Hoje Macau China / ÁsiaDuterte confessa que não gosta de nomear mulheres [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, confessou este fim-de-semana que prefere não nomear mulheres para “cargos importantes” no Governo, uma vez que se sente incomodado em pedir que cumpram determinadas missões ou tarefas. O controverso Chefe de Estado filipino exemplificou, dizendo que se sente “incomodado por pedir a uma mulher que vá de repente a Marawi”, cidade onde em 2017 se travou durante cinco meses uma sangrenta batalha entre o exército e partidários do movimento terrorista Estado Islâmico, comandados pelo grupo Maute. “Pode pedir-se isso a uma mulher, forçá-la a essa situação?”, questionou o presidente filipino, durante uma sessão pública de discussão de novas tecnologias. Duterte, que tem um largo registo de afirmações consideradas misóginas e sexistas, garante que prefere trabalhar com homens porque estes “podem receber uma avalanche de ordens sem se queixarem”. O governante de 73 anos diz ainda que há certos cargos “mais adequados às mulheres”, como a pasta do Turismo. Elas e ele No gabinete de Duterte têm assento cinco mulheres, nos departamentos de Turismo, Educação e Bem Estar Social e nas comissões contra a pobreza e dos muçulmanos. Duterte esteve no centro de mais uma polémica no início de Junho quando beijou nos lábios uma mulher da comunidade filipina de Seoul, Coreia do Sul. Duterte chamou duas emigrantes ao palco, a quem ofereceu dois livros. Depois de beijar a primeira no rosto, improvisou no palco e forçou a segunda a beijá-lo nos lábios. “É solteira? Não está divorciada? Mas pode dizer-lhe que foi só uma piada?”, afirmou o chefe de Estado filipino, animando a plateia de emigrantes na capital da Coreia do Sul. As críticas não demoraram a chover na televisão e nas redes sociais. “Teatro nojento“ e “Presidente misógino”, acusou a organização feminista Gabriela, lamentando o comportamento do chefe de Estado que desrespeita e humilha as mulheres. “Os repetidos actos machistas de Duterte têm como objectivo desviar a atenção das pessoas para o facto de estar a perder rapidamente popularidade”, acrescentou a organização Gabriela. Em Fevereiro tinha também recomendado aos militares que “alvejassem a tiro as vaginas das guerrilheiras, para que estas não possam procriar.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Penálti de vinho português na terra natal da emigração chinesa [dropcap style=’circle’] E [/dropcap] m Qingtian, leste da China, um complexo de armazéns com 267.000 metros quadrados remete para os centros de revenda de produtos chineses no Porto ou em Lisboa, mas aqui a mercadoria inclui ‘Made in Portugal’ “Os produtos importados, nomeadamente portugueses, vêm directamente para aqui, e são depois vendidos para toda a China”, explicou Zhou Heping, chefe do condado que é terra natal de um terço dos quase 30.000 chineses radicados em Portugal. No armazém de Li Changfeng, que vive entre Espanha e a China, cerca de metade do vinho é português – estão representadas quase quarenta quintas, do norte ao sul do país. Mas para Li, o vinho é só um ‘hobby’: “O meu negócio é o imobiliário”. Na loja ao lado, caixas com 24 unidades de ‘Chaoji Boke’ (Super Bock, em chinês) estão pousadas ao lado da porta. Cada caixa custa 95 yuan (12,5 euros). “Nós também trazemos produtos portugueses para a China; contribuímos para a economia portuguesa”, disse à Lusa Zhang Zhenghua, emigrado em Portugal há vinte anos, durante um almoço regado com Quinta do Vale Meão 2013. Aquele tinto do Douro, que em Portugal custa mais de 100 euros, é aqui consumido segundo o costume local: de penálti, ou ‘ganbei’, como dizem os chineses. “Os nossos filhos nasceram em Portugal, são portugueses, queremos o melhor para o país”, insistiu Zhang, tentando contrariar a imagem da comunidade chinesa como predatória, de concorrência desleal para o pequeno comércio. À frente dele está sentado Sun Zhongwu, radicado em Lisboa desde 1996, e que exporta também vinho português para a China. Do outro lado, está Alexandre Chen, que cresceu no Porto, e tem hoje uma agência de viagens que em 2017 levou mil chineses a visitar Portugal. O retorno Acompanhando o ‘boom’ económico que converteu a China na segunda maior economia mundial, muitos dos emigrantes chineses estão a realizar o percurso contrário ao que fizeram nos anos 1980 e 1990, num fluxo que as autoridades portuguesas querem que se reflicta no comércio bilateral. “É desejável que os nossos amigos contribuam mais para uma balança comercial equilibrada”, disse, em Qingtian, o embaixador português na China, José Augusto Duarte, a Yi Ping Chow, presidente da Liga dos Chineses em Portugal. “Da próxima vez que cá vier, quero ver mais produtos portugueses”, afirmou. Só no primeiro trimestre deste ano, Portugal importou da China bens no valor de 816 milhões de dólares, fixando o crónico deficit comercial com o país asiático em cerca de 287 milhões de dólares, segundo dados das alfândegas chinesas publicados no portal do Fórum Macau. Cerca de um terço das exportações portuguesas corresponde a veículos e outros materiais de transportes, sobretudo devido às vendas de carros fabricados pela Autoeuropa, a unidade da Volkswagen em Setúbal. Mas o diplomata conta com os imigrantes chineses para impulsionar as exportações de vinho, azeite e cerveja. “As pessoas [na China] estão a começar a apreciar estes produtos”, observou. Situado no sul de Zhejiang, uma das mais prósperas províncias chinesas, Qingtian tem cerca de meio milhão de habitantes, mas 350.000 naturais do condado vivem fora da China, sobretudo no sul da Europa. O primeiro fluxo migratório remonta à Primeira Guerra Mundial, quando a China enviou milhares de trabalhadores locais para apoiarem os Aliados, conta à Lusa Xing Changyong, director do gabinete de relações internacionais do condado. Nos anos 1980, a política de Reforma e Abertura, adoptada pelo líder chinês Deng Xiaoping, impulsionou um segundo fluxo migratório, mas desta vez a batalha era outra: assegurar mercados para as fábricas que brotavam no leste chinês, à medida que o país se abria à iniciativa privada. Nesta parte da China, a geografia isolou historicamente as povoações, reforçando o sentimento de comunidade. Qingtian, que fala o seu próprio dialecto, fica num vale montanhoso, cortado pelo rio Oujiang, outrora a única saída para o exterior.
Hoje Macau China / ÁsiaPR timorense pede “relação construtiva” entre novo Governo e a oposição [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] Presidente da República timorense pediu uma “relação construtiva” entre o novo Governo, parte do qual tomou posse, e a oposição, para ultrapassar as normais diferenças políticas em prol do desenvolvimento nacional “Entre o Governo e a oposição deve haver uma relação construtiva com base em princípios, valores e regras constitucionais, tendo sempre em conta a defesa dos nossos interesses nacionais”, afirmou Francisco Guterres Lu-Olo, no discurso com que assinalou a tomada de posse de parte do VIII Governo constitucional. “As diferenças políticas em democracia são naturais. Na verdade, a democracia não funciona sem a oposição. Importa assim dar o devido valor ao papel da oposição na consolidação da nossa democracia”, defendeu. A tomada de posse ficou marcada por polémica depois de Francisco Guterres Lu-Olo ter excluído 11 pessoas da lista dos membros do Governo que iam tomar posse, para solicitar mais informação sobre o seu alegado envolvimento em casos com a justiça. Uma decisão que causou profundo mal-estar na Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), do Governo, levando o número dois do novo Executivo, Xanana Gusmão, a anunciar que não tomaria posse na sexta-feira. Sem se referir à polémica, Lu-Olo mostrou-se convicto que todas as forças políticas e sectores sociais concordam com “as grandes prioridades do desenvolvimento nacional”, que exige a participação de todos e a “capacidade de diálogo do Governo”, em prol da unidade nacional. “O meu apelo inclui os partidos que sustentam o Governo e igualmente os partidos da oposição. É salutar existir uma oposição experiente e activa, porque a crítica construtiva ajuda a melhorar o trabalho dos governos”, afirmou. “Mas há desafios que, para serem vencidos, requerem acordo entre Governo e oposição, em torno de objectivos claros quando são de interesse nacional”, sustentou. Lu-Olo lembrou o papel que os vários agentes do sistema constitucional têm, desde o Parlamento Nacional, que não só apoia um Governo estável, mas tem um papel importante “de fiscalização construtiva da actividade do Governo e aprovação de leis necessárias à modernização do país – com qualidade, competência e diálogo democrático”. “As democracias funcionam no espírito da separação dos poderes e, no espírito do controlo mútuo da sua acção. Os partidos e candidaturas políticas não podem ser simples máquinas de ganhar votos, só para estar no poder”, disse. “Todos nós, que fomos eleitos e respondemos perante os cidadãos, temos de honrar os compromissos que assumimos e as promessas que fizemos, durante as campanhas eleitorais”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaFutebol | Cerca de 100 treinadores portugueses apostam no ‘sonho chinês’ [dropcap style=’circle’] S [/dropcap] eguindo as pisadas de André Villas-Boas, Vítor Pereira, Paulo Bento e Paulo Sousa, cerca de uma centena de treinadores portugueses investem a carreira na China, onde o futebol vai ganhando cada vez mais força Nascido em Arganil, distrito de Coimbra, Gonçalo Figueira é treinador de futebol em duas escolas públicas de Pequim, parte de uma vaga de técnicos portugueses que rumou à China, atraídos pelo ‘sonho chinês’ para a modalidade. “Como ganhámos o campeonato europeu, a China olha hoje para nós como uma grande potência do futebol”, explica Figueira, 31 anos. “Isso valoriza o treinador português”, diz. De acordo com a contagem da agência Lusa, quase 100 treinadores portugueses de futebol vivem hoje no país asiático, desde a província de Jilin, na fronteira com a Coreia do Norte, à ilha tropical de Hainan, no extremo sul do país. Alguns são contratados por clubes e outros estão integrados no sistema de ensino público, que incluiu em 2015 a modalidade no desporto escolar, parte de um “plano de reforma do futebol” decretado pelo governo, visando elevar a selecção chinesa ao estatuto de grande potência. País mais populoso do mundo, com quase 1.400 milhões de habitantes – mais do dobro de toda a União Europeia -, a China ocupa o 75.º lugar do ‘ranking’ da FIFA, atrás de Cabo Verde, Burkina Faso e muitas outras pequenas nações em vias de desenvolvimento. A única participação do país asiático num mundial foi em 2002. O ‘sonho chinês’ para o futebol, anunciado pelo presidente Xi Jinping, passa por três etapas: qualificar-se para a fase final do mundial, organizar um mundial e vencê-lo, em meados deste século. O ensino público assume especial importância na formação de jogadores de futebol na China, onde existem pouco mais de 100 clubes – só no distrito do Porto, por exemplo, há cerca de 450. Para Chen Tao, responsável pelo departamento de educação física de uma das duas escolas onde Gonçalo Figueira lecciona, o “mais importante” agora é “fazer com que os miúdos gostem de futebol”. “No futuro, o plano é dar aos melhores na modalidade acesso privilegiado a escolas de topo”, como forma de “motivar” os atletas, revela. A cor do dinheiro O poder financeiro do país asiático, a segunda maior economia mundial, garante que técnicos portugueses continuarão a rumar ao país. “A nível monetário sem dúvida que compensa”, afirma Figueira, que tem um mestrado em treino desportivo especializado em futebol, pela Faculdade de Motricidade Humana, e chegou a Pequim em Abril de 2017. “Eu não acredito que hajam treinadores a ganhar tanto como eu na II liga [portuguesa]”, acrescenta. “E eu trabalho com escolas e eles com equipas profissionais”. Só a academia de futebol do Shandong Luneng, uma das mais prestigiadas da China, que acolhe 300 jovens futebolistas, e inclui 36 campos relvados, escola, restaurantes e hospital, conta com oito portugueses nos quadros. O coordenador técnico é o antigo director técnico da Federação Portuguesa de Futebol Francisco Silveira Ramos. Já na Superliga chinesa competem os treinadores portugueses Paulo Bento (Chongqing Dangdai Lifan), Vítor Pereira (Shanghai SIPG) e Paulo Sousa (Tianjian Quanjian), enquanto no Mundial da Rússia, pela primeira vez, a selecção portuguesa inclui um jogador que compete na China: José Fonte, do Dalian Yifang, titular contra Espanha e Marrocos. Poucos meses após chegar à capital chinesa, Gonçalo Figueira ganhou o campeonato do distrito de Haidian (norte de Pequim) com uma das suas escolas, numa conquista inédita para aquele estabelecimento de ensino. “Usámos métodos que os miúdos não estavam habituados e isso notou-se: houve uma evolução clara na táctica e posicionamento”, descreve. “Para eles, futebol era ir atrás da bola”, conta. “Não tinham noção do que é jogar sem bola, ou correr só o necessário”.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente das Filipinas confessa que não gosta de nomear mulheres [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, confessou hoje que prefere não nomear mulheres para “cargos importantes” no Governo, uma vez que se sente incomodado em pedir que cumpram determinadas missões ou tarefas. O controverso Chefe de Estado filipino exemplificou, dizendo que se sente “incomodado por pedir a uma mulher que vá de repente a Marawi”, cidade onde em 2017 se travou durante cinco meses uma sangrenta batalha entre o exército e partidários do movimento terrorista Estado Islâmico, comandados pelo grupo Maute. “Pode pedir-se isso a uma mulher, forçá-la a essa situação?”, questionou o presidente filipino,durante uma sessão pública de discussão de novas tecnologias. Duterte, que tem um largo registo de afirmações consideradas misóginas e sexistas, garante que prefere trabalhar com homens porque estes “podem receber uma avalanche de ordens sem se queixarem”. O governante de 73 anos diz ainda que há certos cargos “mais adequados às mulheres”, como a pasta do Turismo. No gabinete de Duterte têm assento cinco mulheres, nos departamentos de Turismo, Educação e Bem Estar Social e nas comissões contra a pobreza e dos muçulmanos. Duterte esteve no centro de mais uma polémica no início de junho quando beijou nos lábios uma mulher da comunidade filipina de Seoul, Coreia do Sul. Em fevereiro tinha também recomendado aos militares que “alvejassem a tiro as vaginas das guerrilheiras, para que estas não possam procriar.
Hoje Macau China / ÁsiaVice-ministra do Comércio promete abertura económica A vice-ministra do Comércio chinesa disse ontem, em Lisboa, que a China continua no caminho da “reforma e abertura” e que “a porta” vai estar cada vez mais aberta ao comércio e à cooperação económica [dropcap style≠‘circle’]G[/dropcap]aoYan que falava na abertura do encontro que reuniu ontem em Lisboa centenas de empresários da China e dos Países de Língua Portuguesa (PLP) assinalou que “a porta da China não vai fechar, pelo contrário, vai abrir cada vez mais”, destacando que “a reforma e abertura da China” se encontram no ponto mais alto da História. Considerou igualmente que “o futuro adivinha-se brilhante” para a cooperação económica entre a China e os PLP que está “cada vez mais estreita”. Para tal, conta com “o apoio imprescindível dos empresários” que são a “força motora” da cooperação entre a China e os PLP e afirmou que a China está disposta a partilhar resultados da reforma e abertura, apelando aos empresários que “agarrem esta oportunidade” para dar novo impulso à cooperação. Lionel em Lisboa O secretário da Economia e Finanças de Macau, Lionel Leong, reforçou que a “globalização económica é uma tendência irreversível”, salientando que “a China insiste na abertura ao exterior” e que a porta “será cada vez mais aberta”. Por outro lado, assinalou que a Região Administrativa Especial de Macau está “empenhada em impulsionar um sector financeiro com características próprias” e aprofundar a cooperação de serviços financeiros entre os PLP e a China. O vice-presidente do Conselho para a Promoção do Comércio Internacional da China, Chen Zhou, reafirmou o “apoio total para empresários que queriam investir e aumentar cooperação entre China e PLP”. Os responsáveis chineses participaram ontem no Encontro de Empresários para a Cooperação Económica Comercial entre a China e os PLP, que decorre em Lisboa até hoje e inclui uma visita técnica ao terminal de Sines. O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, afirmou que “o investimento chinês continua a ser bem-vindo” em Portugal e destacou o papel de Macau nas relações entre Portugal, China e os Países de Língua Portuguesa (PLP). Na sessão de abertura do Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os PLP, que decorre até hoje em Lisboa, o governante sublinhou o aumento das trocas comerciais entre os vários países e defendeu que Portugal deve continuar a capitalizar o investimento chinês. “Portugal é um país aberto que afirma o multilateralismo como forma de resolver conflitos mas também o investimento e comércio aberto e sem fronteiras como promotores de uma vida melhor e uma sociedade aberta e mais justa”, declarou.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente da Coreia do Sul na Rússia para reforçar relações O Presidente da Coreia do Sul iniciou ontem uma visita de três dias à Rússia, durante a qual vai debater com o homólogo russo a aproximação à Coreia do Norte e a desnuclearização do regime [dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]a primeira visita em 19 anos de um chefe de Estado sul-coreano à Rússia, Moon Jae-in vai discursar perante a Duma (parlamento), ao chegar a Moscovo, indicou em comunicado a Presidência da Coreia do Sul. Na intervenção, Moon vai abordar o reforço das relações bilaterais e o aliviar das tensões na península coreana, na sequência das duas cimeiras entre Moon e o líder norte-coreano, e da histórica reunião em Singapura entre Kim Jong-un e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante a visita, Moon tem previsto um encontro com o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, numa altura em que Seul pretende impulsionar a cooperação económica trilateral, entre as duas Coreias e a Rússia, parceira comercial de Pyongyang e interveniente nas antigas negociações a seis [Coreia do Norte, Coreia do Sul, China, Rússia, Estados Unidos e Japão] sobre o programa nuclear norte-coreano. Diplomacia e futebol No encontro de Moon com o Presidente russo, Vladimir Putin, a cooperação trilateral, em áreas como transportes ferroviários ou a distribuição de eletricidade e gás, deverá ser abordada. “Espera-se que a visita ajude a promover a cooperação estratégica no nordeste da Ásia, no âmbito dos actuais progressos positivos em matéria de segurança e de esforços para conseguir a desnuclearização da península”, afirmou um dos directores de Segurança Nacional sul-coreano, Nam Gwan-pyo, à agência de notícias sul-coreana Yonhap. O Presidente sul-coreano termina a visita à Rússia, no próximo sábado, com uma deslocação a Rostov para assistir ao jogo entre as selecções da Coreia do Sul e do México para o Mundial de futebol 2018.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Governo de Taiwan analisa conflito entre Washington e Pequim [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, convocou ontem uma reunião governamental especial para analisar os efeitos na segurança da ilha no conflito comercial entre Estados Unidos e China, anunciou o porta-voz presidencial, Wong Chung. O encontro contou com a presença do primeiro-ministro Lai Ching-Te, o secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional da ilha, David Lee, entre outros responsáveis de vários organismos que vão analisar a questão para decidir eventuais medidas. Até ao momento, o conflito comercial entre Washington e Pequim tem “um impacto económico limitado” em Taiwan e os seus empresários na China, afirmou Wong. Mas se o conflito se agravar “vai desencadear maior proteccionismo e alta volatilidade nos mercados financeiros e no comércio”, acrescentou. É também importante prestar atenção às “mudanças estruturais que pode causar” como, por exemplo, em relação à participação de Taiwan “na cadeia de abastecimento da região” e nas “relações trilaterais entre a China, os Estados Unidos e a ilha”, disse o porta-voz. O Ministério da Economia da ilha tinha já assinalado que as empresas de Taiwan com fábricas na China e exportações para os Estados Unidos vão ser as mais afectadas por este conflito comercial, especialmente na produção de maquinaria, equipamentos electrónicos, peças automóveis e instrumentos ópticos.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreias | China quer desempenhar “papel construtivo” na desnuclearização [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês quer que a China desempenhe “um papel construtivo” na desnuclearização da Coreia do Norte, um compromisso expresso na sua terceira reunião com o líder norte-coreano, informaram ontem os ‘media’ do regime. Durante o novo encontro de terça-feira em Pequim entre Xi Jinping e Kim Jong-un, o Presidente chinês “expressou o seu firme apoio” à desnuclearização da península coreana. A reunião entre Xi e Kim decorreu “de maneira cordial, aberta e amistosa”, durante a qual o líder norte-coreano transmitiu a sua gratidão ao Presidente chinês pelo apoio da China na cimeira histórica que Pyongyang realizou com Washington a 12 de Junho em Singapura, adiantou a agência estatal da Coreia do Norte, KCNA. Kim Jong-un declarou ainda que a Coreia do Norte vai cooperar com a China “no processo de abertura de um novo futuro na península coreana e na região” e comprometeu-se a consolidar as relações bilaterais, segundo uma informação da KCNA sobre a viagem e este encontro. A aproximação de Pyongyang e Pequim verifica-se depois de cinco anos de relações tensas que coincidiram com a chegada ao poder de Xi Jinping em 2013 e a execução do tio do líder norte-coreano, ordenada nesse mesmo ano por Kim Jong-un, na altura ‘número dois’ do regime e que mantinha um vínculo estreito com Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaQuase 12 mil deslocados devido a combates no sul das Filipinas [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]elo menos 11.700 pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas na ilha de Mindanao, no sul das Filipinas, devido a novos combates entre o exército e o grupo extremista Maute, anunciou ontem o Governo filipino. A ofensiva, que começou no domingo, intensificou-se nas últimas 24 horas, o que resultou no dobro da população deslocada, já superior a 2.200 famílias, indicou o Conselho de Gestão de Redução de Risco de Desastres da província de Lanao del Sur. Desde domingo foram abatidos cinco presumíveis extremistas islâmicos na operação que tem como objectivo a captura do líder do Maute, Abu Dar, conhecido como o “emir” do grupo extremista Estado Islâmico (EI) no Sudeste Asiático, disse aos meios de comunicação locais o coronel Romeo Brawner, porta-voz da primeira divisão de infantaria na zona. De acordo com informações dos serviços secretos, Abu Dar encontra-se no enclave montanhoso de Lanao del Sur, entre as cidades de Pagayawan e Tubaran. As autoridades filipinas consideram Abu Dar um dos líderes do cerco de cinco meses a Marawi. Em Maio do ano passado, os extremistas do Maute tomaram Marawi, capital de Lanao del Sur, uma acção que desencadeou um conflito armado que se prolongou por cinco meses e causou a morte de 920 rebeldes, 165 soldados e 47 civis. As autoridades registaram ainda cerca de 360 mil deslocados. Os rebeldes, que hastearam bandeiras negras do EI, contaram com abundantes recursos e tempo para planear aquele que foi o maior conflito armado das últimas décadas nas Filipinas, segundo os serviços secretos filipinos. O conflito levou o Presidente filipino, Rodrigo Duterte, a declarar a lei marcial em toda a região de Mindanao, onde vivem perto de 20 milhões de pessoas, uma medida de excepção que estará em vigor até final deste ano. Com perto de 20 por cento da população muçulmana, Mindanao é palco, há décadas, de conflitos entre o Governo e diferentes grupos extremistas, incluindo a organização extremista Abu Sayaf, também próxima do EI.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Matan Ruak apresentou lista de membros do Governo Taur Matan Ruak, o novo primeiro-ministro timorense, apresentou ontem ao Presidente da República a lista com os membros do VIII Governo com os quais deverá tomar posse na sexta-feira [dropcap style≠’circle’]”E[/dropcap]ntreguei a lista dos membros do VIII Governo ao senhor Presidente, a quem cabe dar toda a informação. Agora cabe ao senhor Presidente da decisão sobre a tomada de posse”, disse numa curta declaração, depois de uma curta reunião de menos de 30 minutos com o Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, no Palácio Presidencial, em Díli. Pouco depois, Francisco Guterres Lu-Olo, convocou ainda uma conferência de imprensa sobre a formação do VIII Governo. Lu-Olo já nomeara Taur Matan Ruak, seu antecessor no cargo, como o novo primeiro-ministro de Timor-Leste. “É nomeado primeiro-ministro o senhor Taur Matan Ruak, com efeitos a partir de 22 de Junho de 2018”, refere o curto decreto de três parágrafos de Francisco Guterres Lu-Olo, publicado hoje no Jornal da República. O texto recorda que a constituição atribui ao chefe de Estado a “competência para nomear o primeiro-ministro, ouvidos os partidos políticos representados no Parlamento Nacional”. O elenco do próximo Governo é formado por elementos dos três partidos que integram a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), que venceu as legislativas antecipadas com maioria absoluta. O lugar de Xanana Ainda que a lista dos membros do executivo não tenha sido divulgada, fontes da AMP confirmaram que o número dois do executivo será Xanana Gusmão, líder da coligação e presidente do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT). O executivo deverá tomar posse na sexta-feira numa cerimónia no Palácio de Lahane, nos arredores da capital timorense. Antes do encontro com Taur Matan Ruak, o chefe de Estado reúne-se pela primeira vez com o presidente e restantes elementos da mesa do Parlamento Nacional, que foram eleitos na semana passada. Na quinta-feira, o Parlamento deverá reunir em sessão extraordinária para autorizar um pedido de deslocação ao exterior do Presidente da República que, entre 26 e 30 de Junho, se desloca a Jakarta naquela que é a sua primeira visita desde que tomou posse em 2017. O senhor brigadeiro O “número dois” das Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), o brigadeiro-general Filomeno Paixão, pediu a exoneração do cargo, devendo na sexta-feira tomar posse como novo ministro da Defesa, afirmou ontem o Presidente timorense. “O senhor brigadeiro-general fez o pedido de passagem à reforma ao senhor comandante Lere e enviou uma carta. Penso que o processo será relativamente fácil”, disse à Lusa Francisco Guterres Lu-Olo. Filomeno Paixão deverá assim passar à reforma nas forças timorenses e na sexta-feira tomar posse como ministro da Defesa do VIII Governo constitucional, cujo primeiro-ministro será o seu antigo comandante Taur Matan Ruak. “Quero deixar aqui um vivo reconhecimento por tudo o que fez durante todos estes anos”, disse Lu-Olo. “Quando desci das montanhas foi a primeira pessoa que vi a trabalhar nas Falintil, nos momentos antes de transformação em FDTL”, afirmou. Pelo passado e ligação de Filomeno Paixão às forças de defesa, e antes disso ao braço armado da resistência timorense, o Presidente de Timor-Leste considerou ser uma escolha “muito boa” para o cargo de ministro da Defesa. Nascido em 1953, Filomeno da Paixão de Jesus ingressou nas Falintil em 1975, aquando da sua formação e, com a restauração da independência permaneceu integrado nas fileiras das Forças de Defesa timorenses. Condecorado pelo Presidente timorense pelos serviços prestados na operação Halibur, desencadeada em Fevereiro 2008 pelas forças armadas e polícia para capturar o grupo responsável pelo ataque contra o então Presidente timorense José Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão timorenses, Filomeno da Paixão de Jesus foi promovido a coronel a 14 de Janeiro de 2009, tendo posteriormente completado o Curso de Promoção a Oficiais Generais. Era, desde 2010, chefe de Estado-Maior das F-FDTL.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Suspensão de manobras militares na próxima semana [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s forças armadas da Coreia do Sul anunciaram ontem a suspensão das manobras militares para facilitar o diálogo com a Coreia do Norte, disse um porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano. As manobras Taeguk, cujo início estava previsto para 26 de Junho próximo, foram adiadas e está a ser “revista a data e a forma mais adequada para a sua execução”, explicou a mesma fonte à agência noticiosa espanhola EFE. Realizadas todos os anos desde 1995, em Maio ou Junho, pelo exército sul-coreano, as Taeguk prolongam-se por três dias e esta é a primeira vez que são adiadas. Este anúncio surgiu um dia depois da suspensão oficial das manobras anuais conjuntas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, Ulchi Freedom Guardian, que normalmente decorrem em Agosto. A decisão de suspender temporariamente as manobras anuais conjuntas dos dois aliados deveu-se à actual política de diálogo com o regime norte-coreano e a sua eventual desnuclearização. A suspensão das manobras foi inicialmente anunciada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sequência da histórica cimeira da semana passada, em Singapura, com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, na qual concordaram que Pyongyang abandonaria o programa nuclear. Em contrapartida, Washington garantiria a segurança do regime. Seul disse ainda esperar um gesto recíproco de Pyongyang, na sequência da suspensão das manobras militares. A ministra dos Negócios Estrangeiros sul-coreana, Kang Kyung-wha, sublinhou que a suspensão das manobras não “é irreversível”, e que futuras decisões neste âmbito vão depender dos gestos de Pyongyang. Kang lembrou que o regime se comprometeu, na cimeira de Singapura, a desmantelar um centro de testes de mísseis e que Seul espera o encerramento destas instalações “para breve”.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Supremo Tribunal começa a apreciar lei que proíbe casamento ‘gay’ O Supremo Tribunal da Filipinas começou a apreciar, na terça-feira, a lei que proíbe o casamento ‘gay’ no país, algo inédito no arquipélago, onde a maioria da população é católica [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]ois casais homossexuais, a quem foi negado o direito de casarem, interpuseram uma acção judicial no Supremo Tribunal a favor da abolição de uma lei de 1987, que define o casamento como um acto entre um homem e uma mulher. “Quando o direito de casar, uma decisão tão pessoal, íntima e transformadora, é negado ao povo Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgénero (LGBT), o Estado priva-o da sua dignidade”, declarou o advogado Jesus Falcis, que também é um dos reclamantes. A audiência começou na terça-feira, mas o caso deve arrestar-se por muito tempo, já que o Tribunal demorou três anos a dar início ao processo. Especialistas consideraram um grande avanço a abertura do processo. “O julgamento será histórico porque o Supremo Tribunal nunca antes tinha sido chamado a pronunciar-se sobre o assunto”, disse à agência noticiosa francesa AFP, o professor de Direito da Universidade das Filipinas Antonio La Vina. A questão religiosa Sem contar com o Vaticano, as Filipinas, onde 80 por cento dos 100 milhões de pessoas são católicas, são o único lugar no mundo onde o divórcio é ilegal. O aborto também é proibido, em grande parte devido à influência da Igreja. Esta mentalidade pode estar contudo a alterar-se. Em Dezembro, o Presidente da Filipinas, Rodrigo Duterte, disse apoiar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. “Eu sou a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. O problema é que precisamos de mudar a lei, mas podemos mudar a lei”, afirmou Rodrigo Duterte, durante uma manifestação da comunidade LGBT. Em Maio, a Câmara dos Deputados aprovou a legalização do divórcio, mas é improvável que o texto passe no Senado, que tem forte ligações com a Igreja. Os líderes da Igreja católica no país opõem-se claramente à legalização do divórcio, casamento ‘gay’ e aborto. A Igreja lutou também contra uma lei sobre contracepção e o seu financiamento público, mas a nova legislação foi aprovada, estando já em vigor.
João Santos Filipe China / ÁsiaCentral Nuclear de Taishan terá entrado em funcionamento [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] reactor número 1 da Central Nuclear de Taishan, a cerca de 80 quilómetros de Macau, entrou em funcionamento de forma “secreta” no início do mês. A notícia foi avançada pela agência FactWire, de Hong Kong, que refere que a uma semana da entrada em funcionamento da infra-estrutura foram detectados mais problemas pelo Governo chinês, nomeadamente através da Administração Nacional para a Segurança Nuclear (NNSA, na sigla inglesa). A notícia tem por base a informação divulgada na página da Agência Internacional da Energia Atómica, que colocou, no dia 6 de Junho, no campo do estado do reactor da Central Nuclear de Taishan a expressão “em funcionamento”. Contudo, diz a FactWire, o maior accionista, a empresa China General Nuclear Power, nunca declarou essa informação de forma oficial nem publicamente. Ainda de acordo com a agência de Hong Kong, uma semana antes da entrada em funcionamento da Central Nuclear de Taishan, um relatório da NNSA apontava para várias falhas nas operações. Na sequência de uma inspecção nos finais de Maio, o regulador chinês declarou que tinha encontrado lacunas nos sistemas de monitorização da actividade dos reactores, assim como falhas humanas nas respostas aos falsos alarmes. Segundo o mesmo relatório, a empresa tinha de corrigir as falhas apontadas, antes de colocar em funcionamento o reactor. Tecnologia com atrasos Por outro lado, foram deixadas sugestões por parte do regulador, como a necessidade de haver maior formação para reduzir as hipótese de erros humanos. O relatório não indica o tempo necessário para corrigir os trabalhos. Também não existe informação se os problemas identificados foram corrigidos no espaço de seis dias, ou seja até à altura do funcionamento da central nuclear. Recorde-se que os projectos que recorrem a Reactores de Água Pressurizada Europeus têm tido vários atrasos. Nos países onde também estão a ser instalados, nomeadamente França e Finlândia, houve sucessivos atrasos nas obras e foram detectados vários defeitos. A Central Nuclear de Taishan será assim a primeira a entrar em funcionamento com recurso a este tecnologia. Também em Dezembro do ano passado houve um acidente nas instalações a 80 quilómetros de Macau, quando uma caldeira da central nuclear apresentou fissuras durante um teste. O Governo de Macau tem um mecanismo de comunicação com as autoridades de Cantão sobre esta central nuclear, contudo, até ontem à noite não tinha sido comunicada, nos canais oficiais, a entrada em funcionamento da infra-estrutura.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Banco ANZ anuncia fim de actividade de retalho em Setembro [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] banco australiano ANZ anunciou ontem que vai fechar, a partir de Setembro, a sua actividade de retalho concentrando-se apenas no sector comercial, considerando que essa é a melhor forma de apoiar os principais clientes da instituição. Em comunicado divulgado ontem o banco explica que todos os produtos e serviços de retalho vão fechar a 28 de Setembro deste ano e que a instituição “vai reorientar os seus negócios em Timor-Leste para banca comercial”. “A nossa prioridade estratégica em todo o Pacífico é construir um negócio sustentável, o que significa concentrar os nossos esforços e capital onde podemos ter o impacto mais forte”, explicou Tessa Price, responsável regional do ANZ para o Pacífico. Price considera que o ANZ é “o maior banco comercial em Timor-Leste” orientando a sua acção para apoio a “clientes impulsionados pelos fluxos de comércio e capital na região” e que no retalho é “o menor de todos os bancos em Timor-Leste, com menos de 2 por cento de quota de mercado”. “Estamos confiantes que Timor-Leste irá desfrutar de prosperidade económica a longo prazo e, concentrando-se na banca comercial, podemos ter um impacto ainda maior no bem-estar dos nossos clientes e da comunidade aqui”, sublinhou. Andre Young, responsável do banco em Timor-Leste, disse que a decisão pretende criar um “banco mais simples, com um foco claro em serviços bancários comerciais” e capaz de “oferecer melhor serviço aos clientes comerciais, investindo os esforços e recursos no negócio”. “Continuamos comprometidos com Timor-Leste, onde estamos presentes desde 2001, e continuaremos a fornecer produtos internacionais para atender os clientes comerciais da região, com foco no comércio e nos mercados globais”, frisou. Empregos garantidos Young garantiu que todos os funcionários no sector de retalho terão outros cargos noutras áreas do banco. Uma porta-voz do ANZ disse à Lusa que o fim da componente de retalho “não terá um impacto nos custos de fundos”. A mesma fonte negou à Lusa que a decisão do banco tenha a ver com a situação económica e política que Timor-Leste viveu no último ano, com o impasse entre Governo e parlamento a levar a eleições antecipadas. O país ainda está à espera da formação do novo Governo e da aprovação de orçamento para este ano, com Timor-Leste a viver com duodécimos desde Janeiro. No final de Março deste ano, segundo informação publicada pelo ANZ, o banco tinha empréstimos a clientes no valor de 43 milhões de dólares – o segundo maior volume do sistema financeiro de Timor-Leste, atrás do timorense BNCTL. O banco tinha depósitos de clientes no valor de 139,33 milhões de dólares, com depósitos de 139,33 milhões, o terceiro maior valor das seis instituições financeiras que operam no país.
Hoje Macau China / ÁsiaPolítica | Povoação onde Xi “se fortaleceu” torna-se local de doutrinação [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] aldeia onde Xi Jinping passou a adolescência tornou-se num local de peregrinação para funcionários públicos e membros do partido. Liangjiahe, no noroeste da China, entrou no mapa como um sítio de devoção e enaltecimento das capacidades do mais poderoso líder político chinês das últimas décadas. À entrada da aldeia Liangjiahe, no árido noroeste chinês, três dezenas de polícias fardados ouvem uma guia contar as façanhas do Presidente Xi Jinping durante um dos períodos mais brutais na história recente da China Os polícias seguem depois um trajecto de centenas de metros, onde examinam um poço e um sistema que converte estrume em gás metano, construídos por Xi durante os sete anos que o forjaram no líder chinês mais forte das últimas décadas. “Viemos estudar o pensamento de Xi Jinping na Nova Era”, explica um funcionário público de um condado da província de Shandong, a quase mil quilómetros dali. Um segundo grupo, composto por 40 funcionários do município de Pequim, viajou 11 horas de comboio. Outros viajaram oito horas de camioneta, desde Hubei, centro do país. Desde que ascendeu ao poder, em 2013, Xi Jinping tornou-se o núcleo da política chinesa, desmantelando o sistema de “liderança colectiva” cimentado pelos líderes chineses desde finais dos anos 1970. Sob a sua liderança, que após uma emenda constitucional recente passou a ser vitalícia, as autoridades têm reforçado o controlo ideológico sobre a sociedade, ensino ou religião. Situado a 80 quilómetros da cidade de Yan’an, o bastião do Partido Comunista (PCC) durante a guerra civil chinesa, Liangjiahe tornou-se um destino obrigatório para funcionários públicos chineses e os quase 90 milhões de membros do PCC. Nas paredes da gruta onde Xi passou a sua adolescência estão afixadas fotografias suas e edições dos anos 1960 do jornal oficial do partido. Garrafas térmicas, lâmpadas de querosene e uma cama espartana dão ao local um ar autêntico. O leitor Entre quase 30 livros que Xi terá deixado na aldeia, além de obras sobre Marxismo e a revolução soviética, constam os romances “Velho e o Mar”, de Ernest Hemingway, ou “Noventa e três”, de Victor Hugo. “Os camponeses lembram Xi como um leitor voraz, que gostava de lhes contar sobre as histórias que lia”, conta uma local. Xi chegou a Liangjiahe em 1969, seguindo um fluxo de jovens urbanos para as aldeias do interior, para “aprenderem com os camponeses”, parte de uma radical campanha de massas lançada pelo fundador da República Popular, Mao Zedong. Tinha 15 anos. A China estava então mergulhada no caos e violência, com dezenas de milhões de pessoas a serem perseguidas, presas e torturadas sob a acusação de serem reaccionárias ou “inimigos de classe”. Mais de um milhão morreu. Filho de um general, Xi estudava até então num liceu de Pequim, que passou a ser considerado um “berço para mimar os filhos dos altos quadros do partido e gerador de uma classe sucessora da burguesia”. O seu pai, classificado de “revisionista infiltrado”, foi enviado para trabalhar numa fábrica de tractores, antes de ser preso. A sua irmã mais velha, Xi Heping, suicidou-se. Nas ruas da capital chinesa, Xi passou a ser vítima dos abusos dos guardas vermelhos, os jovens radicais que constituíam “a vanguarda da Revolução Cultural”, antes de ser enviado para Liangjiahe. “Toda a gente no comboio estava a chorar, mas eu sorria”, recordou o líder chinês numa entrevista, em 2004, sobre a sua partida. “Se eu não deixasse Pequim, não sei se sobreviveria”. Ao longo da sua vida, Xi continuou a visitar a aldeia, ilustrando a importância do local na sua formação. “Como se costuma dizer: a faca afia-se contra a pedra; as pessoas fortalecem-se nas adversidades”, comentou, anos mais tarde. “Aquele período na aldeia deu-me forças para reagir perante os obstáculos”. Todos os funcionários que diariamente acorrem a Liangjiahe – no ano passado a aldeia recebeu mais de um milhão de visitantes – envergam um crachá com a inscrição “em formação”. Mas Zhan, um taxista local de 27 anos, desmistifica: “Na verdade, eles só vêm para aqui divertir-se”. Às 11 da noite, o mercado noturno de Yan’an enche-se de jovens membros do PCC, oriundos de vários pontos da China. Nas mesas das esplanadas, que acomodam baldes de cinco litros de cerveja e espetadas de carne, eles brindam e festejam.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Washington quer um desarmamento “completo” [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, insistiu ontem, em Seul, que Washington quer a desnuclearização completa de Pyongyang com base no que foi estipulado na cimeira entre o presidente Donald Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Pompeo sublinhou que o seu governo aposta na “desnuclearização completa, verificável e irreversível”, como declarou antes da cimeira. As palavras de Pompeo chegam em resposta à imprecisão dos termos empregados na declaração conjunta que Kim e Trump assinaram ao final da sua reunião histórica em Singapura, na última terça-feira. Trump e Kim assinaram um texto onde se comprometem em abrir uma nova era de relações e estabelecer “uma paz estável e duradoura”, enquanto Washington oferece garantias de sobrevivência ao regime e ambos trabalham para conseguir a desnuclearização da península coreana. No entanto, nenhum mecanismo concreto ou prazo de implementação para nenhum dos pontos foi detalhado, algo que, segundo Washington, será negociado em sucessivas conversas. Pompeo também afirmou que não serão relaxadas as sanções sobre a Coreia do Norte antes de alcançar a mencionada “desnuclearização completa” e que Kim “entende a urgência” de um processo que, segundo ele, será implementado de maneira “sequencial e com condições”. Tóquio e Pyongyang: cimeira à vista Por outro lado, o Japão e a Coreia do Norte estão a negociar a realização de uma cimeira entre o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, que poderia acontecer em Agosto ou Setembro, informou nesta quinta-feira o jornal nipônico “Yomiuri”. Autoridades dos dois países conversaram várias vezes nos últimos meses para negociar o encontro, que poderia ocorrer em Pyongyang em Agosto ou durante um fórum internacional, no mês seguinte, segundo fontes do governo ouvidas pelo jornal. O primeiro-ministro japonês declarou que está “decidido” que o Japão se reúna “directamente” com a Coreia do Norte para resolver seus conflitos, em declarações após Trump ter comunicado ao líder norte-coreano algumas das preocupações de Tóquio. O encontro serviria para resolver problemas como o desenvolvimento de mísseis e nuclear e os sequestros de cidadãos japoneses cometidos há décadas pelo regime, disse o porta-voz do Executivo, Yoshihide Suga. No entanto, nada foi “decidido ainda”. Militares discutem fim dos exercícios Entretanto, a Coreia do Norte e a Coreia do Sul estão em conversações ao mais alto nível militar para abordar a redução de tensões na zona de fronteira entre os dois países. O objectivo deste encontro na vila fronteiriça de Panmunjom é o de alcançar um firme compromisso por parte da Coreia do Sul de terminar os exercícios militares com os Estados Unidos. Estas negociações são as primeiras a integrarem generais de ambas as Coreias desde Dezembro de 2007. “Nós vamos investir os nossos melhores esforços para garantir uma nova era de paz na Península Coreana”, sublinhou o major-general sul-coreano Kim Do-gyun antes do encontro. Os militares coreanos poderão ainda discutir temas como a promoção de um diálogo regular e a criação de um ‘canal aberto’ entre os oficiais de topo. Já o Japão considera que a presença das tropas norte-americanas na Coreia do Sul e as manobras militares conjuntas dos dois países “desempenham um papel vital” para a segurança da Ásia de Leste, afirmou o ministro da Defesa japonês. “Os exercícios e a presença militar dos EUA desempenham um papel vital na segurança da Ásia de Leste”, declarou Itsunori Onodera, em resposta ao anúncio do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a interrupção destes exercícios.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Banco Central mantém taxa de juros [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] banco central da China deixou ontem inalteradas as taxa de juros para empréstimos interbancários, uma decisão inesperada que coincide com o aperto da política monetária nos Estados Unidos e foi tomada juntamente com a divulgação de dados que mostram que a segunda maior economia do mundo perdeu mais força do que o esperado. A decisão do Banco Popular da China destacou a incerteza sobre as perspectivas económicas no momento em que as autoridades tentam enfrentar o desafio de uma disputa comercial com os Estados Unidos e a batalha do governo contra a dívida. A taxa para operações de recompra reversa de sete dias foi mantida em 2,55 por cento, a de 14 dias permaneceu em 2,70 por cento e a de 28 dias ficou em 2,85 por cento, disse o banco central em comunicado em seu site. As recompras reversas são uma das ferramentas mais usadas do banco central para controlar a liquidez no sistema financeiro. Analistas esperavam que o banco central chinês acompanhasse o Federal Reserve e elevasse o juros, como tem a tendência de fazer, para manter estável o spread entre os rendimentos dos títulos chineses e norte-americanos, reduzindo os riscos de potencial saída de capital que poderia pressionar o yuan. “Mas parece agora que o banco central chinês não precisa mais estabilizar a moeda”, disse Ken Cheung, estrategista sénior do Mizuho Bank. “Os dados económicos de Maio mostraram fraqueza na economia. Acredito que eles escolheram não elevar os juros agora para manter o ímpeto de crescimento económico.” A China divulgou dados de actividade mais fracos do que o esperado para Maio, ampliando a visão de que a economia está finalmente a começar a desacelerar sob o peso do prolongado combate aos empréstimos mais arriscados que eleva os custos do empréstimo a empresas e consumidores. Na quarta-feira o Fed elevou a taxa de juros nos EUA em 0,25 ponto percentual pela segunda vez no ano, e deve fazer mais dois aumentos em 2018.
Hoje Macau China / ÁsiaDireitos humanos | ONG pedem à UE que exija a Pequim libertação de activistas [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] rganizações não-governamentais (ONG) apelaram ontem aos líderes da União Europeia para que, na cimeira UE-China, exijam que Pequim liberte activistas pelos direitos humanos, incluindo a viúva do Nobel da Paz Liu Xiaobo, e o livreiro sueco Gui Minhai. Numa carta conjunta com outras 23 organizações não-governamentais, a Human Rights Watch (HRW) lembra que “os líderes da UE, que prometeram o seu total apoio a corajosos defensores dos direitos humanos, vão visitar Pequim quando se comemora um ano desde a morte de Liu Xiaobo, sob custódia da polícia”. “Esses líderes devem agora respeitar os seus compromissos e exigir a libertação imediata de Liu Xia [viúva de Liu Xiaobo], Gui Minhai e muitos outros”, lê-se no comunicado da HRW. Liu Xia está em prisão domiciliária desde que o marido ganhou o Nobel da Paz, em 2010. Gui Minhai, de 53 anos, seguia num comboio com dois diplomatas suecos, em 20 de Janeiro passado, quando foi detido por polícias chineses, em Pequim. Era o dono da “Mighty Current”, editora de Hong Kong conhecida por publicar livros críticos dos líderes chineses. O Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Junker, o Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e a Alta Representante para os Negócios Estrangeiros da UE, Federica Mogherini, vão participar da cimeira UE-China, em meados de Julho, com altos funcionários chineses. A HRW reconhece que a UE tem reagido face às medidas repressivas da China contra os direitos humanos, incluindo através de intervenções no Conselho da ONU para os Direitos Humanos e demonstrações de preocupação e apoio a activistas. “No entanto, nenhuma das acções da UE produziu a libertação de qualquer activista na China e a UE ainda não cumpriu com a sua promessa de colocar todo o seu peso na defesa de defensores da liberdade, democracia e direitos humanos”, nota a HRW. A organização lembra que o Governo chinês “sistematicamente nega direitos fundamentais” a minoria étnicas e comunidades religiosas. “A China exporta cada vez mais as suas práticas abusivas através de instituições internacionais – como investigações criminais politizadas através da Interpol – enquanto tenta travar activistas independentes de participarem em fóruns sobre os direitos humanos, incluindo na ONU”, afirma.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Pequim ameaça anular acordos caso EUA avancem com taxas alfandegárias [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] China renovou ontem a ameaça de invalidar qualquer acordo comercial com os Estados Unidos, na véspera de Washington anunciar uma lista de produtos chineses que serão submetidos a taxas alfandegárias. “Já tornámos claro que caso os EUA avancem com sanções comerciais, incluindo a imposição de taxas alfandegárias, qualquer dos acordos alcançados entre os dois lados no comércio e economia não entrarão em efeito”, afirmou o porta-voz da diplomacia chinesa Geng Shuang. A Casa Branca anunciou, no mês passado, que iria publicar em 15 de Junho uma lista de produtos chineses, que no ano passado valeram 50.000 milhões de dólares nas exportações chinesas para os EUA, para serem penalizados com um aumento das taxas alfandegárias, em retaliação contra o que considera o sistemático roubo de propriedade intelectual norte-americana pela China. A decisão foi anunciada apesar de Pequim concordar em “aumentar significativamente” as suas compras de produtos agrícolas e recursos energéticos norte-americanos e anunciar um corte nos impostos sobre importações de automóveis e outros bens de consumo. Resistência chinesa Economistas consideram que Pequim vai resistir às exigências dos EUA para que pare de subsidiar indústrias chave e garanta uma melhor protecção dos direitos de propriedade intelectual das empresas norte-americanas, as principais fontes de tensão com Washington. A China ameaçou também anteriormente retaliar com taxas alfandegárias sobre um conjunto de produtos que no ano passado totalizaram 50.000 milhões de dólares nas exportações dos EUA para o país. Entretanto, vários exportadores chineses estão a acelerar os pedidos de ordens, pressionados por uma possível guerra comercial com Washington. “Algumas empresas aumentaram o número de ordens curtas para evitar riscos”, admitiu ontem o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros. “No entanto, não se trata da tendência dominante e não afectará a situação do nosso país ou o desenvolvimento saudável e estável do comércio externo”, ressalvou. Pelas contas de Washington, no ano passado, a China registou um excedente de 375,2 mil milhões de dólares – quase o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) português – no comércio com os EUA. O Presidente norte-americano, Donald Trump, exige a Pequim uma redução do défice dos EUA em, “pelo menos”, 200.000 milhões de dólares, até 2020, visando cumprir com uma das suas principais promessas eleitorais. Trump quer ainda taxas alfandegárias chinesas equivalentes às praticadas pelos EUA e que Pequim ponha fim a subsídios estatais para certos setores industriais estratégicos.
Hoje Macau China / ÁsiaDonald Trump aceitou convite para visitar Pyongyang – agência coreana [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente norte-americano aceitou um convite do líder norte-coreano para um encontro em Pyongyang, tendo igualmente convidado Kim Jong-un para se deslocar aos Estados Unidos da América, segundo a agência oficial da Coreia do Norte. No primeiro balanço da cimeira de Singapura entre os responsáveis políticos dos dois países, a agência KCNA apontou que este encontro abre a porta a “uma mudança radical”. “Kim Jong-un convidou Trump a fazer uma visita a Pyongyang num momento oportuno e Trump convidou Kim Jong-un a deslocar-se aos Estados Unidos”, referiu a KCNA. A agência garante, também, que o Presidente dos EUA evocou “um levantamento das sanções” contra o regime de Pyongyang. “O mundo deu um grande passo atrás numa possível catástrofe nuclear! Não há mais lançamentos de foguetões, testes nucleares ou pesquisas!”, escreveu Trump na rede social Twitter, aproveitando a longa viagem de regresso de Singapura para Washington. O jornal oficial norte-coreano Rodong Sinmun tem na sua primeira página uma fotografia do aperto de mão histórico entre Donald Trump e Kim Jong-un. No total, publica 33 fotografias do encontro entre os dois líderes ao longo de quatro das seis páginas do jornal, que foram mostradas na televisão norte-coreana. Ao lerem o jornal nos transportes públicos, os habitantes de Pyongyang veem pela primeira vez as fotografias do seu líder com o Presidente dos EUA, habitualmente apresentado como sendo o diabo, relatam jornalistas da AFP, no local. “O encontro do século abre uma nova era da história das relações” entre aqueles dois países é o título da publicação Rodong Sinmun. “A travessia movimentada em direção à desnuclearização da península coreana e uma paz permanente só está a começar”, analisa com mais prudência o jornal sul coreano Hankook. Trump e Kim Jong-un realizaram na terça-feira a primeira cimeira da história entre os líderes dos dois países, durante a qual se comprometeram a “construir um regime de paz duradouro e estável na península coreana”. Um simbólico aperto de mão deu início ao primeiro encontro entre os líderes dos dois países depois de quase 70 anos de confrontos políticos no seguimento da Guerra da Coreia (1950-53) e de 25 anos de tensão sobre o programa nuclear de Pyongyang.
Hoje Macau China / ÁsiaWashington espera que “essencial” do desarmamento norte-coreano ocorra até 2020 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Estados Unidos esperam que “o essencial do desarmamento nuclear” da Coreia do Norte ocorra até ao final do mandato de Donald Trump, “dentro de dois anos e meio”, declarou hoje o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo. “Estamos esperançosos de conseguir isso nos próximos dois anos e meio”, “durante o primeiro mandato do presidente”, que termina em 2020, afirmou Pompeo em declarações aos jornalistas em Seul. O secretário de Estado norte-americano disse ainda que o compromisso assumido na cimeira de Singapura, que reuniu o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, para “uma desnuclearização completa da península coreana” será “verificável e irreversível”, como exigiam os Estados Unidos. A administração norte-americana tem sido alvo de críticas dado que o texto assinado pelos dois dirigentes não inclui esses termos e tem sido considerado vago. O presidente dos Estados Unidos e o líder norte-coreano tiveram na terça-feira um encontro histórico em Singapura, no final do qual Donald Trump disse estar preparado para iniciar uma nova etapa nas relações com a Coreia do Norte e Kim Jong-un comprometeu-se com a desnuclearização completa do arsenal de Pyongyang.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim e Teerão fortalecem a cooperação estratégica [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s dois líderes conversaram depois de participar da 18ª cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) na cidade de Qingdao, e atingiram alguns consensos. Xi começou por dar as boas-vindas a Rouhani pela sua visita à China e a participação na cimeira. Xi recordou que a China e o Irão anunciaram o estabelecimento da parceria estratégica abrangente durante sua visita de Estado ao Irão em 2016 e disse que os dois países aumentaram a cooperação e implementaram plenamente os consensos atingidos. “A China e o Irão atingiram resultados frutíferos em diversos âmbitos de cooperação e foram testemunhas de intercâmbios entre povos cada vez mais próximos”, disse Xi. Além de assinalar que existe potencial para que aprofundem suas relações, Xi disse que “a China está disposta a trabalhar com o Irão para promoverem juntos o desenvolvimento estável e de longo prazo da parceria estratégica abrangente”. O presidente chinês pediu que as duas partes tomem o aprofundamento das relações políticas como princípio global para aumentar de forma constante a confiança mútua estratégica, aumentar os intercâmbios a todos os níveis e continuarem entender-se e apoiar-se em assuntos de grande preocupação relacionados com os respectivos interesses fundamentais. “A China e o Irão devem impulsionar a cooperação pragmática concentrada na Iniciativa Uma Faixa, Uma Rota, promover a cooperação na aplicação da lei e em segurança centrada no combate ao terrorismo, e aprofundar os intercâmbios e a cooperação entre povos com o objectivo de aumentar a amizade China-Irão”, disse Xi. Acordo nuclear é um “êxito” O presidente chinês descreveu o acordo nuclear iraniano como um importante êxito do multilateralismo e disse que o acordo facilita a manutenção da paz e a estabilidade no Oriente Médio e o regime internacional de não proliferação, e que este deve continuar a ser implementado com sinceridade. “A China apoia de forma constante a solução pacífica das disputas e dos assuntos conflitivos internacionais e está disposta a fortalecer a cooperação com o Irã nos marcos multilaterais e promover a construção de um novo tipo de relações internacionais”, disse Xi. Rouhani felicitou Xi Jinping pela bem sucedida conclusão da cimeira da OCX em Qingdao. “A visita que Xi fez ao Irão há dois anos elevou de forma significativa as relações bilaterais”, disse Rouhani, acrescentando que “o Irão sente-se feliz pelo desenvolvimento sem contratempos da parceria estratégica abrangente Irão-China”. “O Irão está disposto a aprofundar a cooperação pragmática em diversos âmbitos com a China e a implementar os acordos de cooperação sobre a construção conjunta da Iniciativa Uma Faixa, Uma Rota”, assinalou Rouhani. “A existência do acordo nuclear iraniano enfrenta actualmente desafios e o Irão espera que a comunidade internacional, incluindo a China, desempenhe um papel activo no adequado manejo dos assuntos pertinentes”, concluiu o primeiro-ministro iraniano. Depois das conversações, Xi e Rouhani foram testemunhas da assinatura de acordos de cooperação bilateral.
Hoje Macau China / ÁsiaCimeira EUA-Coreia do Norte | Quem ganhou, quem perdeu e o que se segue A China foi, segundo analistas, um dos grandes beneficiários da cimeira entre Trump e Kim. O fim das manobras militares americanas era um antigo desiderato de Pequim [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]nalistas defendem que, apesar de ausente da cimeira entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, a China foi um dos principais beneficiados do histórico encontro, com a suspensão dos exercícios militares na península coreana. O Presidente norte-americano, Donald Trump, comprometeu-se a suspender os exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul e, eventualmente, a reduzir o número de tropas norte-americanas na região. Pequim é contra a presença militar norte-americana na Coreia do Sul e no Japão, e apelou anteriormente a Washington para que suspenda as manobras militares na península, em troca da paragem dos testes com armamento nuclear, por parte de Pyongyang. Com a redução da actividade militar nas fronteiras do nordeste, Pequim “pode concentrar as suas energias” no Mar do Sul da China, que reclama quase na totalidade – apesar dos protestos dos países vizinhos -, e em Taiwan, cujos laços com o continente se deterioraram desde a eleição da Presidente Tsai Ing-wen, pró-independência, explicou à agência Lusa o professor chinês de Relações Internacionais Wang Li. Citado pela agência Associated Press, Ryan Hass, que dirigiu a política para a China do Conselho Nacional de Segurança dos EUA, durante a administração de Barack Obama, afirma que Pequim “está agora no caminho de alcançar aqueles objectivos, por um custo muito reduzido”. Mas a China quererá também manter a sua influência sob Pyongyang, cujo isolamento fez com que dependesse quase totalmente de Pequim. “Penso que qualquer melhoria na relação bilateral entre EUA e Coreia do Norte poderá potencialmente ser vista como uma perda pela China”, disse Paul Haenle, antigo director para a China do Conselho Nacional de Segurança dos EUA, durante as administrações de Obama e George W. Bush. Apesar do afastamento entre Pequim e Pyongyang, face aos testes nucleares do regime norte-coreano, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, deslocou-se por duas vezes à China, desde Abril, para se encontrar com o Presidente chinês, Xi Jinping. O segundo encontro, em Dalian, cidade portuária do nordeste chinês, foi visto como um esforço da China para garantir que a sua voz seria ouvida durante o encontro entre Kim e Trump. O Presidente norte-americano chegou a acusar a China pela “mudança de atitude” de Pyongyang, que, após a cimeira em Dalian, voltou a adoptar uma atitude hostil face a Washington. Pequim instou os dois lados a não cancelar a cimeira. Aquelas manobras ilustram o equilíbrio que a China tem de alcançar entre encorajar o diálogo entre Pyongyang e Washington, sem permitir que os dois países se tornem demasiado próximos. Wang Li, professor na Universidade de Jilin, província chinesa situada junto à fronteira com a Coreia do Norte, lembra que “alguns cépticos” temem que a aproximação enfraqueça o papel da China, e que uma possível reunificação da península coreana venha a constituir uma ameaça para o país a longo prazo. Já Paul Haenle afirma que Pequim está ciente que Pyongyang se quer libertar da quase total dependência face ao país, “para que a China não mantenha o tipo de influência que tem hoje”. Wang Li lembra, no entanto, que “a RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte] precisa da China como tremenda retaguarda estratégica, que funciona desde aliado ideológico, parceiro político, fornecedor de apoio económico e tecnológico, e modelo institucional, até janela para o mundo exterior”. Como demonstração de confiança que Kim sente pela China, o dirigente norte-coreano foi transportado para Singapura pela companhia aérea estatal Air China. Pequim sugeriu já, entretanto, que o Conselho de Segurança da ONU suspenda as sanções contra a Coreia do Norte, face à nova atitude de Pyongyang. “Acreditamos que o Conselho de Segurança deve fazer esforços para apoiar as atuais iniciativas diplomáticas”, afirmou um porta-voz da diplomacia chinesa. Pompeo em Pequim para abordar desenvolvimentos da cimeira A China anunciou ontem que o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, vai reunir hoje, quinta-feira, em Pequim com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, para abordar os desenvolvimentos alcançados durante a cimeira de Singapura. O Ministério informou que Wang e Pompeo vão participar numa conferência de imprensa conjunta, sem avançar detalhes sobre a visita, feita a convite do chefe da diplomacia chinesa. Pompeo integrou a delegação que na terça-feira participou da histórica cimeira entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. O Departamento de Estado norte-americano tinha já informado que, após a cimeira, Pompeo viajaria para a Coreia do Sul e China, para abordar com as autoridades daqueles países a desnuclearização da península coreana e as alianças regionais. Imprensa | Opinião pública pode refrear acordo A opinião pública, principalmente a americana, pode ser o principal obstáculo para conseguir o sucesso do diálogo iniciado na terça-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, advertiu ontem o jornal “Global Times”. A histórica cimeira de Singapura ocupou ontem as capas e editoriais dos veículos de imprensa chineses, onde abordaram as dificuldades enfrentadas pelo compromisso de alcançar a paz entre os dois líderes. “No futuro, o principal obstáculo para o processo de paz da península pode vir de Washington e Seul, ou inclusive de Tóquio”, disse um editorial do “Global Times”, alertando sobre os “inimigos domésticos” que Trump enfrentará na hora de acabar com as manobras militares na região. “Os legisladores e líderes de opinião podem encontrar infinitas desculpas para se opor à interacção do governo de Trump com a Coreia do Norte. Estas forças frearão Trump e Kim para impulsionar seu acordo. Os seus inimigos domésticos provavelmente estragarão tudo, dando prioridade a envergonhar Trump acima da protecção dos interesses dos Estados Unidos a longo prazo”, acrescenta. No encontro em Singapura, Pyongyang reafirmou seu compromisso com a desnuclearização da península coreana e Washington ofereceu garantias de segurança ao regime. Embora Trump não vá retirar as tropas americanas na Coreia do Sul, nem suspender as sanções contra o regime norte-coreano “enquanto as armas nucleares permanecerem”, ele disse que vai interromper as manobras militares pois “sob as actuais circunstâncias, é inadequado realizar jogos de guerra”. O ministro da Defesa do Japão, Itsunori Onodera, já mostrou hoje sua preocupação com a provável suspensão das manobras, alegando que elas desempenham um papel “muito importante” na segurança da Ásia Oriental. Por sua vez, o jornal oficial “China Daily” também celebrou no seu editorial a promessa de Trump de oferecer garantias de segurança para a Coreia do Norte, eliminado desta forma um dos principais obstáculos para a paz. A publicação também destacou os esforços “incansáveis” da China e previu que Pequim seguirá desempenhando um papel activo para alcançar os objectivos e fornecerá apoio para consolidar a aproximação de ontem que “apagou a profunda desconfiança entre dois antigos inimigos”