Hoje Macau China / ÁsiaMalásia | Retomadas buscas por avião desaparecido há 11 anos A Malásia anunciou ontem a retoma das buscas pelo voo MH370 da companhia aérea Malaysia Airlines, desaparecido com 239 pessoas a bordo em Março de 2014, pouco depois de descolar de Kuala Lumpur com destino a Pequim. “A [empresa] Ocean Infinity e o Governo da Malásia confirmam que iniciarão [em 30 de Dezembro] as operações de busca por um total de 55 dias, de forma intermitente”, anunciou o Ministério dos Transportes da Malásia, através de um comunicado com a data de ontem. A Ocean Infinity é uma empresa de robótica e exploração do fundo do mar com sede nos Estados Unidos e no Reino Unido, que há anos colabora na busca do avião, desaparecido em 08 de Março de 2014, cerca de 40 minutos após a descolagem de Kuala Lumpur com destino à capital chinesa. A aeronave desapareceu dos radares após deixar o espaço aéreo da Malásia e entrar no do Vietname, quando, em princípio, se desviou da rota para o sul do Índico, sem que se conheçam ainda as causas. A bordo do Boeing 777 viajavam 153 chineses, 50 malaios (12 faziam parte da tripulação), sete indonésios, seis australianos, cinco indianos, quatro franceses, três norte-americanos, dois neozelandeses, dois ucranianos, dois canadianos, dois iranianos, um russo, um neerlandês e um taiwanês. Inicialmente, a Malásia, a China e a Austrália realizaram uma busca conjunta em cerca de 120.000 quilómetros quadrados no Índico, mas encerraram as operações em janeiro de 2017, sem encontrar os destroços do avião. A Ocean Infinity também tentou localizar o aparelho numa área de cerca de 100.000 quilómetros quadrados entre Janeiro e Junho de 2018, sem sucesso. Em Abril passado, o Governo da Malásia afirmou que a operação de busca da aeronave havia sido interrompida por “não ser a época” ideal para o efeito, mas adiantou que seria retomada no final deste ano. O comunicado de ontem concretiza que a busca será realizada numa “área específica com maior probabilidade de localização da aeronave”.
Hoje Macau China / ÁsiaIndonésia |Número de mortos nas cheias ultrapassa 800 O balanço do número de mortos causado pelas cheias que atingiram a grande ilha de Sumatra, na Indonésia, ultrapassou os 800, anunciou ontem a Agência Nacional de Gestão de Desastres indonésia (BNPB). As autoridades indicaram anteriormente que tinham morrido 631 pessoas. De acordo com a BNPB, o número mais recente é de 804 mortos, mais de 650 pessoas desaparecidas e centenas de milhares de residentes retirados das suas casas na ilha de Sumatra, no oeste da Indonésia. Apesar das mais de 800 mortes, de milhares de feridos e da destruição massiva em Sumatra, o Governo indonésio resiste à crescente pressão para declarar o estado de emergência após as inundações. O país só tomou esta medida por três vezes, segundo os registos disponíveis: durante o terramoto e tsunami de 1992, o tsunami de 2004 que matou dezenas de milhares de pessoas e durante a pandemia de covid-19. Crescem os apelos para que o Governo declare o estado de emergência, com os defensores a argumentarem que tal medida libertaria recursos e melhoraria a coordenação da ajuda humanitária. O Governo do Presidente indonésio, Prabowo Subianto, tem insistido até agora que o país dispõe dos recursos necessários para lidar com a situação. Esta situação contrasta com a do Sri Lanka onde foi declarado o estado de emergência e pedida ajuda à comunidade internacional face aos efeitos das cheias. A Amnistia Internacional (AI) Indonésia acredita que a decisão de declarar o estado de emergência é urgentemente necessária “para que as forças nacionais e internacionais possam ser mobilizadas para ajudar as vítimas”. As autoridades alertaram que a destruição provocada pelas chuvas se deve à grande quantidade de água que caiu durante um período prolongado, provocando o transbordo dos rios.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Seul considera “extremamente difícil” fabricar submarinos nucleares nos EUA O Presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, declarou ontem que será “extremamente difícil” fabricar submarinos com propulsão nuclear nos Estados Unidos. “Do nosso ponto de vista, produzi-los lá é extremamente difícil, para ser realista”, afirmou o chefe de Estado, numa conferência de imprensa. Seul e Washington finalizaram em Novembro um acordo sobre a construção deste tipo de submarinos destinado à marinha sul-coreana, mas o local da construção não foi determinado. Uma nota conjunta detalhou que os dois países se comprometeram a “continuar a colaboração no domínio da construção naval através de um grupo de trabalho” específico. Em Outubro, depois de ter dado o “sim” a um acordo de princípio para a fabricação de um submarino de propulsão nuclear destinado ao aliado sul-coreano, o Presidente norte-americano, Donald Trump, escreveu na rede social X e na Truth Social, da qual é proprietário, que este seria construído em Filadélfia, nos Estados Unidos. Ontem, o Presidente sul-coreano indicou que a questão “ainda necessita de discussões”. Lee Jae-myung salientou que a posição de Seul sempre foi a de produzir os submarinos internamente.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia levanta proibição de venda de álcool à tarde em vigor desde 1972 A Tailândia levantou ontem a proibição da venda de bebidas alcoólicas durante a tarde, que foi decretada em 1972 para evitar que os funcionários públicos consumissem álcool em horário de trabalho. A medida agora revogada por um decreto real impedia a venda de álcool entre as 14:00 e as 17:00 em estabelecimentos comerciais, como supermercados. A venda será permitida naquele horário por um período inicial de teste de 180 dias, anunciaram ontem as autoridades, segundo a agência de notícias espanhola EFE. A nova regulamentação estende o horário anteriormente permitido para a venda de álcool, das 11:00 às 14:00 e das 17:00 à meia-noite, removendo a proibição de três horas à tarde. O fim do período à meia-noite permanece em vigor, mas os clientes em estabelecimentos licenciados têm agora uma extensão de uma hora para terminar as bebidas, segundo o jornal Bangkok Post. Revisto e confirmado O Governo encarregou em Fevereiro os ministérios da Saúde, Administração Interna e Turismo de reverem a regulamentação, que também contempla proibições de venda durante cinco dias especiais do calendário budista por ano. O então ministro da Administração Interna e actual primeiro-ministro, Anutin Charnvirakul, disse que a política seria revista para estimular a economia e criar empregos. As autoridades confirmaram em Maio a intenção de suavizar as restrições, permitindo desde então a venda durante festividades budistas em aeroportos, hotéis e zonas de atracção turística, entre outros locais. O Governo já considerava desactualizada a proibição durante os dias budistas, a religião maioritária no país, cujo quinto preceito consiste na abstenção do consumo de produtos tóxicos, como seriam os licores. A Tailândia, o país mais visitado do Sudeste Asiático, toma a medida também para impulsionar o turismo, com o objectivo de superar o recorde pré-pandemia de 2019, quando recebeu 39,8 milhões de estrangeiros. O país tem tentado recuperar o mercado, com foco especial no turismo chinês, a principal fonte de visitantes.
Hoje Macau China / ÁsiaHK | Adiada setença em caso de naufrágio em 2012 que matou 39 pessoas Um tribunal de Hong Kong adiou a leitura da sentença no caso da colisão do ferry Lamma IV, em 2012, com 39 mortos, quando arranca a investigação ao incêndio que deflagrou exactamente há exatamente uma semana no território. O tribunal adiou pela terceira vez a leitura do veredicto, após um longo processo que envolveu oitenta e quatro testemunhas. Um porta-voz do tribunal confirmou na terça-feira a suspensão, mas recusou-se a dar uma justificação, enquanto fontes do tribunal citadas pelos jornais locais disseram que a decisão não deve ser tomada antes de 20 de Janeiro. Na noite de 01 de Outubro de 2012, Dia Nacional da China, o barco de passageiros Sea Smooth, da Hong Kong and Kowloon Ferry Company, colidiu com o Lamma IV, que transportava 124 funcionários da Hong Kong Electric e respectivas famílias a caminho do espectáculo de fogo de artifício no porto de Victoria. O Lamma IV afundou-se em apenas 100 segundos, naquele que foi o acidente mais grave na cidade desde 1971. Uma comissão oficial, em 2013, culpou os dois capitães e encontrou uma cadeia de falhas relacionadas com a construção e revisões, embora não tenha esclarecido quem removeu uma antepara obrigatória ou quem aprovou uma placa de aço de dez milímetros na proa do Sea Smooth, que actuou como uma lâmina. Depois de vencerem um recurso em 2023, os familiares das vítimas conseguiram abrir um segundo processo em tribunal, centrado na segurança estrutural e na responsabilidade da autoridade marítima. Os queixosos afirmam que, treze anos depois, ainda não dispõem de um quadro completo do sucedido e denunciam a “negligência institucional” que persiste, apesar das reformas anunciadas.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong chora os mortos uma semana após pior incêndio desde 1948 Reportagem de Vitor Quintã, agência Lusa Uma semana depois do incêndio que causou pelo menos 156 mortos em Hong Kong, o filho de uma vítima diz que o luto não apaga a raiva face a suspeitas de corrupção e negligência. Luk Yu Yeung, de 29 anos, foi na terça-feira à morgue identificar o corpo da mãe, que estava desaparecida desde 26 de Novembro, quando deflagrou o incêndio em Wang Fuk Court. A mãe de Luk vivia em Wang Tai House, um dos oito edifícios que fazia parte do complexo de habitação social em Tai Po, nos Novos Territórios, no norte da região administrativa especial chinesa. “Ela estava negra, porque o pó e as cinzas cobriram-lhe a cara. O médico forense acha que morreu de intoxicação por monóxido de carbono”, disse Luk. “Ainda estou grato por o corpo ter sido encontrado inteiro”, disse o residente de Hong Kong. “Alguns corpos ficaram reduzidos a cinzas”, sublinhou. Na segunda-feira, a superintendente-chefe da polícia de Hong Kong Karen Tsang Shuk-yin já tinha admitido a possibilidade de “não conseguir resgatar todas as pessoas desaparecidas”. Depois de dias a ver fotos de cadáveres, numa espera por notícias que foi partilhando nas redes sociais, enquanto os bombeiros procuravam por dezenas de desaparecidos, Luk começou agora a preparar o serviço funerário. Mas a oportunidade de finalmente fazer o luto não apaga a raiva que o jovem sente – perante o incêndio e “um Governo corrupto” – e que resume com: “Quatro exigências, nem uma a menos”. Esta é uma referência a uma petição online, lançada por Miles Kwan, um estudante universitário, que tinha reunido mais de mil assinaturas, antes de ser detido pela polícia, no sábado. A petição incluía “quatro grandes exigências”: alojamento para os residentes afectados, uma investigação independente, uma reforma do sistema de fiscalização de obras e responsabilização dos dirigentes públicos envolvidos. Mas, sublinhou à Lusa o comentador político Sonny Lo Shiu-Hing, a petição também faz lembrar o slogan ‘Cinco exigências, nem uma a menos’, popular durante o movimento pró-democracia de 2019. Os protestos, que exigiam o sufrágio universal e eleição directa do líder do Governo e do parlamento, acabaram com a imposição, por parte de Pequim de uma lei de segurança nacional que prevê como pena máxima a prisão perpétua. Investigações em curso Na terça-feira, o chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, anunciou a criação de uma comissão independente, presidida por um juiz para investigar “até o fim” alegações de corrupção e negligência em torno do incêndio. Sonny Lo sublinhou que a comissão não terá poder para obrigar os indivíduos e empresas envolvidos no caso a cooperar na investigação, mas defendeu que poderá ajudar a enfrentar “manipulação de concursos” na construção. Por outro lado, o comentador não acredita que a criação da comissão signifique mais espaço para a dissidência política e recordou a detenção do antigo conselheiro distrital Kenneth Cheung e um voluntário. Todos foram acusados de “explorar a tragédia para incitar ao ódio e criar instabilidade”, referiu Sonny Lo, por “levarem a cabo iniciativas concretas, como petições, distribuir panfletos, realizar conferências de imprensa”. O Governo de Hong Kong “tende a ser mais tolerante” de simples críticas, sejam elas publicadas nas redes sociais ou até em editoriais de jornais considerados pró-Pequim, defendeu o analista. “Pelo que vemos, fazer comentários até agora é permitido. Iniciativas é que são inaceitáveis”, resumiu Sonny Lo.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita | Macron na China para debater relações comerciais e guerra da Ucrânia Além da componente comercial que prevê a assinatura de vários acordos em áreas como a energia, indústria alimentar e aviação, a agenda de Macron deverá passar pela guerra na Ucrânia e uma ida a Chengdun à sede do Centro de Investigação e Conservação do Panda-gigante O Presidente francês, Emmanuel Macron, chegou ontem à China para uma visita centrada em comércio e diplomacia, numa altura em que procura motivar Pequim a pressionar a Rússia para um cessar-fogo na Ucrânia. Na visita de Estado de três dias, Macron defenderá uma agenda de cooperação em questões económicas e comerciais destinada a alcançar um equilíbrio que garanta “um crescimento sustentável e sólido que beneficie todos”, afirmou o seu gabinete. Macron e a sua esposa, Brigitte, enfrentaram o frio intenso que se fazia sentir quando desceram do avião à chegada da visita, num aeroporto de Pequim, e percorreram um passadiço coberto com carpete vermelha. O casal foi recebido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, que conversou com Macron antes de o líder francês e a esposa seguirem numa limusina. O casal tinha previsto para ontem à noite uma deslocacão ao complexo do Jardim Qianlong, do século XVIII, na Cidade Proibida, o antigo palácio dos imperadores chineses. Durante a visita, dirigentes de ambos os países deverão assinar vários acordos nos sectores da energia, indústria alimentar e aviação. Poder de influência Nas conversações de Macron com o Presidente chinês, Xi Jinping, será também abordada a guerra da Rússia na Ucrânia, em particular após uma reunião decorrida esta segunda-feira em Paris com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, para discutir possíveis termos para um cessar-fogo. “O que queremos…é que a China possa convencer e influenciar a Rússia a avançar para um cessar-fogo o mais rapidamente possível e consolidar esse cessar-fogo através de negociações que, no nosso entender, devem conduzir a garantias de segurança sólidas para a Ucrânia”, afirmou um alto responsável diplomático francês. Paris espera que Pequim “se abstenha de fornecer à Rússia quaisquer meios que lhe permitam continuar a guerra”, disse o responsável diplomático, sob anonimato. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, afirmou na semana passada que Pequim acredita no “diálogo e na negociação” para resolver a guerra na Ucrânia e apoia “todos os esforços” que conduzam à paz. Durante a tarde desta quinta-feira, a agenda de Macron inclui conversações com o primeiro-ministro chinês Li Qiang. O casal presidencial francês viajará depois para Chengdu, na província chinesa de Sichuan, onde se situa a sede do Centro de Investigação e Conservação do Panda-gigante. É lá que está Yuan Meng, o primeiro panda-gigante nascido em França e cujo nome foi escolhido pela primeira-dama Brigitte Macron.
Hoje Macau China / ÁsiaGuarda costeira chinesa expulsa barco japonês de ilhas controladas por Tóquio A guarda costeira da China expulsou ontem uma embarcação de pesca japonesa que, segundo as autoridades chinesas, tinha entrado ilegalmente em águas próximas das ilhas Diaoyu, controladas pelo Japão, mas disputadas por outros países. A Guarda Costeira chinesa indicou em comunicado divulgado na plataforma WeChat que “tomou as medidas de controlo necessárias de acordo com a lei”. O porta-voz Liu Dejun disse que a Guarda Costeira ordenou à embarcação japonesa Zuiho-maru que se afastasse da zona, reiterando que o arquipélago, conhecido como Diaoyu na China, constitui “território inerente à China”. Liu instou ainda o Japão a “cessar imediatamente todas as actividades infringentes e provocatórias” na área e garantiu que a Guarda Costeira continuará a realizar “operações de aplicação da lei para defender os direitos” da China. Nos últimos anos, Pequim concedeu novas capacidades à guarda costeira, incluindo a autoridade para deter embarcações estrangeiras suspeitas de entrar ilegalmente nas águas territoriais, no meio das crescentes tensões territoriais com aliados dos EUA, como o Japão e as Filipinas. A Guarda Costeira chinesa também reforçou substancialmente a capacidade operacional, graças à alocação de mais navios e ao aumento do apoio logístico. Situadas no mar do Leste da China, a cerca de 150 quilómetros a nordeste de Taiwan, as desabitadas ilhas Diaoyu cobrem uma área de aproximadamente sete quilómetros quadrados, e acredita-se que possam existir importantes depósitos de gás ou petróleo nas águas adjacentes.
Hoje Macau China / ÁsiaUm terço das empresas da UE na China pondera desviar produção face a restrições Mais de um terço das empresas europeias na China estão a considerar desviar parte da cadeia de abastecimento para fora do país asiático, para mitigar o impacto do controlo das exportações implementado por Pequim. De acordo com um inquérito divulgado na segunda-feira pela Câmara de Comércio da União Europeia na China, 36 por cento das empresas estão a considerar desenvolver capacidade de fornecimento fora da China e 32 por cento planeiam obter ‘inputs’ de outros mercados, enquanto 43 por cento ainda não tomaram uma decisão estratégica. O inquérito, realizado entre 06 e 24 de Novembro com respostas de 131 empresas, revela que a maioria já foi afectada ou espera ser afectada pelas medidas chinesas, que abrangem minerais de terras raras, tecnologias de baterias de lítio, materiais superduros e controlos extraterritoriais sobre produtos que incorporam componentes processados na China. De acordo com o relatório, o impacto mais imediato é nos prazos de entrega: 40 por cento dos inquiridos indicaram que os procedimentos de aprovação acrescentaram mais de dois meses aos prazos de fornecimento, enquanto outros 34 por cento reportaram atrasos entre um e dois meses. As dificuldades centram-se no processo de pedido de licença de exportação junto do Ministério do Comércio da China. Quase 40 por cento queixaram-se da falta de transparência, 21 por cento consideraram os requisitos pouco claros e 40 por cento afirmaram que os pedidos ultrapassaram o limite oficial de processamento de 45 dias estabelecido pelas autoridades. Algumas empresas manifestaram preocupação com a quantidade de informação sensível que devem fornecer, incluindo a propriedade intelectual. Outras complicações Os problemas não terminam após a concessão da licença: 42 por cento registaram atrasos adicionais na alfândega e 26 por cento afirmaram que os obstáculos acrescentaram uma semana ou mais ao envio de mercadorias previamente autorizadas. As interrupções no fornecimento estão a afectar tanto os exportadores com fábricas na China como os produtores europeus que dependem de partes ou equipamentos chineses. O documento refere que 60 por cento preveem interrupções “moderadas ou significativas” no caso de todos os controlos anunciados estarem totalmente implementados, e 13 por cento temem interrupções totais da produção. O presidente da Câmara, Jens Eskelund, alerta que as autoridades chinesas “adicionaram incerteza” às operações das empresas europeias, coincidindo com um período de atritos comerciais entre Pequim e Bruxelas. O vice-presidente da instituição, Stefan Bernhart, recomendou o estabelecimento de um “sistema geral de licenciamento” a curto prazo, que proporcionaria “a tão necessária estabilidade e previsibilidade”. Em Abril, Pequim impôs restrições a várias categorias de elementos de terras raras e derivados, que levaram algumas empresas europeias a interromper temporariamente as suas linhas de produção. Apesar da suspensão parcial de certas medidas após a cimeira de Novembro entre a China e os Estados Unidos, parte do regime de controlo permanece activo e continua a afectar as cadeias de abastecimento.
Hoje Macau China / ÁsiaEncontro | Moscovo e Pequim condenam ressurgimento de “regimes criminosos” na Europa e Japão O secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergei Shoigu, afirmou ontem que Moscovo e Pequim não vão permitir o ressurgimento do que chamou “regimes criminosos” na Europa e no Japão. As declarações de Shoigu ocorreram após um encontro em Moscovo entre o secretário do Conselho de Segurança da Rússia e o ministro dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Wang Yi. O encontro entre Shoigu e Wang Yi marcou a vigésima ronda de consultas russo-chinesas sobre estabilidade estratégica. Shoigu disse, citado pela agência de notícias TASS, que a “a hidra do militarismo está a levantar novamente a cabeça”. O responsável russo acrescentou que, nesse sentido, Moscovo e Pequim acumularam experiência suficiente para travar ímpetos militaristas e que não vão permitir o ressurgimento do que classificou de “regimes criminosos na Europa e em Tóquio”. O antigo ministro da Defesa da Rússia disse ainda que Pequim considerou que as tentativas de falsificar a história são inaceitáveis. “Isto é especialmente importante, dada a crescente vontade de vingança em alguns países europeus e no Japão por derrotas passadas”, afirmou Shoigu. Wang Yi salientou que a Rússia e a República Popular da China são dois países unidos contra qualquer tentativa que possa contrariar a verdade histórica. Para o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês “é preciso estar vigilante” e rejeitar as tentativas no sentido do renascimento do militarismo e do fascismo no Japão. Shoigu reafirmou o apoio que disse ser consistente e inabalável de Moscovo em relação a Pequim nas questões de Taiwan, e sobre as regiões de Xinjiang, Tibete e Hong Kong. Para Moscovo, disse Shoigu, o governo da República Popular da China é o único poder legítimo e representa toda a China. Serguei Shoigu salientou que a coordenação russo-chinesa na área da segurança estratégica desempenha um “papel estabilizador crucial” e que ajuda a moldar uma ordem mundial mais justa, impedindo posições privilegiadas de “certos países”.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong proíbe organizações políticas radicadas no estrangeiro As autoridades de Hong Kong declararam ontem como “organizações proibidas” duas entidades políticas no exílio – o autodenominado Parlamento de Hong Kong, com sede no Canadá, e a União pela Independência Democrática de Hong Kong, estabelecida em Taiwan. A medida – a primeira desta natureza contra grupos que operam no exterior, enquadrada na Lei de Segurança Nacional – foi publicada na segunda-feira em diário oficial e entrou em vigor de imediato. De acordo com o gabinete do secretário de Segurança de Hong Kong, Chris Tang, em 25 de Novembro foram enviados requerimentos formais a ambas as formações com um prazo de sete dias para apresentarem alegações. O Parlamento de Hong Kong respondeu por escrito, mas a entidade taiwanesa manteve-se em silêncio. Após analisar a documentação recebida e os antecedentes, Tang considerou comprovada a necessidade de vetá-los, por forma a preservar a soberania nacional. O Executivo acusa ambos os grupos de levarem a cabo “actividades subversivas”, destinadas a “derrubar o poder do Estado”, através da promoção da autodeterminação, da redação de uma constituição alternativa e do enfraquecimento da ordem constitucional da República Popular da China. A decisão determina que qualquer pessoa que exerça funções de direcção, mantenha filiação, organize reuniões, facilite fundos ou preste qualquer tipo de colaboração às duas entidades incorrerá em crime punível com até 14 anos de prisão e multa de um milhão de dólares de Hong Kong. Numa audiência ontem, Tang confirmou o procedimento seguido e lembrou condenações recentes relacionadas com ambos os grupos. Uma activista de 19 anos foi condenada a 12 meses de prisão por sedição após admitir ter divulgado nas redes sociais vídeos que incitavam à participação nas eleições do Parlamento no exílio, criado com o objetivo de estabelecer um poder legislativo paralelo para derrubar o governo local.
Hoje Macau China / ÁsiaHK | Anunciada investigação independente a incêndio e mantidas eleições Enquanto prosseguem buscas para encontrar 40 pessoas ainda desaparecidas, as autoridades anunciaram a abertura de uma investigação destinada a apurar todas as causas da tragédia em Tai Po que fez pelo menos 151 mortos. Domingo, há eleições O Governo de Hong Kong anunciou ontem uma investigação independente para apurar as causas do incêndio que matou pelo menos 151 pessoas, além de indicar que as eleições legislativas “serão realizadas como previsto” no domingo. O Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, anunciou a criação de uma comissão independente, presidida por um juiz para investigar “até o fim” o incêndio que deflagrou, na quarta-feira, no complexo residencial Wang Fuk Court, no norte da região semiautónoma, enquanto continuam as buscas por quase 40 desaparecidos. Esta comissão vai determinar, de acordo com o dirigente, as causas do incidente e propor alterações estruturais. “Os culpados serão responsabilizados independentemente da sua posição”, assegurou. O incêndio levou já à detenção de mais de uma dezena de pessoas por alegado homicídio por negligência, numa investigação que aponta para irregularidades nas obras de manutenção, que estavam em curso no complexo de habitação pública. Os exames periciais efectuados a 20 amostras de rede utilizada no exterior, recolhida a diferentes alturas, detectaram que sete delas não cumpriam as normas de resistência ao fogo. O material aprovado só foi instalado nos pisos térreos para evitar controlos após a passagem do supertufão Ragasa, em Julho. Paralelamente, pelo menos três pessoas foram detidas desde sábado por alegadas infrações contra a segurança nacional: um estudante universitário de 22 anos que lançou uma petição com mais de 10 mil assinaturas a apelar para uma investigação independente, o antigo conselheiro distrital Kenneth Cheung e um voluntário, todos acusados de “explorar a tragédia para incitar ao ódio e criar instabilidade”. O gabinete de protecção da segurança nacional advertiu que este tipo de comportamento “será punido sem piedade”. Manter a ordem Antes da reunião semanal do Conselho Executivo, John Lee afirmou ainda que os futuros deputados do Conselho Legislativo (LegCo, o parlamento local) vão ser “parceiros fundamentais” na supervisão da afectação de fundos públicos e na revisão das políticas para evitar novas catástrofes em Hong Kong, cidade vizinha de Macau. Manter a data das eleições legislativas, que o Governo ponderou adiar, “é respeitar a ordem constitucional e o Estado de direito”, insistiu o governante, antes de avisar que “qualquer tentativa de sabotagem ou de exploração política da tragédia será vigorosamente perseguida”. “Precisamos de construir uma Hong Kong melhor. A justiça será feita. É uma tragédia, sim, precisamos de uma reforma, identificámos as falhas, temos de agir com firmeza para pedir contas aos responsáveis, vamos reformar todo o sistema de reabilitação de edifícios, vamos fazer tudo o que for possível”, afirmou. O dirigente apontou ainda que “os incêndios acontecem em todas as cidades e que Hong Kong tudo fará para os evitar”. Dos 90 lugares no LegCo, apenas 20 são eleitos por sufrágio universal directo em círculos geográficos (51 candidatos), 30 são eleitos por distintos sectores de actividade (60 candidatos) e os restantes 40 designados por um colégio eleitoral (50 candidatos), um órgão cujos 1.500 membros são, na maioria, simpatizantes de Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan CSBC Corp | Empresa falha prazo de entrega de submarino A construtora naval de Taiwan CSBC Corp não cumpriu o prazo estabelecido para a conclusão do primeiro submarino de concepção local, informou ontem o ministro taiwanês da Defesa, Wellington Koo Li-hsiung. O objectivo inicial estipulava que a conclusão dos testes marítimos do submarino devia ter acontecido antes de 30 de Setembro e a entrega do navio devia ser formalizada até ao final de Novembro, de acordo com a marinha taiwanesa. Wellington Koo anunciou ontem no parlamento que os testes, iniciados em Junho, ainda estão em andamento. “Gostaria de salientar mais uma vez que tudo o que fazemos é baseado em avaliações de segurança e que não há urgência em cumprir um prazo específico”, precisou o governante. Koo tinha já admitido em Outubro que o calendário de construção era irrealista, salientando “problemas de equipamento e atrasos no planeamento do pessoal técnico dos fabricantes”. O submarino, cuja construção está ligada a um programa lançado em 2016, mede 80 metros de comprimento e está equipado com sistemas de combate e torpedos fornecidos pelo grupo norte-americano Lockheed Martin. O principal partido da oposição, o Kuomintang (KMT), e o seu aliado, o Partido Popular de Taiwan (PPT), que juntos controlam o parlamento, congelaram parte do orçamento do programa no início do ano, exigindo conhecer os resultados dos testes marítimos do submarino antes de desbloquear os fundos. A marinha taiwanesa dispõe actualmente de dois submarinos da classe Swordfish em serviço, adquiridos aos Países Baixos na década de 1980. O Governo de Taiwan anunciou na semana passada que vai propor 40 mil milhões de dólares em despesas adicionais com a defesa para os próximos anos.
Hoje Macau China / ÁsiaExportações chinesas para PLP sobem 0,9% até Outubro As exportações chinesas para os países de língua portuguesa (PLP) subiram 0,9 por cento nos primeiros dez meses de 2025, em comparação com igual período do ano passado, de acordo com dados oficiais divulgados ontem. De acordo com informação dos Serviços de Alfândega da China, as mercadorias vendidas para os mercados lusófonos até Outubro atingiram 72,6 mil milhões de dólares. Este valor representa um aumento de 0,9 por cento em comparação com o mesmo período de 2024, ano em que as exportações chinesas para os países fixaram um novo recorde: 85,5 mil milhões de dólares. Os dados compilados e divulgados pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) revelam que Angola foi a principal razão para a subida. As mercadorias chinesas vendidas para Angola atingiram 4,04 mil milhões de dólares até Outubro, um aumento homólogo de mais de metade (51,1 por cento). Apesar de uma descida homóloga de 2,9 por cento, o Brasil continua a ser o maior comprador no bloco lusófono, tendo comprado à China produtos no valor de 59 mil milhões de dólares. Em segundo na lista – e no sentido contrário – surge Portugal, cujas importações vindas da China aumentaram 14,8 por cento para 5,88 mil milhões de dólares. Na direcção oposta, as exportações dos PLP para a China caíram 5,9 por cento, para 112,2 mil milhões de dólares nos primeiros dez meses. De acordo com dados oficiais, este é o valor mais baixo para o período entre Janeiro e Outubro desde 2020, no início da pandemia de covid-19. A descida deveu-se, sobretudo, ao Brasil – de longe o maior fornecedor lusófono do mercado chinês – cujas vendas caíram 4,7 por cento para 94,9 mil milhões de dólares. Além disso, também o segundo maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, Angola, viu as exportações caírem 12,8 por cento, para 12,9 mil milhões de dólares. Rota descendente As vendas de mercadorias de Portugal para a China diminuíram 7,6 por cento, em comparação com os primeiros dez meses de 2024, para 2,39 mil milhões de dólares. Aliás, seis dos nove países de língua portuguesa diminuíram as exportações para o mercado chinês. As vendas de Moçambique para o mercado chinês desceram 8 por cento, para 1,35 mil milhões de dólares, enquanto as exportações da Guiné Equatorial encolheram 28,5 por cento, para 634,3 milhões de dólares. As remessas de Cabo Verde diminuíram 37,1 por cento, com o país a vender à China apenas cerca de oito mil dólares em mercadorias entre Janeiro e Outubro. Timor-Leste destacou-se pela positiva, com as exportações para a China a dispararem de apenas 632 mil dólares para 26,8 milhões de dólares no espaço de um ano. Também as vendas de São Tomé e Príncipe cresceram nove vezes, para 51 mil dólares, enquanto o valor das exportações da Guiné-Bissau passou de zero para oito mil dólares. A China continua a registar um défice comercial com o bloco lusófono, que atingiu 39,6 mil milhões de dólares nos primeiros dez meses de 2025. Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 184,8 mil milhões de dólares, menos 3,4 por cento do que no mesmo período do ano passado.
Hoje Macau China / ÁsiaExército | Endurecida disciplina militar após purgas e casos de corrupção As autoridades militares anunciaram que as novas regras disciplinares entram em vigor em 2026 A Comissão Militar Central da China aprovou ontem novas disposições disciplinares que endurecem o controlo político, punem a desobediência a ordens estratégicas e castigam falsificações na avaliação da capacidade de combate. A revisão normativa entra em vigor em 2026 e chega após um ano de purgas, em que foram expulsos altos comandos, incluindo um ex-vice-presidente do órgão, por suspeita de corrupção. O Diário do Exército Popular de Libertação (EPL, Exército chinês) anunciou através da sua conta na plataforma Wechat que as disposições suplementares actualizam o quadro interno para a aplicação do regulamento disciplinar do Partido Comunista Chinês (PCC) nas Forças Armadas. A publicação militar não disponibiliza o texto integral das alterações normativas, nem detalha casos concretos que motivaram as mesmas. De acordo com a nota oficial, as novas regras colocam a “disciplina política” como prioridade absoluta e incluem sanções por “comentários inadequados”, falhas na aplicação do sistema de responsabilidade do presidente da Comissão Militar Central, Xi Jinping, e deficiências na execução de ordens. O documento também menciona medidas contra irregularidades em áreas sensíveis, como contratações, promoções, actividades lucrativas e uso de recursos, bem como condutas que vão desde banquetes inadequados até ao formalismo e burocracia. Outra novidade destacada, é o reforço dos controlos relacionados com a preparação para o combate, com especial atenção à manipulação de dados nas avaliações da capacidade militar, um aspecto sobre o qual Pequim não ofereceu exemplos concretos, mas que tem sido alvo de críticas internas nos últimos meses. Mais fortes A Comissão Militar Central sustenta que o novo pacote disciplinar visa “dar força” às normas existentes, embora, por enquanto, não tenha sido publicado o conteúdo completo do articulado nem o alcance das sanções previstas. A revisão surge num contexto de escrutínio excepcional sobre o EPL. Em Outubro, as autoridades expulsaram do Partido e do Exército nove altos comandantes, entre eles o general He Weidong, ex-vice-presidente da Comissão Militar Central, e o almirante Miao Hua, ambos investigados por suspeita de corrupção. A Força de Foguetes, responsável pelo arsenal nuclear, foi especialmente afectada por sanções e suspensões de especialistas e fornecedores, após a detecção de irregularidades nos processos de contratação. O Presidente chinês, Xi Jinping, vem a defender desde 2023, a intensificação da “auto-revolução” dentro das forças armadas e a ligação entre a limpeza interna e a capacidade de combate. Artigos recentes na imprensa militar têm pedido aos quadros que “digam a verdade” e evitem encobrimentos, em paralelo com directrizes que visam restringir redes informais de influência.
Hoje Macau China / ÁsiaNúmero de mortos no incêndio em Hong Kong sobe para 151 O número de mortos confirmados no incêndio que devastou um complexo residencial em Hong Kong na semana passada aumentou para 151 e o balanço pode ainda vir a aumentar, revelou hoje a polícia. “O número de mortos aumentou para 151 às 16h. Não podemos excluir a possibilidade de o número de vítimas mortais vir ainda a aumentar”, disse à imprensa um representante da polícia, Tsang Shuk-yin. Hong Kong cumpre hoje o último de três dias de luto pelo incêndio que consumiu o complexo residencial Wang Fuk Court, em Tai Po, no norte da cidade. Entretanto, a polícia de Hong Kong informou hoje que deteve, até o momento, um total de 13 pessoas na investigação do incêndio. Chan Tung, diretor da polícia criminal e de segurança de Hong Kong, disse à imprensa que uma “investigação aprofundada foi imediatamente aberta por homicídio culposo”, o que “levou à prisão de 13 pessoas, 12 homens e uma mulher”. O incêndio deflagrou por volta das 15:00 de quarta-feira (07:00 em Lisboa) no bloco Wang Cheong House e afetou sete dos oito edifícios. As investigações preliminares indicam que o fogo teve origem na rede de proteção dos andaimes nos pisos inferiores e se propagou rapidamente na vertical. Placas de poliestireno expandido, altamente inflamáveis, utilizadas para vedar as aberturas e os caixilhos junto aos elevadores, bem como as lonas exteriores que violavam as normas de segurança contra incêndios, facilitaram a entrada das chamas nos apartamentos através dos corredores. Desde quarta-feira à noite, milhares de cidadãos, grupos de vizinhos, sindicatos, igrejas e voluntários mobilizaram-se espontaneamente, angariando milhões de dólares de Hong Kong e distribuindo água, alimentos, vestuário e abrigos temporários. O Governo anunciou um fundo inicial de 300 milhões de dólares de Hong Kong para ajudar as vítimas e as pessoas afetadas, que entretanto já alcançou 800 milhões de dólares de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaSudeste asiático | Número de mortes devido a inundações subiu para 465 O número de mortos das inundações provocadas pelas recentes chuvas torrenciais na Indonésia e na Tailândia subiu para 465, enquanto continuam os trabalhos de resgate e recuperação, de acordo com o mais recente balanço. Na Tailândia, as inundações em oito províncias do sul causaram 162 mortes, enquanto na Indonésia as províncias de Sumatra do Norte, Aceh e Sumatra Ocidental registaram um total de 303 mortos. A província tailandesa mais afectada é Songkhla, com 126 vítimas, informaram as autoridades locais. As outras províncias com mortes registadas são Nakhon Si Thammarat (nove), Pattani (sete), Satun (cinco), Yala (cinco), Phatthalung (quatro), Narathiwat (quatro) e Trang (duas). As condições climáticas começaram a melhorar e espera-se que as autoridades possam drenar as águas restantes nos próximos dias. Mais de 80 por cento do fornecimento de energia eléctrica foi restabelecido e foram habilitados pontos de recolha de detritos e transporte de veículos afetados. Na Indonésia, com um total de 303 mortos, Sumatra do Norte é a mais afectada, com 166 mortos e 143 desaparecidos, enquanto Aceh regista 47 mortos, 51 desaparecidos e oito feridos. Em Sumatra Ocidental, há 90 mortos, 85 desaparecidos e 10 feridos, com os danos concentrados no distrito de Agam. Os deslizamentos cortaram várias estradas principais, embora alguns locais mais críticos tenham sido desobstruídos e se espere que o acesso total seja restabelecido nos próximos dias. As autoridades de ambos os países coordenaram a entrega de ajuda humanitária e a habilitação de abrigos temporários, enquanto as equipas de emergência continuam a avaliar os danos e a realojar as pessoas deslocadas. Especialistas locais alertam que as alterações climáticas estão a intensificar os padrões de chuva e a força dos sistemas tropicais, aumentando a vulnerabilidade da região a inundações repentinas e desastres geológicos durante a estação das monções.
Hoje Macau China / ÁsiaCITES | Maior protecção a 70 espécies de tubarão e raia ou manta Os países signatários da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES) aprovaram sexta-feira, em Banguecoque, o fortalecimento da proteção a peixes cartilaginosos como tubarões, mantas e raias. A decisão foi bem acolhida por peritos ambientalistas que vinham alertando para o facto de muitas espécies de tubarões e raias, designadamente o tubarão-baleia, enfrentarem pressão crescente devido à pesca excessiva e às mudanças climáticas. A directora de programas do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (IFAW), Barbara Slee, classificou a votação como “uma vitória histórica para os tubarões”. “Os dados científicos mostram claramente que os tubarões devem ser considerados uma questão de conservação e não um recurso de pesca”, disse à agência noticiosa francesa France Presse. O acordo CITES protege os animais e plantas mais ameaçados do Mundo e regula o comércio de mais de 40.000 espécies. A decisão sexta-feira tomada proíbe o comércio de tubarões-baleia, raias-manta e raias-móbula, mantém a proibição do comércio do tubarão-de-pontas-brancas-oceânico, espécie criticamente ameaçada de extinção, adoptada na quinta-feira. O comércio de diversas outras espécies de tubarão é regulamentado e permitido apenas se considerado sustentável. As propostas para fortalecer a protecção dos tubarões foram adotadas por consenso. “Isto tem de servir para o fim da pesca abusiva e para uma nova onda de esperança para os tubarões”, disse ainda Lee. Mais de um terço das espécies de raias e tubarões estão ameaçadas de extinção, principalmente devido à sobrepesca, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Muitas destas espécies são capturadas por causa das suas barbatanas, fígado ou mesmo carne, enquanto outras são mortas acidentalmente por redes de pesca que visam outras espécies piscícolas.
Hoje Macau China / ÁsiaIndústria | Actividade apresenta ligeira melhoria em Novembro A actividade industrial da China caiu em Novembro pelo oitavo mês consecutivo, embora a um ritmo ligeiramente mais moderado, de acordo com dados oficiais divulgados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) do país. O índice oficial dos gestores de compras (PMI, indicador de referência do sector) fixou-se em 49,2 pontos em Novembro, 0,2 pontos acima dos 49 registados no mês anterior, estando em linha com as previsões dos analistas. Neste indicador, um valor acima do limiar dos 50 pontos representa um crescimento da actividade do sector, em relação ao mês anterior, enquanto um valor abaixo representa uma contração. Entre os cinco subíndices que compõem o PMI, apenas o relativo aos prazos de entrega escapou à contração, subindo para 50,1 pontos. O relativo à produção manteve-se nos 50 pontos e os restantes – novas encomendas, inventários de matérias-primas e emprego – ficaram abaixo desse limiar, com 49,2, 47,3 e 48,4 pontos, respectivamente. Por dimensão de empresa, os grandes fabricantes registaram 49,3 pontos, abaixo do mês anterior, enquanto os médios e pequenos registaram 48,9 e 49,1 pontos, ambos ainda em território de contração. A estatística do GNE Huo Lihui atribuiu a ligeira melhoria do indicador da indústria ao facto de “a produção e os novos pedidos terem apresentado uma melhoria simultânea”, ao avançar 0,3 e 0,4 pontos, respectivamente, o que revela, nas palavras da especialista, “uma recuperação parcial tanto na oferta como na procura” do sector. Huo observou que “as pequenas empresas registaram uma recuperação particularmente notável”, com o PMI a atingir o nível mais elevado em seis meses, enquanto a indústria de alta tecnologia “continuou a expandir-se pelo décimo mês consecutivo”. O GNE divulgou também o índice da actividade nos sectores dos serviços e da construção, que desceu de 50,1 pontos em Outubro para 49,5 em novembro.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Número de mortos no incêndio sobe para 146 O número de baixas fatais no incêndio que devastou sete edifícios em Tai Po continua a subir e as previsões não são animadoras O número de mortos confirmados no incêndio que devastou um complexo residencial em Hong Kong na semana passada aumentou para 146 e o balanço pode ainda piorar, informou ontem a polícia. “O número de mortos aumentou para 146 às 16:00. Não podemos excluir a possibilidade de haver mais vítimas mortais”, disse à imprensa um representante da polícia, Tsang Shuk-yin. Hong Kong cumpre hoje o terceiro de três dias de luto pelo incêndio que consumiu o complexo residencial Wang Fuk Court, em Tai Po, no norte da cidade. O incêndio deflagrou por volta das 15:00 de quarta-feira no bloco Wang Cheong House e afectou sete dos oito edifícios. As investigações preliminares indicam que o fogo teve origem na rede de protecção dos andaimes nos pisos inferiores e se propagou rapidamente na vertical. Placas de poliestireno expandido, altamente inflamáveis, utilizadas para vedar as aberturas e os caixilhos junto aos elevadores, bem como as lonas exteriores que violavam as normas de segurança contra incêndios, facilitaram a entrada das chamas nos apartamentos através dos corredores. Solidariedade geral Desde quarta-feira à noite, milhares de cidadãos, grupos de vizinhos, sindicatos, igrejas e voluntários mobilizaram-se espontaneamente, angariando milhões de dólares de Hong Kong e distribuindo água, alimentos, vestuário e abrigos temporários. O Governo anunciou um fundo inicial de 300 milhões de dólares de Hong Kong para ajudar as vítimas e as pessoas afectadas, que, entretanto, já alcançou 800 milhões de dólares de Hong Kong. Foi ainda anunciado o lançamento de uma campanha de “inspeção e retificação” contra os riscos de incêndio em edifícios altos. Segundo avançou no sábado o canal estatal CCTV, esta campanha incidirá, nomeadamente, nas obras de renovação exterior ou interior de edifícios ainda ocupados e na utilização de materiais inflamáveis nas obras e de bambu para os andaimes. Campanha contra riscos de incêndio A China lançou uma campanha de “inspecção e rectificação” contra os riscos de incêndio em edifícios altos, anunciou ontem a emissora de televisão pública CCTV, após o incêndio que causou pelo menos 146 mortes em Hong Kong. Segundo avançou o canal estatal, esta campanha incidirá, nomeadamente, nas obras de renovação exterior ou interior de edifícios ainda ocupados e na utilização de materiais inflamáveis nas obras e de bambu para os andaimes. A campanha terá como alvo “o uso de materiais e processos proibidos e equipamentos como andaimes de bambu ou redes de protecção sem efeito retardador” de chamas, segundo a CCTV. Também terá como alvo obras não autorizadas ou realizadas sem o cumprimento dos procedimentos, precisou o canal. Estudante detido O estudante que lançou uma petição a exigir responsabilização política, após o incêndio que matou pelo menos 146 pessoas em Hong Kong, foi detido por suspeita de “incitação à sedição”, noticiou ontem a imprensa local. O jovem foi detido no sábado por agentes da Polícia de Segurança Nacional, que o levaram para interrogatório. O promotor do colectivo “Tai Po Wang Fuk Court Fire Concern Group” lançou a petição ‘online’ na sexta-feira, exigindo quatro medidas ao Governo: alojamento imediato de quem perdeu casa, criação de uma comissão de inquérito independente, revisão do sistema de supervisão da construção e responsabilização, incluindo dos altos funcionários. Em menos de 24 horas, a petição ultrapassou as 10.000 assinaturas, tendo sido encerrada no sábado. Pouco tempo depois, as contas nas redes sociais do grupo e todas as ligações à petição desapareceram. O Gabinete para a Salvaguarda da Segurança Nacional em Hong Kong, do Governo central, denunciou anteriormente que “indivíduos anti-chineses e mal-intencionados” espalharam rumores e aproveitaram a tragédia para “satisfazer ambições políticas” e “provocar novamente o caos”, um comportamento que descreveu como “contrário à humanidade” e que será objecto de “punição legal”. Luto e detenções Hong Kong iniciou sábado três dias de luto pelo incêndio que consumiu o complexo residencial Wang Fuk Court, em Tai Po, no norte da cidade, e que causou pelo menos 146 mortos e cerca de 200 desaparecidos. Às 08:00 horas, o Chefe do Executivo, John Lee Ka-chiu, presidiu a uma sessão em que foram feitos três minutos de silêncio no exterior da sede do Governo. As bandeiras da China e da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) estão a meia haste em todos os edifícios públicos até hoje. Sábado de manhã, dezenas de famílias com crianças prestaram homenagem às vítimas em silêncio na praça Golden Bauhinia, em Wan Chai. O departamento de Assuntos Internos instalou áreas de condolências nos 18 distritos da cidade, com livros de assinaturas disponíveis ao público. O Governo cancelou ou adiou as actividades festivas financiadas com fundos públicos e os altos funcionários não participaram em eventos não essenciais durante o período de luto. O rei Carlos III enviou uma mensagem de condolências, afirmando que ele e Camila estão “profundamente tristes” com a tragédia e elogiando “a extraordinária coragem dos serviços de emergência” e “o espírito determinado” da comunidade da antiga colónia britânica. O responsável dos bombeiros, Andy Yeung, revelou que os sistemas de alarme dos oito blocos estavam avariados e anunciou a tomada de medidas contra os empreiteiros. Três gestores da Prestige Construction and Engineering Co, incluindo dois directores, foram detidos na quinta-feira por alegado homicídio por negligência, por utilização de materiais não conformes. A comissão independente contra a corrupção deteve um total de oito pessoas relacionadas com as obras de renovação.
Hoje Macau China / ÁsiaBangladesh | Ex-PM condenada a 21 anos de prisão por corrupção A ex-primeira-ministra do Bangladesh Sheikh Hasina, já condenada à morte pela repressão dos motins no país em 2024, foi sentenciada ontem a 21 anos de prisão em três processos de corrupção. Presidido pelo juiz Abdullah Al Mamun, um tribunal da capital bengali, Daca, reconheceu Hasina, de 78 anos, julgada à revelia, culpada de ter adquirido ilegalmente terrenos nos subúrbios da maior cidade do país. “A conduta da primeira-ministra (…) revela uma inclinação persistente para a corrupção, alimentada por um sentimento de impunidade, poderes ilimitados e uma ganância manifesta pelos bens públicos”, denunciou o magistrado ao proferir a decisão. O filho e a filha de Hasina foram condenados ontem, nos mesmos processos, a cinco anos de prisão. No poder desde 2009, Sheikh Hasina foi condenada na semana passada à pena capital por ter ordenado às forças de segurança que abrissem fogo sobre os manifestantes que a desafiaram em Julho e Agosto de 2024. A ex-primeira-ministra negou ter dado essa ordem e denunciou um julgamento “politicamente motivado” com um “veredicto pré-estabelecido”. De acordo com a ONU, a repressão dos motins causou a morte de pelo menos 1.400 pessoas, na maioria civis. Ameaçada pela multidão no palácio em Daca, Sheikh Hasina fugiu do país de helicóptero em 05 de Agosto de 2024, encontrando refúgio na vizinha Índia. Após a condenação à morte, o Bangladesh enviou um pedido de extradição a Nova Deli, que disse, na quarta-feira, que o mesmo estava “em análise”. Hasina também é acusada no Bangladesh em outros três casos de corrupção, juntamente com a irmã Sheikh Rehana e os filhos desta, entre os quais a deputada britânica Tulip Siddiq.
Hoje Macau China / ÁsiaSudeste asiático | Cheias fazem 170 mortos e milhares de deslocados Cheias e deslizamentos de terras provocados por chuvas torrenciais causaram pelo menos 170 mortos nos últimos dias no Sri Lanka, Tailândia e Indonésia, segundo as autoridades nacionais. No Sri Lanka, o Centro de Gestão de Desastres indicou ontem que cerca de 40 pessoas morreram devido às fortes chuvas que se intensificaram nos últimos dias devido a uma depressão a leste da ilha, bem como um deslizamento de terras no distrito montanhoso de Badulla que provocou mais de uma dezena de mortos. Na Tailândia, o Departamento de Prevenção e Mitigação de Desastres contabilizou pelo menos 82 mortos em 12 províncias do sul do país, afectadas por inundações súbitas desde o fim de semana, estimando que cerca de um milhão de famílias e mais de três milhões de pessoas tenham sido afectadas. Na Indonésia, operações de busca prosseguem na ilha de Sumatra após cheias repentinas e deslizamentos terem causado, desde terça-feira, 49 mortos e 67 desaparecidos, de acordo com a Agência Nacional de Gestão de Desastres. As autoridades admitem que o número de vítimas poderá aumentar, já que várias áreas continuam isoladas, mais de 2.000 casas foram destruídas pelas chuvas intensas e cerca de 5.000 pessoas foram forçosamente deslocadas
Hoje Macau China / ÁsiaDíli | Professores de Escola Portuguesa em greve Um grupo de professores da Escola Portuguesa de Díli realizou ontem uma greve para exigir o pagamento de subsídio de instalação, que lhes foi inicialmente atribuído e terão agora de devolver. “O não cumprimento da legislação por parte da tutela relativamente ao pagamento do subsídio de instalação [ao qual consideramos ter direito] levou a esta paralisação e resulta da necessidade de manifestar preocupação e descontentamento face à situação laboral que nos tem afectado nos últimos meses, bem como defender os direitos e garantias que a legislação portuguesa consagra para os trabalhadores em funções públicas”, referem os professores numa nota à imprensa. O grupo de 31 professores estiveram a dar aulas na Escola Portuguesa de Díli em mobilidade estatuária, tendo terminado funções a 31 de Agosto de 2025. Os professores concorreram ao concurso interno, realizado em Julho de 2025, mas o resultado e a respectiva aceitação só aconteceu, quando já estavam de férias em Portugal. Quando partiram para Portugal, os docentes deixaram casas e venderam meios de transportes, por não saberem os resultados do concurso, e consideram que têm direito ao subsídio de instalação não só por ser um novo contrato, mas também, porque se tiveram de reinstalar na capital timorense. Sem fundamentos O grupo, de cerca de 30 professores da Escola Portuguesa de Díli, tinha inicialmente convocado greve por tempo indeterminado a partir de 30 de Outubro, mas decidiram suspender a paralisação, depois de a direcção da Escola Portuguesa de Díli ter revogado a decisão de devolução do referido subsídio. Já este mês, uma nova ordem de serviço cancela a decisão tomada e exige que aqueles professores devolvam o subsídio de instalação. “Neste contexto, estes docentes sentem que a posição final assumida pela direcção não está devidamente fundamentada, cria instabilidade e um sentimento de desânimo que não beneficia um bom clima na escola, importante para o desenvolvimento do processo pedagógico”, salientam na nota. Em declarações aos jornalistas, o director da Escola Portuguesa de Díli, Manuel Alexandre Marques, explicou que na interpretação do Ministério da Educação, os professores que já estavam em Timor-Leste não se desinstalaram e não têm direito a subsídio de instalação. Manuel Alexandre Marques disse também que os professores souberam o resultado do concurso antes de entrar de férias. “O resultado do concurso saiu a 23 de Julho, os professores entraram praticamente todos de férias após essa data já. Esta interpretação vem do Ministério e eu tenho de cumprir”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Manuel António Serrano é o novo embaixador em Portugal O Presidente timorense, José Ramos-Horta, nomeou ontem Manuel António Araújo Serrano embaixador de Timor-Leste em Portugal, segundo um comunicado enviado à imprensa. “A nossa relação com Portugal é um pilar fundamental da nossa política externa, assente na história, cultura e língua que partilhamos. A comprovada liderança e experiência diplomática do embaixador Serrano serão determinantes para reforçar a cooperação e criar oportunidades de colaboração”, afirma José Ramos-Horta, citado no comunicado. Manuel António Araújo Serrano foi embaixador de Timor-Leste na Indonésia, entre 2009 e 2016, e actualmente desempenha funções de assessor do vice-primeiro-ministro e ministro Coordenador dos Assuntos Sociais e Económicos. O diplomata também foi chefe de gabinete de José Ramos-Horta, quando ocupou o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, entre 2002 e 2006. “O apoio indispensável de Portugal em scetores críticos como a educação, a justiça e a defesa, aliado a um diálogo político consistente ao mais alto nível, faz de Portugal um dos parceiros internacionais mais duradouros e estratégicos de Timor-Leste”, salienta o comunicado.