Hoje Macau China / ÁsiaChina/África | União Africana anuncia escritório em Pequim [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]União Africana (UA) revelou ontem que vai abrir um escritório de representação em Pequim, durante o Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), que traz à capital chinesa dezenas de chefes de Estado e do Governo dos países africanos. A inauguração das instalações contará com a presença de Moussa Faki, presidente da Comissão da UA, o cargo executivo mais importante da organização. Faki discursou durante a cerimónia de abertura, em Pequim. O Governo chinês e a UA deverão assinar um memorando de entendimento visando “reforçar a sinergia” entre o projecto internacional de infra-estruturas chinês, a “Nova Rota da Seda”, e a agenda 2063, da organização, segundo o comunicado da UA. Durante a sua estadia em Pequim, Faki “vai reunir com as autoridades chinesas para discutir a melhor forma de avançar com a parceria entre a União Africana e a República Popular da China, no contexto dos resultados do FOCAC”, refere o comunicado da organização.
Hoje Macau China / ÁsiaChina/África | MNE chinês defende presença de presidente do Sudão na cimeira [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês defendeu ontem a presença do presidente do Sudão, Omar Al-Bashir, na cimeira sino-africana que decorre em Pequim, apesar de o líder do país africano ser procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra, contra a humanidade e genocídio. “A China não faz parte do Estatuto de Roma (estabelecido em 1998 pelo TPI), por isso temos reservas sobre a matéria e esperamos que esse tribunal possa lidar com o assunto com prudência”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying. A fonte oficial considerou “inapropriado” para a imprensa perguntar se Al-Bashir poderia ser detido durante a sua presença na China – um país que já visitou em várias ocasiões – e disse que os dois países “são amigos” e que a China apoia “os esforços do Sudão para manter paz e estabilidade “. “Estamos dispostos a trabalhar com o Sudão para contribuir positivamente para a estabilidade e a paz daquele país”, concluiu. Al-Bashir foi recebido no fim-de-semana numa reunião bilateral do Presidente da China, Xi Jinping, que repetiu este gesto diplomático com cerca de trinta chefes de Estado e de Governo presentes até hoje na sétima reunião do Fórum de Cooperação África-China. O presidente do Sudão, que chegou ao poder através de um golpe de Estado, em 1989, foi indiciado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio durante o conflito no Darfur. O Sudão tem sido tradicionalmente um dos principais fornecedores de petróleo na África, uma região na qual a China espera aumentar sua presença comercial e de investimentos.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Xi Jinping e Guterres unidos contra o proteccionismo [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente chinês, Xi Jinping, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, concordaram que é necessário promover o multilateralismo face a correntes proteccionistas que “danificam a ordem internacional”, informou ontem a agência Xinhua. O encontro decorreu no domingo, na véspera do arranque do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), que traz a Pequim dezenas de chefes de Estado e do Governo dos países africanos. Citado pela Xinhua, Xi Jinping afirmou que a ONU continua a ser a “bandeira do multilateralismo” e que o mundo precisa do organismo “mais do que nunca”. “É necessário uma ONU mais forte, face à ascensão do unilateralismo e do proteccionismo, que constituem um duro golpe para a ordem internacional e o sistema global de governação”, afirmou. O líder chinês garantiu ao secretário-geral da ONU que Pequim não deseja obter contrapartidas políticas ou privilégios em África. Citado pela agência, o português afirmou que a ONU valoriza a cooperação entre a China e o continente africano, assinalando que o crescimento do país asiático é uma “tendência imparável” e de grande importância para o desenvolvimento e paz mundiais. Pequim tem vindo a reclamar maior protagonismo na governação de assuntos globais, desde a ascensão ao poder, em 2017, do Presidente norte-americano, Donald Trump, que rasgou compromissos internacionais sobre o clima, comércio livre, migração ou nuclear.
Hoje Macau China / ÁsiaAngola | João Lourenço grato por ajuda chinesa na reconstrução do país [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente angolano, João Lourenço, agradeceu domingo, em Pequim, ao homólogo chinês, Xi Jinping, a ajuda ao processo de reconstrução nacional em Angola, país que foi devastado por uma guerra civil. Segundo noticiou ontem o Jornal de Angola, João Lourenço falava durante a recepção oficial que lhe foi oferecida por Xi e afirmou que Angola encontrou na China um parceiro que está a ajudar a construir o país e que foi o país asiático “quem estendeu a mão na fase de reconstrução nacional”. “Estamos a reconstruir o nosso país com o financiamento chinês também”, afirmou, numa intervenção breve na sala de audiências do Grande Palácio do Povo, após ter sido recebido pelo homólogo chinês, em que foi analisada a cooperação bilateral. Em relação ao continente em geral, João Lourenço reconheceu que a China tem desempenhado um papel importante no processo de desenvolvimento de África, processo que “requer uma certa atenção”. “As nossas parcerias no passado não deram certo e, em poucas décadas, a China estendeu-nos a mão e os resultados são visíveis em praticamente todo o continente”, reconheceu.
Hoje Macau China / ÁsiaChina/África | Xi Jinping garante empréstimos sem “condições políticas” Xi Jinping, afirmou ontem que apoia a inclusão de África no projecto de infra-estruturas internacional, perante líderes e empresários chineses e africanos, garantindo que o investimento de Pequim não tem “condições políticas”. Para já, o valor total do empréstimo ronda os 60 mil milhões de dólares [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou ontem, no Fórum de Cooperação China-África, em Pequim, 60 mil milhões de dólares em assistência e empréstimos para países africanos. “A China decidiu emprestar um total de 60 mil milhões de dólares, no formato de assistência governamental e através de investimento e financiamento de instituições financeiras e empresas”, disse. A China “está pronta a reforçar a cooperação” com África, visando “construir um desenvolvimento de alta qualidade, que se ajuste às condições nacionais e seja inclusivo e benéfico para todos”, afirmou. Xi garantiu que o investimento chinês no continente não acarreta “condições políticas”, numa reacção às acusações de que Pequim deseja aumentar a sua esfera de influência através do plano internacional de infraestruturas Nova Rota da Seda. O líder chinês frisou que “a cooperação China/ África”, no âmbito da Nova Rota da Seda, é uma “forma de atingir prosperidade comum, com benefícios para ambos os povos”. “A China não interfere nos assuntos internos de África e não impõe a sua vontade sobre África”, apontou. O Presidente chinês falava na cerimónia de abertura do Diálogo de Alto Nível entre Líderes e Representantes Comerciais de China e África, que antecede o Fórum de Cooperação China/África (FOCAC). Bancos estatais e outras instituições da China estão a conceder enormes empréstimos para projectos lançados no âmbito daquela iniciativa, que inclui a construção de portos, aeroportos, autoestradas ou malhas ferroviárias ao longo da Europa, Ásia Central, África e sudeste Asiático. Críticos apontam para um aumento problemático do endividamento, que em alguns casos coloca os países numa situação financeira insustentável. Caras novas O FOCAC traz a Pequim dezenas de chefes de Estado e de Governo do continente africano. Nas vésperas do Fórum, Xi reuniu com dezenas de líderes africanos, incluindo os presidentes de Angola, João Lourenço, e de Moçambique, Filipe Nyusi. A cimeira contará com três novos países, incluindo São Tomé e Príncipe, que se junta aos restantes países africanos de língua portuguesa, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique. As restantes estreias são o Burkina Faso e a Gâmbia, que elevam assim para 53 o número de nações africanas com relações com a China. Desde 2015, a média anual do investimento directo da China no continente fixou-se em 3.000 milhões dólares, com destaque para novos sectores como indústria, finanças, turismo e aviação. O primeiro Fórum de Cooperação China-África aconteceu em Pequim, em 2006, e a segunda edição decorreu na África do Sul, em 2015.
Hoje Macau China / ÁsiaPCC acusa ocidente de “dor de cotovelo” face ao papel da China [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m jornal oficial chinês afirmou ontem que o ocidente sente “dor de cotovelo” face ao papel cada vez mais proeminente da China em África, ilustrando a insistência de Pequim de refutar acusações de neocolonialismo no continente. O editorial do Global Times, jornal em inglês do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista da Chinês, surge numa altura em que o Fórum de Cooperação China/África junta, em Pequim, dezenas de chefes de Estado e de Governo do continente africano. O jornal denuncia a “retórica” na imprensa e por parte de políticos ocidentais, de que a China está a pilhar os recursos naturais do continente e a conduzir estes países para a armadilha do endividamento. “Preferem revelar dor de cotovelo, ao invés de reflectirem por que é que a colaboração de África com os Estados Unidos e a Europa ficou para trás”, acusa o jornal. O “problema fundamental” é que o ocidente menospreza África e “trata o continente como se fosse o seu quintal”, acrescenta. Num discurso proferido ontem perante líderes e empresários chineses e africanos, também o Presidente chinês, Xi Jinping, garantiu que o investimento de Pequim não acarreta “condições políticas”, apoiando a inclusão de África no projecto de infra-estruturas internacional lançado pela China, a Nova Rota da Seda. Mundos e fundos “A China não interfere nos assuntos internos de África e não impõe a sua vontade sobre África”, afirmou Xi, notando que “os projectos desenvolvidos no continente visam resolver obstáculos ao desenvolvimento”. “Os recursos para a nossa cooperação não são para ser gastos em projectos fúteis, mas nos sítios em que mais são necessários”, disse. Segundo a unidade de investigação China AidData, desde 2000, Pequim concedeu mais de 110.000 milhões de dólares em financiamento aos países africanos. O país asiático é, desde 2009, o maior parceiro comercial de África. Pelas estatísticas chinesas, nos primeiros seis meses deste ano, o comércio bilateral aumentou 16 por cento, em termos homólogos, para 98.800 milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaAlta-comissária da ONU insta à libertação dos dois jornalistas condenados em Myanmar [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Alta-Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, instou hoje o Governo birmanês a libertar dois jornalistas locais da agência Reuters condenados a sete anos de prisão por divulgarem segredos oficiais enquanto investigavam um massacre de rohingyas. No seu primeiro dia no cargo de representante da ONU, Bachelet classificou como uma “paródia” o julgamento a que foram submetidos os repórteres, considerando “de interesse público” a informação que divulgaram sobre o massacre. “Penso que esta é uma notícia terrível e chocante, e insto o Governo [de Myanmar, antiga Birmânia] a libertá-los de imediato”, insistiu. Wa Lone e Kyaw Soe Oo foram detidos quando investigavam um massacre de membros da minoria muçulmana rohingya na aldeia de Inn Dinn. As autoridades acusaram-nos de violar uma lei da era colonial: terem obtido documentos secretos, neste caso, sobre operações militares no estado de Rakhine que desencadearam, há um ano, o início do êxodo de 700.000 rohingyas para o Bangladesh. Em sua defesa, os jornalistas argumentaram não ter pedido acesso a documentos secretos, pelo que não sabiam serem secretos aqueles que lhes foram fornecidos e que tinham em sua posse. Michelle Bachelet indicou que, na próxima semana, o Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos divulgará um relatório sobre a liberdade de expressão em Myanmar. Repórteres Sem Fronteiras exortam Suu Kyi a libertar jornalistas da Reuters A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) qualificou ontem de “iníqua” a condenação na Birmânia a sete anos de prisão de dois jornalistas da Reuters e exortou a dirigente e Nobel da Paz Aung San Suu Kyi a libertá-los. Num comunicado, a RSF considera que ontem “foi um dia negro para a liberdade de imprensa na Birmânia”, assinalando que “o único crime (dos jornalistas) foi fazerem o seu trabalho”. Os dois jornalistas birmaneses, Wa Lone e Kyaw Soe Oo, acusados de “violação do segredo de Estado” por investigarem o massacre de muçulmanos rohingyas pelo exército birmanês, foram condenados hoje a sete anos de prisão. O secretário-geral dos RSF, Christophe Deloire, considera no comunicado que o julgamento “coloca em causa o processo de transição democrática na Birmânia”. Segundo os RSF, “durante as audiências preliminares, um agente da polícia confessou que os seus superiores criaram um ardil para entregar documentos supostamente confidenciais aos dois jornalistas e depois prendê-los”. A União Europeia, as Nações Unidas e organizações dos direitos humanos já criticaram a condenação dos jornalistas na Birmânia, que a RSF classifica em 137.º lugar num total de 180 países em termos de liberdade de imprensa.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente das Filipinas inicia visita histórica a Israel [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, iniciou ontem uma visita histórica a Israel, que ilustra a sua disposição em reduzir a dependência militar do tradicional aliado norte-americano, noticia a agência France-Presse. A visita de quatro dias é a primeira de um chefe de Estado filipino desde o estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, há 60 anos. A chegada de Duterte foi seguida de perto em Israel, devido à forte personalidade e franqueza do líder populista que há dois anos chegou a comparar-se a Adolf Hitler. Duterte tem agendado para hoje um encontro com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, onde será acompanhado por uma grande delegação. “Esta visita é de grande importância para nós, pois simboliza as fortes e calorosas relações entre os nossos dois povos”, afirmou em comunicado o ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel. A chegada ao poder de Duterte, em meados de 2016, resultou numa deterioração das relações com os Estados Unidos, país presidido então por Barack Obama, apesar do acordo de defesa que vinculava as duas nações. Para o chefe de Estado filipino, a visita é “uma oportunidade de visitar outro mercado para (…) equipar as suas Forças Armadas”, disse à AFP Henelito Sevilla, especialista em relações internacionais. Corrida às armas Só no ano passado, a indústria de defesa e segurança de Israel exportou um total de 9.200 milhões de euros em armas. Cerca de 60 por cento das exportações de defesa vão para a região da Ásia-Pacífico, segundo dados oficiais. Nesse mesmo ano, Manila tornou-se grande cliente de Israel, ao comprar 21 milhões de dólares em equipamentos. Em 2016, ano em que subiu ao poder, Duterte recebeu críticas de Israel por se comparar a Adolf Hitler. “Hitler abateu três milhões de judeus, bem, há três milhões de viciados em drogas (nas Filipinas), eu ficaria feliz em abatê-los”, disse à epoca. O Presidente filipino, que pediu desculpas “ao povo judeu”, irá visitar o Yad Vashem, o memorial do Holocausto em Jerusalém.
Hoje Macau China / ÁsiaTecnologia | China vai limitar número de videojogos para “evitar miopia” [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China vai limitar o número de videojogos disponíveis na Internet do país, “para evitar a miopia”, uma doença que afecta muitas crianças e adolescentes chineses, avançou o ministério chinês da Educação. O novo regulamento foi anunciado na quinta-feira, logo após uma “importante directriz” do Presidente chinês, Xi Jinping, que apelou à protecção da visão das crianças. As autoridades limitarão o número de videojogos na Internet, mas também o lançamento de novos produtos no mercado, segundo o comunicado do ministério da Educação. Outras medidas poderão incluir limitar o número de horas que as crianças passam a jogar, lê-se na mesma nota, coassinada por outras sete administrações do país. As acções de várias empresas do sector nas praças financeiras chinesas afundaram no final da semana passada. A cotação do gigante chinês da internet Tencent desvalorizou mais de 5 por cento, em Hong Kong. A Perfect World caiu 9 por cento, na bolsa de Shenzhen. Os estudantes chineses sofrem de uma alta taxa de miopia, que é cada vez mais precoce, alertou Xi Jinping, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. O distúrbio ocular tem um impacto negativo significativo na saúde física e mental das crianças e representa um grande problema para o futuro da nação, acrescentou. A medida anunciada na quinta-feira surge depois de Pequim ter suspendido a emissão de licenças para comercializar novos videojogos. Segundo a lista da Agência Nacional para a Rádio e Televisão, nenhuma empresa obteve novas licenças desde maio passado.
Hoje Macau China / ÁsiaUE | Pequim saúda fim das restrições sobre a venda de painéis solares [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China saudou ontem a decisão da Comissão Europeia (CE) de eliminar as taxas de importação dos painéis solares chineses a partir do próximo dia 3 de Setembro, ao final de quase cinco anos em vigor. Em comunicado, o ministério do Comércio chinês afirmou que a medida vai “restaurar o comércio de painéis solares entre a China e a União Europeia de acordo com as “condições normais do mercado”. Além disso, vai gerar um “ambiente de negócios mais estável e previsível” de modo a que as indústrias de ambas as partes possam obter “resultados vantajosos”, considerou. Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, o gigante asiático quer continuar a cooperar com a UE e a promover “o livre comércio global” e um “sistema multilateral de comércio baseado em regras”. A Comissão Europeia impôs as taxas em Dezembro de 2013, depois de meses de uma investigação que revelou que empresas chinesas vendiam painéis solares na Europa muito abaixo dos preços normais de mercado.
Hoje Macau China / ÁsiaChina/África | Teoria da armadilha do endividamento é “fantasia infundada” Um conhecido analista chinês classificou ontem de “fantasia” a teoria da armadilha do endividamento nos países incluídos no projecto de infra-estruturas internacional da China, nas vésperas de Pequim anunciar milhares de milhões de dólares em empréstimos a África [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]ão há motivos para que a China queira levar a situações de incumprimento para poder então pressionar estes países”, disse Gao Zhikai, um dos mais conhecidos comentadores da televisão chinesa, à agência Lusa, em Pequim. A capital chinesa recebe, hoje e amanhã, o Fórum de Cooperação China/África, que reúne dezenas de chefes de Estado e de Governo dos países africanos, e deve anunciar a inclusão do continente na Nova Rota da Seda. Bancos estatais e outras instituições da China estão a conceder enormes empréstimos para projectos lançados no âmbito daquele gigantesco plano de infra-estruturas, que inclui a construção de portos, aeroportos, autoestradas ou malhas ferroviárias ao longo da Europa, Ásia Central, África e sudeste Asiático. Críticos da iniciativa apontam para um aumento problemático do endividamento, que em alguns casos coloca os países numa situação financeira insustentável. No Sri Lanka, um porto de águas profundas construído por uma empresa estatal chinesa, numa localização estratégica no Índico, revelou-se um gasto incomportável para o país, que teve de entregar a concessão da infraestrutura e dos terrenos próximos à China, por um período de 99 anos. Na sequência do episódio, o primeiro-ministro da Malásia, Mahathir Mohamad, cancelou projectos apoiados pela liderança chinesa no seu país e avaliados em mais de 22.000 milhões de dólares. “Nós não queremos uma nova versão do colonialismo porque os países pobres não conseguem competir com os países ricos”, afirmou Mahathir sobre a sua decisão. “Passivo Político” Também a directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, alertou já para os riscos de derrapagem financeira e armadilha do endividamento. “Nos países onde a dívida pública é alta, uma gestão cuidadosa dos termos financeiros é crucial”, disse. Antigo intérprete de Deng Xiaoping, formado em língua inglesa e com um mestrado em Ciências Políticas na Universidade de Yale, Gao Zhikai considera aquelas acusações uma “fantasia completamente infundada” e lembra que o “endividamento é necessário” para arrancar com os projectos em países com pouco capital. “Condenar a iniciativa pelos termos do financiamento é simplesmente bater à porta errada”, defende o analista chinês, que ilustra o significado da Nova Rota da Seda com o caso de África, “provavelmente” o continente “mais fragmentado”, “devido ao colonialismo europeu”. “Estes países focaram-se em conectar as suas colónias, em vez de conectar os países tendo em conta a sua localização na respectiva região ou no continente” lembra. Segundo a unidade de investigação China AidData, desde 2000, Pequim concedeu mais de 110.000 milhões de dólares em financiamento aos países africanos. Aquele valor coloca o país asiático lado a lado com os Estados Unidos como o maior credor do continente, mas Gao Zhikai recorda que, ao contrário de Washington, Pequim não tem um “passivo político” para com África. “Enquanto os EUA têm uma longa história de esclavagismo, a China nunca teve um racismo institucionalizado contra os africanos”, recorda. Durante os anos 1960 e 1970, a então pobre e isolada China apoiou dezenas de países africanos “na luta contra o imperialismo” e na “defesa do internacionalismo proletário”. “As relações entre China/África começaram num nível mais elevado”, conclui Gao.
Hoje Macau China / ÁsiaDefesa | Taiwan fabrica 66 aviões de treino avançado até 2026 [dropcap style=’circle’]T[/dropcap]aiwan vai fabricar 66 aviões de treino avançado até 2026, desenvolver novos motores de aeronaves e componentes-chave de aviões de combate de última geração, anunciou no fim-de-semana o Ministério da Defesa. Segundo a agência Efe, Taiwan contratou a Corporação de Desenvolvimento Industrial Aeroespacial (AIDC, na sigla em inglês) para o desenvolvimento e fabrico dos aviões, um plano de fortalecimento das forças armadas para os próximos cinco anos, e que visa fazer frente ao avanço militar chinês. Em comunicado, o Ministério indica que a empresa já iniciou a montagem do primeiro dos 66 aviões e que pretende realizar testes no solo em Setembro de 2019. O Ministério da Defesa de Taiwan acrescenta que o primeiro voo está planeado para Junho de 2020. Os novos aviões vão substituir as actuais aeronaves de treino AT-3 e também os F-5E e F, de fabrico norte-americano. A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, lançou um programa de modernização militar, que inclui o aumento dos gastos da defesa até 3 por cento do Produto Interno Bruto, a aquisição de equipamento tecnológico norte-americano e a produção de submarinos, aviões, navios e mísseis em Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Presidente da África do Sul inicia visita de Estado à China O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, iniciou ontem uma visita de Estado à China onde vai copresidir à cimeira China-África, que decorre até amanhã, em Pequim [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]visita de Ramaphosa à China, a convite de Xi Jinping, “é um gesto de retribuição” por parte do chefe de Estado que foi anfitrião de uma visita de Estado do seu homólogo chinês em 24 de Julho, véspera da cimeira BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul (Brics) em Joanesburgo, disse a presidência em comunicado. A visita do chefe de Estado sul-africano começará com a colocação de uma coroa de flores no “Monumento dos Heróis do Povo” na praça de Tiananmen, em homenagem aos que perderam a vida “nas guerras do povo chinês pela libertação, independência e liberdade”. De acordo com a presidência, Ramaphosa vai reunir-se depois com o primeiro-ministro Li Keqiang na residência oficial ‘Diaoyutai State Guest House’ antes de participar na cerimónia de boas-vindas oferecida por Xi Jinping no Grande Salão do Povo. Durante a sua estada na China, Cyril Ramaphosa participará ainda na cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), a ter lugar em Pequim de 3 a 4 de Setembro sob o tema: “China e África: rumo a uma comunidade ainda mais forte, com um futuro compartilhado através da cooperação mutualmente benéfica”. O Fórum, criado em 2000 como plataforma multilateral de cooperação entre a República Popular da China (PRC, na sigla em inglês) e os países africanos com relações diplomáticas oficiais com a PRC, será copresidido por Cyril Ramaphosa e Xi Jinping. A África do Sul, que acolheu a última cimeira do Fórum China-África em 2015, entregará a presidência do FOCAC a um novo país africano, após seis anos no cargo (2012 a 2018). Segundo a presidência, a África do Sul, como presidente cessante, “irá centrar os seus esforços em assegurar um papel mais importante para a Comissão da União Africana no FOCAC, bem estreitar relações com as comunidades económicas regionais e a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD)”, o programa de desenvolvimento socioeconómico da União Africana. Ligação a Pretória A nível bilateral, a China tem sido o principal parceiro comercial da África do Sul por nove anos consecutivos, segundo dados divulgados ontem pela ministra das Relações Internacionais e Cooperação, Lindiwe Sisulu. Em 2017, o comércio bilateral entre os dois países cresceu 11.7 por cento para 39.17 biliões de dólares, vinte vezes maior do que no arranque das relações diplomáticas entre Pretória e Pequim. A África do Sul é o principal destino do investimento chinês em África, com investimentos acumulados de mais de 25 biliões de dólares em Junho de 2017. A governante sublinha ainda que “mais de 180 grandes empresas chinesas e milhares de pequenas e médias empresas estabeleceram-se no país”, acrescentando que, “além disso, a África do Sul recebe o maior número de turistas chineses em África, tendo 100.000 cidadãos visitado o país em 2017”. Na opinião de Lindiwe Sisulu, a China tornou-se um importante parceiro de investimento para a África do Sul, “estimulando a transformação e o desenvolvimento económico e social do país”. “Em muitas áreas, a parceria China-África proporcionou resultados concretos que são benéficos para África”, escreve Lindiwe Sisulu, num artigo publicado na edição de ontem do semanário sul-africano City Press. “África está empenhada em utilizar ao máximo esta parceria em termos de acesso de mercado e oportunidades de negócio. Existe também a necessidade de alinhar a parceria com os objectivos estratégicos da UA (União Africana). Neste sentido, esperamos consolidar uma parceria China-África ainda mais forte através da cooperação mutualmente benéfica na Cimeira do FOCAC 2018”, diz Sisulu. Na visita à China, o Presidente Ramaphosa é acompanhado pela sua esposa Tshepo Motsepe, e os ministros Lindiwe Sisulu (Relações Internacionais e Cooperação), Naledi Pandor (Ensino Superior), Rob Davies (Comércio e Indústria), Pravin Gordhan (Empresas Públicas), Edna Molewa (Assuntos Ambientais), Gugile Nkwinti (Água e Saneamento), Blade Nzimande (Transportes), Derek Hanekom (Turismo), Nhlanhla Nene (Finanças) e Senzeni Zokwana (Agricultura, Silvicultura e Pescas), disse a presidência sul-africana.
Hoje Macau China / ÁsiaChina/África | Cooperação com Pequim é “fundamental” para sucesso africano, diz António Guterres [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário-geral da ONU, António Guterres, considerou a cooperação entre a China e África “fundamental” para o sucesso do continente, numa entrevista difundida nas vésperas de um fórum que traz a Pequim dezenas de líderes africanos. Numa entrevista conjunta aos jornalistas chineses, antes de partir para Pequim, onde participará, na próxima semana, no Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), Guterres frisou a importância do desenvolvimento de África para o mundo. “Eu acredito firmemente que o sucesso do desenvolvimento e paz mundiais depende do sucesso de África, e que a cooperação entre China e África é fundamental para o sucesso de África”, afirmou. “O mundo é um só, o planeta é um só, vivemos numa época de integração, tudo está interligado”, acrescentou o português, que frisou a importância de reforçar a conectividade através do investimento em infraestruturas, nomeadamente no âmbito da iniciativa chinesa “Nova Rota da Seda”. Segundo analistas, o FOCAC deverá anunciar a inclusão dos países africanos naquele projeto internacional de infra-estruturas, lançado pela China, e que inclui uma malha ferroviária intercontinental, novos portos, aeroportos ou centrais elétricas, visando ressuscitar vias comercias que remontam ao Império romano, então percorridas por caravanas. O projeto inclui ainda Europa, Ásia Central e Sudeste Asiático. Guterres enalteceu também a articulação do investimento chinês no continente com a Agenda 2063, da União Africana, e a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, da ONU. A China organiza entre esta segunda a terça-feira, em Pequim, o Fórum de Cooperação China/África, que reúne dezenas de chefes de Estado e do Governo dos países africanos.
Hoje Macau China / ÁsiaAfricanos no sul da China “ameaçados” por crescente pressão policial Por João Pimenta, da agência Lusa [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma implacável campanha contra imigração ilegal em Cantão, no sul da China, tem deixado apreensivos os milhares de africanos radicados na cidade, apesar dos crescentes laços diplomáticos e económicos entre Pequim e o continente. “A polícia está sempre a parar-nos e a pedir para ver os documentos”, descreve à agência Lusa o estudante marfinense Abouo, nas vésperas de o Fórum de Cooperação China-África arrancar, em Pequim, com a participação de dezenas de líderes africanos, e que deverá anunciar milhares de milhões de dólares em investimento chinês no continente. Sentado no segundo piso de um restaurante de comida árabe em Xiaobei, o bairro de Cantão conhecido como “Pequena África”, o fórum passa ao lado de Abouo, ao mesmo tempo que retira o passaporte do bolso e explica: “Tenho de o trazer comigo sempre que saio de casa”. O relato é repetido por outros africanos radicados na cidade, para quem buscas domiciliárias ou detenções por saírem à rua sem documentos se tornaram frequentes. “Sentimo-nos ameaçados”, explica Augusto, um angolano de 55 anos. Localizada a cerca de 150 quilómetros de Macau, Cantão é a capital de Guangdong, a província chinesa mais exportadora e a primeira a beneficiar da política de Reforma e Abertura adotada pelo país no final dos anos 1970. Nas últimas décadas, milhares de comerciantes oriundos de todos os pontos de África desembarcam em Cantão, em busca de fortuna, face ao ‘boom’ no comércio entre a China e o continente. O país asiático é, desde 2009, o maior parceiro comercial de África. Pelas estatísticas chinesas, nos primeiros seis meses deste ano, o comércio bilateral aumentou 16%, em termos homólogos, para 98.800 milhões de dólares (84.600 milhões de euros). No entanto, a população africana em Guangzhou tem caído “à medida que a polícia reforça o controlo sobre a imigração ilegal”, escreve a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. Dados oficiais revelam que há 15.000 africanos a residir na cidade. Há dez anos, eram 20.000. No entanto, “o número real, que inclui imigrantes ilegais e pessoas que permanecem após o visto vencer, será muito mais alto”, reconhece a agência. Especialistas chineses estimam que serão 150.000, o que faria de Cantão a cidade da Ásia com a maior comunidade africana. Ao cair da noite, as ruas de Xiaobei enchem-se de mulheres e homens envergando trajes tradicionais africanos. Nas ruas, ouve-se suaíli, iorubá ou português. Nos bares, toca-se Afrobeat, Kizomba e Mbaqanga. Pequenas lojas expõem para venda a grosso têxteis, eletrónicos, bijuteria ou até artigos inéditos na China, como material para campanhas eleitorais – t-shirts com a imagem do anterior presidente angolano, José Eduardo dos Santos, com a inscrição “The President”, continuam expostas em várias montras. Um carro de patrulha e três membros da Unidade Especial da polícia chinesa, armados com espingardas de assalto – outra visão rara na China -, vigiam o acesso principal para o bairro. Em julho passado, os hotéis nesta área emitiram avisos de interdição a africanos. “A partir de 05 de julho, o nosso hotel não está autorizado a receber hospedes africanos”, lê-se num aviso colocado à entrada de um hotel. A rececionista confirma: “Cidadãos da Nigéria, Uganda ou Serra Leoa, por exemplo, não são permitidos”. O local Lin Laotao garante, no entanto, que Cantão “é uma cidade aberta”, que “aceita gente de todo o lado”, mas reconhece que “o comércio de produtos baratos já não é tão lucrativo”, levando “alguns africanos a envolverem-se em atividades ilícitas”. “Isso gerou alguma hostilidade entre os locais”, afirma. Um diplomata europeu colocado em Cantão diz não notar racismo, mas admite que os colegas africanos se queixam de um tratamento “desagradável”. Na Catedral Sagrado Coração de Jesus, erguida pelos franceses na margem norte do Rio das Pérolas, no século XIX, é possível, no entanto, observar sintonia entre locais e africanos. Todos os domingos à tarde, centenas de africanos e chineses sentam-se lado a lado na igreja, para uma missa celebrada em inglês. Um padre chinês, acompanhado de ajudantes de altar quenianos, nigerianos e ruandeses caminha rumo ao altar. Um coro, também miscigenado, entoa: “Sabei que o Senhor é Deus: ele nos fez, e a ele pertencemos. Somos o seu povo e as ovelhas do seu rebanho?”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina-África | Portugal diz que fórum representa esforço para promover cooperação e desenvolvimento [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo português considera o Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), que decorre esta segunda e terça-feira, um esforço internacional para a promoção da cooperação e desenvolvimento, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, à agência Lusa. “Portugal vê com agrado todos os esforços internacionais de promover a cooperação para o desenvolvimento e é nesse quadro que entendo a realização desse evento”, afirmou Santos Silva em declarações enviadas à Lusa. A FOCAC realiza-se esta segunda a terça-feira, em Pequim, e contará com a presença de dezenas de chefes de Estado e de Governo de países africanos, nomeadamente todos os de língua portuguesa, casos de Cabo Verde, São Tomé e Princípe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique. “Naturalmente, Portugal está sobretudo empenhado quer na cooperação entre a União Europeia e a União Africana, sendo de relevar que as duas primeiras cimeiras se realizaram ambas em presidências portuguesas da União Europeia, quer no Fórum Macau, que é um excelente instrumento de cooperação entre a China, Portugal e os países africanos de língua portuguesa”, destacou Santos Silva. Todos os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) estarão representados na cimeira. África e China têm entre si uma relação que já envolve um investimento direto anual de 2.500 milhões de euros em setores como indústria, finanças, turismo e aviação. Entre janeiro e junho de 2018, o comércio bilateral cifrou-se em 98.800 milhões de dólares. Dados oficiais divulgados no dia 29 estimam que a cooperação com Pequim leve ao continente africano 30.000 quilómetros de auto-estradas, uma capacidade anual portuária de 85 milhões de toneladas e uma capacidade de produção elétrica de 20.000 megawatts. Esperado papel na Rota Marítima Atlântica A Associação Amigos da Nova Rota da Seda considera que o Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) contribuirá para “o desenvolvimento” da Rota Marítima Atlântica, “em que Portugal poderá ter um papel importante”. A presidente da Associação Amigos da Nova Rota da Seda, Fernanda Ilhéu, vincou as “muitas afinidades” do objetivo da cimeira entre China e nações africanas, entre os quais países de língua portuguesa, de criar “uma comunidade ainda mais forte com um futuro partilhado através da cooperação ‘win-win’”. Em declarações à agência Lusa, Fernanda Ilhéu sublinhou as “muitas afinidades com a visão e os objetivos da iniciativa da China ‘Uma Faixa, Uma Rota e a Nova Rota da Seda Marítima do Século XXI'”, sustentando que “será previsível que sejam assinados projetos de cooperação no âmbito dessa iniciativa”. A Nova Rota da Seda foi lançada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e inclui uma malha ferroviária intercontinental, novos portos, aeroportos, centrais elétricas e zonas de comércio livre, visando ressuscitar vias comercias que remontam ao Império romano, e então percorridas por caravanas. Os projetos são sobretudo construídos por empresas chinesas e financiados pelos bancos estatais da China, estendendo-se à Europa, Ásia Central, África e Sudeste Asiático. “Temos a expetativa de que os países de língua portuguesa, que irão estar quase todos presentes, fazendo-se representar pelos seus Presidentes, adiram a essa iniciativa, contribuindo para o desenvolvimento da Rota Marítima Atlântica em que Portugal poderá ter um papel importante, perspetivando parcerias estratégicas enquadradas por uma outra iniciativa da China complementar da ‘Uma Faixa, Uma Rota’, que consiste em promover a cooperação em projetos da China com a Europa em terceiros países, neste caso da China com Portugal, em projetos em países de língua portuguesa”, afirmou. Salientando que o Investimento Direto Estrangeiro (IDE) da China em África “nos últimos três anos foi de cerca de 30 mil milhões de dólares” (25,6 mil milhões de euros), Fernanda Ilhéu frisou que “o comércio entre a China e a África tem crescido de uma forma robusta”, com “programas de cooperação em empresas do setor industrial, financeiro, turismo e aviação”. “Também foram lançados projetos de infra-estruturas como 30.000 quilómetros de auto-estradas, 85 milhões de toneladas de capacidade portuária, 20.000 MW de energia elétrica e 9 milhões de toneladas ano de capacidade de tratamento de águas”, acrescentou, referindo ainda os “cerca de 900.000 postos de trabalho” criados.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente das Filipinas associa aumento de violações à beleza das mulheres [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse na quinta-feira que o aumento de casos de violação e agressão sexual em Davao deve-se ao facto da cidade da qual foi autarca durante mais de duas décadas ter “muitas mulheres bonitas”. “Dizem que há muitas violações em Davao. Se houver muitas mulheres bonitas, haverá muitas violações”, disse o Presidente durante uma cerimónia oficial na cidade de Mandaue, no centro das Filipinas. De acordo com os últimos relatórios da Polícia Nacional das Filipinas, Davao regista o maior número de casos de violência sexual nas Filipinas, com um total de 42 crimes no segundo trimestre de 2018. O Presidente filipino, um mulherengo confesso e conhecido por seus discursos extravagantes, tem estado no centro da controvérsia em várias ocasiões pelos seus comentários misóginos, sexistas e depreciativos em relação às mulheres. O caso mais famoso foi quando no início de junho forçou o beijo nos lábios de uma mulher numa reunião pública com a comunidade filipina em Seul, o que provocou críticas generalizadas e até mesmo manifestações nas ruas de grupos de mulheres. Em fevereiro deste ano, pediu aos militares do Exército filipino que atirassem na vagina das guerrilheiras comunistas para que elas não pudessem procriar. Duterte chegou a brincar sobre o caso de uma freira australiana violada e assassinada em 1989 e, num outro discurso, ofereceu “42 virgens” a cada turista que visitasse as Filipinas.
Hoje Macau China / ÁsiaJornal chinês diz que publicações de Trump no Twitter são de “universo alternativo” [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m jornal oficial chinês considerou “desconcertantes” e de “outro universo” as publicações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na rede social Twitter, reagindo assim às suas contínuas acusações contra Pequim. “Há poucas coisas mais desconcertantes do que as publicações do Presidente norte-americano no Twitter”, afirma o China Daily, em editorial. O jornal, em língua inglesa, considera que as publicações de Trump “à partida, parecem estar de acordo com a realidade”, mas que “de repente convertem-se em mensagens de um universo alternativo”. O artigo lembra que a diplomacia chinesa tem refutado as acusações do líder norte-americano, mas que “nada o deterá no seu objetivo de manchar a imagem da China, visto que necessita desesperadamente de um bode expiatório a meio da legislatura”. “É assim que distrai a opinião pública dos problemas em que a Casa Branca está enterrada”, acrescenta. O China Daily destaca a publicação de Trump, esta semana, em que acusa Pequim de ter pirateado correios eletrónicos de Hillary Clinton, a sua rival nas eleições de 2016. O jornal crítica ainda Trump por culpar a China pelos escassos progressos na aproximação diplomática de Washington à Coreia do Norte. “A China, contra quem Trump lançou uma guerra comercial, é um fácil candidato a ser demonizado pelo Presidente dos Estados Unidos”, lê-se. No editorial lembra-se ainda que as publicações do líder norte-americano “não só difamam a China, mas também o FBI ou o Departamento de Justiça [dos EUA] que têm a sua integridade posta em causa”. China e EUA atravessam um período de renovada tensão, após Trump ter imposto taxas alfandegárias de 25% sobre milhares de milhões de dólares de importações oriundas da China, espoletando a retaliação de Pequim.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim acusa EUA de lógica “irresponsável e absurda” em relação à Coreia do Norte [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China acusou ontem os Estados Unidos de distorcerem a realidade e manterem uma lógica “irresponsável e absurda”, depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter acusado Pequim de entravar a desnuclearização da Coreia do Norte. “Muita gente, como eu, pensa que os Estados Unidos são os campeões do mundo em distorcer os factos de forma irresponsável e com uma lógica absurda”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, questionada sobre as declarações do presidente norte-americano. Os Estados Unidos “deviam olhar-se ao espelho em vez de criticar os outros”, acrescentou. Donald Trump afirmou em ’tweets’ sucessivos nos últimos dias que a relação com a Coreia do Norte é boa, mas que “a China complica grandemente as coisas” devido “aos diferendos comerciais” entre Washington e Pequim. O presidente norte-americano disse ainda que a sua relação com o líder norte-coreano é “boa e calorosa”, pelo que não “há razões nesta altura para esbanjar dinheiro em jogos de guerra”, mas avisou que poderá relançar exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul que serão os “maiores de sempre”. Já anteriormente Trump tinha acusado a China de usar a sua influência sobre Pyongyang para dificultar a sua aproximação ao líder norte-coreano, Kim Jon-un, em represália pelas novas tarifas que Washington impôs a Pequim e que deram origem a uma guerra comercial entre as duas potências económicas. Na semana passada, Trump cancelou uma visita de uma delegação norte-americana a Pyongyang citando falta de progressos nas negociações. Trump e Kim reuniram-se em Junho numa cimeira histórica, em Singapura, na qual se comprometeram a construir uma paz duradoura e estável na península coreana e a trabalhar para “a total desnuclearização” da península.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Presidente defende reforço da identidade nacional O Presidente de Timor-Leste defendeu ontem, no 19.º aniversário do referendo da independência, uma reflexão sobre o programa de educação cívica que deve ser adoptado para reforçar a identidade nacional, “que se tem vindo a perder” [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]ncorajo as instituições relevantes a reunir com professores, famílias, grupos comunitários e religiosos para debater o tipo de programa de educação cívica que é necessário para as nossas crianças, começando pela família, passando pelo pré-escolar e etapas seguintes, e a nível comunitário”, disse Francisco Guterres Lu-Olo, numa mensagem à nação. “Através deste programa, as nossas crianças aprenderão desde cedo os princípios e valores que nos caracterizam como povo com identidade própria. Uma identidade que se formou com os nossos antepassados e foi reforçada pelo contacto com outros povos e outros países”, sublinhou. A recomendação foi deixada por Francisco Guterres Lu-Olo numa mensagem em que relembrou o “grande e profundo significado histórico” do 30 de Agosto de 1999 quando, depois de uma luta de 24 anos contra a ocupação indonésia, os timorenses puderam votar pela sua independência. Mais de 98 por cento dos eleitores timorenses votaram no referendo de 30 de Agosto de 1999, tendo 78,5 por cento optado pela independência, que seria restaurada formalmente a 20 de Maio de 2002. Agora, disse, importa recuperar o sentido de identidade timorense que “foi a âncora da nossa unidade nacional durante a luta pela libertação nacional” e que “pode começar a desmoronar-se se não houver diálogo sobre como construir o país para as gerações futuras”. “O que precisamos de preservar, agora que somos independentes? De que forma podemos integrar os valores cristãos e os valores da crença animista? Que língua devemos adoptar, que sirva de vínculo nacional para nós, como povo? Que princípios e valores queremos cultivar para as novas gerações?”, questionou. Falar português Lu-Olo destacou em particular a renovada discussão “em torno da língua no currículo escolar”, em particular sobre as medidas necessárias para o reforço do português no país. “Tendo em conta que a língua portuguesa, como língua da resistência, é um elemento importante para a nossa identidade e unidade nacional, que nos permite adquirir conhecimento científico e avançar no caminho do desenvolvimento de forma mais rápida, peço aos deputados e ao VIII Governo que reflictam calmamente sobre a forma como podemos usar esta língua oficial no nosso sistema de educação”, afirmou. Na sua mensagem, Lu-Olo disse que 30 de Agosto foi um dia importante para Timor-Leste que resultou também da acção dos muitos que em todo o mundo apoiaram a luta pela independência timorense. “Este dia representa uma vitória para nós timorenses e para a comunidade internacional, assinalando uma fase difícil de luta que enfrentámos juntos. Pessoas de todo o mundo, apesar de não nos conhecerem, pelo seu sentido de justiça e solidariedade humana, dedicaram-se à nossa luta pela libertação nacional”, disse. “Muitos insurgiram-se contra o seu próprio Governo, encorajando muitos outros a segui-los em campanhas que realizavam anualmente, financiadas com dinheiro do seu próprio bolso, sem nunca pedirem nada em troca”, sublinhou. Uma luta que, entre os timorenses, se fez em três frentes – a armada, a clandestina e a externa – demonstrando a “capacidade e determinação em alcançar a independência” da sociedade timorense. Lu-Olo aproveitou a sua mensagem para recordar Kofi Annan, o ex-secretário-geral da ONU e Sérgio Vieira de Mello, o administrador transitório das Nações Unidas em Timor-Leste – que se mantiveram “empenhados” em apoiar os esforços de tornar o “sonho da independência em realidade”. Lutar pela vida O Presidente da República recordou ainda a importância da unidade nacional como motor do êxito da luta pela independência, e relembrou alguns dos nomes dos líderes dos comandos militares e políticos, dos fundadores do país e de muitos jovens activos na frente clandestina e internacionalmente. “Todos estes deixaram um legado nacionalista considerável às gerações actuais e futuras. Cada um com a sua capacidade e sabedoria, em diferentes circunstâncias da luta, mas todos desenvolveram e deram continuidade à luta, guiados por um só objectivo: o povo de Timor-Leste tem de ser independente”, disse. Hoje, disse, a independência não significa apenas ter bandeira ou hino ou governar, mas “também viver, pensar, sentir e agir com orgulho, como cidadãos timorenses” que deve, defendeu, continuar a afirmar a sua identidade própria. “É importante percebermos que a nossa identidade única foi deixada como legado pelos nossos antepassados, influenciada pelos missionários católicos e pela colonização portuguesa durante 500 anos”, disse. “Durante a ocupação indonésia, a maioria dos timorenses optou pela religião católica como forma de resistência. Os nossos líderes optaram pelo português como língua da resistência”, recordou.
Hoje Macau China / ÁsiaCrime | Revelados casos de agressão sexual por condutores do Uber chinês [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m jornal de Hong Kong relatou ontem vários casos de agressões sexuais a passageiras por parte de condutores da aplicação de transporte privado chinesa Didi, depois de o assassinato de uma mulher de 20 anos. O South China Morning Post escreve que recolheu pelo menos uma dezena de casos de agressão sexual envolvendo motoristas, ocorridos nos últimos três anos e meio, e que resultaram em punições judiciais. A segurança do Didi, plataforma equivalente à Uber, tem sido questionada pelas autoridades, depois da segunda morte, no espaço de três meses. Na semana passada, uma mulher de 20 anos foi violada e assassinada pelo condutor, durante uma viagem num carro privado, solicitado através do Didi, na cidade de Wenzhou, leste da China. Em Maio passado, um caso semelhante resultou no assassinato de uma hospedeira de bordo chinesa, de 21 anos, em Zhengzhou, centro da China. Na rede social Weibo, o Twitter chinês, o fundador e director executivo do Didi, Liu Qing, assegurou na quarta-feira que a empresa dará prioridade à segurança dos passageiros, em detrimento dos lucros e expansão do grupo. As autoridades chinesas deram à empresa uma semana para apresentar um plano aos reguladores, que rectifique os lapsos segurança da plataforma, segundo um comunicado do ministério chinês dos Transportes.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Professor acusado de matar mulher após descoberta do corpo [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m professor de Hong Kong foi acusado na quarta-feira de assassinar a mulher, um dia depois de ter sido encontrado o corpo em decomposição numa mala no seu escritório nas instalações da universidade, noticiou ontem a imprensa. O professor associado de engenharia mecânica da Universidade de Hong Kong, Cheung Kie-chung, foi detido pela polícia na terça-feira, de acordo com o South China Morning Post. Os investigadores acreditam que a morte da mulher ocorreu há vários dias. O corpo foi descoberto na terça-feira, vestido apenas com roupa interior. Marcas no pescoço sugerem que terá sido estrangulada, informou o jornal Straits Times, de Singapura. O South China Morning Post adiantou que as autoridades estão a realizar exames para determinar a causa exacta da morte.
Hoje Macau China / ÁsiaSaúde | China é o país com mais mortes devido a consumo de álcool [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China é o país do mundo com mais mortes relacionadas com o consumo de álcool, entre ambos homens e mulheres, com o total de óbitos a superar os 700 mil, segundo uma publicação médica. Em 2016, morreram na China 650 mil homens e 59 mil mulheres devido ao consumo de álcool, revela um estudo publicado na revista médica “The Lancet”. O AVC hemorrágico, causado pelo rompimento de uma artéria cerebral, é a principal causa de morte devido ao álcool, entre os homens chineses. Outras doenças relacionadas com o consumo de bebidas alcoólicas incluem AVC isquémico, que é a falta de sangue numa região do cérebro, hipertensão ou epilepsia. O estudo estima que um em cada três habitantes do planeta é consumidor de álcool e que, todos os anos, há cerca de 2,8 milhões de mortes devido ao álcool. A nível global, o consumo ocupa o primeiro lugar nos factores de risco de morte prematura e doença, entre população com idades compreendidas entre os 15 e os 49 anos. O artigo conclui que tomar uma bebida alcoólica por dia aumenta, por ano, em 0,5 por cento, o risco de padecer de um problema de saúde, o que “põe fim ao mito de que uma pequena quantidade de álcool por dia pode ser benéfica”.
Hoje Macau China / ÁsiaONU | Taiwan muda de estratégia e decide não pedir readmissão [dropcap style=’circle’]T[/dropcap]aiwan decidiu que este ano não apresentará uma campanha para pedir a readmissão nas Nações Unidas e nas respectivas agências durante a próxima sessão da Assembleia-geral, cujo início está agendado para Setembro, anunciaram ontem as autoridades daquela ilha. O anúncio foi feito pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Hsieh Wu-chiao, que precisou que a ilha irá apelar apenas que a ONU não esqueça os 23,5 milhões de habitantes de Taiwan, que não proíba a participação de cidadãos e de jornalistas daquele território em eventos da organização internacional e que inclua a ilha nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “Esperamos lembrar, uma vez mais, ao mundo que Taiwan é uma força razoável, positiva e que contribui para a região e para o mundo”, declarou o vice-ministro. A decisão anunciada ontem representa uma ruptura com a estratégia definida pelo território em 2017, bem como com a posição adoptada por Taipé entre 1991 e 2007. Durante este período de 16 anos, Taiwan pediu a admissão na ONU e em várias agências da organização, nomeadamente na Organização Mundial de Saúde (OMS), na Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CMNUCC) e na Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). Depois de uma pausa de uma década, Taiwan reactivou em 2017 os esforços junto dos respectivos aliados para reunir apoios e alcançar a readmissão nas Nações Unidas, organização que deixou em Outubro de 1971 após a reentrada da China (um dos cinco Estados permanentes do Conselho de Segurança da ONU).