Indonésia | Xi Jinping felicita vencedor das presidenciais

O Presidente chinês, Xi Jinping, felicitou ontem o antigo general Prabowo Subianto, que foi declarado vencedor das eleições presidenciais indonésias realizadas a 14 de Fevereiro. Xi destacou a “amizade tradicional” entre China e Indonésia, sublinhando o “rápido desenvolvimento dos laços bilaterais”, a “crescente confiança política” e o “aprofundamento da cooperação” entre os dois países.

O líder chinês expressou a “grande importância” que atribui às relações com a nação insular e o seu desejo de trabalhar em conjunto com o Presidente eleito para “alcançar um maior sucesso” e “dar um impulso à prosperidade e estabilidade regional e global”. Após mais de um mês de contagem dos votos, a Comissão Eleitoral da Indonésia declarou na quarta-feira que o controverso antigo general, acusado de violações dos Direitos Humanos durante o regime militar, obteve 58 por cento dos votos.

Desde as eleições, registaram-se vários protestos denunciando alegadas fraudes eleitorais e outros candidatos anunciaram a sua intenção de contestar legalmente os resultados, alegando que Prabowo recebeu apoio não oficial do Presidente cessante, Joko Widodo.

22 Mar 2024

Taiwan | China reitera “reunificação pacífica” e ‘linha vermelha’ da independência

O ministério dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou ontem que Pequim quer a “reunificação pacífica” de Taiwan “com total boa-fé” e que a ‘linha vermelha’ é a oposição firme a qualquer tentativa da ilha de obter independência.

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que a “região Ásia – Pacífico deve ser uma zona de desenvolvimento pacífico” e “não um palco de confrontos geopolíticos”, lembrando que Taiwan “faz parte da China” e é um “assunto interno” do país asiático.

Lin reagiu assim às declarações do chefe do Comando Indo-Pacífico dos Estados Unidos, o almirante John Aquilino, que declarou na quarta-feira acreditar que o Exército chinês estará pronto para invadir Taiwan em 2027 e que as Forças Armadas chinesas simulam há anos operações contra a ilha, incluindo bloqueios marítimos e aéreos.

O porta-voz da diplomacia chinesa advertiu que a “determinação, vontade e capacidade do povo chinês” para “defender a sua soberania nacional e integridade territorial” não devem “ser subestimadas”.

22 Mar 2024

Xangai | Ministro angolano acompanha construção de navio para Agogo

O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, Diamantino Azevedo, deslocou-se ontem aos estaleiros navais de Xangai para acompanhar os trabalhos de construção de um navio flutuante que vai ser utilizado no campo petrolífero Agogo.

Trata-se de um navio para produção, armazenamento e descarga (FPSO, na sigla em inglês) que vai ser utilizado no bloco 15/06 do campo Agogo. A embarcação permitirá o processamento e armazenamento do crude até que possa ser transferido para um navio-tanque para transporte e refinação adicional.

No estaleiro naval situado na ilha de Chongming, a cerca de 100 quilómetros do centro de Xangai, a “capital” económica da China, Diamantino Azevedo frisou a importância do projecto para alavancar a produção petrolífera em Angola, “contribuindo assim, em grande parte, para contrariar o declínio natural da produção” do país.

“Queremos que este projecto promova também a transferência de conhecimento para os angolanos, para que a seu tempo constituam a força motriz para alavancar cada vez mais o desenvolvimento da indústria do petróleo e gás em Angola”, apontou o ministro, segundo uma nota a que a agência Lusa teve acesso.

No evento estiveram presentes os presidentes dos conselhos de administração da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis de Angola e da Sonangol e representantes da estatal chinesa Sinopec.

Diamantino Azevedo enfatizou o significado da construção do navio FPSO no estaleiro em Chongming para o reforço da aposta de Angola e China no “alargamento da cooperação”. “Isto evidencia o compromisso mútuo dos nossos países, com o desenvolvimento económico e social dos nossos povos”, disse.

Práticas presidenciais

A deslocação do ministro angolano a Xangai decorre após uma visita oficial à China de três dias do Presidente angolano, João Lourenço.

Em Pequim, Lourenço frisou o esforço de Luanda para executar um conjunto de reformas que visam “melhorar o ambiente de negócios do país, ajustando-o às boas práticas internacionais” e convidou os investidores chineses a investirem na refinaria do Lobito, em fase de construção, e em blocos petrolíferos ‘offshore’ e ‘onshore’.

A China é o maior destino para o petróleo angolano. O Presidente angolano disse também querer atrair mais investimento privado e público da China, “desde que seja sem o petróleo a servir como colateral”, como foi prática nas últimas décadas.

22 Mar 2024

Instituto Camões revela estratégia para Sudeste Asiático

O Camões – Instituto da Cooperação e da Língua está a desenvolver uma “aposta grande” no Sudeste Asiático, utilizando Macau como plataforma, para “dinamizar mais na Ásia a presença do português”, disse à Lusa a presidente do instituto.

“Há uma aposta grande que estamos a tentar desenvolver com o Sudeste Asiático, aproveitando a nossa presença em Macau através do IPOR [Instituto Português do Oriente], podemos também dinamizar mais na Ásia a presença do português”, afirmou à Lusa Ana Paula Fernandes, à margem da inauguração de uma cátedra em homenagem à escritora portuguesa Lídia Jorge na Universidade Federal brasileira de Goiás, a primeira cátedra da rede Camões no Brasil a homenagear uma escritora, a nona no Brasil e a 63.ª no mundo.

“Temos recebido pedidos da Coreia do Sul, mas também do Japão, onde irei em Abril, também para anunciarmos uma nova cátedra”, anunciou a responsável máxima pelo instituto que promove a língua e a cultura portuguesa no exterior.

Cátedras a caminho

Na mesma ocasião, Ana Paula Fernandes sublinhou ter a ambição de protocolar mais cátedras, mas admitiu existir um “processo de transição com o próximo Governo relativamente às prioridades que vão ser estabelecidas”.

Mas o que estava planeado para 2024 “no contexto do Orçamento de Estado que foi aprovado era efectivamente o reforço das cátedras”, frisou.

“Obviamente que temos de fazer isto de uma forma sustentável”, disse, acrescentando que em Julho tem lugar o primeiro encontro anual que servirá, entre outras coisas, para avaliar o impacto e analisar resultados.

“Em função disso perceber onde é que estão os mercados e posicionarmo-nos nesses mercados”, reforçou, acrescentando ser necessário estar atento a novas dinâmicas, como os novos fluxos migratórios de portugueses. Mas também “permitir o acesso para a língua portuguesa para outros que não têm nada a ver com Portugal, nada a ver com a cultura portuguesa, mas que querem aprender português”, disse.

21 Mar 2024

China / Austrália | Relações cimentadas após anos de tensões

A viagem do ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, a Camberra visou restaurar os laços de cooperação afectados por várias disputas nos últimos anos

 

Os chefes da diplomacia da Austrália e da China reforçaram ontem as relações bilaterais, apesar de anos de tensão e divergências sobre a região do Indo-Pacífico, comércio e direitos humanos.

“Através dos esforços de ambas as partes, a China e a Austrália quebraram o gelo e estão a navegar juntas novamente, e os intercâmbios e a cooperação em muitos domínios foram gradualmente restaurados”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, em comunicado.

Wang, o primeiro responsável da diplomacia chinesa a visitar o território australiano desde 2017, participou no sétimo Diálogo Estratégico Austrália-China, em Camberra, no âmbito das medidas de normalização das relações bilaterais, enquadradas num contexto de competição na região do Indo-Pacífico entre Pequim e Washington, parceiro do país oceânico.

“Cada vez que nos encontramos, a confiança mútua é reforçada e as relações China-Austrália avançam. A comunicação estratégica é positiva e um passo em frente para dissipar dúvidas e construir confiança”, considerou Wang.

No final do encontro, a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana disse que as conversações se centraram nos australianos detidos na China, nos direitos humanos na região chinesa de Xinjiang, no Tibete e em Hong Kong, na segurança marítima e regional, na invasão da Ucrânia pela Rússia e no Médio Oriente.

Penny Wong sublinhou a importância de respeitar o direito internacional no mar do Sul da China, uma zona rica em recursos e fundamental para o comércio internacional, palco de disputas territoriais entre Pequim e os países da região.

“Manifestei a nossa grande preocupação com a conduta insegura no mar, o nosso desejo de paz e estabilidade no estreito de Taiwan e na nossa região”, disse Wong, numa conferência de imprensa, no final do encontro com Wang.

O responsável chinês sublinhou que a Austrália e a China “não têm disputas ou conflitos históricos” e os “interesses comuns ultrapassam de longe as diferenças”, instando ambas as partes a respeitarem a “soberania nacional e a integridade territorial” uma da outra.

Neste contexto, Wong afirmou que Camberra procura “uma relação estável, produtiva e madura com a China”. Os dois países estão a preparar uma visita à Austrália do primeiro-ministro chinês, Li Qiang, em data a divulgar.

A responsável australiana destacou ainda os passos dados pela China, o principal parceiro comercial, no levantamento das tarifas sobre vários produtos australianos impostas por Pequim em 2020, na sequência de um pedido feito pelo anterior Governo do conservador Scott Morrison de uma investigação internacional sobre a origem da covid-19.

Ponto de viragem

Pequim tem vindo a levantar as restrições comerciais a uma série de produtos e as relações bilaterais têm progredido desde que o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, no poder desde Maio de 2022, visitou a China em Novembro.

“A previsibilidade nos negócios e no comércio é do interesse de todos”, observou Wong, esperando a resolução de “questões pendentes”, como o levantamento das tarifas sobre o vinho e a lagosta australianos.

Mas uma das questões prementes para a Austrália que ficou sem resposta é a situação do escritor australiano nascido na China, Yang Hengjun, condenado à morte por um tribunal chinês, com pena suspensa, por espionagem, no mês passado. “Não abandonaremos a defesa de Yang Hengjun”, prometeu Wong. A deslocação de Wang começou no domingo na Nova Zelândia e termina na quinta-feira na Austrália.

21 Mar 2024

China | Antigo responsável pelo futebol condenado a 17 anos de prisão

O antigo vice-presidente da Associação Chinesa de Futebol, Wang Dengfeng, foi ontem condenado a 17 anos de prisão por desvio de fundos e suborno, num novo golpe da campanha anticorrupção contra as autoridades do futebol do país.

Segundo a imprensa local, Wang foi ainda multado em cinco milhões de yuan, depois de se ter aproveitado dos seus cargos na Associação Chinesa de Futebol e no Ministério da Educação – onde era director do Departamento de Educação Física, Saúde e Artes – para obter favores.

Segundo o tribunal, Wang utilizou o cargo no ministério para desviar mais de 44,9 milhões de yuan em fundos públicos, e a vice-presidência do organismo encarregue do futebol na China para ajudar associados a obter contratos para projectos e eventos.

Em troca, recebeu cerca de 9,66 milhões de yuan em património. Wang, contra quem a investigação foi iniciada em Agosto de 2022 e que foi detido em Fevereiro de 2023, confessou os crimes e devolveu os fundos e os bens que tinha desviado, pelo que recebeu uma pena mais branda, segundo o jornal oficial China Daily.

Nos últimos anos, as autoridades chinesas detiveram ou lançaram investigações contra o presidente da Superliga de futebol, o director-adjunto da Administração Geral do Desporto e até Li Tie, antigo treinador da selecção nacional e antiga estrela do país que chegou a jogar no clube inglês Everton. Li foi acusado de crimes de corrupção, incluindo suborno.

Em Outubro passado, a Associação Chinesa de Futebol escolheu como novo presidente Song Kai, que, perante os casos de corrupção que salpicaram a instituição – incluindo o seu presidente entre 2019 e 2023, Chen Xuyuan, que enfrenta um julgamento por aceitar mais de 11 milhões de dólares em subornos, entre outras acusações – prometeu torná-la “mais aberta e transparente”.

20 Mar 2024

Sul-coreanos com doenças graves denunciam consequências da greve dos médicos

Várias associações de pacientes com doenças graves denunciaram ontem as dificuldades pelas quais as pessoas estão a passar com a greve que milhares de médicos sul-coreanos mantêm há cerca de um mês. “As principais vítimas [da greve] são pessoas com doenças raras e incuráveis”, disse o presidente da Fundação Lou Gehrig da Coreia do Sul, Kim Tae-hyun, numa conferência de imprensa realizada no Clube de Correspondentes Estrangeiros, em Seul.

Kim, que sofre de esclerose lateral amiotrófica (ELA), falou através de um membro da fundação que dirige e lembrou que “é muito triste que um paciente com ELA que tem cerca de três anos de vida tenha de implorar para ser salvo”.

Exortando os médicos a não esquecerem o Juramento de Hipócrates, Kim considerou que estes devem ser “um raio de esperança para os pacientes com doenças raras e incuráveis” e “não se esquecer do seu dever”.

Mais de 90 por cento dos 13 mil médicos estagiários do país aderiram à greve desde 20 de Fevereiro em protesto contra o plano do executivo conservador Yoon Suk-yeol de aumentar as vagas nas escolas médicas em 2.000 por ano.

Uma vez que os médicos residentes representam cerca de 40 por cento do pessoal dos grandes hospitais de Seul, os maiores do país, estes centros médicos estão a ser obrigados a suspender cerca de metade das cirurgias programadas, muitas delas para pacientes com cancro, como recordaram várias associações. A greve também está a afectar pacientes pendentes ou em tratamento de quimioterapia ou radioterapia.

Portas abertas

Um representante da Associação Coreana de Pacientes com Cancro do Esófago Kim Jin-sun afirmou ontem que “esta situação é da responsabilidade do governo e deve ser abordada com urgência”. “É irónico é que haja uma recusa de praticar a medicina em protesto contra o aumento do número de estudantes nas escolas médicas”, disse.

O Governo defende que é necessário aumentar em 2.000 as vagas anuais nas escolas médicas para colmatar a escassez de médicos, especialmente nas zonas rurais e em áreas como a pediatria, a obstetrícia ou a cirurgia cardiotorácica. Mas os médicos denunciam que a decisão foi unilateral e consideram que o aumento deveria ser de 350 vagas para não afectar a qualidade da formação e do serviço, bem como para reforçar a protecção jurídica dos trabalhadores da saúde.

“Os pacientes não devem, em circunstância alguma, ser usados como instrumento político por nenhum dos lados. Os doentes são a nossa família, os nossos vizinhos. O seu sofrimento e as suas necessidades são da responsabilidade de todos”, disse Baek Min-hwan, da Associação de Pacientes com Mieloma. Baek pediu ao Governo e aos médicos que “encontrem uma solução através do diálogo e do compromisso”.

20 Mar 2024

Evergrande | Empresa acusada de inflacionar receitas

O regulador de valores mobiliários chinês acusou ontem a Evergrande e o seu fundador de adulterarem as receitas do grupo na China em quase 80 mil milhões de dólares.

A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários (CSRC) planeia impor uma multa de 4,2 mil milhões de yuan à Evergrande, de acordo com um comunicado da empresa enviado à Bolsa de Valores de Shenzhen. O regulador chinês disse ainda que vai banir o fundador e presidente da empresa, Xu Jiayin do mercado de valores mobiliários, para sempre.

A CSRC está “a considerar uma proibição vitalícia do presidente da Evergrande, Xu Jiayin, do mercado de valores mobiliários”, informou a empresa. A decisão concluiu que Xu Jiayin “tomou decisões e organizou a execução de uma fraude financeira, utilizando meios particularmente odiosos e em circunstâncias particularmente graves”, acrescentou.

O patrão da Evergrande “vai receber igualmente uma advertência e uma coima no valor de 47 milhões de yuan”, além de ser proibido de exercer actividade comercial, acrescentou a filial. Com sede em Foshan, a Evergrande era a maior construtora da China, empregando cerca de 70.000 pessoas a tempo inteiro no final de 2022.

A empresa acumulou dívidas ao ponto de o seu passivo ultrapassar os 300 mil milhões de dólares e tornou-se emblemática da crise no mercado imobiliário chinês, que se arrasta há vários anos e está a abalar toda a economia do país. Incapaz de reembolsar os juros dos seus empréstimos, o Evergrande entrou em incumprimento em Dezembro de 2021. Em Agosto de 2023, o grupo declarou falência nos Estados Unidos, uma medida destinada a proteger os activos norte-americanos.

20 Mar 2024

Filipinas | Pequim avisa EUA que “não têm direito de intervir” nas disputas

A China afirmou ontem que os Estados Unidos “não fazem parte” da questão do Mar do Sul da China e, por conseguinte, “não têm o direito de intervir” nas disputas marítimas entre Pequim e Manila.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que a cooperação militar entre os EUA e as Filipinas “não deve prejudicar a soberania e os direitos marítimos da China” e “não deve apoiar reivindicações ilegais”.

Lin reagiu assim às afirmações do Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que afirmou ontem, em Manila, que os Estados Unidos vão defender ataques a navios filipinos “em qualquer parte” do Mar do Sul da China, no meio de tensões crescentes entre Pequim e Manila sobre a soberania do território nessas águas.

O porta-voz sublinhou que a China “continuará a tomar as medidas necessárias para defender firmemente a sua soberania territorial e os seus direitos marítimos”, bem como “manter a paz e a estabilidade” no Mar do Sul da China.

Há meses que as Filipinas e a China se acusam mutuamente de pequenos embates e incidentes entre navios – por vezes da guarda costeira – de ambos os países em águas próximas dos territórios que ambos reivindicam, incluindo no arquipélago de Spratly, no Mar do Sul da China. Até à data, nenhum destes incidentes accionou o tratado de defesa mútua entre os EUA e as Filipinas.

20 Mar 2024

PM da Nova Zelândia convidado a visitar a China

A China convidou ontem o primeiro-ministro da Nova Zelândia, Christopher Luxon, a realizar uma visita oficial ao país, após a deslocação do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, a Wellington.

Segundo fontes oficiais neozelandesas, o Governo chinês dirigiu ainda o convite ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Winston Peters, e ao responsável pela pasta do Comércio, Todd McClay, com o objectivo de reforçar os laços bilaterais, enquanto o Governo de Wellington propôs mais visitas às autoridades chinesas.

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros reuniu-se na segunda-feira em Wellington com Peters, Luxon e McClay, para “reaproximar” os seus países após anos de afastamento e no meio da competição entre Pequim e Washington para aumentar a influência no Indo-Pacífico.

Wang e Peters discutiram na segunda-feira questões como o aumento das tensões no mar do Sul da China e no Estreito de Taiwan, o papel de Pequim nos conflitos na Ucrânia, no Médio Oriente e as tensões na península coreana, bem como a situação nas regiões chinesas de Xinjiang, Hong Kong e Tibete.

Amigos de trabalho

Durante a visita de Wang, o primeiro chefe da diplomacia da China a deslocar-se à Nova Zelândia desde 2017, o executivo de Wellington procurou também impulsionar o comércio bilateral de bens e serviços com a China, o principal parceiro comercial.

O gesto surge poucos meses depois do 10.º aniversário da assinatura do acordo de Parceria Estratégica Global Nova Zelândia – China, quando o Presidente chinês, Xi Jinping, visitou Wellington, em Novembro de 2014.

Wang, que está a realizar um périplo pela Austrália e Nova Zelândia entre os dias 17 e 21 de Março, deverá encontrar-se hoje em Camberra com a homóloga australiana, Penny Wong, para cimentar a normalização das relações bilaterais após anos de tensões, bem como com líderes empresariais da potência oceânica.

20 Mar 2024

Mar de Bohai | Encontrado novo campo petróleo de 104 milhões de toneladas

As autoridades estimam que o achado no mar de Bohai, no nordeste da China, permita uma produção diária de um único poço de cerca de 110 toneladas de petróleo bruto

 

A China National Offshore Oil Corporation (CNOOC) anunciou ontem a descoberta de um novo campo petrolífero no mar de Bohai, no nordeste chinês, com uma reserva comprovada de 104 milhões de toneladas de crude. Denominado Qinhuangdao 27-3, o campo situa-se a cerca de 200 quilómetros da cidade de Tianjin e tem uma profundidade média de água de 25 metros, informou a agência de notícias oficial Xinhua. A produção diária de um único poço está estimada em cerca de 110 toneladas de petróleo bruto.

Esta descoberta é o sexto campo com uma reserva de mais de 100 milhões de toneladas a ser encontrado no mar de Bohai desde 2019, confirmando as amplas perspectivas de exploração de petróleo e gás na região, segundo a CNOOC.

Mais profundo

Na segunda-feira, na cidade de Binzhou, província de Shandong, começou também a ser distribuído gás natural a partir de um terminal de processamento de gás, o maior do género construído pela Bohai Oil Field, o maior produtor de petróleo bruto ‘offshore’ da China.

O projecto, que faz parte do Campo de Gás Condensado Bozhong 19-6, o primeiro campo de gás com reservas comprovadas de mais de 100 mil milhões de metros cúbicos de gás natural no mar de Bohai, vai processar até 1,3 mil milhões de metros cúbicos de gás natural por ano.

Este projecto proporcionará um fornecimento de “energia limpa mais estável e fiável” à região de Pequim – Tianjin – Hebei e à região do mar de Bohai, o que é de “grande importância para a segurança energética nacional e para a optimização da estrutura energética”, afirmou Jiang An, director-geral da filial da CNOOC em Tianjin.

De acordo com a CNOOC, a exploração chinesa dos recursos de gás natural fora da costa está a avançar de forma constante para águas ultraprofundas.

A companhia petrolífera chinesa Sinopec descobriu, em 2023, na região ocidental de Xinjiang, um campo com 1,7 mil milhões de toneladas de petróleo, que poderia cobrir a procura interna chinesa de 800 toneladas por ano durante dois anos, explicaram na altura os peritos locais.

20 Mar 2024

China reforça protecção informática contra “forças estrangeiras”

O ministério da Segurança do Estado da China considerou ontem prioritária a protecção das “infra-estruturas-chave de informação” contra “ameaças de forças estrangeiras”, num esforço para “reforçar a soberania do ciberespaço e a segurança nacional”.

O ministério publicou na sua conta oficial na rede social WeChat uma interpretação da Lei de Cibersegurança do país, em vigor desde 2017, defendendo que as “infra-estruturas-chave de tecnologia de informação” devem “receber protecção prioritária”.

A instituição disse que a segurança das infra-estruturas de informação crítica da China é essencial para “proteger a segurança nacional contra ameaças de forças estrangeiras que procuram sondar e recolher dados”.

A lei estipula que os operadores das principais infra-estruturas de informação devem armazenar as informações e os dados pessoais recolhidos e gerados durante o seu funcionamento no território chinês e que, se for necessário fornecer essas informações ou dados no estrangeiro por motivos comerciais, deve ser obtida autorização das autoridades.

O regulamento acrescenta que os operadores de rede devem exigir que os utilizadores forneçam a sua identidade real para aceder à rede ou prestar serviços. A política de utilização da rede com nomes reais é fundamental para a construção de um “ciberespaço seguro, estável e próspero”, que é de “grande importância para o desenvolvimento económico e a estabilidade social” do país asiático, afirmou o ministério.

O ministério recordou que qualquer indivíduo ou organização que utilize a Internet deve “cumprir as leis”, “abster-se de pôr em perigo a segurança da rede” e “participar em actividades que ponham em perigo a segurança, a honra e os interesses nacionais”.

Procura-se espiões

No Verão passado, o Ministério apelou à mobilização de “toda a sociedade” para “prevenir e combater a espionagem” e anunciou uma série de medidas para “reforçar a defesa nacional” contra as “actividades dos serviços secretos estrangeiros”. A China alterou a sua Lei Contraespionagem em Abril passado para incluir a “colaboração com organizações de espionagem e seus agentes” na categoria de espionagem.

Nos últimos meses, as investigações sobre empresas de consultadoria e empresas estrangeiras na China suscitaram preocupações no sector e em potenciais investidores estrangeiros.

19 Mar 2024

Baterias | Acções da CATL na China sobem 5,5% após lucro recorde

As acções da maior fabricante de baterias para veículos eléctricos do mundo, a chinesa Contemporary Amperex Technology (CATL), subiram ontem 5,5 por cento, depois de ter apresentado um lucro recorde para o exercício de 2023.

No encerramento da sessão, as acções da empresa na Bolsa de Valores de Shenzhen estavam a ser negociadas a 190,96 yuan cada, reflectindo uma recepção positiva entre os investidores, depois de ter divulgado a sua declaração de resultados na sexta-feira à noite.

O lucro líquido da CATL aumentou 43,6 por cento, em relação ao ano anterior, para 44,121 mil milhões de yuan, enquanto o volume de negócios aumentou 22 por cento para 400,917 mil milhões de yuan. Ao longo de 2023, as receitas internacionais da empresa cresceram 70 por cento, enquanto as domésticas aumentaram 7 por cento, com as receitas no estrangeiro a representarem agora um terço do total, 10 pontos percentuais acima do ano anterior.

A empresa referiu que a sua fábrica na Hungria – anunciada em 2022 com um investimento de cerca de 7,3 mil milhões de euros – “está a progredir de acordo com o plano” e que poderá começar a operar a partir de 2026, noticiou o portal de notícias económicas Yicai. A CATL controla 37 por cento da quota de mercado global de baterias eléctricas e 40 por cento das unidades de armazenamento de energia, liderando a tabela em ambos os segmentos.

Apesar do resultado positivo, as contas da CATL também reflectiram o primeiro declínio nas receitas em 14 trimestres, uma vez que as receitas da empresa caíram 10 por cento em termos anuais entre Outubro e Dezembro.

19 Mar 2024

Fogos no centro e sul da China causam pelo menos quatro mortos

Vários incêndios ocorridos este fim de semana nas províncias chinesas de Sichuan e Yunnan provocaram pelo menos quatro mortos e a retirada de cerca de 5.000 pessoas, informou ontem a imprensa local. Em Yunnan, um incêndio que começou no sábado passado na cidade de Lincang foi controlado no mesmo dia, depois de ter afectado cerca de 5,33 hectares e matado três pessoas, segundo o jornal oficial China Daily.

Em Sichuan, as chamas espalharam-se por uma área ainda maior na vila de Yajiang, na sexta-feira, matando um residente, de acordo com a agência de notícias oficial Xinhua. Apesar da dimensão dos incêndios, não foram registadas mais vítimas desde a tarde de domingo e os serviços básicos como a água, a electricidade e as comunicações não foram interrompidos, de acordo com residentes locais citados pela imprensa.

Mais de 2.000 bombeiros estiveram envolvidos na extinção do fogo, que foi ajudado por fortes rajadas de vento nas áreas afectadas, disse o ministério da gestão de emergências. As autoridades continuam a investigar as causas dos incêndios e alertaram para um elevado risco de incêndio na vila de Yajiang e na cidade de Kangding durante os próximos três dias, o que levou ao envio de uma equipa nacional de prevenção e controlo de incêndios para a zona.

A Comissão Nacional de Prevenção de Catástrofes e o Ministério da Gestão de Emergências avisaram, há algumas semanas, que o país asiático iria enfrentar catástrofes naturais este mês, com possíveis inundações, quedas de temperatura, tempestades de areia e incêndios florestais.

19 Mar 2024

Indústria | Produção na China excede expectativas e cresce 7%

A produção industrial da China registou um crescimento homólogo de 7 por cento nos dois primeiros meses do ano, segundo dados oficiais divulgados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) do país. O valor registado nos dois primeiros meses do ano excede largamente as previsões dos analistas, que esperavam um crescimento de cerca de 5 por cento.

Entre os três principais sectores em que o GNE divide o indicador, o que mais aumentou em Janeiro e Fevereiro foi o da produção e fornecimento de electricidade, aquecimento, gás e água (+7,9 por cento em termos homólogos), seguido da indústria transformadora (+7,7 por cento) e, por último, das minas (+2,3 por cento).

A instituição destacou a retoma da produção em alguns segmentos, como a produção de impressoras 3D (+49,5 por cento), carregadores para veículos eléctricos (+41,8 por cento) ou componentes electrónicos (+41,5 por cento).

O GNE divulgou também outros dados estatísticos, como as vendas a retalho, um indicador-chave do estado do consumo, que cresceram 5,5 por cento em termos homólogos, uma percentagem que supera as expectativas mais difundidas entre os analistas de cerca de 5,2 por cento, mas que está abaixo da de Dezembro (+7,4 por cento) e do valor global para 2023 (+7,2 por cento).

A taxa de desemprego oficial nas zonas urbanas recuperou uma décima de ponto percentual para 5,3 por cento no final de Fevereiro. O investimento em activos fixos aumentou 4,2 por cento nos dois primeiros meses do ano, ultrapassando também fortemente o último recorde (+3 por cento) e as previsões dos peritos (+3,2 por cento).

19 Mar 2024

Viagem | MNE encontra-se com homólogo neozelandês

Wang Yi iniciou ontem uma viagem à Nova Zelândia e Austrália onde vai reunir com as autoridades dos dois países e discutir alguns temas sensíveis como as taxas alfandegárias ou a condenação à morte do australiano detido Yang Hengjun

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, reuniu-se ontem com o homólogo neozelandês, no início de uma visita àquele país e à Austrália.

O vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros, Winston Peters, saudou Wang em Wellington, a capital da Nova Zelândia. “Desde a última vez que nos encontrámos, houve alguns desenvolvimentos significativos, nomeadamente uma pandemia global que afectou os nossos dois países”, disse Peters, nos comentários iniciais da reunião formal no parlamento da Nova Zelândia.

“Hoje é uma oportunidade valiosa para reflectir sobre os desafios e as oportunidades que se nos deparam”, observou. Wang é o político chinês de mais alto nível a visitar o país desde a sua anterior visita em 2017. A Nova Zelândia tem mantido fortes laços económicos com a China nos últimos anos, tendo sido o primeiro país desenvolvido a assinar um acordo bilateral de comércio livre com Pequim em 2008.

Durante a passagem por Wellington, Wang terá também breves reuniões com o primeiro-ministro, Christopher Luxon, e o ministro do Comércio, Todd McClay.

“A China espera trabalhar com os dois países para concretizar os entendimentos comuns entre os líderes, melhorar a comunicação estratégica, aprofundar a confiança mútua, fazer avançar os intercâmbios e a cooperação, promover o crescimento constante e sustentado das parcerias estratégicas abrangentes China – Nova Zelândia e China – Austrália e contribuir para a paz, estabilidade e prosperidade mundiais”, afirmou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin.

Muito a discutir

Wang chegará a Camberra, na Austrália, na quarta-feira, para se encontrar com a homóloga Penny Wong, esperando-se que o diálogo entre os dois se centre no caso do australiano detido Yang Hengjun.

Será a primeira vez que os dois ministros dos Negócios Estrangeiros se encontrarão cara a cara desde que Yang foi considerado culpado de espionagem, na sequência de um julgamento à porta fechada, e condenado à morte com uma prorrogação de dois anos, em Fevereiro.

Também na ordem do dia estará a remoção das últimas taxas alfandegárias que foram impostas pela China em 2020. Estas são amplamente consideradas como punição contra o anterior governo australiano, que aprovou leis que proíbem a interferência estrangeira encoberta na política interna, para impedir o gigante das telecomunicações chinês Huawei de participar na construção da rede 5G da Austrália, devido a preocupações de segurança e para solicitar uma investigação independente da pandemia da covid-19.

As tarifas comerciais custaram à economia local cerca de 20 mil milhões de dólares australianos, mas desde então foram reduzidas para a maioria dos produtos.

19 Mar 2024

Fukushima | Sismo de magnitude 5,4 volta a abalar costa

Um sismo de magnitude 5,4 na escala de Richter voltou a atingir ontem o nordeste do Japão, dois dias após um outro abalo ter suspenso a descarga de águas da central nuclear de Fukushima.

O sismo ocorreu às 06:17, com epicentro na costa da prefeitura de Fukushima e a cerca de 50 quilómetros de profundidade no fundo do mar, mas não levou à emissão de qualquer alerta de tsunami. Até ao momento, não foram relatados danos materiais ou feridos causados pelo sismo, que foi sentido na capital, Tóquio, a 300 quilómetros de distância.

Na sexta-feira, um sismo de magnitude 5,8 na escala de Richter obrigou a Tokyo Electric Power Company (Tepco), que opera a central danificada de Fukushima Daiichi, a suspender a actual ronda de despejo de água radioactiva e tratada no Oceano Pacífico, que começou em 28 de Fevereiro.

O Japão fica no chamado Anel de Fogo, uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo, e sofre terramotos com relativa frequência, por isso as infraestruturas são projectadas para resistir a tremores. Na quarta-feira, o director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, disse, durante uma visita a Fukushima, que as descargas são seguras.

As descargas motivaram a oposição de comunidades de pescadores e de países vizinhos, incluindo a China, que proibiram todas as importações de peixe e marisco. A TEPCO está a descarregar no Oceano Pacífico mais de 1,32 milhões de toneladas de água contaminada de radioisótopos, após ser processada para lhe retirar a maioria desse material altamente radioativo e diluída em água marinha, um processo que irá prolongar-se por várias décadas.

O Governo japonês, a operadora da central e o regulador nuclear japonês optaram pela descarga no oceano como a melhor forma de solucionar o problema do armazenamento provisório do líquido no interior das instalações nucleares, e após rejeitarem outras alternativas devido à complexidade técnica ou custos mais elevados.

18 Mar 2024

HK | Condenadas 12 pessoas por invasão do parlamento

Um tribunal de Hong Kong condenou sábado 12 pessoas a penas de até seis anos e dez meses de prisão pela invasão do edifício do parlamento da região chinesa durante os protestos antigovernamentais de 2019. Centenas de manifestantes invadiram o Conselho Legislativo na noite de 01 de Julho de 2019, o 22.º aniversário da transferência de soberania da cidade do Reino Unido para China, onde desfraldaram a bandeira da era colonial britânica.

Alguns pintaram slogans nas paredes, danificaram móveis e rasgaram cópias da Lei Básica, a miniconstituição que rege Hong Kong, antes de abandonarem o edifício enquanto as forças de segurança disparavam gás lacrimogéneo. Os 12 réus, incluindo a antiga líder estudantil Althea Suen, o actor Gregory Wong e os activistas Ventus Lau e Owen Chow, já tinham sido anteriormente condenados por tumultos. Alguns deles também foram considerados culpados de outras acusações.

O juiz Li Chi-ho proferiu penas de prisão que variam entre quatro anos e meio e seis anos e dez meses, dependendo do grau de envolvimento e dos factores atenuantes. Li disse que a legislatura possui um estatuto constitucional único e que a natureza da invasão foi grave, com “efeitos duradouros na sociedade”. Os actos dos manifestantes “visavam o governo da cidade”, disse o juiz.

O caso também envolveu dois jornalistas, anteriormente absolvidos da acusação de tumulto, mas sábado condenados por entrarem no parlamento de forma ilegal. Um foi multado em 1.500 dólares de Hong Kong e o outro em 1.000 dólares de Hong Kong. Depois de proferidas as sentenças, alguns apoiantes dos arguidos choraram na sala do tribunal, enquanto outros acenaram e demonstraram o seu apoio aos arguidos.

À defesa

Na segunda-feira, Althea Suen disse numa audiência de julgamento que “o verdadeiro crime cometido pelos manifestantes é a busca da democracia, da liberdade de pensamento e do livre-arbítrio”. Na mesma audiência, Owen Chow defendeu que a radicalização dos protestos se deveu ao bloqueio por parte das autoridades locais e de Pequim de todos os caminhos para a democratização de Hong Kong.

Ventus Lau disse que entrou no parlamento para tentar minimizar o número de feridos. “Como sou solidário com os manifestantes, estou disposto a ir para a prisão com eles”, acrescentou.

Tanto Chow como Lau estavam entre os 47 activistas que foram acusados em 2021 de subversão por realizarem eleições primárias não oficiais, ao abrigo de uma lei de segurança nacional imposta por Pequim em 2020 para terminar com os protestos. O governo de Hong Kong disse que a lei ajudou a trazer de volta a estabilidade à cidade.

18 Mar 2024

Sichuan | Incêndio florestal obriga à retirada de 3.400 pessoas

A China activou um mecanismo de emergência para tentar controlar um incêndio florestal que obrigou à retirada de quase 3.400 pessoas, disseram ontem as autoridades da província de Sichuan, no centro do país.

O departamento de gestão de emergências de Sichuan disse que as chamas foram detectadas na tarde de sábado na aldeia de Baizi, condado de Yajiang, na prefeitura tibetana de Garze. Até ao momento, não há registo de qualquer vítima e os bombeiros continuam a trabalhar para tentar extinguir o incêndio, que provocou o encerramento de várias estradas locais.

Um total de 3.396 pessoas foram retiradas de 11 povoações, disseram as autoridades, porque os ventos fortes ajudaram as chamas a espalharem-se rapidamente por várias cadeias montanhosas da região. De acordo com a agência de notícias estatal chinesa Xinhua, cerca de mil operacionais e sete helicópteros foram mobilizados ontem para combater o incêndio.

A província vizinha de Yunnan enviou ainda 750 soldados para fornecer apoio adicional. Vários moradores da zona garantiram à Xinhua que o incêndio não era visível a partir do centro administrativo do condado de Yajiang e que os serviços de água, electricidade e telecomunicações não foram afectados.

A Comissão Nacional de Prevenção de Desastres e o Ministério de Gestão de Emergências tinham alertado há algumas semanas que a China poderia enfrentar este mês catástrofes naturais com possíveis inundações, descidas de temperatura, tempestades de areia e incêndios florestais.

18 Mar 2024

Pequim | João Lourenço defende soberania da Ucrânia e Estado da Palestina

O Presidente angolano apelou na sexta-feira ao respeito pela soberania da Ucrânia e à criação do Estado da Palestina, visando o fim definitivo dos dois conflitos, num encontro com o homólogo chinês, Xi Jinping. “É imperioso que se ponha fim à guerra na Ucrânia”, afirmou João Lourenço, durante um encontro com Xi, no Grande Palácio do Povo, junto à Praça Tiananmen, no centro de Pequim.

O conflito com a Rússia “deve terminar necessariamente à volta de uma mesa de conversações, para se alcançar a paz definitiva e garantir a soberania nacional da Ucrânia”, acrescentou. Na segunda visita oficial à China desde que foi eleito, João Lourenço defendeu a libertação dos reféns israelitas e o fim imediato da ofensiva militar israelita, que descreveu como desproporcional contra a população da Faixa de Gaza.

O governante apelou ainda ao fim dos colonatos e ao fim definitivo do conflito israelo-palestiniano com a criação de um Estado da Palestina que seja internacionalmente reconhecido. “É a única solução definitiva para trazer a liberdade e dignidade ao povo palestiniano e garantir realmente a segurança de Israel e dos povos daquela conturbada região”, vincou.

Assegurando que Luanda e Pequim “comungam os mesmos valores” em matéria de política externa, incluindo os princípios da não-agressão e respeito pela soberania dos Estados, o líder angolano apontou para a “necessidade urgente” de executar “reformas profundas” na ONU.

“Os últimos acontecimentos na arena internacional vieram confirmar a necessidade urgente de se fazerem profundas reformas no sistema das Nações Unidas, nas instituições financeiras como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, a Organização Mundial do Comércio, mas sobretudo no Conselho de Segurança, por se terem demonstrado ao longo do tempo desactualizadas do contexto do mundo de hoje, passados que são quase 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial”, afirmou.

O chefe de Estado angolano apontou para o “mau momento” que África atravessa, à medida que a emergência do terrorismo coabita com “mudanças inconstitucionais” em vários países do continente.

“As guerras na Europa e no Médio Oriente fizeram praticamente esquecer o conflito no Sudão, um país à beira de uma crise humanitária sem precedentes, com elevado número de baixas humanas que pode aumentar com a fome e doenças, deslocados internos, refugiados e grande destruição de infra-estruturas”, apontou.

Visita cinco estrelas

O líder angolano defendeu que o papel da China deve sempre ser tido em consideração na configuração de uma nova ordem mundial e apontou para a aprovação de uma declaração conjunta que reflecte a convergência entre os dois países. “Saímos da China muito satisfeitos com a abertura e compreensão que encontrámos e que nos impele a estarmos cada vez mais próximos na defesa dos princípios e interesses comuns”, disse Lourenço.

O programa da visita do Presidente angolano incluiu ainda a participação num fórum de negócios sobre o investimento em Angola, e encontros de trabalho com empresários chineses que já operam no país africano ou o pretendem fazer no futuro. No último dia da visita, João Lourenço deslocou-se à província de Shandong, para contactos com os sectores têxtil, farmacêutica e agrícola.

Exemplos de Macau e HK

O Presidente de Angola, João Lourenço, defendeu na passada sexta-feira a resolução pacífica da questão de Taiwan e garantiu o respeito pelo princípio ‘Uma só China’, durante um encontro com o homólogo chinês, Xi Jinping. “Angola defende o princípio ‘Uma só China’ e Taiwan como parte integrante do território chinês”, afirmou o chefe de Estado angolano, durante o encontro com Xi, no Grande Palácio do Povo, junto à Praça Tiananmen, no centro de Pequim. João Lourenço defendeu uma solução por meios pacíficos da questão de Taiwan, “a exemplo do que aconteceu com Hong Kong e Macau”. Tal como a antiga colónia britânica Hong Kong em 1997, a administração de Macau passou em 1999 de Portugal para a China, graças a um acordo entre os dois países. “Não há razões para se pensar de forma diferente depois desses dois casos de grande sucesso da diplomacia chinesa”, observou João Lourenço.

Indústria: Ministro angolano destaca papel da China

O ministro da Indústria e Comércio de Angola, Rui Miguens de Oliveira, afirmou na passada sexta-feira em Pequim que a colaboração com a China tem sido “crucial” para a industrialização do país, enfatizando o sector das infra-estruturas.

Citado pela agência de notícias oficial Xinhua, o ministro angolano destacou a participação das empresas chinesas e o apoio financeiro de Pequim na recuperação inicial das infraestruturas destruídas durante a guerra civil no país africano, incluindo pontes, estradas, linhas de transmissão de energia e sistemas de abastecimento de água.

“Tudo isto são infra-estruturas necessárias para o desenvolvimento económico e social geral, mas particularmente essenciais para a nossa indústria”, observou. Rui Miguens referiu que, após a recuperação das infra-estruturas, Angola assistiu a investimentos de empresas privadas chinesas em vários sectores industriais. “O facto é que, neste momento, os maiores investidores privados em Angola são provavelmente os chineses. Eles são o melhor exemplo de Angola, onde é possível investir, criar empregos, estabelecer indústrias e permitir que os empresários obtenham lucros de forma honesta”, disse.

18 Mar 2024

Japão | AIEA diz que descargas de Fukushima para o Pacífico são seguras

O chefe da agência da ONU para o nuclear observou ontem o processo de descarga para o Oceano Pacífico das águas contaminadas da central nuclear japonesa de Fukushima e referiu-se a um “começo encorajador”.

Em visita ao Japão, iniciada na terça-feira, o director-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, observou as águas residuais radioactivas a serem misturadas com quantidades massivas de água do mar e examinou a estação onde se processa esta operação.

As descargas motivaram a oposição de comunidades de pescadores e de países vizinhos, incluindo a China, que proibiram todas as importações de peixe e marisco após o início do processo proveniente da central nuclear Fukushima Daiichi (no nordeste do Japão), danificada por um violento sismo e ‘tsunami’ em 2011.

A viagem de Grossi ao nordeste japonês ocorre no segundo dos três dias da visita ao país asiático, marcada por reuniões com membros do Governo nipónico e da Tokyo Electric Power Company (TEPCO), a empresa gestora da central.

Durante esta deslocação, que também incluiu encontros com pescadores e estudantes locais, Grossi analisou o canal de saída da água, ligada a um tubo subterrâneo que a transporta até à zona de saída no Oceano Pacífico, a um quilómetro da costa, e explicou o processo de diluição prévia com água do mar.

“Ao supervisionar esta operação e fornecendo informação sobre a mesma, asseguramos, como afirmámos desde o início, que a AIEA estará presente até que a última gota seja dispersa de forma segura no oceano”, disse Grossi num vídeo publicado na rede social X (antigo Twitter). “A segurança nuclear está em primeiro lugar. A AIEA está aqui e vamos acompanhar de forma contínua esta operação”, acrescentou.

Conversas nucleares

Antes da deslocação às instalações da central nuclear de Fukushima, o director-geral da AIEA manteve um encontro na localidade de Iwaki com associações e grupos de pescadores da região, que contestam o processo utilizado devido ao impacto no sector das pescas e nos respectivos produtos.

Em resposta, Grossi assegurou que a AIEA “monitoriza de forma independente a descarga de água da central, analisando a água, os peixes e os sedimentos”. “Até agora, os resultados mostram que o trítio [isótopo radioativo de hidrogénio] está muito abaixo dos limites. A transparência, a precisão e o diálogo serão fundamentais durante todo o processo”, acrescentou.

Grossi também manteve uma conversa com estudantes da região de Fukushima, durante a qual sublinhou a importância do organismo que dirige para as gerações futuras. “As vossas perguntas sobre a descarga de água e outras questões de energia nuclear enfatizam o valor do compromisso da AIEA”, assinalou.

A TEPCO está a descarregar no Oceano Pacífico mais de 1,32 milhões de toneladas de água contaminada de radioisótopos, após ser processada para lhe retirar a maioria desse material altamente radioactivo e diluída em água marinha, um processo que irá prolongar-se por várias décadas.

O Governo japonês, a operadora da central e o regulador nuclear japonês optaram pela descarga no oceano como a melhor forma de solucionar o problema do armazenamento provisório do líquido no interior das instalações nucleares, e após rejeitarem outras alternativas devido à sua complexidade técnica ou custos mais elevados.

Esta opção originou críticas de países vizinhos, em particular da China, apesar de estar a ser supervisionada pela AIEA, que considera o plano japonês ajustado aos padrões de segurança do setor e assegura que estas descargas “graduais e controladas” terão um impacto radiológico “insignificante” em pessoas e no meio ambiente.

15 Mar 2024

TikTok | Casa Branca espera Senado ‘luz verde’ do Senado

A presidência norte-americana acredita que o Senado dará ‘luz verde’ ao projecto de lei que pode levar à proibição da aplicação TikTok no país, depois de a iniciativa ter sido aprovada na Câmara dos Representantes.

“Estamos felizes por ver que este projecto de lei está a avançar. Esperamos que o Senado (câmara alta do Congresso) tome medidas rapidamente”, frisou Karine Jean-Pierre, porta-voz do executivo liderado por Joe Biden, durante uma conversa com jornalistas a bordo do avião presidencial.

O projecto foi aprovado na Câmara dos Representantes (câmara baixa) por 352 votos a favor e 65 contra – dos quais 15 votos foram republicanos e 50 democratas – e segue agora para votação no Senado. Se for aprovado na câmara alta do Congresso norte-americano, o projecto será ratificado pelo Presidente.

A rede social já alertou para o impacto que a eventual proibição da aplicação nos Estados Unidos terá nos milhões de utilizadores e na economia do país, nomeadamente em sete milhões de pequenas empresas.

Já o Governo chinês denunciou esta quarta-feira a repressão contra a aplicação de vídeos curtos nos Estados Unidos, considerando que é um tiro de intimidação, que acabará por “sair pela culatra”.

15 Mar 2024

China | Li Qiang destaca integração tecnológica com indústria

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, pediu esforços para aprofundar a integração da inovação científica e tecnológica com a inovação industrial e acelerar o cultivo de novas forças motrizes e novas vantagens do desenvolvimento de alta qualidade.

Li, também membro do Comité Permanente do Bureau Político do Comité Central do Partido Comunista da China, prestou estas declarações durante uma visita de inspeçcão em Pequim, esta quarta-feira, indica o Diário do Povo.

Durante sua inspecção num centro de operações na zona demonstrativa de condução autónoma de alto nível da cidade, Li pediu o apoio reforçado na definição de padrões e garantia de factores, de modo a impulsionar o desenvolvimento da indústria automobilística e a construção de cidades inteligentes com a actualização da tecnologia de condução autónoma.

Na área de escritórios da gigante chinesa de tecnologia Baidu em Yizhuang, o PM enfatizou que é necessário aproveitar ao máximo as vantagens de cenários de aplicação ricos na China, aumentar o apoio institucional e criar um ambiente mais relaxado para o desenvolvimento da indústria de inteligência artificial.

Ao visitar a Naura Technology Group Co., Ltd., Li encorajou a empresa a aumentar ainda mais o investimento em ciência e tecnologia, acelerar pesquisa e desenvolvimento (P&D) em equipamentos de processo avançado e promover melhor a inovação colaborativa em toda a cadeia industrial.

Avanços inteligentes

O dirigente também inspeccionou a Academia de Inteligência Artificial de Pequim e pediu a realização de novos avanços com recursos avançados e cooperação.

Li presidiu a um simpósio e observou que o desenvolvimento de novas forças produtivas de qualidade é um requisito intrínseco e um foco importante para promover o desenvolvimento de alta qualidade, pedindo esforços para alcançar avanços em tecnologias essenciais em campos-chave e para promover a inovação industrial através da inovação científica e tecnológica, a fim de acelerar o desenvolvimento de um sistema industrial moderno com manufactura avançada como espinha dorsal.

Observando que a inteligência artificial é um motor importante para o desenvolvimento de novas forças produtivas de qualidade, pediu também para se alcançar avanços importantes em áreas como o poder de computação, dados e algoritmos para permitir que a inteligência artificial capacite melhor várias indústrias, acrescenta o Diário do Povo.

No simpósio, o primeiro-ministro enfatizou ainda a necessidade de se promover activamente a supervisão inclusiva e prudente com base na manutenção da linha-limite de segurança. Li expressou a esperança de que Pequim dê pleno vapor às suas vantagens, assuma a liderança no desenvolvimento de novas forças produtivas de qualidade e desempenhe um papel de liderança na demonstração.

15 Mar 2024

Taiwan | Vice-líder do KMT no continente pela segunda vez

Andrew Hsia, vice-líder do Kuomintang (KMT), o principal partido da oposição em Taiwan, anunciou ontem que vai realizar nova deslocação à China continental, a segunda em menos de um mês.

Citado pela imprensa da ilha, o também antigo ministro dos Assuntos Continentais de Taiwan (2015-2016) disse que se vai deslocar esta semana à cidade de Chongqing, acompanhado por vários membros do Departamento dos Assuntos Continentais do partido, principalmente para desejar bom ano novo aos empresários taiwaneses na região.

A visita de sete dias, que incluirá ainda paragens em cidades como Chengdu, Jinan e Qingdao, tem como objectivo “trocar impressões” com pessoas da região, sublinhou o vice-líder o KMT, que negou ir negociar “o que quer que seja” em nome do governo de Taiwan, actualmente liderado pelo Partido Democrático Progressista (DPP).

O líder do KMT, Eric Chu, encarregou Hsia de tratar dos assuntos internacionais e das relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan, disse o vice-líder da oposição, quando questionado sobre a frequência das deslocações à China.

“Somos todos amigos, por isso não há nada de estranho em nos encontrarmos”, disse Hsia. O dirigente também se defendeu das críticas do DPP a estas visitas, dizendo que a única intenção da viagem para a China continental é que “o outro lado compreenda os sentimentos do povo taiwanês”.”Actualmente, só o partido no poder, e não a oposição, pode trair Taiwan”, afirmou o vice-líder do KMT.

14 Mar 2024