à disposição dos cidadãos números de telefone e caixas postais para receber denúncias, “garantindo o sigilo” dos informantes.

A China alterou a Lei de Contraespionagem para incluir a “colaboração com organizações de espionagem e seus agentes” na categoria de espionagem.

A legislação passou a proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional e alargou a definição de espionagem, à medida que o Presidente chinês, Xi Jinping, enfatiza a necessidade de construir uma “nova arquitetura de segurança”.

Todos os “documentos, dados, material e itens relacionados com a segurança e interesses nacionais” vão passar a estar sob o mesmo grau de proteção que os segredos de Estado, de acordo com emenda, que entrou em vigor, em julho passado.

Em maio passado, a polícia chinesa entrou nos escritórios de duas consultoras, a Bain & Co. e Capvision, e de uma empresa de diligência prévia, a Mintz Group. As autoridades não deram nenhuma explicação, afirmando apenas que as empresas estrangeiras são obrigadas a cumprir a lei.

Estas investigações semearam preocupação no setor e entre potenciais investidores estrangeiros, apesar de Pequim ter defendido tratarem-se de ações isoladas.

3 Ago 2023

Vários carros caem ao rio após inundações danificaram ponte na China

As fortes chuvas e inundações causadas pelo tufão Doksuri causaram hoje o colapso parcial de uma ponte na província de Heilongjiang, no nordeste da China, resultando na queda de vários veículos num rio da região, relatou a imprensa estatal.

A infraestrutura, localizada num trecho da via rodoviária que liga as cidades de Harbin e Mudanjiang, desabou num dos sentidos do trânsito e provocou a queda de vários veículos na água, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. Até ao momento não existem informações sobre quantas pessoas terão ficado presas dentro dos veículos.

Doksuri, o quinto tufão do ano, afetou nos últimos dias a região de Heilongjiang, que mantém o nível de alerta máximo para tempestades. Também a província de Hebei e áreas administrativas dos municípios de Pequim e Tianjin estão em alerta máximo.

Os efeitos do tufão Doksuri, um dos mais fortes a atingir a China nos últimos anos e que devastou partes do sul e leste do país, fizeram com que Pequim registasse as chuvas mais intensas dos últimos 140 anos.

A intensa precipitação provocou graves danos nas infraestruturas rodoviárias das zonas afetadas, incluindo várias pontes e viadutos.

As autoridades chinesas anunciaram hoje um reforço de 30 milhões de yuans nas verbas destinadas para as reparações de emergência nas estradas afetadas pelas inundações.

Na terça-feira, as autoridades chinesas tinham anunciado um montante de 110 milhões de yuans. Os fundos para a reparação rodoviária foram emitidos pelos Ministérios das Finanças e dos Transportes.

Esta ajuda junta-se às centenas de milhões de yuans doados na quarta-feira por várias gigantes tecnológicas chinesas, incluindo os grupos Alibaba, Tencent ou ByteDance, conhecida por ser a empresa-mãe da popular aplicação TikTok.

3 Ago 2023

Austrália | Comissão quer proibir WeChat em dispositivos do Governo

Uma comissão da câmara alta do parlamento da Austrália recomendou que os membros do Governo sejam proibidos de utilizar nos dispositivos de trabalho a rede social chinesa WeChat, uma medida já aplicada ao TikTok.

Num relatório divulgado na terça-feira, A Comissão de Interferência Estrangeira através das Redes Sociais também recomendou que os gigantes do sector, como a Meta (dona do Facebook e Instagram) e a X (antigo Twitter), devem tornar-se mais transparentes ou enfrentar multas.

O Presidente da comissão do Senado australiano, James Paterson, disse ontem que as recomendações do relatório tornariam a Austrália um alvo mais difícil para os sérios riscos de interferência estrangeira que o país enfrenta.

O relatório “aborda os problemas colocados por plataformas de redes sociais com sedes [em jurisdições] autoritárias, como TikTok e WeChat, e plataformas de redes sociais com sede no Ocidente que estão a servir de armas para as acções de governos autoritários, incluindo Facebook, YouTube e Twitter”, disse Paterson aos jornalistas.

O relatório refere que a comissão está particularmente preocupada com o TikTok e o WeChat, a rede social mais popular na China, que é também muito utilizada entre a diáspora chinesa na Austrália.

3 Ago 2023

Tufão Khanun faz um morto e deixa 220 mil sem electricidade

Mais de 220 mil casas ficaram sem electricidade ontem de manhã no arquipélago de Okinawa, no extremo sul do Japão, devido à passagem do tufão Khanun, que causou ainda a morte de uma pessoa, avançou a televisão pública NHK.

Descrito como “muito poderoso” pela Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês), o tufão passou perto da ilha principal de Okinawa pouco depois das 09:00, trazendo rajadas de vento de até 180 km/h.

De acordo com a concessionária local de electricidade, a Okinawa Electric Power, cerca de um terço das casas na região de Okinawa estavam sem energia no final da manhã de ontem.

Na terça-feira, as autoridades de Okinawa tinham apelado a mais de 690 mil pessoas que abandonassem as suas casas e procurassem abrigo face à aproximação do Khanun. O apelo foi também alargado a outras áreas de Kagoshima, no sudoeste do Japão.

De acordo com a NHK, um homem de 90 anos morreu na cidade de Ogimi depois de ficar preso numa garagem que desabou na noite de terça-feira, provavelmente devido aos ventos fortes.

A Agência Japonesa de Gestão de Incêndios e Desastres avançou ainda com a existência de 11 feridos. A JMA também alertou para o risco de inundações e deslizamentos de terra em partes da ilha principal de Okinawa.

Mais de 400 voos foram cancelados ontem de ou para este popular arquipélago turístico no Verão, afectando mais de 65 mil passageiros, avançou a NHK. Muitos turistas estavam presos desde terça-feira no aeroporto de Naha, capital de Okinawa.

“Não conseguimos encontrar um hotel e não sabemos quando poderemos reservar um voo de volta”, disse a visitante Minako Kawakami ao jornal local Okinawa Times.

Ares parados

As companhias aéreas Japan Airlines e a All Nippon Airways previram que mais de 74 mil passageiros no total poderiam ser afectados por cancelamentos de voos. O Khanun está a dirigir-se para oeste-noroeste, em direcção ao leste da China, onde deve chegar ainda esta semana.

No início da semana, as autoridades das Filipinas já tinham emitido alertas contra possíveis inundações e deslizamentos de terra devido à influência do Khanun, numa altura em que o país ainda recupera da passagem do tufão Doksuri, que causou pelo menos 25 mortos.

3 Ago 2023

China | Mais inundações e tufões em Agosto

A China enfrenta um alto risco de inundações e tufões em agosto, informou ontem o jornal oficial Global Times, após a passagem do tufão Doksuri ter deixado pelo menos 20 mortos e 27 desaparecidos em Pequim e arredores.

Segundo um documento publicado em conjunto por organizações como a Comissão Nacional para a Redução de Catástrofes, o Ministério dos Assuntos Civis e o Ministério de Gestão de Emergências, o norte do país vai sofrer altas temperaturas e seca em Agosto, enquanto algumas áreas no sul e leste da China vão registar precipitações acima da média, com maior risco de catástrofes naturais, incluindo cheias, inundações urbanas e agrícolas, fortes rajadas de vento ou granizo.

As partes superiores do rio Yangtsé e do lago Poyang, no centro do país, podem sofrer inundações acima dos níveis de alerta, alertaram as agências. Entre quatro e seis tufões estão também previstos no Noroeste do Pacífico e no Mar do Sul da China, sendo que dois ou três devem “chegar à terra ou afectar os sistemas climáticos da China”, informaram as agências.

As autoridades prevêem que quatro ondas de calor vão atingir várias partes do país em Agosto. E notaram que a China enfrenta um pico crucial de consumo de electricidade no Verão, algo que já causou problemas de abastecimento durante a seca do Verão passado, no centro do país.

As autoridades também alertaram para incêndios florestais em algumas partes de Sichuan (centro), Chongqing (centro) e Xinjiang (oeste).

3 Ago 2023

Washington convida Wang Yi para promover diálogo entre governos

Os Estados Unidos convidaram o ministro dos Negócios Estrangeiros da China para encontros de alto nível, com o objectivo de restaurar o diálogo entre Pequim e Washington, apesar das muitas diferenças, divulgou o Departamento de Estado norte-americano na terça-feira.

O convite surgiu durante uma reunião em Washington, na segunda-feira, entre altos funcionários dos EUA e da China, revelou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

As autoridades dos dois países tiveram uma “discussão franca, substancial e produtiva”, frisou o Departamento de Estado dos EUA, em comunicado.

A administração norte-americana não adiantou qualquer data para a visita de Wang Yi, que é o principal diplomata do Partido Comunista Chinês e substituiu o ministro dos Negócios Estrangeiros Qin Gang, que foi misteriosamente demitido após apenas sete meses no cargo.

Uma das oportunidades para a visita de Wang Yi será à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, em meados de Setembro.

O porta-voz da diplomacia norte-americana recusou-se a dizer se o convite foi aceite pelos chineses, mas realçou que “espera que seja”.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, já se encontrou com Wang Yi em meados de Julho em Jacarta, à margem de uma reunião dos países do Sudeste Asiático (ASEAN), assim como durante a sua visita a Pequim em Junho.

Desde então, autoridades dos EUA deslocaram-se a Pequim, incluindo a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, e o enviado especial para o clima, John Kerry.

Também a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, confirmou no final de Julho que pretende visitar a China “até ao final deste Verão”.

Complicações passadas

As duas potências tentam novamente aliviar as tensões reavivadas pela presença, em Fevereiro, sobre solo norte-americano, daquilo que os Estados Unidos consideraram ser um ‘balão espião’ chinês, que acabou derrubado por Washington.

De forma geral, as tensões são altas entre as duas superpotências que se envolvem numa competição acirrada, seja diplomática, militar, tecnológica ou económica, e estão em desacordo em vários campos diplomáticos, como Taiwan e Rússia.

Estas tensões já tinham escalado no ano passado após a visita da então presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, a Taiwan governada democraticamente, levando a China, que reivindica a ilha como seu território, a lançar exercícios militares em seu redor.

Washington evitou recentemente nomear formalmente a China, acusada de ser responsável por um recente ciberataque contra agências e administrações norte-americanas, incluindo o Departamento de Estado.

3 Ago 2023

Clima | Pequim regista as chuvas mais intensas em pelo menos 140 anos

Nunca a capital chinesa tinha sido fustigada com tamanha intensidade de chuvas e inundações como nos últimos dias. Pelo menos, desde que há registos meteorológicos

 

A capital da China, atingida por inundações mortíferas, sentiu nos últimos dias as chuvas mais intensas em pelo menos 140 anos, quando os registos começaram, avançaram ontem os serviços meteorológicos de Pequim.

“O valor máximo” de chuva registado entre a noite de sábado e a manhã de quarta-feira numa estação da cidade foi de 744,8 milímetros, sendo a “chuva mais forte em 140 anos”, segundo o Serviço Meteorológico de Pequim.

Os levantamentos precisos começaram em 1883. “O recorde anterior (…) antes do actual episódio chuvoso” tinha sido estabelecido em 1891, com 609 milímetros, sublinhou a agência.

As chuvas torrenciais que atingiram Pequim e a província vizinha de Hebei, no norte da China, deixaram pelo menos 20 mortos e 27 desaparecidos, segundo a imprensa oficial chinesa.

As cheias levaram rios a transbordar, arrastando estradas, veículos, casas e árvores, cortaram vias de telecomunicação e causaram deslizamentos de terra.

Cerca de 13 rios ultrapassaram os níveis de alerta na Bacia de Haihe, que inclui Pequim, Tianjin e Shijiazhuang, disse a agência de notícias oficial Xinhua, citando o Ministério de Recursos Hídricos chinês.

O fornecimento de energia para cerca de 60 mil casas no distrito de Fangshan, na capital, foi interrompido, informou a televisão Phoenix TV. As imagens divulgadas pela imprensa e redes sociais mostram cenas de caos, com pessoas presas em veículos ou nas suas casas.

O caos está no ar

O tufão Doksuri, revisto para uma tempestade tropical, tem varrido a China de sudeste para norte desde sexta-feira, dia em que atingiu a província de Fujian, no leste do país, depois de passar pelas Filipinas, onde causou pelo menos 25 mortos.

Chuvas torrenciais começaram a atingir a área metropolitana de Pequim no sábado. Em apenas 40 horas, a capital chinesa registou o equivalente à precipitação média de um mês inteiro de Julho.

As fortes chuvas mataram pelo menos 11 pessoas só na capital, incluindo um bombeiro que participava nas operações de resgate, e causaram milhares de desalojados, informou a televisão estatal CCTV.

Milhares de pessoas foram retiradas para abrigos em escolas e outros prédios públicos nos subúrbios de Pequim e nas cidades vizinhas de Tianjin e Zhuozhou. Em Zhuozhou, a sudoeste de Pequim, cerca de 125 mil pessoas foram transferidas de áreas de alto risco para abrigos, informa a Xinhua.

A autarquia de Tianjin, um porto a leste de Pequim, disse que 35 mil pessoas foram retiradas de perto do rio Yongding. Na província vizinha de Hebei, o mau tempo deixou pelo menos nove mortos e seis desaparecidos, segundo a CCTV.

Cerca de 42 mil pessoas foram retiradas de várias áreas da província de Shanxi, a oeste de Hebei, informou a Xinhua, citando autoridades dos serviços de emergência.

A China está a enfrentar clima extremo e altas temperaturas recordes neste Verão, eventos que os cientistas dizem serem exacerbados pelas mudanças climáticas.

3 Ago 2023

Toyota | Lucro recorde de 9,2 MME entre Abril e Junho

A Toyota obteve um lucro líquido recorde de 1,31 biliões de ienes (9,2 mil milhões de euros) entre Abril e Junho, mais 78 por cento do que em igual período do ano passado, informou ontem a empresa.

O resultado foi alcançado graças ao aumento das vendas e às taxas de câmbio favoráveis do iene, de acordo com o construtor automóvel japonês. Nesse período, que corresponde ao primeiro trimestre do ano fiscal japonês, o resultado operacional da Toyota Motor atingiu 1,12 biliões de ienes, mais 93,7 por cento.

A facturação das vendas cresceu 24,2 por cento, até 10,54 mil milhões de ienes. Estes números registam recordes tanto no volume de facturação como no lucro líquido e no resultado operacional da empresa.

A empresa japonesa, o maior construtor de motores do mundo em volume de mercado, atribuiu os resultados a “valores de vendas mais elevados em todas as regiões”, devido ao aumento da produtividade e à maior disponibilidade de semicondutores.

2 Ago 2023

Taiwan | China apresenta protesto após EUA enviarem ajuda militar

A China apresentou ontem um protesto formal aos Estados Unidos, devido a um pacote de ajuda militar fornecido a Taiwan, reiterando que a medida “ameaça a paz e a estabilidade” no Estreito da Formosa.

“Enviar um pacote de ajuda militar para Taiwan constitui uma interferência grave nos assuntos internos da China e prejudica os interesses de segurança e a soberania da China”, disse o porta-voz do ministério da Defesa chinês, Tan Kefei, em comunicado.

Segundo o porta-voz, a oferta dos EUA, avaliada em 345 milhões de dólares, representa “uma ameaça à paz e à estabilidade no Estreito de Taiwan”. “A China vai salvaguardar resolutamente a sua soberania e integridade territorial”, frisou.

“Nós opomo-nos fortemente e apresentamos uma queixa formal aos Estados Unidos”, disse Tan, que pediu a Washington que pare de manter “qualquer tipo de vínculo militar” com Taipé.

“Algumas pessoas nos Estados Unidos continuam a instigar a ‘independência de Taiwan’, em conjunto com forças separatistas, para provocar e aumentar o confronto e a tensão no Estreito de Taiwan”, acusou.

O porta-voz acrescentou que o Exército de Libertação Popular está a “prestar muita atenção à situação no Estreito de Taiwan” e a manter um “alto nível” de vigilância.

Fonte de tensão

O governo dos Estados Unidos divulgou, na sexta-feira passada, um memorando assinado pelo Presidente, Joe Biden, e endereçado ao secretário de Estado, Antony Blinken, a autorizar o envio para a ilha de equipamento militar do inventário do Pentágono.

Segundo a imprensa norte-americana, esta é a primeira vez que os EUA enviam ajuda deste tipo a Taiwan, a partir do inventário do Departamento da Defesa, em vez de fazê-lo por meio do programa de vendas militares ao exterior.

O texto não especifica os componentes que vão fazer parte desse pacote de assistência militar, mas a imprensa norte-americana indicou que inclui capacidades de inteligência e vigilância, armas de fogo, mísseis e sistemas portáteis de defesa antiaérea, conhecidos como MANPADS.

Taiwan é uma das principais fontes de tensão entre a China e os Estados Unidos, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar, no caso de uma guerra contra a China.

2 Ago 2023

Exigida libertação “imediata” de Aung San Suu Kyi

O autodenominado Governo de Unidade Nacional (NUG, na sigla em inglês), que reclama a autoridade legítima em Myanmar (antiga Birmânia), pediu ontem a libertação “incondicional e imediata” de Aung San Suu Kyi e de todos os presos políticos.

Num texto publicado nas redes sociais, o presidente do NUG, Duwa Lash, pediu a libertação de todos os presos políticos, exortando a Junta Militar, que governa o país, a “responsabilizar-se pelo bem-estar” dos reclusos.

O regime militar no poder reduziu ontem seis anos ao total de 33 anos de prisão a que foi condenada a antiga governante Aung San Suu Kyi, detida desde o golpe de Estado de 01 de Fevereiro de 2021.

De acordo com uma nota da Junta Militar, foram anuladas cinco das 19 condenações contra Suu Kyi, pelo que é improvável a libertação da líder política de 78 anos de idade.

O NUG, que exerce actividades na clandestinidade, constituiu-se inicialmente por ex-deputados que tinham sido eleitos nas legislativas de Novembro de 2020 e que deram a vitória à Liga Nacional para a Democracia (LND), força política de Suu Kyi, que não chegou a tomar posse.

Apesar de ter assumido o compromisso de realizar eleições, após o golpe de Estado, o regime militar tem vindo a impor periodicamente o estado de emergência no país, adiando o processo eleitoral.

O estado de emergência foi prolongado mais uma vez, na segunda-feira, por um período de seis meses.

Os militares afirmam que a decisão sobre a imposição do estado de emergência é provocada pelos “actos de terror” levados a cabo pelas Forças Populares de Defesa (PDF), formadas por jovens oposicionistas sem experiência militar.

As PDF são apontadas como o braço armado do Governo de Unidade Nacional que é dissidente da Liga Nacional para a Democracia de Aung San Suu Kyi que, entre outros aspectos, não concorda com o uso de armas no combate contra o exército.

Fontes do Governo de Unidade Nacional disseram à agência de notícias espanhola EFE que a eventual aproximação da Junta Militar a Aung San Suu Kyi “pode ter como objectivo dinamitar a oposição” que está a preparar manifestações contra o alargamento do estado de emergência.

Estado de guerra

Aung San Suu Kyi, filha do líder da independência do país, esteve 15 anos em prisão domiciliária, na residência particular em Rangum, durante o anterior regime militar que se prolongou até 2011.

O golpe de Estado de 2021 derrubou o executivo que era liderado “de facto” por Suu Kyi e mergulhou o país numa profunda crise política, social e económica marcada por confrontos armados.

As Nações Unidas têm condenado com veemência o regime militar que provocou uma crise de deslocados internos e refugiados, a prisão arbitrária de oposicionistas e um clima de estado de guerra, sobretudo nas zonas mais remotas do país.

Por outro lado, o apoio internacional a Aung San Suu Kyi diminuiu durante o massacre da minoria muçulmana rohingya pelos militares.

Em 2019, perante o Tribunal Penal Internacional, Suu Kyi, Prémio Nobel da Paz, não condenou o massacre dos rohingya pelo exército de Myanmar.

2 Ago 2023

Inundações | Xi pede que se faça tudo para resgatar desaparecidos

O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu ontem que se faça tudo para resgatar pessoas desaparecidas ou encurraladas, após as inundações devastadoras registadas em Pequim e arredores nos últimos dias, informou ontem a televisão estatal.

“Deve ser feito tudo o possível para encontrar e resgatar os desaparecidos ou vítimas encurraladas”, disse Xi, citado pela televisão estatal CCTV.

O número de mortes causadas pelas chuvas torrenciais que atingiram Pequim nos últimos dias subiu ontem para 11, enquanto 27 pessoas continuam desaparecidas.

Entre os mortos, estão dois trabalhadores dos serviços de emergência, que perderam a vida durante uma operação de resgate, informou o jornal Beijing Daily.

As chuvas, as mais intensas registadas na capital chinesa nos últimos anos, afectaram mais de 44 mil pessoas e obrigaram à retirada de cerca de 127 mil, segundo a mesma fonte.

As autoridades colocaram a capital chinesa no alerta máximo de risco de inundação, face aos efeitos do tufão Doksuri, que atingiu o sul e o centro da China, na semana passada.

A capital chinesa e o norte do país sofreram as chuvas mais fortes em mais de uma década, de acordo com o jornal oficial Global Times. O Doksuri é o tufão mais forte a atingir a China este ano e também o segundo mais forte a atingir a província de Fujian desde que há registos.

Na semana passada, pelo menos uma pessoa morreu e milhares de casas ficaram sem energia quando o tufão passou por Taiwan, trazendo ventos fortes e chuvas intensas para o sul e leste da ilha. O Doksuri provocou pelo menos 14 mortos e mais de 300 mil desalojados nas Filipinas.

2 Ago 2023

Chips | China restringe exportações de dois metais essenciais

A decisão está a ser entendida como uma resposta às medidas de controlo impostas pelos EUA sobre as exportações chinesas

 

A China impôs ontem restrições sobre as exportações de dois metais essenciais para o fabrico de ‘chips’ semicondutores, decisão que está a ser interpretada como uma retaliação contra os controlos de exportação adoptados pelos Estados Unidos.

Nos últimos meses, a administração norte-americana intensificou as restrições impostas ao fornecimento de semicondutores avançados a empresas chinesas, por motivos de “segurança nacional”.

A China, que ambiciona ser autossuficiente no fabrico de semicondutores, considera que as medidas visam manter a supremacia dos Estados Unidos num sector essencial para as indústrias do futuro, incluindo tecnologias de Inteligência Artificial, robótica ou veículos eléctricos, mas que também em aplicações militares.

De acordo com a directriz emitida ontem pelo Ministério do Comércio, os exportadores chineses de gálio e germânio devem, a partir de agora, requisitar uma licença, antes de venderem para o exterior.

As empresas vão ter de fornecer informação sobre o destinatário final e notificar sobre a sua utilização, de acordo com a mesma nota oficial.

A China é responsável por 94 por cento da produção mundial de gálio, presente sobretudo em circuitos integrados, LED (Diodo Emissor de Luz) e painéis fotovoltaicos, segundo um relatório divulgado no ano passado pela União Europeia (UE).

O país é também responsável por 83 por cento da produção do germânio, essencial para o fabrico de fibra óptica e infravermelhos.

Esta é uma mensagem “clara” e “inequívoca” dirigida aos Estados Unidos, apontou o analista James Kennedy, da consultora ThREE Consulting, citado pelas agências internacionais.

Kennedy disse, no entanto, que o impacto é reduzido, já que a procura norte-americana por gálio e germânio é “baixa” e pode, se necessário, ser compensada em outros locais.

Se Washington “optar por continuar a escalada, a próxima resposta chinesa terá consequências mais graves”, alertou o especialista, que não exclui restrições à exportação de terras raras.

“Metais estratégicos”

Este conjunto de 17 metais é essencial na produção de alta tecnologia e é relativamente abundante. As propriedades electromagnéticas tornam esta matéria-prima em “metais estratégicos”.

Segundo a agência Bloomberg, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, planeia assinar até meados de Agosto uma ordem executiva para limitar investimentos de empresas norte-americanas na China envolvendo tecnologia crítica.

A ordem executiva abrange semicondutores, Inteligência Artificial e computação quântica, de acordo com a mesma fonte.

O embaixador da China em Washington advertiu, no início deste mês, que Pequim iria retaliar caso os Estados Unidos impusessem novos limites nas exportações de tecnologia ou nos fluxos de capital.

O Departamento do Comércio dos Estados Unidos colocou, nos últimos anos, dezenas de empresas chinesas na sua “lista negra”, incluindo a gigante das telecomunicações Huawei. As empresas passaram assim a estar impedidas de fazer negócios com empresas norte-americanas sem licença prévia.

No ano passado, os Estados Unidos proibiram ainda às empresas do seu país e a todos os países de exportarem para a China certos semicondutores fabricados com quaisquer produtos norte-americanos.

2 Ago 2023

Coreia do Sul | Pelo menos 12 pessoas morreram em onda de calor

Uma onda de calor que está a afectar a Coreia do Sul há uma semana levou à morte de, pelo menos, 12 pessoas. Entre hoje e amanhã, as temperaturas podem subir mais dois graus Celsius, ultrapassando os 37 graus, com a sensação térmica a suplantar essa barreira

 

Pelo menos 12 pessoas morreram devido à onda de calor que atinge a Coreia do Sul há uma semana, segundo o balanço realizado ontem pelas autoridades sul-coreanas, que alertaram para as altas temperaturas que se vão sentir no país.

O calor sufocante deixou pelo menos 12 mortes durante o fim-de-semana, de acordo com as últimas informações publicadas ontem pela agência de notícias local Yonhap.

As autoridades meteorológicas sul-coreanas estimavam ontem que os termómetros pudessem atingir temperaturas entre os 29 e 35 graus Celsius em quase todo o território, com a sensação térmica a ultrapassar esta barreira, pedindo prudência à população.

A agência meteorológica nacional declarou que a onda de calor deve continuar nos próximos dias e as temperaturas podem subir mais de 2 graus entre hoje e amanhã.

Desde 20 de Maio, mais de mil pessoas tiveram de ser socorridas por doenças relacionadas ao calor, das quais cerca de 200 foram atendidas nos últimos dias, segundo dados publicados pelo jornal The Korea Herald.

As autoridades também alertaram para a possibilidade de quedas de energia devido ao aumento da demanda por electricidade em meio à onda de calor.

Região a ferver

No Japão, a agência meteorológica nacional mantém há dias um alerta de temperaturas elevadas para quase todo o arquipélago, com especial destaque para a zona de Tóquio e arredores, e no oeste do país.

Ontem foi emitido um novo aviso para a semana de 6 e 14 de Agosto. As autoridades estão a pedir aos idosos que tomem mais cuidado, depois de um casal ter sido encontrado morto dentro de casa, aparentemente devido a um golpe de calor.

1 Ago 2023

Comércio livre | UE e Filipinas vão retomar negociações para acordo

O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., e a líder da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, anunciaram ontem, em Manila, a retoma das negociações para um acordo de comércio livre, após oito anos sem progresso. “Especialistas do governo filipino irão trabalhar com a Comissão Europeia para alcançar um acordo bilateral de livre comércio”, anunciou Marcos, numa declaração lida após a reunião com Von der Leyen, sem direito a perguntas por parte da imprensa.

Esta é a primeira vez que um líder da CE visita as Filipinas e Von der Leyen sublinhou que a UE é o quarto maior parceiro comercial das Filipinas e o principal investidor estrangeiro, pelo que manifestou a necessidade de reforçar as relações comerciais, já que “muito mais” pode ser feito. O comércio bilateral entre as Filipinas e a UE atingiu 18,4 mil milhões de euros em 2022.

“As equipas vão trabalhar desde já para criar as condições para a retoma das negociações. Um acordo [de comércio livre] tem um enorme potencial para ambos, tanto em termos de crescimento como de emprego”, sublinhou a dirigente.

As Filipinas e a UE realizaram negociações para um acordo de comércio livre pela última vez em 2015, um ano antes do início do mandato presidencial de Rodrigo Duterte, que deu prioridade às relações económicas com a China. Von der Leyen lembrou “o custo da dependência económica”, numa referência indirecta à China, e indicou que um acordo pode ajudar a “diversificar as cadeias de abastecimento” e contribuir para modernizar ambas as economias graças à cooperação tecnológica.

1 Ago 2023

Filipinas | Ursula von der Leyen inicia visita com encontro com Marcos

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, iniciou ontem uma visita oficial de dois dias às Filipinas com um encontro com o líder do país, Ferdinand Marcos Jr., no palácio presidencial em Manila

 

Esta é a primeira vez que um líder da Comissão Europeia (CE) visita as Filipinas, e Ursula von der Leyen espera “dar um novo impulso às relações bilaterais entre a UE [União Europeia] e as Filipinas” e abordar questões como o comércio, a transição energética e digital e a segurança, de acordo com uma declaração da União Europeia.

No encontro com Marcos Jr., a líder europeia pretende falar sobre comércio e investimentos, entre outros assuntos.
A reunião deverá abordar a manutenção de benefícios comerciais especiais, atribuídos pela UE às Filipinas desde 2014, que expiram em Dezembro e cuja continuidade depende do respeito por convenções internacionais sobre direitos humanos e laborais e pela protecção ambiental.

Em Fevereiro, um grupo de deputados europeus disse que Manila teria melhores hipóteses de manter os benefícios, incluindo tarifas reduzidas para uma vasta gama de produtos, se libertasse a líder da oposição e ex-senadora Leila de Lima.

De Lima, a crítica mais contundente do ex-presidente Rodrigo Duterte, foi detida em 2017 por acusações relacionadas com droga que a ex-senadora disse terem sido fabricadas pelo governo de Duterte para a impedir de investigar assassínios extrajudiciais. A morte de mais de seis mil pessoas no âmbito da campanha antidroga, desencadearam uma investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre possíveis crimes contra a humanidade. Em resposta, Duterte retirou as Filipinas do TPI em 2018.

Sinais positivos

Em Fevereiro, a deputada Hannah Neumann, que liderou uma delegação europeia numa visita às Filipinas, disse numa conferência que as condições no que toca aos direitos humanos sob o Governo de Marcos eram “melhores do que sob o presidente Duterte”. “Há muitos anúncios que podem realmente melhorar as coisas se forem implementados”, acrescentou.

Questionada se a eventual libertação de Leila de Lima e o regresso ao TPI aumentaria as possibilidades de as Filipinas continuarem a desfrutar dos benefícios comerciais da UE, Neumann disse que seria “um forte sinal da direcção o país quer seguir”.

Von der Leyen vai participar também num encontro com empresários organizado pela Câmara de Comércio UE-Filipinas e pelo Clube de Negócios de Makati, o distrito financeiro da capital, Manila.

A visita de Von der Leyen surge após um convite de Marcos, feito quando os dois líderes se reuniram em Dezembro, em Bruxelas, numa cimeira entre a UE e a Associação das Nações do Sudeste Asiático, e ocorre no 60º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a UE e as Filipinas.

1 Ago 2023

Biden planeia restrição a investimentos em tecnologia crítica na China

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, planeia assinar até meados de Agosto uma ordem executiva para limitar investimentos de empresas norte-americanas na China envolvendo tecnologia crítica, avançou ontem a agência Bloomberg.

A ordem executiva, que irá visar semicondutores, inteligência artificial e computação quântica, não vai afectar nenhum investimento existente e apenas pretende proibir certas transações. Novos investimentos nesta área terão de ser aprovados pela Casa Branca.

A ordem executiva deve ser emitida na segunda semana de Agosto, depois de ter sido adiada por várias vezes, segundo a agência Bloomberg, que cita fontes próximas do processo. As restrições só entrarão em vigor no próximo ano.

O desígnio exacto da medida será definido após um período de comentários, para que as partes interessadas possam avaliar a versão final.

O embaixador da China em Washington disse, no início deste mês, que Pequim iria retaliar caso os Estados Unidos impusessem novos limites nas exportações de tecnologia ou nos fluxos de capital.

O conselheiro de segurança nacional norte-americano, Jake Sullivan, discutiu publicamente o conceito pela primeira vez em Julho de 2021.

Membros democratas e republicanos do Congresso norte-americano também demonstraram interesse em legislar sobre o assunto, embora um projecto de lei não tenha ainda chegado à mesa de Biden.

O Senado norte-americano (câmara alta) aprovou recentemente uma emenda ao projecto de lei de política de Defesa Nacional que exige que as empresas notifiquem a administração norte-americana sobre certos investimentos na China e em outros países, embora os investimentos não estejam sujeitos a revisão ou possível proibição.

Abaixo de zero

As relações entre a China e os Estados Unidos atingiram o ponto mais baixo em mais de 30 anos, abaladas por uma prolongada guerra comercial e tecnológica, por disputas em torno do estatuto de Taiwan e Hong Kong, da soberania do Mar do Sul da China ou devido às denúncias de abusos dos Direitos Humanos no país asiático.

O Departamento do Comércio dos Estados Unidos colocou, nos últimos anos, dezenas de empresas chinesas na sua “lista negra”, incluindo a gigante das telecomunicações Huawei. As empresas passaram assim a estar impedidas de fazer negócios com empresas norte-americanas sem licença prévia.

No ano passado, os Estados Unidos proibiram ainda às empresas do seu país e a todos os países de exportarem para a China certos semicondutores fabricados com quaisquer produtos norte-americanos. Washington conseguiu também convencer os Países Baixos e o Japão a restringirem o fornecimento de tecnologia para o país asiático.

1 Ago 2023

Indústria transformadora na China contrai pelo quarto mês consecutivo

A actividade da indústria transformadora da China voltou a contrair em Julho, pelo quarto mês consecutivo, apesar do fim da estratégia ‘zero covid’, de acordo com dados oficiais

O índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês), elaborado pelo Gabinete de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) da China, fixou-se nos 49,3 pontos em Julho, ligeiramente acima dos 49 pontos registados em Junho e mais do que o esperado pelos analistas, que previam 49,2 pontos.

Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção da actividade. O índice é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia do mundo.

Julian Evans-Pritchard, analista da consultoria Capital Economics, disse que o índice reflecte “um certo alívio da pressão negativa sobre a procura doméstica”, mas não no caso das encomendas para exportação, que registaram os piores dados em seis meses.

A indústria chinesa foi prejudicada pela queda na procura global, depois de os bancos centrais dos Estados Unidos, Europa e países asiáticos terem subido as taxas de juro, visando travar a inflação galopante.

O NBS publicou também ontem o índice de gestores de compras para o sector não transformador, incluindo construção e serviços, que abrandou em Junho, passando de 53,2 para 51,5 pontos. O índice mantém-se em terreno positivo, embora tenha vindo a desacelerar desde Março.

Estímulos a caminho

O sector da construção passou de 55,7 para 51,2 pontos, enquanto o sector de serviços caiu de 52,8 para 51,5 pontos. A Capital Economics disse que o declínio na actividade de construção “sugere que os gastos com infra-estrutura, que ajudaram a compensar a fraqueza no sector imobiliário no início do ano, recuaram rapidamente em Julho, com a desaceleração da emissão de títulos [de dívida] pelos governos locais”.

O PMI composto, que combina a evolução das indústrias manufactureiras e não manufactureiras, caiu de 52,3 para 51,1 pontos, o nível mais baixo de sempre se excluídos os dados registados durante a pandemia.

“A recuperação económica chinesa continuou a perder força em Julho. A pressão negativa sobre a indústria aliviou um pouco, mas pesou mais a clara desaceleração da actividade da construção e o esfriamento do [sector] de serviços”, disse Evans-Pritchard.

O analista acredita que as medidas de estímulo promovidas por Pequim devem inverter a tendência antes do final do ano e evitar que a China caia em recessão, mas sublinhou que as “intervenções comedidas” significam que “qualquer recuperação do crescimento provavelmente será modesta”.

A economia chinesa registou um crescimento homólogo de 6,3 por cento, no segundo trimestre do ano, aquém das expectativas dos analistas, já que o efeito base de comparação, após um ano de bloqueios rigorosos, fazia prever uma taxa superior.

1 Ago 2023

Japão | Banco central permite subida dos juros das obrigações do Estado

O Banco do Japão decidiu que os juros das obrigações do Estado a 10 anos podem subir até 1 por cento, decisão que poderá antecipar futuros aumentos das taxas de juro de referência

 

Os juros das obrigações do Estado japonês vão subir até 1 por cento, anunciou na sexta-feira o Banco do Japão, numa decisão que pode abrir precedentes em termos de novas subidas das taxas de juro de referência num futuro próximo. O conselho de política monetária do banco central japonês subiu a margem de flutuação das obrigações do Estado, até agora fixada em 0,5 por cento, por oito votos a favor e um contra, no final da reunião, de acordo com um comunicado.

A decisão é encarada como um sinal de que o Banco do Japão (BoJ) poderá estar perto de apertar a política monetária, embora o conselho de política monetária tenha aprovado, por unanimidade, a manutenção de taxas de juro de referência negativas (-0,1 por cento).

Esta revisão, que era já esperada pelo mercado financeiro, tem como objectivo mitigar os efeitos negativos das taxas ultrabaixas e evitar uma forte depreciação da moeda japonesa, o iene, face ao dólar norte-americano, como ocorreu nos últimos meses.

No comunicado, o BoJ destacou as “incertezas extremamente altas” em torno da economia japonesa e da inflação, que tem atingido níveis mais elevados do que os projectados pelo banco.

Preços pelos ares

No passado dia 21 de Julho, o Governo japonês tinha anunciado que a inflação se fixou em 3,3 por cento em Junho, em termos homólogos, estando há mais de um ano acima da meta de 2 por cento fixada pelo banco central.

A inflação japonesa tem apresentado sinais de resistência, uma vez que as empresas estão a adiar a repercussão do aumento dos custos nos preços de venda.

O banco central japonês reviu em alta as projecções para o aumento do índice de preços no consumidor para o ano fiscal de 2023, de 1,8 para 2,5 por cento.

Para o próximo ano fiscal, a começar em Abril de 2024, a instituição prevê uma inflação de 1,9 por cento (um décimo a menos do que na previsão anterior).

“Se os movimentos ascendentes de preços continuarem, os efeitos da flexibilização monetária serão reforçados através de uma queda real nas taxas de juros, enquanto, por outro lado, limitar as taxas de juros a longo prazo pode afectar o desempenho dos mercados de títulos e a volatilidade de outros mercados financeiros “, explicou o BoJ.

O banco central japonês prometeu continuar a aplicar “pacientemente” a política de estímulo à economia, respondendo ao mesmo tempo à evolução económica e à evolução dos preços, para estabilizar a inflação em torno de 2 por cento.

Após o anúncio da decisão do BoJ, o principal índice, da bolsa de Tóquio, o Nikkei, que já tinha começado o dia em baixa, chegou a estar a perder 2,19 por cento.

31 Jul 2023

Filipinas | Novo balanço eleva para 26 mortos em naufrágio

Pelo menos 26 pessoas morreram na sequência do naufrágio de um pequeno barco, num lago perto de Manila, Filipinas, na quinta-feira, indicou um novo balanço das autoridades. A lotação máxima da embarcação terá sido largamente ultrapassada e os passageiros não terão usado coletes salva-vidas. As autoridades estão a investigar o acidente para apurar responsabilidades

 

Num novo balanço, o número de mortos no naufrágio de uma pequena embarcação de passageiros em Rizal subiu para, pelo menos, 26 mortos. Ainda não se sabe quantas pessoas seguiam a bordo do M/B Princess Aya, que virou, após uma rajada repentina de vento, em Laguna de Bay, na província de Rizal, a leste de Manila, disseram as autoridades.

Na sequência da rajada, os passageiros correram para um dos lados da embarcação, que se inclinou, virando pouco depois de deixar o cais, na cidade de Binangonan, de acordo com fontes da polícia e da guarda costeira. O acidente ocorreu a cerca de 46 metros da costa, referiram as autoridades numa conferência de imprensa.

A polícia da província de Rizal disse ter lançado de imediato operações socorro, com a ajuda da guarda costeira e de outras autoridades locais, mas que pelo menos 26 pessoas se afogaram, sendo que 40 foram resgatadas com vida.

O barco devia transportar um máximo de 42 passageiros e tripulantes, mas estava sobrecarregado, disse aos jornalistas o responsável da guarda costeira Hostillo Arturo Cornelio. “Presumimos que possa haver mais”, declarou. O porta-voz afirmou que seguiriam a bordo, pelo menos, 70 pessoas.

As autoridades estão a investigar o caso para determinar a responsabilidade do capitão de um barco e do pessoal Guarda Costeira das Filipinas. Além disso, os investigadores também vão analisar informações que indicam que os passageiros não estavam a usar coletes salva-vidas, conforme exigem as normas de segurança.

No limite

No manifesto oficial apresentado pelo capitão do barco à unidade local da guarda costeira, apenas constavam 22 passageiros, mais dois tripulantes e o capitão, disse Balilo, citado pela imprensa local “O comandante do barco admitiu ter sobrecarregado a embarcação e não ter pedido aos passageiros para usarem coletes salva-vidas”, disse Balilo, acrescentando que havia, de facto, “excesso” de passageiros na embarcação.

O barco é um meio de transporte essencial nas Filipinas, um arquipélago de mais de 7.000 ilhas, e os acidentes são frequentes, principalmente com os pequenos barcos de madeira que se deslocam entre ilhas.

O trágico acidente aconteceu depois da passagem do tufão Doksuri pelo norte do arquipélago, levando à morte de, pelo menos, nove pessoas na maioria devido a aluimentos de terras, inundações e queda de árvores. Ventos violentos e chuvas torrenciais atingiram as pouco povoadas ilhas Babuyan e as províncias do norte do país.

31 Jul 2023

China cada vez mais potência global, mas ainda em desenvolvimento

Quem aterra no aeroporto de Pudong (Xangai) e apanha o comboio de levitação magnética que em oito minutos percorre 30 quilómetros até ao centro da capital económica da China, dificilmente acreditará estar num país em desenvolvimento, classificação que inclui a Somália

 

Nos centros de Pequim, Shenzhen ou Cantão, artérias de oito ou mais faixas, que atravessam densas malhas de arranha-céus, enchem-se de automóveis com matrícula verde, a marca que distingue os eléctricos dos carros de combustão interna, ilustrando o domínio da China em importantes indústrias do futuro. Nos centros comerciais, as principais marcas de luxo internacionais competem pela atenção da maior classe média do mundo.

Recentemente contratado pelo Beijing Guoan, a principal equipa da capital chinesa, o futebolista luso-angolano Fábio Abreu, confessa-se ainda impressionado com o “muito desenvolvido e organizado” que é o seu país de acolhimento. “Na primeira mensagem que escrevi à minha mulher, após chegar a Pequim, disse-lhe que tudo o que há na Europa se encontra aqui e, por vezes, ainda mais e melhor”, explicou à agência Lusa.

Oficialmente um país em desenvolvimento, a China tem a mesma classificação que, por exemplo, a Albânia ou Timor-Leste: é a “única superpotência híbrida”, onde coexistem características de países ricos e pobres, apontam analistas.

Isto, numa altura em que os Estados Unidos tentam retirar ao país o estatuto de economia em desenvolvimento, que garante tratamento preferencial. “Ao avaliar a China, é importante reconhecer a sua situação única: um país que combina características dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, com influência global”, escreveu a revista Foreign Policy. “É a única superpotência híbrida do mundo”.

Simon Lester, director associado do Centro Herbert A Stiefel de Estudos de Política Comercial, do Instituto Cato, em Washington, defendeu que “talvez seja necessário encontrar algum tipo de categoria intermédia” para o país.
“Isto exigiria que a China assuma mais compromissos e não beneficie de todas as regras preferenciais, que foram criadas para os países em desenvolvimento. Talvez possa usufruir de apenas alguns benefícios e só em determinados sectores”, explicou.

De um país pobre e isolado, a China converteu-se, em 40 anos, na segunda maior economia mundial, projectando hoje a sua influência no exterior, através de iniciativas como o gigantesco projeto de infra-estruturas ‘Faixa e Rota’, a internacionalização da sua moeda ou a mediação de conflitos além-fronteiras.

No ano passado, o país, que opera já a maior marinha do mundo, apresentou o seu terceiro porta-aviões. O objectivo é ser a potência dominante na Ásia Pacífico, retirando primazia aos Estados Unidos.

O outro lado da moeda

Mas a China continua a exibir traços de um país em desenvolvimento: o país sofre de poluição generalizada; e no Índice de Desenvolvimento Humano – que se concentra na qualidade da saúde e educação –, surge em 79º lugar, abaixo do Sri Lanka e Irão.

Com cerca de 1.400 milhões de habitantes, a China é o segundo país mais populoso do mundo, ultrapassado apenas pela Índia. Apesar de ter ascendido a segunda maior economia mundial, o PIB (produto interno bruto) ‘per capita’ da China é, assim, metade do de Portugal. Enquanto 2 por cento da população portuguesa vive abaixo do limiar da pobreza de 6,20 euros por dia, esta categoria abrange 25 por cento dos chineses.

O Comité de Relações Externas do Senado dos Estados Unidos aprovou, no mês passado, um projecto de lei bipartidário que visa retirar à China o estatuto de “país em desenvolvimento”. A decisão surge após legislação semelhante ter sido aprovada pela Câmara dos Representantes.

Um porta-voz do Governo chinês reagiu assim: “Os EUA não querem classificar a China como ‘país desenvolvido’ por apreciação ou reconhecimento pelos sucessos de desenvolvimento da China. O verdadeiro motivo é impedir o desenvolvimento da China”.

Em causa estão benefícios em tratados internacionais em vigor, que visam apoiar os países mais pobres.
As nações em desenvolvimento estão, por exemplo, sujeitas a menos restrições na luta contra as alterações climáticas, enquanto as suas exportações para os países ricos beneficiam de taxas aduaneiras baixas.

Ao abrigo do estatuto de país em desenvolvimento, a China continua, também, a obter empréstimos com taxas preferenciais de organizações internacionais, como o Banco Mundial.

“Em suma, a China caminha, fala e age como um país desenvolvido, mas continua a beneficiar de provisões e tratamento diferenciado que visam ajudar os países pobres”, descreveu Brett D. Schaefer, pesquisador no grupo de reflexão conservador Margaret Thatcher Center. “Tudo se resume a isto: a segunda maior economia do mundo está a beneficiar de condições especiais em acordos e organizações internacionais, destinadas a ajudar as nações pobres”, acrescentou. “Isto não é equitativo. É, francamente, injusto”.

31 Jul 2023

Rádio pública de Hong Kong suspende programa dedicado aos direitos LGBTQ+

Um programa dedicado à igualdade de direitos para as pessoas LGBTQ+, transmitido durante 17 anos pela rádio pública de Hong Kong, terminou hoje com a direção a citar “uma mudança de programação” como a razão para a sua retirada. O programa “Somos Uma Só Família” era transmitido desde 2006 pela RTHK (Radio Television Hong Kong, financiada pelo governo.

Um dos apresentadores do programa, Brian Leung, disse à AFP que estava “psicologicamente preparado” para a retirada do programa, mas sublinhou que não tinha recebido uma explicação satisfatória numa reunião com a direção da RTHK no início de julho.

“Para uma plataforma tradicional como a RTHK, este programa era mais ou menos como andar na corda bamba”, disse Brian Leung, numa entrevista algumas horas antes da emissão final. Misturando debates, notícias e entrevistas com convidados, o programa, que passava durante duas horas todos os domingos à meia-noite, era uma das poucas plataformas de defesa dos direitos dos homossexuais em Hong Kong.

Um episódio sobre o ´bullying´ entre adolescentes em escolas secundárias ganhou um Prémio para os Direitos Humanos na Imprensa em 2010, enquanto outros episódios incluíram debates sobre a cultura ´drag´ e a discriminação contra pessoas transgénero.

A RTHK disse à AFP que muda de programação regularmente, e não comenta questões editoriais internas. De acordo com uma sondagem realizada em 2023, 60% dos habitantes de Hong Kong, região administrativa especial chinesa vizinha de Macau, são a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, contra 38% uma década antes.

30 Jul 2023

Lucros das principais empresas chinesas caem 16,8% no primeiro semestre

Os lucros das principais empresas industriais da China contraíram 16,8 por cento, em termos homólogos, no primeiro semestre do ano, para 3,39 mil milhões de yuans, indicam dados oficiais divulgados ontem.

Este índice registou, no entanto, uma queda ainda maior, de 18,8 por cento, se for contabilizada apenas a média relativa aos primeiros cinco meses de 2023, já que o declínio dos lucros foi menos acentuado em Junho.

No mês passado, os lucros das principais empresas industriais da China caíram 8,3 por cento, em termos homólogos, de acordo com os dados publicados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) chinês.

“Face à contínua recuperação da economia este ano e ao efeito de várias políticas, a produção industrial registou uma constante recuperação e os lucros das empresas têm melhorado”, disse um analista do GNE Sun Xiao, em comunicado. Na elaboração desta estatística, o gabinete apenas teve em conta as empresas industriais com um volume de negócios anual superior a 20 milhões de yuan (2,5 milhões de euros).

A recuperação da economia perdeu força no segundo trimestre do ano, face à queda das vendas no sector imobiliário, contracção das exportações e enfraquecimento do consumo interno. A débil procura resultou na estagnação da inflação, enquanto a queda dos preços ao produtor acelerou.

Ajuda a caminho

Esta semana, o Partido Comunista Chinês (PCC) sinalizou mais apoio ao sector imobiliário e comprometeu-se a impulsionar o consumo e resolver o excesso de endividamento dos governos locais.

Durante um encontro conduzido pelo secretário-geral do PCC e Presidente do país, Xi Jinping, o Politburo do Partido reconheceu “dificuldades no actual funcionamento” da economia.

Na semana passada, as autoridades chinesas anunciaram que o produto interno bruto (PIB) registou um crescimento homólogo de 6,3 por cento, no segundo trimestre do ano, aquém das expectativas dos analistas, já que o efeito base de comparação, após um ano de bloqueios rigorosos, fazia prever uma taxa superior.

Face ao primeiro trimestre do ano, a economia cresceu apenas 0,8 por cento, sugerindo um abrandamento na recuperação, depois de Pequim ter abolido a política ‘zero covid’, em vigor durante a pandemia.

28 Jul 2023