Hoje Macau China / ÁsiaNegligência | Detidas 18 pessoas por incêndio que fez 19 mortos [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ezoito pessoas foram detidas pela polícia de Pequim, por alegada negligência, no incêndio que no fim de semana passado causou 19 mortos num edifício residencial da cidade, noticiou ontem a agência oficial chinesa Xinhua. Sete dos detidos eram administradores do edifício, e os restantes electricistas e trabalhadores da construção civil, indicou a Xinhua. De acordo com as investigações preliminares, o incêndio, um dos mais graves na capital, nos últimos anos, terá começado nos sistemas de refrigeração, situados na cave do edifício, num subúrbio de Pequim. Nenhum dos 11 electricistas ou operários detidos tinham a qualificação necessária para exercer a actividade, indicaram as conclusões da investigação. Entre os 19 mortos, oito eram menores de idade e, entre os oito feridos, sete continuam em estado grave, disseram as autoridades do distrito de Daxing. O fogo começou às 18:15 de sábado e demorou três horas até ser controlado. Mais de 400 pessoas viviam no edifício. Sede de um município com cerca de 22 milhões de habitantes, a maioria dos residentes em Pequim são trabalhadores migrantes. Os altos preços do imobiliário e o restrito sistema de residência da capital, conhecido como “hukou”, mantêm muitos destes trabalhadores em bairros degradados na periferia.
Hoje Macau China / ÁsiaPortugal | Governo diz que “é possível diversificar o investimento” chinês [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, afirmou segunda-feira que “é possível diversificar o investimento da República Popular da China em Portugal”, salientando que o país é um “parceiro económico incontornável”. O governante falava no seminário “Cooperação no comércio, investimento e capacidade produtiva”, organizado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Fórum Macau e o IPIM – Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, que decorreu em Lisboa. “A República Popular da China é um parceiro económico incontornável”, afirmou Eurico Brilhante Dias, salientando que a organização deste evento, onde a vice-ministra do Comércio da China, Gao Yan, esteve presente, “é mais um passo no aprofundamento das relações entre os dois países”. “Não temos uma visão de curto prazo, acreditamos em parcerias de investimento a longo prazo, de longa duração e cremos que é possível diversificar o investimento na República Popular da China em Portugal”, não só em sectores de inovação como as tecnologias de informação e comunicação (TIC), como também na área das infra-estruturas. “Portugal apresenta, no caso por exemplo do Porto de Sines, boas e novas oportunidades de investimento que o Governo português” sinalizou no mês passado na República Popular da China, prosseguiu o secretário de Estado da Internacionalização. Destacou o voo directo Portugal-China, que arrancou este ano e que representou “um passo fundamental para o aprofundamento” do relacionamento económico entre os dois países. Dois focos Eurico Brilhante Dias sublinhou que “há duas áreas” que o Governo português considera importante “aprofundar de forma prioritária”. A primeira diz respeito “à identificação e à eliminação de barreiras de acesso aos mercados e, no nosso caso, no acesso ao mercado da República Popular da China, com acento particular na área do agro-alimentar”, sublinhou. “Acreditamos no desenvolvimento de plataformas logísticas de produtos portugueses na República Popular da China, é um passo importante”, acrescentou. O governante destacou “os esforços continuados” no âmbito do quadro de políticas de eliminação de barreiras fitossanitárias, apontando que esta é uma área que deve ser melhorada e em que Portugal “já manifestou absoluta disponibilidade” para o efeito. A segunda área assenta no financiamento. Brilhante Dias sublinhou que o Governo português, junto das autoridades da Região Administrativa Especial de Macau, “manifestou a sua vontade para poder construir um instrumento de co-financiamento entre Portugal”, o qual deverá estar “prioritariamente focado no comércio e no desenvolvimento de projectos de pequenas e médias empresas”. Por sua vez, a vice-ministra do Comércio da China, Gao Yan, disse que há uma “forte complementaridade” para “potenciar a cooperação” entre Portugal e a China e recordou os vários sectores onde o país investiu no mercado português, desde a energia, passando pelo sector financeiro, saúde, entre outros. Disse ainda que Macau tem “o papel de ponte insubstituível entre a China e Portugal”. Gao Yan sublinhou que a China tem manifestado uma “atitude de querer ser mais aberta ao mundo” e convidou o Governo português e os empresários portugueses a estarem presentes na exposição internacional de importação que o país vai realizar.
Hoje Macau China / ÁsiaCirurgião descarta dilemas éticos em transplante de cabeça [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] cirurgião chinês Ren Xiaoping, que realizará em conjunto com o italiano Sergio Canavero o primeiro transplante de sempre de uma cabeça humana, recusou ontem “problemas éticos” nesta intervenção, afirmando que “são médicos e não filósofos”. “Este transplante alimentará debates na imprensa, mas o que queremos é desenvolver o modelo de operação, para contribuir para que esta tecnologia avance”, disse ontem Ren, numa conferência de imprensa na cidade de Harbin, onde se realizará a intervenção. Na semana passada, Canavero afirmou que o primeiro transplante de uma cabeça se realizará na China, face às dúvidas de que a Europa ou Estados Unidos executarão aquela operação, mas Ren disse ontem que não há ainda uma data exacta. O médico chinês confirmou que praticou aquele tipo de operação com animais como cães e cadáveres humanos, numa intervenção realizada na semana passada, e que demorou 18 horas. E afirmou que antes da intervenção definitiva publicarão, esta semana, os resultados das suas investigações prévias na revista Surgical Neurology International. Vários membros da comunidade científica apontaram dúvidas sobre a viabilidade deste tipo de transplante, não só por questões éticas, mas também pelo risco inerente. “A ciência não teme a polémica”, afirmou Ren, que numa entrevista à Radio Nacional da China, na semana passada, afirmou que há mais de meio século o primeiro transplante de rins foi também polémico, antes de se converter numa prática habitual. Canavero adiantou que o transplante poderá custar cerca de 100 milhões de dólares e envolverá dezenas de cirurgiões e outros especialistas, prevendo que demorará 24 horas.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Air China suspende voos para Pyongyang [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] companhia aérea estatal chinesa Air China suspendeu os voos entre Pequim e Pyongyang devido à fraca procura, agravando o isolamento do regime de Kim Jong-un, já sujeito a sanções das Nações Unidas. Um funcionário do gabinete de imprensa da Air China, citado pela agência Associated Press, disse ontem que os voos “foram temporariamente suspensos, devido a operações de negócio insatisfatórias”. O funcionário, que se identifica como Zhang, afirmou que o último voo partiu na segunda-feira e que não sabe quando recomeçará. Pequim votou a favor da última ronda de sanções imposta pelas Nações Unidas à Coreia do Norte, visando pressionar o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, a abdicar do seu programa nuclear e de mísseis balísticos. Já em Abril passado, a Air China suspendeu os voos para a Coreia do Norte, durante três semanas. Um porta-voz da empresa, que começou a voar para a Coreia do Norte em 2009, disse então que a suspensão não se devia a razões políticas, mas à queda na venda de bilhetes. Nos últimos meses, e face à troca de ameaças entre Pyongyang e Washington, o número de turistas chineses que visitam a Coreia do Norte caiu, enquanto sanções unilaterais adoptadas pela China prevêem o encerramento de empresas norte-coreanas no país.
Hoje Macau China / ÁsiaDireitos Humanos | Advogado condenado a dois anos de prisão [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] advogado chinês de Direitos Humanos Jiang Tianyong foi ontem condenado a dois anos de prisão, por “incitamento à subversão do poder de Estado”, de acordo com a sentença divulgada na Internet. Jiang recorreu às redes sociais para denegrir o Governo e as autoridades judiciais e incitou outros a subverter o poder de Estado, indicou a sentença de um tribunal da cidade de Changsha, centro da China. No mesmo documento, colocado ‘online’ pelo tribunal, Jiang é também acusado de ter mentido ao afirmar que o advogado Xie Yang foi torturado na prisão. Fotografias difundidas pelo tribunal mostram Jiang, que enverga um casaco preto, sentado, sem expressão, enquanto o juiz lê o veredicto. Grupos de defesa dos direitos cívicos afirmaram que o julgamento se tratou de uma encenação e que Jiang foi vítima de uma campanha que visa extinguir qualquer oposição ao Partido Comunista Chinês (PCC), partido único no país. Os tribunais na China são controlados pelo PCC e a taxa de condenação no país ascende a quase 100%. Grupos de defesa dos direitos humanos e vítimas indicaram que o uso de coerção para obter confissões, incluindo através da tortura física e psicológica, é comum, apesar de ser proibido pela lei chinesa. Clientes de risco Jiang era advogado e defendeu clientes em casos politicamente sensíveis, como o activista chinês cego Chen Guangcheng e seguidores da corrente espiritual Falun Gong, que foi banida do país. Em 2009, as autoridades recusaram renovar a licença de Jiang. Antes de ser detido, Jiang trabalhou para divulgar a condição dos advogados detidos durante uma campanha contra activistas, lançada em Julho de 2015. Jiang encontrou-se com a mulher de Xie Yang, meses antes de esta difundir relatos do marido de que tinha sido espancado, privado de sono e torturado na prisão. A mulher de Xie e os dois filhos fugiram mais tarde para os Estados Unidos. Xie foi libertado em Maio passado, depois de ter confessado os crimes de incitamento à subversão e perturbação de acções judiciais. Jiang foi detido em Novembro passado e, em Março, apareceu na televisão estatal chinesa a afirmar que mentiu sobre a tortura a Xie. A transmissão foi criticada por grupos de activistas e o embaixador alemão na China, Michael Clauss, afirmou que Jiang foi “obviamente condenado através de uma ‘confissão’ transmitida pela televisão chinesa antes do julgamento começar”, de acordo com um comunicado difundido pelo embaixada da Alemanha.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC | Delegado visita mausoléu de líderes norte-coreanos [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m representante do Governo chinês a Pyongyang prestou homenagem aos líderes norte-coreanos falecidos, no mausoléu que alberga os seus corpos embalsamados, durante uma visita marcada pela crise nuclear e crescente isolamento do regime de Kim Jong-un. Segundo a agência oficial norte-coreana KCNA, Song Tao, chefe do Departamento de Colaboração Internacional do Partido Comunista Chinês (PCC), visitou no domingo o Palácio do Sol de Kumsusan, que alberga Kim Il-sung e Kim Jong-il. “Quero transmitir a minha mais profunda saudade pelos camaradas Kim Il-sung e Kim Jong-il, grandes líderes do povo coreano e amigáveis parceiros da China”, escreveu Song no livro de visitas, segundo o texto da KCNA. Song visitou ainda em Pyongyang uma torre que simboliza a amizade entre os dois países e o antigo quartel-general do designado Exército de Voluntários chineses na Guerra da Coreia (1950-53). Song iniciou na sexta-feira uma visita de quatro dias à Coreia do Norte, onde se deverá reunir com o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Trata-se do primeiro funcionário com nível ministerial a visitar a Coreia do Norte, desde Outubro de 2015. Song reuniu já com o “número três” do regime, Choe Ryong-hae, e com o vice-presidente do Comité Central do Partido dos Trabalhadores, Ri Su-yong. A visita coincide com um período em que Pyongyang enfrenta as mais duras sanções de sempre, após ter efetuado vários testes nucleares e com mísseis balísticos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | ONG denuncia violação de privacidade dos cidadãos [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma organização não-governamental (ONG) de defesa dos Direitos Humanos pediu ontem ao Governo chinês que deixe de construir plataformas de dados com informação pessoal da população, o que considerou uma violação do direito de privacidade. Segundo a Human Rights Watch (HRW), o sistema de dados armazenados em nuvem visa “controlar e prever” os movimentos de activistas, dissidentes e minorias étnicas e “não cumpre com os padrões de privacidade internacionais”. “É assustador que as autoridades chinesas estejam a reunir e centralizar mais informação de centenas de milhares de pessoas, identificando aquelas cujo o pensamento se desvia do que consideram ser ‘normal’ e colocando-as sob vigilância”, escreveu Sophie Richardson, directora da HRW para a China. O Governo chinês, que durante anos armazenou informação dos cidadãos, está a explorar novas tecnologias para acumular informação pessoal de forma mais eficiente e de modo a poder ser partilhada entre diferentes departamentos governamentais. A polícia chinesa, por exemplo, utiliza várias aplicações de análise de texto, vídeo e imagens de câmaras de segurança em tempo real, ou quase real, para deter suspeitos de forma mais eficiente e tentar prever possíveis crimes, indicou. As autoridades chinesas reúnem informação sobre cidadãos através da polícia, redes de transporte, alojamento turístico, gravações em câmaras dispostas em locais públicos e até através de empresas privadas. A HRW denunciou que as leis em vigor na China “não cumprem os padrões de privacidade internacionais”, de acordo com os quais o armazenamento e uso de dados pessoais com objectivos políticos só deve ser feito quando existe “uma ameaça real para o interesse comum, como a segurança nacional ou ordem pública”, e de forma o menos intrusiva possível.
Hoje Macau China / ÁsiaRohingya | Aprovada iniciativa chinesa para resolver crise [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Myanmar e o Bangladesh aprovaram uma iniciativa chinesa que visa resolver a crise de refugiados Rohingya na fronteira entre os dois países, revelou ontem o Governo chinês, apelando a um “cessar-fogo” no Estado da antiga Birmânia de Rakhine. O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, que este fim de semana visitou Daca e Rangoon, onde se reuniu com a líder do Myanmar Aung San Suu Kyi, apresentou “uma proposta com três passos” para encontrar “uma solução a longo prazo”. Cerca de 900 mil muçulmanos rohingya birmaneses encontram-se em campos de refugiados no sul do Bangladesh, em condições desumanas. Mais de 620.000 fugiram das suas aldeias no estado de Rakhine desde o final de Agosto passado, para escapar à violência militar que a ONU descreveu como “limpeza étnica” por parte do Myanmar, um país maioritariamente budista. A primeira fase do plano chinês passa por um “cessar-fogo” no Estado de Rakhine, de modo a impedir “o deslocamento das populações locais”, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. O Myanmar e o Bangladesh devem depois negociar uma “solução viável”, antes de ser feito um apelo à “comunidade internacional” para combater a pobreza em Rakhine. “Esta proposta recebeu a aprovação dos líderes do Bangladesh e também foi aprovada pelos líderes do Myanmar “, disse na segunda-feira Lu Kang, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China. “Esperamos que esta iniciativa (…) não só resolva os problemas imediatos, como também sirva como solução fundamental para a crise dos Rohingya”, acrescentou. Amizade à vista Durante a visita de Wang Yi, Bangladesh e Myanmar “concordaram em iniciar negociações amigáveis entre si”, disse Lu. Pequim continua a ser um apoio importante para o Myanmar, país isolado da comunidade internacional. Na semana passada, a China vetou um projecto de resolução da ONU que condenava o Myanmar pela crise dos Rohingya. Os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, incluindo Pequim, aprovaram antes uma declaração que expressa “grave preocupação” com as violações dos direitos humanos, incluindo as que foram cometidas pelas forças de segurança do Myanmar.
Hoje Macau China / Ásia MancheteTimor-Leste | Executivo de Alkatiri em risco depois da apresentação de moção de censura O Governo minoritário liderada por Mari Alkatiri pode ter uma curta esperança de vida no poder, depois da indigitação pelo Presidente da República, Lu Olo. A oposição parlamentar apresentou ontem uma moção de censura como forma de protesto por o Governo da Fretilin ainda não ter apresentado um programa de governação. Do lado do Executivo fala-se em “assalto ao poder” [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] eventual aprovação da moção de censura ao Governo apresentada ontem pela oposição maioritária no Parlamento timorense implica necessariamente a queda do Executivo, segundo a Constituição e o regimento em vigor. A Constituição timorense define que o Parlamento Nacional “pode votar moções de censura ao Governo sobre a execução do seu programa ou assunto de relevante interesse nacional, por iniciativa de um quarto dos deputados em efectividade de funções”. Caso não seja aprovada, nota o texto, “os seus signatários não podem apresentar outra durante a mesma sessão legislativa”. A oposição, que controla 35 dos 65 lugares no Parlamento Nacional, apresentou ontem de manhã uma moção de censura ao Governo em contestação ao facto do Executivo não ter ainda apresentado, pela segunda vez, o programa do Executivo, que foi chumbado já no passado dia 19 de Outubro. “O Governo não apresentou programa do Governo pela segunda vez e os deputados da Aliança de Maioria Parlamentar (AMP), com base no artigo 111 da constituição da República Democrática de Timor-Leste e artigo 140 do regimento do Parlamento Nacional, apresenta uma moção de censura ao VII Governo constitucional”, disse Patrocínio dos Reis, deputado do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), segundo partido timorense, que leu uma declaração política da oposição. Corda ao pescoço A Constituição timorense determina que a aprovação de uma moção de censura “por uma maioria absoluta dos deputados” em efectividade de funções é um dos actos que implica a demissão do Governo pelo chefe de Estado. O regimento explica as circunstâncias em que a moção de censura é debatida e votada, com o debate a ser “aberto e encerrado por um dos signatários da moção”, com o primeiro-ministro a ter “o direito de intervir imediatamente após e antes das intervenções previstas no número anterior”. Segundo o regimento, o debate não pode exceder três dias e começa com uma intervenção do Governo por um período máximo de 30 minutos, terminando com a votação da moção. Numa declaração política em nome dos três partidos da oposição – CNRT, Partido Libertação Popular (PLP) e Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) – a Aliança de Maioria Parlamentar contesta o facto do Executivo ter apresentado ao parlamento uma proposta de Orçamento Rectificativo sem antes ter apresentado pela segunda vez o programa do Governo. Recorde-se que no dia 19 do mês passado, os 35 deputados da oposição (no parlamento de 65 lugares) aprovaram uma moção de rejeição ao programa do Governo insistindo que pela “interpretação paralela” e análoga da lei em vigor, o executivo tinha 30 dias para voltar a apresentar o programa. Esse prazo, refere a declaração, foi ultrapassado no domingo e o Governo não cumpriu trazendo novamente ao parlamento o seu programa. A aprovação de uma segunda moção de rejeição implica a queda do Governo. Assalto ao poder O chefe da bancada da Fretilin, que lidera o Governo minoritário timorense, Francisco Branco, criticou a “política de má fé” e a tentativa de “assalto ao poder” por parte da oposição. Intervindo no plenário, Francisco Branco disse que a oposição está a ignorar a “mensagem clara” da população nas urnas, no passado dia 22 de Julho que quis “uma mudança do status quo”. “O povo votou pela mudança e a oposição actua com má fé. Esta é uma política de assalto ao poder, uma cultura que não respeita o povo timorense”, afirmou o responsável da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente. Branco questionou ainda a legalidade da AMP, bloco acordado pelas três bancadas da oposição, e afirmou que a sua existência não foi ainda claramente formalizada nos congressos partidários. Nurima Alkatiri, deputada da Fretilin, também contestou a acção da oposição afirmando que “respeitando ou não a constituição e a lei” a moção representa um golpe ao Governo liderado pela Fretilin. “Não é a primeira vez. Quem tem ambição pelo poder faz isto. O povo sabe e compreende. Isto é um golpe, um golpe de Estado”, afirmou. Em reacção, Arão Noé Amaral, chefe da bancada do segundo partido mais votado, o CNRT, rejeitou que a oposição esteja a fazer qualquer assalto ao poder. “Isto não é um assalto ao poder porque o poder, e a competência, é do Presidente da República que tem de decidir o que fazer depois disso”, afirmou. “Timor-Leste é um Estado de Direito e submetemo-nos à decisão do Presidente da República, mas queremos que sejam respeitadas as regras constitucionais”, afirmou. Arão Amaral reiterou que a oposição “não está a fazer qualquer assalto do poder”, considerando que este “é um processo normal, legal e constitucional”. O deputado pediu ainda desculpas “se a declaração ofendeu alguma parte”, mas reiterou que a força partidária que representa respeita “as regras do normal funcionamento de um Estado democrático”. Alta tensão A apresentação da moção de censura, numa sessão do plenário, que já se esperava difícil por causa do debate do orçamento rectificativo, elevou ainda mais a tensão, com deputados das bancadas do Governo e da oposição a trocarem críticas e gritos. Pancadas nas mesas e troca de insultos levaram a apelos à calma tanto no plenário, como nas galerias. A oposição timorense quer ver debatida e votada ainda “esta semana” a moção de censura que apresentou ontem de manhã, cabendo a decisão final de agendamento a uma reunião de líderes das bancadas, indicou um deputado das forças políticas proponentes da moção que incendiou uma situação política já bem quente. “A oposição considera que este assunto deve ser debatido com cariz de urgência, em resposta ao facto do Governo não ter ainda apresentado o seu programa. A decisão depende da conferência das bancadas, mas a nossa expectativa é que o debate seja ainda esta semana”, disse à Lusa Adérito Hugo da Costa, ex-presidente do Parlamento Nacional e deputado do CNRT. Adérito Hugo da Costa disse que o seu partido e a oposição estavam preparados para aceitar qualquer decisão do chefe de Estado que tem que optar entre uma solução no actual cenário parlamentar ou convocar eleições antecipadas. “O CNRT está preparado para qualquer cenário e respeitaremos a decisão que o senhor Presidente da República venha a tomar. Começamos com contactos nas bancadas, conferências dos três partidos e agora vão falar os líderes”, disse. O Presidente timorense recordou ontem a união que levou à vitória da resistência à ocupação indonésia para criticar, num discurso perante as forças de defesa, os que “derrubam irmãos” para ocupar cadeiras de poder. “Nós não procurávamos cadeiras, não derrubávamos irmãos para ocupar cadeiras. Naquele tempo, nós que servíamos o país e o povo, sabíamos que a recompensa podia ser a prisão, ou perder a vida”, disse Francisco Guterres Lu-Olo. “Resistimos e ganhámos porque demos as mãos, entre irmãos, para servir o país. Os combatentes e o povo protegeram-se mutuamente. Foi assim que vencemos e foi assim que as Falintil (Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor-Leste) e o povo elevaram bem alto a nossa identidade timorense”, afirmou. Lu-Olo falava na abertura de um seminário sobre direitos humanos e a missão das Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), organizado em conjunto com a Provedoria dos Direitos Humanos e Justiça, o comando das F-FDTL, o Ministério da Defesa e Segurança e a Casa Militar da Presidência da República. O discurso, numa altura de grande tensão política, foi feito enquanto no Parlamento Nacional a oposição maioritária apresentava a moção de censura ao Governo cuja aprovação implica a demissão do Governo. “Acredito que os timorenses podem voltar a dar as mãos uns aos outros, para vencermos juntos o desafio do desenvolvimento e da eliminação da pobreza. Esta tem der ser a prioridade número um do nosso país”, disse Lu-Olo. “Acredito que, depois de restaurarmos a independência, somos capazes de reforçar o espírito nacionalista e a unidade para vencermos os combates da paz, como fomos capazes de vencer as batalhas da libertação”, considerou.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Uma em cada cinco pessoas é pobre [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] número de pobres em Hong Kong continua a subir e chegou a um valor recorde no ano passado, com um em cada cinco habitantes a viver abaixo do limiar da pobreza, de acordo com dados oficiais sexta-feira divulgados. O limiar da pobreza é definido em metade da mediana do rendimento mensal por agregado familiar, de acordo com o tamanho do agregado. Em 2016, este valor foi de 4.000 dólares de Hong Kong por uma pessoa, 9.000 dólares de Hong Kong por duas pessoas e 15 mil dólares de Hong Kong por um agregado de três pessoas, noticia o jornal South China Morning Post. Um relatório da Oxfam sobre gastos com a alimentação indica que uma pessoa deve gastar no mínimo 1.696 dólares de Hong Kong em comida por mês de modo a satisfazer as suas necessidades nutricionais básicas. O relatório de 2016 sobre a Situação da Pobreza em Hong Kong revela que 1,35 milhões dos 7,35 milhões de residentes da cidade podem ser considerados pobres, um número superior ao registado em 2015, quando eram 1,34 milhões. Hong Kong só começou a medir a pobreza entre os seus residentes em 2009, e os números do ano passado são os mais elevados em termos de valores absolutos. “O envelhecimento da população e a redução do tamanho das famílias têm impulsionado a taxa de pobreza”, disse o número dois do Governo de Hong Kong Matthew Cheung Kin-chung, durante a divulgação do relatório anual, sexta-feira. Cheung, que lidera a Comissão da Pobreza, indicou, porém, que os números do estudo podem estar sobrestimados, já que apenas os rendimentos, e não os bens, são avaliados. Após serem tidos em conta os apoios do Governo, como a pensão para idosos ou segurança social, o número de pobres desce para 996 mil, o que representa menos 25 mil que em 2015.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang | Enviado chinês na capital norte-coreana [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m enviado especial do Governo chinês chegou este fim-de-semana à Coreia do Norte, num período de crescente isolamento do regime de Kim Jong-un, imposto com a aprovação da China, devido ao seu programa nuclear e de mísseis balísticos. Song Tao, chefe do Departamento de Colaboração Internacional do Partido Comunista Chinês (PCC), é o primeiro funcionário com nível ministerial a visitar a Coreia do Norte, desde Outubro de 2015. Os meios oficiais chineses informaram que Song reuniu-se com Kim Jong-un para transmitir os resultados do XIX Congresso do PCC, realizado em Outubro passado, mas a visita coincide com um período em que Pyongyang enfrenta as mais duras sanções de sempre, após ter efetuado vários testes nucleares e com mísseis balísticos. A China, que é o principal aliado diplomático e maior parceiro comercial do regime norte-coreano, votou a favor das sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, e adoptou ainda sanções unilaterais. Durante a recente visita do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Pequim, o Governo chinês disse à administração norte-americana que as sanções estavam a começar a ter efeito e poderão pressionar Pyongyang a retornar ao diálogo. “É um passo importante. Vamos a ver o que acontece!”, escreveu sexta-feira Trump na rede social Twitter, sobre a visita de Song e a possibilidade de Pyongyang voltar à mesa de negociações. Nos anos 1950, China e Coreia do Norte lutaram juntos contra os EUA. O PCC e o Partido dos Trabalhadores, formação política única na Coreia do Norte, têm ligações de longa data. Posição definida No entanto, desde que, em 2013, ascendeu ao poder, Xi Jinping nunca se encontrou com Kim Jong-un, tendo-se mesmo tornado no primeiro líder chinês a visitar a Coreia do Sul antes de ir à Coreia do Norte. Em editorial, o principal jornal norte-coreano, o Rodong Sinmun, descartou a hipótese de o país negociar o seu programa nuclear. O texto assegura que Pyongyang já aprendeu que “não há outra forma de se opor à repressão imperialista dos Estados Unidos, a não ser através da dissuasão nuclear”. Nos últimos meses, os sucessivos ensaios nucleares de Pyongyang e a retórica beligerante de Trump elevaram a tensão para níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953).
Hoje Macau China / ÁsiaJet Li e Jack Ma unem-se para levar tai-chi aos Jogos Olímpicos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] estrela chinesa de cinema Jet Li e o magnata chinês Jack Ma criaram juntos uma nova arte marcial, com base no tai-chi, visando a sua inclusão nos Jogos Olímpicos, informou sexta-feira a agência noticiosa oficial Xinhua. Ma, que desde há 20 anos pratica tai-chi, e Li baptizaram esta nova arte marcial como Gong Shu Dao, com o objectivo de profissionalizar as artes marciais com origem na China e a sua inclusão no programa olímpico. O coreano taekwondo e o japonês judo são já desportos olímpicos. “Desde 1990, todos os praticantes de artes marciais na China têm pensado como levar [o tai-chi] aos Jogos Olímpicos, e temos trabalhado nesse sentido durante décadas, mas sem sucesso”, afirmou Li, durante a cerimónia de apresentação do Gong Shu Dau, citado pela Xinhua. Li, que luta desde os oito anos e foi campeão nacional da China aos 12, revelou que debateu esta questão com Jack Ma e decidiram imitar as experiências do Japão e Coreia do Sul. Ambos adoptaram então por converter o tai-chi aos padrões exigidos pelo programa olímpico. Jack Ma é fundador do grupo Alibaba, responsável por cerca de 90% do comércio electrónico na China, e um dos homens mais ricos do país.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim | Português distinguido como DJ do ano [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]iguel Santos foi para Pequim estudar chinês na Universidade de Língua e Cultura, mas foi nos clubes nocturnos da capital chinesa que descobriu a sua vocação, tendo decidido já enveredar pela carreira de DJ. “Estou a tentar concentrar-me mais na música”, conta à agência Lusa DJ Nigls, como é conhecido na noite de Pequim. “Se calhar, terminarei o curso depois”, diz. O interesse de Nigls, 24 anos, pela música electrónica surgiu “através de amigos” e por influência do irmão. Há sete anos, estreou-se como DJ, mas foi só em 2012 que começou a tocar “a sério”, em estabelecimentos nocturnos de Wudaokou, a zona universitária de Pequim. Hoje, toca quase todos os fins-de-semana no Lantern, um dos mais emblemáticos clubes ‘underground’ da capital chinesa, situado junto ao Estádio dos Trabalhadores, ícone da arquitetura socialista, erguido em 1959 para celebrar o 10.º aniversário da China comunista. “A indústria da música electrónica na China não está ainda ao nível da Europa”, considera o DJ português, ressalvando que “está a crescer” e deverá lá chegar “dentro de cinco anos”. A chamada “vida nocturna” é uma indústria nova na China, mas que tem vivido um ‘boom’ nos últimos anos, com ‘nightclubs’ e bares a brotar rapidamente nas grandes cidades do país. “As pessoas têm necessidade de ter experiências novas e contacto com coisas diferentes”, afirma Nigls. Para o português, um dos “grandes obstáculos” ao desenvolvimento da música electrónica na China é a ausência da cultura do ‘dance floor’. No país asiático, a maioria das discotecas reserva pouca área para as pistas de dança, optando por preencher o espaço com mesas. “O público chinês aprecia a música e quer também dançar, mas um pouco pela sua cultura precisam sempre de ver uma pessoa a dançar e a sentir a música para se libertarem e não se sentirem envergonhados”, nota. Das raízes Nascido em Macau, Miguel Santos mudou-se para Portugal aos dez anos, mas decidiu voltar para a Região Especial Administrativa chinesa aos 16, para terminar o ensino secundário. Concluído o liceu, rumou a Pequim para estudar chinês na Universidade de Língua e Cultura, considerada uma “míni-ONU”, com cerca de 9.000 alunos estrangeiros. “Queria crescer como pessoa e ver o mundo de outra maneira”, diz. Nigls toca sobretudo Techno e House. O seu ‘set’ mais longo foi em Qingdao, cidade costeira do norte da China, onde tocou 12 horas seguidas. O truque para evitar o cansaço é sentir a energia do público, afirma. “Se estiveres a tocar e as pessoas entrarem na tua viagem e sentirem a tua música, tu sentes também a energia que te estão a transmitir e acabas por esquecer o cansaço”, explica. Nigls define a música electrónica como um “outro lado da música”, em que “qualquer ferramenta” pode ser usada para criar um som. “Há certos sons que se calhar nunca ouviste ou nunca pensaste que podiam ser enquadrados na música, mas o processo de produção de música electrónica passa bastante por isso: a experimentação com os equipamentos, para criar sons interessantes e trabalhares o produto final”, diz. O português foi considerado DJ do ano de Pequim pela revista City Weekend Beijing, uma publicação em língua inglesa voltada para a comunidade de expatriados na capital chinesa. Para Miguel Santos, um bom DJ deve ter “uma visão do dance floor” e conseguir “estudar as pessoas e a atmosfera do clube”. “É alguém que sabe conectar as pessoas na sua viagem musical e criar a sua história numa noite”, resume.
Hoje Macau China / ÁsiaInvestimento no exterior cai mais de 40% até Outubro [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] investimento da China além-fronteiras entre Janeiro e Outubro registou uma queda homóloga de 40,9%, para 86.300 milhões de dólares, anunciou ontem o ministério chinês do Comércio. Os sectores comércio, manufactureiro, venda por atacado, retalho e tecnologias de informação foram os principais beneficiários do investimento chinês no exterior. Durante este período não se registou nenhuma grande operação nos sectores imobiliário, desportivo ou entretenimento, reflectindo os esforços de Pequim para travar o que considera serem investimentos desnecessários ao desenvolvimento do país. “O investimento irracional no exterior abrandou de forma mais efectiva”, afirmou o ministério, em comunicado, destacando que o país melhorou a sua estrutura industrial. Encorajadas pelo Governo, as empresas chinesas aumentaram nos últimos anos os investimentos além-fronteiras, como forma de assegurarem fontes confiáveis de retornos e adquirirem tecnologia avançada. Coisa rara Os reguladores chineses emitiram este ano, no entanto, um raro comunicado conjunto, no qual advertem para investimentos “irracionais” além-fronteiras, em sectores nos quais abundam “riscos e perigos ocultos”. Algumas das empresas chinesas cujas aquisições no exterior praticamente pararam nos últimos meses detêm participações em importantes empresas portuguesas, como a Fosun e o HNA Group. A Fosun é a maior accionista do banco Millennium BCP com 25,1% do capital, também detém 85% da seguradora Fidelidade (os restantes 15% do capital são da CGD) – que por sua vez é ‘dona’ do Grupo Luz Saúde – e conta ainda com uma participação de 5,3% na Redes Energéticas Nacionais (REN). A HNA é accionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway e da companhia brasileira Azul. Segundo dados oficiais portugueses, desde que a China Three Gorges comprou 21,3% da EDP, em 2012, o montante do investimento chinês em Portugal já ultrapassou os 10.000 milhões de euros.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita | Pequim e Manila reforçam laços de cooperação [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China e as Filipinas assinaram acordos de cooperação esta quarta-feira, assumindo o compromisso de fortalecer o “impulso positivo” nas relações bilaterais. Depois de se encontrar com o presidente filipino, Rodrigo Duterte, o primeiro-ministro chinês Li Keqiang comunicou à imprensa que as relações sino-filipinas melhoraram, e que ambos os lados esperam “trabalhar conjuntamente para compensar o tempo perdido”, informa o Diário do Povo. Li é o primeiro chefe de Governo chinês a realizar uma visita oficial às Filipinas na última década, tendo chegado ao país num momento em que os laços bilaterais se fortalecem — reflexo do esforço contínuo levado a cabo por Duterte desde que assumiu a presidência no ano passado. Os dois líderes testemunharam a assinatura de 14 acordos de cooperação sobre financiamento de infraestruturas, construção de pontes, emissão de títulos, reabilitação de toxicodependência, mudanças climáticas, proteção de propriedade intelectual e cooperação na capacidade industrial. Os líderes anunciaram também o início dos trabalhos para a construção de duas pontes fluviais em Manila e dois centros de reabilitação de toxicodependência em Mindanao, no sul das Filipinas. A China irá fazer uso da sua experiência no fabrico de equipamentos e no desenvolvimento de infraestruturas, de modo a gerir a cooperação bilateral na capacidade industrial e formular uma estratégia de desenvolvimento a longo prazo, afirmou Li. Alvos definidos O primeiro-ministro chinês destacou vários pontos centrais de cooperação, incluindo: facilitação de investimentos comerciais, tecnologia da informação, agricultura, pesca, combate à pobreza e reconstrução de áreas degradadas. Li prometeu ainda 150 milhões de yuans em subsídios do governo chinês para auxiliar a reconstrução de Marawi, devastada pela guerra no sul das Filipinas. O governo filipino em Outubro declarou a vitória sobre os extremistas ligados ao Estado Islâmico em Marawi, pondo um fim a quase cinco meses de confrontos que destruíram várias partes da cidade. Por sua vez, Duterte agradeceu à China pela ajuda fornecida às Filipinas na reconstrução de Marawi e pela assistência no impulso para a iniciativa de desenvolvimento de infraestruturas das Filipinas. “É com entusiasmo que testemunho a reviravolta positiva e o vigoroso impulso das relações sino-filipinas”, afirmou Duterte. O chefe de Estado filipino salientou que os esforços conjuntos para melhorar os laços promovem a paz, a estabilidade e o desenvolvimento na região. No seu encontro com Li, Duterte vincou que espera tirar lições do desenvolvimento da China, fortalecendo a cooperação em áreas como os transportes, telecomunicações e agricultura.
Hoje Macau China / ÁsiaNissan perde certificado de qualidade internacional nas fábricas japonesas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] fabricante japonês Nissan perdeu o certificado de qualidade internacional nas suas fábricas de produção local, no Japão, devido a irregularidades nos controlos de automóveis, informou ontem a agência nipónica Kyodo. A multinacional empregou trabalhadores sem qualificações necessárias para realizarem a revisão final dos seus automóveis, tendo estas irregularidades sido detectadas em Setembro passado. A Organização Internacional de Normalização, encarregada de assegurar o controlo de qualidade, retirou a 31 de Outubro a certificação 9001 em seis fábricas de montagem de veículos da marca. “Consideramos que a revogação é lamentável”, disse à agência Efe um porta-voz da empresa, adiantando que agora que retomaram a produção para o mercado interno vão trabalhar para obter a certificação o “mais depressa possível”. A norma 9001, uma das mais conhecidas da organização com sede na Suíça, assegura que os produtos e serviços cumprem os requisitos do cliente e que melhoram a sua qualidade de forma constante. Estes controlos dos automóveis irregulares foram revelados em Setembro, depois de ter sido feita uma inspecção pelo Ministério do Trabalho japonês às unidades do grupo. A Nissan, que assegurou de forma pública que os seus veículos são seguros, deverá responder perante o Ministério dos Transportes nas próximas semanas para garantir que estas situações não se repetem.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Governo envia alto quadro a Pyongyang [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China anunciou ontem que vai enviar a Pyongyang um alto quadro da sua diplomacia, na sequência da visita do Presidente norte-americano, Donald Trump, a Pequim, e após um prolongado afastamento entre os dois países vizinhos. Song Tao, chefe do Departamento de Colaboração Internacional do Partido Comunista Chinês (PCC), vai viajar para a capital norte-coreana esta sexta-feira, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. Apesar do distanciamento dos últimos anos, devido à insistência de Pyongyang em avançar com um programa nuclear e de mísseis balísticos, Pequim continua a ser o principal aliado diplomático e maior parceiro comercial do regime de Kim Jong-un. A Xinhua não menciona a visita de Trump a Pequim ou o programa nuclear norte-coreano, mas o líder da Casa Branca apelou repetidamente à China para que use mais a sua influência visando pressionar Pyongyang a mudar de comportamento. Song será o primeiro funcionário com nível ministerial a visitar a Coreia do Norte, desde Outubro de 2015, quando Liu Yunshan, então membro do Comité Permanente do Politburo do PCC, se reuniu com Kim Jong-un. Liu entregou uma carta a Kim, endereçada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, a expressar esperança por boas relações. Mudanças de rumo Nos anos 1950, os dois países lutaram juntos contra os EUA. O PCC e o Partido dos Trabalhadores, formação política única na Coreia do Norte, têm ligações de longa data. No entanto, desde que, em 2013, ascendeu ao poder, Xi Jinping nunca se encontrou com Kim Jong-un, tendo-se mesmo tornado no primeiro líder chinês a visitar a Coreia do Sul antes de ir à Coreia do Norte. A China votou a favor das várias sanções aprovadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas contra Pyongyang, mas continua a apelar a um diálogo entre os vários países envolvidos na crise nuclear da península coreana. O Governo chinês opõe-se a um embargo que ameace a estabilidade do regime, o que acarretaria uma reunificação da península coreana sob a égide da Coreia do Sul, país aliado dos EUA, e uma possível crise de refugiados nas suas fronteiras. Na semana passada, Trump voltou a apelar a Xi Jinping que pressione a Coreia do Norte a abdicar do seu programa nuclear. A China pode resolver o problema “fácil e rapidamente”, afirmou Trump, durante uma visita de Estado a Pequim, urgindo o homólogo chinês a empenhar-se seriamente. “Se ele fizer esse esforço, irá acontecer. Não tenho dúvidas sobre isso”, afirmou. Em 3 de Setembro último, Pyongyang realizou o sexto e mais poderoso teste nuclear até à data, no que revelou ter sido a detonação de uma arma termonuclear para ser colocada num míssil balístico intercontinental. No entanto, desde então, o país não voltou a testar engenhos nucleares ou mísseis balísticos intercontinentais, alimentando a esperança de que Pyongyang está a responder à pressão internacional, face ao impacto das sanções na sua economia.
Hoje Macau China / ÁsiaHomossexuais | ONG apela a fim de terapia de conversão na China [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma organização não-governamental de defesa dos direitos humanos apelou ao Governo chinês para que hospitais e outras instalações médicas deixem de sujeitar homossexuais a terapias de conversão, que incluem electrochoques, isolamento involuntário e medicação forçada. O relatório da Human Rights Watch, que tem por base entrevistas com 17 pessoas submetidas àquela terapia desde 2009, surge numa altura em que tem aumentado na China a sensibilização para os direitos dos homossexuais, bissexuais e transexuais. Em 2001, a homossexualidade foi retirada da lista de perturbações mentais identificadas pela Sociedade Chinesa de Psiquiatria, mas os casos de pais que submetem os filhos a tratamentos que visam mudar a sua orientação sexual continuam a ser comuns. O relatório revela que muitas das vítimas da terapia de conversão são trazidas à força, por familiares, para os hospitais, uma acção que resultou este ano num processo judicial inédito. A China carece de leis contra a descriminação de homossexuais, o que detém as vítimas da terapia de conversão de procurar justiça, temendo que a sua orientação sexual seja exposta. Segundo directrizes emitidas pelo Comité Nacional de Saúde, o Governo deve investigar actividades que possam violar a Lei de Saúde Mental, que proíbe o isolamento forçado de pessoas, a menos que constituam um perigo para os outros. Mas não existem regulamentos que proíbam expressamente a terapia de conversão. Caso inédito Em Julho passado, um homossexual ganhou um processo contra um hospital psiquiátrico, após ser forçado à terapia de conversão, no que activistas celebraram como a primeira vitória para a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais) na China. Um tribunal da província de Henan ordenou a unidade hospitalar a pedir desculpas publicamente num jornal local e indemnizar a vítima, um homem de 38 anos, em 5.000 yuan. O homem foi levado à força para o hospital, em 2015, pela mulher e familiares, diagnosticado com um “distúrbio na preferência sexual” e obrigado a tomar medicamentos e receber injecções, até ser libertado 19 dias depois. No entanto, a Human Rights Watch considera que um só processo não chega para deter a terapia de conversão. A prática persiste porque “muitos médicos são ignorantes sobre a homossexualidade, e seguem a opinião dominante, de que ser-se homossexual é uma anormalidade, uma doença que deve ser tratada”.
Hoje Macau China / ÁsiaPopulação forçada a trocar imagens de Cristo por retratos de Xi Jinping [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s autoridades da comarca no sul da China, Yugan, estão a obrigar os cristãos locais a substituir os retratos de Jesus Cristo, cruzes e outros símbolos religiosos que têm em casa por imagens do Presidente chinês, Xi Jinping. Segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP), milhares de cristãos de Yugan, na província de Jiangsi, sudeste do país, cederam à pressão das autoridades, alguns sob ameaças de deixar de receber subsídios de combate à pobreza. O SCMP estima que 10% da população em Yugan vive abaixo do nível da pobreza (menos de um dólar por dia), uma percentagem que coincide com a do número de cristãos na região. As autoridades locais lançaram uma campanha que visa “transformar os crentes na religião em crentes no Partido [Comunista]” e que inclui a entrega de centenas de retratos do Presidente Xi e visitas dos líderes locais a comunidades cristãs para convencê-las a substituir as imagens religiosas, escreve o jornal. “Muitos camponeses são ignorantes, crêem que Deus é o seu salvador, mas depois do trabalho dos líderes perceberão os seus erros e verão que já não se devem apoiar em Jesus, mas sim no Partido Comunista”, destacou um dos líderes locais citado pelo SCMP. O bom caminho Xi Jinping é o mais forte líder chinês das últimas décadas, um estatuto consagrado durante o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês, realizado no mês passado. Na China, as manifestações católicas são apenas permitidas no âmbito da Associação Patriótica Chinesa, a igreja católica aprovada pelo Estado e independente do Vaticano. Oficialmente, o número de cristãos na China continental rondará os 24 milhões, a maioria dos quais protestantes, o que não chega a dois por cento da população chinesa – 1.375 milhões de habitantes. O Governo chinês apela às igrejas católicas do país para aderirem ao “socialismo com características chinesas” e adoptarem “à direcção correta de desenvolvimento”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Registados 68 mil novos casos de SIDA até Junho [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] China registou quase 68 mil novos casos de infecção com o vírus da SIDA entre Janeiro e Junho deste ano, elevando para 718 mil o número total de infectados, segundo dados oficiais divulgados hoje. Trata-se de um aumento de 8,5%, face ao mesmo período do ano passado, segundo números do Centro Chinês para o Controlo de Doenças, citados pelo jornal oficial China Daily. A SIDA, outrora encarada na China como uma “doença de estrangeiros”, fruto de “um estilo de vida capitalista e decadente”, fez a primeira vítima no país em 1985. Até ao final de 2015, matou 177.000 pessoas na nação mais populosa do mundo, com cerca de 1.375 milhões de habitantes. As relações sexuais continuam a ser a principal via de transmissão da doença e têm assumido uma proporção crescente entre os novos casos de infecção, segundo os dados citados pelo China Daily. Em 2010, cerca de 12% das infecções resultavam de relações homossexuais. Entre Janeiro e Junho deste ano, a proporção fixou-se em 25,6%. Homens mais velhos tornaram-se também um grupo mais vulnerável, com o número de casos envolvendo homens com 60 anos ou mais a triplicar desde 2010, para 16.505. “Hoje, mais idosos têm tempo livre para se divertirem (…) o que lhes dá mais oportunidades para encontrarem parceiros”, afirmou Gao Fu, diretor do Centro Chinês para Controlo de Doenças, citado pelo jornal. O primeiro surto de SIDA na China aconteceu em meados dos anos 1990, na província de Henan. Centenas de milhares de camponeses pobres ficaram infectados, devido a um esquema ilegal de comércio de sangue. O sangue de diferentes origens era misturado e, depois de extraído o plasma para ser vendido à indústria de biotecnologia, injectado de novo nos camponeses, para evitar anemias. Até então, a maioria dos poucos casos oficialmente conhecidos na China dizia respeito a chineses que tinham trabalhado fora do país.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaPaíses emergentes vão crescer 6,4% em 2017 [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s países emergentes da Ásia, incluindo a China, Índia e as economias do Sudeste Asiático, vão crescer 6,4% este ano, acima de 1,1% na América Latina e de 3,4% em África, afirmou ontem a OCDE. As previsões constam do relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) intitulado “Prognóstico económico para o Sudeste Asiático, China e Índia: promovendo o crescimento através da digitalização”, apresentado ontem em Manila, nas Filipinas, no âmbito da cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). “Em 2017, prevê-se que o crescimento na China e na ASEAN se mantenha devido a um renovado e robusto consumo doméstico, enquanto se antecipa que o crescimento na Índia desacelere ligeiramente devido às reformas fiscais e monetárias”, detalha Mario Pezzini, assessor especial da OCDE no documento. Segundo o relatório, a rápida normalização da política monetária nos países desenvolvidos, o crescimento da dívida do sector privado e as expansivas restrições comerciais são os principais riscos para o crescimento. A OCDE prevê que a economia chinesa cresça 6,8% em 2017 – abaixo da média de 7,9% que a segunda potência mundial registou entre 2011 e 2015 –, prognosticando ainda um abrandamento do crescimento até 6,2% para o período 2018-2022. A OCDE atribui a moderação do crescimento chinês a problemas de capacidade e vulnerabilidade do mercado financeiro, ao passo que o consumo privado, os investimentos e as exportações manter-se-ão em alta. Já o Produto Interno Bruto (PIB) da Índia vai aumentar 6,6% este ano – contra 7,1% em 2016 –, enquanto a projecção para o período 2018-2022 é de 7,3%. O relatório avalia ainda positivamente a liberalização em algumas indústrias indianas, apesar de alertar que “maus activos” nos bancos podem limitar a procura. No caso da ASEAN, a OCDE prognostica para este ano um aumento de 5,1% do PIB do bloco regional e de 5,2% para o período 2018-2022. O Myanmar, com 7,2%, é o país que mais vai crescer no seio do bloco de dez nações, seguindo-se o Camboja (7,1%), Laos (6,9%), Filipinas (6,6%), Vietname (6,3%), Malásia (5,5%), Indonésia (5%), Tailândia (3,8%), Singapura (3,2%) e Brunei, com crescimento zero. Outros avanços A ASEAN, que este ano celebra o seu 50.º aniversário, ainda deve fazer mais progressos na eliminação de impostos comerciais, digitalizar a sua economia, liberalizar serviços e permitir o movimento de profissionais para avançar rumo à sua integração efectiva”, de acordo com a OCDE. O organismo multilateral realça a importância da digitalização da economia asiática, com a emergência do desenvolvimento de ‘software’ no Vietname, o sector de serviços na Internet nas Filipinas ou o pagamento digital na China. Contudo, assinala que a Internet, pré-requisito para a digitalização, tem uma presença desigual na região: desde 81% em Singapura a 22% no Laos. “A promoção do crescimento inclusivo através da digitalização exige reformas nas políticas de comércio e investimento, o desenvolvimento de infra-estruturas e que se enfrentem os desafios do mercado laboral”, de acordo com o relatório da OCDE.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita de Trump à Ásia foi “tremendo sucesso” [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, regressou ontem a Washington, depois de uma visita à Ásia que declarou ter sido um “tremendo sucesso” e serviu para alertar o mundo de que as “regras mudaram” no comércio. O líder norte-americano revelou que fará, esta semana, uma “declaração importante” sobre o comércio e o seu périplo pela Ásia, na Casa Branca, onde deverá promover o plano de reforma fiscal do Partido Republicano. Um avião Air Force One partiu ontem de Manila, onde Trump disse aos jornalistas que se deslocam com ele que “foram 12 dias fantásticos”. Sobre o comércio, o Presidente norte-americano afirmou que os parceiros comerciais dos EUA “vão passar a tratar [os EUA] de forma muito diferente”. O Presidente partiu de Washington, em 3 de Novembro, para um périplo de quase duas semanas que incluiu Japão, Coreia do Sul, China, Vietname e Filipinas. “Penso que os frutos do nosso trabalho vão ser incríveis, seja para a segurança das nossas nações, ou para a segurança do mundo, ou em questões comerciais”, afirmou. Trump, que durante a campanha eleitoral prometeu rasgar acordos comerciais multilaterais, que considera prejudicarem os Estados Unidos, insistiu durante a viagem que o défice comercial norte-americano, de centenas de milhares de milhões de dólares, será reduzido a zero. O líder norte-americano frisou que o comércio deve ser justo e mutuamente benéfico. “Os Estados Unidos devem ser tratados de forma justa e reciproca”, escreveu ontem Trump, na rede social Twitter. “Os défices comerciais gigantes devem reduzir-se rapidamente”, acrescentou. Trump afirmou que, durante a viagem, foram fechados negócios no valor conjunto de 300.000 milhões de dólares, uma soma que previu irá triplicar num curto período de tempo. “Explicámos que os EUA estão abertos ao comércio, mas que queremos comércio reciproco”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaTrump evita falar nas Filipinas sobre campanha anti-drogas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, evitou ontem a questão dos direitos humanos na sua visita às Filipinas, rejeitando comentar a sangrenta campanha antidrogas lançada pelo Presidente filipino, Rodrigo Duterte. Trump elogiou repetidas vezes Duterte e referiu-se a este pelo nome próprio, evitando criticar a situação dos direitos humanos no país. Os dois homens riram juntos quando Duterte chamou “espiões” aos jornalistas. Num jantar de gala em Manila que juntou os 20 líderes estrangeiros que participam na cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) nas Filipinas, Duterte cantou a canção “Ikaw” em dueto com a cantora Pilita Corrales, dizendo à audiência que o fizera “sob as ordens do comandante supremo dos Estados unidos”, motivando gargalhadas da assistência e um sorriso de Donald Trump. Duterte lançou uma sangrenta guerra contra as drogas e frequentemente vangloria-se de ter matado pessoas. No ano passado, chamou filho da mãe ao então Presidente dos EUA, Barack Obama. Baixa pressão Ontem, durante um breve encontro com os jornalistas, Trump afirmou que tem “uma óptima relação” com Duterte, evitando responder sobre se mencionou a questão dos direitos humanos. Rompendo com uma tradição dos líderes norte-americanos, Trump deixou de pressionar líderes estrangeiros em público sobre questões relativas aos direitos humanos. A Casa Branca informou mais tarde que os dois líderes falaram, durante 40 minutos, da organização extremista Estado Islâmico, drogas ilegais e do comércio bilateral. A polémica campanha contra o narcotráfico lançada por Duterte já causou milhares de mortos, com organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos a afirmarem que a polícia filipina executa consumidores e passadores de droga, bem como elementos das suas famílias.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor | Portugueses condenados escapam para a Austrália [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s portugueses Tiago e Fong Fong Guerra, condenados em Timor-Leste a oito anos de prisão por peculato, fugiram do país e estão detidos em Darwin, no Território Norte da Austrália onde entraram ilegalmente de barco, confirmou a Lusa. Fonte do Australian Border Force (ABF) confirmou que dois portugueses tinham entrado ilegalmente no país, escusando-se a prestar informações adicionais. Fonte consular portuguesa indicou que se trata do casal Tiago e Fong Fong Guerra, que viajaram com passaportes e cartões de cidadão portugueses, mas sem visto de entrada na Austrália. O casal está detido no centro de acolhimento de estrangeiros próximo do aeroporto de Darwin, cidade a que Tiago e Fong Fong Guerra chegaram, de barco, na quinta-feira 9 de Novembro, segundo a ABF. A mesma fonte consular portuguesa confirmou à Lusa que o assunto está a ser acompanhado pelas autoridades portugueses e que o processamento do caso pode “demorar até duas semanas”, segundo a lei em vigor. Álvaro Rodrigues, advogado de defesa do casal, disse à Lusa que “até ao momento” não receberam qualquer informação ou contacto sobre o assunto, não tendo ainda confirmado sequer se o casal está de facto na Austrália. “Não tenho confirmação nenhuma porque não tivemos ainda nenhum contacto. Não sabemos nada. Não tivemos qualquer contacto nem antes nem depois e aguardamos serenamente alguma informação”, disse o advogado contactado em Macau. “Até ao momento não tivemos qualquer contacto das autoridades timorenses, portuguesas ou australianas”, disse ainda. A embaixada portuguesa em Díli recusou fazer qualquer comentário sobre o assunto, remetendo declarações para o Ministério dos Negócios Estrangeiros em Lisboa. Caso bicudo O casal foi preso pela polícia timorense, em Díli, a 18 de Outubro de 2014. Desde então, estavam impedidos de sair de Timor-Leste, com Tiago Guerra obrigado a comparências semanais na Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL). A Lusa confirmou que se apresentou na passada segunda-feira, não tendo sido possível obter qualquer comentário oficial da PNTL ontem, dia em que em Timor-Leste se marca uma tolerância de ponto por ocasião do feriado de domingo. A 24 de agosto um colectivo de juízes do Tribunal Distrital de Díli condenou o casal a oito anos de prisão efectiva e uma indemnização de 859 mil dólares por peculato. O tribunal declarou os dois arguidos co-autores do crime de peculato e absolveu-os pelos crimes de branqueamento de capitais e falsificação documental de que eram igualmente acusados. O casal recorreu da sentença, pedindo a absolvição e considerando que esta “padece de nulidades insanáveis” mais comuns em “regimes não democráticos”, baseando-se em provas manipuladas e até proibidas. Cerca de 3.500 pessoas assinaram uma petição, que já chegou ao parlamento português, a pedir ao Governo a extradição para Portugal do casal. A petição, que chegou ao parlamento português em Outubro reclama que “o Governo de Portugal intime o Governo de Timor-Leste para que este processo seja transferido para Portugal, uma vez que o sistema judicial timorense tem provado ser incapaz de lidar com um caso como este”.