Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Homenagem inédita a cão polícia morto em serviço [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades sul-coreanas estão a organizar uma homenagem ao primeiro cão polícia morto “no desempenho das suas funções”, uma cerimónia inédita num país onde estes animais fazem parte do regime alimentar da população. Larry, um pastor alemão de sete anos, morreu no passado mês de Julho depois de ter sido atacado por uma cobra, durante uma operação para tentar encontrar um desaparecido numa montanha em North Chungcheong, uma província no centro do país. Em comunicado, a polícia destacou o facto deste ter sido o primeiro cão polícia a morrer “no desempenho das suas funções” naquele país. Desde o início da sua ‘carreira’, em 2012, Larry contribuiu para a investigação de 39 crimes e participou nas buscas de mais de 170 desaparecidos. No ano passado, o cão que é agora alvo da homenagem encontrou o corpo de uma mulher que estava enterrada, uma descoberta que originou uma investigação por homicídio. Depois do funeral, realizado no mês passado, a polícia regional encomendou uma placa em bronze com a mensagem: “em homenagem a Larry”. Esta será pendurada na sede da polícia durante uma cerimónia a realizar em Setembro. O destino de Larry contrasta fortemente com o destino de muitos cães na Coreia do Sul, onde estes fazem parte do regime alimentar de muitas famílias. Estima-se que um milhão de cães sejam abatidos para esse efeito todos os anos.
Hoje Macau China / ÁsiaGuiné | Expectativa de financiamento na véspera da cimeira China-África [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, viajou ontem para Pequim para participar na cimeira África-China, que vai decorrer a 3 e 4 de Setembro, com a expectativa de financiamento chinês ao país no horizonte. “Vamos assistir à cimeira china-África onde vamos ter oportunidade de passar em revista a relação entre o nosso continente e a China e vamos eventualmente ver a disponibilidade da China em acompanhar o continente relativamente ao financiamento de uma série de projectos que nós temos em carteira”, afirmou José Mário Vaz. O chefe de Estado guineense falava aos jornalistas momentos antes de viajar para Pequim. Sobre a Guiné-Bissau, o Presidente disse que há “expectativa” de financiamento de projectos, que vão ser “motores de crescimento” da economia do país. Os projectos estão relacionados com os sectores agrícola, do turismo, pescas, infra-estruturas e minérios. “Mas está tudo em aberto”, disse. Durante a sua estada na China, José Mário Vaz vai reunir-se com o seu homólogo, Xi Jinping.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Pelo menos dois mortos e mais de 30 feridos em ataque [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]elo menos duas pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas depois de uma bomba ter explodido terça-feira no sul das Filipinas, informaram as autoridades militares do país. A explosão ocorreu num mercado noturno, durante a cerimónia que marcou o 61.º aniversário da fundação da cidade de Isulan, no sul do país, indicaram. Este é o segundo ataque atribuído ao grupo extremista Estado Islâmico em menos de um mês naquela região. No último dia de Julho, uma bomba explodiu num posto de controlo militar em Lamitan, capital de Basilan, causando a morte de pelo menos dez pessoas. O arquipélago sul das Filipinas – maioritariamente católico – é atormentado há décadas por uma insurgência islâmica que, segundo o Governo, já causou mais de 100 mil mortos. “É óbvio que os Lutadores pela Liberdade Islâmica do Bangsamoro, que têm ligações com o grupo Estado Islâmico (EI), têm o maior interesse em realizar estes ataques”, sugeriu o capitão Arvin Encinas, do exército filipino, antes da reivindicação do ataque por aquele grupo extremista. O Presidente filipino, Rodrigo Duterte, pediu em Dezembro do ano passado o prolongamento da lei marcial no sul do país até ao final de 2018, com o objectivo de conter a acção de movimentos extremistas próximos do EI e a crescente ameaça dos rebeldes comunistas. Duterte instaurou a lei marcial em 23 de Maio de 2017, dia em que o grupo radical Maute tomou, pela força, a cidade de Marawi, no noroeste de Mindanao.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | Pequim é maior parceiro de África pelo nono ano consecutivo A China foi, no primeiro semestre de 2018, o maior parceiro comercial de África, pelo nono ano consecutivo, em resultado dos vários acordos de cooperação assinados entre Pequim e o continente, revelam dados ontem divulgados [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]ntre Janeiro e Junho de 2018, o comércio bilateral aumentou 16 por cento, em termos homólogos, para 84.600 milhões de euros, afirmou o vice-ministro chinês do Comércio, Qian Keming, em conferência de imprensa. Em 2015, Pequim assinou dez acordos de cooperação com o continente, nas áreas económica e comercial, durante o Fórum de Cooperação China África (FOFAC), que se realizou em Joanesburgo. Qian afirmou que os acordos foram todos implementados e alguns “produziram resultados muito bons”. Desde 2015, a média anual do investimento directo da China no continente fixou-se em 2,5 mil milhões de euros, com destaque para novos sectores como manufactura, finanças, turismo e aviação. 30.000 quilómetros de autoestradas, uma capacidade anual portuária de 85 milhões de toneladas e uma capacidade de produção eléctrica de 20.000 megawatts. Emissor e receptor A próxima edição da FOFAC realiza-se em Pequim, entre 3 e 4 de Setembro, e contará com a participação de dezenas de líderes africanos, incluindo os presidentes de Angola e Moçambique, João Lourenço e Filipe Nyusi, respectivamente. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também participará. Críticos apontam que a maioria do financiamento chinês em África parece servir o crédito à exportação e outros critérios que visam promover os objectivos chineses. “A maior fatia do financiamento não visa permitir um crescimento económico significante para os países receptores”, aponta a unidade de investigação China AidData, sediada nos Estados Unidos, que nota ainda que o financiamento chinês vai para países que votam alinhados com Pequim nas Nações Unidas. A China AidData diz que “isso não parece bem”, mas que uma análise aos EUA e outros países ocidentais demonstra a mesma tendência. Segundo estimativas ocidentais, vivem em África um milhão de chineses, dos quais um quarto em Angola.
Hoje Macau China / ÁsiaAfeganistão | Pequim nega construção de campo para tropas afegãs [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China negou ontem estar a construir um campo de treino para tropas afegãs, no corredor que liga os dois países, ou que vá enviar militares chineses para o Afeganistão, como avançou um jornal de Hong Kong. “Essa informação não é certa”, afirmou a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, em conferência de imprensa. O jornal South China Morning Post cita fontes próximas das forças armadas chinesas, que afirmam que o país começou a construir um campo de treinos para apoiar as tropas afegãs no combate ao terrorismo, um projecto que incluiria o envio de pessoal militar chinês para o país. Com 350 quilómetros de extensão, o estreito corredor Wakhan liga a província de Badakhshan, no norte do Afeganistão, à região autónoma do Xinjiang, noroeste do país. Pequim abriu, no ano passado, a sua primeira base militar no estrangeiro, em Djibuti, no Corno de África. As autoridades chinesas descrevem a infra-estrutura como um posto militar logístico, que visa reabastecer embarcações chinesas em operações de paz e missões humanitárias no Oceano Índico. Em 2009, a capital do Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre a minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional.
Hoje Macau China / ÁsiaGuerra Comercial | Analistas chineses consideram que China triunfará A China deverá sair vencedora das disputas comerciais com os Estados Unidos, afirmaram na terça-feira analistas do Governo chinês, ilustrando a confiança entre as autoridades do país, que não têm cedido à pressão de Washington [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]pesar de os EUA estarem, aparentemente, numa posição de vantagem para impor taxas alfandegárias, devido a um défice de quase 321 mil milhões de euros no comércio com o país, Pequim “deverá vencer no final”, segundo os analistas da unidade de investigação Centro da China para o Intercâmbio Económico Internacional, que é financiada pelo Governo chinês. “Os EUA não podem competir com o poder da China”, porque a economia chinesa é “resiliente” e controla “totalmente” o sistema de produção industrial, afirmou Wei Jianguo, antigo vice-ministro chinês do Comércio, num fórum em Pequim, citado pela imprensa local. “Temos que nos preparar a longo prazo, mas os EUA não aguentarão muito tempo”, disse. As disputas comerciais “não reduzem” o papel da China na cadeia de manufactura, argumentou o analista, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. Wei Jianguo lembrou ainda que as exportações chinesas para África podem exceder o valor das vendas para os EUA, nos próximos cinco anos. Os comentários surgem após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter afirmando que esta “não é a altura certa para falar” com a China sobre uma solução para a guerra comercial. “Eles querem falar”, garantiu Trump, referindo-se às autoridades de Pequim, “mas esta não é a altura, para ser sincero”. Na semana passada, uma reunião entre o vice-ministro chinês do Comércio, Wang Shouwen, e o vice-secretário do Tesouro dos EUA, David Malpassa, terminou sem um acordo. A guerra comercial rebentou em Julho passado, quando Washington impôs taxas alfandegárias de 25 por cento sobre um total de 29 mil milhões de euros de bens importados da China. A China retaliou imediatamente com taxas sobre igual valor de importações oriundas dos EUA. Na semana passada, os EUA impuseram taxas adicionais de 25 por cento sobre 13.800 milhões de euros de exportações chinesas. Pequim voltou a retaliar. Esta semana, os EUA realizaram uma audiência pública de seis dias, algo sem precedentes, para discutir novas taxas alfandegárias de 25 por cento sobre um total de 170 mil milhões de importações oriundas da China, por sugestão de Trump. Made in China Chen Wenling, antiga directora do Gabinete de Pesquisa do Conselho de Estado, e actual directora da unidade de investigação, afirmou no mesmo fórum que a “intimidação” de Trump não travará a ascensão da China. “De acordo com o potencial de desenvolvimento dos dois países, a China sairá vitoriosa”, afirmou. Chen considerou que as exigências norte-americanas para que a China mude as suas práticas comerciais acarretam danos graves para o país. “[a guerra comercial iniciada pelos EUA visa] conter o contínuo desenvolvimento da China, travar a modernização socialista da China, impedir que a China se converta numa potência socialista moderna”, disse. A China fabrica 90 por cento dos telemóveis e 80 por cento dos computadores do mundo, mas depende de tecnologia e componentes oriundos dos EUA, Europa e Japão, que ficam com a maior margem de lucro. Contudo, as autoridades chinesas estão a encetar um plano designado “Made in China 2025”, para transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em sectores como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos. Trump exige que Pequim ponha fim a subsídios estatais para certos sectores industriais estratégicos, acusando o país de prática de concorrência desleal.
Sofia Margarida Mota China / Ásia MancheteChina | Governo Central pode levantar limite a nascimentos Pode estar para breve a primeira vez que a China deixa de ter limites ao número de filhos por casal desde a implementação da política do filho único em 1979. Uma das pistas mais fortes que apontam nessa direcção é um rascunho da revisão do código civil, que está em discussão, e que, também pela primeira vez, não apresenta cláusulas referentes ao planeamento familiar [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China é o país mais populoso do mundo com 1.39 mil milhões de habitantes e espera-se que em 2030 atinja 1.45 mil milhões de pessoas. No entanto, o país enfrenta uma crise de natalidade que pode desencadear o levantamento total do limite do número de filhos por casal, que, actualmente, é de dois. A possibilidade retira-se de uma leitura aos trabalhos de revisão do código civil, que está em discussão até amanhã no Congresso do Partido Comunista Chinês, e que vais rer submetido para aprovação na reunião parlamentar agendada para Março de 2020. Para já, parece que o diploma não vai ter qualquer alínea referente ao planeamento familiar. A informação parte de um rascunho do documento divulgado pela Xinhua e publicado na Beijing Review. A omissão pode representar o fim efectivo da limitação de dois filhos por família, afirma a agência noticiosa Reuters . Outra das pistas que apontam nessa direcção tem, surpreendentemente, origem postal. Trata-se do lançamento do selo oficial do próximo ano do porco, em 2019. A imagem apresenta um casal de porcos com três filhotes leitões. De modo a interpretar o simbolismo da questão, importa recordar que o selo do ano do macaco de 2016, ano em os casais passaram a poder ter dois filhos, mostrava um macaco com duas crias. A possibilidade do fim do limite de filhos por casal é indicadora de que possam estar em curso mudanças drásticas nesta matéria, de acordo com a CNN. “O Governo vai, com certeza, levantar as limitações a dois filhos” disse Therese Hesketh, professora do Instituto Universitário de Londres à mesma fonte. “Agora, até que ponto é que vão mais longe com novas medidas de promoção da natalidade, isso ainda é desconhecido”, acrescentou. Para a académica são necessárias mais medidas para que a China ultrapasse a crise que atravessa nesta matéria. Como tal, entende que a única forma de promover o número de nascimentos no país é através da promoção de políticas especialmente concebidas para apoiar os jovens pais. “É possível que as autoridades introduzam políticas pró-natalidade, como se faz em vários países que estão a passar pelo mesmo problema”, referiu. Como exemplo, Hesketh aponta a implementação de licenças de maternidade mais longas e remuneradas ou a criação e mais creches gratuitas. De acordo com um artigo publicado recentemente no Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, “muitos jovens que vivem nas cidades não estão dispostos a ter filhos”, principalmente devido aos custos associados à sua sobrevivência e educação. Desígnio nacional “Dar à luz é um assunto de família e uma questão nacional” lê-se na edição internacional do Diário do Povo, no início deste mês. As mudanças que se anteveem terão em conta as preocupações crescentes por parte de Pequim com a queda da taxa de natalidade e o consequente envelhecimento da população, factores que em 2016 puseram termo à política do filho único em vigor desde 1979. Se durante mais de três décadas a limitação a um filho foi também fonte de acções altamente criticadas, como a esterilização forçada ou os abortos em massa. No entanto, apesar do apelo à natalidade, os resultados não têm correspondido às expectativas. De acordo com um artigo divulgado pela Quartz no passado mês de Maio, a política do filho único evitou cerca de 400 milhões de nascimentos, o que significa que se não tivesse sido implementada a China teria agora 1.8 mil milhões de habitantes. Com o fim desta medida houve realmente um pico da taxa de natalidade em 2016, ano em que se registaram 18,46 milhões de nascimentos, ou seja, um aumento na ordem dos 11,5 por cento comparando com os dados relativos a 2015. Mas, em 2017, o número caiu para os 17,23 milhões, muito a baixo dos 20 milhões de nascimentos previstos para aquele ano, de acordo com o Gabinete Nacional de Estatísticas, citado pelo The Guardian. No ano passado, a taxa de fecundidade total do país ficou-se pelos 1,6 filhos por mulher, um número também “muito abaixo” dos 2,1 esperados e necessários para manter a população estável. Sem força de trabalho Agora sentem-se as consequências de mais de três décadas de limitação ao filho único e o Governo está a sofrer as consequências das medidas que vigoraram até há dois anos. A óbvia preocupação do Executivo de Xi Jinping prende-se com os efeitos do envelhecimento populacional no mercado de trabalho, um dos flagelos económicos das actuais sociedade modernas. “Com o longo período de limitação dos nascimentos, o número de jovens, que também são a principal força de trabalho nacional, é cada vez menor”, alerta a CNN. Por outro lado, mais do que ter filhos, os casais chineses têm outras preocupações. Com o envelhecimento da população, cabe também aos jovens tomar conta dos seus antecessores. Fazendo contas, cada casal chinês tem a seu encargo, no caso de todos os avós estarem vivos, 12 ascendentes. Estatisticamente, desde que a política de controlo de natalidade foi implementada, a proporção da população com mais de 65 anos subiu cerca de 4 por cento para quase 10 por cento. Em 1965 fixava-se em 3,6 por cento e em 2015, 9,55 por cento, quase três vezes mais passados 50 anos. Mulheres sempre controladas Por outro lado, numa sociedade em que as mulheres também integram a força de trabalho, são cada vez menos as que optam por não ter filhos de modo a evitarem ser discriminadas nas oportunidades laborais. Para Mary Gallagher, professora de política na Universidade de Michigan, as autoridades devem ter em conta que se intervierem em políticas pró-natalidade com a mesma agressividade com que o fizeram quando se tratou de políticas anti-natalidade, os efeitos negativos podem ser muito fortes, nomeadamente na posição das mulheres no mercado de trabalho, na sociedade e na família”, cita o The Guardian na passada terça-feira. Já Leta Hong Fincher, autora de “Betraying Big Brother: The Feminist Awakening in China”, considera que “seja qual for a política adoptada, o Governo vai sempre controlar os direitos reprodutivos da mulher”, no passado através de abortos obrigatórios e agora através da sua restrição de for necessário, refere a mesma fonte. Entretanto, e de modo a promover a taxa de natalidade, dois académicos chineses apresentaram este mês uma proposta que tem gerado controvérsia. De acordo com o The Guardian, os académicos propuseram que os casais que não tenham filhos ou que só tenham um, devam estar sujeitos a um imposto que reverte para “um fundo de maternidade” que, defendem, deve também ser criado. Filhos muito únicos Se a mudança de política for confirmada, marcará o fim de uma das políticas mais controversas da história moderna da China. A polémica “política de filho único” foi originalmente introduzida em 1979. A razão, apontavam na altura as autoridades, prendia-se com o receio de que o crescimento demográfico ficasse fora de controlo. Após a sua introdução, a eficácia foi absoluta, reduzindo a taxa total de fecundidade na China de cerca de seis nascimentos por mulher na década de 1960 para menos de dois na década de 2000. No entanto, os métodos utilizados para limitar a natalidade foram também alvo de críticas internacionais. De acordo com a CNN, “as mulheres que viveram sob estas regras descrevem cenários de aborto forçado, sujeição a multas pesadas no caso de terem um segundo filho, e até a expulsão da própria família com o nascimento de mais do que um bebé”, lê-se. Outra consequência da política do filho único foi a disparidade entre o número de homens e mulheres no país, já que o desejo por crianças do sexo masculino levou ao infanticídio de muitas meninas para garantir que o único filho do casal fosse um menino. O resultado foi que em 2016 havia 1,15 homens para cada mulher, uma das proporções de género menos equilibradas no mundo e que também levou uma espécie de mercado negro de matrimónios. Até hoje, a política do filho único é uma presença na China. “Acho que cada família na China foi tocada pela política de planeamento familiar”, afirma um membro da Human Rights Watch. “Todas as famílias chinesas podem falar sobre a forma como a mãe, a tia que teve de abortar à força ou teve de doar um segundo filho”, acrescentou. O responsável lamenta ainda que apesar do fim desta medida, não tenha havido responsabilização pelos “abusos” ocorridos durante sua implementação.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA | Anunciado fim da suspensão de manobras militares na Península Coreana [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]secretário da Defesa norte-americano, Jim Mattis, anunciou ontem o fim da suspensão dos exercícios militares aliados na Península Coreana, decidido como “um gesto de boa vontade” após o encontro de Donald Trump e Kim Jong-un. “Não temos qualquer projecto para suspender outras manobras”, declarou Mattis em conferência de imprensa, precisando, contudo, que o fim da suspensão destas não significa que sejam imediatamente retomadas.
Hoje Macau China / ÁsiaFAO | Surto de peste suína pode propagar-se para o resto da Ásia [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m surto de peste suína africana, detectado em várias zonas da China, ameaça propagar-se para fora das fronteiras do país, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A agência lançou ontem um alerta para a possível propagação do vírus a outros países asiáticos “a qualquer momento”, a partir da China, onde surgiu este mês e se tem expandido rapidamente. Mais de 24.000 porcos foram abatidos, em quatro províncias do país, num esforço para travar a doença, que é altamente contagiosa, mas só afecta porcos e javalis. A China produz anualmente 600 milhões de porcos e a carne de porco é parte essencial da cozinha chinesa, compondo 60 por cento do total do consumo de proteína animal no país. A flutuação do preço daquela carne é sensível e o Governo guarda uma grande quantidade congelada, para pôr no mercado quando os preços sobem. Em comunicado, a FAO explicou que a doença poderá ultrapassar as fronteiras do país para o sudeste asiático ou a península coreana. “O transporte de produtos à base de carne de porco pode propagar a doença rapidamente”, aponta o chefe de Serviço Veterinário da FAO, Juan Lubroth. O vírus pode sobreviver por muito tempo em climas muito frios ou quentes e estar presente em produtos de carne secos ou curados. No início deste mês, em Shenyang, no nordeste do país, foi reportado o primeiro surto da doença, com 47 porcos infectados, e que acabaram por morrer.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Senadores no Supremo Tribunal tentam travar saída do TPI O Supremo Tribunal filipino iniciou ontem a audiência sobre o recurso interposto por um grupo de senadores contra a decisão do país se retirar do Tribunal Penal Internacional (TPI), anunciada pelo Presidente, Rodrigo Duterte, em Março [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]e acordo com a agência de notícias Efe, os senadores da oposição Leila de Lima, Kiko Pangilinan, Franklin Drilon, Bam Aquino, Risa Hontiveros e Antonio Trillanes apresentaram, a 16 de Maio, uma petição ao Supremo Tribunal para impedir que as Filipinas se retirassem do Estatuto de Roma, o tratado que criou o TPI, sem a aprovação do Senado. O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, anunciou a 14 de Março a saída do país desse tratado “com efeito imediato” depois de o TPI comunicar a sua decisão de abrir uma investigação preliminar sobre as mortes provocadas pela “guerra contra as drogas” empreendida pelo Presidente filipino. Segundo dados oficiais, a “guerra contra as drogas” provocou mais de 4000 mortos durante operações policiais, embora organizações de direitos humanos apontem para 15000 a 20000 vítimas mortais ao abrigo do clima de impunidade da campanha antidroga. O Supremo Tribunal rejeitou no início do mês o pedido dos senadores, tendo na altura Leila de Lima – que está presa sem julgamento desde Fevereiro de 2017 por alegadamente receber subornos de narcotraficantes – comparecido no tribunal para apresentar os seus argumentos. O Tribunal considerou que, uma vez que seis senadores apresentaram o recurso, não é essencial que seja Leila de Lima a apresentar a argumentação. Leila de Lima nega a acusação, que considera fabricada pelo ambiente de Duterte contra a senadora, considerada uma das principais vozes críticas da guerra contra as drogas e que presidiu a uma comissão de inquérito no Senado. Mudanças na justiça A audiência no Supremo Tribunal será presidida pela juíza Teresita de Castro, nomeada por Duterte como presidente do Supremo Tribunal na semana passada, para substituir María Lourdes Sereno, que foi destituída do cargo em Maio, um mês após o Presidente a declarar publicamente como sua “inimiga”, por denunciar os seus abusos. Países como os Estados Unidos, República Popular da China e Rússia não integram o TPI, com sede em Haia, e que conta com 123 membros. O TPI recebeu em Abril de 2017 uma denúncia de um cidadão filipino que pediu o julgamento de Duterte por “assassinatos” alegadamente cometidos durante 22 anos – entre os períodos compreendidos entre 1988 e 1998 e também entre 2001 e 2010 – quando foi autarca de Davao, uma ilha a sul de Mindanao. A acusação compreende também um período que começou em Junho de 2016, em que Duterte, como chefe de Estado, deu início à campanha antidroga.
Hoje Macau China / ÁsiaAmbiente | Verão de 2018 é o mais quente desde 1961 [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China registou este ano o Verão mais quente desde 1961, com a temperatura média em todo o país a fixar-se em 22 graus, segundo dados da Administração Meteorológica do país, citados pela agência noticiosa Xinhua. Entre Junho e 26 de Agosto, a temperatura média foi um grau acima do registado em anos anteriores, enquanto as temperaturas extremas se prolongaram por mais tempo e afectaram mais áreas. Em Agosto, a temperatura na China alcançou os 22,2°C, mais 1,2°C do que nos anos anteriores. Cerca de 55 estações meteorológicas do país registaram este Verão as mais altas temperaturas diárias, desde que há registos.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Fraude leva mulher a casar com desconhecido [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ma mulher de Hong Kong, de 21 anos, que procurava o seu primeiro emprego na indústria da beleza, acabou casada com um desconhecido, cidadão chinês, vítima de fraude. O caso, revelado pelo jornal South China Morning Post, ilustra aparentemente como cidadãos do continente chinês procuram casar com pessoas de Kong Kong, visando assegurar a autorização de residência na cidade. Citada pelo jornal, a mulher explicou que começou por se candidatar a um emprego como maquilhadora, anunciado no Facebook. Após o contacto inicial, os recrutadores propuseram, no entanto, que trabalhasse no planeamento de festas de casamento, que incluía um curso de formação gratuito, em Hong Kong, e um teste final, na província chinesa de Fujian. O teste incluiu a simulação de um matrimónio com um homem da mesma faixa etária, em que ela figurou como esposa e assinou um documento do Governo local, selando oficialmente o matrimónio. Os recrutadores garantiram-lhe que não havia problema, porque conheciam o presidente da câmara daquela cidade e “anulariam o [registo de matrimónio] depois”, conta a vítima. Quando a jovem regressou a Hong Kong, uma amiga convenceu-a de que se tratava de uma fraude, incitando-a a denunciar às autoridades, que confirmaram que o casamento não tinha sido anulado. Desconhece-se os motivos do esquema, mas os residentes da parte continental da China com um cônjuge de Hong Kong podem solicitar autorização de residência na cidade, o que resulta em vários casos de casamentos fraudulentos.
Hoje Macau China / ÁsiaTurismo | Chineses contribuem para um quinto das receitas globais [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s turistas chineses gastaram 221 mil milhões de euros no exterior, em 2017, o equivalente a um quinto dos gastos mundiais em serviços de turismo, segundo um relatório da Organização Mundial do Turismo divulgado ontem. Os chineses gastaram mais em sectores de nicho, incluindo degustação de whisky, actividades ao ar livre ou a ver a Aurora Boreal, destaca o documento. O mesmo relatório revela que o total mundial facturado pela indústria do turismo ascendeu a cerca de 1,1 biliões de euros, no ano passado. No total, 129 milhões de chineses viajaram para o estrangeiro em 2017, mais 5,7 por cento do que no ano anterior. A China é o país mais populoso do mundo, com cerca de 1.400 milhões de habitantes. A maioria dos turistas chineses fica por Hong Kong e Macau, mas o Sudeste Asiático, Estados Unidos, Europa e Austrália atraem cada vez mais a nova classe média chinesa, numa vaga que beneficia também Portugal. No ano passado, o número de chineses que visitaram Portugal cresceu 40,7 por cento, para 256.735, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas português.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC | Pequim anuncia medidas para castigar quem propaga “rumores políticos” O Partido Comunista da China vai castigar a propagação de “rumores políticos” e punir de forma “mais dura” os funcionários negligentes nas suas funções, segundo um conjunto novo de normas [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]egundo a agência, que cita um comunicado do comité central do PCC, o partido está determinado a autogovernar-se com “disciplina de ferro”, pelo que as novas regulações são necessárias para contrariar “novas formas de violar a disciplina”. O comunicado assinala que continuará a perseguir quem propague “rumores políticos” que ponham em perigo a “unidade e solidariedade do partido”, e também castigará funcionários que não consigam implementar um “desenvolvimento inovador, coordenado, verde, aberto e inclusivo, causando perdas significativas, devido à sua negligência”. Outra das cláusulas dirige-se aos membros do partido que sejam religiosos, e que passam a estar proibidos de participar em actividades que utilizam a religião como “provocação”. Quem “distorcer” a história do país também está sujeito a castigo. Nos casos mais graves, os membros do partido podem ser processados judicialmente, mas na maior parte dos casos de infração da disciplina interna o castigo maior é a expulsão do partido. Moscas e tigres Após ascender ao poder, Xi Jinping lançou uma campanha anticorrupção, hoje considerada a mais persistente e ampla na história da China comunista, e que resultou já na punição de um milhão de membros do partido. Os alvos incluíram oficiais menores, a que Xi se refere como “moscas”, mas também mais de uma centena de “tigres” – altos quadros do partido, com a categoria de vice-ministro ou superior. Os dois casos mais mediáticos envolveram a prisão do antigo chefe da Segurança Zhou Yongkang e do ex-director do Comité Central do PCC e adjunto do antigo presidente Hu Jintao, Ling Jihua. As regulações foram objecto de revisão, nos últimos três anos, “o que manifesta a determinação do PCC em impor uma forte disciplina”, assinala o comunicado, citado pela Xinhua. A edição anterior, publicada em 2015, estabeleceu um guia de conduta para membros do Partido, com uma lista de acções disciplinares em caso de infração.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Líderes militares devem ser julgados por genocídio contra rohingyas Os investigadores da ONU pediram ontem à justiça internacional que investigue e julgue o chefe do exército birmanês e outros cinco oficiais superiores por “genocídio”, “crimes contra a humanidade” e “crimes de guerra” contra a minoria rohingya [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s principais generais da Birmânia, incluindo o comandante Min Aung Hlaing, devem ser investigados e julgados por genocídio no norte do Estado de Rakhine, bem como por crimes contra a humanidade e crimes de guerra nos estados de Rakhine, Kachin e Shan, pediu a Missão de Inquérito das Nações Unidas para a Birmânia num relatório conhecido ontem. Na base desta decisão estão centenas de entrevistas a expatriados rohingya e imagens de satélite que a equipa, criada há seis meses pelo Conselho de Direitos Humanos apoiado pela ONU, compilou na sequência dos relatos dos crimes, que incluem violação em grupo, a destruição de várias aldeias, escravização e assassinatos de crianças. A equipa não teve acesso a Myanmar e criticou a “falta de cooperação ou mesmo resposta do Governo”, que recebeu uma cópia antecipada do relatório. A Missão estima que cerca de 10 mil pessoas tenham sido mortas, mas os investigadores externos não tiveram acesso às regiões afectadas, tornando a contagem quase impossível. Os investigadores consideram que a situação em Myanmar deveria ser encaminhada para o Tribunal Penal Internacional (TPI) e, senão, para um tribunal especial. Na semana passada, o Governo de Myanmar rejeitou qualquer cooperação com o TPI, da qual não faz parte. Silêncio em Pequim A China, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, com poder de veto sobre a possibilidade da questão ser levada ao TPI, tem sido reticente em condenar o Governo de Myanmar durante a crise. Autoridades da ONU e observadores de direitos humanos apontam há meses para evidências de genocídio em Myanmar e os Estados Unidos disseram no final do ano passado que a “limpeza étnica” estava a acontecer em Myanmar. O drama humanitário fez no dia 25 um ano e o seu epicentro foi no Estado de Rakhine, oeste de Myanmar. Mais de 700 mil membros da minoria muçulmana rohingya foram obrigados a fugir para o vizinho Bangladesh. Myanmar, onde a população é maioritariamente budista, não reconhece esta minoria muçulmana como parte da sua população, cortando-lhe direitos fundamentais e impondo-lhe múltiplas restrições, nomeadamente a liberdade de movimentos. Esta campanha de repressão do exército de Myanmar contra os rohingyas é classificada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos como “uma limpeza étnica”, marcada por violações, assassínios e destruição das casas desta minoria entre 2016 e 2017.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Turista japonês libertado por “razões humanitárias” [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m turista japonês que foi preso na Coreia do Norte vai ser libertado “por razões humanitárias”, avançou no domingo a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA. “Tomoyuki Sugimoto, que visitou recentemente a Coreia do Norte como turista japonês, foi detido (…) para que fosse investigado um crime contra a lei da RPDC [República Democrática Popular da Coreia]”, noticiou a KCNA, revelando que “as instituições competentes decidiram perdoá-lo (…) e expulsá-lo por razões humanitárias”. Tomoyuki Sugimoto é um operador de câmara que viajou para o norte numa viagem organizada por uma empresa estrangeira e será suspeito de gravar um vídeo de uma instalação militar no porto de Nampo, no oeste do país, segundo fontes do Governo japonês citadas pelos ‘media’ nipónicos. O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão recusou-se a comentar o caso. Por diversas vezes a Coreia do Norte deteve estrangeiros sob a acusação de espionagem, usando-os depois para fins diplomáticos. Três detidos foram libertados em Maio durante a visita à Coreia do Norte do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.
Hoje Macau China / ÁsiaMonções | Mais de 1.200 mortos no subcontinente indiano [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]monção custou a vida a mais de 1.200 pessoas este ano no subcontinente indiano, que regista uma época de chuvas de Junho a Setembro, segundo os dados oficiais recolhidos pela AFP. A Índia e os seus 1,25 mil milhões de habitantes são os mais atingidos, com mais de 1.000 mortes registadas em cinco estados. As inundações afectaram especialmente Kerala, na ponta sudeste do país e provocaram o desalojamento de centenas de milhar de pessoas. No ano passado, a monção matou 667 pessoas na Índia. O Nepal contabilizou 87 mortes no seu território, segundo os números do Governo, entre os quais uma mulher e oito crianças atingidas por um deslizamento de terras numa aldeia isolada. No oceano Índico, as chuvas torrenciais mataram 24 pessoas e fizeram 175.000 sem-abrigo no Sri Lanka. Este balanço está em clara baixa face aos 224 mortos registados nas inundações do ano anterior na ilha. Para evitar um novo balaço igualmente trágico, as autoridades organizaram desta vez a evacuação preventiva de 750.000 pessoas residentes em zonas de risco. No Bangladesh, pelo menos 29 pessoas encontraram a morte em inundações e derrocadas de terra.
Hoje Macau China / Ásia‘Uber chinesa’ | Pequim exige rectificação integral após assassinato de passageira O Governo chinês exigiu à aplicação de transporte privado Didi, equivalente à Uber, que rectifique os seus padrões de funcionamento para garantir a segurança, após mais uma passageira ter sido assassinada, informou ontem a agência Xinhua [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]ministério dos Transportes e o ministério da Segurança Pública reuniram, este domingo, com executivos da empresa, e exigiram uma “rectificação integral” da mesma, após o segundo homicídio num espaço de três meses. A polícia informou, na semana passada, que uma mulher de 20 anos desapareceu, durante uma viagem num carro privado, solicitado através do Didi, na cidade de Wenzhou, leste da China. A mulher ainda enviou uma mensagem a amigos a pedir ajuda, mas acabou por ser violada e assassinada pelo condutor do veículo, que foi depois detido pela polícia e confessou a autoria dos crimes. A empresa assegura que o condutor não tinha antecedentes penais, mas usava uma matrícula falsa quando cometeu o crime. Em Maio passado, um caso semelhante resultou no assassinato de uma hospedeira de bordo chinesa, de 21 anos, em Zhengzhou, centro da China. Já em 2016, uma mulher de 24 anos foi assaltada e morta por um motorista registado no Didi. Neste caso, o homem utilizou a sua carta de condução e bilhete de identidade para se registar na plataforma, mas utilizava também uma matrícula falsa no automóvel. Solidez dos milhões Os incidentes “revelam grandes lacunas administrativas e riscos para a segurança no Didi”, afirmou um funcionário do ministério chinês dos Transportes, apontando que a irresponsabilidade da empresa ameaça “seriamente” a segurança, direitos e interesses dos passageiros, e causa um impacto social negativo. A empresa, líder nos serviços de transporte privado na China, permite ainda chamar táxis convencionais, conseguindo acabar com os protestos dos taxistas chineses, face ao receio de concorrência desleal. Considerada uma das “start-ups” mais bem-sucedidas da China, a empresa adoptou uma estratégia de expansão internacional este ano, incluindo a aquisição de parte da brasileira 99Taxis, em Janeiro passado. No final de 2017, o Didi estava avaliado em 56.000 milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pelo menos quatro mortos e 143 feridos devido a inundações [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]elo menos quatro pessoas morreram e 143 ficaram feridas na sequência de inundações provocadas pelas chuvas torrenciais que se abateram sobre Taiwan e que causaram perdas calculadas em mais de 16 milhões de euros, informaram ontem as autoridades. O centro e o sul da ilha sofreram inundações que paralisaram fábricas e o trabalho nos campos de cultivo, além de cortes no fornecimento eléctrico e bloqueios em inúmeras estradas, segundo o Centro de Resposta a Desastres e Emergências. Milhares de casas foram inundadas e quase sete mil pessoas foram retiradas das suas habitações, das quais 1.827 ficaram alojadas em 20 abrigos temporários. Cerca de 70 mil casas sofreram cortes de energia, segundo dados do Corpo de Bombeiros Nacional do Ministério da Agricultura. Estão previstos mais três dias de chuvas torrenciais e ventos fortes em Taiwan, o que faz aumentar o risco de inundações e deslizamentos de terra. O Exército mobilizou mais de 37 mil soldados e cerca de cinco mil veículos e aeronaves para lidar com os efeitos das chuvas torrenciais no centro e sul de Taiwan, segundo o Ministério da Defesa.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Pequim procura recuperar valor da sua moeda [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]valor da moeda chinesa, o yuan, subiu ontem 202 pontos base, ou 0,29 por cento, face ao dólar norte-americano, segundo o Sistema de Comércio de Divisas da China (CFETS). Um dólar valia ontem 6,85 yuan, após aquele organismo ter anunciado que os bancos chineses reiniciaram o ajuste “anticíclico”, como parte do mecanismo de fixação de preços de paridade do yuan face ao dólar. Segundo o CFETS, a maioria dos bancos de divisas realizaram o ajuste por iniciativa própria, desde princípios de Agosto, para contrariar o sentimento pró cíclico, face a um yuan debilitado no mercado de divisas. Nos últimos meses, o yuan experimentou uma tendência negativa, em parte devido ao dólar norte-americano mais forte e a um “clima volátil no comércio mundial”, segundo a entidade, face à guerra comercial instalada entre Pequim e Washington. “O ajuste terá um papel activo para ajudar o yuan a manter-se estável num nível razoável e equilibrado”, indica o regulador. Em Maio de 2017, o regulador de divisas da China introduziu o facto de ajuste anticíclico no modelo de fixação dos preços, para travar flutuações no mercado de divisas. Após o mercado voltar à normalidade, com fluxos de capital equilibrados, os bancos reduziram o ajuste e colocaram o factor anticíclico em nível neutro. A taxa de paridade do yuan, face ao dólar, baseia-se na média dos preços oferecidos antes da abertura do mercado interbancário e pode oscilar, no máximo, 2 por cento por dia.
Hoje Macau China / ÁsiaTibete | Líder chinês apela ao aumento dos “esforços contra o separatismo” Um alto quadro do regime chinês apelou ao “aumento dos esforços contra o separatismo” no Tibete, num sinal de que Pequim irá manter o controlo apertado numa das mais voláteis regiões da China [dropcap style=’circle’]C[/dropcap]itado ontem pela imprensa estatal chinesa, Wang Yang, membro do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista, a cúpula do poder na China, sublinha a importância de vigiar as instituições budistas tibetanas, instando à “prontidão e precaução para os perigos em tempos seguros”. Wang afirmou que as figuras religiosas devem ser “corajosas para combater todos os elementos separatistas”, visando preservar a unidade nacional e estabilidade social, durante uma visita à capital tibetana, Lhasa, no domingo. Com cerca de três milhões de habitantes, o Tibete é uma das regiões mais vulneráveis ao separatismo, com os locais a argumentarem que a região foi durante muito tempo independente, até à sua ocupação pelas tropas chinesas em 1951. Pequim considera que a região, que tem uma área equivalente ao dobro da Península Ibérica é, desde há séculos, parte do território chinês. Ateísmo evangélico Desde 2008, quando vários protestos contra o Governo chinês abalaram a região, as autoridades chinesas têm reforçado as políticas repressivas, visando reduzir a influência do líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter “uma postura separatista”, e que vive exilado na vizinha Índia, na sequência de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa, em 1959. Wang é um dos principais responsáveis pela política de Pequim para a religião. Os seus comentários de domingo reflectem também o apelo do Governo chinês, oficialmente ateísta, para que as religiões no país sejam “achinesadas”, o que inclui a remoção de símbolos religiosos exteriores e uma mais rigorosa adesão às directrizes do Partido Comunista. Entre as medidas mais recentes, foi exigido aos estudantes da região que assinassem um acordo em como “não participariam em qualquer tipo de actividade religiosa”, durante as férias de Verão.
Hoje Macau China / ÁsiaShenzhen | Mais de 50 detidos por apoio a protesto por direitos sindicais [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]ais de 50 estudantes foram detidos por apoiarem trabalhadores que se manifestam pelo direito de formar um sindicato na cidade de Shenzhen, disse à agencia noticiosa espanhola EFE uma organização não-governamental. A China Labour Bulletin (CLB), com sede em Hong Kong e que defende os direitos dos trabalhadores na China, assegurou que a maioria dos detidos são estudantes universitários que apoiam o movimento dos trabalhadores da empresa Jasic Technology. Desde Maio que os trabalhadores da Jasic Technology, com fábricas em Shenzhen e Chengdu com um total de 1.200 empregados, reivindicam os seus direitos, depois da empresa ter despedido os mais críticos. Três funcionários da empresa também foram detidos por algumas horas. “O ataque policial contra os activistas estudantis mostra que as autoridades estão muito preocupadas com o crescente apoio que os trabalhadores da Jasic estão a receber em toda a China e que estão a tentar silenciar essas vozes através da censura na Internet e da acção policial”, disse à EFE o director de comunicação da CLB, Geoffrey Crothall. “A menos que as autoridades abordem realmente o problema real, que é a falta de um sindicato legítimo que possa representar os interesses dos trabalhadores, este tipo de protestos voltará a acontecer”, alertou. Os empregados da Jasic Technology também protestam contra os baixos salários e as más condições de trabalho.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Mais de 10 feridos e 60 voos cancelados na passagem do tufão Cimaron [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]passagem do tufão Cimaron provocou mais de 10 feridos e levou ao cancelamento de 60 voos no oeste do Japão, a mesma zona afectada por chuvas torrenciais, em Julho, que causaram na altura 220 mortes. O tufão atravessou o oeste do arquipélago japonês e atingiu o Mar do Japão, tendo a sua intensidade sido reduzida, tornando-se num ciclone extratropical, segundo a Agência Meteorológica do Japão. A passagem do tufão por Osaka, Aichi e Shikoku causou fortes chuvas, inundações e ventos, além do risco de deslizamentos, o que levou as autoridades japonesas a manterem o nível de alerta nessas áreas. Treze pessoas ficaram feridas em vários incidentes relacionados com a passagem do tufão, incluindo um acidente de trânsito numa ponte na província de Hyogo. A passagem da tempestade em algumas das áreas onde ocorreram mais vítimas, devido às fortes inundações, em Julho, levou as autoridades japonesas a exercer extrema cautela. Em declarações obtidas pela agência de notícias japonesa Kyodo, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou que as fortes chuvas devem continuar, mesmo após a passagem do tufão, e pediu às autoridades locais para “reforçarem a vigilância particularmente face a possíveis inundações e deslizamentos de terra”. O tufão Cimaron é o segundo a afectar o arquipélago japonês na semana passada depois de passar pelo sudoeste do território de Soulik.
Hoje Macau China / ÁsiaIncêndio | Detido proprietário de hotel em que morreram 19 pessoas A polícia deteve o proprietário do hotel onde um incêndio causou, no sábado, a morte de 19 pessoas na cidade chinesa de Harbin, no noroeste do país, anunciou ontem a agência Xinhua [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas continuam a investigar as causas do fogo, que começou pelas 04h36 no hotel Beilong Hotspring Leisure, onde cerca de cem bombeiros trabalharam durante mais de três horas para extinguir o fogo. Apesar de, num primeiro momento, se noticiarem 18 mortes, um dos feridos morreu no hospital, onde estavam a ser assistidas outras 23 pessoas, segundo as autoridades locais. A polícia, que abriu uma investigação para esclarecer o sucedido, deteve até ao momento o proprietário do hotel, por alegada responsabilidade no incêndio. Em imagens difundidas pela televisão estatal chinesa CCTV, pode ver-se que vários andares do complexo hoteleiro ficaram totalmente calcinados, afectando uma área de cerca de 400 metros quadrados. As equipas de emergência conseguiram resgatar vinte pessoas que ficaram presas no hotel e retiraram outras 80 que se encontravam no edifício no momento do incêndio. Gelo e fogo Harbin, capital da província de Heilongjiang, a mais a norte do país, na fronteira com a Rússia, é conhecida por albergar no Inverno o Festival de Gelo e Neve, o maior recinto deste tipo no mundo. A cidade recebe a cada Inverno mais de um milhão de turistas, na maioria chineses, atraídos pelas colossais estátuas de água congelada e neve com forma de templos, pagodes, palácios e budas. Os incêndios em edifícios são comuns na China, onde as regras de segurança são regularmente negligenciadas. Dezoito pessoas foram mortas e cinco ficaram feridas, em Abril, no incêndio de um espaço de karaoke no sul do país. As medidas de segurança anti-incêndio dos imóveis do país foram postas em causa em muitas ocasiões, especialmente após a morte de 19 pessoas, entre as quais oito crianças, num incêndio num edifício de vivendas no sul de Pequim, ocorrido em Dezembro. As autoridades lançaram então uma campanha de 40 dias para examinar as medidas anti-incêndio dos imóveis da capital e subúrbios, que acabou por resultar no desalojamento massivo de milhares de pessoas dos seus lares, na maioria trabalhadores migrantes.