Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Xi pede a empresários que contribuam para modernização do país Num raro discurso dirigido ao sector empresarial da antiga colónia britânica, Xi Jinping apelou ao rejuvenescimento nacional e à manutenção do “estatuto distintivo e das vantagens” que distinguem a região administrativa especial chinesa do resto do país O Presidente chinês exortou na sexta-feira os empresários de Hong Kong a “contribuírem significativamente” para a modernização da China, numa carta dirigida aos líderes empresariais do território descendentes de chineses oriundos da cidade de Ningbo. Na carta, citada pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP), Xi expressou gratidão a estes empresários pelo “apoio contínuo à cidade natal e ao país”, incluindo na “criação de empresas e escolas” e exortou-os a aproveitarem os “respectivos pontos fortes e a participarem activamente na reforma e abertura do país”. Na carta, Xi salientou que, durante muitos anos, os empresários de Hong Kong descendentes de Ningbo, cidade portuária situada no leste da China, mantiveram uma “afinidade com a pátria” e um espírito patriótico “transmitido de geração em geração”. O líder chinês elogiou igualmente o empenho na inovação, no empreendedorismo, na filantropia e na educação. Xi sublinhou também a importância de Hong Kong manter o “estatuto distintivo e as vantagens” que distinguem a região administrativa especial chinesa do resto do país. O líder chinês afirmou que a construção de um país forte e o rejuvenescimento através da modernização requerem “a unidade e o trabalho conjunto” da população. “Espero que continuem a basear-se nos vossos respectivos pontos fortes, a integrar-se proactivamente na reforma e na abertura da China, a dar novos contributos para a modernização da China e a contribuir para a realização do sonho chinês de um grande rejuvenescimento nacional”, escreveu. Declarações incomuns O Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, afirmou que a carta “incutiu uma firme confiança não só nos empresários acima mencionados, mas também nos empresários de Hong Kong em diferentes partes do país, para que continuem a aproveitar a sua força para contribuir para a China”. O líder de Hong Kong comprometeu-se ainda a unir as forças empresariais e civis para “se integrarem no desenvolvimento da nação, contribuindo para um país mais forte e para o seu rejuvenescimento”. A carta de Xi surge numa altura em que o futuro de Hong Kong como centro financeiro mundial tem sido posto em causa nos últimos anos, devido a factores como o impacto da pandemia da covid-19 na região semiautónoma e as mudanças levadas a cabo na sequência da lei de segurança nacional imposta por Pequim após as manifestações e distúrbios em 2019. Estas são raras declarações do Presidente chinês. A última vez que Xi escreveu a líderes empresariais individuais foi há uma década, quando respondeu a 30 empresários da província de Fujian, no sudeste do país, para assinalar o 30.º aniversário do apelo dos líderes locais à descentralização dos negócios, indicou o SCMP.
Hoje Macau China / ÁsiaUber / BYD | Parceria para instalar eléctricos na UE e América Latina A empresa de serviços de transporte partilhado Uber e a BYD anunciaram ontem uma parceria para introduzir 100.000 veículos eléctricos da fabricante chinesa na plataforma Uber na Europa e na América Latina. O acordo vai oferecer aos motoristas da Uber acesso a preços favoráveis, seguros, financiamento e outros serviços para os veículos da BYD, disseram as empresas em comunicado. Os planos prevêem que a parceria se expanda para o Médio Oriente, Austrália e Nova Zelândia. As empresas afirmaram que o acordo vai ajudar a acelerar a transição para os veículos eléctricos e que também planeiam colaborar na introdução de veículos eléctricos autónomos na plataforma Uber. A BYD, o maior fabricante de veículos eléctricos da China, tem vindo a expandir rapidamente o seu alcance para os mercados mundiais depois de passar a produzir exclusivamente veículos eléctricos e híbridos em 2022. O rápido aparecimento de veículos eléctricos de baixo preço provenientes da China está a abalar a indústria automóvel mundial de forma inédita desde a chegada dos fabricantes japoneses durante a crise petrolífera da década de 1970.
Hoje Macau China / ÁsiaTemu | Centenas de vendedores reclamam à porta dos escritórios Centenas de vendedores da plataforma chinesa de comércio electrónico Temu protestaram ontem em frente à empresa em Cantão, no sudeste da China, contra o que consideram ser a aplicação injusta de multas por problemas pós-venda. Vídeos publicados nas redes sociais chinesas e por órgãos de comunicação locais mostravam alguns dos manifestantes chegaram a entrar nos escritórios da Temu e só saíram depois da intervenção da polícia. O jornal privado Caixin referiu que o primeiro protesto ocorreu a 22 de Julho e que esta segunda-feira ocorreu nova manifestação com maior afluência de pessoas, estimando-se que o número de manifestantes se situe entre 700 e 800. A Temu, plataforma internacional da empresa de comércio electrónico local Pinduoduo, expandiu rapidamente a presença para 75 países, após o lançamento em Setembro de 2022, e compete com rivais chineses como a Shein, a TikTok Shop e o AliExpress, o braço internacional da Alibaba, tornando-se conhecida por oferecer produtos a preços muito baixos. No entanto, os vendedores chineses acusaram a empresa de estabelecer condições muito rigorosas, incluindo as multas acima mencionadas no caso de os clientes se queixarem ou pedirem um reembolso. A Caixin citou um dos manifestantes, um retalhista de vestuário, que afirmou que as multas da Temu e os fundos reservados para os litígios pós-venda ascendem a cerca de 35 por cento das suas vendas totais: “A margem de lucro bruta que a Temu nos dá com os seus preços é entre 10 por cento e 20 por cento, por isso, depois das multas, ‘sangramos’”. Outro comerciante, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, afirmou que a Temu o multou em três milhões de yuans, no ano passado, retirando-lhe quase todos os lucros. Um vendedor de telemóveis na cidade de Shenzhen, no sudeste do país, afirmou ter perdido cerca de 80.000 dólares para a Temu devido às multas e também à política da empresa de deixar os clientes ficarem com os produtos quando há um litígio, em vez de os devolverem, afirmando que a empresa impõe penalizações até cinco vezes o preço cobrado. Temus muita pena “Os comerciantes recusaram-se a resolver os litígios através das vias legais e de mediação previstas nos contratos. A situação é estável e a empresa está a trabalhar activamente com os comerciantes para encontrar uma solução”, declarou a empresa, num comunicado citado pelo jornal de Hong Kong. No entanto, há comerciantes que colocaram o caso nas mãos de advogados para protestar através do regulador do mercado, de acordo com a Caixin. A Temu está a ser alvo de escrutínio por parte das autoridades da UE e dos Estados Unidos, que estão a ponderar impor taxas alfandegárias a estas plataformas chinesas que vendem a preços baixos. A plataforma de comércio electrónico registou vendas de 20 mil milhões de dólares no primeiro semestre do ano, ultrapassando os 18 mil milhões no ano passado, noticiou a imprensa local.
Hoje Macau China / ÁsiaHunan | Mais de 1,2 milhões de pessoas afectadas pelas fortes chuvas As fortes chuvas que caíram na província de Hunan, no centro da China, afectaram mais de 1,2 milhões de habitantes desde a passada quinta-feira, altura em que o tufão Gaemi atingiu o país asiático. As autoridades locais informaram ontem que a área das culturas danificadas pelo Gaemi atingiu 127.000 hectares e que um total de 96.500 pessoas foram retiradas para um local seguro. O centro de emergência aérea da província enviou quatro helicópteros para participar nas operações de salvamento na cidade de Zixing, uma das zonas mais afectadas pelas chuvas, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. Em Zixing, pelo menos quatro pessoas morreram no passado fim de semana e três estão ainda desaparecidas em consequência das fortes chuvas. Entre sexta-feira e segunda-feira passadas, Zixing registou uma precipitação média de 410 milímetros, atingindo um máximo de 673,6 milímetros em algumas zonas e registando uma intensidade máxima de 132,2 milímetros por hora. Na cidade de Yuelin, também em Hunan, 15 pessoas morreram no fim de semana passado num deslizamento de terras provocado pelas fortes chuvas. Actualmente, a província, que tem cerca de 66 milhões de habitantes, mantém uma resposta de emergência de nível II para as inundações e de nível III para as catástrofes geológicas. Desde meados de Junho, Hunan tem registado as chuvas mais intensas do ano, com recordes históricos locais em algumas regiões. Nos últimos Verões, as catástrofes meteorológicas causaram grandes estragos no país asiático: os meses de Verão de 2023 foram marcados por inundações em Pequim que causaram mais de 30 mortos, enquanto em 2022 várias ondas de calor extremas e secas atingiram o centro e o leste do país.
Hoje Macau China / ÁsiaHamas | Pequim preocupada com assassinato de líder O assassinato de Ismail Haniyeh, um dos líderes mais moderados do grupo palestiniano, representa um rude golpe nas difíceis negociações de paz no Médio Oriente A China manifestou ontem “profunda preocupação” com o assassinato do líder político do grupo islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerão, e advertiu que este acto “pode provocar novas turbulências na região”. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse em conferência de imprensa que “um cessar-fogo completo e permanente em Gaza deve ser alcançado o mais rapidamente possível para evitar uma maior deterioração do conflito”. Em resposta a uma pergunta sobre se a morte de Haniyeh poderia afectar a declaração assinada pelo Hamas, na semana passada, em Pequim, na qual se compromete com outras facções palestinianas a formar um governo, Lin Jian disse que “a China sempre apoiou a reconciliação palestiniana” e que a sua concretização “é um passo importante para resolver a questão palestiniana e alcançar a paz” na região. O porta-voz afirmou que Pequim espera que as fações palestinianas “concretizem o estabelecimento de um Estado palestiniano independente com base na reconciliação interna”. “A China sempre esteve empenhada em manter a paz e a estabilidade no Médio Oriente e opõe-se à interferência estrangeira”, disse o porta-voz, acrescentando que Pequim está “disposta a trabalhar com todas as partes envolvidas para fazer esforços no sentido de promover a estabilidade a longo prazo na região”. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês expressou na quarta-feira a sua “oposição e condenação” após o “acto de assassinato” do líder da organização palestiniana. Haniyeh “morreu em resultado de um ataque sionista traiçoeiro”, afirmou um comunicado do Hamas, que garantiu que Israel “não ficará impune”. Compromisso de união O líder político do Hamas, que vivia em auto-exílio no Qatar, estava de visita a Teerão para assistir à cerimónia de tomada de posse do reformista Masoud Pezeshkian como Presidente do Irão. Na declaração assinada na semana passada em Pequim, o Hamas comprometeu-se com a formação laica da Fatah, com a qual está em conflito desde 2007, e com outras facções palestinianas a formar um “governo temporário de unidade nacional” com autoridade sobre todos os territórios palestinianos (Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental). O representante do Hamas em Pequim para a assinatura deste acordo foi o líder sénior Moussa Abu Marzouk. Os signatários, incluindo a Jihad Islâmica, a Frente Popular para a Libertação da Palestina e a Frente Democrática para a Libertação da Palestina, comprometeram-se a manter a aplicação destes acordos “para acabar com a divisão” entre eles, que foram alcançados graças à mediação da China e de outros países como o Egipto, a Argélia e a Rússia. A China reiterou várias vezes o seu apoio à “solução dos dois Estados”, mostrando a sua “consternação” perante os ataques israelitas contra civis em Gaza, e os seus funcionários realizaram várias reuniões com representantes de países árabes e muçulmanos para reafirmar esta posição ou para tentar fazer avançar as negociações de paz.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Pequim critica declarações do Japão O chefe do Departamento de Assuntos Asiáticos do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês manifestou ontem “grande preocupação” a um representante diplomático japonês na China, pelas declarações de funcionários japoneses numa reunião com homólogos norte-americanos. Liu Jinsong sublinhou, durante uma reunião, que os “comentários negativos e falsas narrativas sobre a China” são “inconsistentes com os compromissos do Japão de promover uma relação estratégica mutuamente benéfica” entre Pequim e Tóquio, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado. Liu instou o Japão a adoptar “uma perspectiva objectiva e racional em relação à China” e a evitar “intervir nos assuntos internos” chineses e “formar alianças exclusivas que promovam o confronto”. O representante chinês sublinhou a necessidade de ambas as nações “trabalharem em conjunto para manter a base política das relações bilaterais” e “concretizarem efectivamente a relação estratégica mutuamente benéfica”, para manter “a estabilidade regional e global”. O responsável japonês, Akira Yokochi, reafirmou que o Japão mantém a posição de “tratar a questão de Taiwan de forma adequada” e garantiu o empenho de Tóquio “no avanço de uma relação estratégica mutuamente benéfica” com a China. Na segunda-feira, os chefes da diplomacia do Japão, dos Estados Unidos, da Índia e da Austrália, membros da parceria de segurança Quad, comprometeram-se a reforçar a cooperação em matéria de segurança marítima no Indo-Pacífico, face às tensões na região devido à crescente assertividade da China. Yoko Kamikawa, Antony Blinken, Subrahmanyam Jaishankar e Penny Wong adoptaram uma declaração conjunta durante a reunião anual da aliança de segurança quadrilateral, realizada em Tóquio.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim e Qatar condenam assassínio do líder do Hamas no Irão A China e o Qatar condenaram ontem o assassínio do líder político do grupo islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, que foi morto num ataque em Teerão, no Irão, na terça-feira à noite. “Estamos muito preocupados com esse incidente. Opomo-nos vigorosamente e condenamos este assassínio”, declarou um porta-voz da diplomacia chinesa, Lin Jian, durante uma conferência de imprensa. A China apoia a causa palestiniana há décadas. Também o Qatar – um dos mediadores entre o Hamas e Israel na guerra na Faixa de Gaza – condenou ontem o “assassínio” do líder do Hamas, considerando-o um “crime hediondo” e alertando para uma “escalada perigosa” na região. “O Qatar acolhe a liderança política do Hamas, na qual estava incluído Haniyeh, que medeia as negociações para uma trégua na Faixa de Gaza. Acreditámos que esse assassínio “poderá mergulhar a região no caos e comprometer as hipóteses de paz”, segundo um comunicado de imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar. O líder da ANP, Mahmud Abbas, e o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Hussein al-Sheikh, condenaram a morte de Haniyeh. Abbas, que governa partes da Cisjordânia ocupada, “condenou veementemente o assassínio do líder do Hamas e considerou-o um acto cobarde e um acontecimento perigoso”, informou a agência de notícias oficial palestiniana Wafa. Além disso, “apelou às massas e às forças do povo palestiniano para a unidade, a paciência e a firmeza face à ocupação israelita”. Al-Sheikh, por seu lado, descreveu “o assassínio” de Haniyeh como “um acto cobarde”. “Obriga-nos a permanecer mais firmes diante da ocupação”, sublinhou nas redes sociais. Laços apertados Numa reacção, o Irão afirmou que a morte de Haniyeh vai servir para reforçar os laços entre o país e o povo palestiniano. Outros países já reagiram à morte do chefe do Hamas, com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Mikhail Bogdanov, a denunciar um “inaceitável assassínio político”. A Turquia condenou o “desprezível assassínio” de Haniyeh, um aliado próximo do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | EUA dizem que nada põe em causa a importância de um cessar-fogo O secretário de Estado norte-americano defendeu ontem que “nada coloca em causa a importância de alcançar um cessar-fogo” em Gaza, após o assassínio do líder político do movimento islamita palestiniano Hamas. “Vi a informação e o que posso dizer nesse momento é que nada coloca em causa a importância de se conseguir um cessar-fogo”, sublinhou Antony Blinken durante uma conferência na Universidade Nacional de Singapura, quando questionado sobre a morte de Ismail Haniyeh. “Não vou especular sobre o impacto que qualquer acontecimento possa ter”, disse Blinken, acrescentando: “O que sei é que continuaremos a trabalhar todos os dias” no cessar-fogo e na “prevenção de uma escalada do conflito”. A Guarda Revolucionária iraniana declarou ontem que o chefe da ala política do Hamas e um guarda-costas morreram durante um “ataque” à casa onde Haniyeh se encontrava em Teerão, na terça-feira à noite. “A residência de Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político da resistência islâmica do Hamas, foi atacada em Teerão e, devido a este incidente, ele e um guarda-costas morreram”, refere o comunicado. Até ao momento, o ataque não foi reivindicado. As autoridades israelitas não confirmaram qualquer operação em Teerão. O grupo islamista palestiniano Hamas confirmou ontem o assassinato do seu líder, Ismail Haniyeh, em Teerão, onde se encontrava em visita oficial, e responsabilizou Israel, alertando que tal acto “não ficará impune”. “Estamos a trabalhar desde o primeiro dia para evitar uma escalada do conflito”, disse Blinken, insistindo que “uma das chaves para garantir que isso não aconteça é conseguir um cessar-fogo”. O chefe da diplomacia norte-americana sublinhou a importância de “trazer de volta os reféns, aliviar o sofrimento dos palestinianos e colocar a situação num caminho melhor não só em Gaza, mas em toda a região”. “Trabalhamos todos os minutos de cada dia para que isso aconteça”, reiterou o chefe da diplomacia dos EUA. Sentimento comum Horas antes dos comentários de Blinken, que está em digressão pela Ásia, o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, defendeu, a partir das Filipinas, que a escalada do conflito no Médio Oriente “não é inevitável”, apesar da morte de Haniyeh. “Mantenho que a guerra não é inevitável (…). Há espaço para a diplomacia”, disse Austin em declarações aos meios de comunicação social na baía filipina de Subic, a antiga maior base naval dos EUA no estrangeiro. A Autoridade Palestiniana (ANP) e países como Irão, Turquia, Rússia, China, Qatar, entre outros, juntaram-se ao coro de vozes que condenaram a morte do líder do Hamas.
Hoje Macau China / ÁsiaInstalação de mísseis norte-americanos nas Filipinas cria tensão na região, diz Pequim A China afirmou ontem que a instalação do sistema de mísseis de médio alcance Typhon nas Filipinas “vai criar tensão e confronto na região”. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, disse ontem, em conferência de imprensa, que a medida “contribui para a corrida ao armamento e é contrária à necessidade de paz e prosperidade na região”. Lin Jian instou Manila e Washington a “ouvirem as exigências das nações da região” e a “corrigirem as suas acções erradas”, “retirando os sistemas de mísseis intermédios o mais rapidamente possível, em conformidade com os compromissos anteriormente assumidos”. “A região precisa de estabilidade e desenvolvimento, não de mísseis e confrontos”, acrescentou o porta-voz, apelando a Manila para que “não continue no caminho errado”. O sistema Typhon foi instalado na ilha de Luzon, no norte do país, em Abril passado, no âmbito de exercícios militares conjuntos entre EUA e Filipinas, o que suscitou protestos de Pequim, que o considerou uma “reminiscência da Guerra Fria” e exigiu a sua retirada imediata e o compromisso de nunca mais o trazer para a região. O Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, abordou recentemente a questão com o seu homólogo filipino, Enrique Manalo, em Vientiane, capital do Laos, durante a cimeira dos Ministros dos Negócios Estrangeiros dos países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Os altos e baixos entre Pequim e Manila nos últimos anos “mostram que não é fácil construir uma boa relação, mas é muito fácil destruí-la”, disse o chefe da diplomacia chinesa, que sublinhou que estas relações atravessam atualmente “sérias dificuldades e desafios”. Wang responsabilizou Manila por esta situação: “As Filipinas violaram repetidamente os consensos entre as duas partes e os seus próprios compromissos, promoveram continuamente infrações marítimas e incitaram a opinião pública”. Águas agitadas Filipinas e China estão envolvidas numa disputa territorial no Mar do Sul da China, onde os confrontos entre navios de ambos os países aumentaram nos últimos meses. Para além do atol Segundo Thomas, Manila e Pequim disputam a soberania do recife de Scarborough, perto da ilha filipina de Luzon, e de várias ilhas do arquipélago de Spratly, onde o Brunei, a Malásia, e Vietname também têm reivindicações. As tensões entre China e Filipinas aumentaram desde a chegada ao poder de Ferdinand Marcos Jr., em 2022, que reforçou a sua aliança militar com os EUA e alargou o acesso das tropas americanas às suas bases, incluindo algumas com acesso estratégico ao Mar do Sul da China ou à ilha de Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim / Díli | Relação com significado estratégico “maior do que nunca” Os líderes chinês e timorense afirmaram ontem, numa declaração conjunta, que a relação entre os seus países tem um “significado estratégico maior do que nunca”, face à “aceleração da modernização da China” e “mudanças históricas no mundo”. “Numa fase crítica de aceleração da modernização e de realização do rejuvenescimento [da China], ao mesmo tempo que ocorrem mudanças históricas no mundo, as relações entre China e Timor-Leste têm um significado estratégico maior do que nunca”, lê-se no documento assinado pelo Presidente timorense, José Ramos-Horta, e o homólogo chinês, Xi Jinping. China e Timor-Leste elevaram, no ano passado, as relações bilaterais para uma “parceria estratégica abrangente”, o segundo nível mais alto no protocolo da diplomacia chinesa. “As discussões que tiveram lugar esta semana são uma continuação das conversações realizadas em 2023 sobre o estabelecimento de uma Parceria Estratégica Abrangente que abriu um novo capítulo nas relações bilaterais”, afirmou, num despacho, a agência noticiosa oficial Xinhua. Na declaração conjunta, após uma visita de três dias de Ramos-Horta a Pequim, Timor-Leste louvou os “resultados impressionantes alcançados pela China na primeira década da Nova Era”, após a ascensão de Xi Jinping ao poder, e disse acreditar que “a modernização chinesa apresenta um novo paradigma, que alarga os caminhos e as opções para os países em desenvolvimento alcançarem a modernização”, numa altura em que Pequim oferece o seu modelo de governação como alternativa à democracia liberal. No bom caminho Segundo o comunicado, “Timor-Leste acredita que o Partido Comunista da China vai liderar todo o povo chinês, de todos os grupos étnicos, num esforço concertado para concretizar o objectivo (…) de construir um grande país socialista moderno em todos os aspectos, e promover o rejuvenescimento da nação chinesa (…) através do caminho chinês para a modernização”. Os dois líderes enfatizaram o apoio mútuo em questões relativas aos respectivos interesses centrais dois países, numa “demonstração do significado estratégico das relações”. “Timor-Leste reiterou a sua firme e inequívoca adesão ao princípio ‘uma só China’, reconheceu que existe apenas uma China no mundo e que o Governo da República Popular da China é o único Governo legítimo que representa toda a China e que Taiwan é parte inalienável do território chinês”, lê-se no documento. Dili comprometeu-se a não estabelecer “qualquer forma de relação diplomática” ou conduzir “qualquer forma de contactos oficiais” com Taiwan e frisou o seu apoio a “todos os esforços do Governo chinês para realizar a reunificação nacional”. Dili disse ainda “apreciar muito a visão de uma comunidade com um futuro partilhado para a humanidade (…) e a Iniciativa de Segurança Global”.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | EUA concedem 500 milhões de ajuda Os Estados Unidos vão conceder 500 milhões de dólares de ajuda militar às Filipinas, anunciou ontem o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken, que se encontra em Manila para reafirmar o apoio norte-americano. “Vamos atribuir mais 500 milhões de dólares (…) às Filipinas para reforçar a nossa colaboração em matéria de segurança”, declarou Blinken em conferência de imprensa. Blinken destacou que este tipo de ajuda só acontece “uma vez em cada geração”. Esta quantia que vai ser atribuída às Filipinas faz parte de um pacote de ajuda mais amplo (dois mil milhões de dólares) destinado a “territórios da região” (Ásia) e aprovado no passado mês de Abril pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. Blinken e o Secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, reuniram-se ontem com o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos, que se tem oposto fortemente às actividades de Pequim no Mar do Sul da China. As tensões entre a República Popular da China e as Filipinas agravaram-se nos últimos meses, nomeadamente pela posse do atol Second Thomas. Os soldados filipinos estão estacionados no atol, onde Manila encalhou deliberadamente um navio em 1999 para fazer valer a reivindicação de soberania. A República Popular da China reivindica um grande número de ilhotas no Mar da China Meridional, face às reivindicações de outros países vizinhos.
Hoje Macau China / ÁsiaOrganizações denunciam desaparecimento de presos políticos russos Vários presos políticos russos, incluindo o activista septuagenário Oleg Orlov, estão desaparecidos depois de terem sido transferidos de prisões, denunciaram ontem organizações de direitos humanos. Os advogados de Orlov, de 71 anos, perderam o rasto ao seu cliente numa prisão preventiva na cidade de Sizran, na região de Samara, segundo a organização Memorial, Prémio Nobel da Paz de 2022. As autoridades prisionais recusaram-se a informar os advogados sobre o paradeiro do activista condenado em Fevereiro a uma pena de dois anos e meio de prisão por ter escrito um artigo contra a campanha militar da Rússia na Ucrânia. A Memorial argumentou que não devia ter havido transferência de prisão até que esteja concluído o processo de recurso. Desconhece-se também o paradeiro de Ksenia Fadeyeva, antiga deputada municipal da cidade siberiana de Tomsk e colaboradora do falecido líder da oposição, Alexei Navalny. Condenada a nove anos de prisão sob a acusação de coordenar as actividades de uma organização extremista, Fadeyeva foi transferida para uma penitenciária na cidade siberiana de Novosibirsk. Situação semelhante vive Lilia Chánisheva, que está a cumprir nove anos e meio de prisão por extremismo, depois de anos como representante de Navalni na região da Bashkiria. Crime invulgar Chánisheva foi a primeira activista a enfrentar, em 2021, um processo-crime por extremismo devido às suas ligações a Navalny. O portal Medusa informou que a artista Sasha Skolichenko foi transferida no domingo da prisão de São Petersburgo, onde estava a cumprir uma pena de sete anos, para um destino desconhecido, segundo os seus amigos. Presa por mudar etiquetas de preços num supermercado de São Petersburgo por mensagens sobre os alegados crimes de guerra russos na Ucrânia, foi reconhecida como prisioneira política pela Amnistia Internacional. O processo de transferência para outra prisão na Rússia, conhecido como “etapirovanie”, pode levar semanas e manter os detidos incontactáveis.
Hoje Macau China / ÁsiaZixing | Quatro mortos e três desaparecidos após chuva torrencial Pelo menos quatro pessoas morreram e três estão desaparecidas, na sequência das fortes chuvas que caíram na cidade de Zixing, no centro da China, causadas pelo tufão Gaemi, informou ontem a imprensa oficial. As autoridades locais, citadas pelo jornal oficial Diário do Povo, disseram que a precipitação média desde sexta-feira passada foi de 410 milímetros, atingindo um máximo de 673,6 milímetros em algumas zonas, com intensidade máxima de 132,2 milímetros por hora. A chuva afectou mais de 87.000 pessoas, destruiu 867 casas e provocou 1.345 aluimentos de terras, que cortaram 14 estradas. As áreas cultivadas afectadas cobrem 244,86 hectares, enquanto nove localidades do município de Zixing registaram cortes de energia. As autoridades retiraram 11.379 habitantes para locais seguros e mobilizaram 5.469 profissionais para os trabalhos de socorro. Nos últimos dias, as chuvas das bandas externas do Gaemi afectaram particularmente Hunan, província com cerca de 66 milhões de habitantes: pelo menos 15 pessoas morreram num aluimento de terras, no domingo, e uma barragem rebentou. Desde meados de Junho, Hunan tem registado as chuvas mais intensas do ano, com recordes históricos locais em algumas regiões. Nos últimos Verões, as catástrofes meteorológicas causaram grandes estragos no país asiático: os meses de Verão de 2023 foram marcados por inundações em Pequim que causaram a morte de mais de 30 pessoas, enquanto em 2022 várias ondas de calor extremas e secas atingiram o centro e o leste do país. Em Julho de 2021, chuvas de uma intensidade que não se via há décadas fizeram cerca de 400 mortos na província de Henan, no centro do país, que o Governo chinês atribuiu a “falta de preparação e de perceção dos riscos” por parte das autoridades locais.
Hoje Macau China / ÁsiaChina – África | Pequim recebe em Setembro Fórum de Cooperação Pequim vai acolher, em Setembro, a edição deste ano do Fórum de Cooperação China – África (FOAC), encontro com o qual vai procurar reforçar a sua posição em África e diversificar as trocas comerciais entre as duas regiões. A vice-ministra dos Negócios Estrangeiros Hua Chunying anunciou que o FOAC 2024 vai decorrer entre 4 e 6 de Setembro na capital chinesa, sob o tema “dar as mãos para promover a modernização” entre China e África. O FOAC é um mecanismo de diálogo entre China e África, que foi lançado em Pequim, em 2000. Desde então, o FOCAC tem crescido em importância, tornando-se um evento prioritário que acolhe delegações de alto nível de todos os países africanos, com excepção de Essuatíni (antiga Suazilândia), que tem laços com Taiwan. Na edição de 2018, também em Pequim, o Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu 60 mil milhões de dólares de financiamento para o continente e anunciou que perdoará a dívida dos países africanos mais pobres ao Governo chinês sob a forma de empréstimos sem juros. A China é o maior parceiro comercial e um dos principais credores do continente africano.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia chinesa | PCC promete acelerar medidas de apoio à recuperação A reunião do PCC determinou o aceleramento da aplicação de iniciativas destinadas a promover a recuperação económica do país, face aos riscos externos e internos que podem pôr em causa os objectivos traçados para o ano em curso O Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC), a cúpula do poder na China, prometeu ontem “acelerar a implementação total” das medidas de apoio à recuperação económica, antecipando maiores esforços para atingir as metas do ano. O organismo reconheceu “múltiplos riscos em áreas-chave”, “um maior impacto das mudanças no ambiente externo” ou “uma procura insuficiente a nível interno”, segundo um comunicado divulgado pela agência noticiosa oficial Xinhua, após uma reunião sobre o trabalho económico, com vista ao segundo semestre de 2024. A reunião, presidida pelo secretário-geral do PCC, Xi Jinping, previu o lançamento de medidas de reforma “maduras, tangíveis e acessíveis”, e maiores esforços para cumprir os objectivos económicos oficiais para o exercício em curso, que incluem um crescimento de cerca de 5 por cento. O documento sublinha igualmente a flexibilização da emissão e da utilização de obrigações especiais – habitualmente utilizadas para financiar infra-estruturas – e aponta o aumento do consumo como forma de relançar a procura interna, apelando ao aumento dos rendimentos dos residentes e à melhoria da capacidade e da vontade de gastar dos grupos de rendimentos médios e baixos. O Politburo apontou ainda a necessidade de “estabilizar e recuperar o investimento estrangeiro”, afirmando que vai lançar medidas piloto para “expandir a abertura” do sector dos serviços, e falou também em evitar uma “concorrência feroz” entre empresas nacionais, para evitar criar uma situação de “regressão”. Outras tarefas delineadas na reunião incluem o reforço da confiança dos investidores, a estabilidade dos mercados de capitais e o incentivo ao “entusiasmo” pelo investimento privado. Crescimento tardio Esta reunião analisa habitualmente a situação económica do primeiro semestre do ano e estabelece as orientações para o resto do ano e, desta vez, ocorre dias depois de o PCC ter realizado uma sessão plenária fundamental para o futuro a médio prazo da segunda maior economia do mundo. O PIB chinês no segundo trimestre ficou abaixo das expectativas dos analistas, registando uma expansão de 0,7 por cento em termos trimestrais e de 4,7 por cento em termos homólogos. No primeiro terço de 2024, a economia nacional registou uma recuperação de 1,6 por cento em termos trimestrais e de 5,3 por cento em termos homólogos.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | Liga Árabe expressa preocupação com “guerra regional” O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, manifestou-se ontem preocupado com a possibilidade de “uma guerra regional” no Médio Oriente, indica um comunicado da organização pan-árabe divulgada no Cairo. A preocupação de Aboul Gheit foi avançada na sequência da morte de 12 crianças nos Montes Golã ocupados num ataque no sábado passado, num momento de maior tensão entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah. “[Há a preocupação] com a possibilidade de os confrontos militares entre Israel e o Hezbollah libanês se alargarem e conduzirem o Médio Oriente a uma guerra regional”, lê-se no comunicado da Liga Árabe, que inclui 22 países de língua árabe. O diplomata advertiu que “qualquer possível escalada constituirá uma ameaça à segurança e à estabilidade de toda a região”, ao mesmo tempo que denunciou “as ameaças israelitas ao Líbano”, depois de o Governo israelita ter repetido em várias ocasiões que está preparado para lançar ataques em grande escala no Líbano. A este respeito, Aboul Gheit afirmou “total solidariedade” para com o Governo e as instituições libanesas, que não participam na troca de tiros entre Israel e o Hezbollah, iniciada a 8 de Outubro, um dia após o início da guerra na Faixa de Gaza. Corda a partir As tensões entre as duas partes atingiram um nível sem precedentes desde o início das hostilidades, depois de 12 crianças terem sido mortas no sábado na cidade drusa de Majdal Shams, nos Montes Golã ocupados por Israel, quando um projéctil caiu num campo de futebol onde estavam a jogar. O Hezbollah negou o envolvimento no ataque, enquanto Israel insiste em culpar o grupo aliado do Irão e prometeu responder com força, uma ameaça que fez soar o alarme no Líbano e levou várias embaixadas a aconselhar os seus cidadãos a evitarem viajar para o país mediterrânico. O Governo libanês, por seu lado, também questionou se o Hezbollah terá lançado intencionalmente o ataque a Majdal Shams e apelou à realização de um inquérito independente para esclarecer o sucedido, um apelo a que a Liga Árabe se associou ontem.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Tufão Gaemi causa 10 mortes, 904 feridos e milhões em prejuízos Pelo menos 10 pessoas morreram, duas desapareceram e 904 ficaram feridas à passagem do tufão Gaemi por Taiwan, em meados da semana passada, onde causou milhões de dólares de prejuízos, referem os últimos dados. De acordo com o Comando Central de Operações de Emergência (CEOC), o Gaemi causou mais de 15.000 incidentes de gravidade variável em toda a ilha, a maioria dos quais relacionados com a queda de árvores, e provocou cortes de electricidade em cerca de 900.000 habitações e interrupções no abastecimento de água em mais de 160.000. A tempestade provocou também cerca de 3.300 casos de inundações no centro e sul da ilha, embora todos tenham sido resolvidos, de acordo com o Ministério dos Assuntos Económicos. A passagem do tufão afectou particularmente a agricultura e a pesca de Taiwan, com perdas no valor de cerca de 2,2 mil milhões de dólares taiwaneses, indicou o Ministério da Agricultura. As zonas mais afectadas foram as de Yunlin e Pingtung, Chiayi e Tainan, que representam cerca de 70 por cento das perdas económicas, e o sector mais afectado foi a agricultura, com mais de 18.000 hectares de culturas danificadas. Relativamente aos oito navios de carga encalhados ao longo da costa sul de Taiwan, as autoridades já conseguiram resgatar 65 tripulantes, com 29 a aguardar transferência para terra, de acordo com a Guarda Costeira de Taiwan. Entre os nove membros da tripulação do navio tanzaniano Fu Shun, que sofreu um acidente ao largo da cidade de Kaohsiung durante a tempestade, quatro foram resgatados, enquanto o capitão morreu e outros quatro continuam desaparecidos. A tempestade atingiu o leste de Taiwan à meia-noite da passada quarta-feira e continuou a avançar em direcção à costa do sudeste da China.
Hoje Macau China / ÁsiaVenezuela | Pequim felicita Maduro pela reeleição A China felicitou ontem Nicolás Maduro pela sua reeleição como chefe de Estado da Venezuela, após uma eleição contestada pela oposição e por vários governos estrangeiros. “A China felicita a Venezuela pelo sucesso das suas eleições presidenciais e felicita o Presidente Maduro pela sua reeleição”, declarou o porta-voz da diplomacia chinesa Lin Jian, em conferência de imprensa. “A China está disposta a enriquecer a parceria estratégica [com a Venezuela] e a fazer com que os povos dos dois países beneficiem desta”, acrescentou. Pequim mantém boas relações com o Presidente venezuelano, que está isolado na cena internacional, e é um dos principais credores do país latino-americano, cujo produto interno bruto caiu 80 por cento, em 10 anos, devido a uma grave crise económica. A Venezuela almeja o apoio da China para reanimar a sua economia, que foi atingida por uma das piores taxas de inflação do mundo. Em Setembro, durante uma reunião em Pequim com Nicolás Maduro, o Presidente chinês, Xi Jinping, elevou as relações entre a China e a Venezuela ao seu mais alto nível protocolar. Apenas alguns países – Paquistão, Rússia e Bielorrússia – têm direito a este tratamento. Maduro foi reeleito para um terceiro mandato à frente da Venezuela com 51,2 por cento dos votos, mas a oposição reclama a vitória e rejeita os resultados anunciados no domingo à noite pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que acusa de receber ordens do governo. A oposição recebeu rapidamente o apoio de parte da comunidade internacional. Ontem, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, expressou “sérias dúvidas” sobre a exatidão dos resultados eleitorais. O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, apelou à “total transparência do processo eleitoral”.
Hoje Macau China / ÁsiaHunan | Sobe para 15 o número de mortos em aluimento de terras Pelo menos 15 pessoas morreram e seis ficaram feridas, na sequência de um deslizamento de terras no centro da China, foi ontem noticiado. O desastre na cidade de Yuelin, na província de Hunan, ocorreu no domingo às 08:18 quando o aluimento de terras, causado por chuvas fortes, varreu parte de um edifício residencial, informou o jornal China Daily. O balanço inicial dava conta de 11 mortos. Os esforços de busca e salvamento, que envolveram mais de 300 trabalhadores, foram concluídos no final da noite de domingo, enquanto os feridos foram levados para hospitais locais para receberem cuidados médicos. No sábado, o Ministério da Gestão de Emergências chinês disse que Hunan ia registar tempestades intensas e que algumas zonas da província iam enfrentar “tempestades extremamente fortes entre sábado à tarde e segunda-feira” devido à influência do tufão Gaemi. A tempestade atingiu a China continental na quinta-feira à noite, depois de ter causado pelo menos dez mortos e 904 feridos em Taiwan (ver texto ao lado). Também em Hunan, província com cerca de 66 milhões de habitantes, uma barragem rebentou no domingo devido às fortes chuvas, sem que tenham sido registadas vítimas até ao momento. Desde meados de Junho, Hunan tem registado as chuvas mais intensas do ano, com recordes históricos locais em algumas regiões.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita | Meloni considera Pequim fundamental para paz e estabilidade no mundo A líder do governo italiano reuniu com Xi Jinping em Pequim com o intuito de relançar as relações entre as duas nações após a saída da Itália da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, destacou ontem o papel da China para garantir a paz e a segurança internacional durante um encontro com o Presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim. “Existe crescente insegurança a nível internacional e penso que a China é inevitavelmente um interlocutor muito importante para lidar com todas estas dinâmicas, partindo dos nossos respectivos pontos de vista, a fim de reflectirmos em conjunto sobre a forma de garantir estabilidade, paz e o comércio livre”, afirmou Meloni, citada pela agência noticiosa ANSA. Meloni sublinhou ainda a necessidade de relações comerciais equilibradas durante o encontro com Xi. “Penso que Itália também pode desempenhar um papel importante nas relações com a União Europeia (UE) para tentar criar relações comerciais tão equilibradas quanto possível”, afirmou. A Itália e a UE no seu conjunto têm um défice comercial significativo com a China. Em 2023, o défice do comércio de mercadorias da UE com a China situou-se em 291 mil milhões de euros, o que representou uma queda de 106 mil milhões de euros, em relação a 2022 (-27 por cento). Xi recebeu ontem no Grande Palácio do Povo a primeira-ministra italiana, que anunciou no domingo um plano para “relançar a cooperação bilateral” com a China, após Roma ter abandonado a Iniciativa Faixa e Rota, o principal programa da política externa chinesa, sinalizando uma mudança de postura face à China. Meloni optou por não renovar um acordo com Pequim por mais cinco anos, em Dezembro passado, no âmbito de um programa com o qual Pequim procura cimentar a sua influência global. No entanto, o Executivo italiano espera salvaguardar as relações com a segunda maior economia do mundo. Meloni disse, no domingo, que a sua viagem é uma “demonstração da vontade de iniciar uma nova fase e relançar a cooperação bilateral no ano que marca o 20º aniversário da parceria estratégica abrangente” entre os dois países. Às claras O Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, indicou que a chegada de Meloni à China serviria para “esclarecer mal-entendidos”. Especialistas chineses citados pela imprensa estatal sugeriram que a decisão de Roma se deveu “à influência dos EUA e de outras potências ocidentais” e não à recusa da Itália em cooperar com o país asiático ou à ideologia da chefe do Governo italiano. Uma das principais queixas de Roma sobre a iniciativa foi o aumento do défice no comércio com o país asiático. Itália era o único país do G7, grupo que reúne algumas das maiores economias do mundo, que assinou um memorando de entendimento no âmbito do programa chinês. Durante a viagem, que inclui uma paragem na cidade de Xangai, espera-se também a assinatura de acordos comerciais e industriais bilaterais. De acordo com fontes italianas, Meloni pretende atrair mais investimentos chineses – por exemplo, no setor automóvel – para impulsionar o crescimento económico de Itália.
Hoje Macau China / ÁsiaIPhone | Apple cai para sexto lugar nas vendas de telemóveis A norte-americana Apple saiu do grupo dos cinco maiores vendedores de telemóveis na China pela primeira vez desde 2020, de acordo com dados do segundo trimestre compilados pela consultora Canalys. As vendas de iPhones na China durante os três meses que terminaram em Junho caíram 2 por cento em comparação com o mesmo período do ano anterior, colocando a Apple em sexto lugar na lista dos maiores vendedores, que inclui as marcas locais Vivo, Oppo, Honor, Huawei e Xiaomi, de acordo com o relatório da Canalys. Lucas Zhong, analista da consultora, observou que “este é o primeiro trimestre da história em que os vendedores chineses dominam as cinco primeiras posições”. “As estratégias dos vendedores chineses para produtos de gama alta e a sua profunda integração nas cadeias de fornecimento locais estão a começar a dar frutos em termos de hardware e software”, disse Zhong, que advertiu que a empresa californiana “está, pelo contrário, num ponto de estrangulamento”. O mercado de telemóveis na China continental cresceu 10 por cento em termos anuais no segundo trimestre de 2024, ultrapassando as 70 milhões de unidades expedidas. A Vivo recuperou a primeira posição com 13,1 milhões de unidades vendidas, ficando com 19 por cento da quota de mercado, seguida da Oppo, com 11,3 milhões de aparelhos, e da Honor, com 10,7 milhões. A Huawei seguiu-se de perto com 10,6 milhões de aparelhos vendidos, enquanto os 10 milhões de telemóveis da Xiaomi a colocaram em quinto lugar. “O mercado chinês está finalmente a acompanhar a velocidade de recuperação global”, observou Amber Liu, gestora de investigação da Canalys, que acrescentou que “se deve em grande parte ao lado da oferta, que está a tirar partido de eventos e promoções de descontos significativos, que, em 2024, começaram mais cedo do que nos anos anteriores”.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Kuleba elogia Pequim por procurar saída para a guerra O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, elogiou na passada sexta-feira os esforços chineses para alcançar uma “solução permanente e estratégica” para a guerra, numa entrevista publicada após a sua visita de três dias a Pequim. “Recebemos um sinal claro de que a China não está à procura de uma solução temporária, de um cessar-fogo temporário, mas está a trabalhar numa solução permanente e estratégica para a guerra”, disse o chefe da diplomacia ucraniana, em entrevista à televisão ucraniana TSN. Kuleba também referiu que o seu homólogo chinês, Wang Yi, disse “clara e repetidamente”, durante o encontro que a China considera a soberania e a integridade territorial da Ucrânia invioláveis. O ministro ucraniano explicou que defendeu perante o seu homólogo chinês a necessidade de alcançar uma paz “justa e duradoura” e descreveu os sinais recebidos da China como “importantes” e “positivos”. A visita de Kuleba à China, esta semana, foi a primeira deslocação de um alto dirigente ucraniano ao país asiático desde o início da invasão russa. De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, o objectivo da visita era explorar possíveis perspectivas de paz para pôr fim à guerra provocada pela invasão russa. Kiev rejeitou, até agora, as propostas chinesas para pôr fim à guerra através de negociações, uma vez que Pequim não exigiu a retirada prévia das tropas russas dos territórios que ocupam na Ucrânia. Nas últimas semanas, a Ucrânia mudou o tom do seu discurso oficial e abriu-se à possibilidade de iniciar negociações com a Rússia a curto prazo.
Hoje Macau China / ÁsiaLi Hui desloca-se à Indonésia, África do Sul e Brasil para discutir guerra na Ucrânia A China anunciou na sexta-feira que o seu representante especial para os assuntos euro-asiáticos vai visitar Indonésia, África do Sul e Brasil nos próximos dias para “trocar impressões com membros importantes do ‘sul global’ sobre a situação” na Ucrânia. A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning disse, em conferência de imprensa, que Li Hui arrancaria no domingo, com o objectivo de “explorar formas de promover o esfriamento da situação, de modo a gerar condições para o reinício das negociações de paz”. “Já passaram quase dois anos e meio desde o agravamento da ‘crise’ na Ucrânia e os combates continuam, as perspectivas de conversações de paz permanecem incertas e existe o risco de uma nova escalada e alastramento do conflito”, apontou. Trata-se da quarta deslocação de Li ao exterior para abordar a guerra na Ucrânia. O diplomata visitou a Ucrânia, Polónia, França, Alemanha e Rússia, em Maio passado, para, segundo Pequim, “abordar com todas as partes uma solução política” para a guerra. Li encontrou-se então com o Presidente ucraniano, Volodymir Zelenski, a quem advertiu que “todas as partes têm de criar condições para acabar com a guerra” e “iniciar conversações de paz”. Por todo o mundo Em Maio passado, Li realizou uma viagem pelo Médio Oriente que o levou à Turquia, Egipto, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, onde manteve conversações com altos funcionários para “explorar soluções para o conflito”. O anúncio da viagem do enviado chinês surge pouco depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, e o seu homólogo ucraniano, Dmitry Kuleba, terem reunido, na semana passada, na cidade de Cantão, no sudeste da China. Kuleba foi o mais alto responsável ucraniano a visitar o país asiático desde o início da guerra, em 2022. Desde o início do conflito, a China tem mantido uma posição ambígua durante a qual tem apelado ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos os países”, em referência à Rússia. Pequim também procurou contrariar as críticas de que apoia a Rússia na sua campanha na Ucrânia e apresentou um documento de posição de 12 pontos sobre o conflito, no ano passado, que foi recebido com cepticismo pelo Ocidente.
Hoje Macau China / ÁsiaFronteira | Índia e Pequim prometem trabalhar urgentemente para a retirada de tropas À margem da reunião da ASEAN que decorreu no Laos, representantes da diplomacia dos dois países chegaram a acordo para acertar a retirada de tropas da fronteira e aliviar as tensões que há muito assolam a região A Índia e a China concordaram na passada sexta-feira em trabalhar para conseguir a retirada de dezenas de milhares de tropas estacionadas ao longo da sua fronteira disputada, num impasse de longa data, informou o governo indiano. O ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar, encontrou-se com o seu homólogo chinês, Wang Yi, na passada quinta-feira, à margem das reuniões da Associação das Nações do Sudeste Asiático, no Laos, onde sublinharam a necessidade de uma resolução rápida das questões pendentes ao longo da Linha de Controlo Actual, a longa fronteira dos Himalaias partilhada pelos dois gigantes asiáticos. A linha separa os territórios detidos pela China e pela Índia, desde Ladakh, a oeste, até ao estado indiano de Arunachal Pradesh, a leste, que a China reivindica na sua totalidade. As relações entre os dois países deterioraram-se em Julho de 2020, após um confronto militar que matou pelo menos 20 soldados indianos e quatro chineses. A situação transformou-se num impasse de longa duração na região montanhosa e acidentada, onde cada lado estacionou dezenas de milhares de militares apoiados por artilharia, tanques e jactos de combate. Tanto a Índia como a China retiraram as suas tropas de algumas zonas nas margens norte e sul de Pangong Tso, Gogra e Vale Galwan, mas continuam a manter tropas suplementares no âmbito de um destacamento de vários níveis. Os dois ministros dos Negócios Estrangeiros “concordaram com a necessidade de trabalhar com determinação e urgência para conseguir uma retirada completa o mais rapidamente possível”, de acordo com uma declaração indiana na quinta-feira, que acrescentou que a paz na fronteira é essencial para restabelecer a normalidade das relações entre os dois países. Fonte de stress Jaishankar, no seu discurso de abertura, afirmou que as questões fronteiriças “ensombraram” as relações entre Índia e China nos últimos quatro anos, apesar dos esforços consideráveis de ambas as partes para as resolver. “O estado da fronteira refletir-se-á necessariamente no estado dos nossos laços”, afirmou, de acordo com o comunicado. Wang sublinhou que a melhoria dos laços entre a China e a Índia é benéfica para ambos os países, bem como para outras nações, informou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. As duas partes concordaram em trabalhar em conjunto para manter a paz nas zonas fronteiriças e impulsionar o progresso, disse. A Índia e a China travaram uma guerra sobre a sua fronteira em 1962. A Linha de Controlo Real divide as áreas de controlo físico e não as reivindicações territoriais. Segundo a Índia, a fronteira de facto tem 3.488 quilómetros de comprimento, mas a China reivindica um número consideravelmente mais curto. Os principais comandantes dos exércitos indiano e chinês realizaram várias rondas de conversações desde o confronto militar para discutir a retirada das tropas das zonas de tensão.